Avalie as seguintes proposições sobre economia monetária estilo

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Luis Vivanco
Economia
Resumo teórico e questões
Inclui micro e macroeconomia
Indicado para concursos da Receita Federal, BACEN,
BNDES, TCU
Rio de Janeiro
2009
1
SUMÁRIO
Parte I – Macroeconomia
1. As funções econômicas do estado
1.1 Função alocativa
1.2 Função distributiva
1.3 Função estabilizadora
2. Falhas de mercado
2.1 Bens públicos
2.2 Monopólios naturais
2.3 Externalidades
3. Princípios da tributação
4. Conceitos de déficit público
4.1 Financiamento do déficit
5. Identidade básica da economia
5.1 Função consumo
5.2 Função investimento
5.3 Função gastos do governo
5.4 Função exportação líquida de bens e serviços (x-m)
5.5 A condição de equilíbrio de mercado
6. O modelo keynesiano ou IS-LM
6.1 A curva IS
6.2 A curva LM
6.3 Mercado de bens e serviços e o lado monetário da economia
6.4 Efeito de mudanças na política fiscal sobre o equilíbrio
6.5 Efeito de alterações de política monetária sobre o equilíbrio
6.6 Casos especiais da curva IS e LM
A) Trecho clássico
B) Trecho da armadilha da liquidez
C) Trecho intermediário
Exercícios de macroeconomia
Questões anteriores do Cespe/UnB sobre economia monetária
Gabarito dos exercícios de macroeconomia
Respostas das questões Cespe/UnB
Questões propostas
Parte II – Microeconomia
1. Teoria do Consumidor
1.1 Conceitos de utilidade total e utilidade marginal
1.2 Curva de indiferença
1.3 Restrição orçamentária
2. Variáveis que afetam a demanda
2.1 Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem
2
2.2 Relação entre quantidade demandada e preços de outros bens e serviços
2.3 Relação entre demanda de um bem e renda do consumidor (R)
3. Definição de oferta
3.1 Variáveis que afetam a oferta de um bem ou serviço
3.2 Curva de oferta de mercado de um bem ou serviço
3.3 O equilíbrio de mercado de um bem ou serviço
3.4 Deslocamentos da oferta e da demanda
4. Elasticidades
4.1 Elasticidade-preço da demanda
4.2 Fatores que afetam a elasticidade-preço da demanda
4.3 Metodologias de resolução (mais utilizadas)
4.4 Cálculo da elasticidade-renda da demanda
4.5 Elasticidade-preço cruzada da demanda
4.6 Casos especiais sobre elasticidade-preço da demanda
A) Demanda totalmente inelástica: epd = o
B) Demanda infinitamente elástica: epd = ∞
4.7 Elasticidade-preço da oferta
5. Resumo da teoria do consumidor
5.1 Princípios da ordenação de preferências do consumidor
A) Transitividade
B) Não saciedade (quanto mais, melhor)
C) Convexidade
5.2 Curvas de indiferença
5.3 Mapa de curvas de indiferença
5.4 Propriedades gerais das curvas de indiferença
A) Continuidade
B) Curvas de indiferença mais altas são preferíveis
C) Curvas de indiferença não se cruzam
5.5 Taxa marginal de substituição entre y e x (tmgsy,x)
5.6 Restrição orçamentária (RO)
6. Teoria da Firma
6.1 Outras denominações relevantes
6.2 O conceito de isoquanta
6.3 Taxa marginal de substituição técnica de trabalho por capital- tmgstl,k
6.4 Reta de isocusto
6.5 Problema da firma
6.6 Economias de escala
6.7 Variáveis relevantes na visão da receita da firma
6.8 Variáveis relevantes na visão do custo total de produção
6.9 Outros tipos relevantes de custos
7. Abordagem das estruturas de mercado
7.1 1ª estrutura: Concorrência perfeita
7.2 2ª estrutura: Monopólio
7.3 3ª estrutura: Concorrência monopolística (ou concorrência imperfeita)
7.4 4ª estrutura: Oligopólio
3
Parte III – Questões
1. Questões comentadas de macroeconomia
2. Questões inéditas com gabarito
4
MACROECONOMIA
1
As funções econômicas do estado
Existem alguns bens que o mercado não consegue fornecer (bens públicos). Logo,
a presença do Estado é necessária (é a função alocativa). O sistema de mercado não leva a
uma justa distribuição de renda, sendo necessária a intervenção do Estado (função
distributiva). Finalmente, a economia de mercado não consegue auto-regular-se, sendo
necessária a função estabilizadora do Estado.
1.1
Função alocativa
A função alocativa do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços
não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado.
Esses bens, denominados bens públicos, são bens de consumo coletivo, que têm
por principal característica a impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu
consumo, uma vez delimitado o volume à disposição do público. O Princípio da Exclusão
diz que, quando o consumo do indivíduo A de determinado bem implica que ele tenha pago
o preço do bem, o indivíduo B, que não pagou por esse bem, será excluído do consumo do
mesmo.
Nesse sentido, diz-se que o consumo de um bem é rival (ou de consumo
excludente) quando o consumo realizado por um agente exclui automaticamente o consumo
por outros indivíduos (o consumo de um cafezinho é um exemplo).
O consumo de um bem é não rival (ou não satisfaz ao princípio da exclusão)
quando o consumo por um indivíduo não diminui a quantidade a ser consumida pelos
demais indivíduos.
Um caso particular são os bens semipúblicos ou meritórios. Esses bens satisfazem
ao princípio da exclusão, mas são produzidos pelo Estado. Como exemplo, temos os
serviços de saúde, saneamento e nutrição.
1.2
Função distributiva
O governo funciona como distribuidor de renda à medida que, por meio da
tributação, retira recursos dos segmentos mais ricos da sociedade (pessoas, setores ou
regiões) e os transfere para os segmentos menos favorecidos.
Em termos da distribuição pessoal de renda, a redistribuição pode ser
implementada mediante uma estrutura tarifária progressiva, em que os indivíduos mais
ricos pagam uma alíquota maior de imposto. Ainda, a redistribuição pode ser feita
combinando impostos sobre produtos adquiridos por pessoas ricas com subsídios para
produtos adquiridos por consumidores de baixa renda.
1.3
Função estabilizadora
A função estabilizadora do governo está relacionada com a intervenção do Estado
na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego, pois o pleno
emprego e a estabilidade de preços não ocorrem de maneira automática na economia.
5
A partir de 1990, houve o surgimento de uma quarta função: a reguladora, onde o
governo passou a regular a atividade econômica por meio de legislação, normas
administrativas e com a criação de agências reguladoras.
2
Falhas de Mercado
O mercado gera alocações diversas de recursos => quando não for mais possível que uma
realocação gere um aumento no grau de satisfação de um indivíduo sem piorar o bem estar
de outro => “ótimo de Pareto” , isso é possível em ambiente de concorrência perfeita,
informação completa e sem progresso tecnológico.
As Falhas de mercado impedem o “ótimo de Pareto”. Entre elas, destacamos:
2.1) Bens Públicos—consumo por parte de um indivíduo não prejudica o consumo dos
demais, chamado de bem não rival. Outra característica é este bem ser não excludente, ou
seja, não se pode impedir que o indivíduo desfrute de tal bem.
São exemplos de bens públicos: Justiça, Segurança Pública, Defesa Nacional, Praças,
Iluminação, e outros. A responsabilidade em prover esses bens públicos recai sobre o
governo que usa como fonte de receita a tributação. Desta forma, o governo toma para si a
responsabilidade de extinguir o Princípio de Exclusão.
Os bens meritórios são também chamados de semi-públicos, pois podem ser produzidos
pela iniciativa privada, mas também podem ser produzidos pelo setor público em caso de
intervenções do governo. Exemplos desse tipo particular de bens: serviços de saúde,
transporte e serviços de educação. Ao contrário dos bens públicos, estes sim podem ter
Princípio de Exclusão.
2.2) Monopólios Naturais—ocorre quando em determinados ramos da produção que
apresentam retornos crescentes de escala, ou seja, quando aumenta-se o insumo produtivo,
a produção aumenta em proporção maior.
A intervenção do governo, pode ocorrer através da regulação ou através da produção do
bem pelo próprio governo, esta última que vem diminuindo em virtude de privatizações.
2.3)
Externalidades—há dois tipos:
2.3.1) Positivas—ações de pessoas ou empresas que resultam em benefícios diretos ou
indiretos para outrem.
Ex: apicultura em um campo de flores
2.3.2) Negativas-ações de pessoas ou empresas que prejudicam direta ou indiretamente
outrem.
Ex: poluição do ar
6
Externalidades implicam em intervenções do governo através de produção direta do bem,
subsídios, multas, alíquotas de impostos e regulamentação.
As primeiras duas gerarão externalidades positivas, no entanto as últimas, são usadas para
desestimular as externalidades negativas. No caso das multas, estas podem atingir as
empresas ou indivíduos que causem externalidades negativas de forma diferenciada (CF
ART.170, VI- princípio da ordem econômica).
2.4) Mercados Incompletos--ocorrem quando um bem ou serviço não é ofertado, mesmo
que seu custo de produção esteja abaixo do preço que os consumidores em potencial
estariam dispostos a pagar.
Exemplo: Setor privado com medo de assumir riscos em certos setores na economia no
longo prazo. Intervenção do BNDES.
2.5) Informação Assimétrica—é uma falha no processo de divulgação de informações no
mercado, ou seja, os indivíduos não possuem o mesmo grau de informação. Devido aos
chamados “insiders”, estes acabam tendo mais informação que outros, o que caracteriza
esse tipo de mercado. Uma maneira do governo intervir para tentar minimizar esse tipo de
falha é adotando políticas mais transparentes, como por exemplo através de balanços
patrimoniais de firmas para os acionistas.
2.6) Inflação e Desemprego—em geral estes elementos são negativamente
correlacionados, ou seja, quando a inflação aumenta, o desemprego cai ou vice-versa. No
entanto, o governo busca intervir para que haja um equilíbrio entre a política fiscal e a
política monetária com o objetivo de aumentar o bem estar da população aumentando o
poder aquisitivo e estabilizando os preços.
3)
Princípios da Tributação
O governo possui o tributo como forma de aumentar sua arrecadação e aumentar o
superávit primário e desta forma prover o crescimento econômico. O governo possui três
funções : Alocativa, Distributiva e estabilizadora.
No entanto os tributos precisam ser analisados em vários aspectos:
1º) Neutralidade - a tributação deve ser ótima de forma a minimizar os impactos no bem
estar da sociedade, pois desta forma haveria impacto sobre o salário real das pessoas, o que
implicaria perda de bem –estar.
2º) Equidade - a tributação deve refletir “uma justiça fiscal”, ou seja, uma distribuição
igualitária do ônus dos tributos pelos indivíduos. Ligado a esse princípio de equidade temos
outros como por exemplo: (a) o princípio do benefício, que determina uma forma de
eficiência econômica que diz que o indivíduo deve ser tributado proporcionalmente ao
benefício recebido do governo; e (b) o princípio da capacidade de contribuição que diz que
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cada indivíduo deva ser tributado de acordo com sua capacidade econômica. Nesse sentido,
podemos dividir o conceito de equidade em dois ramos:
i)Equidade Vertical: a medida que se aumenta o nível de renda, aumenta-se o percentual de
imposto a pagar.
ii)Equidade Horizontal: os contribuintes com a mesma faixa de renda arcam com o mesmo
ônus de tributação.
Conclusão:
A cobrança de tributos deve onerar mais aquele que possui maior capacidade de
pagamento => garantia de equidade vertical e horizontal.
4)
Conceitos de déficit público
Ocorre superávit das contas públicas quando a arrecadação supera os gastos;
quando os gastos superam a arrecadação, temos o déficit público.
Déficit Primário
= Gastos Públicos reais da dívida pública Correntes (G) -
Receita Fiscal Corrente (T) = G - T >0
Déficit Operacional
= (G - T) + juros >0
Déficit Nominal
= (G - T) + juros reais + correção monetária e cambial da
dívida = (G - T) + juros nominais da dívida pública >0
4.1)
Financiamento do déficit
Numa situação de déficit, além das medidas tradicionais de política fiscal
(aumento de impostos ou corte de gastos), o governo pode financiar seu déficit através duas
formas:
 emitir moeda: o Tesouro Nacional (União) pede emprestado ao Banco
Central;
 vender títulos da dívida pública ao setor privado (interno e externo).
Na primeira trata-se de uma forma inflacionária (cria o imposto inflacionário), mas
que não aumenta o endividamento público no setor privado. Isso também é conhecido como
monetização da dívida, significando que o Banco Central cria moeda (base monetária) para
financiar a divida do Tesouro.
Na segunda, o governo troca títulos por moeda que já está em circulação, o que, a
princípio, não traria qualquer pressão inflacionária. No entanto, esse tipo de financiamento
8
provoca uma elevação da dívida pública pois precisa oferecer juros mais atraentes, o que
representa uma elevação do endividamento.
5)
Identidade básica da economia
Curva de Demanda Agregada de Bens e Serviços (DA)
DA = C + I + G + X - M
Onde a Demanda Agregada é o somatório das demandas individuais.
Hipóteses do modelo básico keynesiano
O modelo keynesiano básico possui três hipóteses principais:
a) Curto prazo.
A curto prazo, o nível tecnológico, o estoque de capital e o estoque de mãode-obra
são considerados constantes. Embora os estoques sejam constantes, o nível de utilização da
mão-de-obra e do capital são variáveis (ou seja, a força de trabalho e a capacidade instalada
são fixas, mas sua utilização varia).
b) A demanda gera a oferta;
c) Salários Nominais rígidos;
d) Existência de 2 tipos de Desemprego: o efetivo (pessoas que estão realmente
fora do mercado de trabalho) e o desemprego friccional ou taxa natural de
desemprego (desemprego voluntário e temporário).
5.1)
Função consumo
Uma das principais contribuições de Keynes foi estabelecer que o Consumo
Agregado é uma função crescente no nível de renda nacional (y).
C = Ca + cYd
onde:
Ca = consumo autônomo, que é o consumo que não depende da renda
(coeficiente linear);
c = propensão marginal a consumir (é o coeficiente angular, declividade);
Yd = renda disponível (Yd = Y-T) que equivale a renda (Y) – os Tributos Diretos
(T).
Segundo a chamada Lei psicológica fundamental de Keynes, a PMgC é positiva,
mas inferior a um:
0<c<1
9
Significa que, dado um aumento de renda (∆y), as pessoas reservam certa parcela
para poupança, de forma que o aumento de consumo (∆C) é sempre menor do que o
aumento de renda, em nível agregado.
O consumo autônomo representa a parcela do consumo que não depende da renda,
mas de outros fatores (riqueza, preferências, etc.).
A propensão marginal a consumir é o comportamento do consumidor. Quanto
mais próximo de 1, mais gastador será consumidor pois utilzará maior parcela da renda no
consumo de bens e serviços. Quanto mais próximo a zero, por sua vez, mais poupador será
o indivíduo.
A soma da propensão marginal a consumir e a propensão marginal a poupar (s)
deve ser 100% ou 1.
c+s =1
Exemplo: Suponhamos que a função consumo seja dada
C = 20 + 0,7Yd
Sabemos, então, que a função poupança é o complemento da função consumo
S = - 20 + 0,3Yd
Ou seja, c = 0,7 e s = 0,3
5.2) Função investimento
I = Ia + iY
=1
O investimento é uma função do investimento autônomo (Ia) que é o investimento
não planejado somado a propensão marginal a investir ( que se refere ao
comportamento do investidor ao utilizar a renda, podendo este utilizar mais renda
ou menos renda no investimento, determinando o perfil do investidor ousado e
conservador, respectivamente. No entanto, o investimento produtivo se relaciona
negativamente com a taxa de juros, pois quanto maior a taxa de juros, maior será
custo do capital para o investidor produtivo, o que levará a uma queda no
investimento na produção. Já no investimento em títulos, a correlação é positiva,
pois quando se aumenta a taxa de juros, a rentabilidade dos títulos também
aumentará, o que atrairá os investidores à compra de papéis, porém não
incentivará o crescimento econômico do país.
5.3) Função gastos do governo
Na Macroeconômica, os gastos públicos são exógenos bem como a oferta de
moeda. (G)
Cabe lembrar que o governo possui três diferentes tipos de Déficits ou Superávits
(depende do sinal atribuído), já mencionados anteriormente.
10
5.4)
Função exportação líquida de bens e serviços (X-M)
Se (X-M) >0 implica que as exportações de bens e serviços são maiores que as
importações, em geral na prática ocasionados por uma desvalorização cambial que torna os
produtos nacionais mais baratos no exterior e com isso as exportações aumentam. O
contrário acontece se tivermos (X-M) < 0, onde as importações são maiores que as
exportações de bens e serviços, geralmente ocasionado por uma valorização cambial.
5.5)
Equilíbrio de mercado
Oferta Agregada = Demanda Agregada
Exemplo prático:
Condição de equilíbrio:
OA = DA
como:
oferta agregada:
OA = Y
demanda agregada:
DA = C + I + G + X - M
a condição de equilíbrio fica: Y = C + I + G + X - M
Exemplo: C = 40 + 0,8 (Y - T)
I = 30
G = 50
T = 50
X = 40
M = 20
Substituindo esses valores na condição de equilíbrio, temos:
Y = 40 + 0,8 (Y - 50) + 30+50 +40- 20
0,2Y = 100
Y* = 500
 renda de equilíbrio: Y* = 500
 consumo no equilíbrio: C* = 400
6)
O modelo keynesiano ou IS-LM
A análise IS-LM refere-se a muitas situações da política econômica, por meio de
duas curvas: a curva IS (que representa o mercado de bens e serviços)e a curva LM( que
representa o mercado monetário). O modelo IS-LM em seu ponto de equilíbrio representa o
equilibrio do lado monetário e do lado real da economia, determinando uma taxa de juros
de equilíbrio que controle a inflação e não desestimule o investidor nacional a investir e o
nível de renda ou produto de equilíbrio da economia que seria o crescimento do país com
justiça social.
