TEMA ENREDO E. S. ROSA IMPERIAL “Cantos, Recantos e

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TEMA ENREDO E. S. ROSA IMPERIAL
“Cantos, Recantos e encantos do mar de Dentro;
Aviso aos Navegantes - A Rosa Vêm Aí”
Autor: Fábio Silveira
Parte I: A mitologia das águas - Procurando Atlântida, o reino perdido, encontro um
verdadeiro achado um continente de águas doces e tranqüilas, a Lagoa dos Patos.
Quando o Continente de Atlântida foi submerso, segundo a lenda, ficou o resto do
universo indagando onde o mesmo seria localizado, provas cientificas não existem mas
algumas teorias dizem que poderiam estar até mesmo localizadas em águas onde hoje
chamamos Oceano Atlântico, e porque não viajarmos na fantasia e imaginar que poderia
ter sido bem aqui, onde hoje situa-se nossa bela Lagoa dos Patos. Atlântida era uma ilha
continental, o centro de um grande e maravilhoso império, com uma grande população,
cidades com telhados de ouro, frotas e exércitos poderosos. Atlântida é descrita como
uma civilização avançada, um império de cientistas e engenheiros, tão ou mais
avançados que a nossa civilização. Segundo a lenda, desapareceu à cerca de 12 mil
anos em meio a enchentes e terremotos, forçando seus habitantes e se refugiarem por
outras partes do mundo. Há séculos exploradores e cientistas buscam esta civilização
perdida. Netuno, para os romanos, e Poseidon para os gregos, era o rei dos mares e
dominava as criaturas marinhas, mitológicas ou não. Eram também os deuses dos
terremotos, considerados deuses traiçoeiros pois estes povos não confiavam nos
caprichos dos mares. A mais bela e intrigante destas criaturas, a sereia, metade peixe e
metade mulher, com seu canto encantava os navegantes.
Parte II: Os aspectos físicos - Que o Oceano Atlântico já cobriu Pelotas várias vezes, nos
últimos 70 milhões de anos, depositando aqui sedimentos e animais marinhos ninguém
pode duvidar. Na própria área urbana já foram encontradas conchas em camadas de 90
metros de profundidade. Outra prova desta presença marinha é a salinidade das águas
subterrâneas em vários, inclusive no Laranjal. Deve-se ressaltar que Pelotas está situada
entre as duas maiores lagoas do Brasil, a dos Patos e a Mirim. Esta posição tem
importante influência do desenvolvimento, principalmente no que se refere a navegação,
pesca, potencial de água potável e turismo.
Na parte que banha Pelotas, a água da
Lagoa é considerada doce durante quase todo o ano, só ocorrendo a salinização no final
do verão, com o abaixamento do nível, inversão do fluxo da correnteza e conseqüente
entrada de água do oceano, chegando a 10% no verão e 6% no outono. Diversas
espécies animais convivem na Lagoa: garças, maçaricos, gaivotas, marrecos,capivaras,
répteis, anfíbios, crustáceos, gatos-de-mato, perdizes, lebres, tatus, zorrilhos e emas,
entre outros. A Lagoa é enorme, seus canais de navegação nem sempre são os mais
fáceis, é preciso desviar dos bancos de areia e não perder-se na névoa da manhã, a
imensidão engana, e no coração da Lagoa todo trajeto parece igual.
Parte III: Os aspectos humanos - Seus tipos humanos são os mais variados, desde
cidades coloniais até metrópoles. O que mais nos interessa é o pescador que, ao
navegarem pela Lagoa, aprendem a ler no céu os caminhos do tempo. Existem ainda os
veranistas, o velejador, o farofeiro e o navegador, entre outros.
Parte IV: Um dos recantos encantados- No início eram aproximadamente 40 famílias que
moravam na Z3. Em 29 de junho de 1921 era fundada a Colônia de Pescadores Z3, mais
conhecida na época como Arroio Sujo. Em 1º de setembro de 1965 as terras foram
doadas pela firma Coronel Pedro Osório. Desde aqueles tempos já enfrentavam-se
problemas. Os barcos eram movidos pela força do vento, as redes eram confeccionadas
em linha de algodão e banhadas em uma mistura com óleo de linhaça para ficarem mais
resistentes à água. As roupas eram de lã. O camarão, que hoje em dia é muito
valorizado, naquela época sem se pescava. O deslocamento era outro problema, para
chegar até o centro de Pelotas ou se aventurava a pé, a cavalo ou então de barco até a
praia do Laranjal, o que era mais fácil. Somente em 1950 chega o primeiro ônibus e, em
1978 é construída a estrada ligando a Z3 ao balneário dos Prazeres.
