1 2 Introdução A apanhar o trevo... 3 4 Indo eu, O “pôr-do-sol” indo eu... nunca existiu... 2.3. Paradigmas educacionais 2.3.1. A escola... “essa escultora”16 (na oficina de Pigmalião) A. Do professor-oleiro ou professor-escultor ao aluno-contentor ou aluno-banca [metamorfoses da escola [dita] tradicional] S ob a designação de escola tradicional, abrigam-se múl- 16. Nalgumas das suas variantes, esta macroteoria facilmente se pode integrar no que hoje se tem designado como paradigma racional-tecnológico ou (simplesmente) técnico. A expressão “essa escultora” é uma ressonância a uma obra de Marguerite Yourcenar. tiplas correntes e visões de mundo. As obras de Marrou, de Luzuriaga, de Sarramona, etc... constituem significa- tivas abordagens, que não é legítimo ignorar. A educação grega (paideia – paidei‰a), a educação romana (humanitas), a edu- N esta visão da escola, ao professor-oleiro ou escultor corresponderia o aluno-vasilha ou contentor, numa espécie de “educação bancária”. Este aluno não é. Este aluno serve para, porque da sua “capacidade” de absorção irá depender, em parte, a sua função social. Como poderia tal escola não acabar, fatalmente, num ranking?... cação árabe, a religiosa (a Medieval, a da Reforma ou outras mais recentes), os vários tipos de abordagem educativa dos séculos XVII ao XX justificam uma atenção que não pode compaginar-se num pequeno estudo como este. Compreender-se-á, assim, que, se bem que de modo algo embrionário, sejam aqui articulados aspectos fundamentais desse conjunto de correntes, sob o que alguns têm designado de paradigma tradicional-ofício ou do professor- -artesão. Numa tal concepção da escola e do ensino, o professor tenderá, inevitavelmente, a formar o aluno à sua imagem 38 Álvaro Gomes, A Escola Álvaro Gomes, A Escola 39