VARIAÇÃO INDICATIVO/SUBJUNTIVO EM ORAÇÕES SUBORDINADAS DO PORTUGUÊS Maria Elias Soares Universidade Federal do Ceará 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo discutir a variação do uso do Indicativo e do Subjuntivo em orações subordinadas do português, analisando dados retirados do corpus do Projeto Variação e processamento da fala e do discurso: análises e aplicações – PROFALA (Subprojeto “O português não-padrão do Ceará”), que inclui informantes de zona urbana e rural da região do Cariri, no Ceará (Brasil), composto por um total de 190 entrevistas, com informantes de ambos os sexos e três níveis de escolaridade (de 0 a 4 anos; de 5 a 9 anos e mais de 9 anos de escolarização), na faixa etária de 15 a 25 anos, de 26 a 50 anos e acima de 50 anos, sendo 116 de zona urbana e 74 de zona rural. Procuraremos, igualmente, discutir a variação do uso do subjuntivo e do indicativo na fala cearense, notadamente nas orações subordinadas substantivas e nas adjetivas restritivas e subordinadas adverbiais condicionais. As discussões abaixo consideram as dificuldades do estudo do subjuntivo em português decorrentes, de modo particular, de sua conceituação como modo subordinado (GILI Y GAYA, 1969; CUNHA; CINTRA, 1985) ou como expressão da modalidade (LUFT, 1967; BECHARA, 1967; MATEUS et al., 1989; VILELA, 1999). Igualmente, são muitos os problemas encontrados para distinguir os contextos em que se podem alternar subjuntivo e indicativo (CÂMARA JR., 1977; TARALLO, 1978; PIMPÃO, 1999; ALVES, 2002; CARVALHO, 2007). 2. SUBJUNTIVO E SUBORDINAÇÃO Ao tratar do subjuntivo, Cunha e Cintra (1985, p. 454), seguindo a tradição gramatical, caracterizam este modo como aquele exigido “nas orações que dependem de verbos cujo sentido está ligado à idéia de ordem, de proibição, de desejo de vontade, de súplica, de condição e outras correlatas.” Para os autores, “como o próprio nome indica, o subjuntivo (do latim subjunctivus, que serve para ligar, para subordinar) denota que uma ação, ainda não realizada, é concebida como dependente de outra, expressa ou subentendida.” A afirmação de que o subjuntivo é o modo das orações subordinadas merece considerações e, sobretudo, reparos. Em primeiro lugar, porque esse modo verbal pode ocorrer em orações coordenadas, como as apresentadas nos exemplos abaixo. (1) Haverá aula, quer os alunos queiram quer não. (2) Você foi injusto com o seu pai, portanto vá pedir desculpas. (3) Já fiz o suco, então beba-o. (4) Não traga roupa, nem comida. Em segundo lugar, porque o indicativo ocorre tanto quanto o subjuntivo em orações subordinadas, como as seguintes. (5) Se chove, não há desfile. (6) Quando ele chega, todos se calam. (7) Sempre que ele chegar, dê-lhe os chinelos. Convém lembrar ainda, como assinala Said Ali (1966, p. 324), que o subjuntivo “não só ocorre em orações subordinadas, mas, em vários idiomas, também em orações principais, e este emprego em orações principais é justamente o mais antigo”. (8) Talvez eles venham. (9) Oxalá chova. É possível que a confusão decorra do significado do termo subjuntivo que indica “modo subordinado”. Gili y Gaya (1969) explora a idéia de que o subjuntivo tem sua significação dependente da significação de outro verbo que expresse algum matiz de irrealidade. O autor acrescenta que a presença do subjuntivo nas orações independentes do tipo “Oxalá chova” não contradiz sua proposta de que o subjuntivo é um modo essencialmente subordinado pois “se trata de subordinadas mentales que envuelven psíquicamente el juicio que se enuncia, aunque gramaticalmente no dependen de um verbo principal” (p.132) Esta mesma idéia está implícita, embora com outro tratamento, no trabalho de Azevedo (1976), que postula para as orações desse tipo um constituinte abstrato, o qual, na representação, lhes daria um status de subordinadas. Para Azevedo, entretanto, o contraste subjuntivo vs indicativo não corresponde a um contraste de sentido. As formas de subjuntivo são usadas de maneira automática, segundo a subcategorização de certos elementos da oração, feita em termos de traços distintivos sintáticos. Quer tratando o assunto sob uma perspectiva sintática, quer psicológica ou lógica, os autores citados são unânimes em condicionar a escolha da forma verbal no subjuntivo a um certo valor ou traço presente no termo de que tal forma depende. Talvez por isso Said Ali (1966) prefira chamar esse modo de conjuntivo, “que significa modo unido, conjunto”, terminologia