Drenagem linfática no pós-operatório de pacientes pós

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Drenagem linfática no pós-operatório de pacientes pós-mastectomia
Eliete nogueira sales¹
[email protected]
Dayana priscila maia mejia²
Pós-graduação em Fisioterapia Dermato Funcional – Faculdade Ávila
Resumo
A drenagem linfática é um importante instrumento para o trabalho da fisioterapia em
pacientes que se submeteram ao procedimento de mastectomia, por se tratar de um
procedimento de massagem que trabalha o sistema linfático, estimulando-o a trabalhar de
forma rápida, promovendo o necessário movimento da linfa até os gânglios linfáticos como
forma de estímulo dos mesmos. Desta forma, este trabalho tem por objetivo geral analisa, no
âmbito bibliográfico os resultados da aplicação da técnica de drenagem linfática em
pacientes pós-mastectomia, além de especificamente identificar as alterações funcionais após
o procedimento mastectomia; verificar as vantagens da aplicação da drenagem linfática em
pacientes mastectomizados; e, identificar as formas de uso da drenagem linfática em
pacientes mastectomizados. A metodologia aplicada no trabalho foi a da pesquisa
bibliográfica em livros e artigos de Internet com o intuito de buscar os elementos
substanciais para o desenvolvimento do trabalho.
Palavras-chave: Mastectomia; Drenagem Linfática; Pós-operatório.
1. Introdução
A fisioterapia é uma área do setor de saúde, de grande relevância social, dirigida aos
indivíduos portadores de perturbações ou ausência de movimentos, que os levem a
incapacidade funcional de órgão ou sistemas do corpo humano.
O fisioterapeuta é o profissional de saúde, promotor e responsável por suas ações junto à
sociedade. Ele realiza a avaliação e diagnose das alterações cinético-funcionais de órgãos e
sistemas do corpo humano.
Baseado em análises qualitativas e quantitativas da cinesia e dos processos sinérgicos das
estruturas anatômicas envolvidas, prescreve e emprega as metodologias e técnicas próprias da
fisioterapia em benefício do seu paciente. Suas ações são importantes nas fases primária,
secundária e terciária da saúde. Nas ações primárias atua preventivamente ao estabelecimento
e/ou fixação de débitos funcionais. O desenvolvimento do seu trabalho apresenta efeitos
restauradores importantes.
O câncer de mama genética, que ocorre de forma esporádica ou hereditária, pois a
carcinogênese sempre se inicia com danos ao DNA. Qualquer célula normal pode originar um
processo neoplásico, quando submetida a uma série de eventos acumulados durante anos,
caracterizando, assim, o câncer como uma patologia de múltiplas etiologias. A formação das
neoplasias ocorre com o desequilíbrio entre proliferação celular (ciclo celular) e a apoptose
(CASTRO 2008).
Dentre suas técnicas de procedimentos, destaca-se, em pacientes pós-cirurgias a utilização da
drenagem linfática que é um tipo de massagem que atua diretamente no sistema linfático,
_______________________
¹ Pós-graduando em Fisioterapia dermato funcional
² Professora orientadora, fisioterapeuta especialista em metodologia do ensino superior, mestranda em bioética e
direito em saúde
2
estimulando-o a trabalhar de forma rápida, movimentando a linfa até os gânglios linfáticos,
cujos benefícios fisiológicos e psicológicos do procedimento são atribuídos aos fenômenos
de adaptação da linfa a estímulos frequentes de esforço físico. Muitos destes benefícios estão
bem, documentados na literatura científica, o que proporciona uma modificação da
composição do corpo. O caso da mastectomia, a aplicação da técnica de drenagem linfática
proporciona estimulo regulares como fonte de energia, mesmo estando em repouso.
Dentre suas técnicas de procedimentos, destaca-se, em pacientes pós-cirurgias a utilização da
drenagem linfática que é um tipo de massagem que atua diretamente no sistema linfático,
estimulando-o a trabalhar de forma rápida, movimentando a linfa até os gânglios linfáticos,
cujos benefícios fisiológicos e psicológicos do procedimento são atribuídos aos fenômenos de
adaptação da linfa a estímulos frequentes de esforço físico. Muitos destes benefícios estão
bem, documentados na literatura científica, o que proporciona uma modificação da
Segundo Bergmann et al.(2005), para controlar os sintomas álgicos , as pacientes devem ser
encorajadas a iniciar os movimentos ativos de membro superior (limitado a 90° a retirada dos
pontos), relaxamento cervical e mobilização escapular desde o 1° pós-operatório. Se houver
presença de parestesia em região inervada pelo intercostobraquial, a dessensibilização com
diferentes texturas pode ser realizada. Pode-se ainda fazer o uso da Drenagem Linfática
Manual (DLM) para a melhora dos sintomas.