Parte V: O pescador de sonhos - Homem simples, forte, trabalhador. Este é o perfil do
homem da Z3. Todo o dia lança sua rede ao mar, não apenas para buscar peixes, mas
também para pescar sonhos e amores. Não esperam cair do céu seus objetivos, levantam
a cabeça e orgulham-se, pois são pessoas que podem lançar seus sonhos ao mar,
perseguir seus ideais e vencê-los como as ondas, quebrar as dificuldades como a
maresia na beira da praia e não se deixar levar pelas correntes, que a muitos aprisionam
no mar da vida. Atualmente são 3.221 moradores na Colônia de Pescadores na Z3. A
crise econômica que se alastra pelo país, dá à colônia um aspecto familiar, com crianças
e jovens acompanhando pais e avôs em confecção de redes e verificação de suprimentos
e motores. Incerteza é a palavra que rege a vida dos pescadores. Excesso de chuvas,
vendavais, falta de fiscalização. Associados, estes três fatores são fatais, pois arrasam
com as safras de pescado.
Parte VI: As mais belas praias da lagoa - As mais belas são as de Tapes, Arambaré e as
do Laranjal.Vamos nos deter nas do Laranjal, misto de verde, bege e azul, encravadas
entre o oceano e a terra, avenida Antônio Augusto Assumpção, assim denominada em
1954, em intenção ao ilustre fundador do balneário, advogado, professor de direito e
deputado estadual, falecido dois anos após a inauguração do balneário em 1952. As
praias do Laranjal, Santo Antônio, Valverde e Prazeres, situam-se a 15Km de Pelotas
Parte VII: Os balneários do Laranjal - Os balneários do Laranjal faziam parte da sesmaria
de cinco léguas quadradas que o coronel Tomás Luiz Osório ganhou como prêmio por
sua atuação militar. O casal Rocha Silveira, que mais tarde adquiriu as terras, fez erguer
uma capelinha na enseada do atual balneário, elevando ao mar a imagem de Nossa
Senhora dos Prazeres. Não é por outro motivo que se chama oficialmente de Prazeres o
popular Barro Duro.Segundo o historiador e professor, Mário Osório Magalhães, o nome
do Laranjal deve provir, certamente, das centenas de pés de laranjeiras existentes no
local pelos idos de 1846 e, dez anos após, em 1856, o lugar já era conhecido como
Laranjal. Na metade do século 20, começam a surgir os primeiros focos de urbanização
com as construções de casas de veraneio, bares, restaurantes e clubes. Começou, então,
a plena urbanização do Laranjal que, de distrito passa a bairro cidade. Atualmente, pela
facilidade de locomoção, tem sido um dos locais valorizados para construção civil.
Parte VIII: Os aspectos econômicos - A Lagoa dos Patos é fonte de inúmeras formas de
geração de economia, servindo para irrigação de lavouras e para o pescado. Uma das
atividades pouco exploradas é o turismo. No passado, foi importante para o progresso do
município, fator que muitas vezes colocou Pelotas em condições de igualdade ou
superioridade com Porto Alegre.
Parte IX: A Ilha da Feitoria - A Ilha da Feitoria conta hoje com três moradores. Há alguns
anos a ilha servia de moradia para a maioria dos pescadores que hoje residem na Z3 e
tem sua economia baseada na criação de gado.Este patrimônio histórico já contou com
mil habitantes, era referência aos pescadores, tendo escol, seis salgas de peixe, mini
mercado, salão de festas, times de futebol, igreja e até um circo que ficou montado na ilha
por quase um ano. Na localidade de Sotéia, em 1783 foi instalada a Real Feitoria do Linho
Cânhamo e, segundo estudos, 20 famílias de escravos foram trazidas do Rio de Janeiro
para trabalhar no cultivo e industrialização do linho. Com a morte do responsável, padre
Francisco Prates, um ano após sua fundação entrou em declínio.
Parte X: O abandono pelo homem - Nossa lagoa, em nenhum dos municípios que banha,
recebe tratamento respeitoso pelo homem. As praias do Laranjal são desprovidas de uma
infra-estrutura mais eficiente. A balneabilidade é prejudicada pelo despejo de esgoto
cloacal sem qualquer tipo de tratamento.
Parte XI: As festas na Lagoa - No dia 2 de fevereiro os católicos reverenciam Nossa
Senhora dos Navegantes e os de culto afro-brasileiros Imenajá, ambos com procissões,
oferendas, festas e cultos na beira da praia, embora a Lagoa, sendo de águas doce,
tenha em Oxum sua grande protetora. Este misto de cultos oferece um visual curioso; ao
mesmo tempo em que a procissão passa na água, as oferendas são feitas na terra.
Em
29 de junho a comunidade da Colônia Z3 festeja a festa em honra a São Pedro, padroeiro
dos pescadores. Pedro foi primeiro Papa e, segundo a história, quando era pescador
capturou imensa quantidade de peixe. Nossa Lagoa também dá samba, existindo
diversas entidades carnavalescas inseridas em sua comunidade, como escolas mirins,
bandas e blocos. A escola de samba Bambas do Mar, sediada na Z-3, durante anos
representou sua comunidade na passarela.
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