UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (D.C) Stapf VALDILENE COUTINHO MIRANDA Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal. GURUPI TOCANTINS – BRASIL 2012 VALDILENE COUTINHO MIRANDA INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE Cymbopogon citratus (D.C) Stapf Dissertação apresentada à Universidade Federal do Tocantins, como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre. GURUPI TOCANTINS – BRASIL 2012 VALDILENE COUTINHO MIRANDA INFLUÊNCIA DE CONDIÇÕES DE SECAGEM, SOMBREAMENTO, HORÁRIO DE COLHEITA E PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS SOBRE O TEOR DE ÓLEO ESSENCIAL DE CAPIM-SANTO (Cymbopogon citratus (D.C) Stapf) Dissertação aprovada em----de-----de 2012 na Universidade Federal do Tocantins como parte das exigências do Programa de PósGraduação em Produção Vegetal para a obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Área de Concentração: Fitotecnia. Banca examinadora: ______________________________________ Dr. Tarcísio Castro Alves de Barros Leal (Orientador) ______________________________________ Dr. Raimundo Wagner de Souza Aguiar Universidade Federal do Tocantins (Examinador) ______________________________________ Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães Universidade Federal do Tocantins (Examinador) ______________________________________ Dra. Dione Pereira Cardoso Bolsista de Prodoc/Capes (Examinadora) A minha Mãe Luiza Coutinho Miranda. Ao meu pai Janones Vasco de Miranda. As minhas irmãs Valdirene, Vanda e Vanilza. Ao meu esposo maravilhoso Luis Augusto Peixoto. A minhas amigas e amigos que amo muito. A toda minha família. E todos aqueles que me ajudaram a concretizar esse trabalho, e ao meu bom Deus o qual eu amo muito, que é o combustível da minha vida. DEDICO. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por estar na minha e ser o combustível que me mantém viva, que me protege e que me guia todos os dias, me dando saúde paz e felicidade, amém. À Universidade Federal do Tocantins que me deu a oportunidade de realização do curso. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de estudos. Em especial ao meu orientador, professor Doutor Tarcisio Castro Alves de Barros Leal, pela orientação compreensão e paciência. A todos os professores do curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal, que ministraram as disciplinas do mestrado, ao funcionário Valdere Martins pela ajuda de campo. À Dione Cardoso pela imensa ajuda e carinho. Ao professor Eduardo Erasmo por ter cedido o laboratório para o desenvolvimento do trabalho. A minha família, sempre me dando forças para continuar em frente, minha mãe Luiza, meu pai Janones e minhas irmãs que tanto amo Valdirene,Vanda e Vanilza. Ao meu marido que tanto amo, que me ajudou muito durante o curso, Luis Augusto Peixoto minha alma gêmea. A minha grande amiga Antonia, sempre me ajudando com seus conselhos. Obrigada a todos que me ajudaram nesta caminhada de dois anos. MUITO OBRIGADA!!!! Salmo 91 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel. Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia, Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti. Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios. Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação. Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra. Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente. Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei. Fartá-lo-ei com lonjura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................................... i LISTA DE TABELAS ................................................................................................... ii RESUMO.................................................................................................................... iii ABSTRACT ................................................................................................................ iv 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1 2. REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 3 2.1 A importância das plantas medicinais .............................................................. 3 2.2 Metabólitos secundários ................................................................................. 5 2.3 Óleos essenciais .............................................................................................. 6 2.4 Influência do ambiente na composição dos óleos essenciais .......................... 8 2.4.1 Luz ............................................................................................................... 8 2.4.2 Procedência do material vegetal ................................................................ 10 2.4.3 Horário de corte ......................................................................................... 11 2.4.4 Temperatura de secagem .......................................................................... 11 2.5 Considerações sobre o capim-santo (Cymbopogon citratus) ......................... 13 2.6 O óleo essencial do capim-santo ................................................................... 15 3. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 18 3.1 Caracterização da área experimental ............................................................. 18 3.2 Material vegetal e preparação das mudas ...................................................... 19 3.3 Colheita e secagem ........................................................................................ 19 3.4 Extração do óleo essencial ............................................................................. 19 3.5 Descrição dos experimentos .......................................................................... 20 3.5.1 Experimento 1 - Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo ............................................................... 20 3.5.2 Experimento 2 - Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo ................................................................................... 20 3.5.3 Experimento 3 - Avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo essencial de capim-santo ................................................................................... 21 3.5.4 Experimento 4 - Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do capim-santo............................................................................ 21 3.6 Delineamento experimental e análise estatística ........................................... 21 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 23 4.1. Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo ........................................................................... 23 4.2 Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo 27 4.3 Avaliação do teor do óleo essencial de acessos de capim-santo...................28 4.4 Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do capim-santo ................................................................................................ 30 5. CONCLUSÃO........................................................................................................33 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 34 ii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estruturas químicas dos isômeros geranial e neral. . ................................ 16 Figura 2. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem. ....................................................................... 25 Figura 3. Teor do óleo essencial de capim-santo (%), com plantas cultivadas em pleno sol e na sombra. ............................................................................. 27 Figura 4. Teor de óleo essencial (%) de folhas de acessos capim santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO. ....................................... 29 Figura 5. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) em função do horário de corte. .................................................................................................................. 31 i LISTA DE TABELAS Tabela 1. Análise química do solo, utilizado nos vasos para o crescimento das plantas de capim-santo............................................................................ 18 Tabela 2. Médias mensais de precipitação pluviométrica (Prec.), umidade relativa do ar (UR), temperatura do ar (Tar) nos meses de dezembro de 2011 a março de 2012, em Gurupi-To (Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi). ................................................................................................ 18 Tabela 3. Análise de variância dos dados de peso de amostras de folhas de capimsanto submetidas a diferentes temperaturas e tempos de secagem. Fatorial 4 x 4. ............................................................................................ 23 Tabela 4. Médias de peso, em gramas, do material de capim-santo submetido a quatro temperaturas e quatro tempos de secagem, com as respectivas equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). ................ 23 Tabela 5. Análise de variância dos dados do teor do óleo essencial de capim-santo (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem.................................25 Tabela 6. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo cultivadas a pleno sol e em ambiente sombreado. ................................................................................................................. 27 Tabela 7. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de acessos capim santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO. ....................................................................................... 29 Tabela 8. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo colhidas em seis diferentes horários. ................. 31 ii RESUMO MIRANDA, Valdilene Coutinho. Efeito de condições de secagem, sombreamento, horário de colheita e procedência das plantas sobre o teor de óleo essencial de capim-santo (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf). 2012 Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi – TO. Orientador: Tarcisio Castro Alves de Barros Leal. O óleo essencial do capim-santo é bastante procurado pela indústria de cosméticos, perfumarias e de fármacos. O grande desafio para quem cultiva as plantas produtoras de óleos essenciais é conhecer os fatores, que interferem na qualidade do óleo. O capim-santo, apesar de ser bastante utilizado no Brasil, apresenta um numero limitado de trabalhos sobre a produção de seu óleo essencial. Diante disto, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar a influência do sombreamento, a procedência do material genético, o horário de colheita e diferentes combinações de temperatura e tempo de secagem das folhas sobre o teor do óleo essencial de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf. Com o intuito de enriquecer informações sobre o capim-santo no estado do Tocantins, foram realizados quatro experimentos nos quais estudou-se o teor do óleo essencial. O primeiro experimento foi a avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado, com três repetições. Foram avaliadas as temperaturas de 30,40,50 e 60°C. A temperatura de 40°C diferiu estatisticamente das demais apresentando o melhor teor do óleo essencial. O segundo experimento foi à avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com três repetições. Para as condições climáticas de Gurupi-To, o efeito da luz não afetou o conteúdo do óleo essencial das folhas de capim-santo. O terceiro experimento foi a avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo essencial de capim-santo, o delineamento utilizado foi blocos ao acaso com três repetições, onde não houve diferença significativa no teor do óleo essencial entre as plantas dos municípios estudados que foram: Gurupi-TO,Cariri-TO e Porangatu-GO. No quarto experimento foi avaliado o efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do capim-santo,onde houve diferença significativa entre os horários, ressaltando que a colheita no horário do meio