ELETRICIDADE Aula 8 – Análise de circuitos no domínio da frequência e potência em corrente alternada Prof. Marcio Kimpara Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Associação de impedâncias As impedâncias são associadas de modo análogo às resistências. ASSOCIAÇÃO EM SÉRIE A impedância equivalente Zeq de uma associação de n impedâncias em série é dada pela soma das impedâncias individuais da associação. n Z eq Z i i 1 ASSOCIAÇÃO EM PARALELO O inverso da impedância equivalente Zeq de uma associação de n impedâncias em paralelo é dada pela soma dos inversos das impedâncias individuais da associação. n 1 1 Z eq i 1 Z i Prof. Marcio Kimpara 2 Associação de impedâncias Determine a impedância equivalente para os circuitos, onde: Z1 10 j 30 Z 3 50 Z 2 25 j 25 Z 2 j 20 a) Z eq Z1 Z 2 Z 3 Z 4 Z eq 10 j 30 25 j 25 50 j 20 85 j15 b) 1 1 1 1 Z eq Z1 Z 2 Z 3 1 1 1 1 Z eq 10 j 30 25 j 25 50 1 10 10 1 Z eq 31,671,6 35,35 45 50 1 0,0316 71,6 0,02828 45 0,020 Z eq 1 0,01 j 0,03 0,02 j 0,02 0,02 0,05 j 0,01 Z eq Z eq 1 10 2011,3 0,05 j 0,01 0,05 11,3 Prof. Marcio Kimpara 3 Associação de impedâncias Determine a impedância equivalente para os circuitos, onde: Z1 10 j 30 Z 3 50 Z 2 25 j 25 Z 2 j 20 c) Como se trata de um circuito misto, devemos resolvê-lo por partes. Comecemos por determinar a equivalente entre a associação de Z2 e Z4. Para a associação de 2 impedâncias em paralelo, vale a regra da relação produto pela soma de ambas: Z' 25 j 25. j 20 35,35 45. 20 90 707 135 13,74 74,05 Z 2 .Z 4 Z 2 Z 4 25 j 25 j 20 25 j 45 51,47 60,95 Por fim, Z’ está em série com Z1. A impedância equivalente é dada então pela soma Z eq Z ' Z1 13,74 74,05 10 j 30 3,78 j13,21 10 j 30 13,78 j16,79 Prof. Marcio Kimpara 4 Análise de circuitos no domínio da frequência Já estudamos algumas técnicas para resolver circuitos elétricos (encontrar correntes e tensões em determinados pontos); Porém as fontes de tensão (ou corrente) eram contínuas (CC) e os elementos eram apenas resistores. Quanto capacitores e indutores são incorporados e a fonte de alimentação é alternada (senoidal) a resolução dos circuitos nos levam a equações diferenciais, tornando a solução mais trabalhosa; Uma alternativa para evitar as equações diferenciais é resolver o circuito no domínio fasorial, ou domínio da frequência... Desta forma, a resolução se torna muito parecida com os métodos já trabalhados nos circuitos resistivos. Prof. Marcio Kimpara 5 Análise de circuitos no domínio da frequência 1° PASSO: Transformar os elementos passivos (R, L, C) para o domínio da frequência 2° PASSO: Transformar as fontes de tensão (e/ou corrente) em fasores 3° PASSO: Aplicar os métodos de resolução conhecidos, como lei de Ohm, leis de Kirchhoff, regras de associação de elementos... (OBS: Lembre-se de utilizar a álgebra dos números complexos) Prof. Marcio Kimpara 6 Análise de circuitos no domínio da frequência 0.s en( 50 00. t Determine a corrente i do circuito RLC 32mH 90Ω 30 )V EXEMPLO: 5uF 75 i 1° Passo: Transformar os elementos para o domínio da frequência RR L jX L jL j 2 . f L Cj 1 1 1 j j XC C 2 . f C 0 75 .s .t 00 0 (5 en 0 3 ω )V 90Ω j160 -j40 Prof. Marcio Kimpara 7 Análise de circuitos no domínio da frequência 2° Passo: Transformar as fontes para notação de fasor 750 .sen 5000 .t 30 VP 750 30V θ VP 75030V 90Ω j160 -j40 3° Passo: Aplicar as técnicas de resolução V i Z eq Zeq 90 j160 j 40 90 j120 i 75030 75030 5 23,13 A 90 j120 15053,13 Prof. Marcio Kimpara 8 Potência Tensão Corrente Relembrando... Cargas puramente resistivas A corrente está EM FASE com a tensão Cargas puramente indutivas A corrente está ATRASADA de 90° em relação a tensão Cargas puramente capacitivas A corrente está ADIANTADA de 90° em relação a tensão Prof. Marcio Kimpara 9 Potência A potência é dada pela multiplicação da tensão pela corrente. No circuito de corrente alternada o cálculo não é diferente, apenas a unidade será diferente. Potência em corrente contínua: P V .I (Watt) A potência em corrente alternada é dada por: S V .I Onde: S Potência Aparente V Tensão em Volts I Corrente elétrica em Ampere * A unidade da potência aparente é o Volt-Ampere (VA) Prof. Marcio Kimpara 10 Potência Potência em carga resistiva Considerando valores instantâneos de corrente e tensão e multiplicando-os ponto a ponto, obtemos o gráfico abaixo. Graficamente, como a resistência NÃO defasa a corrente, observa-se que toda a potência fornecida pela fonte é dissipada na forma de calor, em outras palavras, a área sob a curva do produto tensão corrente é SEMPRE POSITIVA, indicando que a carga está consumindo energia. A potência é pulsada. Tensão Corrente Potência Prof. Marcio Kimpara 11 Potência Potência em carga