A) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professor PDE: Rosemarie Margareth Zeni Área PDE: Biologia NRE: Toledo Professora Orientadora IES: Lívia Godinho Temponi IES Vinculada: UNIOESTE – Cascavel Escola de Implementação: Colégio Estadual Presidente Castelo Branco Público objeto da Intervenção: Alunos dos 2ºs anos – Turno Vespertino. B) TEMA DE ESTUDO DO PROFESOR PDE Ensino de Botânica C) TÍTULO Guia de plantas vasculares como uma ação na preservação do meio ambiente. D) PRODUÇÃO PEDAGÓGICA Esta produção pedagógica faz parte do projeto que será ministrado no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco localizado no Bairro Jardim La Salle na cidade de Toledo-Paraná. O endereço deste Colégio é rua Guairá nº 3373 e o telefone (45) 3252-2174. Participarão deste projeto os alunos dos 2ºs anos que cursam o Ensino Médio do período Vespertino que estejam estudando neste Colégio no ano de 2009. O projeto abrangerá uma média de 120 alunos. O Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, foi o escolhido para a execução deste projeto, porque dispõe de uma ampla área verde, com uma diversidade de vegetações dispostas ao seu redor. Por esse motivo, é que o local escolhido para a execução deste projeto será o próprio pátio do Colégio. Participarão 3 turmas de 2ºs anos do Ensino Médio, tendo cada turma um tema diferente. Os temas abordados serão os seguintes: raiz, caule, folhas simples e folhas compostas. RAIZ O que é? Definição: Raiz é o órgão geralmente subterrâneo que fixa a planta ao solo, retira e distribui alimentos e funciona como órgão de reserva. Ela se origina na radícula do embrião da semente (raiz principal) ou endógena, a partir de tecidos profundos (raízes secundárias e a maioria das adventícias). As raízes possuem as seguintes funções: - fixação da planta ao solo; - absorção de água e princípios minerais; - condução das substâncias alimentares; - reservas de alimentos, ex: batata-doce, cenoura, entre outras. As raízes possuem corpo não segmentado em nós e entrenós, sem folhas e sem gemas, geralmente são subterrâneas com exceção as raízes aéreas, são geralmente aclorofiladas com exceção as orquídeas e as aráceas com raízes aéreas, apresentam caliptra ou coifa e com pêlos radiculares, em geral com geotropismo positivo e crescimento subterminal. As raízes são importantes para: - fixação da planta, absorção e distribuição alimentar; - reserva; - medicinal; - alimentar e econômica. Tipos? Classificação/Exemplos: Quanto à Origem: • Normais: são as raízes que se desenvolvem a partir da radícula. São elas: a raiz principal e todas as suas ramificações, isto é, raízes secundárias, como observado no cravo-de-defunto (Tagetes patula L.), Figura 1A • Adventícias: são as raízes que não se originam da radícula do embrião ou da raiz principal por ela formada como observado em uma gramínea (Poaceae), Figura 1B. Podem formar-se nas partes aéreas das plantas e em caules subterrâneos. Ex: as demais raízes, tais como as grampiformes, hera (Ficus sp.), Figura 1C, as suportes como, por exemplo, em milho (Zea mays L.), Figura 1D. Quanto ao Habitat: 1) Aéreas: • cinturas ou estrangulantes: são adventícias que abraçam outro vegetal e, muitas vezes, o hospedeiro morre. Ex: cipós e mata-pau; • grampiformes ou aderentes: são adventícias com a forma de grampos, que fixam a planta trepadora a um suporte. Ex: hera (Ficus sp.), Figura 1C. • respiratórias ou pneumatóforos: são raízes com geotropismo negativo, que funcionam, ao fornecer oxigênio às partes submersas, como órgãos de respiração. Apresentam orifícios (lenticelas) chamados pneumatódios, em toda