SEQUÊNCIA DIDÁTICA UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA1 QUEIROZ, Antônia Márcia Duarte Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais- IFSULDEMINAS Universidade Estadual de Montes [email protected] QUEIROZ, Joyce [email protected] RESUMO O objetivo desse trabalho é refletir sobre as possibilidades de intervenção pedagógica no ensino a partir de uma proposta de sequência didática de planejamento adequado para aulas de Geografia. De acordo com os PCNs (1998) aprender Geografia significa também conseguir perceber, observar com intenção e descrever nosso cotidiano nas paisagens, interpretando os seus significados, passado, presente e intervir no seu futuro. As temáticas de ensino-aprendizagem de Geografia permitem diferentes formas de interpretar a realidade. A Geografia navega em diferentes escalas de tempo e espaço. Assim, o papel da Geografia no sistema escolar atual é o de integrar o educando ao meio, ou seja, ajudá-lo a conhecer o mundo em que vive. É fundamental que, o professor crie e planeje situações nas quais os alunos possam conhecer e observar de forma crítica. Para que estes possam, compreender e assim desenvolver habilidades e competências indispensáveis a aprendizagem. O conhecimento da realidade, enfim, e mesmo a atuação nela com vistas a um mundo mais justo, é algo muito mais importante do que as disputas corporativistas. A metodologia escolhida articula o CBC de Geografia a matriz de referencia do 9º ano do ensino fundamental. Assim, desenvolveuse uma sugestão de estratégias para intervenção pedagógica para o ensino dessa disciplina que poderá servi como suporte para o professor do ensino fundamental no planejamento e prática docente. Palavras-chave: Ensino. Planejamento pedagógico. CBC. 1 Relatório de pesquisa INTRODUÇÃO O estudo da Geografia é o desenvolvimento do sentido de direção, da capacidade de ler mapas, da compreensão das relações espaciais e do conhecimento do tempo, do clima e dos recursos naturais. O aprendizado da geografia se inicia desde os primeiros anos escolares podendo se estender até a universidade. O homem sempre precisou e se utilizou do conhecimento geográfico. Fazer a Geografia se tornar interessante aos alunos é um dos fundamentos das propostas ao ensino desta disciplina, estimulando à dúvidas, os questionamentos, as pesquisas, motivando-os a aprender e estudar a geografia de maneira que a compreendam, por fazer parte do seu cotidiano. Sobre o ensino de Geografia, Vesentini (2008) afirma que um ensino crítico de geografia não consiste pura e simplesmente em reproduzir num outro nível o conteúdo da[s] geografia[s] crítica[s] acadêmica[s]; pelo contrário, o conhecimento acadêmico [ou científico] deve ser reatualizado, reelaborado em função da realidade do aluno e do seu meio. [...] O ensino de geografia no século XXI, portanto, deve ensinar – ou melhor, deixar o aluno descobrir – o mundo em que vivemos, com especial atenção para a globalização e as escalas local e nacional, deve enfocar criticamente a questão ambiental e as relações sociedade/natureza, [...] deve realizar constantemente estudos do meio. O objetivo do ensino de Geografia, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é explicar como a sociedade se apropria da natureza. A paisagem não é estática. Ao contrário, está em constante transformação e é esse caráter de mutação e interrelação com o ser humano que deve ser enfatizado. A Geografia é essencialmente uma história da natureza. Assim, os PCN pretendem que o aluno aprenda a observar, descrever, registrar, explicar, comparar e representar as características do lugar onde vive, de outras paisagens e de diferentes espaços geográficos – isto é, a ação do ser humano sobre a natureza. O estudo da Geografia é o desenvolvimento do sentido de direção, da capacidade de ler mapas, da compreensão das relações espaciais, do conhecimento do tempo, do clima e dos recursos naturais. O homem sempre precisou e se utilizou do conhecimento geográfico. Fazer a Geografia se tornar interessante aos alunos é um dos fundamentos das propostas ao ensino desta disciplina, estimulando as dúvidas, os questionamentos e as pesquisas, motivando-os a aprender e estudar a geografia de maneira que a compreendam, por fazer parte do seu cotidiano. A constante troca de significados é permitida na sala de aula através de um espaço da comunicação. Com o objetivo de tornar a geografia cada vez mais próxima do cotidiano dos alunos, o professor pode unir duas fontes de conhecimento: os meios de comunicação e a sala de aula. Por fazer parte do dia a dia do aluno, as mais diversas formas de mídias possuem importância e influência constante na formação do conhecimento e podem auxiliar os estudantes a entender e interpretar o