No lado real da economia, que se refere ao mercado de bens e serviços para níveis
de juros mais baixos, teremos níveis de investimento maiores e conseqüentemente níveis de
renda mais elevados, e, para dado nível de juros mais elevados, observaremos uma queda
no investimento e na renda. Essa combinação de taxas de juros e níveis de renda é
conhecido como curva IS.
11
A Curva IS é afetada por políticas fiscais expansionistas e contracionistas, como
os exemplos citados abaixo:
a) O aumento dos Gastos é uma Política fiscal expansionista que gerará aumento
de renda – deslocamento da Curva IS para a direita. Bem como uma redução
dos tributos que ocasionará o mesmo efeito por conta do maior poder de
compra das pessoas que incrementarão seu consumo e ampliarão o consumo de
mercado de bens e serviços.
Gráfico da IS expansionista
b) Já a diminuição dos Gastos do Governo é uma Política fiscal contracionista
que gerará queda de renda que causará um Deslocamento da Curva IS para a
esquerda. O mesmo acontece com um aumento na tributação.
Gráfico da IS contracionista
Não obstante, o mercado monetário é representado pela curva LM, que é formada
por uma demanda de moeda para transação que é positivamente relacionada com a renda e
uam demanda de moeda para fins especulativos (que está relacionada com a taxa de juros).
O equilíbrio da economia ocorre no ponto onde as duas curvas, IS e LM, se
cruzam.
12
Equilíbrio da Economia IS-LM
6.1)
A curva IS
A curva IS é deslocada por todas as variáveis exógenas (variações em G, T, X, M,
C, I), que não são induzidas pela variação de renda (isto é, por outros fatores, que não
variações de renda). Mais uma vez, não deve ser confundida uma variação endógena (que
seria um movimento ao longo da curva IS, motivada por alterações de i e y) com uma
variação exógena (que representa um deslocamento da curva IS). Assim, um aumento do
consumo, devido a um aumento da renda, é uma variação induzida, ao longo da IS; todavia,
um aumento do consumo, devido a um aumento de patrimônio, é uma variação exógena,
deslocando a IS.
6.2)
A curva LM
A Curva LM é afetada por políticas monetárias expansionistas e contracionistas,
como os exemplos citados abaixo, respectivamente:
a) Política monetária expansionista: aumento do Redesconto (empréstimos do
Bacen aos bancos comerciais) que gerará uma liquidez maior no mercado
monetário e com isso haverá uma expansão de renda, ou seja, deslocará LM
para a direita. A diminuição da taxa de Redesconto, que nada mais é que a taxa
de empréstimo cobrada pelo Bacen aos bancos comerciais pelo Redesconto
realizado, o que deslocaria a LM para a direita, pois haveria maior incentivo à
tomada de empréstimos do Bacen considerando que a taxa é baixa, o que
levaria a uma maior liquidez da economia. A compra de títulos (operação de
open-market) por parte do governo que levaria a uma injeção de moeda no
mercado, e com isso, haveria maior liquidez, deslocando LM para a direita. E
também o Recolhimento compulsório mais baixo, que significa que o Bacen
recolherá menos moeda dos depósitos à vista dos bancos comerciais, gerando
uma maior liquidez, levando LM para a direita.
13
Gráfico da Política monetária expansionista
b) Política monetária contracionista ou restritiva: diminuição do Redesconto
(empréstimos do Bacen aos bancos comerciais) que gerará menos liquidez no
mercado monetário e com isso haverá uma retração de renda, ou seja,
deslocará LM para a esquerda. O aumento da taxa de Redesconto, que nada
mais é que a taxa de empréstimo cobrada pelo Bacen aos bancos comerciais
pelo Redesconto realizado, o que deslocaria a LM para a esquerda, pois
haveria menor incentivo à tomada de empréstimos do Bacen considerando que
a taxa é alta, o que levaria a uma menor liquidez da economia. A venda de
títulos (operação de open-market) por parte do governo que levaria a uma
retração de moeda no mercado, e com isso, haveria menos liquidez, deslocando
LM para a esquerda. E também o Recolhimento compulsório mais elevado,
que significa que o Bacen recolherá mais moeda dos depósitos à vista dos
bancos comerciais, gerando uma menor liquidez, levando LM para a esquerda.
Gráfico da Política Monetária contracionista
6.3)
Mercado de bens e serviços e o lado monetário da economia
14
Equilíbrio no mercado de bens e serviços e no mercado monetário.
6.4)
Efeito de mudanças na política fiscal sobre o equilíbrio
1º caso) Política fiscal expansionista provocará deslocamento da curva IS, isto é,
um deslocamento para a direita o que provocou aumento da taxa de juros. As conclusões
seria que o acréscimo em G aumenta a demanda agregada, provocando aumento da renda. E
como se trata do modelo IS-LM ou Keynesiano, podemos concluir que os salários nominais
são rígidos (pela hipótese do modelo), o salário real cai em virtude de uma maior inflação,
os juros aumentam que influenciam a dívida que também aumenta exponencialmente e
ocorre uma diminuição do desemprego pois a economia se aquece.
Efeito de um aumento dos gastos do governo sobre o equilíbrio.
O efeito crowding out ocorre quando o governo ocupa um espaço antes ocupado
pelo setor privado.
6.5)
Efeito de alterações de política monetária sobre o equilíbrio
Exemplo:Aumento do Redesconto
15
Efeito de um aumento do redesconto sobre o equilíbrio
6.6)
Casos Especias da Curva IS e LM.
A eficácia ou poder de cada política, para aumentar o nível de renda, dependerá
das elasticidades das curvas IS e LM. No fundo, depende da sensibilidade do nível de renda
em relação a variações da taxa de juros.
A curva LM possui 3 trechos possíveis:
a)
trecho clássico: LM não é sensível à taxa de juros. Portanto, a demanda
especulativa é nula. No fundo, cai-se na teoria quantitativa da moeda, em que a demanda de
moeda depende apenas do nível de renda nominal (Md = kY). Ou seja, a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros é zero. Nessas condições, a política monetária é
eficaz e a política fiscal ineficaz para aumentar o nível de atividade.
16
b)
trecho da armadilha da liquidez, em que a elasticidade da demanda de
moeda em relação à taxa de juros é infinita. Significa que qualquer aumento na oferta de
moeda será retido em encaixes especulativos. A política monetária é ineficaz e a política
fiscal é eficaz, para promover aumentos de renda.
c)
trecho intermediário: rigorosamente, também um trecho keynesiano, dado
que a LM é sensível à taxa de juros (lembrando que, na teoria clássica, não comparece a
taxa de juros como elemento que afete a demanda de moeda). Nesse trecho, a eficácia das
políticas fiscal e monetária depende da inclinação e da posição das curvas IS e LM.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Falta
Uma
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Macroeconomia (Exercícios)
Avalie as seguintes proposições sobre economia monetária estilo CESPE:
Parte
(1) Um aumento da taxa de redesconto, tudo o mais constante, leva a uma contração de
M1.
(2) Caso a base monetária não se altere, uma elevação do multiplicador bancário leva à
redução de M1.
17
(3) Dado que a autoridade monetária pode controlar o compulsório dos bancos, ela também
pode determinar o tamanho do multiplicador bancário.
(4) Se o Banco Central quiser aumentar a quantidade de moeda na economia, ele pode realizar
operações de mercado aberto que envolvam venda de títulos públicos, ou reduzir as alíquotas do
compulsório.
.
(5) A base monetária é por definição igual à reserva bancária mais os depósitos à vista nos bancos.
Tendo em conta conceitos relativos ao sistema monetário, julgue as proposições:
(6) Define-se papel-moeda em poder do público sendo o saldo do papel-moeda emitido menos a
caixa em moeda corrente dos bancos comerciais
(7) O setor bancário cria meios de pagamento quando, por exemplo, adquire bens ou
serviços junto ao público, pagando em moeda corrente.
(8) No cálculo dos meios de pagamento, a noção de moeda manual empregada é a do saldo
do papel-moeda em poder do público, vale dizer, o total emitido menos os encaixes em
moeda corrente dos bancos comerciais e do Banco Central.
(9) Os recursos em poder dos bancos comerciais incluem apenas o patrimônio líquido, os
depósitos à vista recebidos do público e os empréstimos recebidos do Banco Central.
(10) Para que uma determinada transação origine uma variação nos meios de pagamento, é
necessário que ela ocorra entre o setor bancário e o setor não-bancário da economia. Sendo
assim, um aumento das aplicações do público em certificados de depósito a prazo emitidos
pelos bancos de investimento, por exemplo, mantém inalterados os meios de pagamento.
Com base nos dados que seguem, calcule o montante dos meios de pagamento como
proporção dos depósitos à vista:
a) o público mantém 20% de seus meios de pagamentos na forma de papelmoeda;
b) do total de seus depósitos à vista, os bancos comerciais mantêm 30% como reserva
compulsória, 10% como reserva voluntária e 10% como encaixe em moeda corrente.
Para marcação na folha de respostas, multiplique o valor encontrado por 40.
Solução
O volume dos meios de pagamento (M) consiste na soma do papelmoeda em poder
do público (PMPP) e depósitos à vista dos bancos comerciais (DV). Ou seja, consiste na
totalidade dos haveres possuídos pelo setor não-bancário e que pode ser utilizado a
qualquer momento para a liquidação de qualquer dívida nacional. Logo,
M = PMPP + DV (1)
Dividindo (1) por M, tem-se:
M PMPP DV


(2)
M
M
M
18
Sabe-se que:
c - papel-moeda em poder do público (PMPP)/ meios de pagamento(M).
d1 - depósitos à vista nos bancos comerciais (DV)/ meios de pagamento (M)
Portanto, de (2):
1= c + d
1= 0,2 + d
d1 = 0,8
DV
De acordo com a definição
d1 
M
1
M

d1 DV
. Por outro lado, de acordo com a questão:
ou seja, o montante dos meios de pagamentos como proporção dos depósitos
à vista.
Assim,
M/DV = 1/d1  M/DV = 1/0,8
Adicionalmente a questão solicita que o resultado seja multiplicado por 40 de modo que
M
x40
DV
M
 1/ 0,8x40
DV
M
 50
DV
Avalie as proposições abaixo sobre a criação de base monetários, meios de pagamento e
taxas de juros:
(11) Empréstimos do banco central aos bancos comerciais determinam aumento de igual
montante nos meios de pagamento.
(12) O Banco Central cria moeda quando, tomando empréstimos externos, aumenta as suas
reservas internacionais.
(13) Em situação de perfeita mobilidade de capitais e regime de câmbio fixo, será nulo o
efeito líquido sobre a base monetária de uma compra de títulos domésticos no mercado
aberto pelo Banco Central.
(14) Quanto maior for o coeficiente de reservas dos bancos comerciais e menor for à
preferência do público por papel-moeda (proporção da moeda em poder do público em
relação aos meios de pagamento), maior será o multiplicador da base monetária.
19
(15) Pela equação de Fischer, a taxa de juros real é determinada pela inflação esperada.
Indique se as proposições abaixo, relativas ao tema dos meios de pagamento, são
verdadeiras ou falsas:
(16) Definem-se meios de pagamentos (M1) como a soma do papel-moeda em poder do
público com as reservas bancárias.
(17) Em uma economia em que as reservas bancárias atingem 100% dos depósitos à vista o
multiplicador monetário é igual a 0.
(18) Sendo meios de pagamentos definidos como M1, um aumento na relação moeda em
poder do público/depósitos à vista reduz o multiplicador monetário.
(19) Se a razão reservas/depósitos à vista é de 25% e a razão moeda em poder do
público/depósitos à vista é de 50%, o multiplicador monetário é 2.
(20) O fato de o sistema bancário ser por natureza ilíquido é empregado como argumento
em favor da existência de um emprestador em última instância.
Indique se as afirmações são verdadeiras ou falsas:
(21) Quando um banco compra à vista um imóvel pertencente a uma empresa não
financeira, ocorre destruição de meios de pagamento.
(22) Quando um banco comercial adquire títulos da dívida pública diretamente de outro
banco comercial não ocorre variação no estoque de meios de pagamento.
(23) Quando um indivíduo transfere recursos da conta corrente para a caderneta de
poupança, há destruição de meios de pagamentos.
(24) A realização de operações de mercado aberto, em que o Banco Central vende títulos
governamentais, provoca um aumento da demanda por moeda.
(25) Déficits orçamentários do Tesouro financiados por meio de empréstimos junto ao
Banco central aumenta, a base monetária.
Sobre a criação de meios de pagamento e o multiplicador da base monetária, indique se as
afirmações são verdadeiras ou falsas:
(26) Uma expansão monetária pode ser causada pelo aumento da proporção dos meios de
pagamento sob a forma de depósitos à vista nos bancos comerciais.
(27) Toda variação na quantidade de meios de pagamento tem como contrapartida uma
variação igual e em sentido inverso do passivo não monetário do setor bancário.
20
(28) O aumento dos meios de pagamento pode ser causado pela expansão de operações de
redesconto.
(29) O multiplicador será tanto maior quanto menor for o encaixe compulsório sobre
depósitos à vista dos bancos comerciais.
(30) O multiplicador será tanto maior quanto maior for a velocidade de circulação da
moeda.
(31) Aumento na oferta monetária produz baixa na taxa de juros se for acompanhado por
aumento na preferência pela liquidez.
(32) O financiamento do déficit público por meio da emissão de títulos do Tesouro
adquiridos pelo Banco Central, que os retém em carteira, constitui fator de expansão da
base.
(33) O temor quanto à solvência do sistema bancário pode induzir à substituição de
depósitos à vista por papel moeda, o que levaria a um aumento da taxa de juros.
(34) O temor quanto à solvência do sistema bancário pode induzir a um aumento das
reservas voluntárias dos bancos comerciais junto ao Banco Central, o que levaria a um
aumento da taxa de juros.
A seguir listamos alguns fatos que influenciam a demanda de moeda. Classifique-o como
Verdadeiro, caso o fato possa ter contribuído para a redução de demanda real por moeda
durante o período de aceleração inflacionária no Brasil. Caso contrário, classifique-o como
Falso:
(35) Aumento da taxa de juros nominal.
(36) Aumento do nível de renda da economia.
(37) Redução no custo de transação entre moeda e outras aplicações remuneradas.
(38) Uma redução da incerteza.
Questões relativas ao Modelo Keynesiano (IS-LM):
(1) Quando o Banco Central fixa a taxa de juros, a política fiscal tem efeito nulo sobre a
renda.
(2) A renda não se altera quando o governo aumenta tributos e gastos na mesma
proporção, tal que o déficit primário fique inalterado.
(3) Quando a economia é afetada por choques na curva IS, a volatilidade da renda será
21
menor se a taxa de juros for fixa.
(4) Quando a economia é afetada por choques na curva LM, a volatilidade da renda será
menor se a oferta de moeda for fixa.
(5) Um aumento da desconfiança em relação ao sistema financeiro (tal que para uma dada
renda e taxa de juros os agentes demandem mais moeda) aumenta a taxa de juros e diminui
a renda de equilíbrio.
Avalie as afirmativas com respeito a uma pequena economia aberta, com perfeita
mobilidade de capitais:
(6) A paridade descoberta de juros implica que a taxa de juros doméstica é igual à taxa de
juros internacional mais a taxa de depreciação esperada da moeda.
(7) Em um regime de câmbio flexível, quando há expectativa de desvalorização co
câmbio, a renda aumenta.
(8) Em um regime de câmbio fixo, quando há expectativa de desvalorização do câmbio, a
renda não se altera.
(9) Em um regime de câmbio flexível, quando a taxa de juros internacionalmente aumenta,
a renda também aumenta.
(10) Em uma economia com regime de câmbio fixo, a política tem efeito pleno.
Um indivíduo deve decidir entre consumir no presente ou postergar o consumo e o fará
com base na teoria da renda permanente. Considere que Y0 seja sua renda presente e Y1,
sua renda futura; e que ele tenha acesso a crédito, à taxa de juros r. Avalie as proposições:
(11) Um aumento na taxa de juros diminui as possibilidades de consumo presente, mas
aumenta as possibilidades de consumo futuro.
(12) Suponha que o governo tribute a renda deste indivíduo com um imposto tipo lumpsum. Um aumento do imposto presente, que não seja mantido no futuro, diminui o
consumo presente, mas deixa o consumo futuro inalterado.
(13) Mantenha a hipótese de que o tributo seja um tipo “lump-sum”. Uma redução do
imposto presente compensada por um aumento futuro devidamente corrigido pela taxa de
juros r, aumenta o consumo presente, mas reduz o consumo futuro.
(14) Um aumento de renda futura eleva o consumo tanto no presente quanto no futuro.
(15) Entende-se por “superávit fiscal primário” a diferença entre receitas e gastos
governamentais, excetuadas as despesas com pagamentos de juros.
22
(16) Déficit primário no orçamento público faz crescerem o déficit publico total e os gastos
com pagamentos de juros.
(17) De acordo com o princípio da Equivalência Ricardiana, uma redução de impostos
financiada pela emissão de títulos públicos não implica aumento de poupança.
(18) Em uma economia sem crescimento real, o endividamento é a única forma de se pagar
por programas governamentais.
(19) Segundo a teoria da paridade do poder de compra da taxa de câmbio, os movimentos
verificados na taxa de câmbio entre duas moedas refletem primordialmente as diferenças no
comportamento dos preços dos países que as emitiram.
Avalie as assertivas abaixo referentes ao modelo Mundell-Fleming:
(20) Em regime de câmbio fixo, é impossível implementar uma política monetária
independente.
(21) Em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capital, uma política
monetária expansionista causa depreciação da moeda doméstica, enquanto uma política
fiscal expansionista causa sua apreciação.
(22) Em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capital, a taxa de juros
doméstica (ajustada para risco) não se desvia da taxa de juros internacional por períodos
prolongados.
(23) É possível melhorar a conta corrente mediante uma expansão monetária.
