Descoberta de um novo vírus em África : Lujo O facto de ter sido

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Descoberta de um novo vírus em África : Lujo
O facto de ter sido encontrado um novo vírus causador de febre hemorrágica, fazendo
lembrar o Ébola; o vírus Lujo; suscitou a nossa atenção para um maior aprofundamento
no conhecimento deste.
Genericamente, um vírus consiste numa cápsula proteica transportando o seu DNA ou
RNA que invade a célula hospedeira, procurando meios de se multiplicar tomando
posse da maquinaria genética da célula.
O vírus Lujo foi identificado em África, mais propriamente na Zâmbia, na cidade de
Lusaka em Setembro de 2008, quando uma mulher foi posteriormente levada para
Joanesburgo com febre hemorrágica, infectando mais quatro pessoas, sendo que a
última sobreviveu através de um tratamento com ribavirina, totalizando uma
mortalidade de 80% nos casos identificados.
Pensa-se que o vírus se propagou através do contacto com fluídos corporais infectados,
sendo que desta forma não é um vírus que se propague extensivamente, como a gripe.
Após uma análise a tecidos do fígado e ao RNA presente na linfa através de uma
pirosequenciação, verificou-se que era um novo vírus da família Arenavidiae,
provisoriamente designado por Lujo, devido á sua origem remontar a Lusaka e
Joanesburgo. Os arenavírus constituem um género de vírus que possui dois segmentos
de RNA circular (um anti-senso e outro ambi-senso) entrando facilmente nas células por
possuirem
semelhanças
Fig. 1 - Esquema de um arenavírus
com
as
membranas.
A sequenciação genómica viral permitiu a construção de árvores filogenéticas, a partir
das quais se verificou que este vírus se afasta dos arenavírus do mundo antigo e do
mundo novo. No entanto, o Lujo apresenta algumas similaridades relativamente ao vírus
que provoca a febre Lassa, sendo que o tratamento com ribavirina demonstra este facto,
permitindo que um dos infectados com Lujo tivesse sobrevivido, uma enfermeira do
hospital de Joanesburgo.
É de salientar que a pirosequenciação; sequência por síntese, sendo a cadeia paralela
sintetizada; é essencial no diagnóstico deste tipo de vírus, pois neste caso permitiu a
obtenção de resultados em apenas 72 horas, quando as técnicas mais antigas
demorariam semanas.
Após a sequênciação e conhecendo agora a sequência viral,
é possível produzir
reagentes que permitam uma rápida identificação de novos casos através de métodos
mais convencionais como o PCR, restando a dúvida quanto ao surgimento do vírus em
humanos. As razões para este facto potencialmente resumem-se a um contacto frequente
entre humanos e espécies animais selvagens. É provável que este vírus se relacione com
alguma outra zoonose, mas estas são tantas que ainda não foi possível obter qualquer
comparação válida.
15/06/2009
Trabalho realizado por :
Bruno Varela, nº 31669
Dinis Rosa, nº 31674
Hélder Fernandes, nº 33834
Tiago Brito, nº 33862
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