Módulo 4 – Geografia 1. O Brasil O Brasil encontra

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Módulo 4 – Geografia
1. O Brasil
O Brasil encontra-se política e geograficamente dividido em cinco regiões
distintas, que possuem traços comuns no que se refere aos aspectos físicos,
humanos, econômicos e culturais. Os limites de cada região - Norte, Nordeste,
Sudeste, Sul e Centro-Oeste - coincidem sempre com as fronteiras dos Estados
que as compõem.
A região Norte é a que ocupa a maior parte do território brasileiro, com uma área
que corresponde a 45,27% da área total do País. Formada por sete Estados, tem
sua área quase totalmente dominada pela bacia do Rio Amazonas. A região
Nordeste pode ser considerada a mais heterogênea do País. Dividida em quatro
grandes zonas - meio-norte, zona da mata, agreste e sertão -, ocupa 18,26% do
território nacional e tem nove estados.
No Sudeste, região de maior importância econômica do País, está concentrado
também o maior índice populacional - 42,63% brasileiros - e produção industrial. É
formada por quatro Estados e apresenta grandes diferenças sob o aspecto físico,
com litoral, serras e planícies.
Já o Sul, região mais fria do País, com ocorrências de geadas e neve, é a que
apresenta menor área, ocupando 6,75% do território brasileiro e com apenas três
Estados. Os rios que cortam sua área formam a bacia do Paraná em quase toda
sua totalidade e são de grande importância para o País, principalmente pelo seu
potencial hidrelétrico.
A região Centro-Oeste tem sua área dominada basicamente pelo Planalto Central
Brasileiro e pode ser dividida em três porções: maciço goiano-mato-grossense,
bacia de sedimentação do Paraná e as depressões. Formado por quatro Estados,
esta região vem sofrendo alterações significativas na sua cobertura vegetal, com
o cerrado sendo substituído gradativamente por plantações ou criação de gado
em função do processo de ocupação nesta parte do Brasil.
Região Norte
A região Norte é formada pelos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins. Está localizada entre o maciço das Guianas, ao
Norte; o Planalto Central, ao Sul; a Cordilheira dos Andes, a Oeste; e o Oceano
Atlântico, a Noroeste. De clima equatorial, é banhada pelos grandes rios das
bacias Amazônica e do Tocantins.
Sua densidade demográfica é a mais baixa dentre todas as regiões geográficas,
com 2,92 habitantes por km2. A maior parte da população da região Norte (57,8%)
é urbana, sendo Belém, capital do Estado do Pará, sua maior metrópole.
A economia baseia-se no extrativismo vegetal de produtos como látex, açaí,
madeiras e castanha; no extrativismo mineral de ouro, diamantes, cassiterita e
estanho; e na exploração de minérios em grande escala, principalmente o ferro,
na Serra dos Carajás (Pará), e o manganês, na Serra do Navio (Amapá).
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No rio Tocantins, no Estado do Pará, encontra-se a usina hidrelétrica de Tucuruí,
a maior da região. Existem ainda usinas menores, como Balbina, no rio Uatumã
(Amazonas), e Samuel, no rio Madeira (Rondônia). O Governo Federal oferece
incentivos fiscais para a instalação de indústrias no Estado do Amazonas,
especialmente montadoras de produtos eletroeletrônicos. Esse processo é
administrado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus e os incentivos
deverão permanecer em vigor até pelo menos o ano de 2003.
Região Nordeste
A região Nordeste inclui os Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do
Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. A maior parte de seu
território é formada por extenso planalto, antigo e aplainado pela erosão. Em
função das diferentes características físicas que apresenta, a região Nordeste
encontra-se dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, zona da mata, agreste e
sertão.
A faixa de transição entre o sertão semi-árido do Nordeste e a região Amazônica
denomina-se meio-norte, apresentando clima bem mais úmido e vegetação
exuberante à medida que avança para o Oeste. A vegetação natural dessa área é
a mata dos cocais, onde se encontra a palmeira babaçu, da qual é extraído óleo
utilizado na fabricação de cosméticos, margarinas, sabões e lubrificantes.
