resumo - FEC

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ESTUDO SOBRE O FATOR DE BIODEGRADAÇÃO DO HIDROCLORIDRATO DE
FLUOXETINA (PROZAC®), ATRAVÉS DE TESTES RESPIROMÉTRICOS, LODO
ATIVADO E ENSAIOS TOXICOLÓGICOS.
Suzete Maria Lenzi Caminada1, Alexandre Nunes Ponezi2
(1)mestranda FEC/UNICAMP [email protected]; (2)orientador: FEC/UNICAMP
[email protected]
RESUMO
Recentemente, tem sido apontado, em vários trabalhos científicos a presença
de fármacos em matrizes ambientais tais como, solo água e sedimentos. Um grande
problema detectado em relação a estes compostos deve-se ao fato de que muitos
deles não sofrem biodegradação, ou são parcialmente removidos nos processo
atuais de tratamento de esgoto (ETE) e, não sofrem remoção ou biodegradação nos
atuais processos utilizados para o tratamento de água (ETA). A análise da presença
destes compostos em corpos d’água tem sido apresentada em vários trabalhos na
União Européia, Estados Unidos e Brasil. No Brasil, poucas cidades possuem um
sistema de tratamento de esgotos, ocasionando um problema ambiental com
conseqüências para a saúde animal e humana.
Para a detecção de fármacos residuais nestes ambientes, nas concentrações
apresentadas, os métodos descritos na literatura são baseados em cromatografia
gasosa acoplada à espectrofotometria de massa (CG/EM) ou cromatografia líquida
de alta eficiência acoplada à espectrofotometria de massa (CLAE/EM). Uma grande
dificuldade encontrada é a ausência de métodos validados para quantificação de
muitas destas substâncias.
Testes de toxicidade têm sido realizados visando avaliar os efeitos agudos e
crônicos destas substâncias, utilizando diferentes métodos, espécies e tempo de
exposição. Com os dados obtidos pode-se avaliar o potencial de toxicidade para as
diferentes classes avaliadas em diversos ambientes aquáticos.
PALAVRAS-CHAVE: HIDROCLORIDRATO DE FLUOXETINA,
TOXICIDADE, LODO ATIVADO, RESPIROMETRIA, FÁRMACOS.
TESTE
DE
OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo avaliar o consumo do fármaco
Hidrocloridrato de Fluoxetina, largamente utilizado pela população nos distúrbios
causados pela depressão, também prescrito para o tratamento de obesidade e
bulemia nervosa. Tendo como referência a cidade de Amparo-SP, bem como avaliar
os aspectos de biodegradabilidade deste composto tendo sido organizado em 3
etapas, dividido em 4 fases:
1
Etapa I – Avaliação do consumo do composto em estudo – Amparo-SP
 Fase I - Levantamento de dados sobre o consumo do fármaco, nas farmácias
e drogarias da cidade de Amparo, através de registro no livro (C1) conforme
Portaria 344/98 - SVS/ MS. Com os dados obtidos estimar a relação
dose/habitante, dose diária definida e estimativa mg/L.esgoto.
Etapa II – Avaliação do composto em estudo e testes de biodegradabilidade
imediata.
 Fase II - considerações sobre a estrutura do composto e os dados disponíveis
em literatura sobre evidências de sua biodegradabilidade, identificando os
prováveis compartimentos e a respectiva extensão de sua distribuição através
do modelo de relação quantitativa entre estrutura e atividade Q SARS (U.S.
Environmental Protection Agency -USEPA).
 Fase III – testes de biodegradabilidade imediata através da utilização de Teste
de Gledhill-modificado e adaptado (IBAMA,1988) e quantificação do dióxido
de carbono desprendido através de cromatografia gasosa com detector de
captura de elétrons.
Etapa III – Teste de biodegradabilidade intrínseca e toxicidade.
 Fase IV – testes de biodegradabilidade intrínseca, utilizando-se a planta piloto
de lodo ativado e amostras de solo: as condições mais favoráveis deste tipo
de teste são usadas para determinar se o composto é inerentemente
biodegradável. Uma resposta negativa neste tipo de ensaio significa que
qualquer biodegradação ambiental será lenta ou inconsistente, indicando a
necessidade de estudos posteriores. Os ensaios de toxicidade avaliarão os
efeitos agudo e crônico em organismos testes.