que as gramáticas portuguesas conservam. De Said Ali aos modernos gramáticos há consenso de que o subjuntivo é empregado para expressar, dentre outros aspectos: desejo, ignorância ou dúvida, e atos de realização futura. Pela descrição particular de cada emprego desse modo, fica patente também que esses 2 aspectos vêm expressos nos traços semânticos do verbo ou de expressões presentes na oração principal ou independente, neste caso no constituinte abstrato proposto por Azevedo (1976). Este autor evita incluir nos componentes oracionais traços semânticos como volição, dúvida etc., já que se propõe a descrever o subjuntivo como uma variação morfológica previsível e semanticamente vazia, razão porque prefere adotar traços conforme o tipo de conectores que introduzem a subordinada, responsáveis pela indicação de tempo, causa e condição, ou pelo traço [+ futuro] presente no verbo da oração principal. Embora mudem os critérios de descrição, os fatos apresentados pelos diferentes autores são basicamente os mesmos. Resta comentar o problema que traz a atribuição das noções de tempo, causa e condição à conjunção responsável pela conexão de duas orações no período composto por subordinação. Sobre o papel das conjunções, Gili y Gaya (1969) afirma que “las conjunciones y las frases conjuntivas son nexos esencialmente lógicos” que conectam as relações entre os componentes do período para expressar diferentes tipos de pensamento. Não é o conectivo que expressa o valor das orações subordinadas, este é uma marca funcional muito importante, mas, muitas vezes, é simples nexo copulativo que nada diz sobre a qualidade da relação. Na maioria dos casos, as relações se expressam ou por termos presentes na oração principal ou por elementos que compõem os conectivos juntamente com a partícula que (sempre que, antes que, se bem que, etc). Tratando ainda do papel das conjunções, Gili y Gaya esclarece que a diferença entre coordenação e subordinação não está tanto na natureza das conjunções empregadas em cada caso, mas no grau de integração da subordinada à principal até converter-se em elemento sintático desta. Na verdade, muitas conjunções se especializaram em seu papel coordenante ou subordinante, mas não é essa classe que determina o processo. Não é o caso de discutir o papel das conjunções, de complementizador ou conector de dois elementos num todo e, ainda, a tarefa de realizar a transposição, fazendo passar um elemento de nível primário para o nível secundário, como propõe Jespersen (1971). Conforme apresentado em Mateus et al. (1989), o papel da conjunção é realizar um tipo de função: a subordinação, e conectar seqüencialmente frases cujos conteúdos proposicionais mantêm entre si uma relação hierárquica de dependência semântica. Fica patente então que o uso do subjuntivo está condicionado, sobretudo, por outros fatores que não o sintático, como afirma Said Ali (1966, p.325): 3 nem a linguagem criou um modo especial para o verbo da oração dependente, nem esta função é privada do conjuntivo. Há muitos casos de oração subordinada em que, pelo contrário, o uso do indicativo é simplesmente obrigatório. Mateus et al. (1989) prefere relacionar o uso desse modo verbal com a “expressão da condicionalidade:” (p.108). Antes de outras considerações, já se pode antecipar que a colocação mais adequada em relação ao subjuntivo é dizer-se que parece tratar-se de um modo semanticamente subordinado e não que é o modo das orações subordinadas. Para desenvolver melhor essa idéia faremos um resumo do pensamento de Gili y Gaya (1969) e de Mateus et al. (1989) sobre o modo subjuntivo, relacionando a expressão da modalidade com os processos de coordenação e subordinação. Finalmente será examinado o tratamento dado às orações condicionais e temporais do ponto de vista das idéias anotadas anteriormente. 