A economia da região Nordeste baseia-se primordialmente na agroindústria do
açúcar e do cacau. Há alguns anos, teve início o desenvolvimento de lavouras de
fruticultura para exportação na área do vale do rio São Francisco, nos Estados da
Bahia e Pernambuco. O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental
e processado na refinaria Landulfo Alves, em Candeias, e no Pólo Petroquímico
de Camaçari, ambos no Estado da Bahia. O setor de turismo, que tem
demonstrado grande potencialidade de desenvolvimento na região, vem
crescendo consideravelmente nos últimos anos e apresenta perspectivas
promissoras para o futuro.
Sua população representa 28,9% do total do País. A expectativa de vida nesta
região é a menor do País: 64,22 anos. Sua densidade demográfica é de 28,73
habitantes por km2 e a maior parte da população concentra-se na zona urbana
(60,6%). As principais metrópoles regionais são as cidades de Salvador, capital
do Estado da Bahia, Recife, capital do Estado de Pernambuco, e Fortaleza,
capital do Estado do Ceará.
A zona da mata estende-se do Estado do Rio Grande do Norte ao sul do Estado
da Bahia, numa faixa litorânea de até 200 km de largura. Possui clima tropical
úmido, com chuvas mais freqüentes na época do outono e inverno, exceto no sul
do Estado da Bahia, onde se distribuem uniformemente por todo o ano. O solo
dessa área é fértil e a vegetação natural é a Mata Atlântica, já praticamente
extinta e substituída por lavouras de cana-de-açúcar, desde o início da
colonização do País.
O agreste é a área de transição entre a zona da mata, região úmida e cheia de
brejos, e o sertão semi-árido. Nessa sub-região os terrenos mais férteis são
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ocupados por minifúndios, onde predominam as culturas de subsistência e a
pecuária leiteira.
Já o sertão, uma extensa área de clima semi-árido, chega até o litoral, nos
Estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Os solos dessa sub-região são rasos e
pedregosos, as chuvas escassas e mal distribuídas e as atividades agrícolas
sofrem grande limitação. A vegetação típica do sertão é a caatinga. Nas partes
mais úmidas existem bosques de palmeiras, especialmente a carnaubeira, que
tem todas as suas partes aproveitadas pelos habitantes locais. O rio São
Francisco é o maior da região e única fonte de água perene para as populações
que habitam as suas margens. A economia do sertão nordestino baseia-se na
pecuária extensiva e no cultivo de algodão em grandes propriedades de terra,
com baixa produtividade.
Região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste é formada pelos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e o Distrito Federal. Localizada em extenso Planalto Central, seu
relevo caracteriza-se pela predominância de terrenos antigos e aplainados pela
erosão, que deram origem a chapadões. Na parte oeste do Estado de Mato
Grosso do Sul e sudoeste do Estado de Mato Grosso encontra-se a depressão do
Pantanal Matogrossense, cortada pelo rio Paraguai e sujeita a cheias durante
parte do ano.
A vegetação do Pantanal é extremamente variada e sua fauna de uma riqueza
muito grande. Já na região de planalto, predomina a vegetação de cerrado. O
clima da região é tropical semi-úmido, com freqüentes chuvas de verão. Tem
densidade demográfica de 6,51 habitantes por km2. A maioria - 81,3% dos
habitantes - se concentra na zona urbana. A expectativa de vida nesta região é de
67,80 anos.
A economia baseou-se, inicialmente, na exploração de garimpos de ouro e
diamantes e foi, gradativamente, sendo substituída pela pecuária. A transferência
da capital federal do Rio de Janeiro para Brasília, em 1960, e a construção de
ferrovias que facilitaram o acesso em direção ao oeste, aceleraram o povoamento
da região, contribuindo para o seu desenvolvimento. Encontram-se nesta região
as maiores reservas de manganês do País, localizadas no maciço do Urucum, no
Pantanal. Devido ao difícil acesso ao local, tais reservas ainda são pouco
exploradas.
O turismo como atividade econômica vem se desenvolvendo rapidamente na
região, atraindo visitantes de várias partes do mundo, que procuram desfrutar da
riqueza da flora e da fauna do Pantanal, bem como da paisagem das chapadas
encontradas nos Estados de Goiás e Mato Grosso.