A respeito dos determinantes do consumo, avalie as informações:
(24) De acordo com a hipótese da renda permanente, uma valorização generalizada – e
entendida como permanente – das ações na bolsa de valores afetará positivamente o
consumo.
(25) Tanto a teoria do ciclo de vida quanto à hipótese da renda permanente consideram que
o consumo está diretamente relacionado a uma medida de renda de longo-prazo.
(26) De acordo com a hipótese da renda permanente, a propensão marginal a consumir a
partir da renda transitória é maior que a propensão marginal a consumir a partir da renda
permanente.
(27) Se a teoria do ciclo de vida for correta, deve-se esperar que a razão entre o consumo e
a poupança acumulada decresça ao longo do tempo até o momento da aposentadoria do
consumidor.
(28) A hipótese da renda permanente estabelece que um aumento temporário de impostos
23
não afeta as decisões correntes de consumo. No entanto, se um indivíduo destituído não
tem acesso a crédito e sua renda corrente é suficiente apenas para cobrir seus gastos
correntes, o aumento de impostos, ainda que transitório, afetará suas decisões de consumo.
No modelo IS-LM:
(29) Excluindo o caso limite da armadilha pela liquidez, o impacto de uma queda nos
preços sobre a demanda será tanto maior quanto mais elástico for o investimento à taxa de
juros real.
(30) Quando a economia é afetada por choques reais, a volatilidade da renda é menor
quando a Autoridade Monetária fixa a quantidade de moeda do que quando fixa a taxa de
juros.
(31) Caso a elasticidade juro da demanda de moeda seja nula e a elasticidade juro do
investimento seja infinita, uma expansão monetária alternará apenas a taxa de juros de
equilíbrio, em nada influenciando a renda.
(32) Dados os parâmetros que definem a inclinação da curva LM e a sensibilidade-juros do
investimento, a política monetária será tão mais potente para elevar a renda quanto maior
for a propensão média a poupar da sociedade
(33) Em uma situação de armadilha da liquidez, a política fiscal é eficaz para tirar a
economia da recessão.
Questão proposta:
Considere o modelo Keynesiano básico para uma economia fechada e sem governo.
Sabendo-se que, a partir de uma posição de equilíbrio, um aumento de 100 reais no
investimento provoca um aumento de 500 reais no PIB, julgue as assertivas:
(34) A propensão média é poupar 0,2.
(35) O aumento de consumo gerado pelo aumento de investimento é de 400 reais e a
propensão média a consumir é 0,8.
(36) Tendo o aumento de consumo sido de 400 reais, o multiplicador Keynesiano é 5.
(37) Supondo-se que haja governo e que o orçamento seja mantido em equilíbrio, um
aumento de 100 reais nos gastos públicos provocará um aumento de 100 reais no PIB.
(38) A paridade do poder de compra absoluta implica que o câmbio real é sempre igual a 1.
(39) A paridade do poder de compra relativo implica que a taxa de câmbio nominal é igual
à diferença entre a inflação doméstica e a externa.
24
(40) Custos de transporte e tarifas de importação são alguns dos fatores que explicam por
que a PPP absoluta raramente se aplica na prática.
(41) Sob plena mobilidade de capitais, a equação de paridade de juros nos diz que, se o juro
doméstico menos o risco supera o juro externo, há expectativa de desvalorização do câmbio
nominal.
(42) Dois países que adotam a mesma moeda, só poderão apresentar taxas nominais de
juros diferentes se seus riscos também forem diferentes.
Avalie as seguintes proposições sobre função de produção, mercado de trabalho e
crescimento endógeno:
(43) Uma firma maximizadora de lucro cuja função de produção tem como argumentos
trabalho e capital contratará trabalho até que o produto marginal deste fator iguale o salário
real.
(44) Quando o estoque de capital está abaixo de seu valor de equilíbrio, o produto marginal
do capital é menor que o juro real.
(45) Segundo os modelos de crescimento endógeno, haverá convergência entre a renda per
capita de diferentes países no longo prazo.
(46) Nos modelos de crescimento endógeno, alterações na taxa de poupança não
influenciam nem mesmo o crescimento de curto prazo.
Sobre o modelo de Mundell-Fleming (renda no eixo X e juro no eixo Y):
(47) Com taxas fixas de câmbio e mobilidade imperfeita de capitais, apenas a política fiscal
será eficaz para influenciar a renda.
(48) Em um regime de taxas flutuantes de câmbio e perfeita mobilidade de capitais,
expansões fiscais são ineficazes para influenciar a renda.
(49) Neste modelo, a curva que explica o equilíbrio externo será horizontal caso haja plena
mobilidade de capitais, e negativamente inclinada caso a mobilidade não seja plena.
(50) Havendo plena mobilidade de capitais de capitais, o equilíbrio com taxas fixas de
câmbio é encontrado na interseção da curva IS com a curva BP, que representa o equilíbrio
externo. Neste caso, a curva LM é redundante.
Respostas das Questões CESPE:
(1) Verdadeiro. A política de redesconto é um dos principais instrumentos utilizados pelo
25
Banco Central com vistas ao controle monetário. A taxa de redesconto, por seu turno,
é a taxa de juros cobrada pelo Banco Central em seus empréstimos aos bancos
comerciais.
Se o Banco Central eleva a taxa de redesconto, a conseqüência é a retração na
concessão de créditos pelos bancos comerciais a fim de incorrerem no risco de ter que
arcar com maiores encargos nos empréstimos do Banco Central. Com isso, há contração
dos meios de pagamento (M1).
(2)
Falso. Se a base monetária não se alterar, uma elevação do multiplicador bancário
resultará na elevação dos meios de pagamento (M1).
Pode-se verificar diretamente da equação do multiplicador monetário a seguir:
↑M1= ↑k.B, onde
k
1
1  d1 (1  R)
d1 - parcela dos meios de pagamento que o público mantém com depósitos à vista,
R - relação reservas/ depósitos à vista dos bancos comerciais.
(3)
Falso. Ao controlar o montante das reservas compulsórias, a autoridade monetária
afeta basicamente o tamanho do multiplicador dos meios de pagamento (M1), na medida em
que essas reservas determinam a disponibilidade de recursos para empréstimos pelos bancos
comerciais.
(4)
Falso. Os três principais instrumentos de política monetária à disposição da autoridade
monetária são:
- as reservas compulsórias,
- a política de redesconto,
- as operações de open market ou mercado aberto.
Se o Banco Central quiser aumentar a quantidade de moeda na economia, ele pode realizar
operações de mercado aberto que envolvam a compra de títulos públicos ou reduzir a
alíquota do compulsório.
.
(5)
Falso. A base monetária (B) é constituída pelo papel-moeda em poder do público (PMPP)
mais o total das reservas dos bancos comerciais (r, = reservas compulsórias no Banco Central, r 2 =
reservas voluntárias no Banco Central e r 3 = encaixe técnico dos bancos comerciais - reservas em
dinheiro).
Assim, tem-se:
B = PMPP + R
B = PMPP + r, + r2 + r3.
26
(6)
Falso. O papel-moeda emitido corresponde ao total de moeda legal existente,
autorizada pelo Governo ou pelo Banco Central. Já o papel-moeda em circulação é
definido como sendo o saldo do papel-moeda emitido menos o encaixe do Banco Central.
Por fim, o papel-moeda em poder do público é igual ao papel-moeda em circulação menos a
caixa em moeda corrente dos bancos comerciais. Dessa forma, tem-se:
Saldo do papel-moeda emitido menos caixa do Banco Central = Saldo do papelmoeda em circulação.
Saldo do papel-moeda em circulação menos caixa em moeda corrente dos bancos
comerciais = Saldo do papel-moeda em poder do público.
Até o primeiro trimestre de 1986 o Banco do Brasil era considerado, juntamente
com o Banco Central, como um integrante do que se convencionu denominar de
Autoridades Monetárias. Isto ocorria porque o Banco do Brasil desempenhava certas
funções típicas de Banco Central. Seus encaixes em moeda corrente eram computados
para diferenciar os conceitos de saldo do papel-moeda emitido (PME) e saldo do papelmoeda em circulação (PMC). Com o fim desse sistema híbrido, em 1986, o Banco do Brasil
passou a exercer exclusivamente as funções de um banco comercial. Por outro lado, os
encaixes em moeda corrente do Banco Central passaram a ser iguais, não sendo mais
necessária a distinção entre os conceitos de PME e PMC, além de uma mudança no valor
da base monetária na - assou a não incluir o saldo de depósitos à vista no passivo do Banco
do Brasil. Na solução estamos considerando o sistema híbrido existente até 1986 , porque o
item conduz a essa interpretação.
Portanto, é considerado papel-moeda em poder do público qualquer papel-moeda
emitido que não se encontre em poder do setor bancário (Banco Central e bancos
comerciais) da economia.
(7)
Verdadeiro. Para que o setor bancário crie meios de pagamento é necessário que este
adquira algum haver não-monetário do setor não-bancário da economia, pagando em
moeda manual (papel-moeda em poder do público) ou moeda escritural (depósitos à vista
do público nos bancos comerciais). No caso em questão, bens ou serviços do público (setor
não-bancário) são considerados um haver não-monetário tendo como contrapartida um
pagamento em moeda corrente ocorrendo, assim, monetização da economia pelos bancos.
(8)
Verdadeiro. Para o cálculo dos meios de pagamento, a noção que se usa como moeda
manual é a do saldo do papel-moeda em poder do público, a saber, o total emitido de papelmoeda pelo Banco Central menos os encaixes em moeda corrente deste último e dos
bancos comerciais. Logo, os meios de pagamento compreendem o total das
disponibilidades do setor não-bancário.
(9)
Falso. Os recursos em poder dos bancos comerciais correspondem a seu passivo no
balancete consolidado dos mesmos. Este passivo é composto pelos recursos próprios
(patrimônio líquido), depósitos à vista e a prazo recebidos do público, redescontos e outros
recursos oriundos do Banco Central, empréstimos externos e demais exigibilidades.
27
(10) Verdadeiro. Haverá criação de meios de pagamento sempre que o setor bancário
adquirir algum haver não-monetário do setor não-bancário da economia, pagando em
moeda manual ou escritural. No caso em questão, como os bancos de investimento fazem
parte do sistema financeiro não-monetário.
(11) Falso. A criação de meios de pagamento ocorrerá sempre que o setor bancário
adquirir algum haver não-monetário do setor não-bancário da economia, pagando em
moeda manual ou escritural. Por sua vez, sabe-se que o setor bancário é composto pelo
Banco Central juntamente com os bancos comerciais. Logo, operações de empréstimos do
Banco Central aos bancos comerciais são transações interbancárias, o que,
conseqüentemente, não tem nenhum efeito sobre os meios de pagamento.
(12) Falso. A transação na qual o Banco Central toma empréstimos é registrada nos
recursos não-monetários do Banco Central, enquanto as reservas internacionais são
registradas no ativo desse mesmo balancete da instituição. Para que haja criação de moeda
deve haver um aumento do ativo do Banco Central de tal forma que não ocorra uma
elevação do passivo não-monetário das Autoridades Monetárias (Banco Central) de mesma
magnitude. Dessa forma, não se observa mudança na base monetária (papel-moeda em
poder do público mais encaixes totais dos bancos comerciais) e, por conseguinte, criação
de moeda.
(13) Verdadeiro. Em situação de perfeita mobilidade de capitais e regime de câmbio
fixo o Banco Central perde o controle da base monetária. Logo, qualquer compra ou venda
de títulos públicos em uma operação de mercado aberto terá efeito líquido nulo sobre a
base monetária.
(14) Falso. Quanto maior o coeficiente de reservas em relação aos depósitos a vista nos
bancos comerciais, em decorrência, por exemplo, do recolhimento de compulsórios, menor
será o multiplicador da base monetária.
Por outro lado, quanto menor for a preferência do público por papel-moeda (maior a
proporção de depósitos à vista em relação aos meios de pagamento e, portanto, maior o
multiplicador da base monetária. Por exemplo, o processo de criação dos meios de
pagamento ocorrer quando os bancos emprestam o que resta do saldo de depósitos criando
novo poder de compra, além de não diminuírem os recursos monetários do depositante).
(15) Falso. A equação de Fischer expressa por i = r + π mostra que a taxa de juros
nominal (i) muda ou pela taxa de juros real ( r ) ou pela taxa de inflação (π).
A taxa de juros real ajusta-se para equilibrar poupança e investimento. Por outro lado,
a teoria quantitativa da moeda mostra que a taxa de expansão monetária determina a taxa de
inflação. Já pela equação de Fisher temos que somar a taxa de juros real e a taxa de
inflação para determinar a taxa de juros nominal. Logo, a teoria quantitativa da moeda e a
equação de Fisher estabelecem como a expansão monetária afeta a taxa de juros nominal.
Essa relação entre a taxa de juros nominal e a taxa de inflação é conhecida como efeito
Fisher.
28
(16) Falso. Definem-se os meios de pagamentos como a soma do papel-moeda em poder
do público (moeda manual) com os depósitos à vista dos bancos comerciais (moeda
escritural). Constituem o total de haveres possuídos pelo setor não-bancário e que podem
ser utilizados a qualquer momento, para a liquidação de qualquer dívida em moeda
nacional. As reservas bancárias constituem apenas uma fração dos depósitos à vista.
(17) Falso. O multiplicador dos meios de pagamento em relação à base monetária é
expresso pela fórmula abaixo:
M
1
B, onde
1  d1 (1  R)
M – meios de pagamento,
B – base monetária,
D1 – depósitos à vista nos bancos comerciais/meios de pagamento,
R – encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais.
No caso em que R = 1, tem-se M = B e, portanto, o multiplicador monetário
é igual a 1. Isto significa que uma unidade monetária a mais de operações ativas
das autoridades monetárias origina uma unidade monetária a mais de meios de
pagamentos.
(18) Verdadeiro. O multiplicador monetário será tanto maior quanto maior for a
preferência do público por depósitos à vista em relação ao papel-moeda. A justificativa
vem do fato de que após o recolhimento dos compulsórios pelo Banco Central, o restante
do saldo de depósitos à vista pode ser repassado a terceiros em forma de empréstimos
criando um novo poder de compra. Portanto, quanto maior a proporção de depósitos à vista
em relação ao papel-moeda em poder do público, maior o poder de criação dos meios de
pagamento por parte dos bancos comerciais.
(19)
Verdadeiro.
O multiplicador monetário é dado pela fórmula abaixo:
1
M
B(1)
1  d1 (1  R)
Onde:
M – meios de pagamento,
B – base monetária,
D1 – depósitos à vista nos bancos comerciais/meios de pagamento,
R – encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais.
Por sua vez, define-se c – papel-moeda em poder do público/meios de pagamento.
Pelas definições anteriores, c+d1 = 1. Para a razão moeda em poder do
público/depósitos à vista de 50%, tem-se c/d, = 0,50. Logo. C = 0,50d1.
29
Assim:
0,50d1  d1  1
1,50 d1  1
1
1,50
d1  0, 67
d1 
Como R = 0,25, substituindo em (1):
1
B(1)
1  0, 67(1  0, 25)
1
M
B(1)
1  0,5025
M  2B
M
(20) Verdadeiro. Como o intuito de manter a solvência do sistema bancário, o Banco
Central recorre ao chamado redesconto de liquidez. Os redescontos de liquidez são de
fundamental importância a um sistema financeiro moderno haja vista os bancos comerciais
manterem encaixes muito inferiores aos depósitos à vista. Dessa forma, o Banco Central
preenche a função de um emprestador de última instância.
(21) Falso. A compra de um imóvel à vista por parte de um banco comercial (setor
bancário) a uma empresa não financeira (setor não bancário) representa a aquisição de um
haver não-monetário pelo primeiro em troca de moeda manual ou escritural a uma
instituição do setor não bancário da economia. Portanto, ocorre criação de meios de
pagamentos pelo banco.
(22) Verdadeiro. Para que haja variação nos meios de pagamento deve haver uma
transação entre o setor bancário e o setor não bancário da economia (público). Em
operações interbancárias não havendo variação no estoque dos meios de pagamento.
(23) Verdadeiro. A transferência de recursos da conta corrente para a caderneta de
poupança aumenta o passivo não-monetário do sistema monetário ao mesmo tempo que
diminui seus recursos monetários (depósito à vista). Portanto , há destruição dos meios de
pagamentos (moeda manual mais moeda escritural).
(24) Falso. Quando o Banco Central vende títulos governamentais numa operação de
mercado aberto (open market) ao público, essa compra de títulos por parte dos agentes
30
reduz a demanda por moeda.
O mecanismo é o seguinte: a venda de títulos no mercado provoca a redução no
preço dos mesmos, o que é equivalente a um aumento na taxa de juros. Logo, o aumento
da taxa de juros aumenta o custo de oportunidade de reter moeda reduzindo, por
conseguinte, a sua demanda.
(25) Verdadeiro. No balancete consolidado do Banco Central existe nas aplicações o
item empréstimos ao Tesouro. Ademais, uma das funções típicas do Banco Central é a de
ser banqueiro do Tesouro Nacional. Uma das formas de um governo financiar seus gastos
aumentando seu déficit, é através da emissão de papel-moeda (um dos componentes da base
monetária). A receita obtida por meio do aumento da base monetária é chamada
senhoriagem.
(26) Verdadeiro. O multiplicador dos meios de pagamento será maior quanto for a
preferência do público por depósitos à vista, ou seja, como a criação dos meios de
pagamentos pode ser também feita pelos bancos comerciais, uma maior disponibilidade de
depósitos a vista implica criação de poder de compra por parte dos bancos a terceiros na
forma e empréstimos sem, no entanto, diminuir os meios de pagamento detidos pelo
depositante.
(27) Falso. Para haver criação de meios de pagamento o setor bancário deve adquirir
algum haver não-monetário do setor não-bancário da economia, pagando em moeda manual
ou escritural. Reciprocamente, ocorre destruição de meios de pagamento quando o setor
bancário vende ao público qualquer haver não-monetário em troca do recebimento de
moeda (manual ou escritural) Portanto, a variação dos meios de pagamento ocorre por
variações nas operações ativas do setor bancário como também por uma variação de seu
passivo não-monetário. Nesse último caso, a criação e a destruição dos meios de
pagamento varia em sentido contrário ao do passivo não-monetário. No entanto, nem toda
variação dos meios de pagamentos ocorre dessa maneira. As operações ativas do sistema
bancário variam em mesmo sentido ao dos meios de pagamento.
