Úlcera Crônica Vascular Tratada com LED (Luz Emitida

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Úlcera Crônica Vascular Tratada com LED
(Luz Emitida por Diodo)
Dra. Bhertha M. Tamura
Assistente da Universidade de Santo Amaro, Colaboradora da Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo;
Paulo T. Tamura
Relato de caso de consultório particular;
Introdução
Os LED (light emitting diodes) são diodos de
semicondutores submetidos a uma corrente elétrica que
emitem luz que é utilizada para fototerapia com
comprimentos de onda que variam de 405nm (azul) a
940nm (infravermelho). Eles têm um papel diferente do
tratamento não ablativo, pois não causam dano tecidual
baseado na fototermólise, pelo contrário, sua ação se dá
através da estimulação direta intracelular, mais
especificamente nas mitocôndrias: reorganizando as
células, inibindo ações e estimulando outras (descritas
abaixo),
resultando
no
chamado
efeito
da
fotobioestimulação ou fotomodulação. São diversas as
afecções que se beneficiam desse sistema e a cada dias
surgem novas aplicações nas publicações médicas1-3
Caso Clínico
Paciente de 85 anos, feminina apresentou aneurisma
dissecante de aorta (dez/2005), tratada cirurgicamente com
enxerto aorto-femoral evoluiu com embolia de artéria tibial
anterior com isquemia de todo o pé esquerdo. Houve
recuperação quase total do membro porém, queixava-se de
úlceras no hálux, na segunda e terceira falange dolorosas
que não cicatrizavam, nem melhoravam desde há dois
meses. Tratou as feridas com vários cremes antibióticos
(não sabia mais referir os nomes) mas se lembrava de usar
regularmente ácidos graxos essenciais, vitaminas "A" e "E"
e lecitina de soja® também sem melhora. Usa
rotineiramente medicamentos para hipertensão e ácido
acetilsalicílico por indicação cardiológica.
Exame Dermatológico
Apresentava edema da perna e pé esquerdo(4+), eritema,
descamação, exulcerações em áreas isoladas e prurido.
Úlcera no hálux na área da placa ungueal bem delimitada e
o fundo com presença de secreção e tecido necrótico,
porém não purulento. Sua placa ungueal era distrófica,
curta e espessa. A ferida da segunda falange tinha o mesmo
aspecto que o do hálux, porém era mais superficial.
Diagnosticamos dermatite de contato, edema por
deficiência circulatória e úlcera após isquemia.
Tratamento
Na primeira consulta, debridamos as feridas e utilizamos
luz emitida por diodos (LED) com comprimento de onda
de 940nm contínuo/5mW/cm2 por 20 minutos e 630nm
contínuo/11mW/cm2 por 20 minutos (a fotos 1 apresenta a
seqüência de datas dos tratamentos com as medidas do
tamanho das úlceras) seguido de drenagem linfática do
membro afetado. Realizamos debridamentos com
intervalos de 10 dias e a luz duas vezes por semana nesses
mesmos parâmetros e prescrevemos creme de uréia a 5%
com salicílico a 3% associado à lactokine 3%
e
eritromicina 0,05% para uso sobre as úlceras sem
conservantes para evitar a piora da dermatite de contato.
Suspendemos
as
medicações
tópicas
utilizadas
anteriormente. As feridas da paciente evoluíram com
melhora importante a cada retorno, diferentemente da
evolução que as mesmas vinham apresentando nos últimos
dois meses. Ainda está em fase de cicatrização (foto 2),
foram realizadas 10 sessões, sendo as 6 primeiras duas
vezes por semana e atualmente somente uma vez por
semana com melhora do edema e do eczema.
2 meses de história sem melhora
Publicado por Industra Ltda.
Av. Professor Luís Augusto de Oliveira, 288. CEP: 13566-340. São Carlos, SP, Brasil.
2007, Abril. http://www.industra.com.br
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Foto 2
2 dias após Luz Azul 10'
Vermelha 10' e InfraRed 10'
Discussão e Conclusão
Este é o relato de um único caso de úlcera após isquêmica
grave tratada com LED. Essa modalidade terapêutica é
uma tecnologia nova que não possui casos, dados ou
artigos científicos quanto à sua real aplicabilidade e
resultados. A fotobioestimulação ou fotomodulação
decorrente dessa luz atuaria sobre a célula e sua
permeabilidade, sobre as mitocôndrias estimulando a
síntese de ATP e, conseqüentemente, de proteínas, como
colágeno e elastina de forma adequada. Contribui também
com a regularização da divisão celular, inibição da
produção de colagenase (metaloproteinases) e gelatinase.
Há trabalhos realizados em pé diabético que questiona
também a sua ação na capacidade de reorganizar o sistema
vascular através da sua ação antiinflamatória e imunoreguladora. Ainda há necessidade de estudos profundos e
que a casuística seja muito maior para que realmente
possamos concluir qual é o benefício do tratamento4-6.
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Publicado por Industra Ltda.
Av. Professor Luís Augusto de Oliveira, 288. CEP: 13566-340. São Carlos, SP, Brasil.
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