Desta forma, este artigo tem por objetivo geral analisar, no âmbito bibliográfico os resultados
da aplicação da técnica de drenagem linfática em pacientes pós-mastectomia, além de
especificamente identificar as alterações funcionais após o procedimento mastectomia;
verificar as vantagens da aplicação da drenagem linfática em pacientes mastectomizados; e,
identificar as formas de uso da drenagem linfática em pacientes mastectomizados.
A metodologia aplicada no trabalho foi a da pesquisa bibliográfica em livros e artigos de
Internet com o intuito de buscar os elementos substanciais para o desenvolvimento do
trabalho.
Nesse sentido, com base na teoria este estudo pode servir de sustentáculo para a vida
profissional a partir de então, justamente por representar a síntese dos conhecimentos
adquiridos no decorrer do curso, mas com caráter extremamente pessoal, pois, o papel da
universidade é estimular a inovação e criatividade, por meio da pesquisa, apesar da reforma o
ensino que tanto pede o estímulo aos trabalhos diferentes.
O tema escolhido tem por finalidade buscar conhecer melhor esta problemática promovendo
um estudo dos comportamentos mais comuns no uso da drenagem linfática em paciente
mastectomizados. O tema é um tema que envolve muitas discussões no âmbito da saúde, mas
que precisa encampar alguns aspectos fundamentais os resultados da aplicação da técnica, no
âmbito bibliográfico.
O estudo em questão apresenta sua justificativa e importância, nos aspectos acadêmicos,
sociais e profissionais sustentada nos argumentos que adotam como princípio que a aplicação
da técnica de drenagem a pode ser extensiva a todos os pacientes submetidos à mastectomia
pós-operatório.
Sendo assim, este trabalho tem por base as seguintes justificativas: A escassez de estudos
aplicados ao contexto do tema, em âmbito geral e, específico, que produz lacunas importantes
na produção científica. Portanto, pretende-se que este estudo, de alguma forma, contribua na
investigação e no aprofundamento das questões relativas ao problema estudado.
2. Desenvolvimento
2.1 Mastectomia e saúde pública
3
Saúde é o estado de normalidade das funções orgânicas e de equilíbrio entre o ser humano e o
meio ambiente. É um componente básico do desenvolvimento econômico e social. De fato
não há como ignorar que a melhoria dos padrões de saúde resulta da elevação dos níveis
econômicos e sociais. Correlação íntima se estabelece entre a renda per capita, a
disponibilidade de habitações e de escolas de uma população e os índices sanitários. À
medida que se elevam estes níveis econômicos e sociais, evidencia-se uma melhoria nas
condições de saúde da população que, por sua vez, refletem-se no aumento da produtividade
individual e da produção global de bens e serviços.
A terapêutica médica e a medicina sanitária têm impulsionado vigorosamente o
desenvolvimento, reduzindo índices de morbidade e de mortalidade, recuperando milhões de
pessoas, prolongando o período de vida útil do ser humano e aumentando sua produtividade.
Não há exemplo de país que tenha alcançado elevado nível de desenvolvimento sem elevar o
nível de saúde de seu povo.
Essa é a razão por que os programas de saúde não devem ser formulados isoladamente, mas,
sim, integrar a estratégia global do desenvolvimento e inserir-se nos planos nacionais de
desenvolvimento. Todavia, se as precárias condições de saúde de um grupo social constituem
fator negativo ao desenvolvimento, por conduzirem à morte prematura, nos países
subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, a maior parte da população não dispõe de recursos
para se utilizar dos serviços médicos.
Daí por que a Carta da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2011) refere que os governos
têm responsabilidade na saúde dos seus povos. Claro que a responsabilidade governamental é
ainda maior nos países pobres, de baixa renda per capita, como é o caso do Brasil. Nos
Estados brasileiros, especialmente no Amazonas, tem sido observada uma profunda
concentração de investimentos públicos em infraestrutura, certamente importantes, como a
construção de novos Hospitais, Policlínicas, Centros de Saúde e Unidades Básicas de Saúde.