Região Sudeste
Formada pelos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São
Paulo, a região Sudeste ocupa 10,85% do território brasileiro. Situa-se na parte
mais elevada do Planalto Atlântico, onde estão as serras da Mantiqueira, do Mar e
do Espinhaço. Sua paisagem típica apresenta formações de montanhas
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arredondadas, chamadas "mares de morros" e os "pães de açúcar", que são
montanhas de agulhas graníticas. O clima predominante no litoral é o tropical
atlântico e nos planaltos o tropical de altitude, com geadas ocasionais.
A mata tropical que existia originalmente no litoral foi devastada no período de
ocupação do território, dando lugar a plantações de café. No Estado de Minas
Gerais predomina a vegetação de cerrado, com arbustos e gramas, sendo que no
vale do rio São Francisco e no norte do Estado encontra-se a caatinga, vegetação
típica do sertão nordestino.
O relevo planáltico do Sudeste fornece grande potencial hidrelétrico à região,
quase todo aproveitado. A maior usina existente é a de Urubupungá, localizada
no rio Paraná, divisa dos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Encontram-se ainda na região Sudeste as nascentes de duas importantes bacias
hidrográficas do País: a bacia do rio Paraná, que se origina da união dos rios
Paranaíba e Grande, próxima à região conhecida como Triângulo Mineiro, no
Estado de Minas Gerais, e a do rio São Francisco, que nasce na serra da
Canastra, também no Estado de Minas Gerais.
A região Sudeste é a de maior população, sendo que a expectativa de vida é de
67,53 anos. É também a região com maior densidade demográfica (72,26
habitantes por km2) e mais alto índice de urbanização: 88%. Abriga as duas mais
importantes metrópoles nacionais, as cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro,
localizadas em Estados que levam os mesmos nomes. A cidade de Belo
Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais, é considerada importante
metrópole regional.
Sua economia é a mais desenvolvida e industrializada dentre as economias das
cinco regiões, nela se concentrando mais da metade da produção do País. Possui
ainda os maiores rebanhos bovinos, além de significativa produção agrícola, que
inclui o cultivo de cana-de-açúcar, laranja e café, em lavouras de bom padrão
técnico e alta produtividade. Tem ainda reservas de ferro e manganês na serra do
Espinhaço, em Minas Gerais, e petróleo em quantidade razoável na bacia de
Campos, no Estado do Rio de Janeiro.
Região Sul
É a região que apresenta menor área, ocupando apenas 6,75% do território
brasileiro. Formada pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul, tem clima subtropical, exceto na região Norte do Estado do Paraná, onde
predomina o clima tropical. Caracteriza-se pela diversidade de temperaturas nas
diferentes áreas que a compõem.
As regiões de planaltos mais elevados apresentam temperaturas baixas, com
nevascas ocasionais, e a região da planície dos Pampas, mais ao sul, apresenta
temperaturas mais elevadas. A vegetação acompanha essa variação da
temperatura, ou seja, nos locais mais frios predominam as matas de araucárias
(pinhais) e nos pampas, os campos de gramíneas. Possui ainda grande potencial
hidrelétrico, destacando-se a usina de Itaipu, localizada no rio Paraná, na fronteira
com o Paraguai.
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A população tem expectativa de vida de 68,68 anos, a maior do Brasil. A
densidade demográfica é de 40,74 habitantes por km2 e 74,1% da população
vivem no meio urbano. Na região encontram-se traços marcantes da influência da
imigração alemã, italiana e açoriana.
Inicialmente baseada na agropecuária, a economia da região Sul desenvolveu
nas últimas décadas importante parque industrial, cujos centros se encontram nas
áreas metropolitanas das cidades de Porto Alegre, capital do Estado do Rio
Grande do Sul, e Curitiba, capital do Estado do Paraná. A produção agrícola
utiliza modernas técnicas de cultivo, destacando-se o trigo, soja, arroz, milho,
feijão e tabaco, entre os principais produtos comercializados.
A suinocultura é praticada no oeste do Estado de Santa Catarina e no Estado do
Paraná. Neste último também é significativa a prática do extrativismo, com
extração de madeira de pinho. No Estado de Santa Catarina existem reservas de
carvão mineral e indústrias de processamento de carnes, que produzem não
apenas para o mercado interno, mas também para exportação.
