Sistema Nervoso - Universidade Castelo Branco

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Universidade Castelo Branco – Prof. Rubens Silva
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NEUROANATOMIA
Sistema Nervoso ou Sistema Neural
Conjunto de órgãos neurais que corresponde a um “sistema telefônico
computadorizado”. (DI DIO, 2002)
Sistema integrador por excelência das atividades do corpo humano no indivíduo
vivo (vivente) e da sua personalidade.
Constituição  tecido especializado em receber e enviar estímulos.
Formação células conhecidas como Neurônios.
Neurônios ou Células Nervosas
Corpo Neuronal ou Soma
 Unidade morfofuncional fundamental do Sistema Nervoso.
Produz e veicula diminutos sinais elétricos que são verdadeiros bits de
informação, capazes de codificar tudo que sentimos a partir dos ambientes
externo e interno, e tudo que pensamos a partir da nossa consciência.
Dendritos
 Prolongamentos do corpo neuronal ramificados múltiplas vezes como
pequenos arbustos.
Através dos dendritos que cada neurônio recebe as informações provenientes dos
demais neurônios a que se associa.
Axônio ou fibra nervosa
 Prolongamento que emerge do soma, mais longo e fino, ramificado pouco no
trajeto e muito na sua porção terminal.
Por onde saem as informações eferentes dirigidas às outras células de um
circuito neural.
Propriedades fundamentais dos Neurônios
Irritabilidade → propriedade de ser sensível a um estímulo, permite à célula
detectar as modificações no meio ambiente.
Condutibilidade →propriedade de propagar um impulso da região onde
recebeu um estímulo, até outra região qualquer.
Contratilidade → Resposta a um estímulo → encurtamento da célula
Classificação Funcional dos Neurônios
“As informações num neurônio só podem ser transferidas numa direção”.
Dependendo do papel do neurônio na direção da transferência de
informações, dividem-se:
Aferentes (sensitivo) (o que entra) Conduzem ao sistema nervoso central
informações sobre as modificações ocorridas no meio externo.
Eferentes (motor) (o que sai)Conduz o impulso nervoso motor do Sistema
Nervoso Central até uma outra área qualquer (órgão efetuador).
Interneurônios, Internunciais (de Associação) servem para interconectar
neurônios, aumentando consideravelmente o número de sinapses nervosas
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Estágios do Desenvolvimento no Período Intra-Uterino
Pré-embrionário
(da Concepção até a 2ª semana)
Fertilização →dá-se na trompa uterina (geralmente)
! Zigoto →Óvulo fertilizado → inicia a divisão celular ao descer pela trompa
uterina até a cavidade do útero.
! Blastocisto→ esfera celular sólida → formada por divisões celulares
repetidas.
! Cavidade Amniótica→ abertura na esfera de células.
! A camada mais externa do blastocisto vai se tornar a contribuição fetal para
a placenta e a massa celular interna, o embrião.
! O blastocisto se implanta no endométrio uterino.
! Durante a implantação, a massa celular interna se desenvolve no disco
embrionário, consistindo-se em duas camadas ectoderma e endoderma.
! Logo se forma uma terceira camada celular, o mesoderma, entre as duas
outras camadas.
Estágio Embrionário
(Da 2ª semana até o Final da Oitava)
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Formação dos órgãos
Ectoderma → órgãos sensoriais, epiderme e sistema nervoso.
Mesoderma → derme, músculos, ossos, sistemas excretor e circulatório.
Endoderma → trato digestório, fígado, pâncreas e sistema respiratório.
Estágio Fetal
(Dura do final da oitava semana até o nascimento)
Desenvolvimento mais pleno do Sistema Nervoso início da mielinação
(isolamento dos axônios por tecido adiposo)
Formação do Sistema Nervoso
(Dá-se durante o Estágio Embrionário)
Primeira fase união do tecido que vai se tornar o sistema nervoso para
forma um tubo que corre ao longo do dorso do embrião.
Formação do Tubo Neural (dias 18 a 26)
Espessamento longitudinal do ectoderma (placa neural) estende-se da
cabeça à região da cauda do embrião.
Dobramento das margens da placa para formar o sulco
neuralcrescimento das dobras do sulco neural uma em direção à outra
tubo se forma quando as dobras se tocam (21º dia)fechamento se dá
primeiro na futura região cervicalfechamento rápido do sulco em direção
rostral e caudaldeixando extremidades abertas (neuroporos)
Crista neural (lâmina longitudinal)formada por células adjacentes ao
tubo neural se separam do tubo e do ectoderma remanescente
Tubo neuralorigem ao Sistema Nervoso Central (SNC)
Crista neuralorigem aos componentes do Sistema nervoso periférico
(SNP)
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Formação do encéfalo
Vesículas Encefálicas Primitivas dilatação da extremidade cranial do tubo
neural após seu fechamento completo (ao final do 1º mês de gestação).