a sua extensão, e, internamente, um aerênquima muito desenvolvido. Estas raízes atingem o nível das marés altas. Ex: plantas de mangues; • sugadoras ou haustórios: são adventícias, com órgãos de contato, os apressórios, em cujo interior surgem raízes finas, os haustórios, órgãos chupadores que penetram no corpo da hospedeira, absorvendo os alimentos, isto é, parasitando-a. Ex: cuscuta, erva-de-passarinho; • suportes: são adventícias, que brotando em direção ao solo, nele se fixam e se aprofundam, podendo atingir grandes dimensões. Elas auxiliam a sustentação do vegetal. Ex: pândano, milho (Zea mays L.), Figura 1D; • tabulares: são as raízes que atingem grande desenvolvimento e tomam o aspecto de tábuas perpendiculares ao solo, ampliando a base da planta, dando-lhe maior estabilidade. São, em parte, aéreas e em parte, subterrâneas. Ex: pau d’alho, fícus, pitanga (Eugenia uniflora L.), Figura 1E. • algumas espécies apresentam modificação das raízes normais, muitas vezes como conseqüência das funções que exercem ou por causa da influência do meio físico. Ex. Orquídeas (Orchidaceae), Figura 1H 2) Aquáticas: recebem esse nome quando se desenvolvem na água. Ex: vitória-régia, aguapé, alface d´água (Pistia stratiotes L.), Figura 1F. 3) Subterrâneas: • axial ou pivotante: raiz principal muito desenvolvida e com ramificações ou raízes secundárias pouco desenvolvidas, em relação à raiz principal. Típica de Gimnospermas e Dicotiledôneas. Ex: quebra-pedra; cravo-dedefunto (Tagetes patula L.), Figura 1A. • ramificada: a raiz principal logo se ramifica em secundárias e estas, em terciárias, e assim sucessivamente. Freqüente em Dicotiledôneas; • fasciculada ou cabeleira: é aquela que, por atrofia precoce da raiz principal, está constituída por um feixe de raízes, onde não se distingue nem pela forma nem pela posição, uma raiz principal, pois todas têm espessura semelhante. Típica de Monocotiledôneas. Ex: capim-pé-degalinha, gramíneas (Poaceae), Figura 1B; • tuberosa: raiz dilatada pelo acúmulo de reservas nutritivas. Pode ser de 3 tipos: o -axial-tuberosa. Ex: beterraba, nabo, rabanete e cenoura (Daucus carota L.), Figura 1G; o -adventícia-tuberosa. Ex: dália; o - secundária-tuberosa. Ex: batata-doce. CAULE O que é? Definição: Caule é um órgão vegetativo, geralmente aéreo, que serve para produzir e suportar folhas, flores e frutos, para a circulação da seiva nutritiva, para armazenar reservas alimentares e, às vezes, para efetuar a propagação vegetativa. Ele tem origem na gêmula do caulículo do embrião da semente ou exógena, a partir das gemas caulinares. Os caules possuem as seguintes funções: - produção e suporte de ramos, flores e frutos; - condução da seiva (distribuição do alimento); - crescimento e propagação vegetativa; - às vezes, fotossíntese e reserva de alimentos. Os caules possuem corpo dividido em nós e entrenós, apresentam folhas e botões vegetativos, são geralmente aclorofilados com exceção os caules herbáceos, são em geral aéreos tendo exceções como: os bulbos, os rizomas, entre outros, apresentam na maioria das vezes geotropismo negativo e fototropismo positivo. Os caules são importantes para: - sustentação de folhas, flores, etc.; - condução de substâncias alimentares; - alimentar (reservas, açúcar, amido), ex.: batata-inglesa; - industrial (borracha, corantes, resinas): lápis, móveis, gomas; - comercial – madeiras; - medicinal – gengibre, alcaçuz. Tipos? Classificação/Exemplos Quanto ao habitat os caules são classificados em 3 grupos: aéreos, subterrâneos e aquáticos. 