LATITUDE, LONGITUDE E GPS Anselmo Lazaro Branco* ENTENDA O QUE É LATITUDE, LONGITUDE, E COMO FUNCIONA UM APARELHO DE GPS. GPS O GPS é um aparelho digital de localização, que determinada a posição exata no globo terrestre, ou seja, a latitude e a longitude (coordenadas geográficas). Esse aparelho, de modo geral, disponibiliza ao usuário outras informações, como: a altitude, a direção que está sendo seguida, a distância em relação a um ponto que foi marcado anteriormente, a velocidade no percurso. A localização exata é possível graças à recepção de sinais de um sistema de satélites artificiais. É um aparelho que pode ser utilizado em várias situações: medições de propriedades rurais; fiscalização de áreas florestais para constatação, por exemplo, de desmatamento; orientação para pessoas que estão em regiões desérticas, de florestas etc.; em determinadas competições esportivas automobilísticas; na aviação; na navegação; entre outras. Como você pôde ver, o GPS é um aparelho que, entre outras funções, possibilita a determinação das coordenadas geográficas. Essas coordenadas são um sistema de paralelos e meridianos, a partir dos quais se pode determinar valores em graus: latitude, no caso dos paralelos e a longitude, no caso dos meridianos. O PARALELO PRINCIPAL É A LINHA DO EQUADOR, que possui latitude 0º e divide o globo terrestre em dois hemisférios: Norte e Sul. Assim, latitude é a distância em graus de qualquer ponto da superfície terrestre em relação à linha do Equador. A latitude poder ser Norte (N) ou Sul (S) e vai de 0º até 90º. Observe a figura a seguir. O MERIDIANO DE GREENWICH, por convenção, foi estabelecido como meridiano principal. Esse meridiano (0º) e o seu anti-meridiano (180º) dividem o globo terrestre em dois hemisférios: Leste (oriental) ou Oeste (ocidental). Assim, longitude é a distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação ao meridiano de Greenwich. A longitude pode ser Leste (L) ou Oeste (O) e vai de 0º a 180º. Observe a figura a seguir. A interseção, ou seja, o cruzamento de um paralelo e de um meridiano indica a coordenada geográfica de um ponto sobre a superfície terrestre. Temos, a partir disso, a latitude e a longitude, com os quais se pode localizar com precisão, com exatidão, algo na superfície terrestre, seja num continente, numa ilha, ou num oceano. Ouro preto, MG, por exemplo, está localizada, aproximadamente, a 20º de latitude Sul e 44º de Longitude oeste. ORIENTAÇÃO E LOCALIZAÇÃO PONTOS CARDEAIS E OUTRAS REFERÊNCIAS Localizar-se, estabelecer caminhos e orientar-se para seguir a direção certa: isso sempre acompanhou a história do homem na Terra. O que mudou, ao longo do tempo, foram os recursos (equipamentos, instrumentos), as características do espaço geográfico e, por conseqüência, os referenciais para localização e para orientação. Dependendo das características do espaço geográfico, dos aspectos culturais dos povos, da disponibilidade de equipamentos, recursos, como plantas e mapas, e dos referenciais, a maneira de orientar-se e localizar-se variam. Pode-se localizar tomando por base referenciais como ruas, construções, estradas, rios, etc. (situação comum à maioria das pessoas), ou por meio de conhecimentos geográficos, tais como: interpretação de plantas e mapas; domínio de noções sobre coordenadas geográficas - latitude e longitude -, manuseio e leitura de equipamentos, como GPS, bússola. ROSA DOS VENTOS A rosa-dos-ventos é uma figura nos quais estão presentes: Os pontos cardeais: Norte (N), sul (S), Oeste (O, ou West, em inglês) e Leste ou Este (L ou E); Os pontos colaterais: Noroeste (NO), nordeste (NE), sudoeste (SO) e sudeste (SE); Os pontos subcolaterais, és-nordeste (ENE), nor-nordeste (NNE), su-sudeste (SSE), és-sudeste (ESE), oés-sudoeste (OSO), su-sudoeste (SSO), nor-noroeste (NNO), oés-noroeste (ONO); Os intermediários. ------Esses são os pontos que facilitam a orientação na superfície terrestre. A noção a respeito desses pontos de orientação é fundamental para estabelecer os