dia observou-se o menor valor sobre o teor do óleo essencial. Palavras Chaves: Cymbopogon citratus, teor, óleo essencial. iii ABSTRACT The essential oil of grass-saint is much sought after by the industry of cosmetics, perfumes and pharmaceuticals. The challenge for those who cultivate the plants producing essential oils is to know the factors that affect the quality of the oil. The grass-saint, despite being widely used in Brazil, presents a limited number of studies on the production of essential oil. Given this, the present study aimed to evaluate the influence of shading, the origin of the genetic material, the harvest time and different combinations of temperature and drying time of leaves on the content of essential oil of Cymbopogon citratus (DC) Stapf. In order to enhance information on the grasssaint in the state of Tocantins, four experiments were conducted in which we studied the essential oil content. The first experiment was to evaluate temperatures and drying times on the content of essential oil of grass-saint. The experimental design was completely randomized with three replications. Temperatures were evaluated 30, 40, 50 and 60 ° C. The temperature of 40 °C was statistically different from the others better showing the essential oil content. The second experiment was to evaluate the shading on the content of essential oil of grass-saint. The experimental design was randomized blocks with three replications. For the climatic conditions of Gurupi-To, the effect of light did not affect the content of essential oil from leaves of grass -saint. The third experiment was to evaluate the merits of the plants on the essential oil content of grass-saint, the design was randomized blocks with three replicates, no significant difference in the essential oil content among the plants of the cities studied were : Gurupi-TO, and Porangatu Cariri-TO-GO. In the fourth experiment evaluated the effect of cutting time on the content of essential oil of grass-saint, where there was significant difference between the times, noting that the harvest time in mid-day was observed on the lowest oil content essential. Keywords: Cymbopogon citratus, content, essential oil. iv 1. INTRODUÇÃO A utilização dos remédios à base de plantas (fitoterápicos) nos tratamentos das afecções passíveis de acometer os seres humanos vem ganhando espaço e impulso, devido, dentre outros fatores, ao alto custo dos medicamentos sintéticos e menor possibilidade de efeitos colaterais. Isto justifica a crescente busca por produtos naturais no mercado. O Brasil possui grande número de espécies vegetais potencialmente medicinais, as quais, na maioria encontram-se no seu estado silvestre, consistindo em uma riqueza biológica de genes. Pesquisas voltadas para plantas medicinais vêm crescendo buscando potencializar a produção das plantas medicinais e aromáticas no sentido de maximizar a concentração dos princípios ativos. Em termos mundiais, o interesse econômico das indústrias farmacêuticas e de cosméticos por plantas medicinais tem crescido. Como exemplo, cita-se a produção e extração de óleos essenciais, que são misturas complexas de substâncias lipofílicas, de baixo peso molecular, geralmente odoríferas e líquidas, constituídos, na maioria das vezes, por moléculas de natureza terpênica (Morais, 2006). Estes óleos voláteis são produzidos por pêlos ou tricomas glandulares de diferentes espécies, conhecidas genericamente como plantas aromáticas, os quais são provenientes do seu metabolismo secundário (Silva e Casali, 2000), sendo utilizados no ramo farmacêutico, na perfumaria, nas indústrias de alimentos, dentre outras áreas afins. Também podem ser empregados no controle de doenças e pragas em plantas cultivadas, possuindo ação repelente de insetos, ou mesmo, bactericida e fungicida. Segundo Martins et al. (1995) fatores como variabilidade genética, condições ambientais, épocas de colheita, condições de cultivo, tipo de solo e parte da planta analisada podem influenciar no teor e composição química dos óleos essenciais. Além destes, diversos outros fatores, de pré ou pós-colheita, podem influenciar na produção e composição dos óleos essenciais. Os fatores genéticos e edafoclimaticos interferem na composição dos óleos essenciais. Porém o ambiente o qual a planta se encontra reflete na biossíntese de diferentes compostos, podendo, estes diversos fatores, atuarem sozinhos ou interagirem entre si. 1 O capim-santo [Cymbopogon citratus (D.C) Stapf] pertence à família Poaceae, sendo conhecido popularmente também como capim-cidreira e capim-limão. É uma planta amplamente cultivada em países de clima tropical e subtropical, como planta medicinal e aromática. Também serve para fixação de taludes nas ferrovias e curvas de nível das lavouras. Apresenta, como constituintes de seu óleo essencial, o citral, que é um composto antiespasmódico e antimicrobiano, e o mirceno, com ação analgésica, dentre outros componentes. Na américa do sul, além do Brasil, é cultivado no norte da Argentina e no Paraguai (Castro e Chemale,1995 apud Leal, 1998). O óleo do capim-santo tem uma grande demanda pela indústria de cosméticos, perfumes, fármacos, inseticidas, além de dar aroma aos detergentes e desinfetantes. Seus constituintes majoritários são expressivos, o qual faz aumentar a procura e interesse por eles (Nascimento, 2003). O cultivo do capim-santo é extensamente estudado ao nível mundial, em virtude do seu potencial industrial. O conteúdo e a composição química do óleo essencial do capim-santo podem variar consideravelmente de variedade para variedade, devido à diversidade genética o habitat e os tratos culturais fatores climáticos, irrigação fase de desenvolvimento e dentre outros fatores internos e externos afetam na qualidade e quantidade do óleo essencial. Tendo em vista de enriquecer informações e pesquisas voltadas ao Cymbopogon citratus, o presente trabalho foi desenvolvido com objetivo de avaliar a influência do sombreamento, a procedência do material genético, o horário de colheita e diferentes combinações de temperatura e tempo de secagem sobre o teor do óleo essencial de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf. 2 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A importância das plantas medicinais Planta medicinal é aquela que contém um ou mais de um princípio ativo, conferindo-lhe atividade terapêutica (Martins et al., 1995). A utilização de plantas medicinais é muito antiga, sabendo-se que, desde 2300 a.C., os egípcios, assírios e hebreus cultivavam diversas ervas e traziam de suas expedições tantas outras. As plantas medicinais e as aromáticas são usadas como medicamentos desde a préhistória como uma pratica muito antiga. Os primeiros habitantes da terra com suas crenças queimavam estas plantas de odores agradáveis pra afastar os espíritos maléficos e manter animais perigosos distantes (Cunha, 2012). Segundo Martins et al. (1995), as plantas medicinais sempre estavam ligadas a uma visão mística, já que no Brasil os índios as utilizavam pelas suas propriedades entorpecentes para seus rituais, criando algum preconceito contra estas plantas. Mas, com o passar do tempo, os estudos com as plantas medicinais só avançaram, e a busca por formulações de medicamentos para cura de doenças progrediu muito. Os produtos naturais ganharam importância na composição e na formulação dos medicamentos. Isto pode ser observado nos países industrializados, onde 45% dos produtos farmacêuticos provêm de produtos naturais (Castro et al., 2004). Este consumo tem aumentado consideravelmente nas últimas duas décadas, tanto nos países desenvolvidos, como naqueles em desenvolvimento. O crescimento atual do uso de plantas medicinais pela população tem sido significativo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMG) mostram que 80% da população do planeta usa alguma planta medicinal para o alívio de alguma dor ou sintoma desagradável, sendo que 30% deste total ocorrem pela indicação de profissional da medicina (Silva e Casali, 2000). Apesar da importância desse mercado, não existem dados oficiais do montante movimentado pela indústria brasileira de fitoterápicos, no entanto estimase algo em torno de 1 bilhão de reais por ano (Teles, 2010). Vários estados brasileiros comercializam e produzem plantas medicinais e aromáticas, mas o principal estado produtor é o Paraná, destacando-se os cultivos de camomila, gengibre, espinheira santa e menta (Monteiro, 2009). 3 O Brasil tem grande potencial para o mercado dos fitoterápicos, já que a biodiversidade vegetal do país é imensa, cuja grande maioria das espécies vegetais ainda não foram estudadas. Vale ressaltar que o país possui cerca de 23% das espécies vegetais existentes em todo o planeta, sendo considerado o de mais rica biodiversidade do mundo. Acredita-se que, desse total, pelo menos a metade possa ter alguma propriedade terapêutica ou aromática, útil à população (Teles, 2010). As substâncias extraídas das plantas aromáticas têm sido utilizadas como flavorizantes, aromatizantes e terapêuticos nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética. (Verlet, 1992). No Brasil, utilizam-se bastante as plantas medicinais, não só pelo baixo custo, mais pela eficácia também no tratamento de doenças. Porém, na transformação de um vegetal em medicamento, deve-se manter suas propriedades químicas e farmacológicas, garantindo seu potencial terapêutico e ação biológica, com total segurança no tratamento da enfermidade. Para que isso ocorra, é importante o conhecimento da planta quanto aos aspectos botânicos, agronômicos, fotoquímicos e farmacológicos (Rocha, 2011). Além disto, outros fatores podem interferir na qualidade, eficácia e segurança de um fitoterápico, tais como as formas de cultivo do vegetal, os fatores climáticos, o armazenamento, a secagem e o transporte, dentre outros (Castro e Ferreira, 2001). No Brasil, apesar da existência de legislação específica para os fitoterápicos, estes são comercializados de forma precária, principalmente na etapa de póscolheita das plantas, considerando-se que servirão de matéria-prima para os medicamentos, podendo afetar na composição final do produto (Melo et al., 2004) O tema sobre plantas medicinais é extenso e envolve a atuação de vários profissionais como químicos, biólogos, engenheiros agrônomos e agrícolas, botânicos e agricultores, pois são eles os profissionais responsáveis pela garantia, desde a produção da matéria-prima até o seu consumo final. (Silva e Casali, 2000). 4 2.2 Metabólitos secundários Nos vegetais, os metabólitos primários são encontrados em todas as espécies, enquanto que os metabólitos secundários são encontrados somente em determinado grupo de plantas, apresentando concentrações pequenas, baixo peso molecular, estruturas complexas conhecidas como micro moléculas e atividade biológica marcante (Simões, 2003 apud Souza, 2010). Tais metabólitos não têm função direta no crescimento e desenvolvimento das plantas, não apresentando ação direta conhecida na fotossíntese, respiração, transporte de solutos, translocação, síntese de proteínas, assimilação de nutrientes, diferenciação de síntese de carboidratos, proteínas e lipídios (Taiz e Zeiger, 2009). Suas características os definem bem, não sendo vitais para as plantas e variam de espécie para espécie, na quantidade e qualidade (Martins et al., 1995). Os óleos essenciais e os alcalóides, dentre outras substancias são provenientes do metabolismo secundário de plantas. Os metabólitos secundários assumem importante função na defesa das plantas, produzindo substancias tóxicas contra o ataque de pragas e ocorrência de doenças como, por exemplo, os taninos que são substâncias ligadas a outros compostos aromáticos, protegendo a planta contra herbívoros (Martins et al., 1995). Outra possível função dos metabolitos secundários é a de atrair polinizadores. Além disto, diversos casos de efeitos alelopáticos exercidos pelos metabólitos secundários são conhecidos (Salisbury e Ross, 1992). Geralmente as substâncias extraídas das plantas medicinais são metabolitos secundários (Santos, 2004), os quais podem ser divididos em três grupos principais: os terpenóides, compostos fenólicos e compostos nitrogenados (Taiz e Zeiger, 2004). Os fatores do ambiente e o controle genético podem interferir na produção e concentração de metabólitos secundários. A luz, água, nutrição, temperatura, localização geográfica, influenciam tanto na quantidade (Turner et al., 2000). Outros fatores, como sazonalidade, ritmo circadiano e desenvolvimento, radiação ultravioleta, altitude, poluição atmosférica, indução para estímulos mecânicos ou ataque de patógenos, bem como condição de colheita, estabilização e estocagem afetam o conteúdo final de metabólitos secundários em plantas medicinais e, consequentemente, seu valor terapêutico (Gobbo-Neto e Lopes, 2007). 