1) Aéreos: são caules que se desenvolvem acima da superfície do solo. São divididos em 4 tipos: eretos, rastejantes, trepadores e estolho. a) Eretos: são caules que apresentam um desenvolvimento quase vertical. Sendo os eretos subdivididos em 5 tipos: tronco, haste, estipe, colmo e escapo. • Tronco: é um caule lenhoso, resistente, cilíndrico ou cônico e ramificado. Ocorre em árvores e arbustos. Ex: magnólia, araçá (Eugenia speciosa Cambess.), Figura 2A; • Haste: é um caule herbáceo ou fracamente lenhificado e pouco resistente. Ocorre nas ervas e subarbustos. Ex: serralha, botão-de-ouro, vinca (Catharanthus roseus L.), Figura 2B; • Estipe: é um caule lenhoso, resistente, cilíndrico, longo, em geral não ramificado. Com capitel de folhas na extremidade. Ocorrendo raramente entre Dicotiledôneas. Ex: palmeiras, palmeira-areca (Dypsis lutescens H. Wendl.), Figura 2C; • Colmo: é um caule silicoso, cilíndrico, com nós e entrenós bem marcantes. Podem ser cheios e ocos ou fistulosos. Ex: milho, bambu (Poaceae), Figura 2D , cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.), Figura 2E; • Escapo: o que sai de rizoma, bulbo etc., não ramificado, afilo e sustenta flores na extremidade. Ex: plantas acaules como margarida, falsa tiririca. b) Rastejantes: são caules apoiados e paralelos ao solo, com ou sem raízes, de trechos em trechos. Ex: abóbora, abobrinha (Cucurbita pepo L.), Figura 2F; c) Trepadores: são os caules que sobem num suporte, por meio de elementos de fixação, ou a ele se enroscam. Ex: por meio de raízes adventícias a hera ou por gavinhas como a uva (Vitis sp.), Figura 2G e o chuchu (Sechium edule (Jacq.) Sw), Figura 2H; • Trepadores volúveis: enroscam-se, mas sem auxílio de órgãos de fixação. Ex: tomate (Solanaceae), Figura 2I; d) Estolão ou Estolho: é quando um broto lateral, em geral longo, apoiado no solo ou abaixo dele, que, de espaço a espaço, forma gemas com raízes e folhas rosuladas, assegurando a multiplicação vegetativa. Ex: violeta, morango. 2) Subterrâneos: são caules que se desenvolvem abaixo da superfície do solo. São divididos em 4 grupos: rizoma, tubérculo, bulbo e pseudobulbo. • Rizoma: é um caule geralmente horizontal, emitindo, de espaços a espaços, brotos aéreos foliosos e floríferos; dotados de nós, entrenós, gemas e escamas, podendo emitir raízes. Ex: bambu, bananeira, gengibre (Zingiberaceae), espada-de-são-jorge (Sansevieria thyrsiflora Thunb.), Figura 3A; • Tubérculo: é um caule geralmente ovóide, com gemas ou “olhos” nas axilas de escamas ou de suas cicatrizes; dotado de reservas nutritivas como amido, insulina, etc. Ex: batata-inglesa, cará (Dioscoreaceae), Figura 3B. O tubérculo pode ser aéreo. Ex: cará-do-ar; • Bulbo: é formado por um eixo cônico que constitui o prato (caule), dotado de gema, rodeado por catafilos, em geral com acúmulo de reservas, tendo na base raízes fasciculadas. o Bulbo sólido ou cheio: possui o prato mais desenvolvido que as folhas, é revestido por catafilos semelhantes a uma casca. Ex: açafrão, falsa tiririca (Hypoxis decumbens L.), Figura 3C; o Bulbo escamoso: possui folhas (escamas) mais desenvolvidas que o prato, imbricadas, rodeando-o. Ex: açucena, lírio; o Bulbo tunicado: possui folhas (túnicas ou escamas) mais desenvolvidas que o prato; túnicas concêntricas envolvendo completamente o prato; folhas (túnicas) internas recobertas totalmente pelas externas. Ex: jacinto, cebola (Allium cepa L.), Figura 3D ; o Bulbo composto: apresenta um grande número de pequenos bulbos. Ex: trevo, alho (Allium sativum L.), Figura 3E. • Pseudobulbo: apresenta uma dilatação bulbosa das bases caulinares e foliares adjacentes. Ex: orquídeas. Quanto ao Desenvolvimento: • Erva: pouco desenvolvida, pequena