3. SUBJUNTIVO E MODALIZAÇÃO Para mergulhar um pouco mais fundo no estudo do subjuntivo, temos de pensar o enunciado como prática lingüística em interação e, nessa perspectiva, distinguir entre o conteúdo da representação e a atitude do falante diante de tal conteúdo, que representará o grau de modalização do enunciado. Mateus et al. (1989) classificam as modalidades em quatro tipos: lexicalizadas, ilocutórias, axiológicas ou pragmáticas e proposicionais. Este último tipo determina “o valor de verdade das proposições dela dependentes como necessário, contingente, possível ou impossível” (p. 103). Os modos verbais expressam a modalidade proposicional, cujo emprego está ligado aos tipos de atos ilocutórios em que se inserem. O modo indicativo é o menos marcado em termos de modalização e aparece fundamentalmente ligado a um estado de coisas reconhecido pelo locutor como necessário ou com um grau elevado de probabilidade. O subjuntivo é definido por Mateus et al. (1989) como o modo que vem sempre ligado a um estado de coisas reconhecido pelo locutor ou como possível ou como contingente. Nas orações subordinadas, esse modo ocorre obrigatoriamente quando o predicador da oração subdominante é avaliativo; volitivo/optativo; de atividade mental, cuja modalidade é possível ou contingente; um predicado de uma construção causativa; uma modalidade lexicalizada; ou que contém negativa explícita, conforme ilustrado nos exemplos de (10) a (15), extraídos de Mateus et al. (1989, p. 108). (10) Venhas ou não venhas, é-me indiferente. 4 (11) Basta que venhas cedo. (12) Desejo que venhas. (12) Eu acredito que ele venha. (13) Isto tudo faz com que ele venha. (14) É necessário que venha. (15) Duvido que sejas bom de cabeça. Para falar dos modos verbais, Gili y Gaya (1969) toma da lógica a distinção entre juízos assertórios, problemáticos e apodíticos, mas ressalva que o interesse da Lingüística deve recair nos juízos enquanto aspectos subjetivos, ou seja, juízos psicologicamente assertórios, problemáticos e apodíticos. Os juízos assertórios, que afirmam ou negam a realidade, se expressam no indicativo; os problemáticos, que indicam possibilidade, e os assertórios, definidos como logicamente necessários, se expressam no subjuntivo. Gili y Gaya expressa a diferença entre indicativo (modo da frase assertiva, afirmativa ou negativa) e o subjuntivo lembrando um eixo em cujos pólos estariam a negação e a afirmação, no centro a dúvida absoluta em direção da qual haveria uma gradação. E explica: “La negación y la afirmación (certidumbre) exigen el verbo subordinado en indicativo. La duda y la ignorância (incertidumbre), en subjuntivo. Las zonas intermedias se expresan en indicativo ou en subjuntivo, según el matiz predominante”. (p.269) Esse gramático classifica o subjuntivo em potencial, correspondente às ações pensadas como duvidosas ou possíveis, e optativo, que compreende as ações necessárias ou desejadas. Nas subordinadas, o subjuntivo potencial é empregado com verbos de dúvida ou desconhecimento, de temor e emoção e verbos de possibilidade. Já o subjuntivo optativo se emprega com verbos de necessidade objetiva ou subjetiva, como convir, ser útil, ser bom etc. ou mandar, rogar, opor-se etc., respectivamente. Posição semelhante à de Gili y Gaya, que associa o subjuntivo a diferentes graus de modalidade, é a assumida por Said Ali (1976), quando afirma: Considerando certos casos de emprego do conjuntivo que especialmente ferem a atenção, somos tentados a classificá-lo em volitivo, potencial, optativo, deliberativo, concessivo, prospectivo, hortativo, etc.; mas não convém insistir muito na especificação de tais categorias, pois não há limites seguros que as separem umas das outras. (p. 324) 4. SUBJUNTIVO E COORDENAÇÃO Em Mateus et al. (1989), encontra-se uma posição bastante explícita quanto à relação entre subjuntivo e coordenação: “o modo conjuntivo pode ocorrer em estruturas complexas de 5 coordenação ou subordinadas como expressão de vários graus de condicionalidade” (p.108). Aí se incluem períodos como (16) e (17). (16) Chova ou faça sol, o brasileiro sai à rua no Carnaval. (17) Se eu estivesse bem disposta teria ido ao desfile. Mateus et al. (1989) alertam para o fato de que o modo “também pode comparecer em algumas frases coordenadas, “sobretudo quando há um contraste entre elas, como é o caso das conjunções quer...quer e ou”. As autoras acrescentam ainda que em frases coordenadas aparentadas com condicionais é também possível encontrar o modo conjuntivo.” (p. 259). Os exemplos (18) a (20) ilustram a afirmação acima. (18) Quer queiras quer não queiras, vais para bombeiro voluntário. (19) Gostes ou não gostes da sopa, vais comê-la. (20) Faça ele o que lhe peço e ficarei feliz. (p 259) Explicando enunciados como os apresentados em (16) e (20), Garcia (1975) é elucidativo: “Dependência semântica mais do que sintática observa-se também na coordenação, salvo, apenas, talvez, no que diz respeito às conjunções e, ou e nem” (p.16). Garcia afirma que, no caso, tem-se coordenação gramatical, mas subordinação psicológica. Gili y Gaya vai mais além, ao afirmar que “la distinción entre la coordinacón, o parataxis, y la subordinación, o hipotaxis, se basa en diferencias puramente formales”. (p. 269) Pelas razões acima expostas é que muitos autores preferem sistematizar o emprego do subjuntivo do ponto de vista da expressão da modalidade, segundo uma ótica psicológica ou lógica. 