5 Há uma grande diversidade estrutural no que se refere aos produtos provenientes do metabolismo secundário, sendo provenientes de três rotas biossintéticas: a do acetato, a do mevalonato e a do chiquimato. Os óleos essenciais são compostos basicamente de terpenos, que constituem o maior grupo de produtos secundários, os quais são derivados do mevolanato (Simon, 1993). 2.3 Óleos essenciais Nos óleos essenciais encontram-se os monoterpenos e sesquiterpenos os quais possuem esqueletos de 10 e 15 carbonos, respectivamente. A unidade isoprênica é a característica principal dos terpenos, que é composta por cinco carbonos. Em função do número de unidade de isopreno classificam os terpenos. Como por exemplo, duas unidades (C10)-monoterpenos; com três unidades na molécula (C15)- sesquiterpenos; com quatro unidades na molécula (C20) diterpenos (Martins, 2000). Os óleos essenciais são misturas complexas, voláteis, com baixo peso molecular, apresentando, geralmente, aroma agradável e marcante. Existente em aproximadamente duas mil espécies de plantas distribuídas em 60 famílias, normalmente é produzido nas folhas por células glandulares ou pêlos glandulares (Bonner, 1961), sendo armazenados em espaços extracelulares, localizando-se entre a cutícula e a parede celular (Taiz e Zeiger, 2004). Segundo Samuelsson (1999), as plantas com maior concentração de óleos essenciais pertencem às famílias Apiaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Myrtaceae e Rutaceae. Confome A ISO (International Standard Organization) descrito por Simões e Spitzer (2003), define os óleos voláteis como produtos obtidos por processos de extração das partes vegetais por arraste a vapor d’água, hidrodestilação ou os produtos obtidos por expressão dos pericarpos de frutos cítricos, existindo outros métodos, como a enfleurage ou enfloração, extração por CO2 utilizado na indústria. Também outro método é a extração por solventes orgânicos apolares. Vale ressaltar que o método mais utilizado frequente para a obtenção de óleos essenciais é a destilação por arraste a vapor de água. Os óleos essenciais apresentam característica de sabor às vezes acre (ácido) e um pouco picante. É volátil, geralmente é incolor, alguns com toque levemente amarelados. Pouco solúveis em água, são instáveis quando expostos ao ar, calor, 6 umidade, luz e a metais (Vitti e Brito, 2003). Podem estar em um só órgão do vegetal, ou por toda a planta. Na fitoterapia, os óleos voláteis possuem ampla ação farmacológica, sendo utilizados pelo seu poder medicinal e destacam-se em virtude de suas propriedades analgésicas, expectorantes, estomáquicas, antibacterianas, sedativas e estimulantes, além de possuírem características como cicatrizante, relaxante, vermífugo e antivirótico (Silva e Casali, 2000). O óleo essencial na sua composição química varia muito, podendo ser simples ou muito complexa. Os constituintes variam desde alcoóis simples e terpênicos, ésteres, éteres, hidrocarbonetos terpênicos, aldeídos, fenóis, cetonas, óxidos, peróxidos, furanos, aldeídos, lactonas, ácidos orgânicos, cumarinas, e até compostos com enxofre. (Simões e Spitzer, 2003). Os fenilpropenos e os terpenos são as classes mais encontradas nos óleos essenciais (Alonso, 1998; Simões e Spitzer, 2003). O aroma dos óleos essenciais é formado por compostos oxigenados, por aldeídos, os alcoóis, ésteres, cetonas, éteres. Para medir a qualidade do óleo essencial é usada a quantidade total de aldeídos presentes no óleo (Silva et al., 1997). A cromatografia gasosa (CG) acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) é a técnica mais utilizada atualmente para fazer a análise destes compostos. A análise separa grande número de terpenos, conferindo melhor qualidade, garantia e definição de materiais naturais, assim como exatidão na sua formulação real (Lockwood, 2001). As análises distinguem as principais substâncias encontradas nos óleos essenciais. No capim-santo, o citral é o principal constituinte, o menthol na hortelã, o timol e o carvacrol encontrados no tomilho e dentre outros. Óleos essenciais são matérias-primas utilizadas pela indústria de perfumaria, que ocupam 14% do mercado de cosméticos no Brasil, produtos de limpeza e pela indústria de alimentos. São também utilizados pela indústria química e de medicamentos. O volume de produção e consumo de óleos essenciais no Brasil é, em grande parte, devido á eficácia da indústria brasileira de cosmético (Souza, 2010). No Brasil, a biodiversidade das espécies é muito grande, possuindo uma riqueza enorme de plantas nas quais se encontram produtos naturais, com propriedades biologicamente ativas, para a formação de muitos fármacos (Simões, 7 2003 apud Souza, 2010). O cultivo de plantas aromáticas tem aumentado para obtenção dos óleos essenciais que constitui uma atividade econômica rentável. Há um interesse econômico relativo aos componentes aromáticos de plantas, a qual direciona a atenção à seleção de espécies comercialmente cultivadas, considerando quantidade e qualidade das substancias voláteis (Paviani, 2004). 2.4 Influência do ambiente na composição dos óleos essenciais O ambiente no qual a planta se desenvolve pode influenciar a composição química dos óleos essenciais. Os fatores abióticos referem-se a todas as influências que as plantas possam receber em um ecossistema, derivadas de aspectos físicos, químicos ou físico-químicos do meio ambiente, expressos em função do tipo de cultivo, quantidade de luz recebida, umidade, temperatura, etc. Estresse hídrico também pode aumentar a produção de óleo. Não só o óleo essencial mais de outras substancias provenientes do metabolismo secundário pode ser influenciado por meios físicos ou genéticos. Estádio de desenvolvimento também influencia na produção dos metabolitos secundários, na época de floração algumas plantas aromáticas apresentam maior concentração no seu óleo essencial (Simões e Spitzer, 2003). A presença de macro ou micronutrientes também pode influenciar na composição dos óleos essenciais. Cada espécie reage de maneira distinta, não havendo um padrão genérico de respostas para estas mudanças na composição devido a tais fatores, os quais alteram a sua composição e qualidade (Simões et al., 2000). 2.4.1 Luz Fatores do meio ambiente como luz, temperatura, água influenciam diretamente no desenvolvimento das plantas. A falta de alguns deles ocasiona a perda de vigor e limita o desenvolvimento do vegetal. A luz e a temperatura são fundamentais para o processo da fotossíntese e na produção de fitomassa nas plantas. A disponibilidade de luz para as plantas influencia na fotossíntese interferindo no desenvolvimento e crescimento e em outros fenômenos fisiológicos (Oliveira et al., 2007). 8 A luz interfere diretamente no acúmulo de matéria seca nas plantas, proporcionando melhor crescimento do vegetal. Boa iluminação influencia na síntese de óleo essencial. Este fator atua de forma significativa e complexa no acúmulo e na variedade dos componentes dos óleos essenciais (Oliveira et al., 2007). A área foliar e o número de células produtoras de óleos diminuem tanto de tamanho quanto em quantidade, causando alteração no teor do óleo essencial. Locais pouco iluminados favorecem o tamanho das folhas, mas com menor quantidade de princípios ativos (Rivas, 2003). Cada espécie medicinal necessita de um nível mínimo de luz para atingir seu pleno desenvolvimento e produção dos princípios ativos de interesse. Dessa forma, modificações nos níveis de luminosidade ao qual uma espécie está adaptada podem condicionar diferentes respostas fisiológicas em suas características bioquímicas, anatômicas e de crescimento (Atroch et al., 2001). Como forma de adaptação às condições adversas, as plantas têm como estratégia sua adaptação a diversas condições luminosas, a qual é conhecida como plasticidade (Alvarenga, 2003). Souza et al. (2007) trabalhando com Alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) constataram o favorecimento da produção de óleo essencial sob plena luz. Com erva-cidreira (Lippia alba), plantas submetidas a um nível maior de irradiância (pleno sol) tiveram elevação no teor de óleo essencial (Ventrela e Ming, 2000). Gomes et al. (2009) avaliando 70%,50%,25% e pleno sol em cidrão (Lippia citriodora Lam.) não observaram diferença no seu teor de óleo essencial. A composição química dos óleos essenciais também varia conforme a intensidade luminosa. Pegoraro et al. (2010) verificaram maior concentração relativa de mentol em plantas de Mentha cultivadas sob luz plena quando comparado a plantas sombreadas. Além da intensidade, o metabolismo secundário também é influenciado pela qualidade da luz e fotoperíodo, o qual exerce influência na determinação do ponto de colheita, produção de sementes e escolha da época de plantio (Taiz e Zeiger, 2004). Têm sido evidenciadas mudanças nas características anatômicas e fisiológicas das plantas produtoras de óleo essencial em função da influência de diferentes condições de níveis de luz. Muitas espécies medicinais vêm sendo 9 estudadas com objetivo de determinar a iluminação satisfatória para maximizar o rendimento de óleo essencial (Souza, 2007). 2.4.2 Procedência do material vegetal Plantas da mesma espécie, mas de regiões diferentes variam na sua constituição genética e atividade fisiológica, podendo responder de modo muito diferente a dado grau de tensão ambiental. Da mesma forma, plantas de origem geográficas diferentes, mas cultivadas nas mesmas condições ambientais, podem variar seus constituintes químicos e o rendimento do óleo essencial. A diversidade genética envolve, portanto, o metabolismo dos organismos e seus produtos (Castro et al., 2004). Presume-se que a elaboração dos princípios ativos medicinais e aromáticos das espécies vegetais seja regulada pela ação de genes específicos, os quais, quando em atividade, atuam nas rotas biossintéticas destes compostos, definindo a sua composição bioquímica, quanto aos metabolitos secundários (Leal, 1998). Desta forma, a constituição genética das plantas medicinais influencia na produção de determinados metabólitos secundários. Isso explica o fato de variedades diferentes da mesma espécie de plantas medicinais conterem diferentes teores de óleo essencial. A hortelã, por exemplo, possui variedades mais ricas em óleo essencial do que outras, contendo alto teor de mentol (Castro et al., 2004). Furlan et al. (2010) avaliando a variação no teor do óleo de capim-santo provenientes de duas região do estado de São Paulo, verificou que O óleo essencial extraído de uma população cultivada em Pindamonhangaba-SP apresentou uma concentração alta de citral (aproximadamente 96,0%), enquanto que o óleo extraído da população de Ibiúna-SP apresentou, além de citral,proporções elevadas de outro monoterpeno, o geraniol. Castro et al. (2004) avaliando o teor e composição do óleo essencial de cinco acessos de mentrasto, constataram que um dos acessos se sobressaiu dos demais quanto ao teor do óleo essencial, ocorrendo, também, variação no número de compostos do óleo essencial presentes nestes acessos. 