consistência, em virtude da pequena ou nenhuma lenhificação. Ex: crista-de-galo, botão-de-ouro, alecrim, vinca (Catharanthus roseus L.), Figura 2B; • Subarbusto: arbusto pequeno, até 1m de altura (base lenhosa e o restante herbáceo), ramos tenros. Ex: camarão amarelo (Pachystachys lutea Nees), Figura 3G; • Arbusto: tamanho médio inferior a 5m, resistente e lenhoso inferiormente, e tenro e suculento superiormente, sem um tronco predominante, porque ramifica a parte a partir da base. Ex: Baccharis punctigera, ixora (Ixora coccínea L), Figura 3H, • Árvore: grande tamanho, superior a 5m, geralmente com tronco nítido e despido de ramos, na parte inferior; a parte ramificada constitui a copa. Ex: magnólia, eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 3F; • Liana: cipó trepador sarmentoso, por vezes atingindo muitos metros de comprimento. Ex: cipó-de-são-joão, alamanda (Allamanda cathartica L.), Figura 3I. Quanto à Consistência: • Herbáceo: que tem aspecto de erva, principalmente por não ser lenhificado. Ex: serralha, botão-de-ouro, vinca (Catharanthus roseus L.), Figura 2B; • Sublenhoso: duro na base que é lenhificada, e tenro, não lenhificado, no ápice. Ex: crista-de-galo, camarão amarelo (Pachystachys lutea Nees), Figura 3G; • Lenhoso: consistente e resistente, por causa da lenhificação e de considerável crescimento, em diâmetros transversais. Ex: árvores, eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 3F. Adaptações do Caule: São as modificações dos caules normais, muitas vezes como conseqüência das funções que exercem ou em razão da influência do meio físico. • Cladódios: são caules carnudos, verdes, achatados ou até laminares, lembrando folhas que estão ausentes ou rudimentares. Ex: Homalocladium, cacto (Nopalea cochenilifera (L.) Lyons), Figura 4A, • Espinhos: são órgãos caulinares, endurecidos e pontiagudos. Ex: limão, laranja, bergamota (Citrus deliciosa Ten.), Figura 4B; • Acúleos: são tricomas rígidos e pontudos, de origem puramente epidérmica, ao contrário dos espinhos que são lenhificados e dotados de tecido vascular. Ex: roseira (Rosa sp.), Figura 4C. FOLHA O que é? Definição: Folha é uma expansão lateral e laminar do caule, de simetria bilateral e crescimento limitado, constituindo-se num órgão vegetativo, com importantes funções metabólicas. Ela tem origem na gêmula do embrião da semente ou exógena, como expansões laterais dos caules. As folhas possuem as seguintes funções: - fotossíntese (nutrição); - respiração e transpiração; - condução e distribuição da seiva. A folha é a expansão lateral do caule, é considerado um órgão laminar com simetria bilateral, apresentando crescimento limitado, com coloração verde (clorofilado), com inserção nodal e com gemas nas axilas. As folhas são importantes para: - metabolismo da planta; - purificação do ar; - alimentar, medicinal; - industrial, adubação, etc. As folhas, normalmente são divididas em pecíolo, limbo e bainha. Alguns termos utilizados no estudo de sua morfologia, estão definidos abaixo: - Folha Incompleta: quando falta uma das três partes constituintes. Ex: abóbora, abobrinha (Cucurbita pepo L.), Figura 4D; - Folha Peciolada: quando apresenta pecíolo. Ex: abóbora, abobrinha (Cucurbita pepo L.), Figura 4D; - Folha Séssil: sem pecíolo. Ex: espada-de-são-jorge (Sansevieria thyrsiflora Thunb.), Figura 4E; - Folha Amplexicaule: folha cuja base do limbo abraça o caule. Ex: serralha (Sonchus oleraceus L.), Figura 4F; - Folhas Fenestradas: limbo com perfurações. Ex: costela-de-adão (Monstera adansonii Schott), Figura 4G; - Folhas Invaginantes: com bainha que envolve o caule em grande