que recebem dos meios de comunicação. As aulas de Geografia trabalham o homem, o meio e os mais diversos tipos de relações entre eles e seus impactos históricos sociais. Existe, ainda, a necessidade de saber relacionar o conteúdo, estabelecer a ligação entre a mídia e a escola, assessorando o aprendizado e a formação do conhecimento do aluno em relação ao fato apresentado. Assim, essa proposta servirá como suporte para professores do ensino fundamental no direcionamento do planejamento das aulas para alunos do 9º ano. O artigo está estruturado em três seções, a primeira aborda aportes teóricos sobre o ensino da Geografia, a segunda apresenta um modelo de sequencia didática que foi elaborada para professores da rede pública estadual de Montes Claros – MG. E por fim nas considerações finais é ressaltada a importância da elaboração pedagógica que facilita na compreensão geográfica do aluno do ensino fundamental. APORTES TEÓRICOS SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA Santos (2005) afirma que a distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade. Esta distinção assenta numa concepção mecanicista da matéria e da natureza a que contrapõe, com pressuposta evidencia os conceitos de ser humano, cultura e sociedade. Nesse sentido, a Geografia estuda a relação entre o homem e o meio ambiente, além da superfície e a distribuição espacial de fenômenos significativos na paisagem. Também pode ser definida como uma prática humana de conhecer o meio onde se vive a fim de compreender e planejar o espaço. O objetivo do ensino de Geografia, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), é explicar como a sociedade se apropria da natureza. A paisagem não é estática, ao contrário, está em constante transformação e é esse caráter de mutação e inter-relação com o ser humano que deve ser enfatizado. Assim nota-se que o objetivo do estudo da Geografia é o estudo do espaço da sociedade humana, onde vivem os homens, e que produzem modificações. Elementos como indústria, cidades, agricultura, rios, solos, climas, populações, etc; constituem o espaço geográfico onde a humanidade vive e é parte integrante. A Geografia depende de outras áreas de conhecimento para obtenção de informações básicas, como a química, geologia, matemática, história, física, astronomia, biologia, etc. Viagens, leituras e estudo de estatísticas são ferramentas importantes para os geógrafos. O estudo da Geografia é o desenvolvimento do sentido de direção, da capacidade de ler mapas, da compreensão das relações espaciais e do conhecimento do tempo, do clima e dos recursos naturais. O aprendizado da geografia se inicia desde o primeiros anos escolares podendo se estender até a universidade. Nos dias de hoje, nosso conhecimento geográfico é ilimitado. Fazer a Geografia se tornar interessante aos alunos é um dos fundamentos das propostas ao ensino desta disciplina, estimulando as dúvidas, os questionamentos, as pesquisas, motivando-os a aprender e estudar a geografia de maneira que a compreendam, por fazer parte do seu cotidiano. Sobre a crítica no ensino de Geografia, Vesentini (1995) citado por Cavalcanti (1998, p. 78 ) afirma que: Um ensino crítico de geografia não consiste pura e simplesmente em reproduzir num outro nível o conteúdo da[s] geografia[s] crítica[s] acadêmica[s]; pelo contrário, o conhecimento acadêmico [ou científico] deve ser reatualizado, reelaborado em função da realidade do aluno e do seu meio. [...] O ensino de geografia no século XXI, portanto, deve ensinar – ou melhor, deixar o aluno descobrir – o mundo em que vivemos, com especial atenção para a globalização e as escalas local e nacional, deve enfocar criticamente a questão ambiental e as relações sociedade/natureza, [...] deve realizar constantemente estudos do meio. A constante troca de significados é permitida na sala de aula através de um espaço da comunicação. Uma nova linguagem interagindo com o ensino da Geografia, passou a surgir com a evolução dos meios de comunicação de massa, ou seja, a mídia. Entender o processo de construção da notícia é fundamental, pois a informação passa por várias mediações, desde a fonte até o receptor. Nessas mediações se incorporam à notícia as visões de mundo daqueles que codificam a mensagem. O texto mediático e os programas televisivos refletem uma parcela da realidade. Seu aproveitamento como material didático para o ensino da Geografia requer um processo no qual o interdiscurso com o conhecimento geográfico possibilite a criação de novos espaços para novas mediações. O professor, os alunos e o conhecimento geográfico atribuirão novos significados ao material didático. Ensinar Geografia obriga a pensar o objeto e os métodos presentes no ensino dessa disciplina. O ensino da