10 2.4.3 Horário de colheita Ao longo do dia, existem horários em que a concentração dos princípios ativos na planta é maior (Martins e Santos, 1995). Assim, o conhecimento da influência do horário de colheita é de grande importância para o melhor aproveitamento da espécie produtora de óleo essencial. Em plantas medicinais e aromáticas, a colheita deve ser realizada momento em que os princípios ativos de interesse estejam presentes em maior quantidade, com maior expressão, tornando-se, assim, uma fase decisiva no processo produtivo. Ao longo do dia a temperatura varia bastante, alterando a composição química e quantitativa do óleo essencial, estabelecendo uma ligação entre a temperatura e a atividade metabólica das plantas (Morais, 2006). Conforme Singh et al. (1982), recomenda-se a colheita do capim-santo no horário entre oito e 13 horas, quando se observa maior concentração de citral, pois as altas temperaturas influenciam na qualidade do óleo. Nascimento et al (2003), avaliando o efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial de capim-santo e seus constituintes citral e mirceno, concluíram que os horários entre nove e onze horas da manhã proporcionaram o maior teor de óleo essencial e máxima concentração destes citados princípios ativos. Gonçalves et al. (2009) estudando a influência do horário de corte no óleo essencial em alfavaquinha e alecrim concluíram que o melhor horário para colheita de alfavaquinha é no período da manhã, antes da 10:30 horas e para o alecrim é a partir das 16:30 horas. Em ambas as espécies, o menor percentual de óleo essencial foi obtido ás 12:30 horas, não sendo assim recomendado coleta neste horário para extração de óleo essencial. 2.4.4 Temperatura de secagem A secagem das plantas medicinais e aromáticas visa minimizar a perda de princípios ativos e retardar a sua deterioração em decorrência da redução da atividade enzimática, permitindo a conservação das plantas por maior período para a sua posterior comercialização e uso. O processo de secagem faz com que substâncias muito voláteis de plantas aromáticas não sejam degradadas ao longo do tempo (Costa et al.,2005). 11 A secagem das plantas medicinais proporciona a manutenção dos princípios ativos da mesma forma por um período maior, inativando as enzimas, fazendo com que sua composição química seja a mesma do momento imediatamente antes da sua vida (Martins et al., 1995). É uma fase para atendimento das necessidades da indústria farmacêutica de fitoterápicos, demandando menor estrutura para utilização das matérias primas (Lorenzi e Matos, 2002). A perda de água dos tecidos colhidos das plantas diminui a velocidade das reações bioquímicas, não proporcionando a degradação dos princípios ativos e o desenvolvimento de microorganismos. Na secagem artificial, origina-se material de melhor qualidade por aumentar a rapidez deste processo feito por meio de ar aquecido em secadores ou estufa. A secagem em temperatura ambiente ou secagem ao sol é muito usada por pequenos produtores. Quando a secagem é realizada de forma inadequada, poderá haver a redução da qualidade comercial do produto antes mesmo da armazenagem, acelerando o processo de deterioração (Arruda, 2004). As diferentes temperaturas de secagem interferem na quantidade e composição dos óleos essenciais. Cada espécie possui uma temperatura ideal de secagem. Martins (1998) relata que temperaturas superiores a 45ºC danificam, em geral, os órgãos vegetais e seu conteúdo, pois causam a “cocção” das plantas e não a secagem. Corrêa Junior et al. (1994) definem a faixa de temperatura ideal de secagem para flores e flores entre 20 a 40°C e para cascas e raízes entre 60 a 70°C. Rocha et al. (2000) avaliando o efeito de cinco temperaturas de secagem (30,40,50,60 e 70°C) no rendimento e composição do óleo essencial de citronela (Cymbopogon winterianus Jwitt), encontraram a temperatura de 60°C como a de melhores resultados para o tempo de secagem de 48 horas para estabilização do peso e rendimento do óleo essencial. A composição química do óleo apresentou grande variação quantitativa em função dos tratamentos, sendo o composto mais abundante o neral, exceto no tratamento realizado a 50°C, o qual apresentou como composto majoritário o citronelal. Em avaliação do efeito da secagem em quatro espécies do gênero Cymbopogon sobre a composição dos seus óleos essenciais, Figueira et al. (2003) constataram rendimento próximo a 1,0% em capim limão da Índia (Cymbopogon 12 flexuosus) e capim-santo (Cymbopogon citratus), e como constituintes majoritários, neral e geranial em porcentagens muito próximas. O rendimento do capim citronela (Cymbopogon winterianus) foi de aproximadamente 1,5%, apresentando como constituinte majoritário o citronelal, e, finalmente, o palmarosa (Cymbopogon martinii) apresentou o maior rendimento entre as espécies estudadas, ao redor de 2,0%, tendo como constituintes majoritários o trans-geraniol e o acetato de geranila. Não houve variação na constituição química dos óleos das espécies estudadas em função do processo de secagem. Porém, no geral, ainda existem poucas informações referentes ao efeito da secagem na qualidade do óleo essencial das espécies aromáticas, uma vez que os compostos voláteis são muito sensíveis, podendo até ser até volatizados durante tal processo. A escolha correta da temperatura ideal de secagem para cada espécie é de grande importância, pois o principal objetivo do processo é manter a qualidade química dos princípios ativos e sem a perda dos mesmos. (Melo et al.,2004) 2.5 Considerações sobre o capim-santo (Cymbopogon citratus) Originário da Índia, o capim-santo é cultivado em todos os países tropicais. Preferem regiões com climas quentes e úmidos, chuvas bem distribuídas ao longo do ano e temperatura média elevada, não resistindo a regiões frias, sujeitas a geadas. É cultivado a pleno sol, vegetando em qualquer solo, desde que bem drenado e fértil (Corrêa Júnior et al., 1994). A planta já está perfeitamente aclimatada e adaptada as condições do Brasil. (Negrelle e Gomes, 2007). Agronomicamente ela usada para cercas vivas e na contenção de encostas para evitar erosão. As mudas são formadas por divisão de touceiras, podendo ser plantadas durante todo o ano, no espaçamento de 0,5 x 1,0m, em covas adubadas organicamente. É uma planta perene e a colheita pode ser feita após o sexto mês do plantio, duas vezes ao ano. Pode ser plantado em curvas de nível, para ajudar a conter a erosão (Martins et al., 1995). Em razão de seu sistema radicular frágil e superficial, requer chuvas frequentes, embora a posição vertical, pilosidade e cerosidade das folhas diminuam as perdas de água (Leal, 1998). Em plantios comerciais de capim-santo, a colheita é feita por roçadeiras, cortando-se as plantas a aproximadamente a 20 cm de altura. 13 Não têm sido constatadas pragas importantes, mas em lugares úmidos e sombreados, geralmente há o aparecimento de ferrugens nas folhas (Castro e Chemale, 1995). Na Índia as ferrugens podem ocasionar sérias perdas de produção de biomassa e menores rendimentos de óleo (Boruah et al., 1995). No Brasil, dependendo da região, a planta assume nomes diferentes, como por exemplo: capim-cidreira (MG), capim-limão (RJ e ES), capim-santo (regiões norte e nordeste), erva-cidreira (SP), e outros, como capim-catinga, capim-de-cheiro, capim-cidrão, capim-cidrilho, capim-cidró, capim-ciri. (Costa et al, 2005). O cultivo do capim-santo deve ser preferencialmente orgânico, sem aplicação de agrotóxicos, fazendo o controle natural de pragas e doenças adubação orgânica e praticas como rotação de cultura. Possui ação fitoterápica como bactericida, antiespasmódico, calmante, analgésico suave, carminativo, estomáquico, diurético, sudorífico, hipotensor e antireumático. Também é utilizado em diarréias, dores estomacais e problemas renais (Martins et al., 1995). Sua utilização no Brasil é por uso do chá das folhas, muito utilizado para nervosismo, febre, tosse, dores diversas (dor de cabeça, abdominais, reumáticas) e alterações digestivas, como dispepsia e flatulência. (Costa et al., 2005). Na indústria, o óleo essencial do capim-santo é utilizado na preparação de sabonetes e colônias. Usado também como aromatizante na área da perfumaria e cosmética. Na indústria química é utilizado para a obtenção do citral, o qual serve como material de partida para a síntese de iononas que são precursoras vitamina A (Silva da et al., 2003). Seu odor forte e marcante é devido ao citral, constituinte majoritário e predominante na espécie, um aldeído monoterpênico com forte odor de limão. Devido esta característica, o Cymbopogon citratus é conhecido internacionalmente como lemon grass. No mundo todo, a cultura do capim-santo tem sido estudada, mas no Brasil pouco se sabe sobre o seu manejo agronômico e seu comportamento nas diferentes regiões do nosso país (Gomes e Negrelle, 2003). O principal interesse é o óleo essencial da espécie, sendo útil na indústria para fragrância de cosméticos e muito utilizado na aromaterapia, um ramo que cresce muito no nosso país, além de fazer parte no aroma de detergentes, sabões aromatizantes de ambientes e repelentes de insetos (Leal et al., 2001). 14 Quanto à comercialização do capim-santo, esta ainda é feita por métodos ainda artesanais, pois, em sua maioria, é produzido pela agricultura familiar. Gomes (2001) fez um levantamento no estado do Paraná por meio de pesquisa exploratóriodescritiva sobre etapas de colheita e pós-colheita, envolvendo o beneficiamento, embalagem e armazenamento. Este autor concluiu que as maiores dificuldades foram a colheita, realizada de forma artesanal, os instrumentos de corte usados são inadequados e sem os devidos cuidados de higiene e o tempo entre a colheita e o beneficiamento não é estabelecido. No beneficiamento, o processo de secagem é problemático e variável, ocorrendo, em alguns casos, secagem ao sol, que é totalmente inadequada. No armazenamento e controle de qualidade do produto, as condições legais exigidas para ambos são desconhecidas por cerca de 70% dos produtores. Os órgãos de extensão rural mediante com iniciativas do governo devem incentivar e orientar a produção do capim-santo quanto ao manejo adequado e o beneficiamento, informando ao produtor a respeito da legislação nacional vigente e repasse das informações por meio de manual do produtor, facilitando o trabalho desde o plantio até o beneficiamento da espécie em questão (Gomes, 2001). 