5. SUBJUNTIVO NAS ORAÇÕES TEMPORAIS Nas sessões anteriores, verificamos que muitos estudos procuram sustentar que não há um modo próprio da subordinação, que as orações subordinadas tanto podem ser construídas com indicativo como com subjuntivo. Ficou patente também que a escolha de um ou outro modo está relacionada com a modalidade que o locutor imprime no seu discurso, ou seja, parece que o estudo do subjuntivo está muito mais ligado a fatos relacionados com a modalidade do que com os processos sintáticos como tal. Significa dizer que a escolha do subjuntivo vai depender das relações que definem o estado de coisas descrito pelo enunciado e como se ordenam temporalmente. Nas orações subordinadas adverbiais temporais, cujo conector genérico é quando, podemos registrar tanto a ocorrência de indicativo como de subjuntivo, conforme se constata em (21) e (22). (21) Quando ele chega todos saem. (22) Quando ele chegar todos sairão. 6 Tudo leva a crer que a escolha do subjuntivo foi condicionada pelo tempo futuro do verbo da oração principal, que trouxe um caráter incerto ou duvidoso. A primeira frase está associada a uma idéia de que o fato ocorre com freqüência, portanto é certo. A noção de futuro pode manter-se com o verbo da principal no presente do indicativo, como em (21), talvez pelo fato de que em português esse tempo assume a idéia de futuro em muitos contextos. Essa noção pode, entretanto, estar associada a outros valores relativos à modalidade, como no exemplo abaixo. (23) Quando ele chegar todos saem. Parece ser esse caráter de incerteza associado com o futuro que vai determinar a presença do subjuntivo, com conectores mais marcados com o sentido de temporalidade, fato mais bem explicado com a categoria irrealis, que envolve a idéia de futuridade e de incerteza. O conceito de irrealis, segundo Pimpão (1999), formaliza-se mediante alguns ambientes gramaticais indutores dessa categoria, como orações subordinadas a verbos de manipulação e a verbos de cognição-enunciação-percepção, e advérbios modais. A comparação estabelecida nos exemplos de (24) a (29b) permite constatar o que se afirma acima. (24) Termine a lição antes que seu pai chegue. (25a) Tudo se esclarecerá depois que ele chegar. (25b) Tudo se esclarece depois que ele chega. (26a) A festa começará (ou começa) logo que ele chegar. (26b) A festa começa logo que ele chega. (27a) Aproveite enquanto puder. (27b) Aproveita enquanto pode. (28a) Não saia até que termine a festa. (28b) Não sai até que termina a festa. (29a) Trabalha desde que o dia nasce. (29b) Trabalha até que não haja mais nada para fazer. Temos acima exemplos de conectores que denotam tempo anterior, tempo imediatamente posterior, tempo simultâneo ou concomitante, tempo terminal ou final e tempo inicial, em relação ao estado de coisas descrito na oração principal. Do exame dos períodos construídos com esses conectores, percebe-se que, juntamente com a noção de futuro, aqueles em que o subjuntivo ocorre estão associados com a dúvida de que a ação se realize. Expressam até ordem, condição ou hipótese, mas em grau atenuado. 6. SUBJUNTIVO NAS ORAÇÕES CONDICIONAIS Também nas condicionais a preferência pelo subjuntivo ou indicativo está relacionada com a expressão da modalidade associada a um fato hipotético ou real. 7 Mateus et al. (1989) incluem as condicionais, juntamente com as causais e conclusivas, num grupo mais lato, que denominam de construções condicionais. Estas se dividem em três grupos, de acordo com a modalidade: factuais, hipotéticos e contrafactuais. As orações designadas tradicionalmente como condicionais podem estar nos três grupos, mas se agrupam preferencialmente nas hipotéticas e contrafactuais. As condicionais hipotéticas ou não factuais são descritas como aquelas em que “o conteúdo proposicional de A especifica o(s) mundo(s) real(is) epistemicamente não acessível (eis) no intervalo de tempo da enunciação, em que se verifica o conteúdo proposicional de B” (p. 301), conforme se examina em (30). (30) Se ele chegar cedo ainda jogaremos uma