(28) Verdadeiro. A taxa de juros de redesconto é a taxa de redesconto é a taxa de juros
cobrada pelo Banco Central em seus empréstimos podem ser usadas como sinalização às
praticas no mercado, de forma a determinar a disposição dos bancos em se tornarem mais
ou menos ilíquidos. Caso o Banco Central se disponha a expandir os meios de pagamentos
por operações de redesconto, este concede empréstimos aos bancos comerciais com taxas
abaixo das de mercado tornando-se interessantes aos bancos expandirem suas linhas de
crédito obtendo, a partir disso, um ganho nesta operação.
(29) Verdadeiro. Quanto menor for o encaixe compulsório sobre os depósitos à vista,
maior a massa de recursos disponível para os bancos comerciais emprestarem e, portanto,
maior a criação de moeda (maior o multiplicador).
31
(30)
Falso. De acordo com a equação do multiplicador dos meios de pagamento, tem-se
M
1
B, onde
1  d1 (1  R)
M – meios de pagamento,
B – base monetária,
D1 – depósitos à vista nos bancos comerciais/meios de pagamento,
R – encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais.
R = r1 + r2 + r3 , em que:
r1 – encaixe em moeda corrente dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos
comerciais,
r2 – depósito voluntário dos bancos comerciais no Banco Central/depósitos à vista
nos bancos comerciais,
r3 – depósito compulsório dos bancos comerciais no Banco Central/depósitos à vista
nos bancos comerciais.
Observa-se que d1 é um fator que depende de quanto o público está disposto a reter
de meios de pagamentos em forma de depósitos à vista. Já r3 é de determinação do Banco
Central. Por sua vez, r1 + r2 refletem as praxes bancárias quanto à fração dos depósitos à
vista que é mantida em encaixes voluntários quanto à fração dos depósitos à vista que é
mantida em encaixes voluntários, respectivamente, em moeda corrente e em depósitos para
a compensação de cheques. Portanto, de acordo com a equação do multiplicador, a
velocidade de circulação da moeda não explica a expansão dos meios de pagamento.1
(31) Falso. Partindo-se de uma situação de equilíbrio no mercado de ativos da economia,
que, por simplificação, supõe-se seja composto de moeda e títulos, um aumento na oferta
de saldos monetários reais produziria um desequilibro no portfólio dos agentes, os quais
buscariam se desfazer do excesso de moeda demandando maior quantidade de títulos. Com
isso, ocorreria elevação dos preços dos títulos e redução no custo de oportunidade de
retenção de mais moeda, que é dado pela taxa de juros nominal. Contudo, a elevação da
taxa de juros decorrente do aumento da preferência pela liquidez restabelece o equilíbrio no
mercado monetário mantendo a taxa de juros no mesmo patamar inicial.
(32) Verdadeiro. Toda vez que ocorrer um aumento nas operações ativas do Banco
Central sem a correspondente elevação de seu passivo não-monetário haverá expansão da
base monetária. A aquisição de títulos do Tesouro Nacional pelo Banco Central constitui
uma típica operação ativa deste último, tendo como contrapartida a elevação em igual
montante da base monetária.
(33)
Verdadeiro. O temor de uma crise bancaria induzirá as pessoas a substituírem os
32
depósitos à vista por papel-moeda, ocorrendo, em decorrência disso, uma redução do
multiplicador monetário sem que haja intervenção direta do Banco Central. A queda nos
meios de pagamento (oferta de moeda) pressionará por uma elevação na taxa de juros.
Observe que o multiplicador monetário é dado por:
k
1
, onde
1  d1 (1  R)
k – multiplicador monetário,
d1 – depósitos à vista nos bancos comerciais/meios de pagamento,
R – encaixe total dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos comerciais,
R = r1 + r2 + r3 , em que:
r1 – encaixe em moeda corrente dos bancos comerciais/depósitos à vista nos bancos
comerciais,
r2 – depósito voluntário dos bancos comerciais no Banco Central/depósitos à vista
nos bancos comerciais,
r3 – depósito compulsório dos bancos comerciais no Banco Central/depósitos à vista
nos bancos comerciais.
(34) Verdadeiro. De acordo com o item anterior, podemos observar que a diminuição em
d1 (parcela dos meios de pagamento que o público mantém como depósitos à vista) reduz o
multiplicador monetário e um aumento em R (reserva/depóstios à vista dos bancos
comerciais) também produz o mesmo resultado. Assim, uma queda nos meios de
pagamento (oferta de moeda) pressionará por uma alta na taxa de juros.
(35) Verdadeiro. A moeda constitui um ativo que não rende qualquer retorno nominal e
na presença de inflação (π) o rendimento real proporcionado ao seu detentos será negativo,
correspondendo à perda de seu poder aquisitivo igual a – π. Assim, os agentes econômicos
compõem suas carteiras de ativos procurando quantificar a diferença propiciada pelos
retornos reais da aplicação em títulos, expressos pela taxa real de juros (r ), e o retorno real
resultante da manutenção de moeda, - π. A diferença entre os dois retornos reais determina
a taxa de juros nominal ( i = r – (-π)) que influenciará a demanda de moeda.
Durante o processo de aceleração inflacionaria, ocorrido no Brasil, as elevadas taxas
de juros nominais refletiam as altas taxas de inflação e, conseqüentemente, desestimulando
a demanda por moeda. Ou seja, a demanda por moeda apresentava-se como uma função
decrescente da taxa de juros nominal conforme estabelece a teoria macroeconômica.
(36) Falso. A renda tem influencia direta sobre a demanda de moeda e, portanto, um
aumento de renda elevaria a demanda de moeda.
(37) Verdadeiro. A manutenção de moedas pelos agentes econômicos não produz
qualquer retorno nominal aos seus possuidores. Por outro lado, o seu retorno real consiste
na variação de seu poder aquisitivo, que é decrescente com o processo de aceleração
33
inflacionária. Com isso, os agentes econômicos são induzidos a substituírem moeda por
outros ativos que produzem retornos aos seus detentores.
A ampliação da disponibilidade de ativos financeiros remunerados e com alto grau
de liquidez, reduzindo os custos de transação, constituem uma das características de
atuação do sistema financeiro brasileiro, no período da aceleração monetária, tendo
influenciado negativamente e demanda por moeda.
(38) Verdadeiro. Durante o processo de aceleração inflacionária, a inflação efetiva difere
da inflação esperada pelos agentes econômicos, determinando diferenças significativas
entre a taxa real de juros ex-ante, que é aquela esperada pelos agentes, e a taxa real de juros
ex-post ou efetiva. Assim, se a inflação não for perfeitamente antecipada, elevar-se-á,
certamente, o grau de incerteza dos agentes econômicos.
No caso do Brasil, no entanto, observou-se no período inflacionário, a disseminação
do mecanismo de indexação dos contratos, resultando em um ajustamento da taxa de juros
nominal às expectativas inflacionarias, de modo a assegurar aos agentes a minimização dos
desvios entre o retorno real ex-ante desejado e o retorno efetivo. Por outro lado, o sistema
bancário não apresentou crises de liquidez que pudessem produzir instabilidade e incertezas
na economia. Todos esses aspectos contribuíram para a atenuação das incertezas, inerentes
a um período inflacionário, e para a redução da demanda por moeda.
(1) Falso. A fixação da taxa de juros pelo Banco Central torna a demanda por moeda
infinitamente elástica a variações na taxa de juros (a curva LM torna-se horizontal).
Nesse caso, a política fiscal tem efeito pleno sobre a renda já que uma elevação dos
gastos públicos não eleva a taxa de juros. A figura 3.1 mostra uma elevação da renda
de Y0 de Y1 ao se deslocar a IS para a direita sem elevação da taxa de juros.
Efeito de uma política fiscal expansionista considerando a LM horizontal.
(2)
Falso. Pelo teorema de Havelmo, também chamado multiplicador do orçamento
equilibrado, um aumento dos gastos governamentais financiados por elevação de tributos
na mesma proporção altera a renda na mesma magnitude do aumento de gastos.
Designando-se Y como o produto, Yd a renda disponível, G os gastos
governamentais e T os tributos, o multiplicador do orçamento equilibrado é dado por:
34
Y  cYd  G
Y  c(Y  T)  G
Y  cY  cT  G
Y  cY  cT  G
Y(1  c)  cT  G
1
Y 
x(cT  G)
1 c
Mas ∆T = ∆G. Logo,
1
x(cG  G)
1 c
1
Y 
x(1  c)G
1 c
Assim,
Y   G
∆Y = ∆G = ∆T.
Portanto, quando o governo aumenta tributos e gastos na mesma proporção, a renda
se altera pelo valor da variação nos gastos.
Y 
(3)
Falso. Quando a economia é afetada por choques na curva IS, ou seja, quando ocorre um
deslocamento da curva IS, para cima ou para baixo, a volatilidade da renda (variação na renda) será
maior na situação em que a taxa de juros é fixa e a curva LM é horizontal como pode ser
comprovado na figura a seguir, para o caso de um deslocamento para cima da curva IS.
35
Choques na curva IS.
(4)
Falso. Choque na curva LM dado que a oferta de moeda é fixa significa um
choque na demanda por moeda, ou seja, uma variação brusca e exógena na demanda por
moeda e, portanto, um deslocamento na curva LM. No caso, por exemplo, de um aumento
na demanda por moeda, com a oferta de moeda fixa, observa-se um deslocamento para
cima (ou para a esquerda) da curva LM, ocasionando uma variação na renda, conforme é
mostrado na figura abaixo. Se, por outro lado, a oferta de moeda ajustar-se à nova situação
da demanda por moeda, a LM permanecerá em sua posição original e a renda não se altera.
Deslocamentos possíveis da curva
LM.
(5)
Verdadeiro. Um aumento da
desconfiança dos agentes econômicos em relação ao sistema financeiro (tal que para uma
dada renda e taxa de juros os agentes demandam mais moeda) produz um deslocamento
para cima (para esquerda) da curva LM, resultando em uma taxa de juros mais elevada e
um nível de renda mais baixo em relação ao equilíbrio inicial, conforme pode ser
observado.
36
Deslocamento para cima
(para esquerda) da curva LM.
Avalie as afirmativas com respeito a uma pequena economia aberta, com perfeita
mobilidade de capitais:
(6)
Verdadeiro. Essa é a definição da paridade descoberta de juros.
algébricos, tem-se:
it  it * 
Em termos
E e t 1  E t
, onde
Et
it – taxa nominal de juros doméstica no período t,
it* - taxa nominal de juros do resto do mundo no período t,
E e t 1  E t
Et
taxa de depreciação esperada onde Et corresponde a taxa de câmbio
no
período t e Ee t+1 a taxa de câmbio esperada para o período t +1.
-
(7)
Verdadeiro. A elevação na taxa de juros diminui as possibilidades de consumo
presente porque torna o consumo presente mais caro relativamente ao consumo futuro. Os
indivíduos são desestimulados ao endividamento e ao consumo presente e incentivados à
poupança e ao consumo futuro. No entanto, o efeito final é ambíguo porque não se pode
assegurar se há predomínio do efeito substituição (substituição do consumo presente pelo
consumo futuro) ou do efeito renda que pode induzir tanto ao aumento como a redução do
consumo nos dois períodos.
(8)
Falso. A hipótese da renda permanente assegura que o consumo é afetado apenas
por mudanças na renda permanente. Assim, mudanças transitórias nos impostos não
produzirão impacto sobre o consumo e tampouco, repercutirão sobre a demanda agregada.
(9)
Falso. Nenhum efeito será observado sobre o consumo, porque uma redução do
imposto presente compensada por um aumento futuro devidamente corrigido pela taxa de
juros não altera a renda permanente.
Esse resultado pode ser observado no modelo de consumo intertemporal de dois
períodos.
Considere a restrição orçamentária intertemporal inicial, antes das alterações no
37
C1
C1 
imposto.
C2
Y  T2
 (Y1  T1 )  2
(1)
1 r
1 r
+
onde:
C1, C2 - correspondem, aos consumos nos períodos inicial e final,
Y1,Y2 - correspondem às rendas esperadas nos períodos inicial e final,
T1, T2 – tributos “lump-sum” dos períodos inicial e final,
r – taxa de juros.
Supondo, então uma redução de impostos no período inicial de - ∞T1 (0 < ∞<1)
compensada por uma elevação no período final de ∞ (1+r) T1. Logo, da equação (1):
C2
Y  T  T1 (1  r)
 (Y  T1  T1 )  2 2
1 r
1 r
C
T (1  r) Y2  T2
C1  2  Y1  T1  T1  1

1 r
1 r
1 r
C
Y T
C1  2  (Y1  T1  2 2 )(2)
1 r
1 r
C1 
Observa-se, portanto, que a equação (2) é exatamente a expressa em (1). Assim, como
não há nenhuma alteração na renda permanente, o consumo não se modifica.
(10) Verdadeiro. Na hipótese da renda permanente, a renda (Y) é composta de dois
componentes: renda permanente (YP) e renda transitória(YT). Se o consumidor perceber que
a variação na renda é permanente, seu consumo (presente e futuro) elevar-se-á
proporcionalmente.
Na situação descrita pelo item, a variação na renda futuro elevará a renda permanente,
elevando o consumo am ambos os períodos. .
(11) Verdadeiro. O superávit fiscal primário do governo não considera as receitas e os
pagamentos financeiros (despesas com pagamento de juros).
(12) Verdadeiro. O déficit público primário refere-se ao excesso dos pagamentos não
financeiros sobre as receitas não financeiras do setor público. Portanto, nesse conceito de
déficit estão incluídos a arrecadação tributária e os gastos correntes e de investimento. As
despesas financeiras decorrentes do pagamento de juros não são computadas.
Na medida em que o setor público produz déficit primário, ele eleva a divida pública
total e, sendo esse déficit financiado pela emissão de títulos, surge também a obrigação
relacionada aos encargos financeiros decorrentes da consolidação da dívida pública.
(13) Falso. De acordo com o princípio da Equivalência Ricardiana, uma redução de
impostos no presente financiada pela emissão de títulos públicos implica aumento de
38
poupança, pois o valor do título será contrabalançado por uma obrigação fiscal futura.
O princípio geral é que menos impostos no presente é equivalente a mais impostos
futuros e, portanto, o financiamento do governo por títulos é equivalente a arrecadação de
impostos.
Assim, o consumidor racional percebe o futuro ônus fiscal e entende que sua
restrição orçamentária intertemporal permanecerá inalterada. Poupando a renda adicional
corrente de forma a saldar o imposto futuro.
(14) Falso. O governo deveria teoricamente observar o equilíbrio orçamentário como
regra financeira básica e excepcionalmente poder experimentar situações de déficit público.
Assim, no financiamento de suas despesas correntes e de investimento, o governo deveria,
como regra geral, recorrer a sua arrecadação tributária e a outras receitas correntes.
(15) Verdadeiro. De acordo com a teoria da paridade do poder de compra da taxa de
câmbio, tanto na sua versão absoluta como na sua versão relativa, os movimentos
verificados na taxa de câmbio refletem essencialmente o diferencial de preços entre os
países.
Avalie as assertivas abaixo referentes ao modelo Mundell-Fleming:
(16) Falso. No modelo Mundell-Fleming (perfeita mobilidade de capitais) um país com
taxas de câmbio fixas pode adotar um tipo de política monetária: pode decidir alterar a taxa
de câmbio que é fixada pelo Banco Central.
(17) Verdadeiro. A expansão monetária inicial desloca a curva LM para baixo, causando
uma redução na taxa de juros doméstica abaixo dos juros internacionais.
Esse diferencial de juros
provoca uma saída de capitais
do
país, levando dessa forma, uma
depreciação cambial e um
deslocamento endógeno da
curva IS para a direita. O
equilíbrio final será no ponto
E”.
39
Política monetária expansionista em regime de câmbio flutuante e perfeita
mobilidade de capital.
Por outro lado, no caso de uma política fiscal expansionista, o aumento dos juros
decorrente do deslocamento da curva IS para a direita promove uma entrada de capital,
levando a uma apreciação da moeda nacional que ocasiona uma deterioração da balança
comercial e o deslocamento da curva IS de volta a sua posição inicial.
Política fiscal expansionista em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de
capital.
(18) Falso. Em regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capital, o período de
tempo em que se dá o desvio da taxa de juros em relação a internacional dependerá do
tempo requerido para o ajuste do balanço de pagamentos por meio da taxa de câmbio.
(19) Verdadeiro. A figura abaixo ilustra a situação inicial de equilíbrio no ponto E1 para
uma economia com perfeita mobilidade de capitais e taxa de câmbio flexível.
40
Expansão monetária para uma economia com perfeita mobilidade de capitais e taxas
de câmbio flexível.
Uma expansão monetária desloca a curva LM para baixo (para direita). O declínio da
taxa de juros provoca uma saída de capitais do país, na medida em que os investidores vão
reagindo à diferença entre os juros domésticos baixos e os juros internacionais mais altos.
Essa saída de capital causa depreciação cambial e melhora na balança comercial
(componente da conta corrente), induzindo assim um deslocamento endógeno da curva IS
para a direita.
Enquanto os juros domésticos estiverem abaixo dos juros internacionais haverá uma
pressão para depreciação da taxa de câmbio, movendo a curva IS para a direita até o ponto
de interseção novamente da três curvas. Observe-se que a expansão monetária inicial em
uma pequena economia com perfeita mobilidade de capitais (modelo Mundell-Fleming)
acaba produzindo efeito sobre a balança comercial e, por conseguinte, sobre a conta
corrente do país. O item pergunta se é possível melhorar a conta corrente mediante uma
expansão monetária. Nesse caso, é possível sim.