extensão. Ex: Gramineae, como capim-pé-de-galinha, (Poaceae), Figura 4H; - Filódio: pecíolo dilatado e achatado, assemelhando-se ao limbo que, em geral, é ausente totalmente. Ex: Acácia sp.; - Heterofilia: é o polimorfismo das folhas normais. Ex: cabomba, macaé, eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 4 I; 5A e 5B; - Pecíolo Alado: pecíolo com expansões aliformes foliáceas laterais. Ex: laranjeira (Citrus aurantium L.), Figura 5C; - Peciólulo: é o pecíolo dos folíolos das folhas compostas. Ex: espatódea e carrapicho; - Pseudocaule: falso caule, constituído dos restos das bainhas foliares densamente superpostos. Ex: bananeira (Musa paradisíaca L.), Figura 5D; - Pulvino ou Pulvínulo: é uma porção espessada da base foliar que provoca, nas folhas, movimentos de curvaturas. Ex: sensitiva, carrapicho. Classificação/Exemplos: Estudo do Limbo segue a classificação segundo as seguintes características: faces, nervação, consistência, superfície, forma, bordo, ápice, base, número de limbos. 1) Quanto às faces, pode ser: a) superior, ventral ou adaxial. Ex: eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 5E; b) inferior, dorsal ou abaxial. Ex: eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 5F. 2) Quanto à nervação: a) folhas uninérveas: com uma única nervura. Ex: sagu-de-jardim; b) folhas paralelinérveas: com nervuras secundárias paralelas à principal, quando esta existe. Ex: Gramineae, como capim-pé-de-galinha, palma-desanta-rita (Gladiolus hortulanus L.H. Bailey), Figura 5G; c) folhas peninérveas: com nervuras secundárias ao longo da principal. Ex: vinca, laranjeira (Citrus aurantium L.), Figura 5C; d) folhas palminérveas ou digitinérveas: com nervuras que saem todas do mesmo ponto e divergindo em várias direções. Ex: brinco-de-princesa, mamoeiro (Carica papaya L.), Figura 5H; e) folhas curvinérveas: com nervuras secundárias curvas, em relação à principal. Ex: língua-de-vaca, quaresmeira e outras Melastomataceae, Figura 5I; f) folhas peltinérveas: nervuras das folhas peltadas, com nervuras irradiando do pecíolo que se insere no centro ou próximo, na face dorsal do limbo. Ex: mamoneira, chagas, batata-do-inferno (Jatropha podagrica Hook.), Figura 6A. 3) Quanto à consistência: a) carnosa ou suculenta: abundante em sucos, em geral, com reservas d’água. Ex: Crassulaceae, rabo-de-burro (Sedum morganianum E. Walther), Figura 6B; b) coriácea: lembrando couro. Ex: abacateiro (Persea americana Mill.), Figura 6C; c) herbácea: consistência de erva, sem lenhosidade. Ex: sálvia (Salvia officinalis L.), Figura 6D; d) membranácea: consistência de membrana, sutil e flexível. Ex: caládio, (Caladium bicolor (Aiton) Vent.), Figura 6E. 4) Quanto à superfície: a) glabra: desprovida de pêlos. Ex: (Caladium bicolor (Aiton) Vent.), Figura 6E.; b) lisa: sem acidentes. Ex: Crassulaceae, rabo-de-burro (Sedum morganianum E. Walther), Figura 6B; c) pilosa: revestida de pêlos. Ex: sálvia (Salvia officinalis L.), Figura 6D; d) rugosa: enrugada. Ex: abacateiro (Persea americana Mill.), Figura 6C; 5) Quanto à forma: a) acicular: forma de agulha longa, fina e pontiaguda. Ex: Araucaria angustifolia, abacaxi (Ananas comosus (L.) Merr., Figura 6F; b) cordiforme: forma de coração, base mais larga, reintrante, com lobos arredondados. Ex: capeva, jibóia, (Epipremnum pinnatum (L.) Engl.), Figura 6G; c) deltóide: forma de delta, triangular. Ex: cardeal, (Acanthaceae), Figura 6H; d) elítica: forma de elipse, mais larga no meio, comprimento duas vezes a largura. Ex: fícus, lantana-cambará (Lantanna camera L.), Figura 6I; e) ensiforme: forma de espada, longa, bordos paralelos, afilados. Ex: espadade-são-jorge (Sansevieria thyrsiflora Thunb.), Figura 4E; f) escamiforme: forma e aspecto de escama. Ex: cipreste; g) espatulada: forma de espátula, ápice mais largo, comprimento maior que 2 vezes a largura. Ex: escama-de-sapo; h) falciforme: forma de foice, plana e encurvada. Ex: eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 5A; i) hastada ou alabardina: forma de seta, semelhante à sagitada, porém com lobos basilares voltados para os lados. Ex: Mikania salviaefolia, cará (Dioscoreaceae), Figura 7A; j) lanceolada: forma de lança, mais larga perto da base, comprimento maior que 3 vezes a largura. Ex: espirradeira, estrelítzia (Strelitzia reginae Aiton), Figura 7B; k) linear: forma estreita e comprida, bordos paralelos ou quase, comprimento acima de 4 vezes a largura. Ex: capim-pé-de-galinha, (Poaceae), Figura 4H; l) oblonga: forma mais longa que larga, bordos quase paralelos, comprimento 3-4 vezes maior que a largura. Ex: goiabeira (Psidium guajava L.), Figura 7C; m) obovada: forma ovada com a parte mais larga no ápice, isto é, ovada invertida. Ex: amendoeira, buxo, peperômia (Peperomia obtusifolia (L.) A.Dietr., Figura 7D; n) orbicular: forma mais ou menos circular. Ex: chagas, gerânio (Pelargonium hortorum L. H. Bailey), Figura 7E; o) ovada: forma de ovo, mais larga perto da base, comprimento 1-2 vezes maior que a largura. Ex: vassoura, dália (Dahlia pinnata Cav.), Figura 7F; p) peltada: forma de escudo, com o pecíolo inserido no meio ou próximo, na face dorsal do limbo, à maneira de um cabo. Ex: chagas, batata-do-inferno (Jatropha podagrica Hook.), Figura 6A. q) reniforme: forma de rim, mais largo que longo. Ex: Centella asiatica (L.) Urbam; r) sagitada: forma de seta, base reentrante, com os lobos pontiagudos voltados para baixo. Ex: cabeça-de-veado, (Araceae), Figura 7G; s) subulada: cilíndrica, estreitando-se para o ápice pontiagudo. Ex: cebola, cebolinha (Allium fistulosum L.), Figura 7H. 6) Quanto ao bordo: a) aculeado: com pontas agudas e rígidas na margem do limbo. Ex: abacaxi (Ananas comosus (L.) Merr, Figura 6F; b) crenado: com dentes ob.tusos ou arredondados. Ex: flor-da-fortuna, calanchoê (Kalanchoe blossfeldiana Poelln.), Figura 7I; c) dentado: com dentes regulares não inclinados. Ex: roseira, brinco-deprincesa, dália (Dahlia pinnata Cav.), Figura 7F; d) inteiro: liso, sem deformação ou divisão. Ex: buxo, goiabeira (Psidium guajava L.), Figura 7C; e) ondulado: com ligeiras ondulações. Ex: magnólia, ardísia (Ardisia crenata Sims), Figura 8A; f) serrado: dentes como os da serra, inclinados para o ápice. Ex: beijo-de-frade, roseira (Rosa sp.), Figura 4C; g) serrilhado ou serrulado: serrado, porém com dentes diminutos. Ex: capimpé-de-galinha, (Poaceae), Figura 4H; h) sinuoso: com recortes marginais, com aspecto de seno, isto é, ondulações mais profundas; i) lobado: limbo dividido em lobos mais ou menos arredondados. Lobos menores que a metade do semilimbo (nas folhas peninérveas) ou do limbo (nas folhas palminérveas). As folhas lobadas chamam-se, segundo a nervação; • pinatilobadas: Ex: bico-de-papagaio; • palmatilobadas: Ex: guaxima, uva (Vitis sp.), Figura 8B. O mesmo se diz em relação ao número de lobos: trilobada, qüinqüelobada, multilobada, etc. As lobadas assemelham-se às fendidas, porém têm lobos marcantes e arredondados; j) fido ou fendido: recortes que chegam próximo ou até a metade do semilimbo (folhas peninérveas) ou do limbo (folhas palminérveas). Quanto à nervação, as folhas podem ser: • pinatífidas: Ex: folíolo do cinamomo; • palmatífidas: Ex: batata-doce; k) partido: recortes que alcançam além da matade do