No campo do saneamento básico, função principal de plano de saúde, principalmente nas
áreas periféricas da cidade e no interior do Estado, os investimentos são pífios e, quando
existem, seus resultados são incipientes, cujo reflexo se dá exatamente nas crianças.
No Brasil, as estimativas para o ano de 2010 apontam a ocorrência de 466.730 novos casos de
câncer. O tipo mais incidente para o gênero feminino é o de mama. O número de novos casos
de câncer de mama no país em 2008 foi de 49.400, sendo o mais frequente nas mulheres das
regiões Sul com 67/100.0003( LEITES et al. 2010).
Assim o câncer de mama representa um grave problema de saúde pública, em função de sua
morbidade e mortalidade. Em nosso meio, constituem a primeira causa de mulheres.
Vários fatores de risco contribuem para o aumento da incidência e/ou gravidade do Câncer de
mama, principalmente o hábito de não realizar os exames (mamografia), o que aumenta o
risco para o desenvolvimento de quadros mais graves.
Apesar das revisões sistemáticas e diretrizes sobre o tema, é grande a diversidade de
abordagens diagnósticas e terapêuticas, havendo necessidade de maior padronização de
condutas para diminuir a morbidade e a mortalidade por câncer de mama, além de evitar o
aumento da resistência pelo uso indiscriminado de antibióticos.
A mastectomia é uma cirurgia de retirada completa da mama, realizado como procedimento
interventivo em mulheres com diagnóstico de Mama. Segundo Sedicias (2012, p. 1), três são
os tipos de mastectomia: mastectomia simples; mastectomia preventiva e mastectomia radical.
Assim a autora apresenta suas inferências a respeito de cada tipo de mastectomia, como forma
de tratamento ao câncer de mama:
Na mastectomia simples são retiradas somente as glândulas mamárias e a
aponeurose no músculo peitoral maior. Ela é mais indicada em caso de carcinoma in
situ (bem localizado) descoberto precocemente.
4
A mastectomia preventiva consiste na retirada da mama como forma de prevenção
do câncer de mama. Ela é indicada quando a mulher já teve um câncer de mama
numa das mamas, como forma de prevenção da outra mama, ou para mulheres que
apresentam elevado risco de desenvolver o câncer de mama.
Na mastectomia radical retira-se toda a glândula mamária, o músculo peitoral e os
linfonodos da região da axila.
Na mastectomia radical modificada são retiradas as glândulas mamárias e a os
linfonodos axilares e o músculo peitoral maior é mantido, neste caso ela é chamada
de mastectomia radical modificada Patey e quando os músculos peitoral maior e
menor são preservados, ela deve ser chamada de mastectomia radical modificada de
Madden.
Assim, como se pode observar, existe uma forma diferenciada para cada tipo de problema. Na
mastectomia simples é indicada quando diagnosticada precocemente a presença do câncer de
mama, sendo retiradas apenas as glândulas mamárias do músculo peitoral maior. A
mastectomia preventiva, a mama é retirada como forma de prevenção a possível existência
futura do câncer de mama. Já na mastectomia radical retira-se toda a glândula mamária, o
músculo peitoral e os linfonodos da região da axila, como forma de combate a presença do
câncer de mama.
Sedicias (2012, p. 1) apresenta os casos que a mastectomia deve ser realizada:





A mulher apresenta elevado risco de desenvolver câncer de mama
(mastectomia preventiva);
Como forma de prevenção para o câncer de mama na outra mama
quando a mulher já teve câncer numa das mamas;
A mulher apresentar carcinoma in situ descoberto precocemente
para evitar a progressão da doença;
Se a mulher apresentar histórico familiar de câncer de mama;
Como forma complementar do tratamento radioterápico e
quimioterápico para o câncer de mama.
Desta forma, como se pode inferir nas palavras da autora, em voga, a mastectomia é um
procedimento inevitável para mulheres com histórico ou com propensão ao de câncer de
mama, sendo o procedimento recomendado, como uma intervenção absolutamente
imprescindível no combate uma doença que, segundo dados do Ministério da Saúde (2011) é
a principal causa de morte em mulheres no Brasil. As estatísticas indicam aumento de sua
incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011), nas décadas de 1960 e 1970 registrou-se um
aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos registros de câncer de
mama de diversos continentes.