Geografia precisa dar conta da realidade no contexto da era da globalização, considerando que “com o papel que a informação e a comunicação alcançaram em todos os aspectos da vida social, o cotidiano de todas as pessoas assim se enriquece de novas dimensões [...] ao mesmo tempo em que esse cotidiano enriquecido se impõe como uma espécie de quinta dimensão do espaço banal, o espaço dos geógrafos” (Santos, 2006, 217), o que indica uma complexidade típica da pósmodernidade que se caracteriza por relações de escala local e de escala global cada vez mais importante de serem compreendidas pelo cidadão comum, de modo a permitir sua inserção na sociedade. A escola tem um papel fundamental em fazer entender este cenário mundial. A Educação vem enfrentando mudanças significativas na sua didática, na sua forma de avaliar, na sua metodologia. O papel da educação é bem significativo, quanto à contextualização do conhecimento. Com contribuição relevante no espaço escolar, o conceito dos recursos didáticos assume um novo papel diante dos meios tecnológicos aplicados à educação. No processo de ensino-aprendizagem em Geografia o professor dirige a experiência do aluno, para que ele atinja, com a inter-relação das novas tecnologias, o objetivo principal, a aprendizagem. A natureza e a extensão dessa aprendizagem são particularizadas pelas categorias curriculares. O fator principal do processo de ensino-aprendizagem em Geografia é, sem dúvida, a presença de um estímulo que leve o aluno à ação. O aluno ao ingressar na escola já traz conhecimentos e experiências que na maioria das vezes são difusos. “[...] Ao professor cabe à reorganização das noções já adquiridas e a organização de novos conhecimentos e de novas experiências a serem assimiladas” (OLIVEIRA, 1968 p. 45). A sistemática de trabalho do professor de Geografia abrange metodologia e critérios pormenorizados, visando a desenvolver no aluno habilidades básicas de inter-relações com o meio geográfico: transmitir e receber ideias sobre o espaço geográfico. A característica de propiciar a interação e a construção colaborativa de conhecimento da o potencial de incitar o desenvolvimento de habilidades de escrever, ler, interpretar textos e de comunicação. De acordo com o Centro de Referência virtual do professor (CRV) a Proposta Curricular se assenta nas bases de um currículo flexível, capaz de se ajustar à realidade de cada escola, de cada região do Estado e às preferências e estilos de ensino dos professores. Entretanto, ela aponta para alguns conteúdos que, por sua relevância, são considerados essenciais. Esses conteúdos essenciais são denominados Conteúdos Básicos Comuns – CBC –, sendo seu ensino obrigatório nas Escolas da Rede Estadual de Ensino de Minas Gerais. O CBC irá compor a matriz de competências básicas para a avaliação do sistema público de ensino em Minas Gerais. A partir do CBC pode se criar novas propostas pedagógicas de orientação ao professor, de forma sequencial que possa ajudar na compreensão dos alunos nos conteúdos da Geografia. MODELO DE UMA SEQUENCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA PARA ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Eixo Temático: Geografias do Cotidiano Tema: Meio ambiente Esta sequencia didática tem como proposta compreender as concepções de Meio ambiente e as polêmicas que envolvem os problemas da natureza bem como promover interface com a língua portuguesa por meio do gênero informativo. A intenção é apresentar conceitos para promover ações que reconheçam os domínios de natureza avaliando a interferência humana na exploração de seus recursos. Além disso, explicar a relação existente entre o consumo da natureza e a sustentabilidade ambiental com vistas a educação ambiental com atitudes que contribuam para melhoria da qualidade de vida. Para avaliação utilizamos o desenvolvimento daquelas habilidades e competências que asseguram o processo de aprendizagem. Assim, a avaliação será realizada por meio da análise, correção e reformulação da produção do texto informático que os alunos realizarão. Expectativas de aprendizagem • Compreender a polêmica que envolve os problemas socioambientais. • Reconhecer os domínios de natureza avaliando a interferência humana na exploração de seus recursos. • Explicar a relação existente entre o consumo da natureza e a sustentabilidade ambiental. • Promover interface com a língua portuguesa por meio do gênero informativo. • Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto. Conteúdos: Meio ambiente, Natureza, Sustentabilidade Atividade para levantamento dos conhecimentos prévios Atividade 01: Descobrindo o conhecimento que o aluno possui sobre a problemática ambiental Professor(a), para esta atividade, o aluno deverá escrever um pequeno texto individual, onde deverá analisar a figura, identificar os problemas ambientais, tais como, poluição do ar e do solo dentre outros; desmatamentos e a grafia do português utilizada pelos personagens. O objetivo é realizar um levantamento do conhecimento prévio do aluno sobre ambiente e identificar a aprendizagem do aluno na leitura e escrita.