Fonte: IBGE
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2. O Relevo Brasileiro
O relevo terrestre corresponde às diversas configurações e diferenças de nível da
superfície terrestre: montanhas, planaltos, depressões etc.. Ele é resultante da
atuação dos agentes internos (vulcanismo, tectonismo e abalos sísmicos) e
externos (temperatura, chuva, ventos, águas correntes, geleiras e seres vivos).
Em síntese, o relevo brasileiro apresenta as seguintes características:
9 Trata-se de um relevo de formação muito antigo e bastante trabalhado pela
erosão;
9 Apresenta boa variedade de formas: planaltos, planícies e depressões;
9 Apresenta altitudes modestas, visto que 93% de sua área total tem altitudes
inferiores a 900 metros;
9 O planalto é a forma de relevo predominante (58,5% da área total), seguido
pela planície (41%). O pico da Neblina é o único ponto cuja altitude ultrapassa
3 mil metros.
A figura a seguir apresenta uma idéia das altitudes distribuídas no território
brasileiro.
Fonte: Frigoletto, 2004
A próxima figura resume como se distribui o relevo no território nacional.
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3. Hidrografia
Conhecer a hidrografia de uma região significa estudar o ciclo da água que
provém da atmosfera ou do subsolo. O vapor de água da atmosfera precipita-se
ao se condensar. Ao entrar em contato com a superfície, a água pode seguir três
caminhos: escorrer, infiltrar-se no solo ou evaporar. Na evaporação, ela retorna à
atmosfera na forma de vapor. A água que se infiltra no solo e a que escorre, pela
lei da gravidade, dirigem-se às depressões ou partes mais baixas do terreno,
formando rios, lagos e mares.
Os pontos mais altos do terreno cumprem o papel de divisores de águas entre
dois rios. Entre os divisores, forma-se uma rede de captação na qual toda a água
converge para o mesmo ponto, a chamada vertente. Nela se encontram as bacias
hidrográficas com seus rios principais, seus afluentes e subafluentes. Se a
drenagem dirige-se ao oceano, é denominada exorréica; se a água fica retida no
interior do continente, por exemplo, num lago ou num deserto, a drenagem é
endorréica (em grego exo significa ‘fora’ e endo, ‘dentro’).
A densidade de rios de uma bacia relaciona-se ao clima da região. Na Amazônia,
onde os índices pluviométricos são muito altos, existem muitos rios perenes e
caudalosos, ou seja, que nunca secam e possuem um grande volume de água em
seus leitos. Em áreas de clima árido ou semi-árido, os rios muitas vezes são
temporários, secando no período em que não chove. Se um rio atravessa um
deserto árido e é perene, isso significa que ele nasce em uma área chuvosa e a
captação da água ocorre fora do deserto. O rio Nilo, por exemplo, nasce no lago
Vitória, na região equatorial africana, por isso consegue atravessar o deserto do
Saara.
As nascentes dos rios são os locais em que os níveis hidrostáticos ou lençol
freático atinge a superfície. Em períodos de estiagem prolongada, elas chegam a
secar, enquanto em épocas chuvosas o volume da água aumenta, o que
demonstra que a água das nascentes é água da chuva que se infiltra no solo.
Essa variação na quantidade de água no leito do rio ao longo do ano recebe o
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nome de regime. Se as cheias dependem exclusivamente da chuva, o regime é
pluvial; se dependem do derretimento da neve, é nival; se dependem de geleiras
é glacial. Muitos rios apresentam um regime misto ou complexo, como no Japão,
onde os rios são alimentados pela chuva e pelo derretimento da neve das
montanhas.
Em áreas de declive acentuado, os rios tendem a transpor ou erodir rapidamente
os obstáculos. Já os rios de topografia plana, devido à baixa velocidade de
escoamento são meândricos. Os meandros, portanto, são as curvas de rios que
correm em áreas planas, desviando-se dos obstáculos que aparecem em seu
curso.
Os lagos são depressões do terreno preenchidas por água. Em regiões de
estrutura geológica antiga, como no território brasileiro, elas já foram preenchidas
por sedimentos e tornaram-se bacias sedimentares. As depressões podem ter
origem no movimento das placas tectônicas, no vulcanismo ou no movimento das
geleiras. Ao fim de um período de glaciação, as depressões cavadas pelas
geleiras são preenchidas pelas águas da chuva e dos rios que a ela se dirigem,
formando lagos, como no Canadá e na Escandinávia.