O Ministério da Saúde (2010) aponta que:
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos
casos novos a cada ano. No ano de 2010 ocorreram 49.240 novos casos de câncer de
mama no Brasil, sendo superado apenas pelo câncer de pele. No ano de 2008,
11.860 mulheres morreram por causa do câncer de mama e 125 homens também
morreram por câncer de mama. O câncer de mama no homem é raro e representa
menos de 1% dos casos, e o principal sintomas é um nódulo endurecido atrás do
"bico" do peito , principalmente em pacientes acima de 50 anos de idade. Existem
diferenças nas taxas de incidência da doença entre as regiões do Brasil. A maior
incidência ocorre na região sudeste. A medida utilizada para quantificar esta
incidência chama-se taxa bruta , que corresponde ao número de casos para cada
100mil mulheres. Na região sudeste esta taxa é de 64.54 casos/100mil mulheres,
região sul 64.3/100mil mulheres, região centro-oeste 37,68/100mil mulheres, região
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nordeste 30,11/100mil mulheres e região norte com a menor incidência
16,62/100mil mulheres. Estas diferenças provavelmente são decorrentes do fato já
conhecida de quanto maior o desenvolvimento da região maior a incidência de
câncer de mama. Isto reflete uma sociedade mais industrializada com consumo cada
vez maior de uma alimentação inadequada, excesso de peso e talvez estresse.
Como se pode observar, o câncer de mama é uma doença incidente na população brasileira,
tornando-se um caso de saúde pública, o que obriga ao Estado brasileiro a agir como forma de
identificar a possível presença das doenças.
Assim, o Estado brasileiro inferiu no Sistema Único de Saúde – SUS, a obrigatoriedade do
exame de mamografia, o que permite a identificação da doença de forma precoce e possa-se
se agir de forma mais rápida e eficaz.
2.2 Drenagem linfática
A drenagem linfática, segundo Cabral (2012, p. 1) : “é uma técnica de massagem que trabalha
o sistema linfático, estimulando-o a trabalhar de forma rápida, movimentando a linfa até os
gânglios linfáticos”, que pode ser feita de forma manual ou mecânica, com o objetivo de
descartar os excessos de líquido e as toxinas, sendo aplicada em movimentos de leve pressão,
suave, rítmica, lenta e precisa.
Tem sua origem no longínquo ano de 1932, quando um terapeuta dinamarquês de nome
Vodder e sua esposa, criaram a técnica justamente para que o processo de recuperação de
pacientes, fosse mais rápidos a partir dos drenos linfático.
Em pacientes pós-operatório de mastectomia, Roldi apud Martins (2010, p. 2) tem por objetivo:
A absorção e o transporte de líquidos intersticiais, de uma área em congestão para
áreas onde os linfáticos apresentam melhores condições, através das anastomoses
linfo linfáticas ou vias de substituição. É contra indicado em processos inflamatórios
agudos, em edemas cardíacos ou renais. As manobras variam entre os autores.
Podem ser realizados nos edemas linfáticos ou não, respeitando a individualidade de
cada caso. As primeiras manobras DLM começam no quadrante do tronco contra
lateral ao edema, ou seja, no quadrante livre de edema com a finalidade de aumentar
a atividade linfocinética. Este aumento de atividade faz com que o quadrante
edemaciado seja beneficiado pela drenagem entre as anastomoses dos capilares
linfáticos existentes entre eles. A descongestão linfática do quadrante homolateral ao
linfedema permite que a linfa do membro edemaciado passe através dos canais
linfáticos dilatados para o quadrante normal. Isto promoverá uma descongestão
linfática que se inicia centralmente e chega mais tarde até o membro edemaciado,
este passo é denominado evacuação.
Como se pode observar, o uso da drenagem linfática em pacientes mastectomizados tem por
objetivo desobstruir os linfos, conduzindo-os para uma área menos congestionada, o que
promoverá uma recuperação, do paciente, de forma mais rápida e eficaz.
As manobras são indicadas na prevenção e/ou tratamento de: edemas, linfedemas, fibro
edema gelóide, queimaduras, enxertos, acne, e outros. São contraindicadas na presença de:
processos infecciosos, neoplasias, trombose venosa profunda, erisipela.