semilimbo (folhas peninérveas) ou do limbo (folhas palminérveas), sem alcançar a nervura mediana ou a base, respectivamente. Segundo a nervação as folhas partidas podem ser: • pinatipartidas: Ex:, filodendro, (Philodendron sp.), Figura 8C; • palmatipartidas: Ex: mamoeiro (Carica papaya L.), Figura 5H; Segundo ao número podem ser: bipartidas, multipartidas, etc.; l) secto ou cortado: os recortes alcançam a nervura mediana (folhas peninérveas) ou a base (folhas palminérveas). Segundo a nervação, as folhas podem ser: • pinatisectas: Ex: picão (Bidens pilosa L.), Figura 8D; • palmatisectas: Ex: singônio (Syngonium sp.), Figura 8E. 7) Quanto ao ápice: a) acuminado: limbo estreitando-se gradualmente para o ápice e terminando em ponta, excessivamente agudo. Ex: eucalipto (Eucalyptus sp.), Figura 5A e 5B; b) agudo: terminando em ângulo agudo. Ex: espirradeira, sálvia (Salvia officinalis L.), Figura 8F; c) cuspidado: terminando, subitamente, em ponta fina. Ex: cardeal, café (Coffea arabica L.), Figura 8G; d) emarginado: terminando com uma reentrância pouco profunda. Ex: caruru, pata-de-vaca (Bauhinia variegata L.), Figura 8H; e) mucronado: terminando, subitamente, em ponta curta, dura e isolada. Ex: vinca, coroa-de-cristo (Euphorbia milli var. breonii (Nois.) Ursch & Leandri), Figura 8I; f) obtuso: terminando em ângulo obtuso. Ex: buxo, hortelã (Mentha sp.), Figura 9A; g) retuso: ápice truncado e ligeiramente emarginado, às vezes com um apículo central. Ex: peperômia (Peperomia obtusifolia (L.) A.Dietr., Figura 7D; h) truncado: ápice parecendo ter sido cortado transversalmente. Ex: folíolo de carrapicho, alface d´água (Pistia stratiotes L.), Figura 1F. 8) Quanto à base: a) acunheada ou cuneiforme: em forma de cunha, base de bordos retos e convergentes. Ex: dália (Dahlia pinnata Cav.), Figura 7F; b) atenuada: estreitando-se gradualmente. Ex. espirradeira (Nerium oleander L.), Figura 9B. c) auriculada: terminando por partes ou apêndices com forma de orelha. Ex: serralha (Sonchus oleraceus L.), Figura 4G; d) cordada: base reentrante, com os lobos arredondados. Ex: violeta, capeva, (Caladium bicolor (Aiton) Vent.), Figura 6E; e) hastada: base reentrante com os lobos agudos e voltados para os lados. Ex: cará (Dioscoreaceae), Figura 3B; f) oblíqua: terminando por lados desiguais, assimétrica. Ex: cardeal; pimenta verde (Solanaceae) Figura 9C; g) obtusa: terminando em ângulo obtuso. Ex: brinco-de-princesa; h) reniforme: base reentrante, com lobos largos e arredondados. Ex: Centella; i) sagitada: base reentrante, com lobos pontiagudos voltados para baixo. Ex: tinhorão, cabeça-de-veado (Araceae), Figura 7G; j) truncada: base parecendo ter sido cortada em plano transversal. Ex: cardeal; 9) Quanto ao número de limbos: a) folha simples: com limbo único, não dividido em folíolos. Ex: batata-doce, café (Coffea arabica L.), Figura 8G; b) folha composta: limbo dividido em folíolos. Ex: feijão, espatódea, paineira. FOLHAS COMPOSTAS. I) Limbo dividido em folíolos. Folíolo é cada uma das partes individuais, laminares, dotadas de articulações, de uma folha composta. Apresenta a seguinte classificação: a) Unifoliolada: com 1 folíolo. Ex: Zollernia; b) Bifoliolada: com 2 folíolos. Ex: Vicia; pata-de-vaca (Bauhinia variegata L.) Figura 8H; c) Trifoliolada: com 3 folíolos, podendo ser penada ou palmada. Ex: feijão, carrapicho, rosa (Rosa sp.), Figura 9D; d) Penada ou Penaticomposta: folíolos saindo dos dois lados, em toda a extensão do pecíolo principal ou ráquis. Com os subtipos: • Paripenada: terminando por 1 par de folíolos. Figura 9E • Imparipenada: com 1 folíolo terminal. Figura 9F