Atlas de Oftalmologia 3ª PARTE - MOTILIDADE OCULAR E ESTRABISMO POSIÇÕES DIAGNÓSTICAS DO OLHAR 1 António Ramalho Atlas de Oftalmologia Fig. 1.1 As 9 posições diagnósticas do olhar PSEUDOESTRABISMO Pode simular uma esotropia. O cover test não revela um desvio. Reflexos de Hirschberg normais e simétricos. ETIOLOGIA: Epicanto, ponte nasal larga, ângulo kappa negativo e hipotelorismo. Fig. 1.2 Pseudoestrabismo. Ponte nasal muito grande Fig. 1.3 Pseudoestrabismo. Ponte nasal muito grande 1.4 Pseudoestrabismo. ESTRABISMO CONCOMITANTE ESOTROPIA o NÃO ACOMODATIVA ESOTROPIA PRECOCE Apresentação antes do ano de idade. Sem defeito refractivo. Associação com nistagmo latente e latente/manifesto. Associação com hiperacção do pequeno oblíquo. • 1.5 Esotropia OE 2 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.6 Esotropia por Catarata congénita OE 1.7 Esotropia. Fixação cruzada. 1.8 Esotropia OD ESOTROPIA TARDIA Ocorre depois do ano de idade. Ametropia. Ambliopia moderada a grave. Supressão só de um olho. 1.9 Esotropia OD concomitante não acomodativa MICROESTRABISMO É um estrabismo inaparente, menor que 5º, com uma CR anómala. É quase sempre unilateral. Na maioria dos casos, é uma esotropia. TIPOS: Constante, descompensado ou consecutivo. ESPASMO DE CONVERGÊNCIA Intermitente. Associado a histeria. Acompanhado por acomodação e miose bilateral. O espasmo acomodativo ocasiona uma pseudomiopia. 3 António Ramalho Atlas de Oftalmologia SENSORIAL Ocorre secundário a catarata, retinoblastoma. Cicatriz macular, atrofia óptica. 1.10 Esotropia OE. Coloboma da Íris OE. Coloboma corioretiniano e do disco óptico do mesmo olho. CONSECUTIVA Ocorre como resultado duma hipercorrecção cirúrgica de uma exotropia. ACOMODATIVO REFRACTIVO A esotropia é uma reacção a um valor alto de hipermetropia (entre +4.00D e +8.00D) A relação CA/A é normal. IDADE DE APRESENTAÇÃO CLÍNICA: 2 – 3 anos de idade. TIPOS: • Totalmente acomodativa: A esotropia, sem correcção, é eliminada com a correcção óptica da hipermetropia. • Parcialmente acomodativa: O ângulo da esotropia, sem correcção, é reduzido apenas com a correcção óptica da hipermetropia. o 1.11 Esotropia OD totalmente acomodativa 1.13 Esotropia OD totalmente acomodativa 1.12 Esotropia OD eliminada por correcção de Hipermetropia 1.14 Esotropia OD eliminada por correcção de Hipermetropia NÃO REFRACTIVO Ametropia, com relação CA/A elevada, devido a um excesso de convergência. Ortotropia em visão longe, esotropia em visão perto e ortotropia com lentes bifocais. • EXOTROPIA o CONGENITO 4 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.15 Exotropia OE 1.16 Exotropia OE 1.17 Exotropia OE 1.18 Exotropia OE o SENSORIAL Usualmente ocorre após uma privação ocular após os 6 anos de idade. Ocorre em presença de catarata, atrofia óptica, opacidade da córnea. 1.19 Exotropia OE por Catarata traumática No Síndrome de Crouzon, ocorre hipertelorismo associado a órbitas pouco profundas. 5 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.20 S. Crouzon o CONSECUTIVO Ocorre como resultado duma hipercorrecção cirúrgica duma esotropia. • ESTRABISMO ALTERNANTE 1.21 Esotropia alternante 1.22 Esotropia alternante • 1.23 Esotropia alternante ESTRABISMO VERTICAL o HIPERTROPIA 1.24 Hipertropia OE 6 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.25 Hipertropia OE o HIPOTROPIA Primário ou secundário. Hipodesvio do olho não fixador em posição primária. 1.26 Hipotropia OE • HIPERACÇÃO PEQUENO OBLÍQUO Unilateral ou bilateral. A hiperacção primária do pequeno oblíquo causa upshooting em adducção. Associação com esotropia. 1.27 Hiperacção do pequeno-oblíquo 1.28 Hiperacção do pequeno-oblíquo • DESVIO VERTICAL DISSOCIADO ESTRABISMO PARALÍTICO • OFTALMOPLEGIA TOTAL • OFTALMOPLEGIA EXTERNA • PARALISIA 3º PAR 7 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.29 Paralisia do 3º par 1.30 Paralisia do 3º par. Ptose PSOD • PARALISIA 4º PAR Hipertropia dum olho. Aumento da hipertropia na adducção (por hiperacção do pequeno oblíquo). Limitação da depressão em adducção. 1.31 Paralisia do 4º par • PARALISIA 6º PAR Esotropia em posição primária. Limitação da abducção. 8 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.32 Paralisia do 6º par 1.33 Paralisia do 6º par SÍNDROMES CONGÉNITOS • SÍNDROME RETRACÇÃO DUANE Tipo 1 – Ortotropia em posição primária Limitação da abducção, acompanhada de alargamento da fenda palpebral. Limitação ligeira da adducção. 9 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.34 Síndrome retracção Duane 1.35 Síndrome retracção Duane • SÍNDROME BROWN Caracteriza-se por uma limitação da elevação em aducção, com elevação normal em abducção. Ortotropia em posição primária. Resulta habitualmente duma perda de elasticidade do grande oblíquo. 1.33 Síndrome retracção Duane 1.36 Síndrome Brown 10 António Ramalho Atlas de Oftalmologia • DUPLA PARALISIA DO ELEVADOR • FIBROSE CONGÉNITA DOS MÚSCULOS EXTRAOCULARES Ptose bilateral grave. Normalmente os olhos estão em divergência. Limitação do olhar para cima e limitação variável no olhar horizontal. 1.37 Fibrose congénita dos músculos extraoculares • ESTRABISMO FIXO Frequentemente são afectados os músculos horizontais (mais comumente o recto interno). O olho está fixo em convergência ou divergência, devido a uma fibrose dos músculos afectados. 1.38 Estrabismo fixo OD 1.39 Estrabismo fixo 1.40 Estrabismo fixo 11 António Ramalho Atlas de Oftalmologia PADRÕES ALFABÉTICOS • Padrão em “A” Esotropia ou exotropia em posição primária. A diferença entre o olhar para cima e o olhar para baixo é de ≥ 15 Δ. 1.41 Esotropia com padrão em “A “ • Padrão em “V” Esotropia ou exotropia em posição primária. A diferença de ângulo entre o olhar para cima e para baixo é ≥ 10 Δ. 1.42 Esotropia com padrão em “V “ 12 António Ramalho Atlas de Oftalmologia 1.43 Esotropia com padrão em “V “ PARALISIAS RESTRITIVAS E MIOGÉNICAS • FRACTURA ORBITA 1.44 Fractura do pavimento da órbita do OE, com limitação da elevação. • • MIOPATIA TIROIDEA RESTRITIVA MIASTENIA GRAVIS 13 António Ramalho