partida. Geralmente, o estado de coisas expresso nas condicionais hipotéticas localiza-se no futuro, tempo lingüístico que sempre exprime uma modalidade não factual. É que “o futuro lingüístico exprime sempre, associadamente a um valor temporal, um valor modal de não factualidade”. (MATEUS et al., 1989, p. 109), como se constata em (31) e (32). (31) Venha antes que eu chame. (32) Quando chover todos plantarão. As condicionais contrafactuais são também chamadas irreais “porque estabelecem relações gerais entre proposições que se verificam em mundos alternativos ao mundo real”. (p.302), conforme (33). (33) Se chovesse no Nordeste, lá não haveria tanta miséria. A localização do estado de coisas num intervalo de tempo decorre da avaliação que o locutor faz da necessidade, probabilidade, possibilidade ou impossibilidade de ocorrência desse estado de coisas. Portanto, tanto a seleção do modo, como dos tempos verbais utilizados para expressar o futuro é determinada pela posição do locutor em relação ao seu enunciado. Embora ocorra com mais freqüência nas condicionais, o emprego do subjuntivo não é obrigatório, como aponta Rocha Lima (1983 p. 250): “a conjunção característica é se que requer o verbo no subjuntivo, (...) mas é lícito trazê-lo no indicativo quando denota fato real admitido como real em contradição com outro acontecimento: (34) Como queres progredir se não te esforçar no trabalho?” Garcia (1975, p. 67) já destacava se como a conjunção condicional típica, que exige, na maioria das vezes, o verbo no subjuntivo, mas ressalta que razões de ordem enfática podem levar esse verbo ao indicativo nas construções com se; “sobretudo quando a oração principal encerra idéia de ameaça, perigo, fato iminente ou fato atuante no momento em que se fala: 8 (35) Se não me ouvem em silêncio, calo-me.” Com outros conectores, como: caso, contanto que, se bem que, a menos que, a não ser que, desde que, uma vez que, dado que etc., o uso do subjuntivo parece obrigatório quando o verbo da oração principal estiver no futuro. O emprego do indicativo com os três últimos conectores dará ao período um sentido causal, como é possível verificar comparando-se (36) e (37). (36) Eu irei à praia desde que não chova. (37) Eu irei à praia, uma vez que não chove. 7. VARIAÇÃO DO USO DO MODO SUBJUNTIVO NA FALA CEARENSE Nesta seção, apresentamos um breve estudo sobre o uso do subjuntivo na fala cearense, com o objetivo de verificar, primeiramente, em que medida tal uso pode ser condicionado pela modalidade, considerando o que foi exposto acima e a afirmação de Cunha (1984), para quem, segundo a tradição gramatical, a escolha dos modos na oração subordinada está diretamente relacionada ao verbo da oração principal. Inicialmente, será investigada a relação entre verbos denotadores de dúvida, incerteza ou possibilidade que introduzem orações subordinadas substantivas e a preferência pelo uso do modo subjuntivo ou indicativo neste tipo de oração. Em segundo lugar, verificaremos a alternância modal nas orações subordinadas adjetivas restritivas e nas orações subordinadas adverbiais condicionais. Para analisar a variação subjuntivo/indicativo nas orações subordinadas substantivas e nas adjetivas restritivas, trabalhamos com uma amostra de 18 entrevistas, selecionadas em função da faixa etária e do nível de escolaridade, com a seguinte estratificação: Faixa etária I: de 15 a 25 anos; Faixa etária II: de 26 a 50 anos; Faixa etária III: mais de 50 anos; Nível de escolaridade 1: de 0 a 4 anos de escolarização; Nível de escolaridade 2: de 5 a 9 anos; Nível de escolaridade 3: mais de 9 anos de escolarização. No caso das condicionais, a amostra considerada foi de 36 informantes, considerando-se as mesmas variáveis mencionadas acima. 7.1. Uso do modo subjuntivo ou do indicativo em orações subordinadas substantivas introduzidas por verbos que denotam dúvida, incerteza ou possibilidade. Para investigar a relação entre a modalidade do verbo da oração matriz e o modo verbal da oração subordinada substantiva, selecionamos todos os períodos com essa configuração em que ocorressem verbos denotadores de dúvida, incerteza ou possibilidade. O primeiro levantamento demonstrou que, mesmo com esses verbos na oração matriz, o uso do subjuntivo 9 na oração subordinada substantiva não é categórico. Do total de períodos em que apareceram tais verbos (147), o subjuntivo foi usado em apenas 42,18% dos casos, enquanto 57,82% ficaram no modo indicativo . Levando em conta a dispersão dos verbos mencionados acima, resolvemos selecionar apenas as orações introduzidas pelos verbos de maior freqüência, no caso, os verbos achar, pensar e esperar. Considerados isoladamente, constatamos que, entre os três verbos indicadores de dúvida, incerteza ou possibilidade, a preferência recai sobre o verbo achar (n=62), seguido de esperar (n=47), e de pensar (n=38). No entanto, observa-se que o subjuntivo é mais condicionado pelo verbo esperar, tendo sido usado em 59,57% das orações introduzidas por esse verbo, seguindo-se a este o verbo pensar, com 47,36%. Já o verbo achar, apesar de mais freqüente, só ocorre com subjuntivo em 19,35% dos casos. Os exemplos abaixo apresentam períodos com orações substantivas introduzidas pelos verbos de dúvida mais recorrentes no corpus. (38) DOC: E por que ele foi buscá-la em casa? INF: (...) o professô pensô que eu (+) disistisse (...)(Inf.: A.L.A., Sexo feminino, faixa etária III, nível de escolaridade II). (39) DOC: Por que você não voltou a falar com ela? INF: eu isperei que e:la voltasse a falá cumigo primêro, (Inf.: A.L.A., Sexo feminino, faixa etária III, nível de escolaridade II). (40) DOC: Você se considera uma pessoa otimista? INF: (...) eu acho uma coisa assim’ que to:do mundo fosse como eu (+) num tinha triste:za (Inf.: A.L.A., Sexo feminino, faixa etária III, nível de escolaridade II). (41) DOC: Mas você tem esperança de melhorar? INF: é isperá que chu/ dê as primêra chuva, (...)(Inf.: F.C.O., sexo feminino, faixa etária III, Nível de escolaridade I). (42) DOC: E o que você acha do trabalho das assistentes sociais aqui na comunidade? INF: eu penso que elas querem: ajudá todo mundo. (Inf.: F.C.O., sexo feminino, faixa etária III, Nível de escolaridade I). (43) DOC: Se você fosse professora, o que esperaria dos seus alunos? INF: eu ispero que cada um cumpra com o seu devê, (Inf.: F.C.O., sexo feminino, faixa etária III, Nível de escolaridade I). (44) DOC: Você tem curiosidade de saber como é a vida das moças de sua idade na cidade grande? INF: eu gostaria muito de sabê como é que as jovens da minha idade; vévi lá, (Inf.: I. L. D., sexo feminino, faixa etária I, Nível de escolaridade I) Uma análise da amostra, sob a perspectiva dos fatores sociais, permite-nos constatar que a preferência pelo uso do modo indicativo foi maior em todas as faixas etárias, enquanto o uso do subjuntivo com os três verbos concentra-se na Faixa I (15-25 anos), exceto com o verbo esperar, cuja preferência recaiu na Faixa II (26-50 anos), apresentando 59,57% das ocorrências. Quanto ao nível de escolaridade, constata-se que os falantes de escolaridade mais baixa 10 preferiram o modo indicativo, excetuando-se as orações introduzidas pelo verbo esperar, na oração matriz, que não ocorrem na fala desses informantes. Já o uso do subjuntivo concentrase na fala dos informantes de Nível 2 (5 a 9 anos de escolarização). Tais resultados confirmam a previsão de Rocha (1997), para quem “a alternância indicativo/subjuntivo é uma variação inerente à língua e a escolha por determinado modo não obedece sistematicamente a configurações predeterminadas em razão somente do verbo da oração matriz”. 7.2. A alternância dos modos indicativo e subjuntivo em orações adjetivas restritivas Na amostra de fala considerada, foram encontradas 55 ocorrências de orações adjetivas restritivas. Em 45 dessas orações, o modo usado é o indicativo, o que corresponde a 82% dos casos, restando apenas 18% de orações com subjuntivo. Os dados mostram que há uma tendência maior para a construção das orações subordinadas adjetivas com indicativo, contrariando a tradição gramatical que afirma que “o subjuntivo é por excelência o modo da oração subordinada” (CUNHA, 1984). Com relação aos verbos da oração principal, nas construções com indicativo na subordinada, figuram entre os mais recorrentes os verbo ser, ter (com sentido de existir) e achar. Já nas construções com subjuntivo na subordinada, os verbos mais recorrentes são ter e querer. Os exemplos (45) a (48), abaixo, permitem-nos constatar que o verbo da oração principal pode influenciar a seleção do modo verbal, mas nem sempre está relacionado ao grau de certeza e incerteza da oração, como afirmam as gramáticas normativas, que costumam associar o modo indicativo a situações de certeza e o subjuntivo a situações de dúvida. Como se pode verificar, no exemplo (48), o verbo “achar”, que tem matiz de dúvida, portanto