2.6 O óleo essencial do capim-santo O óleo essencial de capim-santo é um dos mais importantes óleos essenciais comercializados no mundo. Os países tradicionalmente produtores do óleo de capim-santo são Índia, Guatemala, Haiti, Madagascar, Indochina e Brasil (Nascimento et al., 2006). O óleo essencial do capim-santo é uma substância com aparência liquida brilhante, com cor que vai desde o amarelado claro ao marrom, pouco densa, odor bem característico. Para o óleo ser um produto comercializável, o mesmo deve apresentar, no mínimo, 75% de citral na sua composição (Almeida e Canecchio Filho, 1973). Comercialmente distinguem-se dois tipos de óleo essencial de capim-santo: o East Indian e o West Indian. Plantas de diferentes regiões do país diferem quanto à porcentagem de citral e mirceno, os principais constituintes do óleo. Conforme resultados de pesquisas, o óleo da variedade cultivada em São Paulo mostrou conter 47% de citral e 38% de mirceno como constituintes principais. Os exemplares 15 de Fortaleza apresentaram alto teor de citral (77%) e baixo teor de mirceno (16%), sendo esta composição compatível com a do óleo do tipo West Indian (Souza, 1991 apud Nascimento, 2003). As variações na sua composição também podem estar ligadas à influência do meio ambiente em que as plantas são cultivadas. O citral, principal componente do óleo de capim-santo, é uma mistura dos isômeros geranial (trans citral) e neral (cis citral), sendo separáveis por cromatografia gás liquido (Leal, 1998). Além deste componente, destaca-se o mirceno no óleo essencial de capim-santo. O citral também ocorre em outras espécies de vegetais, taxonomicamente distintas como, por exemplo, Myrcia poliantha, Lippia Alba, Pectis apodocephala, dentre outras, em proporções bastante variáveis (Craveiro et al., 1981). O geranial e o neral podem ser transformados em geraniol e nerol, tendo alto preço de mercado, possuindo odor de rosa e laranja, usados na fabricação de perfumes finos (Leal, 1998). As estruturas químicas destes isômeros estão apresentadas na figura 1. O H H Geranial O Neral Figura 1. Estruturas químicas dos isômeros geranial e neral. Schuck et al. (2001), verificaram que o óleo volátil de C.citratus possui acentuada atividade antifúngica frente a Candida albicans. Existem outros estudos sobre o citral, nos quais se constata propriedades antibacterianas, larvicida e repelente de insetos. O limoneno e o mirceno também são tóxicos para os mais variados tipos de insetos (Taiz e Zeiger, 1991). Pesquisas realizadas no IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná) revelam a superior ação larvicida deste óleo essencial no combate ao mosquito da dengue em comparação aos inseticidas químicos utilizados (Maschio, 1998 apud Martins, 2000). A maioria das análises do óleo essencial da espécie nos diferentes habitats pelo mundo identifica o citral como o maior constituinte volátil presente. Ekundayo (1985), em estudos com o material procedente da Etiópia, encontrou o geranial 16 como componente dominante do seu óleo. No Brasil, o óleo essencial de plantas Cymbopogon citratus originárias de duas regiões diferentes do estado de São Paulo apresentaram uma composição química diferente, onde o óleo essencial extraído de uma população cultivada em Pindamonhangaba-SP apresentou uma concentração alta de citral (aproximadamente 96,0%), enquanto que o óleo extraído da população de Ibiúna-SP apresentou, além de citral, proporções elevadas de outro monoterpeno, o geraniol (Furlan, 2010). A procedência do material genético da espécie influencia no teor e composição do óleo essencial do capim-santo, sendo seu rendimento avaliado com base no seu peso da matéria seca, podendo ser muito variável, dependendo de diversos fatores internos e externos. Para o capim-santo, os valores encontrados situam-se em torno de 0,2 a 0,5%, excepcionalmente podendo a chegar 3,0% (Nascimento, 2003). 17 3. MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado no período de 2011 e 2012, em quatro experimentos, envolvendo a fase de campo, na qual as plantas de capim-santo foram cultivadas e submetidas aos respectivos tratamentos, e na fase de laboratório realizou-se a secagem das folhas e extração do seu óleo essencial. 3.1 Caracterização da área experimental Os experimentos foram instalados e conduzidos na Estação Experimental de Pesquisa (EEP) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus de Gurupi, localizada a 11º43’S e 49°04’W, com altitude de 300m. O clima é do tipo B1wA’a’ úmido com moderada deficiência hídrica, segundo a classificação climática de Köppen (1948). A temperatura média anual é de 26 ºC, variando de 22 ºC a 32 ºC. O experimento foi instalado no campo, em vasos plásticos, com capacidade de 5 kg de solo. O solo utilizado foi retirado da área de pesquisa da UFT, pertencente à classe Latossolo amarelo com textura média, cuja análise química (Tabela 1) foi realizada pelo Laboratório de Solos desta mesma Universidade. As parcelas eram compostas por quatro plantas, uma planta em cada vaso. Os dados de precipitação pluviométrica, de temperatura e de umidade relativa do ar estão apresentados na Tabela 2. Tabela 1. Análise química do solo, utilizado nos vasos para o crescimento das plantas de capim-santo. pH H2O 5,96 P + K mg dm ³ 5,85 35,61 3+ Al + 3+ ²+ ²+ H + Al Ca Mg SB T -----------------cmolc dm ³---------------------------0,00 1,40 2,10 0,86 3,05 4,45 V % 68,51 MO g dm ³ 17,62 Tabela 2. Médias mensais de precipitação pluviométrica (Prec.), umidade relativa do ar (UR), temperatura do ar (Tar) nos meses de dezembro de 2011 a março de 2012, em Gurupi-To (Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi). Mês/Ano Dezembro/2011 Janeiro/2012 Fevereiro/2012 Março/2012 Prec (mm) 151,6 295,8 161,4 157,2 UR (%) Máxima 94,0 95,3 94,8 94,8 Mínima 59,3 64,9 58,3 61,00 Tar (°C) Máxima Mínima 31,1 22,0 29,09 21,5 31,0 21,3 31,8 21,9 Fonte: Estação Climatológica da UFT - Campus de Gurupi. 18 3.2 Material vegetal e preparação das mudas As mudas de capim santo utilizadas nesta pesquisa foram obtidas a partir de plantas matrizes por meio da divisão de touceiras, as quais eram plantas sadias livres de doenças e pragas. Foram plantadas em sacos para mudas de 1 kg, contendo mistura de solo com esterco curtido para enraizarem e realizar a multiplicação do material. As mudas foram, inicialmente, mantidas na casa de vegetação, sendo irrigadas duas vezes ao dia (pela manhã e ao entardecer) com ajuda de regadores manuais. As plantas daninhas dos vasos foram eliminadas manualmente. Após a multiplicação do material as plantas foram conduzidas ao campo. 3.3 Colheita e secagem A colheita foi feita após 90 dias do transplantio no campo, sempre entre oito e nove horas da manhã, com exceção do experimento 4, cujos horários de corte foram pré-definidos em função dos tratamentos (de 4 em 4 horas em um período de 24 horas). Os cortes das folhas foram feitos dez centímetros acima do solo, sendo acondicionadas em sacos plásticos identificados e transferidos para o Laboratório de Ecofisiologia Vegetal da UFT - Campus de Gurupi. A massa fresca foi pesada, padronizando todas as amostras com 70 gramas de material verde, as quais foram guardadas em sacos de papel, para a realização da secagem em estufa com temperaturas de 40°C, exceto o experimento 1, no qual foram avaliadas quatro temperaturas diferentes de secagem. Após a secagem, pesava-se a biomassa das folhas. Em seguida, as amostras eram conduzidas para o Laboratório de Plantas Daninhas da UFT - Campus de Gurupi, para a extração do óleo essencial. 3.4 Extração do óleo essencial As extrações do óleo essencial foram realizadas no Laboratório de Plantas Daninhas da UFT - Campus de Gurupi. As folhas de cada amostra desidratadas foram cortadas em tamanhos pequenos, colocadas em balão de vidro de 1000 ml, adicionando 500 ml de água destilada, colocando-o sobre uma manta aquecedora térmica elétrica com termostato, acoplado ao aparelho Clevenger graduados. Estes eram acoplados aos balões de vidro, para o processo de hidrodestilação do óleo. O processo de extração era conduzido por 45 minutos, contados a partir da condensação da primeira gota, sendo verificado o volume de óleo extraído na coluna 19 graduada do aparelho Clevenger, anotando-se, então, o volume do óleo extraído pelo processo. O cálculo do teor de óleo essencial em cada amostra foi feito pela seguinte fórmula: Teor (%) = (Volume de óleo (mL)/peso de matéria seca da amostra de folhas (g)) X 100, estando em acordo com a normativa proposta pela AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY (1994). Posteriormente o óleo foi acondicionado em fracos etiquetados e armazenado em congelador comercial a 5°C para analise química futura, na ausência de luz. 3.5 Descrição dos experimentos 3.5.1 Experimento 1 - Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo As plantas analisadas foram cultivadas em casa-de-vegetação, sendo as mesmas provenientes do município de Gurupi – Tocantins. A colheita das folhas foi realizada em dezembro de 2011. As folhas colhidas eram cortadas a dez centímetros acima do solo e encaminhadas, de imediato, ao Laboratório de Ecofisiologia Vegetal da UFT/Campus de Gurupi. Pesava-se, então, 70 gramas de massa verde de folhas referentes a cada amostra. Após isto, as amostras eram embaladas em sacos de papel, em três repetições para cada temperatura analisada, conduzindo-as para a estufa de ventilação forçada.O modelo da estufa é da marca Quimis, com a temperatura de interesse pré-definida. Este foi um experimento fatorial, no qual as temperaturas de secagem avaliadas foram 30°C, 40°C, 50°C e 60°C e os tempos de secagem foram 0, 24, 48 e 72 horas. Após isto, as amostras secas de folhas foram levadas para o Laboratório de Plantas Daninhas da UFT - Campus de Gurupi para a extração do respectivo óleo essencial. 3.5.2 Experimento 2 - Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo O plantio do experimento foi realizado no dia 10 de dezembro de 2011, em vasos no campo, a partir de mudas de capim santo produzidas previamente em vasos, em casa-de-vegetação. O material avaliado neste experimento (clones) era proveniente de uma única planta-matriz, obtida em Gurupi. As mesmas eram irrigadas duas vezes ao dia, quando não havia chuva. Os tratamentos foram plantas 20 cultivadas a pleno sol no campo e plantas cultivadas em telado, sob sombrite, o qual proporcionava sombreamento de 50%. As plantas foram colhidas após 90 dias do plantio, em torno das oito horas da manhã. Na sequência, realizou-se o processo de secagem das folhas em estufa a 40°C, por 72 horas e depois procedeu-se a extração do óleo essencial. 3.5.3 Experimento 3 - Avaliação da procedência das plantas sobre o teor do óleo essencial de capim-santo Foi avaliada a produção de óleo essencial de plantas provenientes de Gurupi TO, Cariri - TO e Porangatu - GO. A partir de plantas matrizes de cada procedência foram preparadas mudas em casa-de-vegetação, em vasos contendo mistura de solo e esterco para enraizarem e realizar a multiplicação do material. Depois de multiplicado realizou-se o plantio no campo em vasos com capacidade de 5 kg de solo. Os vasos eram irrigados duas vezes ao dia quando não chovia. O experimento foi plantado no dia onze de dezembro de 2011 e colhido após 90 dias. A colheita foi realizada no período da manhã, em torno das oito horas, sendo as folhas submetidas ao processo de secagem, em estufa, na temperatura de 40°C, por 72 horas. Após a secagem foi realizada a extração do óleo essencial. 3.5.4 Experimento 4 - Avaliação do efeito do horário de colheita sobre o teor do óleo essencial do capim-santo As plantas eram provenientes da multiplicação de planta matriz coletada do município de Gurupi - TO, as quais foram cultivadas em vasos, inicialmente, em casa-de-vegetação, e conduzidas, posteriormente, ao campo, no dia 12 de dezembro de 2011. Após 90 dias foram colhidas nos respectivos horários; às 0, 4, 8, 12, 16 e 20 horas. Dai se realizava os processos de secagem em estufa na temperatura de 40°C, por 72 horas. Após a secagem foi realizada a extração do óleo essencial. 3.6 Delineamento experimental e análise estatística No experimento da temperatura de secagem, o delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três repetições,no esquema fatorial de 21 4x4. Nos demais experimentos, utilizou-se delineamento de blocos ao acaso, com três repetições. Os resultados obtidos foram analisados estatisticamente, sendo as médias comparadas por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade. Foi utilizado o programa estatístico Sisvar (Ferreira, 2000). 