(Utilize um texto informativo) Após a produção de texto dos alunos escolha aleatoriamente de 03 a 05 produções realizadas pelos alunos leia para a turma (sem identificar o autor) e promova as seguinte indagação: Quais as informações sobre Meio Ambiente disponibilizadas nos textos? Sistematização de conhecimentos Professor(a), nessa atividade o aluno ( em dupla) deverá fazer a leitura de um texto informativo sobre o tema Meio Ambiente. Atividade 02: Após a leitura do texto explique e registre na lousa, ou quadro negro, um quadro evolutivo sobre as ações relacionadas ao tema para que os estudantes copiem em seus cadernos. Atividade 03: Professor(a), é importante que traga para sala de aula exemplos de textos informativos. Solicite aos alunos, também, que tragam exemplos de textos informativos sobre sua cidade. Divida a turma em grupos para que selecionem alguns textos de seu interesse. Depois com toda a turma faça uma leitura circular e debata com os alunos sobre os principais problemas ambientais em sua cidade. Atividade 04: Avaliação: produzir um texto utilizando o gênero informativo que aborde os problemas ambientais em sua cidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O que foi proposto neste trabalho é que o ensino de Geografia precisa ir além da reflexão das necessidades da sociedade em que está inserida. É preciso estar sintonizada aos aspectos teóricos e didáticos apresentados. São propostas de orientação ao professor, de forma sequencial e lógica que aborda um determinado tema, possibilitando a participação ativa dos alunos. É muito comum o professor de geografia encontrar dificuldades em atrair a atenção dos alunos em relação a conteúdos da disciplina. Diante dessa realidade, o professor precisa buscar alternativas atrativas de ensino, com a finalidade de chamar a atenção dos alunos nas aulas. As fontes de diversos livros didáticos, o professor pode possibilitar aos alunos a incursão aos horizontes geográficos das suas vivências e experiências e estabelecer relações e implicações mais amplas dessa realidade do espaço geográfico. Por meio das atividades desempenhadas na confecção deste trabalho, desde a escolha do tema, da metodologia a ser aplicada, da pesquisa teórica consultando diversos autores e fontes e culminando na aplicação da atividade em sala de aula, verifica -se que o objetivo de demonstrar que no ensino de Geografia, não pode- se limitar a discutir sobre as atualidades, ou seja, debater apenas o momento. Passar a enxergar o ensino de Geografia de modo vivo e dinâmico, pertencendo ao seu dia a dia, sendo útil para além de fatores escolares. O educador, ao utilizar deste método, consegue dinamizar suas aulas e obter um resultado mais produtivo. O professor da disciplina deve procurar aproximar seus alunos à realidade, desligando -os da ideia que a Geografia que se aprende em sala de aula não combina com o mundo em que vivemos. Necessita -se facilitar seu aprendizado para que sejam criadas possibilidades dos estudantes obterem a percepção que a Geografia está ao seu redor. Conclui-se que ao desenvolver a proposta produziu-se um material de apoio que poderá auxiliar o professor de Geografia a planejar suas aulas, trabalhar dificuldades dos alunos do ensino fundamental de maneira interdisciplinar, com vistas a melhoria de interpretação e compreensão do conteúdo geográfico. REFERÊNCIAS CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e práticas de ensino. Goiânia: Alternativa, 2002. CBC. Proposta curricular de Geografia; ensinos fundamental e médio. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais.(Orgs.). CENTRO DE REFERÊNCIA http://crv.educacao.mg.gov.br/ VIRTUAL DO PROFESSOR (CRV): BRASIL, Ministério da Educação. - Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN – Língua Portuguesa) Brasília: Secretaria de Ensino Fundamental do Ministério da Educação e Cultura, 1998. OLIVEIRA, Alaíde Lisboa de. Nova didática. Belo Horizonte: Bernardo Álvares, 1968. SANTOS, Boaventura de Sousa; um discurso sobre as ciências. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2005. SANTOS, Milton, A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção - 4. ed. 2. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. - (Coleção Milton Santos; 1) VESENTINI, José Willian Para uma Geografia Crítica na Escola. São Paulo; 2008. http://geocritica.com.br/Arquivos%20PDF/LIVRO01.pdf. Acesso- junho 2012.