(20) Verdadeiro. A expectativa de um produto maior no futuro, que é entendido como
permanente – decorrente de riqueza não-humana como, por exemplo, ações e títulos afetam positivamente o consumo, consoante a hipótese da renda permanente.
(21) Verdadeiro. O modelo do clico de vida de Modigliani considera que o consumo
depende do nível de renda que segue um padrão regular de acordo com a vida
economicamente ativa de uma pessoa. Por sua vez, a hipótese da renda permanente de
Freidman enfatiza que o consumo depende da renda permanente, o componente ra renda
que as pessoas esperam que persista no futuro. Logo, tanto a teoria do ciclo de vida quanto
a hipótese da renda permanente consideram que o consumo está diretamente relacionado a
uma medida de renda de longo-prazo.
(22) Falso. A hipótese da renda permanente é consistente coma a função consumo
proporcional de longo prazo (propensão média a consumir constante) e com a função
consumo não proporcional de curto-prazo (a propensão média a consumir declina quando a
renda aumenta). Assim, a propensão marginal a consumir a partir da renda transitória é
inferior à propensão marginal a consumir da renda permanente.
(23) Verdadeiro. A hipótese do ciclo de vida procura explicar a dependência do
comportamento de consumo e da poupança em relação à posição do indivíduo no ciclo da
vida. Trabalhadores jovens que ingressam no mercado de trabalho tem renda relativamente
baixa e baixos estoques de poupança. Na medida em que a renda aumenta no tempo, na
fase intermediária da vida, a poupança também aumenta. Com a aposentadoria, há uma
queda na renda e espera-se o início de um período de despoupança.
41
(24) Verdadeiro. A hipótese da renda permanente estabelece que os consumidores usam
a poupança e os empréstimos para estabilizar o consumo em reação à mudanças transitórias
da renda. Assim, variações tidas como temporárias na renda como, por exemplo, corte e
aumento de impostos afetam apenas transitoriamente as decisões de consumo do indivíduo.
Por outro lado, como visto acima, para que a hipótese permaneça válida, os
indivíduos devem usar a poupança e os empréstimos de forma a poderem reescalonar o
consumo ao longo da vida, tendo a taxa de juros como o fator de ligação entre o período
atual e o período futuro. Havendo, pois, restrição de crédito, o indivíduo não poderá
deslocar consumo no tempo, o que condicionará o seu consumo a forte influência da renda
disponível.
(25) Verdadeiro. Isso ocorre pelo fato de que os mesmos fatores que determinaram a
eficácia da política monetária determinam também uma demanda agregada relativamente
elástica em relação ao nível de preços.
Dessa forma, sendo o investimento elástico em relação à taxa de juros real, uma
política monetária expansionista, ao reduzir a taxa de juros, provocará um efeito ainda
maior no nível de produto. A demanda agregada, por seu turno, será mais sensível aos
preços (a demanda agregada será mais inclinada).
(26) Falso. Caso a elasticidade juro da demanda de moeda seja nula e a elasticidade juro
do investimento seja infinita, uma expansão monetária afetará a renda, mas não alterará a
taxa de juro de equilíbrio.
Quando a demanda de moeda não depende da taxa de juros a curva LM é vertical.
Logo, o efeito da política monetária é intensificado. A elasticidade do investimento em
relação à taxa de juros infinita (curva IS horizontal), por sua vez, mantém a taxa de juros no
mesmo patamar, mas expande o nível da renda.
(27) Falso. A política monetária será tão mais potente para elevar a renda quando menor
for a propensão média a poupar da sociedade. Quanto maior a propensão média a poupar
da sociedade, menor a sua propensão média a consumir. Isso ocorre devido a escolha na
qual a sociedade faz quanto ao destino da renda: poupar ou consumir.
A propensão a consumir é um dos parâmetros que define a inclinação da curva IS e,
portanto, a eficiência da política monetária. Logo, quanto menor a propensão média a
consumir (maior a propensão média a poupar), maior a inclinação da IS, e,
conseqüentemente, menor a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros.
Logo, a redução da taxa de juros decorrente da política monetária expansionista não será
suficiente de forma a estimular o investimento, o que, nesse caso, torna a política monetária
ineficaz.
(28) Verdadeiro. Na armadilha da liquidez, a elasticidade da demanda de moeda em
relação à taxa de juros é infinita, o que torna a curva LM horizontal. Nessa situação,
qualquer expansão monetária não será capaz de reduzir a taxa de juros, pois toda
42
quantidade de moeda será retida pelo público como forma especulativa.
Portanto, dada a taxa de juros, a expansão fiscal, ao deslocar a curva IS para a
direita, não eleva a taxa de juros e, dessa forma, não reduz o nível de investimento de forma
que a política fiscal torna-se capaz de tirar a
economia de uma recessão.
Considere o modelo Keynesiano básico para uma economia fechada e sem governo.
Sabendo-se que, a partir de uma posição de equilíbrio, um aumento de 100 reais no
investimento provoca um aumento de 500 reais no PIB, julgue as assertivas:
(29) Falso. O modelo keynesiano simples tem como idéia básica o fato de que o produto
(a renda) é determinada pela demanda agregada, inexistindo restrições ao lado da oferta
para a expansão do produto. Esse modelo reproduz de modo simplificado uma economia
em que o equilíbrio se dá com desemprego.
Em equilíbrio, o produto iguala-se à demanda agregada. Assim, a condição de
equilíbrio:
oferta agregada (OA) = demanda agregada (DA)
oferta agregada (OA) – OA = Y,
demanda agregada (DA) – DA = C + I
onde:
C – consumo agregado e I - investimento ( considerado exógeno, por definição).
C = C0 + c1Y, onde c1 é a propensão marginal a consumir e 0<c1<1.
Da condição e equilíbrio, tem-se:
Y = C0 + c1Y + I.
Resolvendo para Y, obtém-se a renda de equilíbrio Y0:
1
x(C0  I 0 ) , onde (1 – c1) corresponde à propensão marginal a poupar (s)
1  c1
1
1
 constitui o multiplicador dos gastos autônomos
e a relação
1  c1 s
dados por C0 e I0.
Y0 
Partindo-se de uma posição de equilíbrio, um aumento de 100 reais no investimento
43
produz uma elevação de 500 reais no PIB. Logo,
1
Y  xI
s
1
500  x100
s
100
s
500
s  0, 2
Portanto, 0,2 refere-se à magnitude da propensão marginal a poupar e não á
propensão média.
(30)
Falso.
O aumento do consumo decorrente de aumento do investimento é:
∆C = c1 x ∆Y,
sendo que
1
x I
0, 2
1
Y 
x100
0, 2
Y  5x100
Y  500
Y 
Logo,
C  0,8xY
C  0,8x500
C  400
Assim, o aumento do consumo é de 400 e a propensão marginal a consumir é 0,8. A
propensão média a consumir é obtida pela relação:
C C0  c1Y

Y
Y
C
 C0  c1
YY
Esta, no entanto, não pode ser obtida porque não se conhece o valor do parâmetro
relativo ao consumo autônomo – C0.
44
(31)
Verdadeiro. O multiplicador keynesiano é:
1
s
1
k
0, 2
k 5
k
(32) Verdadeiro. Introduzindo o governo e considerando a hipótese de orçamento
equilibrado, a variação dos gastos deve ser acompanhada de igual variação dos impostos.
Assim, tem-se que:
DA = C + I + G, onde:
DA – despesa agregada,
C – consumo agregado,
I – investimento,
G – gastos do governo que devem ser financiado pela arrecadação de tributos – T.
Supondo ainda que o investimento não se altere, o impacto final do multiplicador do
orçamento equilibrado é dado por:
DA  c1Yd  G, onde Yd é a renda disponível (Yd  Y  T)
DA  c1 (Y  T)  G
Y  c1Y  c1T  G
Y 
1
x(c1T  G)
1  c1
Como ∆T = ∆G, tem-se:
Y 
1
x(c1G  G)
1  c1
Y 
1
xG
1  c1
Y  G  100
(33) Verdadeiro. Na diferenciação dos fluxos de comércio entre os países a taxa de
câmbio relevante é a taxa de câmbio real, que corresponde aos preços relativos do produto
estrangeiro e o nacional, sendo expressa pela seguinte relação:

ExP *
P
45
Onde:
Ө - taxa de câmbio real,
E – taxa de câmbio nacional (R$/US$)
P* - preço do produto estrangeiro (US$),
P – preço do produto nacional (R$).
A versão absoluta da paridade do poder de compra implica que:
E
P(R$)
P *(US$)
Portanto, Ө = 1, ou seja , a taxa de câmbio real é igual à unidade.
(34) Falso. A paridade do poder de compra relativo implica que a taxa de câmbio
nominal, ao longo do tempo, é igual à diferença entre a inflação doméstica e a externa.
(35) Verdadeiro. Uma das críticas à versão absoluta da paridade do poder de compra é a
que essa teoria supõe a inexistência de custos de transação no mercado internacional,
incluindo custos de transporte e tarifas. Essa suposição é totalmente irrealista.
(36) Verdadeiro. Na situação de plena mobilidade de capitais, isto é, inexistindo custos
de transação para negociação com ativos entre países, tenderia a prevalecer a seguinte
condição de arbitragem ou equação de paridade de juros:
r = r* + φ + ē
onde:
r – taxa de juros doméstica,
r* - taxa de juros internacional.
φ – risco do país,
ē – expectativa de desvalorização da taxa de câmbio nominal.
Assim dado que:
(r – φ) – r* = ē e considerando que (r – φ) – r* >0, então ē > 0, ou seja, prevalece a
expectativa de desvalorização do câmbio nominal, tal que:
e
E *t 1 E t
, onde :
Et
E*t + 1 – taxa de câmbio nominal esperada,
Et – taxa de câmbio nominal observada.
(37) Falso. A equação de paridade de juros mais geral, que considera a existência de
restrições à livre mobilidade de capitais, é expressa por:
r = r* + φ +δ + ē
onde:
46
r – taxa de juros doméstica,
r* - taxa de juros internacional.
φ – risco do país,
δ – custo de transação,
ē – expectativa de desvalorização da taxa de câmbio.
Assim, se dois países adotam a mesma moeda, o risco cambial desaparece e, então, eles
poderão ter taxas de juros diferentes no caso de apresentarem riscos diferentes ou, ainda, se
existirem custos de transação para negociação com ativos entre eles.
(38) Falso. Se uma firma maximizadora de lucro apresenta em sua função de produção
os fatores capital e trabalho, ela deverá utilizar as quantidades desses fatores que igualem
suas produtividades marginais aos seus respectivos preços. Ou seja, a produtividade
marginal do capital do trabalho deverá igualar-se ao salário real e a produtividade marginal
do capital à taxa de juros real.
(39) Falso. A hipótese se convergência entre as rendas per capita de diferentes países ao
longo prazo é um postulado derivado do modelo de crescimento neoclássico de Solow, que
supõe rendimentos decrescentes do capital, conduzindo os países a um equilíbrio
estacionário.
Nos modelos de crescimento endógeno, por outro lado, a hipótese de rendimentos
decrescentes do capital para o conjunto da economia é violada, resultando na previsão de
divergência nas rendas per capita dos países no longo prazo.
(40) Falso. Considera-se aqui o modelo de crescimento endógeno bastante simples
conhecido como modelo AK.
Em sua concepção, a função de produção adotada é da forma:
Y = AK, onde Y é o produto, K é o estoque de capital e A é uma constante que
mede o produto gerado para cada unidade de capital utilizada.
A equação que descreve a acumulação de capital nesse modelo é dada por:
∆K = sY – δ, onde:
s – é a propensão a poupar,
δ – é a taxa de depreciação do capital.
Essa equação informa que a variação no estoque de capital da economia é dada pela
diferença entre o investimento (sY) e a depreciação (δK).
Pode-se mostrar facilmente que a taxa de crescimento do capital e do produto são
iguais a:
K Y

 sA  
K
Y
Caso sA> δ, a renda da economia estará sempre em crescimento, mesmo que inexista
progresso tecnológico exógeno.
Além disso, a poupança e o investimento podem gerar um crescimento sustentado.
Ao contrário do modelo de crescimento neoclássico, nesse modelo uma elevação na taxa de
poupança afeta a taxa de crescimento do produto, conforme a equação anterior.
47
(41) Verdadeiro. No exame da política fiscal com taxas de câmbio e mobilidade
imperfeita de capitais, duas situações são analisadas em função da combinação das
inclinações das curvas BP (equilíbrio do balanço de pagamentos) e LM.
Situação 1: BP mais inclinada que a LM.
Uma elevação dos gastos públicos resultará na elevação tanto do nível de renda
quanto da taxa de juros. O novo equilíbrio interno será de déficit no balanço de
pagamentos, tendo em vista que o efeito da deterioração do balanço de transações correntes
em face da elevação da renda é maior que o empenho da balança de capital devido à taxa de
juros mais elevada. Para manter o câmbio fixo, Banco Central desfaz-se das reservas
internacionais, resultando na contração da oferta monetária. A conseqüência será uma
retração da renda, elevação da taxa de juros e uma tendência de restabelecimento do
equilíbrio externo.
Na figura abaixo, pode-se constatar o movimento da economia do ponto 1 para o
ponto 2 e deste para o ponto 3, no qual a renda Y2 é maiorY0.
Elevação dos gastos públicos numa economia com imperfeita mobilidade de capitais
considerando a BP mais inclinada que a LM.
No caso da política monetária, uma expansão na oferta de moeda, independentemente
das inclinações da LM e BP, resultará inicialmente na queda da taxa de juros, na elevação
da renda e no surgimento de déficit no balanço de pagamentos. Com o câmbio fixo, o
Banco Central atenderá à demanda adicional de reservas internacionais e contrairá a oferta
de moeda na medida da persistência do déficit no balanço de pagamentos. Desse modo, a
LM contrai-se até retornar à posição inicial, resultando em nenhum efeito final sobre o
produto.
(42) Verdadeiro. Em um regime de câmbio flutuante e perfeita mobilidade de capitais
(BP horizontal), uma política fiscal expansionista, deslocando a IS para a direita, produz
48
uma elevação da taxa de juros e, conseqüentemente, uma ampliação da demanda pela
moeda nacional em face da maior entrada de capitais externos. Com isso, valoriza-se a
moeda nacional, que tem como efeito o deslocamento da curva IS para esquerda, até
alcançar novamente sua posição inicial, neutralizando, assim, o efeito inicial de elevação da
renda.
Na figura a seguir, observa-se o movimento da economia do ponto 1 para o ponto 2,
retornando para o ponto 1.
Política fiscal expansionista em um
regime de câmbio flutuante e com
perfeita mobilidade de capitais.
(43) Falso. Quando há plena mobilidade de capitais a variável relevante para a
determinação do equilíbrio do balanço de pagamentos é a taxa de juros, tendo em vista que
o saldo do balanço de pagamentos apresenta-se infinitamente elástico a alterações nas taxas
de juros. Logo, a curva BP é horizontal.
Economia perfeita com mobilidade de capitais (economia pequena).
No caso de mobilidade imperfeita de capitais (mobilidade não plena), o equilíbrio no
balanço está associado a uma economia de grande porte, no qual tanto a taxa de juros
quanto a renda têm papel relevante na determinação do equilíbrio externo. Assim um
nível mais elevado de renda levará a uma deterioração no balanço de transações
correntes. Que induzirá uma maior demanda por recursos no mercado internacional,
49
resultando em aumentos da taxa de juros. Assim aumentos da renda serão
acompanhados por elevações da taxa de juros, de forma a manter o equilíbrio no setor
externo da economia. Nesse caso, a curva BP será positivamente inclinada, conforme
abaixo.
Economia com mobilidade imperfeita de capitais (economia grande).
(44) Verdadeiro. No contexto de perfeita mobilidade de capitais com taxas de câmbio a
LM passa a ser uma curva horizontal, uma vez que o Banco Central, ao se comprometer,
por definição, a comprar ou vender qualquer quantidade de divisas internacionais a uma
taxa de câmbio predeterminada, está fazendo com que a oferta monetária se torne
infinitamente elástica com a relação à taxa de juros. Com isso, a política monetária mostrase ineficaz para afetar o produto, não podendo sequer ser implementada, pois a oferta
monetária passa a ser endógena com a exogeneidade da taxa de juros. Dessa forma, a curva
LM torna-se redundante e os equilíbrios interno e externo são determinados pelas curvas IS
e BP. A figura 3.19 ilustra a situação.
50
Oferta monetária endógena.
Outras questões estilo CESPE propostas:
1) A política fiscal diz respeito ao recolhimento compulsório, taxas de juros e o redesconto
2)A política monetária é expansionista quando há maior gastos do governo e menor
tributação.
3) No setor da “armadilha da liquidez” a política fiscal é plenamente eficaz
4) No trecho Keynesiano, a aplicação da política monetária é eficaz.
5) Redução do déficit público ou aumento do superávit público é política fiscal
expansionista
6)Uma economia apresenta equilíbrio com desemprego. O equilíbrio se dá no trecho
intermediário da Curva LM. Então uma política fiscal expansionista aumentará a renda,
reduzirá o desemprego e reduzirá também a taxa de juros.
7) O conceito de déficit público primário é definido como a diferença entre a receita
tributária corrente e despesa corrente, sem incluir os juros da dívida pública.
8)O conceito de déficit operacional é o déficit primário acrescido dos juros da dívida
pública
9)O conceito de déficit nominal é o déficit operacional acrescido da correção monetária e
cambial da dívida pública.
10)Quando o BACEN financia déficit público emitindo títulos da dívida pública , surgem
pressões inflacionárias.
11) Desvalorizações cambiais tendem a combater a inflação.
12) Valorizar a taxa de câmbio é a nossa moeda passar a ter menos valor frente ao dólar.
13) Keynes apresentou ao mundo capitalista uma nova visão da economia, pois o Estado
passaria a ter papel fundamental para se chegar ao pleno emprego, o que era oposto ao
pensamento clássico.
14) Maior nível de tributação eleva a renda de um país porque o governo arrecada mais.