22 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Avaliação de temperaturas e tempos de secagem sobre o teor do óleo essencial de capim-santo A análise de variância dos dados e as médias de peso de amostras de folhas de capim santo obtidos neste experimento são apresentadas nas Tabelas 3 e 4, respectivamente. Tabela 3. Análise de variância dos dados de peso de amostras de folhas de capimsanto submetidas a diferentes temperaturas e tempos de secagem. Fatorial 4 x 4. FV Temperatura Horários Temperatura x Horários Erro Cv (%) Média geral (g) GL 3 3 9 31 4,13 37,53 SQ 550,93 17411,14 385,11 74,50 QM 183,64 5803,71 42,79 2,40 Fc 76,41 2414,96 17,80 Pr >Fc 0,00* 0,00* 0,00* Tabela 4. Médias de peso, em gramas, do material de capim-santo submetido a quatro temperaturas e quatro tempos de secagem, com as respectivas equações de regressão e coeficientes de determinação (R2). T (°C) 30 40 50 60 0 70,04 Aa 70,28 Aa 70,00 Aa 70,01 Aa Tempo de Secagem (Horas) 24 48 44,71 Ba 30,69 Ca 22,65 Ba 20,51 Ca 34,00 Ba 28,00 Ca 27,33 Ba 23,62 Ca 72 23,68 Db 20,00 Da 25,66 Da 20,83 Da Equações R² Y = 0,008x²-1,210x+69,82 Y = 0,020x² - 2,109x + 68,08 Y = 0,014x² - 1,631x + 68,68 Y = 0,017x² - 1,876x + 68,10 0,99 0,95 0,97 0,96 Médias seguidas de letras maiúscula iguais na linha e mesmas letras minuscula na coluna não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o teste Tukey a 5% de probabilidade. Os resultados apresentados na Tabela 4 evidenciam que o peso médio das amostras das folhas diminui conforme aumenta o tempo de secagem, em todas as temperaturas. Na menor temperatura avaliada (30°C), após 72 horas de secagem, a redução do peso das amostras de folhas diferiu estatisticamente dos outros tratamentos de secagem. Considerando ser uma temperatura próxima à do ambiente, torna-se necessário se utilizar um período maior de horas no processo da secagem em estufa, com esta temperatura. Este resultado está de acordo com o trabalho realizado por Martinazzo et al. (2010) onde avaliando diferentes temperaturas de secagem das folhas de capim-santo (30,40,50 e 60°C),concluíram que a temperatura de 30°C necessita de um período maior de secagem em estufa,devido esta temperatura ser próxima á do ambiente Buglle et al. (1999) 23 também avaliando diferentes temperaturas de secagem em capim-santo, notou-se o desenvolvimento de fungos nas folhas na temperatura de 30°C. Ainda conforme a Tabela 4 observa-se que não houve diferença significativa das temperaturas dentro dos horários de secagem. Os resultados não foram estes os esperados, o que se esperava é que conforme aumentasse a temperatura, diminuía rapidamente o peso das amostras, em um menor tempo o que não aconteceu. Isso pode ser explicado em virtude de que as folhas de capim-santo, na sua constituição apresentam cutícula lisa constituída por grupos de células lignificadas e tricomas tectores que revestem a epiderme, desempenham proteção mecânica e evitam transpirações excessivas, dificultando a saída da água no processo de secagem (Martinazzo et al.,2010). Na Figura 2 encontram-se as médias dos teores do óleo essencial de amostras de capim-santo em função das quatro temperaturas de secagem avaliadas (30, 40, 50 e 60°C, respectivamente). Pode-se observar que o teor do óleo essencial da temperatura de 40°C foi maior, estatisticamente, em relação às demais temperaturas de secagem. O que pode ter favorecido evidentemente esta temperatura diferir das demais, talvez ela mantivesse o óleo armazenado nos tecidos, evaporando a água total, facilitando a passagem do óleo durante a extração. Na temperatura 30°C o teor não diferiu estatisticamente de 50 e 60°C, mais apresentou um valor superior a eles. Uma hipótese para o ocorrido é que o óleo essencial é bastante volátil em altas temperaturas podem ter ocorrido perdas por volatilização. Um dos motivos que a temperatura de 30°C apesar de ser baixa, não diferiu estatisticamente de 50°C e 60°C já estas são consideradas temperaturas altas, o que pode ter ocorrido foi perdas por volatilização. Possivelmente o que ocorreu foi uma secagem ineficiente já que no presente trabalho conclui que nesta temperatura precisa de um tempo maior para evaporação total da água, ao ponto de ficar livre a saída do óleo das células do tecido, já que a secagem serve para facilitar a extração do óleo em plantas aromáticas (Radünz et al., 2002). Leal (1998), avaliando seis diferentes temperaturas de secagem (30, 40, 50, 60, 70 e 80°C) de folhas de capim-santo, em plantas cultivadas no Estado do Rio de Janeiro, constatou que a temperatura de 40°C permitiu a obtenção do teor de óleo mais elevado em relação às demais temperaturas analisadas. Nas temperaturas de 70°C e 80°C o rendimento foi mais baixo, ocorrendo volatilização do óleo essencial 24 nestas temperaturas elevadas. Abaixo encontra a Tabela 5 da análise de variância do óleo submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem. Tabela 5. Análise de variância dos dados do teor do óleo essencial de capimsanto (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem. FV GL SQ QM Fc Pr >Fc Tratamento 3 3,41 1,13 13,97 0,0015* Erro 8 0,65 0,08 Total 11 4,06 CV % 8,99 Média (% de óleo) 3,17 4,5 4,0 Teor do óleo (%) 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 4,02 a Médias do teor 3,21b 1,0 2,59 b 2,87 b 50°C 60°C 0,5 0,0 30°C 40°C Temperatura de secagem Figura 2. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) submetido a quatro diferentes temperaturas de secagem. *Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Conforme Simões e Spitzer (2003), a principal característica dos óleos essenciais é a volatilidade. Em geral, não são estáveis, principalmente na presença de fatores como ar, luz, umidade, metais e calor. Martins et al ( 1995) recomenda temperaturas do ar de secagem de 40 a 60ºC para as folhas de plantas, sem causar alterações significativas na quantidade e qualidade dos constituintes químicos. 25 David et al. (2006) avaliando a influência de temperaturas de secagem (40, 50, 60 e 70°C) no rendimento e composição química de Ocimum Selloi Benth (alfavaquinha) verificaram que a temperatura de 40°C proporcionou o melhor rendimento do óleo essencial,pois nas demais temperaturas houve volatilização. Buglle et al. (1999) avaliando a influência de diferentes temperaturas de secagem (30, 50, 70 e 90°C) em folhas de Cymbopogon citratus, observaram que o maior rendimento do óleo essencial ocorreu nas temperaturas de 30 e 50°C, as quais não apresentaram diferença significativa entre si. Porém, na secagem com temperatura de 30ºC, notou-se o desenvolvimento de fungos. Nas temperaturas de 70 e 90°C, houve decréscimo significativo na quantidade de óleo essencial, houve perdas por volatilização. De acordo com Hertwig (1991), temperaturas superiores a 40°C danificam os órgãos vegetais (estruturas secretoras de óleos essenciais) induzindo, assim, a maiores perdas do teor de óleo essencial do produto seco. Deans e Svoboda (1992) ao secarem várias espécies vegetais aromáticas a temperaturas situadas entre 40 e 100°C, obtiveram sempre diminuição do teor de óleo essencial, com o aumento da temperatura. Blanco et al (2000) em estudo cujo objetivo foi avaliar a influência de três temperaturas de secagem (40°C, 60°C e 80°C) na produção do óleo essencial de menta, também confirmou que a temperatura de 40°C é a mais recomendada para a secagem de plantas desta espécie, sendo que temperaturas superiores são altamente prejudiciais para o rendimento e manutenção da composição química do seu óleo essencial. Figueiredo et al. (1996) estudando capim-santo demonstraram a presença dos óleos essenciais relacionados principalmente em células do parênquima clorofiliano, associadas aos feixes vasculares e envoltos por bainhas de esclerênquima. Tais estruturas são, portanto, bem protegidas no interior da superfície foliar. Talvez a temperatura de 40°C de alguma forma interfira na permeabilidade da resistência físico-mecânica destes tecidos, o que ajudaria a reter os compostos voláteis em suas estruturas de origem. Esta temperatura ocasionou a evaporação da água livre dos tecidos e a menor perda do óleo essencial por volatilização. 26 4.2 Avaliação do sombreamento sobre o teor do óleo essencial de capim-santo A análise de variância dos dados de folhas de capim santo obtidos neste experimento e os valores médios do teor de óleo essencial são apresentados na Tabela 6 e Figura 3, respectivamente. Tabela 6. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo cultivadas a pleno sol e em ambiente sombreado. FV GL SQ QM Fc Tratamento 1 4.13 4,13 1,76 Erro 4 9.34 2,33 Total 5 13,47 CV % 57,75 Média (% de óleo) 2,64 Pr >Fc 0,25 ns 4,0 3,5 teor do óleo(%) 3,0 2,5 2,0 3,47a 1,5 1,0 Médias do teor 1,81a 0,5 0,0 Pleno sol Sombra Pantas cultivadas em pleno sol e sombra. Figura 3. Teor do óleo essencial de capim-santo (%), de plantas cultivadas em pleno sol e na sombra. *Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os valores médios do teor de óleo essencial de plantas de capim santo referentes ao efeito da luz (com sombreamento e sem sombreamento) não diferiram estatisticamente entre si. Os resultados obtidos estão de acordo, com o mesmo que foi observado no trabalho de Gonçalves et al. (2003), no qual o teor do óleo essencial de alfavaquinha (Ocimum selloi Benth) não diferiu significativa entre 27 plantas crescidas nos dois níveis de radiação solar, tendo, as plantas sido submetidas a pleno sol e ao sombreamento parcial de 50%. Isto confirma a ideia de Rivas (2003), o qual observou que a síntese e acumulação de óleo essencial podem ocorrer em sombreamento e alta iluminação. Pinto et al. (2007) avaliando o conteúdo do óleo essencial de plantas de alfazema-do-Brasil em função de níveis de sombreamento, foram eles analisados 40% e 80% de sombreamento e em pleno sol, concluíram que não houve efeito significativo sobre o teor do óleo da espécie. Gomes et al. (2009) obtiveram o mesmo resultado estudando a influência do sombreamento no teor do óleo de cidrão (Lippia citriodora Lam) não houve diferença no teor do óleo essencial,nos testes com 25, 50, 70% de luz e a pleno sol. Na literatura resultados diferentes são encontrados em relação à intensidade da luz sobre o teor de óleo essencial. Com plantas de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham) o teor do óleo decresceu significamente com o sombreamento. (Souza et al., 2007).Em carqueja (Baccharis trimera (Less) D.C] o nível mais elevado de radiação 100% (pleno sol) aumentou o teor do óleo essencial. (Silva et al., 2006).Também em hortelã-do-campo (Hyptis marrubroides Epl.), o rendimento do óleo foi maior em plantas submetidas a pleno sol (Sales et al., 2009). Com ervacidreira (Lippia alba), plantas submetidas a um nível maior de irradiância (pleno sol) tiveram elevação no teor de óleo essencial (Ventrela e Ming, 2000). O capim-santo, apesar de ser uma planta de clima tropical, nos dados avaliados no presente trabalho, não observou-se diferença significativa quanto ao teor do óleo essencial. Uma justificativa para resultado encontrado é que o capimsanto é uma planta rústica e resistente ela se adapta a qualquer ambiente. Então houve uma adaptação da planta tanto no nível elevado de luz quanto no sombreamento, não alterando assim o teor na espécie. Dependendo da espécie, a intensidade de luz pode influenciar no teor do óleo essencial. 4.3 Avaliação do teor de óleo essencial de acessos de capim-santo A análise de variância dos dados obtidos neste experimento e os valores médios do teor de óleo essencial são apresentados na Tabela 6 e na Figura 4, respectivamente. 28 Tabela 7. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial das folhas dos acessos capim-santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO. FV Tratamento Erro Total CV (%) Média (% de óleo) GL 2 6 8 24,17 2,51 SQ 1,42 2,21 3,63 QM 0,71 0,36 Fc 1,93 Pr > Fc ns 0,22 3,5 3,0 teor do óleo (%) 2,5 2,0 Médias do teor 3,03a 1,5 2,43a 2,07a 1,0 0,5 0,0 Gurupi Cariri Porangatu Procedência do material. Figura 4. Teor de óleo essencial (%) de folhas de acessos de capim santo procedentes de Gurupi – TO, Cariri – TO e Porangatu - GO. *Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade. Conforme a Figura 4, os três acessos de capim santo não diferiram estatisticamente entre si quanto ao teor de óleo essencial. Castro et al (2004) avaliando o teor e composição do óleo essencial de cinco acessos de mentrasto constataram que apenas um deles apresentou maior valor no teor do óleo essencial, enquanto que os demais acessos não diferiram estatisticamente. Leal (1998), comparando plantas de capim-santo provenientes de dois estados diferentes, verificou que os acessos procedentes do Estado do Espírito Santo produziram o dobro de óleo em relação aos acessos oriundos do Rio de Janeiro. Januzzi (2005) avaliando o teor de dezesseis acessos de Lippia alba no Distrito Federal, constataram diferentes respostas. Alguns produziram óleo além da 29 média enquanto que alguns não diferiram entre si. Foram evidenciadas diferenças significativas no teor e composição do óleo de alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham) de vários estados do nordeste do Brasil (Oliveira, 2008). Presume-se que a elaboração dos princípios ativos medicinais e aromáticos das espécies vegetais seja regulada pela ação de genes específicos, os quais, quando em atividade, atuam nas rotas biossintéticas destes compostos, definindo a sua composição bioquímica quanto aos metabólitos secundários (Leal, 1998). O conteúdo do óleo essencial em uma planta pode variar em função da época do ano e do seu estádio de desenvolvimento (Goralka et al., 1996; Dunlop et al., 2000; Sousa et al., 2005; Carvalho-Filho et al., 2006). Fatores geográficos (localização) e ecológicos (habitat) também devem ser considerados (Oliveira et al., 2005). A variação química ocorre com predomínio de diferentes compostos no óleo volátil obtido a partir de uma mesma espécie coletada em locais diferentes, o que é frequente devido à alta complexidade química dos óleos voláteis. Os teores dos óleos essenciais também diferem, devido às plantas medicinais não ter sofrido melhoramento genético, e existir diversas variedades (Apel et al., 2006). A constituição genética das plantas influencia a produção de determinados metabólitos, e diferentes variedades de espécies de plantas medicinais podem conter diferentes teores de óleo essencial. A hortelã, por exemplo, possui variedades que são mais ricas em óleo essencial, contendo alto teor de mentol (Basso et al., 1998; Sharma et al., 1992). Existem inúmeras espécies de plantas medicinais e aromáticas estando em seus estados ainda silvestres, possuindo uma grande variabilidade genética de diferentes origens geográficas. 