e) Palmada, Digitada ou Palmaticomposta: com 3 ou mais folíolos saindo só no ápice do pecíolo principal ou ráquis. Ex: paineira; f) Recomposta: quando os folíolos são, por sua vez, compostos, isto é, são folhas duplamente compostas. Ex: muitas mimosas, angico; II) Folhas Modificadas: são as modificações das folhas normais, muitas vezes como conseqüência das funções que exercem ou por causa da influência do meio físico. São classificadas em: a) Folhas Insentívoras: são folhas que aprisionam e digerem pequenos animais. Ocorrem nas plantas carnívoras. Ex: Drosera, Nepenthes, cujas folhas apresentam pêlos glandulares, destinados a tal nutrição. As folhas insentívoras compreendem os tipos: b) Espinhos: folhas ou partes foliares espinhosas, endurecidas e pontiagudas, inclusive de estípulas. Ex: juá, cactos (Cactaceae), Figura 9G; c) Gavinhas: órgãos filamentosos exclusivos para trepar, enroscando-se no suporte, resultantes da modificação total ou parcial das folhas, inclusive de estípulas. Ex: cipó-de-são-joão; d) Reservantes: ricas em reservas nutritivas. Ex: escamas de bulbos, como os bulbos de cebola (Allium cepa L.), Figura 3D; e) Brácteas: folhas modificadas, muitas vezes coloridas, camarão amarelo (Pachystachys lutea Nees), Figura 9H e coroa-de-cristo (Euphorbia milli var. breonii (Nois.) Ursch & Leandri), Figura 9I. ATIVIDADE PROPOSTA: Participarão 3 turmas de 2ºs anos do Ensino Médio – Período Vespertino, tendo essas turmas os seguintes temas: raiz, caule, folhas simples e folhas compostas. A partir desses temas, as turmas receberão este guia de campo, contendo as chaves de classificações para cada um desses grupos. Inicialmente, cada grupo coletará os seus materiais no pátio do Colégio, em seguida, esses exemplares serão levados ao laboratório para serem classificados, utilizando-se deste guia de campo. Feito isso, as plantas classificadas serão fotografadas pelos alunos o que culminará com a montagem de painéis, um painel por grupo, contendo as fotos tiradas por eles com suas respectivas classificações. Após a confecção dos painéis, cada grupo apresentará os resultados obtidos a partir dos estudos realizados anteriormente e realizarão uma exposição destes painéis no hall do Colégio. Esta exposição tem como objetivo, mostrar aos alunos, pais, professores e funcionários deste estabelecimento de ensino, quais são espécies de plantas vasculares – Angiospermas, encontradas no Colégio e suas respectivas classificações. Por isso, é que este projeto teve o seguinte título: Guia de plantas vasculares como uma ação na preservação do meio ambiente. Sendo este um projeto executado pelos próprios alunos, objetiva-se que os mesmos se sintam engajados e preocupados com o meio ambiente, começando com o ambiente que os cerca, para poderem levar isso para mais adiante, em casa, no bairro, na cidade, tendo assim, uma ação mais abrangente e eficaz. Afinal, o meio ambiente é de cada um de nós, e cabe a nós cuidar deste ecossistema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. LORENZI, H.; BACHER, L.; LACERDA, M.; SARTORI, S. Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas (de consumo in natura). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2006. LORENZI, H.; MATOS, F. J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. Frutas Brasileiras e Exóticas Cultivadas (de consumo in natura). Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002. LORENZI, H. & SOUZA, H. M. de. Plantas Ornamentais no Brasil. 3ª ed., Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2001. VIDAL, W. N. & VIDAL, M. R. R. Botânica-Organografia. 3ª ed. Viçosa, MG: Editora UFV: 1999.