15)Segundo a Curva de Phillips, a inflação cresce com o crescimento do desemprego.
16)A curva IS se deslocará para a direita se houver menor tributação e/ ou maiores gastos
do governo.
17)O nível de investimento de uma economia é função direta da taxa de juros 18)O
conceito de meio de pagamento é: papel moeda em circulação mais depósitos bancários à
vista.
19)Quando alguém compra um carro à vista dizemos que houve criação de moeda
20)Se o Prof. Vivanco deposita R$1.000,00 na caderneta de poupança do Bradesco,
dizemos que houve destruição de moeda.
21)Quando a intenção do governo é promover o crescimento econômico, deve-se utilizar
políticas monetárias e fiscal contracionista. Se a intenção é combater a inflação, ao
contrário, deve-se usar políticas monetária e fiscal expansionista.
22)Uma grande vantagem de usar a taxa de câmbio ao invés de flutuante, é que a fixa não é
alvo de ataque especulativo.
23)A fim de aumentar a demanda agregada o Governo deve aumentar seus gastos e os
impostos.
24)Uma política fiscal expansionista causa aumento da demanda agregada, do produto e do
déficit público.
51
25) Com o objetivo de realizar uma política anti-inflacionária deve-se aumentar a tributação
e o nível de gastos públicos.
26)Uma expansão da oferta de moeda causa um aumento do produto e da taxa de juros.
27)Os instrumentos de política monetária são: o Recolhimento compulsório, o Redesconto
e o Imposto inflacionário.
28)Quanto maior o Redesconto, maior liquidez haverá no mercado, bem como acontece
quando a taxa de redesconto sobe.
29)Quanto maior o recolhimento compulsório, maior será o nível de inflação bem como
maior será o crescimento econômico e a taxa de juros dos bancos comerciais.
30)Em regime de taxa de câmbio fixo, a política fiscal é ineficaz em relação a renda, já no
regime de câmbio flutuante, a política monetária é ineficaz.
31)No trecho da armadilha da liquidez, a política monetária é ineficaz em alterar a renda
bem como o juros.
32)A curva de Phillips de curto prazo correlaciona de forma positiva as variáveis inflação e
desemprego.
33)Os Keynesianos defendem a intervenção do Estado na Economia e possuem tanto
desemprego friccional quanto efetivo.
34)No modelo de crescimento econômico ou modelo de Solow sem progresso tecnológico,
o estado estacionário se caracteriza quando a taxa de reposição do estoque de capital se
equivale a taxa de poupança.
35)No Modelo Mundell-Flemming ou Modelo IS-LM-BP, uma das hipóteses possíveis é
que a taxa de juros interna é igual a taxa de juros externa no equilíbrio.
36)A balança de pagamentos de um país é compreendida por balança comercial, balança de
serviços, transferências unilaterais, movimento de capitais autônomos e erros omissões.
37)A conta de movimento de capitais compensatórios é compreendida somente por reservas
internacionais e Ouro monetário.
38)Quando o Banco Central realiza uma operação de Redesconto e ao mesmo tempo
diminui o Recolhimento compulsório, pode-se dizer que as duas políticas são monetárias e
expansionistas.
39)A função consumo é formada pelo consumo autônomo que está ligado às preferências e
pelo consumo planejado, sendo que o último tem seu padrão determinado pela propensão
média a consumir.
40)No trecho clássico da curva LM, tanto a política monetária como a política fiscal são
eficazes na expansão do produto.
41)A inflação de custos é caracterizada por uma retração na curva de oferta agregada.
42)A inflação de demanda é causada por um aumento da procura por bens e tem efeitos
distintos no curto e no longo prazo.
43)Os efeitos de aumentos nos gastos do governo seriam: aumento do produto, aumento do
déficit primário e diminuição dos juros.
44)Se um país possui balança em transações correntes positiva significa que este país
recebe poupança do resto do mundo.
45)Supondo uma política fiscal expansionista no câmbio fixo, em determinado momento o
Bacen vende dólares das reservas internacionais, estas que estão contidas na conta de
movimento de capitais compensatórios.
46) A inflação inercial é o tipo de inflação que possui elementos inflacionários de anos
anteriores.
52
47)No que tange ao salário real, a escola de economistas que tende a ter um salário real
mais baixo no longo prazo é a Keynesiana.
48)Hiato do produto é a diferença do produto potencial e o produto efetivo.
49)Desemprego friccional é a diferença do produto de pleno emprego para o produto da
economia.
50)A demanda de moeda é formada por demanda de moeda para transação e demanda de
moeda para fins especulativos.
51)O multiplicador dos gastos do governo é igual ao multiplicador dos investimentos e
igual ao das exportações.
52)Supondo que o país esteja passando por uma recessão, desta forma, uma das políticas
mais adequadas seria uma política fiscal expansionista ou uma política monetária restritiva.
53)Supondo que os Estados Unidos continuem a desvalorizar o dólar, um dos mecanismos
possíveis para conter a inflação seria diminuir a taxa de redesconto.
54)Dentre as funções da moeda podemos citar 3 delas: Unidade de conta, Meio de troca e
Reserva de Valor.
55)Senhoriagem é a diferença entre o preço e o custo de fabricação da moeda que pode se
tornar uma receita a mais para o Bacen.
56)O câmbio brasileiro é o regime de câmbio flutuante.
57)A desvantagem de uma valorização cambial é que os produtos importados se tornarão
mais vantajosos que os nacionais, no entanto a vantagem seria uma diminuição
inflacionária.
58)O produto interno bruto vem ser o produto nacional bruto menos a renda líquida
enviada/ recebida do exterior.
59)O produto interno bruto é produto interno líquido somado com a depreciação.
60)O produto interno bruto a preços de mercado é igual ao produto interno bruto a custos
de fatores somados aos impostos indiretos e subtraído dos subsídios
61)O índice de Laspeyres superestima a inflação, enquanto o Índice de Paasche subestima a
inflação.
62)O índice de Fischer ou Ideal é a média geométrica do índice de Paasche e Laspeyres,
sejam estes de preço ou quantidade.
63)O Bacen ao anunciar leilões de compra de dólares está sinalizando uma valorização do
câmbio.
64)Investimentos diretos externos e os juros do país destino têm uma correlação positiva.
65)Os fatores produtivos são terra, capital, mão de obra, tecnologia e governo.
66)Quanto maior os juros da economia maior será a dívida acumulada ao longo do tempo.
67)O câmbio flutuante faz maior uso das reservas internacionais do que o câmbio fixo via
Bacen.
68)Um aumento da tributação diminui a renda disponível, que por conseqüência, diminui o
consumo e aumenta o crescimento econômico.
69)Quando a economia se encontra em pleno emprego significa que não há nenhum tipo de
desemprego.
70)Salário nominal rígido é uma característica dos keynesianos e salário real flexível é uma
característica dos clássicos.
71)De acordo com a Lei de Okun, esta relaciona inflação e crescimento econômico.
72)Tarifas e quotas são políticas comerciais do tipo protecionistas, sendo que a diferença é
que a tarifa não possui receita governamental, já a quota possui.
53
73)As tarifas ad valorem são um percentual cobrado sobre todo o montante importado e a
tarifa específica é cobrada sobre cada unidade do bem importada.
74)Somente os países com déficit na balança de pagamento podem utilizar as quotas.
75)Quanto maior as retenções dos bancos sejam compulsórios ou voluntárias, maior será o
multiplicador bancário.
76)A curva IS reflete o mercado de bens e serviços ou o lado real da economia.
77)A curva LM possui 3 trechos possíveis: trecho da armadilha da liquidez, trecho
keynesiano e trecho malthusiano.
78)No trecho clássico da curva LM, podemos afirmar que a economia se encontra em pleno
emprego, portanto o desemprego friccional é zero.
79)Segundo a função consumo, podemos concluir que a propensão média a consumir é
superior a propensão marginal ao consumo.
80)O ônus de um imposto recai mais intensamente sobre a parte elástica.
81)Os juros da dívida externa e os investimentos estão contidos nas seguintes contas do
Balanço de pagamentos, respectivamente: balanço de serviços e movimento de capitais
compensatórios.
82)São elementos de política monetária restritiva: aumento do Recolhimento compulsório,
aumento do Redesconto e compra de títulos feita pelo governo.
83)No modelo Mundell-Flemming quando tratamos de qualquer política monetária sob o
regime de câmbio fixo, a renda não se altera bem como a balança comercial.
84)Quando a curva IS é perfeitamente inelástica em relação à renda, qualquer taxa de juros
pode alterar o crescimento econômico da economia.
85)No modelo de crescimento econômico de Solow, a aplicação da regra de ouro garante
uma situação ótima que reflete-se no estado estacionário.
86)A curva de Phillips de curto prazo é descendente enquanto a de longo prazo é
ascendente.
87)O Efeito de Crowding Out corresponde a uma redução no investimento e de outras
componentes da despesa agregada sensíveis às taxas de juros, sempre que o Estado diminui
a despesa pública.
88)Um aumento do tributo diminui a renda disponível, aumenta a arrecadação
governamental e com isso diminuiria o déficit primário.
89)No regime de consumo e escolha intertemporal a variável que determina consumo atual
ou consumo futuro é a taxa de juros.
90)A curva LM no trecho da armadilha da liquidez é perfeitamente inelástica e no trecho
clássico ela é perfeitamente elástica.
91)A política fiscal é ineficaz no trecho da armadilha da liquidez.
92)A política monetária é eficaz no trecho clássico da curva LM.
93)A curva de possibilidade de produção (CPP) ilustra graficamente como a escassez de
fatores de produção cria um limite para a capacidade produtiva de uma empresa, país ou
sociedade.
94)O consumo autônomo é também chamado de consumo não planejado ou friccional.
95)A lei psicológica fundamental de Keynes diz respeito ao fato do indivíduo não poder se
endividar de um período para outro.
96) A economia normativa tenta explicar o comportamento ou o fenômeno econômico. A
economia positiva prioriza escolhas e ações por algum conjunto de critérios; tais
prioridades refletem juízos de valor, inclusive a seleção dos critérios.
54
97)O Efeito Tanzi analisa a relação entre arrecadação fiscal e taxas de inflação decorrer do
tempo, identificando uma defasagem entre o fato gerador do tributo e o momento que ele é
efetivamente arrecadado pelo Estado; e afirma que, considerando-se a desvalorização da
moeda com qual os tributos são pagos, quanto maior for a inflação menor será a
arrecadação real do governo.
98)A política monetária expansionista leva a um aumento da renda, do emprego, do salário
nominal e diminuição da taxa de juros.
99)Sob o regime de câmbio flexível, uma expansão monetária provoca uma depreciação
cambial.
100)No caso de uma pequena economia aberta, a política fiscal não exerce impacto sobre a
renda quando as taxas de câmbio são fixas.
55
Microeconomia
A Microeconomia é composta pela chamada de Teoria do Consumidor, Teoria da
Firma e Teoria dos Jogos.
1)
Teoria do Consumidor
1.1)
Conceitos de utilidade total e utilidade marginal
A Utilidade Total ou Nível de Satisfação tende a aumentar quanto maior for a
quantidade demandada de um determinado bem ou serviço. A Utilidade Marginal, que é a
satisfação adicional obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente,
porque o consumidor vai saturando-se desse bem, quanto mais o consome.
U = f (x,y)
Onde x e y são quantidades demandadas de dois bens.
1.2)
Curva de Indiferença
A curva de indiferença é um instrumental gráfico que serve para ilustrar as
preferências do consumidor. É o lugar geométrico de pontos que representam diferentes
combinações de bens que dão ao consumidor o mesmo nível de utilidade.
Curva de indiferença.
A curva de Indiferença representa a combinação de cestas de consumo que
mantém o mesmon´vel de satisfação, ou seja, são cestas indiferentes.
Cada curva representa determinado nível de utilidade sendo que quanto mais para
a direita a Curva de Indiferença, maior será a satisfação que o consumidor pode obter no
consumo dos dois bens pois para o consumidor a satisfação provém do consumo.
56
1.3)
Restrição orçamentária
A restrição orçamentária é a renda do consumidor que pelo princípio da
Exaustividade é utilizada totalmente no consumo de bens. Ao mesmo tempo que possibilita
o consumo, ela restringe consumos acima de um orçamento estabelecido.
Supondo dois bens, temos:
Restrição Orçamentária (RO).
Esta representa pontos em que o consumidor gasta toda a sua renda
(Exaustividade). Abaixo da reta, ele está gastando abaixo do que poderia: acima de RO, o
consumidor não tem condições de adquirir os bens, com a renda de que dispõe e dados os
preços de mercado.
Assim, o consumidor estará maximizando sua utilidade quando sua reta
orçamentária tangenciar dada uma curva de indiferença, como se segue:
Equilíbrio do consumidor.
2)
Variáveis que afetam a demanda
A demanda de um bem ou serviço pode ser afetada por muitos fatores, tais como:
 riqueza (e sua distribuição);
 renda (e sua distribuição);
 preço dos outros bens;
 fatores climáticos e sazonais;
 propaganda;
 hábitos, gostos, preferências dos consumidores;
 expectativas sobre o futuro;
57
A demanda é colocada como dependente das seguintes variáveis, consideradas as
mais relevantes e gerais, pois costumam ser observadas na maioria dos mercados de bens e
serviços.
2.1)
Relação entre a quantidade demandada e o preço do próprio bem
Suponhamos uma queda do preço do bem. Podemos dividir o efeito dessa queda
de preço sobre a quantidade demandada (que chamaremos de efeito preço total) assím:
 efeito substituição: o bem fica mais barato relativamente aos concorrentes,
com o que a quantidade demandada aumenta;
 efeito renda: com a queda de preço, o poder aquisitivo do consumidor
aumenta, e a quantidade demandada do bem deve aumentar. Isto é, ao cair
o preço de um bem, mesmo com sua renda não variando, o consumidor
pode comprar mais mercadorias.
A curva convencional da demanda é, portanto, negativamente inclinada. Ela expressa qual a
escala de procura para o consumidor, ou seja, dados os preços, quanto o consumidor deseja
adquirir.
Curva de demanda linear.
Essa função indica qual a intenção de
procura dos consumidores quando os preços variam, com tudo o mais permanecendo
constante.
2.2)
Relação entre quantidade demandada e preços de outros bens e serviços
A relação da quantidade demandada de um bem ou serviço com os preços de
outros bens ou serviços dá origem a dois importantes conceitos: bens substitutos e bens
complementares.
a) Bens substitutos: o consumo de um bem substitui o consumo do outro, um
exemplo seria o álcool e a gasolina pois existe uma relação direta entre estes, por exemplo,
uma variação no consumo de álcool e uma variação no preço da gasolina..
São exemplos de bens substitutos entre si:
 manteiga e margarina.
b) Bens complementares: são bens consumidos em conjunto, por exemplo, um
aumento no preço do feijão deverá diminuir a procura por arroz, coeteris paribus.
Outros exemplos de bens complementares: camisa social e gravata;
58
2.3)
Relação entre demanda de um bem e renda do consumidor (R)
Em relação à renda dos consumidores, podemos ter três situações distintas:
a) O bem normal é caracterizado por aumentos da renda levando ao aumento
da demanda do bem;
b) O bem inferior é caracterizado por aumentos da renda que conduzem à
queda de demanda do bem: carne de segunda;
c) O bem de consumo saciado: se aumentar a renda do consumidor, não
aumentará a demanda do bem. Basicamente, é o caso da demanda de
alimentos básicos, como açúcar, sal, arroz.
As principais variáveis determinantes da função demanda, bem como as relações
entre essas variáveis e a demanda do consumidor depende de uma série de fatores
-
o preço do bem X ( Px )
a renda do consumidor ( Y ) – é uma variável que afeta a decisão de consumir .Ex
carro de luxo.
o preço de outros bens correlacionados ( Pz ) – se o consumidor deseja adquirir
manteiga, olhará também os preços dos substitutos.
os hábitos e gostos dos consumidores ( G )
Dx = f ( Px , Y , Pz , G , etc )
CETERIS PARIBUS – tudo mais mantido constante.Para se analisar o efeito na
demanda de uma mudança no valor de uma variável considerada isoladamente.
Logo:
Dx = f ( Px ) , já que Y,Pz, e H são constantes
Função da demanda do bem X – curva de demanda
Curva de demanda de mercado
Suponha 2 consumidores:
59
Variações da demanda e variações na quantidade demandada
As variações da demanda dizem respeito ao deslocamento da curva da demanda,
em virtude de alterações em variáveis exógenas como renda, hábitos, e demais variáveis..
Por exemplo, supondo uma queda de renda do consumidor, sendo um bem normal, ocorrerá
um queda da demand, consumidor comprando menos que no momento inicial.
Variação da demanda.
Variação na quantidade demandada refere-se ao movimento ao longo da própria
curva de demanda, em virtude de mudanças em uma variável endógena (exemplo é o
preço), tudo mais constante.
Variação da quantidade demandada.
Em resumo, teremos que:
60


variação da demanda: em virtude de mudanças em variáveis exógenas
variação da quantidade demandada: devido a mudanças no preço do
próprio bem .
O conceito de excedente do consumidor
O excedente do consumidor é a diferença entre quanto o consumidor estaria
disposto a pagar e o que ele efetivamente paga.
No entanto, ele tem que pagar apenas o preço fixado pelo mercado, ou seja, está
auferindo um benefício (uma utilidade marginal ou adicional), acima do custo efetivo do
produto, ganhando um "excedente de utilidade", que pode ser medido pela área hachurada
no diagrama a seguir.
Excedente do consumidor.
O Bem de Giffen é uma exceção à Lei Geral da Demanda, em que a curva de
demanda é positivamente inclinada, ou seja, há uma relação direta, e não inversa, como
usual, entre a quantidade demandada e o preço do bem. O bem de Giffen é um caso
especial de bem inferior.
O bem de Giffen é um tipo de bem inferior, embora nem todo bem inferior seja um
bem de Giffen.
Como se pode observar, trara-se de uma possibilidade mais teórica, do que efetiva,
não se conhecendo outros exemplos de ocorrência desse fato.