deslocamentos aéreos e marítimos, por exemplo, ou em locais onde não há estradas, como regiões desérticas e áreas florestais. É fundamental também para manusear e utilizar plantas e mapas, determinandose, por exemplo, a localização de cidades, estados, regiões, países, continentes, oceanos, tomando-se por referência um certo local ou elemento: ao afirmamos que o estado de Tocantins está ao norte de Goiás, tomamos como referência este último estado. AS ESTRELAS DO CÉU Sem equipamentos é possível orientar-se por alguns astros. Os astros sempre tiveram um papel importante na orientação de homens e mulheres ao longo da história, em particular nos deslocamentos de longa distância. Somente mais recentemente, no decorrer do século 20, com o avanço tecnológico mais acelerado, é que equipamentos, como o GPS, passaram a dispensar, praticamente, os astros na orientação. No entanto, precisamos pensar que observar o céu numa noite sem nuvens sobretudo, longe de uma grande cidade, atentar para a seqüência das fases da Lua com o passar das semanas, apreciar um nascer ou um pôr-do-Sol são momentos de contemplação da natureza benéficos para o corpo e para o espírito, além de serem uma oportunidade para conhecermos/entendermos mais sobre o mundo que nos cerca e despertar nosso o interesse pelo estudo de uma série de aspectos que cercam a existência do nosso planeta e demais astros do Universo, além da nossa própria existência. Mas atenção! Nunca olhe diretamente para o Sol, pois isso pode causar danos aos olhos, inclusive, cegueira. ORIENTAÇÃO PELOS ASTROS A orientação pelos astros depende de uma série de condições que estão relacionadas, por exemplo, à situação do tempo atmosférico (é preciso que o céu esteja limpo), à localização do observador no planeta Terra - distância em relação à linha do Equador -, à época do ano, e sem a utilização complementar de equipamentos astronômicos, essa orientação não será totalmente precisa. Trata-se de uma orientação aproximada. A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento aparente - é a Terra que gira em torno do seu próprio eixo (movimento de rotação da Terra), e é por isso que afirmamos ser um movimento aparente. Esse astro aparece, não exatamente na mesma posição, que varia no decorrer do ano, mas de um mesmo lado, que é o Leste (oriente), e põe-se no lado oposto, o Oeste (ocidente). Determinando-se um lado, no nascer ou pôr-do-sol, pode-se, de modo aproximado, utilizar os pontos de orientação e, a partir daí, orientar-se. É comum afirmar-se que a orientação pela Lua somente pode ser à noite. O geógrafo e astrônomo Paulo Henrique Sobreira destaca que "independente da fase da Lua e do horário, ela sempre surge no lado Leste e desaparece no lado Oeste. Os horários de nascer e ocaso da Lua variam principalmente de acordo com suas fases. Na Lua Cheia, por exemplo, em uma dada localidade, ela nasce pro volta das 18h (...) e se põe próximo às 6h. No dia seguinte, o nascer e o ocaso ocorrerão cerca de 50 minutos mais tarde para aquela mesma localidade. Dessa forma, a Lua pode ser vista também durante o dia, principalmente nas fases de Crescente e Minguante." CRUZEIRO DO SUL A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) também é possível, mas é necessário, como afirma Sobreira, que se tenha uma noção básica de entendimento de carta celeste, inclusive para auxiliá-lo na observação. No caso do Brasil, inclusive para a porção do nosso território que se encontra no hemisfério Norte, é possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A partir de algumas relações baseadas nessa constelação, é possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul. A Estrela Polar, visível no hemisfério Norte, pode ser utilizada para a determinação aproximada do ponto Norte. --------*Anselmo Lázaro Branco é professor de Geografia e autor do livro "Geografia Geral e do Brasil - Ensino Médio". --------------------------------------------------------------------------------------------DIVULGAÇÃO: 09/11/2009 LAURO LIMA PY6LA