Desta forma, a drenagem linfática em pacientes mastectomizados leva o fluido linfático até
outras regiões que possua gânglios preservados e em perfeito funcionamento. Dependendo do
grau, e do tamanho que esse linfedema apresentar, também pode ser feito Drenagem linfático
Podem ser iniciados nos primeiros dias de pós-operatório, respeitando o limite de dor da
paciente, visando sempre uma recuperação eficiente, preservando os movimentos do membro
ou mantendo-os o mais próximo e mais funcional possível.
6
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABdiAAE/drenagem-linfatica-mastectomia Acesso em
16/05/2013.
Figura 1 – Região do peito
Assim, o objetivo central da drenagem linfática nos pacientes que se submeteram a
mastectomia é devolver à normalidade a circulação linfática de forma eficaz em função da
ocorrência de obstrução linfática após tratamento do câncer da mama que ativa os
mecanismos compensatórios, a fim de evitar a instalação do edema, sendo eles:
a) circulação colateral por dilatação dos coletores remanescentes;
b) dilatação dos vasos pré-coletores, conduzindo a linfa a regiões íntegras;
c) neo-anastomoses linfáticas ou venosas;
d) aumento da capacidade de transporte por incremento do trabalho das válvulas e dos
linfangions e;
e)estímulo do mecanismo celular, produzindo na região edemaciada um aumento da
pinocitose e um acúmulo de macrófagos que atuam na proteólise extra linfática (SALVADOR
NIETO, 1994, p. 33).
2.3 O papel do fisioterapeuta
Os fisioterapeutas têm ocupado seus postos de trabalho em: hospitais, clínicas, centros de
reabilitação, clubes, academias, asilos, empresas, comunidades (programa de saúde da
família), hípica e professores de faculdade.
7
Hoje, o papel do fisioterapeuta torna-se cada vez mais complexo em face de constante
qualificação dos serviços de assistência à saúde, que não se limitam mais a garantir sobrevida,
mas a oferecer qualidade de vida.
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABdiAAE/drenagem-linfatica-mastectomia
16/05/2013.
Acesso
em
Figura 2 – Sentido da drenagem linfática no membro superior
Em decorrência disso, a atuação fisioterapêutica torna-se frequente em segmentos que
promovem a saúde, tais como clubes esportivos, academias e centros de estética. As áreas de
atuação profissional que mais se evidenciam no momento são: estética, geriatria, desportiva,
respiratória, cardíaca, ortopédica, pediatria, ginecologia (pré e pós-parto) e consultoria.
A partir da avaliação inicial deverá ser definido um plano de tratamento fisioterapêutico,
necessariamente individualizado, considerando a fase do processo de doença, sua
intensidade, a presença ou não de dor, a idade do indivíduo e o grau de lesão. Em linhas
gerais, os objetivos do tratamento serão o controle da dor, a prevenção de deformidades, a
prevenção de complicações respiratórias ou vasculares no paciente, a recuperação da
capacidade funcional, a manutenção de um equilíbrio estático e dinâmico do sistema linfático,
o estímulo à participação da família e a reintegração do indivíduo no seu meio social e
profissional (SOARES, 1986).
O trabalho do profissional em fisioterapia nesses casos tem se mostrado eficaz e
imprescindível, sendo considerada parte integrante da equipe responsável pelos cuidados
nestes pacientes. A função que o fisioterapeuta exerce no pós operatório de pacientes
mastectomizados varia consideravelmente de uma unidade a outra, dependendo do país, da
instituição, do nível de treinamento e da situação do paciente (STILLER 2000).
8
Fonte:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABdiAAE/drenagem-linfatica-mastectomia
16/05/2013
Acesso
em
Figura 3 - Drenagem Linfática da mama
A função do fisioterapeuta é na mobilização do paciente e ajustes na função do ventilador
mecânico, sendo que, 12% têm papel ativo no ajuste da ventilação mecânica, 25% na
extubação, 22% no desmame da ventilação mecânica e 46% na execução da ventilação
mecânica não-invasiva.
A primeira referência de fisioterapia nestes casos ocorreu nos idos da década de 1932 do
século XX, quando o terapeuta dinamarquês Vodder e sua esposa, descreveram os benefícios
da drenagem linfática na recuperação de pacientes pós-operatório.