A rede de drenagem, constituída por rios e lagos, sempre é muito importante para
a prática da irrigação na agricultura. Os rios que apresentam desnível ao longo de
seu curso possuem energia potencial que pode ser aproveitada para a produção
de hidroeletricidade, mas a navegação depende da construção de eclusas.
Os lagos e os rios que correm em áreas planas são facilmente navegáveis, desde
que não se formem bancos de areia em seu leito (fato comum em regiões onde o
solo fica exposto à ação da erosão) e não ocorra grande diminuição do nível das
águas, o que pode impedir a navegação de embarcações com maior calado (parte
da embarcação que fica abaixo do nível da água).
O Brasil, dada a sua grande extensão territorial e a predominância de climas
úmidos, tem uma extensa rede hidrográfica. As bacias hidrográficas brasileiras
oferecem, em muitos trechos, grandes possibilidades de navegação. Apesar
disso, o transporte hidroviário é pouco utilizado no país. Em outros trechos,
nossos rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante explorado no
Centro-Sul do país em decorrência da concentração urbano-industrial, mas subutilizado em outras regiões, como a Amazônia.
Tecnicamente, a hidrografia brasileira apresenta os seguintes aspectos:
9 Não possui lagos tectônicos, pois as depressões tornaram-se bacias
sedimentares. Em nosso território, só há lagos de várzea (temporários, muito
comuns no Pantanal) e lagoas costeiras, como a dos Patos (RS) e a Rodrigo
de Freitas (RJ), formadas por restingas.
9 Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazonas, possuem regime pluvial.
Uma pequena quantidade de água do rio Amazonas provém do derretimento
de neve na cordilheira dos Andes, caracterizando um regime misto (nival e
pluvial).
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9 Todos os rios são exorréicos. Mesmo os que correm para o interior têm como
destino final o oceano, como o Tietê, afluente do rio Paraná, que por sua vez
deságua no mar (estuário do Prata).
9 Há os rios temporários apenas no Sertão nordestino, onde o clima é semiárido. No restante do país os rios são perenes.
9 Predominam rios de planalto em áreas de elevado índice pluviométrico. A
existência de muitos desníveis no terreno e o grande volume de água,
possibilitam a produção de hidroeletricidade.
9 Com exceção do rio Amazonas, que possui foz mista (delta e estuário), e do
rio Parnaíba, que possui foz em delta, todos os rios brasileiros que deságuam
livremente no oceano formam estuários.
As principais bacias hidrográficas brasileiras são:
9
9
9
9
9
Bacia Amazônica;
Bacia do Araguaia / Tocantins;
Bacia Platina (composta pela bacia do Paraná e bacia do Uruguai);
Bacia do São Francisco;
Bacias Secundárias (Atlântico-Sul).
Bacia Amazônica
1. Rio Amazonas
2. Rio Solimões
3. Rio Negro
4. Rio Xingu
5. Rio Tapajós
6. Rio Jurema
7. Rio Madeira
8. Rio Purus
9. Rio Branco
10. Rio Juruá
11. Rio Trombetas
12. Rio Uatumã
13. Rio Mamoré
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Bacia do Araguaia / Tocantins
1. Rio Araguaia
2. Rio Tocantins
Bacia Platina
1. Rio Uruguai
2. Rio Paraguai
3. Rio Iguaçu
4. Rio Paraná
5. Rio Tietê
6. Rio Paranapanema
7. Rio Grande
8. Rio Parnaíba
9. Rio Taquari
10. Rio Sepotuba
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Bacia do São Francisco
Bacia do Atlântico-Sul
1.
2.
3.
4.
5.
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Oiapoque
Gurupi
Parnaíba
Jequitinhonha
Doce
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4. A Geografia e a Logística
As principais implicações no fluxo logístico, quanto às influências das
características geográficas de uma região, são:
9 As restrições físicas impactam no fluxo físico do material, pois influencia na
escolha de estradas, portos, terminais etc.;
9 As restrições virtuais impactam diretamente no fluxo financeiro (impostos,
taxas, contribuições etc.) do empreendimento;
9 O fluxo de informativo é impactado pelas restrições anteriores.
As barreiras e seus impactos variam de importância, pois a tecnologia, a
geografia, a importância dos modos de transporte, dentre outros, são variáveis de
acordo com o tempo.