4.4 Avaliação do efeito do horário de corte sobre o teor do óleo essencial do capim-santo A análise de variância dos dados obtidos neste experimento e os valores médios do teor de óleo essencial são apresentados na Tabela 7 e Figura 5, respectivamente. Na Tabela 8 abaixo corresponde os resultados da análise de variância do teor de óleos de plantas de capim-santo colhidas em seis horários diferentes. 30 Tabela 8. Análise de variância dos dados de teor de óleo essencial de folhas de plantas de capim-santo colhidas em seis diferentes horários. FV Tratamento Erro Total CV% Média (% de óleo) GL 5 12 17 7,92 3,71 SQ 2,26 1,03 3,29 QM 0,45 0,08 Fc 5,23 Pr > Fc 0,008* 4,5 4,0 teor do óleo (%) 3,5 3,0 2,5 2,0 4,02a 3,89 a 3,6 ab 4,11 a 3,59 ab médias do teor 3,05 b 1,5 1,0 0,5 0,0 08:00 12:00 16:00 20:00 00:00 04:00 Horario de corte Figura 5. Teor do óleo essencial de capim-santo (%) em função do horário de corte. *Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, de acordo com o Teste de Tukey a 5% de probabilidade. De acordo com a Figura 5, o menor teor de óleo essencial de capim santo foi obtido no horário de doze horas (meio dia), enquanto que os horários de oito, 16 e zero hora apresentaram maior teor de óleo em relação a este horário. O teor de óleo obtido nos horários de 20 horas e quatro horas foram simultaneamente iguais aos horários de maior teor (oito, 16 e zero horas) e ao de menor teor (meio dia), estatisticamente. Desta forma, com base nestes dados, para estas condições experimentais, pode-se recomendar a colheita das folhas de capim santo nos horários que apresentaram maior teor do óleo essencial de capim santo, desde que a composição química dos mesmos seja desejável. Provavelmente, o menor teor de óleo essencial obtido ao meio dia possa estar relacionado à maior temperatura neste horário, causando a sua volatilização Evans (1991) relacionou a produção dos óleos essenciais com a elevação da temperatura, 31 muito embora, possa haver uma perda excessiva nos dias muito quentes, reafirmando, assim, a importância do ambiente em resposta ao metabolismo secundário da planta. Conclui-se, então, que o corte das folhas de capim santo para a produção do óleo, nas condições experimentais, não deve ser realizada nos horários mais quentes do dia. Este resultado coincide com os de Nascimento et al. (2006) em PentecosteCE, os quais concluíram que a colheita das folhas de capim- santo deve ser feita até 11 horas da manhã, pois após este período, ocorre uma redução no rendimento do óleo, podendo ser reiniciada às 15 horas. Leal (1998) concluiu que o melhor horário para a colheita do capim-santo no norte do Estado do Rio de Janeiro estaria entre 16 e 20 horas, em função do maior rendimento do óleo. Em melissa (Melissa officinalis L.), no município de São Cristóvão - SE o horário de colheita influenciou na composição e no teor do óleo, sendo que às 17 horas foi o horário com maior rendimento (Blank et al, 2005). Em erva-cidreira-brasileira (Lippia alba), Nagao et al (2004) no município de Pentecoste-CE constataram que o horário de maior rendimento do óleo foi às 15 horas. Neste horário de colheita, o citral e o limoneno encontravam-se bastante elevados. Para o cultivo em escala comercial de uma determinada espécie medicinal e/ou aromática, faz-se necessário conhecer o seu comportamento com relação aos efeitos climáticos da região onde será efetuado o plantio, bem como dos tratos e manejos culturais e conhecimento dos fatores bióticos. Desse modo, sem o domínio tecnológico de todas as etapas de desenvolvimento da espécie, provavelmente se obterá uma baixa qualidade do produto, seja na produção de biomassa, no rendimento do óleo essencial e seus constituintes (Nagao et al., 2004). Conforme o resultado do presente trabalho, em termos práticos para a região de Gurupi – Tocantins, a colheita das folhas de capim-santo, visando à extração do óleo essencial, poderá ser feita nos horários de menor temperatura pela manhã, podendo retorná-la após as 16h00 horas. 32 5. CONCLUSÕES Com base nos resultados da presente pesquisa, pode-se concluir que: A) Na secagem artificial das folhas de capim-santo, o aumento do tempo de secagem provoca a redução do conteúdo de água nas folhas, independentemente da temperatura. A secagem sob temperatura de 40°C proporcionou o maior teor óleo essencial. B) Para as condições climáticas de Gurupi-To, o efeito da luz não afetou o conteúdo do óleo essencial das folhas de capim-santo. C) Os acessos de capim-santo procedentes de Gurupi-TO, Cariri-TO e Porangatu-GO, não diferiram entre si, quanto ao teor do óleo essencial de capimsanto, quando cultivados sob as mesmas condições. D) A colheita das folhas de capim-santo, visando à extração do óleo essencial, deve ser evitada nos horários mais quentes do dia, podendo realizá-la nos horários de menor temperatura pela manhã, ou após as 16 horas. 33 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALONSO, J. R. Tratado de Fitomedicina-Bases clinicas y Farmacológicas, Buenos Aires: Isis Ediciones, 1040 p, 1998. ALMEIDA, A.T. ;CANECCHIO FILHO, V. Principais culturas. Instituto Campineiro de Ensino Agrícola,v.2,2 ed,ilustra.1973. ALVARENGA, A. A.; CASTRO, E. M.; LIMA JUNIOR, E. C. E MAGALHÃES, M. M. Effects of different light levels on the initial growth and photosynthesis of croton urucurana baill.In southeastern Brazil. Revista árvore, v.27, n.1, p.53-57, 2003. AMERICAN OIL CHEMISTS SOCIETY. Official methods and recommended practices. Champaign, 1994. APEL, M. A.; SOBRA, L. M.; HENRIQUES, A. T. Composição química do óleo volátil de Myrcianthes nativas da região sul do Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.16, n.3, p.402-407, 2006. ARRUDA V. M. Colheita, pós-colheita e comercialização de plantas medicinais. Ação Ambiental, p.21-23, 2004. ATROCH, E. M. A. C.; SOARES, A. M.; ALVARENGA, A. A.; CASTRO, E. M. Crescimento, teor de clorofilas, distribuição de biomassa e características anatômicas de plantas jovens de Bauhinia forficata submetidas à diferentes condições de sombreamento. Revista de Ciência Agrotecnológica, v.25, n. 4, p.853-862, 2001. BASSO, F.; PISANTE, M.; BASSO, B. Agronomical aspects of officinal plant cultivation.Phytotherapy Research ,v.12, p. 131-134.,1998. BLANCO, M. C. S. G. et al.Influência da temperatura de secagem no teor e na composição química do óleo essencial de menta. Trabalho publicado nos Anais do 40°Congresso Brasileiro de Olericultura e 1ºSimpósio Latino-Americano de Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares .In: Revista Horticultura Brasileira, v.18, Suplemento, julho de 2000. BLANK, A. F. et al. Influência do horário de colheita e secagem de folhas no óleo essencial de melissa (Melissa officinalis L.) cultivada em dois ambientes.Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.8, n.1, p.73-78, 2005. BONNER, J. The isoprenoids.In:Bonner,J.E VARNER, biochemistry, New York: Academic Press,p.665-692, 1961. J.E (Eds) Plant BORUAH, P. , MISRA, B. P.;PATHAK, M. G.; GROSH.; A. C. Dynamics of essential oil of Cymbopogon citrates (DC) Stapf.under rust disease indices.Journal of Essencial Oil Research,v. 7,n.3,p.337-338, 1995. BUGGLE, V. et al. Influence of different drying temperatures on the amount of essential oils and citral content in (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf). Acta Horticulturae, n.500, p.71-4, 1999. 34 CARLINI, E. A. Considerações gerais sobre o uso do capim cidrão (Cymbopogon citratus (DC) Stapf) em medicina popular. In: Ministério da Previdência e Assistência social. Farmacologia pré-clinica e toxicologia do capim cidrão (Cymbopogon citratus). Brasília: MPAS-Central de Medicamentos, p.9-12,1985. CARVALHO-FILHO, J. L. S.; BLANK ,A. F.; ALVES, P. B.; EHLERT P .A. D.; MELO, S.; CAVALCANTI, S.C.H.; ARRIGONI-BLANK, M.F.;SILVA-MANN R.S. Influence of the harvesting time,temperature and drying period on basil (Ocimumbasilicum L.) essential oil. Revista Brasileira Farmacognosia,v.16,p. 24-30. 2006. CASTRO, H. G. et al .Teor e composição do óleo essencial de cinco acessos de mentrasto. Revista Química Nova, São Paulo, v.27, n.1.2004. CASTRO, H. G. et al. Contribuição ao estudo das plantas medicinais metabólicos secundários. 2. Ed. Viçosa: Suprema, 2004. CASTRO, H. G.; FERREIRA, F. A. Contribuição ao estudo das Plantas Medicinais: carqueja (Baccharis genistelloides). Viçosa-MG, 102p, 2001. CASTRO, L. O.; CHEMALE, V. M. Plantas medicinais e condimentares e aromáticas: descrição e cultivo. Guaiba-Rio Grande do Sul: Livraria e Editora Agropecuária. 196p, 1995. CORREA JUNIOR, C.; MING, L. C.; SCHEFFER, M.C. Cultivo de plantas medicinais e aromáticas. 2ª Ed. Jaboticabal, SP: FUNEP, 162p. 1994. COSTA, L. C. B. et al. Secagem e fragmentação da matéria seca no rendimento e composição do óleo essencial de capim-limão. Horticultura Brasileira, Brasília, v.23, n.4, p.956-959, 2005. CRAVEIRO, A. A. et al. Óleos Nordeste.Fortaleza:Edições UFC.210p. 1981. essenciais de plantas do CUNHA, A.P. O emprego das plantas aromáticas desde as antigas civilizações até o presente. 2012. Disponível em< www.oleoessencial.com.br/oempregodasplantas%5B1%5D.pdf.> acesso em: 06 de junho de 2012. DAVID, E. F. S. et al.Influência da temperatura de secagem no rendimento e composição química do óleo essencial de Ocimum selloi Benth.Revista Brasileira de Plantas Medicinais.Botucatu,v.8,n.4,p.66-70,2006. DEANS, S. G.; SVOBODA, K. P. Effect of drying on volatile oil and microflora of aromatic plants. Acta Horticulturae, n. 306, p. 450, 1992. DUNLOP, P.J.; BIGNELL, C.M.; HIBBERT, D.B. Use of gas chromatograms of essential leaf oils to compare clones of Eucalyptus camaldulensis. Biochem Syst Ecol,v. 28,p. 383-391, 2000. EKUNDAYO, O. Composition of leaf volatile oil of cymbopogon citrates.Fitoterapia (Milano), v.56, n.6, p. 339-342, 1985. 