A fisioterapia para pacientes mastectomizados tem sido indicada com o objetivo de minimizar
os efeitos da doença, incrementar a oxigenação, garantir circulação linfática normal e
reexpandir áreas atelectasiadas. Sua eficácia pode ser observada pela redução dos efeitos da
doença e pela melhora das funções orgânicas. Estudos comprovaram a diminuição nas taxas
de incidência com a implementação do serviço de fisioterapia (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2011).
A partir da modernização das técnicas utilizadas para o tratamento fisioterapêutico em
paciente mastectomizados, essa especialidade passou a ser imprescindível em hospitais
públicos e particulares no mundo inteiro, assumindo papel relevante junto à equipe
multidisciplinar que atende os pacientes em terapia intensiva, especialmente no que se refere à
intervenção precoce e direcionada às complicações causadas pelo câncer de mama
(RONCATI e PORTIOLLI, 1998).
Stiller (2000, p. 56) com base em trabalhos publicados previamente descreveu a fisioterapia
em terapia pós-operatória avaliando um grupo de técnicas comumente utilizadas nos pacientes
9
internados nas unidades hospitalares. Relata que a fisioterapia não representou diferencial
negativo na taxa de recuperação de pacientes, no tempo de permanência hospitalar. Os
benefícios comprovados foram relacionados ao aumento da complacência do tratamento e no
índice de oxigenação, mas de curto prazo de duração, o que evidenciaria a necessidade do uso
das técnicas, diversas vezes ao dia. Neste caso, faz uma menção a custos relacionados ao
tratamento do paciente, podendo ser encarecido em parte pela fisioterapia.
Krause e Hoehn (1994) apud Roncati e Portiolli (1998), realizaram uma revisão de
fisioterapia para pacientes m situação pós-cirurgia e destaca a fisioterapia como fator estressor
para, onde existe um aumento do consumo de oxigênio acompanhado de elevação da
circulação linfática. Relata ainda, que a fisioterapia leva a um decréscimo da pressão arterial e
maior flutuação do débito cardíaco.
Roncati e Portiolli (1998) enfatizam, no entanto, que o fisioterapeuta precisa ter bom
conhecimento em fisiologia, ventilação mecânica e técnicas fisioterapêuticas apropriadas para
prevenção e tratamento de afecções no paciente na condição de pós-cirurgia, em função de
que o trabalho envolve um grande número de técnicas associadas às modalidades mecânicas
como manobras de higiene.
3. Metodologia
A pesquisa foi de âmbito bibliográfico, com o necessário embasamento e, livros e material
eletrônico disponível na rede mundial de computadores, com o objetivo de inferir uma
opinião mais abalizada respeito do tema em voa. A pesquisa foi por levantamento
bibliográfico com registro, análise, classificação e interpretação dos fatos coletados na busca
de elementos substanciais que referem o trabalho.
4. Resultado e discussão
O câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil,
principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos (JAMMAL et al. 2008)
Em artigo publicado na internet Feliciano e Braz (2012) apresentam os resultados de uma
pesquisa de campo com o objetivo de verificar os efeitos da drenagem linfática manual no
linfedema de membro superior de uma paciente mastectomizada, onde se procurou
desenvolver ações como: estabelecer um protocolo de avaliação para paciente
mastectomizada que apresenta linfedema; avaliar a paciente utilizando como recurso a
perimetria; estabelecer um plano de tratamento para paciente mastectomizada com linfedema.