indutiva Considerando valores instantâneos de corrente e tensão e multiplicando-os ponto a ponto, obtemos o gráfico abaixo. Graficamente, observamos que o valor médio da potência para uma carga puramente indutiva é NULO. Isso significa que este tipo de carga não realiza trabalho (não consome energia da fonte), ou seja, durante meio ciclo da tensão da fonte, o indutor armazena energia sob a forma de campo eletromagnético e durante o segundo meio ciclo da tensão ele devolve a energia para a fonte. A Tensão Corrente Potência potência é oscilante. Prof. Marcio Kimpara 12 Potência Potência em carga capacitiva Considerando valores instantâneos de corrente e tensão e multiplicando-os ponto a ponto, obtemos o gráfico abaixo. Graficamente, novamente podemos observar que o valor médio da potência para uma carga puramente capacitiva é NULO. Portanto, de modo similar ao caso do indutor, o capacitor puro não realiza trabalho (não consome energia da fonte). Durante meio ciclo da tensão da fonte, o capacitor armazena energia sob a forma de campo elétrico e durante o segundo meio ciclo da tensão ele devolve a energia para a fonte. A Tensão Corrente Potência potência é oscilante. Prof. Marcio Kimpara 13 Potência A energia que é dissipada (transformada em calor) por um resistor não volta para a fonte. Desta forma dizemos que foi realizado um trabalho (uma conversão de energia elétrica para térmica) e portanto a carga consumiu uma potência ATIVA. Já as cargas indutivas e capacitivas apenas trocam energia com a fonte, ora recebem, ora devolvem à fonte (oscilante). Desta forma, não temos trabalho e o tipo de potência fornecida pela fonte para este tipo de carga é chamada de REATIVA. As unidades são: Potência ATIVA: Watts (W) Potência REATIVA: Volt-Ampère reativo (Var) A potência aparente S é a soma das duas parcelas: ativa + reativa Prof. Marcio Kimpara 14 Potência RESUMO: • Cargas resistivas consomem apenas potência ativa (representada pela letra P) • Cargas puramente indutivas ou puramente capacitivas consomem/fornecem potência reativa (representada pela letra Q) • Cargas mistas (RC, RL, RLC) consomem potência aparente (representada pela letra S), ou seja, uma parcela ativa e uma parcela reativa. • Apesar da potência (energia) reativa não realizar trabalho, essa forma de energia é necessária para o funcionamento de indutores e capacitores. Prof. Marcio Kimpara 15 Potência - Analogia Potência reativa Potência aparente Potência ativa Prof. Marcio Kimpara 16 Potência A potência em corrente alternada (CA) difere da potência em corrente contínua (CC) porque no caso CA, levamos em conta a defasagem entre tensão e corrente. Podemos obter o valor da potência ativa fazendo: P V .I . cos Analogamente, podemos obter o valor da potência reativa utilizando: onde: ɸ é o ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente Lembrando que: Q V .I .sen tensão(V ) corrente(i ) S V .I e dadas as relações trigonométricas, podemos montar um triângulo de potências Prof. Marcio Kimpara 17 Potência complexa A potência aparente também pode ser representada na forma de um número complexo: Sendo um número complexo, podemos transformá-lo para a forma polar, fazendo: S P jQ S P2 Q2 S V .I . cos 2 V .I .sen 2 2 2 S V .I . cos sen V .I 1 V .I .sen ( ) Q a tan a tan P V .I . cos( ) 2 a tan tan Prof. Marcio Kimpara tensão(V ) corrente(i ) 18 Fator de Potência A potência reativa, apesar de necessária, não deve ser transmitida a grandes distâncias, “ocupa espaço” nos cabos elétricos que poderiam estar carregando mais potência útil. ´ O fator de potência é um parâmetro que mede a eficiência do circuito elétrico. Em outras palavras especifica o quanto de potência ATIVA (que é a que realiza trabalho) está sendo consumida do total da potência (Potência Aparente). fp cos θ é o ângulo de defasagem da corrente em relação à tensão ou fp P S P é o valor da potência ativa e S o valor (módulo) da potência aparente. Ideal quanto mais próximo de 1 Prof. Marcio Kimpara 19 Exemplo Uma tensão de V = 100300 é aplicada a um circuito quem tem um Z = 3 + j4. Determinar o triângulo de potência para este circuito. Z 3 j 4 553,130 10030 0 0 i 20 23 , 13 553,130 S 10030 0 20 23,130 2000 53,130 1200 j1600 Observe que o ângulo de S é igual ao ângulo de Z que, por sua vez, é o ângulo entre a voltagem e a corrente. fator de potência: S 2000VA 53,13 Q j1600VAr fp ou P 1200 Prof. Marcio Kimpara P 1200 0,6 S 2000 fp cos cos 53,13 0,6 20 Exemplo Considere o circuito 8.4H Amplitude: 20V frequência: 60Hz fase : 0 10H 42Ω 1uF a) Encontre a corrente fornecida pela fonte b) Determine a tensão sobre o indutor e 8,4H c) Calcule o fator de potência do circuito Prof. Marcio Kimpara 21