35 EVANS, W. C. Farmacognosia, 13 ed. Nueva Editorial Interamericana, S.A. México, 901p, 1991. FERREIRA, D. F. Análises estatísticas por meio do Sisvar para Windows versão 4.0. In... 45° Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade internacional de Biometria. UFSCar, São Carlos-SP, p.255-258,julho de 2000. FIGUEIREIDO, R. O.; MACHADO, S.R.; ANDRADE, R. M. C.; MING,L.C.Yielde of essencial oiland citral content in different parts of lemongrass leaves(Cimbopogon citrates (D.C) Stapf) POACEAE.Acta Horticulturae,n.426,p.555-9,1996. FIGUEIRA, G.M.; SARTORATTO, A.; SILVA, C.A.L. Efeito da secagem em espécies do gênero Cymbopogon na composição do óleo essencial. Horticultura Brasileira, v. 21, n. 2, 2003. FURLAN, M.R. et al. Variação dos teores de constituintes voláteis de (Cymbopogon citratus (DC) Staf), Poaceae, coletados em diferentes regiões do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Farmacognosia, 2010. GOBBO-NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Química Nova, v.30, n.2, p.374-381, 2007. GOLÇALVES, L. A. et al. Produção e composição do óleo essencial de alfavaquinha Ocimum selloi Benth) em resposta a dois níveis de radiação solar.Revista Brasileira de Plantas Medicinais,Botucatu,v6,n.1,p.8-14,2003. GOMES, E. C. N. E. ;NEGRELLE,R.R.B.Cymbopogon citrates (D.C) stapf:aspectos botânicos e ecológicos.Visão acadêmica, v.4, n.2, p.13-144, 2003. GOMES, E. L. Aspectos do cultivo e beneficiamento do capim-limão (Cymbopogon citratus (D.C.) Staff) no estado do Paraná, Brasil. Revista Visão Academica.Parte da tese de Doutorado em Agronomia-Produção Vegetal.Curitiba, v.2,n.1,p.1118,2001. GOMES, P.A, et al. Influência do sombreamento na produção de biomassa, óleo essencial e quantidade de tricomas glandulares em cidrão (Lippia citriodora Lam). Revista Biotemas, v.22, n. 4, 2009. GONÇALVES, G.G.; MANCINELLI, R.C.; MORAIS, L.A.S. Influência do horário de corte no rendimento de óleo essencial de alfavaquinha e alecrim. Horticultura Brasileira, 2009. GORALKA, J.L.R.; SCHUMAKER, M.A,; LANGENHEIM ,J.H. Variation in chemical and physical properties during leaf development in California Bay tree (Umbellularia californica): predictions regarding palatability for deer. Biochem Syst Ecol,v. 24,p. 93-103,1996. HERTIWING, I. F.V. Plantas aromáticas e medicinais: plantio, colheita, secagem, comercialização. 2 ed. São Paulo. Ícone, 1991. 414p. 36 JANNUZZI, H. Caracterização de dezesseis acessos de Lippia Alba (Mill) N.E Brown, no Distrito Federal. Brasília. Dissertação de Mestrado-Faculdade de agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 54 p, 2005. LEAL, T.C. A. de B.; FREITAS, S. de P. SILVA, J.F. da; CARVALHO, A. J. C. de. Avaliação do efeito da variação estacional e horário de colheita sobre o teor foliar de óleo essencial de capim-cidreira (Cymbopogon citratus (D.C) Stapf). Revista Ceres, v.48, n. 278, p. 445-453, 2001. LEAL, T. C. A. de. B. Produção de óleos essencial de capim cidreira (Cymbopogon citratus (D.C) Stapf) em função de fatores endógenos e exógenos. 62 f.Tese-Doutorado em Produção Vegetal.Centro de Ciências e Tecnologia Agropecuárias,Universidade estadual do Norte Fluminense.Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro,1998. LOCKWOOD, G. B.Tecniques for gas chromatography of volatile terpenoides from arrange of chromalography A, v.936, p.23-31, 2001. LORENZI, H. MATOS, F.J. de A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa:Instituti Plantarum,2002. MARTINAZZO, A.P.; MELO, E.C.; CORRÊA, P.C.; SANTOS, R. H. S. Modelagem matemática e parâmetros qualitativos da secagem de folhas de capim – limão (Cymbopogon citratus (D.C) Stapf). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.12, n.4, p.488-498, 2010. MARTINS, E.R.; SANTOS, R. H. S. Plantas medicinais: uma alternativa terapêutica de baixo custo. Viçosa , 26 p, 1995. MARTINS, E. R; CASTRO, D. M.; CASTELLANI, D.M.; DIAS, J.E. Plantas Medicinais. Viçosa: Editora UFV, 220 p, 1995. MARTINS, P. M. Influência da temperatura e da velocidade do ar de secagem no teor e da composição química do óleo essencial de capim-limão(Cymbopogon citratus (d.c.) Stapf.).Tese de Mestrado-Universidade Federal de Viçosa.Programa de Pós- Graduação em Engenharia Agrícola.Viçosa-MG.2000. MELO, J.G. et al. Avaliação da qualidade de amostras comerciais de boldo (Peumus boldus Molina), pata-de-vaca (Bauhinia spp.) e ginco (Ginkgo biloba L.). Revista Brasileira de Farmacognosia, v, 14, n.2, p.111-120, 2004. MONTEIRO, R. Desenvolvimento de menta e produção de óleo essencial sob diferentes condições de manejo. 81f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2009. MORAIS, L. A. S. Influência dos fatores abióticos na composição química dos óleos essenciais. Horticultura Brasileira, v.27 n.2, p. 4050 - 4063, 2006. NAGAO, E. O. et al.Efeito do horário de colheita sobre o teor e constituintes majoritários de óleo essencial de Lippia alba (Mill)N.E.Br., quimiotipo citrallimoneno.Revista Ciência Agronômica, v. 35, n.2, p.335-360, 2004. 37 NASCIMENTO, I. B. do. et al.Efeito do horário de corte no óleo essencial de capimsanto. Revista Ciência agronômica, v.34, n. 2, p. 169-172, 2003. NASCIMENTO, L.B do. et al.Influência do horário de corte na produção de óleo essencial de capim-santo (Andropogum sp).Revista Caatinga.,v.19,n.2,p.123-127, 2006. NEGRELLE, R. R. B.; GOMES, E. C. Cymbopogon citratus (DC.) Stapf: chemical composition and biological activities. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.9, n.1, p.80-92, 2007. OLIVEIRA, R. N.; DIAS, I. J. M.; CÂMARA, C.A. G. Estudo comparativo do óleo essencial de Eugenia punicifolia (HBK) DC. de diferentes localidades de Pernambuco. Revista Brasileira Farmacognosia,v, 15, p. 39-43, 2005. OLIVEIRA, M. I .; CASTRO, E. M.; COSTA, L. C. B.; PINTO, J. E. B. P.; AMARAL, T. A. Crescimento e teor de óleo essencial de plantas jovens de Artemísia vulgaris submetidas a diferentes condições de radiação. Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu- Brasil, p.3, 2007. OLIVEIRA, T. C. Caracterização e comportamento de acessos de alecrimpimenta (Lippia sidoides Cham.) mantidos em Banco Ativo de Germoplasma em São Cristóvão - SE. Dissertação-Mestrado em Agroecossistemas,São Cristóvão: UFS, 90 p, 2008. PACHECO, J. M. et al. Influência da temperatura de secagem na composição química e rendimento dos óleos essenciais obtidos de plantas aromáticas.Anais do III ENDICT – Encontro de Divulgação Científica e Tecnológica.Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR, Campus Toledo,19 a 21 de Outubro de 2011. PAVIANI L. C. Extração com CO2 a altas pressões e fracionamento do óleo essencial de capim limão utilizando peneiras moleculares.92 f. Dissertação (Mestrado)- Engenharia de Alimentos, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Erechim-RS,2004. PEGORARO, R. L. et al. Produção de óleos essenciais em plantas de Mentha x piperita L. var. piperita (Lamiaceae) submetidas a diferentes níveis de luz e nutrição do substrato. Revista Brasileira Botânica, v.33, n.4, p.631-637, 2010. PINTO J. E. B. P. et al . Aspectos morfofisiológicos e conteúdo de óleo essencial de plantas de alfazema-do-Brasil em função de níveis de sombreamento. Horticultura Brasileira, v. 25, p. 210-214, 2007. RADÜNZ, L. L. et al. Efeitos da temperatura do ar de secagem sobre a qualidade do óleo essencial de alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham). Revista Brasileira de Armazenamento, v.27, n.2, p. 9-12, 2002. RIVAS, D. A. P. Arquitectura y modelos de regeneración en plantas medicinales comercializadas en Chile. Pontifícia Universidad Católica de Chile, Facultad de Agronomía e Ingeniería Forestal, Santiago, Chile, 53pp. 2003. 38 ROCHA, S. F. R.; MING, L. C.; MÁRCIA, O. M. Influência de cinco temperaturas de secagem no rendimento e composição do óleo essencial de citronela.(Cymbopogon winterianus).Revista Brasileira de Plantas Medicinais,Botucatu,v.3,n.1,p-7378,2000. ROCHA, P. R. Avaliação do teor e da composição do óleo essencial de cymbopogon citratus e thymus vulgaris submetidos a processos de secagem e armazenamento.149 f.Tese (Doutorado)-Universidade federal de Viçosa.2011. SALES, et al . Influência do nível de irradiância no crescimento, produção e composição química do óleo essencial de hortelã-do-campo (Hyptis marrubioides Epl.) Revista Semina: Ciências Agrárias, v. 30, n. 2, p. 389-396 , 2009. SALISBURY, F. B.; ROSS, C. W. Plant Physiology. Belmont: Wadsworth, 682p, 1992. SAMUELSSON, G. Drugs of Natural Origin: A Textbook of Pharmacognosy. Stockholm, Swedish Pharmaceutical Press, 551p, 1999. SANTOS, R. I. Metabolismo básico e origem dos metabólitos secundários. In: SIMÕES, C. M. O. et al. (org). Farmacognosia da planta ao medicamento. 5. ed. Porto Alegre,Florianópolis:Ed.Universidade Federal de Santa Catarina,p.403434,2004. SHARMA, S.; TYAGI, B. R.; NAQVI, A.A.; THAKUR, R.S. Stability of essential oil yield and quality characters in Japanese mint (Mentha arvensis L.) under varied environmental conditions. Journal of Essential Oil Research,v. 4, p.411-416,1992. SCHUCK, V. J. A.; FRATINI, M.; RAUBER, C. S.; HENRIQUES, A.; SCHAPOVAL, E. E. S. Avaliação da atividade antimicrobiana de Cymbopogon citratus. Rev. Bras. Cien. Farm.,v. 37,n.1, p.45, 2001. SILVA, F.; CASALI, V. W.D. Plantas medicinais e aromáticas: pós-colheita e óleos essenciais. Viçosa, MG: UFV, DFT, 2000. SILVA, F. G. et al.Influência do nível de irradiância no crescimento da planta, rendimento e composição do óleo essencial em carqueja. Revista de Ciências e Agrotecnolgia, Lavras, v. 30, n. 1, p. 52-57, 2006. SIMÕES, C. M. O; SPITZER, V. Óleos voláteis. In: SIMÕES, C.M.O et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Porto Alegre / Florianópolis: Editora UFRGS/ Editora UFSC, p. 467-495, 2003. SIMÕES, C. M.O.; SCHENKEL, E.P.; GOSMANN,.G.; MELLO, J.C.P., MENTZ, L. A. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5 ed. Florianópolis/Porto Alegre: Editora UFRGS/ Editora UFSC, 2000. SIMON, J. E. New crop introduction: exploration, research and commercialization of aromatic plants in the new world. Acta Horticulturae, p. 209-221, 1993. SINGH, A.; BALYAN, S.S.; SHAHI, A.K. Cultivation of jammu lemongrass in North India under irrigated conditions. In: ATAL, C.K.; KAPUR, B.M.Cultivation and 39 utilization of aromatic plants Jammu-Tawi, India: Council of Scientific and Industrial Research, p.308-313, 1982. SOUSA, L. A; ALBUQUERQUE, J. C. R.; LEITE, M.N; STEFANINI, M.B. Sazonalidade dos ductos secretores e óleo essencial de Foeniculum vulgare var. vulgare Mill. (Apiaceae). Revista Brasileira Farmacognosia, v.15 p.155-161,2005. SOUSA, M. F. et al.Influência do Sombreamento na Produção de Fitomassa e Óleo Essencial em Alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham ). Revista Brasileira de Biociências, v. 5, supl. 2, p. 108-110, 2007. SOUSA, M. P.; MATOS, M. E. O. ; MATOS, F, J, A.; MACHADO, M.I.L.; CRAVEIRO, A, A. Constituintes químicos ativos de plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: Edições UFC, Laboratório de Produtos Naturais, 416 p, 1991. . SOUZA. S, A. M. et al. Óleos essenciais: Aspectos econômicos e sustentáveis.Enciclopédia biosfera. Centro Científico Conhecer. Goiânia, vol.6, n.10, 2010. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. Artmed, Porto Alegre, Brasil, 719pp. 2004. TAIZ, L.; ZEIGER, E.;. Fisiologia Vegetal. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Surface protectionand secondary defens compounds.In Plant Physiology.Redwood City: Bejamin Cummings, p.318-345, 1991. TAVARES, E. S.; JULIÃO, L.S.; LOPES, D.; BIZZO, H. R.; LAGE C. L. S.;LEITÃO, S .G. Análise do óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N.E.Br. (Verbenaceae) cultivados em condições semelhantes.Revista Brasileira Farmacognosia , v.15, p. 1-5, 2005. TELES, S. Avaliação do teor e da composição química das folhas de lippia Alba (Mill) n.e.br. e mentha piperita l. cultivadas em Cruz das Almas, Santo Antonio e Amargosa, submetidas às diferentes épocas de colheita e processos de secagem. 93 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas. Área de Concentração: Fitotecnia, Cruz das Almas-BA,2010. TURNER, G. W.; GERSHENZON, J.; CROTEAU, R. B. Distribution of peltate glandular trichomes on developing leaves of peppermint. Plant Physiology, v.124, p. 655 – 663, 2000. VENTRELLA, M. C.; MING, L. C. Produção de matéria seca e óleo essencial em folhas de erva-cidreira sob diferentes níveis de sombreamento e épocas de colheita. Horticultura Brasileira, v.18, p. 972-974, 2000. VERLET, N. The world herbs and essential oils economy – analysis of the medium term development. Acta Horticulturae, n.306, p.474–481, 1992. VITTI, A.M. S.; BRITO, J. O. Óleo essencial de Eucalipto. Documentos florestais. Universidade de São Paulo, n.17, agosto, 2003. 40 41