Desta forma Feliciano e Braz (2012) chegaram as seguintes conclusões com referência a
utilização da drenagem linfática em pacientes mastectomizados:
A drenagem linfática manual melhorou as funções essenciais do sistema circulatório
linfático mediante manobras precisas que acompanharam os trajetos linfáticos, não
sendo necessária à compressão dos músculos. A principal finalidade foi mobilizar a
corrente de líquidos que está dentro dos vasos linfáticos. Essa pressão leve e
intermitente foi realizada de forma rítmica a seguir sempre o sentido fisiológico da
drenagem da linfa. Um dos fatores a ser considerado foi à aceitação da técnica por
parte da paciente que, além da diminuição do linfedema, relatou melhora na
sensibilidade, na amplitude de movimento, diminuição de aderências cicatriciais e
facilidade para realizar as atividades de vida diária, o que melhorou muito a
qualidade de vida da paciente. A paciente observou-se também mais calma e
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relaxada ao término das sessões. As manobras de drenagem, que foram percebidas
pelos mecanoreceptores da pele, desencadeiam reflexos provocando relaxamento e
bem estar. Um dos efeitos da drenagem linfática manual sobre a pele foi a melhora
da textura e elasticidade, provavelmente em consequência da melhor oxigenação e
nutrição celular. No caso de cicatrizes, a drenagem melhorou a capacidade linfática,
visando o restabelecimento da corrente circulatória periférica da lesão, a fim de
manter o edema nas proporções mais discretas possíveis, eliminando os resíduos
metabólicos, estimulando o trofismo da região e, nas cicatrizes maduras, diminui
aderências e amolece os tecidos. Provavelmente por esta ação, a paciente referiu
melhora na cicatriz cirúrgica. A drenagem linfática manual promoveu também um
retorno mais rápido da sensibilidade fina dos retalhos descolados, o que
provavelmente contribuiu para a melhora da sensibilidade. No que se referiu à
concretização de um protocolo de tratamento para o linfedema, observou-se sucesso,
uma vez que através das dez sessões de drenagem linfática manual propostas,
obteve-se uma evolução positiva e substancial dos resultados. Outro aspecto de
importante relevância são as vantagens da drenagem linfática manual, que é um
método simples, de baixo custo, não exige aparelhagem, nem mesmo materiais
caros, além de ser um procedimento não invasivo, exigindo apenas conhecimento e
prática do terapeuta (FELICIANO E BRAZ,2012).
Desta forma, a aplicação da drenagem linfática na paciente estudada no trabalho de Feliciano
e Braz (2012), apresentou as seguintes vantagens: aumenta a circulação linfática e sanguínea.;
melhora a oxigenação dos tecidos; melhora da defesa do organismo; eliminação do excesso de
líquidos e toxinas; aceleração da cicatrização dos tecidos; regularização da atividade
intestinal, aperfeiçoamento renal; promoveu o relaxamento; e reduziu edemas.
Camargo (2000, p. 36) apresenta uma tabela de orientações para prevenção do linfedema:
No braço do lado da cirurgia evitar: verificação da pressão arterial e aplicação de injeções
ou vacinas;
Sempre avisar ao fisioterapeuta durante uma entrevista de anamnese que se tratou de
câncer da mama;
Todos os dias, exercitar o braço abrindo e fechando a mão, de 15 a 25 repetições, uma vez
durante o dia, tarde e noite;
Não carregue nada pesado no seu membro afetado;
Não faça jardinagem e lavar louças sem luvas;
Evitar exposição ao sol, frequentar sauna e tomar banho quente;
Evite cortes, retirar cutículas, queimaduras e picadas de inseto;
Use roupas largas e joias frouxas;
Use creme para manter a sua pele hidratada e fique em locais frescos durante o verão;
Se cortar ou desenvolver uma infecção no braço no mesmo lado do seu câncer, procure o
seu médico imediatamente para tomar antibióticos;
11
Evite
longas
viagens
aéreas
e
esportes
que
causem
dor
e;
Mantenha o peso corporal sob controle.
Fonte: Camargo (2000, p. 36)
Tabela 1- Orientações para prevenção do linfedema
5. Conclusão
Com a realização deste trabalho, por revisão bibliográfica foi possível perceber que a
drenagem linfática plicada em pacientes mastectomizados imprime melhores resultados para o
tratamento é uma técnica de fundamental importância na recuperação da circulação do
sistema linfático e, na promoção do relaxamento do paciente.
Conclui-se, desta forma, que a drenagem linfática é uma importante ferramenta do tratamento
do câncer de mama, que deve ser diagnosticado e tratado o mais precocemente possível. A
fisioterapia, com seus amplos recursos, ainda é a escolha mais eficiente no tratamento da
recuperação pós-operatório pós-mastectomia, pois consegue não só melhorar como manter a
funcionalidade da circulação linfática, além de prevenir recidivas de infecções, promovendo,
desta forma, uma melhor condição de vida, possibilitando uma melhor condição de
desenvolver suas funções diárias, já que a mastectomia desencadeia alterações funcionais,
emocionais e físicas, que representam grandes transtornos na vida diária da mulher
mastectomizada.
Referências
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Acesso em 15/05/2013.
CABRAL.
Gabriela.
Drenagem
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Artigo.
2012.
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