deveria pedir o subjuntivo, aparece em uma construção com o indicativo, enquanto no exemplo (45) poder-se-ia esperar que o verbo “ter” pedisse o presente do indicativo, no entanto, a oração subordinada está construída com subjuntivo. No caso da oração adjetiva, portanto, parece necessário investigar também a natureza do verbo da subordinada. (45) INF: a metade dos remédio ainda são os mehmo do meu conhecimento de de trinta anos atrás’ ainda tẽi remédio que sirva’ que é o mesmo remédio(+) (Inf.: A.L.A., sexo feminino, faixa etária III, nível de escolaridade II). (46) INF: quero uma pessoa que mim faça feliz’ não uma pessoa que mim faça infeliz, (Inf.: M.L.A., sexo feminino, faixa etária II, nível de escolaridade III). (47) INF: (...) ele não vai tê condição de dá uma educação que preste a você (...) (Inf.: J.P.C., sexo masculino, faixa etária I, nível de escolaridade III). (48) INF: (...) eu acho’ que essas pessoas que são drogadas... estão perdendo a ma / a 11 melhó parte da vida, (Inf.: M.M.S., sexo feminino, faixa etária I, nível de escolaridade II). Considerando-se as variáveis sociais, constata-se que as construções com orações adjetivas restritivas com verbo no indicativo são mais usadas pelos informantes da faixa etária I e do nível de escolaridade III. Já as construções com subjuntivo foram mais freqüentes na fala de informantes da faixa etária I. Quanto ao nível de escolaridade, observa-se que as ocorrências de orações subordinadas adjetivas restritivas distribuem-se igualmente entre os falantes de nível de escolaridade II e III, não se percebendo qualquer influência da variável sexo. Esses dados, entretanto, não podem ser considerados conclusivos, uma vez que seria necessária uma amostra maior de dados para que se pudesse fazer uma análise mais rigorosa. 7.2. A alternância modal nas orações subordinadas adverbiais condicionais Com base em uma amostra de 36 informantes, distribuídos conforme as variáveis mencionadas acima, fizemos o levantamento de todas as orações condicionais, verificando que fatores condicionam o uso de cada modo – subjuntivo e indicativo. De acordo com Bechara (1976), usa-se o subjuntivo em referência a fatos incertos, duvidosos e impossíveis de realizar. Com relação às orações adverbiais, o gramático lista os possíveis contextos semânticos cuja forma verbal se atualiza no subjuntivo, a saber: “as condições de se, contanto que, sem que, a não ser que, suposto que, dado que, para exprimir hipótese e não uma realidade” (BECHARA, 1976, p.300). O levantamento dos verbos resultou em 131 (81%) ocorrências no subjuntivo e 29 (19%) no indicativo, observando-se uma tendência maior para a construção das orações subordinadas adverbiais condicionais com subjuntivo. Nos dados, encontramos várias ocorrências de construções com indicativo que apresentam caráter hipotético, o que torna contraditória a associação de indicativo à certeza ou realidade e o subjuntivo a fato hipotético. Os exemplos (49) e (50) ilustram o uso dos dois modos, destacando-se o indicativo em contexto preferencial de subjuntivo. (49) DOC: Como são essas novenas? INF: novenas são (+) novenas comum às vezes (+) (alguma) pessoa faz uma promessa’ né” se: alcança essa graça’ aí: celebra uma novena’ até: nove novena no máximo (+) aí (+) é assim as novena daqui, (Inf.: E.R.S., sexo masculino, faixa I, nível I) (50) DOC: Você acha que o jovem que vive na zona rural tem oportunidade de desenvolver o seu potencial? INF: se ele: (+) te:ntá ele consegue’ agora se ele não (+) batalhá aí é mei difícil’ né” poque: sem batalhá o caba não a:lcança na:da (+) tem que batalhá mu:ito, (Inf.: E.R.S., sexo masculino, faixa I, nível I). Supondo que a escolha do modo tem ligação direta com o tipo de verbo da oração 12 principal, relacionado ao grau de certeza e incerteza do falante em relação ao fato que enuncia, analisamos todos os verbos da oração matriz e destacamos os mais relevantes para a escolha do modo da oração subordinada. Constatamos que o uso do subjuntivo foi predominante com todos os verbos: ser (83%), ter (69%), ficar (80%), fazer (90%) e poder (90%) e categórico (100%) com os verbos achar, tentar e pretender, como se pode observar (51) e (52). (51) INF: (...) (5) DOC: Mas o senhor não tem mais terra porque não tem espaço ou porque está faltando o dinheiro pra comprar? INF: ixiste as duas parte’ primêro’ não tem dinhêro para comprá (+) purque se tivesse dinhêro para comprá tiria