3)
Definição de oferta
Oferta é a quantidade de determinado bem ou serviço que os produtores e
vendedores desejam vender em determinado período.
Como na demanda, a oferta representa um plano ou intensão, neste caso dos
produtores ou vendedores, e não a venda efetiva.
3.1)
Variáveis que afetam a oferta de um bem ou serviço
61
A oferta é influenciada por diversas variáveis
-
o preço do bem X ( Px)
o preço dos insumos utilizados na produção ( Pi)
tecnologia ( T )
o preço de outros bens ( Pz): o agricultor, ao considerar quanto produzirá de milho
levará em conta o preço de cultura alternativa como o feijão.
Ox = f ( Px , Pi , T , Pz ,etc)
Ceteris Paribus
Ox = f ( Px )
Curva de oferta de um bem ou serviço.
3.2)
Curva de oferta de mercado de um bem ou serviço
É a soma das curvas de oferta das firmas individuais, que produzem um dado bem
ou serviço.
Variação da oferta x variação da quantidade ofertada


3.3)
Variação da oferta: deslocamento da curva
Variação da quantidade ofertada: movimento ao longo da curva (quando
se altera o preço do próprio bem, ceteris paribus).
O equilíbrio de mercado de um bem ou serviço
O preço em uma economia de mercado é determinado tanto pela oferta como pela
procura. Colocando em um único gráfico, as curvas de oferta e de procura de um bem ou
62
serviço qualquer, a intersecção das curvas é o ponto de equilíbrio E, que determinam um
preço de equilíbrio e uma quantidade de equilíbrio.
Equilíbrio de mercado de um bem ou serviço.
No equilíbrio, a quantidade que os consumidores desejam comprar é exatamente
igual à quantidade que os produtores desejam vender. Ou seja, não há excesso ou escassez
de oferta ou de demanda.
3.4)
Deslocamentos da oferta e da demanda
Existem vários fatores que podem provocar deslocamento das curvas de oferta e
demanda, que provocarão mudanças do ponto de equilíbrio. Suponhamos, por exemplo, que
o mercado de um bem esteja em equilibrio, e o bem x seja um bem normal.
Suponhamos agora que os consumidores tenham um aumento de renda real, o que
implicará em aumento da demanda (deslocamento da curva de demanda para a direita) do
bem x. Desta forma, teremos um excesso de demanda, que provocará gradativamente um
aumento de preços. Com os preços aumentando, o excesso de demanda vai diminuindo, até
acabar, no novo equilíbrio.
Mudança no ponto de equilíbrio, devido a deslocamentos da demanda.
Da mesma forma, um deslocamento da curva de oferta afeta a quantidade e os
preços de equilíbrio. Uma queda dos preços das matérias-primas usadas na produção do
bem x implicarão que a curva de oferta desse bem se desloca para a direita.
63
Mudança no ponto de equilíbrio.
4)
Elasticidades
Elasticidade é o mesmo que sensibilidade, esta representa a variação percentual em
uma variável, dada uma variação percentual em outra.
Tipos de Elasticidades:
 elasticidade-preço da demanda: é a variação percentual na quantidade
demandada, dada a variação percentual no preço do bem;
 elasticidade-renda da demanda: é a variação percentual na quantidade
demandada, dada uma variação percentual na renda;
 elasticidade-preço cruzada da demanda: é a variação percentual na
quantidade demandada, dada a variação percentual no preço de outro bem;
 elasticidade-preço da oferta: é a variação percentual na quantidade
ofertada, dada a variação percentual no preço do bem;.
.
4.1) Elasticidade-preço da demanda
Representa a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação
percentual no preço do bem . Mede a sensibilidade, a resposta dos consumidores, quando
ocorre uma variação no preço de um bem ou serviço.
1º)
Elasticidade-preço da demanda
Ep D 
var iação percentual da quantidade demandada
var iação percentual do preço
Se Epd > 1 => demanda elástica em relação ao seu preço
Significa que, dada uma variação percentual, por exemplo, de 20% no preço, a
quantidade demandada varia, em sentido contrário, em 30%, coeteris paribus.O que
significa que a quantidade é bastante sensível à variação de seu preço.
Se Epd < 1 => demanda inelástica em relação ao seu preço
Nesse caso, os consumidores são pouco sensíveis a variações de preço. Uma
suposta variação de 20% no preço leva a uma variação na demanda desse bem de apenas
7% (em sentido contrário).
64
Se Epd = 1 => demanda unitária em relação ao preço
Neste caso a quantidade e o preço variam na mesma proporção.
Dada a relação negativa entre preço e quantidade demandada, a elasticidade-preço
da demanda é sempre negativa. Por essa razão, seu valor é usualmente expresso em
módulo.
4.2)
Fatores que afetam a elasticidade-preço da demanda
São quatro os fatores que explicam o valor numérico da elasticidade-preço da
demanda, a saber: disponibilidade de bens substitutos (como a elasticidade depende da
quantidade de bens substitutos, observa-se que, quanto mais específico o mercado, maior a
elasticidade), essencialidade do bem (quanto mais essencial o bem, este será perfeitamente
inelástico, ou seja, insensível em relação a variação de preços, o que causa a essencialidade
do bem, um exemplo é o sal) , importância relativa do bem no orçamento (proporção de
quanto o consumidor gasta em relação a sua despesa total) e o horizonte de tempo (.um
intervalo de tempo maior permite que os consumidores descubram formas de substituição o
preço do bem sobe).
4.3)
Metodologias de resolução (mais utilizadas)
1ºCaso- Quando os dados são percentuais
Epd = Δ%Q/Δ%P
2º Caso – Quando os dados são tabelados e é especificado o nível de preços
Epd = (ΔQ/ΔP) x P/Q
Exemplo: P0 = 10 => Q0 = 80
P1 = 40 => Q1 = 20
a) cálculo ao nível de preço de 10,00
Epd = ( 80 -20)/ ( 40 – 10) x 10/80 = 0,25
b) cálculo ao nível de preço de 40,00
Epd = ( 80 – 20 ) / ( 40 – 10) x 40/20 = 4
3º Caso- Quando os dados são tabelados e não é especificado o nível de preços(
elasticidade no arco)
65
Epd = (ΔQ/ΔP) x ( P1 + P2 )/ (Q1 + Q2)
Exemplo:
P0 = 10 => Q0 = 80
P1 = 40 => Q1 = 20
Epd = (60/30) x ( 10 + 40)/( 80 + 20) = 1
4º Caso – Quando é dada a FUNÇÃO DE DEMANDA( elasticidade no ponto)
Epd = dQ/dP x P/Q
4.4) Cálculo da elasticidade-renda da demanda - É a variação percentual da
quantidade demandada, dada uma variação percentual da renda do consumidor, coeteris
paribus.
ER = Δ%Q/ Δ%R
Se ERp > 1 : bem superior (ou bem de luxo): dada uma variação da renda, o
consumo varia mais que proporcionalmente;
ER > 0 : bem normal: o consumo aumenta quando a renda aumenta;
ER < 0 : bem inferior: a demanda cai quando a renda aumenta;
ER = 0 : bem de consumo saciado: variações na renda não alteram o consumo do
bem. Ou seja, a variável renda não é importante para explicar o comportamento da
demanda desse bem.
(1º caso) – Quando os dados são percentuais:
ER = Δ%Q/ Δ%R, onde R é a renda
(2º caso) – Quando os dados são tabelados e é especificado o nível de renda do consumidor
ER = (ΔQ/ΔR)x R/Q
Exemplo:
R 1 = 10 => Q1 = 40
R 2 = 20 => Q2 = 80
Calcule a elasticidade-renda (ER) ao nível de renda R =10
66
ER = (ΔQ/ΔR)x R/ Q = ( 80 – 40)/ ( 20 – 10) x 10/40 = 1 => BEM NORMAL
(3ª caso) – Quando os dados são tabelados e não é especificado o nível de renda (
elasticidade no arco)
ER = (ΔQ/ΔR) x (R 1 + R 2 )/ ( Q1 + Q2)
Exemplo:
R 1 = 10 => Q1 = 80
R 2 = 40 => Q2 = 20
ER = ( 20 – 80) / ( 40 – 10 ) x ( 10 + 40)/( 80 + 20) = -1 => BEM INFERIOR
3º caso – quando é dada uma função que relaciona quantidades e renda
ER = dQ/d R x R /Q
Exemplo 1
Demanda: Qd = -2R + 100
R = 10
ER =?
dQ/dR = -2; se R = 10 => Qd =-2x10 + 100 = 80
ER = -2 x 10/80 = -0,25 => BEM INFERIOR
Exemplo 2
Demanda: Q = 2R + 100
R =10
ER =?
dQ/dR = 2
Se R =10 => Q = 2x10 + 100 = 120
ER = 2 x 10/120 = 1/6 => BEM NORMAL
4.5) Elasticidade-preço cruzada da demanda - É a variação percentual da quantidade
demandada do bem x, dada uma variação percentual no preço do bem y, coeterís paríbus.
(1º caso) - Quando os dados são percentuais:
ECR = Δ%QdX / Δ%PZ
67
Exemplo 1
Aumento de 10% no preço de X causa aumento de 20% na quantidade demandada do bem
Y; calcule a elasticidade cruzada
ECR = +20 / +10 = + 2 => BENS SUBSTITUTOS
Exemplo 2
Se aumento de 10% no preço de X causa redução de 20% na quantidade demandada de Y,
calcule a Ecr
ECR = - 20 / +10 = - 2 => BENS COMPLEMENTARES
(2º caso) – Quando os dados são tabelados e é especificado o nível de preço:
ECR = (ΔQX / ΔPy) x Py / QX
Exemplo:
P1y = 10 => Q1x = 80
P2y = 40 => Q2x = 20
Calcule a ECR
a) ao preço de 10
ECR = (ΔQx/ ΔPy)x Py/Qx
ECR = ( 20 – 80)/ ( 40 – 10 ) x 10/80 = -0,25 => BENS COMPLEMENTARES
(3º caso) – Quando é dada uma equação relacionando quantidade de um bem e preço de
outro bem
ECR = dQx/dPy x Py/Qx
Exemplo
A demanda do bem X é Qx = -2PxPy + 100. Calcule a ECR de X quando o preço do bem X é
10 e o preço do bem Y é 2
ECR = dQx/dPy x Py/Qx
dQx/dPy = -2Px = -2x10 = -20
Qx = - 2x10x2 + 100 = -60
ECR = -20 x 2/ 60 = -2/3 => BENS COMPLEMENTARES
68
4.6)
Casos especiais sobre elasticidade preço da demanda
a) demanda totalmente inelástica: Epd = O
Demanda totalmente inelástica.
Dada a variação do preço, a quantidade demandada permanece constante. Os bens
essenciais aproximam-se bastante desse caso, já que, mesmo com aumento do preço, o
consumidor continuará consumindo praticamente a mesma quantidade do produto, já que
não encontra um produto substituto.
b)demanda infinitamente elástica: Epd = ∞
Demanda infinitamente elástica.
4.7) Elasticidade-preço da oferta - Mede a variação percentual da quantidade ofertada,
dada uma variação percentual no preço do bem.
Podemos ter as seguintes situações:
Eps > 1: bem de oferta elástica;
Eps < 1: bem de oferta inelástica;
Eps = 1: elasticidade-preço da oferta unitária.
5)
Resumo da teoria do consumidor
Objetivo do Consumidor
69
O consumidor quando consome um bem ou serviço obtém uma certa satisfação(
utilidade). O objetivo do consumidor é, então, ter o máximo de satisfação possível sujeito à
sua restrição orçamentária.
Espaço- mercadoria e Cestas de Consumo
Considere apenas dois bens X e Y comprados em quantidades x e y,isto é, x é a
quantidade do bem X( por exemplo, banana) e y é a quantidade do bem Y( laranja).
Se colocarmos as quantidades do bem X no eixo horizontal e as quantidades de Y no
eixo vertical, obtemos um plano chamado de espaço-mercadoria ou espaço das
mercadorias(veja figura abaixo)
x= quantidade do bem X; y= quantidade do bem Y
Uma cesta ( x,y) é uma combinação das quantidades dos bens X e Y. Por exemplo, se X é
banana e Y é laranja, a cesta A(1,2) significa 1 unidade de banana e 2 unidades de laranjas,
enquanto a cesta B(4,1) significa 4 unidades de bananas e 1 unidade de laranja.
5.1)
Princípios da ordenação de preferências do consumidor
a)
Transitividade
Se o consumidor prefere a cesta A à cesta B e a cesta B à cesta C, então, ele prefere A à C.
Analogamente, se ele é indiferente entre as cestas A e B e prefere a cesta A à C, então B
também é preferível a C e assim por diante.
b)
Não saciedade ( quanto mais, melhor)
A maior quantidade de um bem é sempre preferível à menor quantidade do mesmo. O
princípio da não-saciedade também é conhecido como princípio da monotonicidade das
preferências.
c)
Convexidade
As preferências do consumidor são supostas estritamente convexas. Isso significa que,
dadas duas cestas de bens igualmente preferidas pelo consumidor( ou seja, ao consumidor é
indiferente consumir a cesta A ou a cesta B), qualquer cesta que represente uma
combinação entre os valores das duas cestas é preferível a elas. Assim, por exemplo, se ao
70
consumidor é indiferente consumir a cesta A(10 unidades do bem X e 2 unidades do bem
Y) ou a cesta B( 4 unidades do bem X e 8 unidades do bem Y), a cesta C, contendo 7
unidades de X e 5 unidades de Y ( ou seja, 50 % da quantidade da cesta A – 5 de X e 1 de
Y – mais 50 % da quantidade da cesta B – 2 de X e 4 de Y) é preferível à A ou à B.
5.2)
Curvas de indiferença
Conceito
As curvas de indiferença representam as combinações de quantidades( cestas) de dois bens
X e Y que proporcionam ao consumidor o mesmo nível de satisfação, ou seja, ocupam o
mesmo lugar na sua ordenação de preferências. Ao consumidor é indiferente, por exemplo,
consumir a cesta A(Xo,Yo) ou B(X1,Y1):
5.3)
Mapa de curvas de indiferença
O mapa de curvas de indiferença é representado por um conjunto de curvas de indiferença
que retratam, de forma completa, a ordenação de preferências dos consumidores
5.4)
Propriedades gerais das curvas de indiferença
a)
Continuidade
71
Como foi assumido que a ordenação das preferências é completa, as curvas de indiferença
são contínuas, ou seja, definidas para qualquer quantidades de X e Y pertencente ao
conjunto de números reais positivos ( R+)
b)
Curvas de indiferença mais altas são preferíveis
Essa propriedade das curvas é explicada pela premissa quanto mais melhor( não saciedade)
c)
Curvas de indiferença não se cruzam
5.5)
Taxa marginal de substituição entre Y e X( TMgSy,x)
TMg Sy,x : lê-se “Taxa marginal de substituição de Y por X”.
A Taxa Marginal de Substituição de Y por X mede o número de unidades de Y que devem
ser sacrificadas por uma unidade ganha de X de modo a permanecer no mesmo nível de
satisfação. A Taxa Marginal de Substituição é a inclinação negativa da Curva de
Indiferença em um ponto. A Taxa Marginal de Substituição entre dois bens é a razão entre
as utilidades marginais dos bens.
Princípio da Taxa Marginal de Substituição Decrescente
“A medida que se percorre uma Curva de Indiferença da esquerda para a direita, a TMgS
diminui”
Taxa Marginal de Substituição e Utilidades Marginais
A palavra marginal em economia tem o significado matemático de derivada.
A Utilidade Marginal do bem X (Umgx) é a derivada parcial da função utilidade em relação
à quantidade do bem X:
UMgx = du/dx
A Utilidade Marginal do bem Y(UMgy) é a derivada parcial da função utilidade em relação
à quantidade do bem Y:
UMgy = du/dy
Exemplo: U(x,y) = (xy)1/2
(xy)1/2 = C
xy= C2
y = C2 / x
72
Relação: a Taxa Marginal de Substituição é a razão entre as utilidades marginais.
TMgSy,x = UMgx
UMgy
5.6)
Restrição Orçamentária (RO)
Suponha que o consumidor possa comprar dois tipos de bens X e Y ( por exemplo, X ´´e
laranja e Y maçã). Seja x a quantidade de bem X. Seja y a quantidade do bem Y. Seja Px o
preço do bem X e seja Py o preço do bem Y. Seja R a renda do consumidor. Supondo que o
consumidor gaste toda sua renda comprando os bens X e Y podemos escrever:
Px.x + Py.y = R
A equação acima é conhecida como restrição orçamentária do consumidor.
