Página 1/1 Organização Não Governamental de Ambiente, de Utilidade Pública, com actividades desde 1981 Comunicado de Imprensa Por ocasião do Dia Nacional da Água (1 de Outubro) Novas barragens ameaçam o património mundial e a economia nacional Lisboa, 1 de Outubro de 2012. Por ocasião do Dia Nacional da Água, que hoje se celebra, o GEOTA vem relembrar que o Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) é um atentado ambiental, bem como um desastre económico e social. Cabe ao Governo tomar as medidas necessárias para salvar os rios portugueses, preservar o património da Humanidade e poupar milhões de Euros aos contribuintes. O Programa Nacional de Barragens, aprovado pelo anterior executivo, prevê a construção de 10 novas barragens, com o intuito de aumentar a produção de energia renovável e reduzir a dependência energética do País. Na verdade, as novas barragens contribuirão apenas em 0,5% da energia primária do país, 3% do fornecimento de energia elétrica e apenas com 2% do potencial de poupança de energia, custarão 16 mil milhões de Euros ao Estado e às famílias nos próximos 75 anos, e levarão à destruição de vários rios, constituindo infrações a diversas Diretivas Comunitárias, em particular a Diretiva-Quadro da Água (DQA) e a Diretiva Habitats. As barragens de Sabor e Foz Tua, especialmente a última, são projetos que devem ser imediatamente cancelados, sendo preferíveis investimentos em economia de energia com um potencial de redução das necessidades energéticas superior a 25% a um custo 10 vezes inferior. João Joanaz de Melo, Presidente do GEOTA, faz por isso um apelo ao Governo: “No contexto atual de crise económica, parar o Plano Nacional de Barragens oferece uma oportunidade para cortar na despesa do Estado e poupar milhares de Euros por família. Uma questão que importa também criticar tem a ver com os atrasos já de 2 anos na conclusão do Plano Nacional da Água e da implementação dos planos de bacia hidrográfica.” Travessa do Moinho de Vento nº17, CV Dta 1200-727 Lisboa Tel | Fax | 21 395 61 20 e-mail | [email protected] homepage | http://www.geota.pt ONGA com estatuto de utilidade pública | Associado fundador da Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente | Membro de: EEB; SAR | Protocolo de cooperação com as associações de defesa do ambiente: ADAPA; A.D.Praia da Madalena; A.E.Alto Tejo; Amigos da Beira; ARCHAIS,AZÓRICA; C.A. Almada; FPCUB; LOURAMBI; Marés, OIKOS; PATO; Palhota Viva; ADPCCBombarral, Associação de Defesa do Património de Mértola, Real 21, Amigos dos Açores, SETA, CNE Página 2/1 Organização Não Governamental de Ambiente, de Utilidade Pública, com actividades desde 1981 Dia Nacional da Água — 1 Outubro O Programa de barragens ameaça património mundial e a economia nacional Lisboa, 1 de Outubro de 2012 1. O GEOTA denuncia que Programa Nacional de Barragens (PNBEPH) é, além de um absurdo económico, um atentado ambiental e um grave factor de incumprimento da Directiva Quadro da Água (DQA). É um estudo realizado pela Arcadis/Atecna para a Comissão Europeia que o afirma: “É evidente que o PNBEPH causará impactes significativos nas espécies protegidas pela Rede Natura 2000”; “Os impactos cumulativos das diversas barragens não foram considerados nem avaliados”; “[as barragens] irão deteriorar significativamente a qualidade da água dos rios afectados e seus afluentes”; “A avaliação ambiental do PNBEPH tem sérias insuficiências e não cumpre os requisitos da DQA”. O mesmo estudo denuncia a má relação custo/eficácia e a falta de fundamentação do PNBEPH. Ainda por cima, estima-se que as barragens do PNBEPH venham a aumentar a fatura eléctrica em pelo menos 10%. (mais informações em no URL: http://www.geota.pt/scid/geotaWebPage/defaultCategoryViewOne.asp?categoryId=761). Ameaçado pelo PNBEPH, continua iminente a destruição do Vale do Tua, um dos últimos rios da Europa em estado natural e um dos mais belos de Portugal. Os signatários de um manifesto, dos mundos da ciência, da cultura, da economia, da política, da cidadania, têm visões diferentes do País e do Mundo, mas uniramse numa vontade comum para defender a paragem imediata das obras em Foz Tua, antes que sejam cometidos danos irreparáveis sobre um património de inestimável valor social, ecológico e económico, parte da nossa herança cultural e identidade nacional. Sete razões objetivas para parar a construção da barragem de Foz Tua: 1. Não cumpre os objetivos. 2. Não é necessária. 3. É cara. 4. Há alternativas melhores. 5. É um atentado cultural. 6. É um atentado ambiental. 7. É um atentado social. (URL: http://www.geota.pt/scid/geotaWebPage//defaultArticleViewOne.asp?categoryID=761&articleID=2302) 2. Tivemos a satisfação de verificar que até os produtores de vinho do Douro estão contra a construção da barragem de Foz Tua, em posição pública tomada recentemente. A pressão sobre os decisores políticos e organismos internacionais e o esforço de comunicação das ONGA têm-se intensificado na luta contra um Plano Nacional de Barragens danoso. 3. Continuam por concluir os planos de gestão de bacia hidrográfica, que são instrumentos de planeamento das águas que visam a gestão, a proteção e a valorização ambiental, social e económica das águas ao nível da bacia hidrográfica e são uma imposição da Diretiva Quadro da Água. Os Planos de gestão de bacia hidrográfica encontram-se com 2 anos de atraso, com nenhum concluído. O nosso país, devido a esse atraso, encontra-se em situação de incumprimento parcial da DQA, tendo já sido avisado pela Comissão Europeia. 4. O Plano Nacional da Água, instrumento estratégico de gestão das águas, que visa estabelecer as grandes opções da política nacional da água e os princípios e as regras de orientação dessa política, a incidir sobre os planos de gestão de bacias hidrográficas e noutros instrumentos de planeamento das águas, conta já com dois anos de atraso (deveria ter sido concluído em 2010). Travessa do Moinho de Vento nº17, CV Dta 1200-727 Lisboa Tel | Fax | 21 395 61 20 e-mail | [email protected] homepage | http://www.geota.pt ONGA com estatuto de utilidade pública | Associado fundador da Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente | Membro de: EEB; SAR | Protocolo de cooperação com as associações de defesa do ambiente: ADAPA; A.D.Praia da Madalena; A.E.Alto Tejo; Amigos da Beira; ARCHAIS,AZÓRICA; C.A. Almada; FPCUB; LOURAMBI; Marés, OIKOS; PATO; Palhota Viva; ADPCCBombarral, Associação de Defesa do Património de Mértola, Real 21, Amigos dos Açores, SETA, CNE