XIV Encontro Brasileiro de Patologistas de Organismos Aquáticos (XIV ENBRAPOA) - 2016 - Florianópolis/SC PO112 - EFICÁCIA DO ÁCIDO ECTOPARASITOS DE MUGIL LIZA ACÉTICO CONTRA METAZOÁRIOS Mário R. C. Meira Filho1,2; Victor T. Rosas1; Rogério T. Vianna3 & Joaber Pereira Júnior1,2 1 Programa de Pós-Graduação em Aquicultura, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande 2 Centro de Biotecnologia e Doenças de Animais Aquáticos (CBD) 3 Laboratório de Biologia de Parasitos de Organismos Aquáticos, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande ([email protected]; [email protected]) [email protected]; [email protected]; A tainha Mugil liza é distribuída na costa atlântica da América do Sul, da Venezuela à Argentina. É detritívora, alimentando-se de diatomáceas, crustáceos e moluscos. É um importante recurso pesqueiro, e apresenta várias características biológicas que lhe atribui potencial para aquicultura. No entanto, apresenta fauna parasitária diversa, e estudos que visem a eliminação destes parasitos em peixes cultivados, são importantes para o desenvolvimento do pacote tecnológico do seu cultivo. O ácido acético é uma droga anti-parasitária de peixes, mas são escassos os estudos sobre seu uso. A eficácia da droga avalia a porcentagem do número de parasitos que foram, teoricamente, removidos no tratamento, quando comparados a um grupo controle. Este trabalho, teve por objetivo avaliar a eficácia do ácido acético sobre parasitos de brânquias de M. liza. Para isso, foram capturadas tainhas juvenis em arroios próximos à praia do Cassino, que foram transportados ao laboratório experimental da Estação Marinha de Aquacultura (FURG), onde foram aclimatados às condições ideais de cultivo, e tiveram a qualidade de água monitorada diariamente. Para este experimento foram utilizadas as concentrações de 0 (controle), 25% e 50% e 75% do valor da CL 50-1h para M. liza. Estas concentrações foram determinadas com base em outro experimento. Para isso, foram utilizadas 120 tainhas juvenis, que foram aleatoriamente distribuídas em doze caixas de 80L em sistema semi-estático (três réplicas por tratamento), com volume útil de 45L, onde cada caixa continha, inicialmente, 10 peixes. Para todos os tratamentos, os peixes foram submetidos ao banho terapêutico de 1 hora. Após esse período, os peixes retornaram para as caixas de manutenção. Após 24 horas de recuperação, foram removidos, cinco peixes de cada caixa para análise parasitológica, e três para posterior análise histopatológica (resultados não incluídos nesse estudo). Os parasitos encontrados foram coletados, fixados e conservados conforme protocolos para cada grupo, e, posteriormente, identificados com auxílio de literatura específica. Para análise parasitológica, foram utilizados apenas os peixes sobreviventes dos tratamentos com exposição ao ácido acético. As concentrações de ácido acético utilizadas foram de 0, 350,65, 701,31 e 1051,96 ppm para os peixes do controle, e dos tratamentos T1, T2 e T3, respectivamente. A eficácia do ácido acético, para cada parasito, foi obtida pela fórmula: EF = ((MNPC – MNPT) x 100) / MNPC, onde EF é a eficácia, MNPC é a intensidade média de infestação (IMI) de parasitos nos peixes controle, e MNPT, é a IMI de parasitos nos peixes de um tratamento. Não foram constadas mortes dos peixes do controle e do T1 durante banho com ácido acético, enquanto que T2 e T3, tiveram alguma mortalidade, não sendo estes, portanto, avaliados para parasitos. Os parasitos encontrados foram Ergasilus cf. lizae, Solostamenides cf. platyorchis e o complexo Ligophorus spp. (= L. uruguayense e L. saladensis). A eficácia do ácido acético para E. cf. lizae, S. cf. platyorchis, e Ligophorus spp. foi de 91,47%, 100,00% e 73,57%, respectivamente. Esses resultados sugerem que o ácido acético é uma droga eficaz no controle desses taxa avaliados, em juvenis de M. liza. 122