Gráfico da Restrição Orçamentária
Inclinação da Restrição Orçamentária (RO)
A restrição orçamentária é Px.x + Py.y = R.Explicitando a variável y, obtemos :
y
P1
R
isto é, a inclinação (coeficiente angular) da reta tangente é dada por -Px /
x 
P2
Py
Py
73
Problema do Consumidor - é ter o máximo de satisfação possível, sujeito à sua restrição
orçamentária:
Max U (x,y) ; Dados:R, Px,Py e a RO: Px + Py = R
Dados ( fixados) a Renda (R) e os preços dos bens X e Y ( Px e Py) a Restrição
Orçamentária do Consumidor está determinada:
Inclinação da RO: = - Px / Py
Conhecendo-se a função de Utilidade do Consumidor U (x,y), conhecemos as suas curvas
de indiferença U(x,y)= C ( constante)
Lembrando-se que a Taxa Marginal de Substituição entre os bens X e y ( TMgS y,x) é a
inclinação negativa da reta tangente à curva de indiferença em um ponto e que é igual à
razão entre as utilidades marginais:
Inclinação da Curva de Indiferença= TMg S y,x = Umgx = - dy
Umgy dx
A solução de Problema do Consumidor é obtida pela cesta ótima ( x*,y*) que é factível,
pode ser comprada, isto é, estar sobre a restrição orçamentária e se encontra na curva de
indiferença mais alta possível ( dá a maior satisfação possível):
74
Inclinação da RO = -Px / Py = TMgSy,x = Umgx / UMgy
Então, a solução do Problema do Consumidor é dada pela cesta ótima (x*,y*) que satisfaz o
sistema abaixo:
Px.x + Py.y =R
TMg Sy,x =Umgx / UMgy
Exercício: Seja U(x,y) = (xy)1/2 a função de utilidade de um consumidor. Seja R=10 a sua
Renda, Px= 2 o preço do bem X e Py= 1 o preço do bem Y.Calcule a cesta ótima, isto é, as
quantidades dos bens X e Y que maximizam a satisfação( utilidade) do consumidor e
podem ser compradas
Função de utilidade Cobb-Douglas
U(x,y) = A xayb onde a > 0 e b > 0;
Exemplo:
1/2
a) U(x,y)=(xy)
2 3
b) U(x,y)=3x y
A cesta ótima (cesta de equilíbrio) para uma função de utilidade de Cobb-Douglas
U(x,y) = A xayb, então: as quantidades ótimas ( de equilíbrio ou também chamadas de
demandas Marshalianas) são obtidas por:
x*= a / ( a + b) .R / Px
6)
e
y* = b / ( a + b) . R / Py
Teoria da firma
A Função de Produção é a relação entre a quantidade utilizada de fatores de
produção e o nível de produção da economia. Esta é representada pela função abaixo:
75
Q = f (K,L)
Exemplo de função de Produção Cobb-Douglas:
Q( K,L) = αKaLb
6.1)
Outras denominações relevantes:
Produto Total (PT) – refere-se à quantidade total produzida, que depende da utilização dos
fatores capital e trabalho.
PT = Q
Produtividade média- é a razão o nível do produto total e a quantidade do fator de
produção capital (K) ou trabalho (L).
 Produtividade média do capital = PT/K
 Produtividade média do trabalho = PT/L
Produtividade marginal- é incremento no produto dado que houve uma variação de uma
unidade na quantidade do fator de produção, como nos exemplos abaixo:
 Produtividade Marginal da Mão-de-obra: ∆PT/∆L ou dPT/dL (por derivada
parcial)
 Produtividade Marginal do Capital: ∆PT/∆L ou dPT/dL (por derivada
parcial)
As principais relações entre o Produto Total (PT), o Produto Marginal(PMg) e o Produto
Médio( Pme ) são
 Se o Produto Total é crescente então o Produto Marginal é positivo
 Se o Produto Total é decrescente então o Produto Marginal é negativo
 se o Produto Total é máximo então o Produto Marginal é nulo
 O Produto Marginal atinge seu máximo para o mesmo nível de trabalho no qual
o Produto total atinge o seu ponto de inflexão
 O produto Médio atinge seu ponto de máximo quando corta ( se iguala ) ao
Produto Marginal
 O Produto Médio atinge seu ponto de máximo se iguala ao Produto Marginal no
ramo descendente deste e no ponto de máximo daquele
 Quando o Produto Marginal é negativo, então o Produto Médio é decrescente(
não vale a volta)
6.2)
O conceito de isoquanta
Dado que a produção depende da utilização dos fatores de produção capital e
trabalho, a Isoquanta representa todas as combinações possíveis de fatores de produção
(capital e trabalho), mantendo o mesmo nível de produção. A Isoquanta se assemelha por
analogia à Curva de Indiferença da Teoria do Consumidor, porém, como tratamos de Teoria
76
da Firma, a Isoquanta refere-se às diferentes alocações de fatores de produção, mantendo o
mesmo nível de produto da economia.
Isoquanta de produção.
Propriedades da isoquanta




São decrescentes
São convexas em relação à origem
Não se interceptam
À medida que o nível de produção aumenta, se afastam da origem
Podemos observar que quanto mais para a direita, maior será Isoquanta, e por conseguinte,
maior será o nível de produção da economia.
6.3)
Taxa marginal de substituição técnica de trabalho por capital- TMgSTL,K
A Taxa Marginal de Substituição Técnica é a razão das produtividades marginais do
trabalho e a produtividade marginal do capital (mais comum) e mede a taxa de troca de um
insumo por outro insumo, de modo a manter a produção constante, fato que acontece
77
quando analisamos a Isoquanta. Portanto, a inclinação da Isoquanta é dada pela Taxa
Marginal de Substituição Técnica, bem como acontecia com a Taxa marginal de
Substituição que era a inclinação da Curva de Indiferença na Teoria do Consumidor.
TMgSTL,k  PMgL / PMgK 
6.4)
dQ / dL
dQ / dK
Reta de isocusto
A Isocusto refere-se a idéia de que a firma utilizará o seu orçamento pagando os fatores de
produção vigentes da função de produção, seja capital e/ou trabalho.
A Isocusto é dada pela equação:
wL + rK = CT
onde w = preço da mão de obra ou salários
r = preço de aquisição de novas máquinas
CT = Custo Total
Representação da Isocusto
A inclinação da ISOCUSTO é a razão entre os preços dos insumos
6.5)
O problema da firma
O objetivo do empresário é a Maximização de Lucro. No entanto, para que isso seja
possível, deve-se maximizar primeiramente a Quantidade produzida, através da melhor
utilização dos fatores de produção capital e trabalho que é dada pela escolha da melhor
Isoquanta levando em conta a chamada Isocusto, que se refere ao custo desses fatores
produtivos. Desta forma, o problema da firma a priori se refere a:
Maximizar Q = f (K,L)
Sujeito a Isocusto definida por: rK + wL = CT
78
6.6)
Economias de escala
Se as quantidades dos insumos aumentarem numa dada proporção e a produção também
aumentar na mesma proporção, teremos a ocorrência de Rendimentos Constantes de
Escala.Caso a produção aumente numa proporção maior haverá Rendimentos
Crescentes de Escala e caso a produção aumente numa proporção menor que os fatores
produtivos, haverá Rendimentos Decrescentes de Escala
A função de produção:
Y = α Ka Lb
poderá apresentar:
-rendimentos crescentes de escala, se a + b > 1
-rendimentos constantes de escala, se a + b = 1
-rendimentos decrescentes de escala, se a + b < 1
Exemplos:
Função de Produção: Q = KL
Se K=4 e L = 10 => Q = 4.10 = 40. Se triplicarmos os fatores de produção, teremos que
K = 12 e L = 30; Q =12.30 = 360, logo, a produção mais que triplicou, o que podemos
concluir que houve Rendimentos Crescentes de escala (Economia de escala)
6.7)
Variáveis relevantes na visão da receita da firma
a) Receita Total (RT): expresso pelo faturamento total da firma que é o montante
financeiro quando se multiplica preço pela quantidade vendida:
RT = pq
b) Receita Média (RMe): é a razão entre a RT e quantidade vendida do produto.
Rme = RT/Q
c)
Receita Marginal(RMg): é o incremento na Receita Total ocasionado pela
venda de uma unidade a mais do bem.
Rmg =∆RT/∆Q
79
Representação gráfica das Receitas
6.8)
Variáveis relevantes na visão do custo total de produção
Custo Total (CT): é a soma do custo fixo com o custo variável:
CT = CF + CV (Q)
Custo Fixo (CF): parte do custo que não depende da quantidade produzida e existem
para qualquer quantidade produzida. Exemplos: aluguéis, depreciação etc.
Custo Variável (CV): É a parte do custo que depende da quantidade produzida.
CV = f(Q)
Exemplos:despesas com
pessoal etc.
matérias-primas,
despesas
com
Representação Gráfica dos custos
Uma maior produção começa a aumentar os custos que crescem a taxas crescentes,
é a conhecida lei dos rendimentos decrescentes.
6.9)
Outros tipos relevantes de custos
Custo Médio (CMe) = CT/Q
Custo Variável Médio (CVMe) = CV/Q
Custo Fixo Médio (CFMe) = CF/Q
Logo, chegamos a expressão:
CMe = CVMe + CFMe
Outro custo muito relevante e pode-se dizer que este é um dos mais importantes na
teoria econômica, é o Custo Marginal que mede os incrementos no custo total
quando se produz uma unidade a mais do produto.
Custo Marginal (CMg) = ∆CT/∆Q ou dCT/dQ
80
Custo marginal.
7)
Abordagem das estruturas de mercado
As estruturas de mercado mais abordadas serão:




concorrência perfeita
monopólio
concorrência monopolística (ou imperfeita
oligopólio
Em todas as estruturas mencionadas, o empresário deseja maximizar lucro e (se
possível) maximizar mark-up (margem).
Definimos Lucro como sendo:
L = RT - CT
Onde L= Lucro Total
RT= Receita Total da firma
CT = Custo Total da Firma
Sempre que derivamos uma função e igualamos a zero, estaremos encontrando um
ponto de máximo (desde que a derivada segunda seja negativa).
Neste caso, se derivarmos o Lucro em relação a quantidade, teremos:
dL/dQ = dRT/dQ –dCT/dQ = 0
No entanto, sabemos que dRT/dQ é o mesmo que o conceito de Receita Marginal
e que dCT/dQ é o Custo Marginal. Portanto, teremos que a maximização de Lucro (dada
por dL/dQ) resultará na identidade:
Receita Marginal (RMg) = Custo Marginal (CMg)
7.1)
Concorrência perfeita
Hipóteses:
 Grande número de pequenas firmas que são tomadoras de preço do mercado,
incapazes de afetar o preço de mercado. Assim, o preço de mercado é um dado
fixado para empresas e consumidores (são firmas price-takers);
81
 Produção homogênea de bens. Todas as firmas oferecem um produto semelhante.
 Livre entrada e saída de firmas e compradores no mercado;
 Informação completa de mercado. Os agentes têm acesso a toda informação
relevante, sem custos, isto é, conhecem os preços, a qualidade, os custos, as receitas
e os lucros dos concorrentes;
 Inexistência de externalidades, ou seja, nenhuma firma influi no custo das demais e
nenhum consumidor afeta o consumo dos demais;
Curva de demanda em concorrência perfeita
Curvas de demanda em concorrência perfeita.
Como o preço de venda para a firma é o preço de mercado pois as firmas são
tomadoras de preços, então a curva de demanda é perfeitamente elástica (horizontal). A
firma só venderá ao preço de mercado pois se quiser elevar o preço, não encontrará
mercado pois os consumidores comprarão sempre mais barato e não venderá a um preço
mais baixo pois o empresário vende no mínimo ao preço de mercado, pois se ele vender
abaixo, isto acarretaria em receita total menor.
Já foi abordado que Rme =RT/Q, onde podemos chegar à conclusão que Rme =
PxQ/Q , o quer implica que RMe = P.
Da mesma forma, a Receita Marginal (RMg)será igual ao preço, pois a receita
adicional é contante e igual ao preço.
Equilíbrio da firma em concorrência perfeita (a curto prazo)
O Ótimo de uma firma é maximizar lucros. Foi visto que na concorrência perfeita
que o Preço é igual à Receita média que se equipara a Receita Marginal que na condição de
maximização de lucros é equivalente ao Custo Marginal.
Como em concorrência perfeita a receita marginal é igual ao preço de mercado,
esta condição é freqüentemente mostrada como:
p = CMg
82
Os dois pontos onde RMg = CMg em uma firma em concorrência perfeita.
No gráfico acima se escolhe o ponto de máximo de lucro que seria o ponto 2, pois
tem maior nível de Receita Total.
Portanto, todo problema de Concorrência perfeita se resolve através da
identidade:
P = Rme =Rmg = Cmg
7.2)
Monopólio
Uma estrutura de mercado monopolista apresenta três características principais:
a. uma única empresa produtora do bem ou serviço;
b. não há produtos substitutos próximos;
c. existem barreiras à entrada de firmas concorrentes.
As barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado podem ocorrer de várias
formas:




monopólio puro ou natural, devido à alta escala de produção requerida,
exigindo um elevado montante de investimentos. A empresa monopolista
já está estabelecida em grandes dimensões e tem condições de operar com
baixos custos. Torna-se muito difícil alguma empresa conseguir oferecer o
produto a um preço equivalente à firma monopolista. Em geral, associado a
serviços de utilidade pública, como água e esgotos, energia elétrica etc.;
proteção de patentes (direito único de produzir o bem). Exemplo: xerox;
controle sobre o fornecimento de matérias-primas-chaves. Exemplo: A
Alcoa detinha quase todas as minas de bauxita nos EUA (matéria prima do
alumínio);
tradição no mercado.
Graficamente:
83
Curva de demanda no monopólio.
Isso é completamente diferente do que ocorre com a firma em um mercado em
concorrência perfeita, que não tem condições de afetar o preço determinado por esse
mercado.
Curvas de receita média e receita marginal
Receita Média (RMe) = RT/Q=P, ou seja, a RMe é o próprio preço de mercado: é
o que o consumidor paga em cada unidade do produto. Então, é a própria demanda de
mercado.
Receita Marginal (RMg) = ∆RT/∆Q .Logo, em monopólio, a RMg é diferente da
RMe. Isso porque a quantidade adicional é vendida a um preço mais baixo que as
quantidades anteriores.
Demanda e Receita Marginal para uma firma monopolista.
Identidade para resolução de questões de monopólio:
Rme = P > Rmg = Cmg
84
Gráfico do Monopólio
Observe que a área do retângulo OADE corresponde à multiplicação de OA (quantidade
vendida) por OD ( nível de preços determinado pelo mercado), ou seja, a receita total da
firma. Por outro lado a área do retângulo OABC corresponde à multiplicação de AO por
OB, ou seja, correspondente a custo total.
A subtração de OADE em relação a OABC equivale à área d retângulo EDCB, que
corresponde ao lucro total da firma. Este lucro é chamado de lucroextraordinário ou
supranormal.
O lucro da firma monopolista acontece quando Receita Marginal se equivale ao Custo
Marginal, porém o monopólio sabe que é único vendedor e por isso vende a um preço mais
elevado (mark up).
7.3) CONCORRÊNCIA
IMPERFEITA)
MONOPOLÍSTICA
(OU
CONCORRÊNCIA
Trata-se de uma estrutura de mercado com as seguintes características principais:
 muitas empresas, produzindo um dado bem ou serviço;
 cada empresa produz um produto diferenciado, mas com substitutos
próximos;
 cada empresa tem certo poder sobre preços, dado que os produtos são
diferenciados, e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com sua
preferência. Ou seja, a demanda é negativamente inclinada (se bem que
bastante elástica, sensível, porque tem substitutos próximos).
Como exemplo desse tipo de mercado, temos o mercado de aspirinas, sabonetes, serviços
médicos, odontológicos etc. Portanto, é um modelo mais realista que o de concorrência
perfeita, que supõe produtos completamente homogêneos, idênticos, sem diferenciação.
A diferenciação de produtos dá-se via características físicas,embalagem, promoções e
outros.
Como não existem barreiras para a entrada de firmas, a longo prazo há tendência apenas
para lucros normais (RT = CT), como em concorrência perfeita, ou seja, os lucros
extraordinários a curto prazo atraem novas firmas para o mercado, aumentando a oferta do
produto, até chegar-se a um ponto em que persistirão lucros normais, quando então cessa a
entrada de concorrentes.
85
7.4)
Oligopólio
É um tipo de estrutura de mercado que pode ser definido de duas formas:
 oligopólio concentrado: pequeno número de empresas no setor. Exemplo:
indústria automobilística;
 oligopólio competitivo: ou um pequeno número de empresas domina um
setor com muitas empresas. Exemplo: Nestlé, Parmalat no setor de
alimentos, Brahma, Antarctica e Coca-cola no setor de bebidas, Pão de
Açúcar e Carrefour no setor de supermercados etc.
Devido à existência de empresas dominantes, elas têm o poder de fixar os preços de venda
em seus termos, defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, em
que os consumidores têm baixo poder de reação a alterações de preços.
O oligopólio, assim como o monopólio, ocorre basicamente devido à existência de barreiras
à entrada de novas empresas no setor. Como vimos em monopólio, essas barreiras são
devidas aos seguintes fatores:
 proteção de patentes;
 controle de matérias-primas-chave;
 tradição;
 oligopólio puro ou natural.
Alguns produtos, por razões tecnológicas, só podem ser produzidos por empresas de grande
porte (automóveis, extração de petróleo). Assim, nesses mercados, é normal um pequeno
número de empresas.
Podemos caracterizar dois tipos de oligopólio:
 oligopólio com produto homogêneo (cimento);
 oligopólio com produto diferenciado (carros).
Diferentemente da estrutura concorrencial, e de forma semelhante ao monopólio, a longo
prazo os lucros e.xtraordinários permanecem, pois as barreiras à entrada de novas firmas
persistirão, principalmente no oligopólio natural, em que a alta escala de operações propicia
uma produção a custos relativamente baixos, dificultando a entrada de firmas concorrentes.
Formas de atuação das empresas oligopolistas
No oligopólio, podemos encontrar duas formas de atuação das empresas:
 concorrem entre si, via guerra de preços ou de promoções (forma de
atuação pouco freqüente);
 formam cartéis (conluios, trustes). Cartel é uma organização (formal ou
informal) de produtores dentro de um setor, que determina a política para
todas as empresas do cartel. O cartel fixa preços e a repartição (cota) do
mercado entre empresas.
As cotas podem ser:
a. perfeitas (cartel perfeito): todas as empresas têm a mesma participação. A administração do cartel fixa um preço comum e divide
igualmente o mercado, agindo como um bloco monopolista. É a
chamada "solução de monopólio";
b. imperfeitas (cartel imperfeito): existem empresas líderes (que têm
maior tamanho ou custos menores) e que fixam os preços, ficando
86
com a maior cota. As demais empresas concordam em seguir os
preços da líder. O governo, por meio de leis antitrustes, não permite
que a líder fixe um preço que seja muito baixo, que poderia
eliminar as demais empresas. É o chamado Modelo de Liderança de
Preços, em que a empresa (ou empresas) líder fixa um preço que
lhe garanta um lucro de monopólío, e as demais consideram esse
preço dado (como em concorrência perfeita).
87
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