ispaço’ (Inf.: V.G.A., sexo masculino, faixa III, nível III) (52) INF: (...) (8) DOC: O senhor vê a televisão como uma ameaça aos pais de família hoje em dia? INF: eu acho (+) acho que ela influi um pouco’ a gente vê tanta violência’ assim/ que se a gente fô uma pessoa/ (+) num tivé a cabeça no lugar’ um pouco culto’ eu acho que ele sempre perde um pouco/ (...) (Inf.: S.F.H., sexo feminino, faixa II, nível II) A análise dos tempos verbais mostra que a correlação temporal que mais favorece o uso do subjuntivo é a que apresenta o futuro do pretérito do indicativo na oração matriz e pretérito imperfeito do subjuntivo, com 95% de aplicação, seguido da correlação presente do indicativo/ futuro do subjuntivo, com 93% e pretérito imperfeito do indicativo/ pretérito imperfeito do subjuntivo, com 80%, como ilustram os exemplos (53) e a seguir. (53) DOC: Você acha que tendo um professor, há uma mudança na educação ou não? INF: (...) se não tivesse o orientador não precisava de escola (+) que aí podia estudá em casa com o livro’ né” (Inf.: A.R.S.S., sexo masculino, faixa I, nível II) (54) DOC: Quer dizer que se o senhor tivesse mais terra, aumentaria sua produção? INF: se eu tivesse mais terra eu aumentaria minha produção (+) e: (+) aumentaria as variedade’ ou seja’ as espécie de fruta, (Inf.: V.G.A., sexo masculino, faixa III, nível III). Com relação ao tipo de conetivo utilizado pelos falantes na construção das orações condicionais, verificou-se que predomina a conjunção se, com 97% do total de ocorrências. Em segundo lugar figura a não ser, com 2% do total e caso, com 1 %. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS As discussões acima tentam apresentar uma visão geral sobre as questões relacionadas com o estudo do subjuntivo, cujo desafio principal é investigar em que medida o uso do subjuntivo é predeterminado por configurações estruturais, condicionado por fatores sintáticosemânticos ou influenciado por variáveis situacionais e sociais. A análise realizada com base em pequena amostra de fala do português do Brasil (região do Cariri-CE) permite observar que, nas orações subordinadas substantivas encontradas na amostra selecionada, há uma alternância entre os modos indicativo e subjuntivo, o que é 13 influenciado pelos verbos da oração matriz, especialmente pensar e esperar. No entanto, quando o verbo da oração matriz é o verbo achar, há uma tendência a ocorrer o modo indicativo na oração subordinada. No que diz respeito aos dados da fala cearense, portanto, a predominância de uso do indicativo em orações introduzidas por verbos de dúvida, incerteza ou possibilidade é uma forte sugestão de que a variação do uso dos modos subjuntivo e indicativo nas orações subordinadas substantivas não pode ser atribuída somente aos critérios certeza/incerteza ou real/irreal, mas também a outros fatores como os discutidos no corpo deste trabalho. Quanto às orações subordinadas adjetivas restritivas, estas ocorrem predominantemente com o indicativo, ao contrário do que sugere a gramática tradicional, observando-se que o tipo e o tempo do verbo da oração principal podem influenciar a escolha do modo da oração subordinada, uma vez que, quando o verbo da oração principal indica presente ou passado, o verbo da subordinada tende a aparecer no indicativo, mas quando o verbo da oração matriz dá idéia de futuro, a tendência é o falante optar pelo subjuntivo. Em relação às orações subordinadas adverbiais condicionais, construídas preferencialmente com a conjunção se, observa-se que o uso do subjuntivo é predominante, sobretudo quando os verbos expressam uma conjectura como pretender e tentar ou opinião como achar. Constata-se, assim, que tipo e também o tempo do verbo da oração principal influenciem a escolha do modo, mas não podem ser considerados fatores determinantes para esse processo. As considerações expostas acima, bem como o breve estudo sobre dados da fala cearense indicam a necessidade de mais pesquisas sobre os fatores que condicionam o uso dos modos subjuntivo e indicativo e determinam a variação lingüística dos dois modos em questão nas diferentes variedades do português. 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, Tiago Gil Lessa. Elementos para um estudo do modo verbal em português. Fortaleza, 2002. Dissertação (Mestrado em Lingüística). Programa de Pós Graduação em Lingüística. Universidade Federal do Ceará, 2002. 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