Roteiro - Aula Experimental CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: CIRCUITOS DIGITAIS I PROFESSOR: VLADEMIR DE J. S. OLIVEIRA 1 1.1 AULA 01 – PORTAS LÓGICAS ORIENTAÇÕES PARA OS GRUPOS: Usar roupas adequadas: Calça jeans, sapato fechado, cabelo preso e demais orientações do professor. Formar grupos conforme quantidade de bancadas; Seguir as orientações de segurança passadas pelo professor; Ligar montagem somente com autorização. Guardar os materiais usados no final da aula. 1.2 OBJETIVOS: Conhecer os circuitos integrados das portas lógicas fundamentais. Comprovar experimentalmente a tabela-verdade das portas lógicas fundamentais. Montar um circuito lógico que realiza uma dada função. 1.3 PARTE TEÓRICA: As portas lógicas, como outros circuitos usados em eletrônica digital, são encontradas em componentes eletrônicos com múltiplos terminais que usam a tecnologia de circuitos integrados, conhecidos como CIs ou chips. Esses CIs atualmente são encontrados em diversas tecnologias e encapsulamentos, como será demostrado nas aulas experimentais. Os circuitos integrados digitais são constituídos de dispositivos semicondutores, principalmente transistores e também de resistores e capacitores, em menor número, mas eles são classificados pela quantidade de portas lógicas que possui o CI. Até o momento existem as categorias: SSI, MSI, LSI, VLSI, ULSI, etc. – SSI (Small Scale Integrated): 1 à 10 portas – MSI (Medium Scale Integrated): 10 à 100 portas – LSI (Large Scale Integrated): 100 à 100.000 portas – VLSI (Very Large Scale Integrated): mais de 100.000 portas – ULSI (Ultra Large Scale Integrated): 100.000 à 1 milhão de portas – GSI (Giga Scale Integrated): acima de 1 milhão de portas As portas lógicas mais utilizadas pertencem a duas tecnologias distintas de construção de circuitos digitais: a família TTL e a família CMOS. 1 Aula 01 Roteiro - Aula Experimental A seguir veremos mais detalhes da família TTL e das portas lógicas básicas. 1.3.1 FAMÍLIA TTL (TRANSISTOR-TRANSISTOR LOGIC) A sigla TTL significa lógica transistor a transistor para diferir de outras lógicas que misturam transistores com outros componentes. A família TTL é constituída a partir de transistores bipolares. Esta possui duas séries de componentes: a série 54, destinada a aplicações militares e a série 74, de uso comercial. As séries mais conhecidas são a 74L, 74H, 74S, 74LS e 74AS. Ver bibliografia para mais detalhes. A tensão de alimentação da família TTL é de 5V, com variação de ±10% para a série 54 e ±5% para a série 74. Mais detalhes podem ser encontrados nos datasheets (folha de dados do fabricante), como a temperatura de operação por exemplo. Os níveis lógicos, com respeito aos valores nominais de tensão na entrada e na saída das portas lógicas, são definidos da seguinte maneira para a família TTL: - Entrada: 0V a 0,8V – Nível lógico 0 2,0V a 5,0V – Nível lógico 1 - Saída: 0V a 0,4V – Nível lógico 0 2,4V a 5,0V – Nível lógico 1 1.3.2 FAMÍLIA CMOS (COMPLEMENTARY METAL OXIDE SEMICONDUCTOR) Os CIs CMOS são constituídos por transistores de tecnologia MOS. Os CIs CMOS geralmente são mais caros que os TTLs, porém a tecnologia CMOS dominou o mercado de semicondutores, devido à grande capacidade de integração e o custo baixo de sua fabricação. Os CIs de processadores, por exemplo, usam tecnologia CMOS. As séries mais conhecidas são a 4000/14000, 74C, 74HC e 74HCT. As características principais desta família são o consumo reduzido de corrente (baixa potência), alta imunidade a ruídos e grande velocidade de comutação. Apesar disso a série 74AS ainda é mais rápida que qualquer das CMOS. A faixa de alimentação que era conhecida por se estender de 3V a 18V, hoje pode possuir tensões mais baixas até que 2V. Os níveis lógicos, de entrada e saída dependem da alimentação do CI e devem ser compatibilizados quando se comunicam com outros dispositivos. Os dispositivos CMOS são mais sensíveis à eletricidade estática, mas os CIs em maioria são protegidos e satisfazem as normas para ESD (Electronic Static Discharge). 1.3.3 PORTAS LÓGICAS As portas lógicas são a implementação de uma operação booleana através de um circuito eletrônico digital. A resposta de uma porta lógica para cada combinação de níveis lógicos na sua entrada é expressa através das tabelas-verdade. As portas lógicas são encontradas em circuitos integrados contendo, geralmente, mais de uma porta lógica. A Figura 1 apresenta o diagrama de pinagem do circuito integrado 7408. 2 Aula 01 Roteiro - Aula Experimental Figura 1 – Diagrama do circuito integrado 7408. O circuito integrado 7408 possui, internamente 4 portas lógicas AND. Vale destacar que, do código do nome do componente 7408, 74 significa que este pertence à série de uso comercial e 08, significa portas lógicas AND. A Tabela 2 apresenta o diagrama de pinagem das principais portas lógicas da família 74 TTL ou 74C CMOS. Maiores informações são encontradas nos datasheets de cada componente. Tabela 1 – Pinagem das portas lógicas básicas. Porta lógica AND Porta lógica OR Porta lógica NOT Porta lógica NAND Porta lógica NOR 3 Aula 01 Roteiro - Aula Experimental 1.4 MATERIAL UTILIZADO Resistor: 560R; LED Vermelho; Circuitos integrados TTL: 7400, 7402, 7404, 7408 e 7432; Fonte de tensão contínua de 5V; Matriz de contatos. 1.5 1.5.1 PARTE EXPERIMENTAL OBTENÇÃO DA TABELA-VERDADE DAS PORTAS LÓGICAS Obtenha de forma experimental a tabela-verdade de cada porta lógica apresentada na Tabela 2. Verifique, com o multímetro, a tensão contínua de 5V disponível na fonte de tensão contínua regulável. Alimente os circuitos integrados antes de realizar qualquer combinação de níveis lógicos na entrada das portas lógicas. A alimentação de 5V é conectada nos pinos 14 e 7 do CI. Crie um barramento de níveis lógicos na matriz de contato para facilitar as combinações dos níveis lógicos de entrada das partes lógicas. A Figura 2 ilustra esta conexão. Figura 2 – Circuito para conexão da porta lógica. 4 Aula 01 Roteiro - Aula Experimental Faça as combinações possíveis de níveis lógicos na entrada das portas lógicas e preencha a Tabela 3 com os resultados lógicos e os valores de tensão. Tabela 2 – Tabelas-verdade obtidas experimentalmente. A Porta lógica AND B 0 0 1 1 0 1 0 1 A Porta lógica OR B 0 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1.6 B X B X 0 1 0 1 A Porta lógica NOR X X A Porta lógica NAND ) 0 1 0 1 A Porta lógica NOT X (V= 0 0 1 1 0 1 0 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Ronald J Tocci e Neal S. Widmer. Sistemas digitais: princípios e aplicações. Tradução José Lucimar do Nascimento. Revisão Técnica Antônio Pertence Júnior. 8. ed. São Paulo. Pearson Education do Brasil, 2003. [2] Ivan Valeije Idoeta e Francisco Gabriel Capuano. Elementos de eletrônica digital. 34 ed. São Paulo. Editora Érica, 2002. 5 Aula 01