Para ressaltar a afirmação anterior, podem-se citar os seguintes dados: Os
tempos de trânsito estão caindo nos EUA: desde 1950, o tempo médio de
importação caiu de 40 dias a 10,5 dias; cada dia de trânsito soma cerca de 0,8%
do custo final dos produtos; maior vontade de assumir maiores custos para
ganhar tempo; o transporte aéreo detinha 7% do mercado em 1965 passando
para 30% em 1998.
Existem alguns dados que destacam a convergência entre espaço e tempo:
9 Economias de escala - Transportar maiores volumes a custos menores.
9 Expansão da infra-estrutura de transporte - Expansão para áreas de serviço
antes não atendidas ou insuficientemente atendidas e expansão do
comprimento médio do tráfego.
9 Desenvolvimento das Telecomunicações - Substituição do transporte x
Melhoria do gerenciamento logístico.
9 Eficiência dos terminais de transporte - Aumento da capacidade de manusear
grandes quantidades de tráfego num menor período de tempo.
Para avaliar como é a distribuição geográfica do transporte (Km/100Km2 – ano
2000) pode-se observar o mapa a seguir:
Menor que 1 km / 1002 km2
Mais de 100 km / 102 km2
60-100 km / 1002 km2
40-60 km / 1002 km2
20-40 km / 1002 km2
10-40 km / 1002 km2
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Considerando as restrições geográficas, as principais rotas marítimas podem ser
visualizadas no mapa a seguir:
Gibraltar
Panama
Suez
Hormuz
Bab el-Mandab
Malacca
Good Hope
Magellan
O impacto logístico causado pelas características geográficas do Canal de Suez
pode ser notado na próxima figura.
Europa
Canal de Suez
Sul da Asia
Ainda em relação ao impacto logístico causado por algumas características
geográficas da terra, pode-se ressaltar a utilização do canal do Panamá
destacado na próxima figura.
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Oceano Pacífico
Colombia
Oceano Atlântico
(Oceano Caribenho)
Gatun Dam
Eclusa Gatun
Lago Gatun
Gaillard Cut
Panamá
Eclusa Pedro Miguel
Eclusa Miraflores
Embarcação padrão PANAMAX: 65.000 toneladas, 33
m de boca e 12 metros de comprimento.
8
4
0
8 Miles
Cidade do Panamá
Oceano Pacífico
(Golfo da Panamá)
Navio passando pela eclusa de Gatun em direção ao Pacífico no canal do Panamá.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/americacentral/panama-canal.shtml
Restrições Físicas
As principais restrições físicas que influenciam a logística são:
9 Fisiografia:
ƒ Conformação geológica ou relevo de uma região;
ƒ Topografia e;
ƒ Impacta a infra-estrutura de transporte.
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9 Hidrografia:
ƒ Restrições ao transporte terrestre como pontes, túneis e desvios;
ƒ Pode se configurar uma rede de transportes por si;
ƒ Determina a extensão da rede de navegação e;
ƒ Localização de portos é fortemente influenciada pela hidrografia, como
profundidade das águas e qualidade do local.
9 Clima:
ƒ Temperatura, vento e precipitação e;
ƒ Impactos variáveis (de importante a irrelevante).
Restrições Virtuais
9 Cultura:
ƒ Impõe restrições às práticas;
ƒ Calendários paralelos e;
ƒ Áreas reservadas e de circulação controlada.
9 Política:
ƒ Controle de fronteiras;
ƒ Restrição a circulação de mercadorias;
ƒ Proibição de certas mercadorias e;
ƒ Burocracia.
9 Econômica:
ƒ Impostos sobre circulação e;
ƒ Taxas de exportação / importação.
5. Bibliografia
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Mapas e Dados Estatísticos,
Disponível em http://www.ibge.gov.br, Capturado em 03/01/2006.
Menezes, Eduardo Frigoletto de. Geografia Física. Capturado
http://www.frigoletto.com.br/GeoFis/menufis.html, Disponível em 03/01/2006.
de
Ministério das Relações Exteriores, O Brasil e suas Regiões, Disponível em
http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/index.htm,
Capturado
de
03/01/2006.
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