RESULTADOS E DISCUSÃO
Etapa I - Estudo do fármaco Hidrocloridrato de Fluoxetina (ISRS- Inibidor Seletivo da
Recaptação da Serotonina) na cidade de Amparo-SP
Os dados foram obtidos através dos livros referentes à Portaria 344/98 - SVS/
MS, que se refere ao controle das substâncias psicotrópicas, em farmácias na
cidade de Amparo, estado de São Paulo, Brasil.
O município em questão apresenta uma população de, aproximadamente
60.000 habitantes tendo sido avaliado durante o período de Junho/2006 à
Dezembro/2006. Os valores obtidos foram expressos em mg do fármaco consumido,
a cada mês, relação dose/habitantes/mês e, posteriormente a DDD (Dose Diária
Definida) habitantes/dia, para a especialidade farmacêutica Hidrocloridrato de
Fluoxetina para as formas farmacêuticas mais prescritas e consumidas durante o
período avaliado, conforme apresentado nas Tabelas 15, 16 e 17, respectivamente.
Em relação ao local avaliado, o problema é agravado visto que inexiste uma
Estação de Tratamento de Esgotos e o curso do rio atravessa vários municípios
próximos. Outro aspecto importante, diz respeito a água enviada para a Estação de
Tratamento de Água, que é captada do mesmo corpo receptor em questão.
2
Tabela 1. Consumo mensal do fármaco em Amparo/SP. Valores expressos em mg.
FORMAS FARMACÊUTICAS
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
Daforin 10 mg – cx.c/20 comp.
4200
3000
3400
2800
2800
5200
2200
Daforin 20 mg – cx.c/20 comp.
29200
24400
34000
23600
42800
36000
31200
Daforin 20 mg – cx.c/30 comp.
13200
33600
31200
36000
54000
26400
31200
Fluoxene 10 mg –cx.c/28 comp.
840
1120
840
1120
840
1120
1400
Fluoxene 20 mg –cx.c/14 comp.
4200
6440
7000
5600
4480
2240
1960
Fluoxene 20 mg –cx.c/28 comp.
1120
2800
1680
5600
6720
1120
1120
47040
68320
59920
42560
62160
61040
60480
Prozac 20 mg – cx.c/14 comp.
560
840
840
560
840
560
840
Prozac 90 mg – cx.c/4 comp.
1080
1080
1140
1140
1080
1140
1140
101440
141600
140020
118980
175720
134820
131540
Fluox 20 mg –cx.c/28 comp.
TOTAL
Fonte: .Fármácias da Cidade Amparo-SP, durante período Junho à Dezembro 2006, conforme dados obtidos
Livros de controle C1 (Portaria 344/98 Ministério da Saúde).
Tabela 2 - Relação dose/habitante para o período avaliado.
RELAÇÃO DOSE /HABITANTE (mg/hab)
CLORIDRATO DE
HIDROCLORIDRATO
DE FLUOXETINA
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
1,69
2,36
2,33
1,98
2,93
2,25
2,19
Tabela 3 - Relação dose diária definida para o período avaliado.
RELAÇÃO DDD (Dose Diária Definida) - mg
CLORIDRATO DE
HIDROCLORIDRATO
DE FLUOXETINA
JUNHO
JULHO
AGOSTO
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
0,056
0,078
0,077
0,066
0,094
0,075
0,070
Obs: Não foram avaliados, o consumo do fármaco em Farmácias de manipulação,
Postos de Saúde e Hospitais da cidade de Amparo-SP.
As etapas II e III estão em andamento e os dados serão apresentados
posteriormente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Portaria nº 344/98 – SVS/MS de 12
de maio de 1988. Aprova Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos
sujeitos a controle especial. Organização Jurídica da Profissão Farmacêutica.
Conselho Federal de Farmácia. 2 ed., Brasília, 1999/2000.
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