! Prosencéfalo vesícula mais anterior
! Mesencéfalo  vesícula do meio
! Rombencéfalo vesícula mais posterior
! Ventrículos cerebrais e os canais de comunicaçãoformado por um espaço
no interior das vesículas que é ocupado por um fluido orgânico.
Segundo mês de gestação
! Encurvamento do tubo e subdivisão das vesículas em cinco:
Vesículas Primitivas
Prosencéfalo
Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Rombencéfalo
Mesencéfalo
Metencéfalo
Mielencéfalo
Medula primitiva
Medula primitiva
Estruturas Anatômicas
Hemisférios cerebrais, córtex cerebral, ventrículos
laterais.
Núcleos da base
Tálamo, hipotálamo, III ventrículo.
Mesencéfalo, aqueduto cerebral.
Ponte, região superior da medula oblonga, IV
Ventrículo.
Cerebelo
Bulbo (medula oblonga)
Medula primitiva
(Lent, 2004)
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Cavidade do tubo neural
A luz do tubo neural permanecente no SN do adulto sofre várias
modificações.
No adulto, a luz da medula primitiva forma o canal central da medula (canal
do epêndima) estreito e parcialmente obliterado.
Cavidade dilatada do rombencéfalo  forma o IV Ventrículo
Cavidade do diencéfalo e da parte mediana do telencéfaloforma o III
Ventrículo
Luz do mesencéfalo permanece estreitaconstitui o aqueduto do
mesencéfalo (cerebral ou de Sylvius) une o III ao IV ventrículos.
Ventrículos lateraisformados pela luz das vesículas telencefálicas laterais
de cada lado.
o Unidos ao III Ventrículo por dois forames interventriculares (de
Monro)
Líquido cerebrospinal (líquor)está contido nos ventrículos, exceto no
canal central da medula.
Divisão do Sistema Nervoso
Sistema Nervoso (SN) é um todo divisão exclusivamente didática.
Sistema Nervoso Central (SNC)localiza-se dentro do esqueleto axial
(cavidade craniana e canal vertebral)
Sistema Nervoso Periférico (SNP)localiza-se fora do esqueleto axial.
Encéfaloparte do SNC situada dentro do crânio neural
Medula localiza-se dentro do canal vertebral.
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Com Base em Critérios Anatômicos
Cérebro
Sistema
Encéfalo
Cerebelo
Mesencéfalo
Tronco Encefálico
Ponte
Nervoso
Central
Medula espinal
Bulbo
Espinhais – 31 pares
Sistema
Nervos
Cranianos – 12 pares
Nervoso
Gânglios
Periférico
Terminações nervosas
Com Base em Critérios Funcionais
Sistema
Aferente
Nervoso
Somático
Eferente
Sistema
Aferente
Nervoso
Simpático
Visceral
Eferente = S.N. Autônomo
Parasimpático
(Machado, 2005)
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MEDULA ESPINAL
“Etimologicamente, medula significa miolo, e indica o que está dentro.
Localiza-se dentro do canal vertebral, sem ocupá-lo completamente”.
Tipo de tecido Nervoso
Tamanho
Limites
No homem adulto aproximadamente 45 cm.
Na mulher apresenta-se um pouco menor.
Cranial bulbo, em nível do forame magno do osso occipital.
Caudal  no adulto situa-se aproximadamente na L2.
Terminação Afila-se para formar o cone medular
Continuação Filamento terminal (filamento meníngeo).
Formato Aproximadamente cilíndrica e ligeiramente achatada (no sentido AP)
Calibre
Intumescências cervical e lombar conexões de grossas raízes que
formam os plexos braquial e lombossacral.
Função Condução nervosa (impulsos sensitivos sobem e impulsos motores descem).
Superfície da Medula
Sulcos Longitudinais (percorrem toda a superfície da medula)
Sulco Mediano Posterior  sulco raso, alcança a substância cinzenta via
septo mediano posterior, divide a medula em metade direita e esquerda
Fissura Mediana Anterior  profunda, divide a medula em metade direita e
esquerda
Sulcos Laterais Anterior e Posterior  recebem as raízes ventrais e
dorsais dos nervos espinais, respectivamente.
Sulco Intermédio Posterior (somente na coluna cervical)  situado entre
os sulcos mediano e lateral posteriores, e se continua em um septo intermédio
posterior.
Substância Branca
Circunda uma massa de substância cinzenta em forma de “H” ou
borboleta, localizada centralmente. Funciona como via expressa para a condução de impulsos
nervosos
Funículos Anterior, lateral e posterior  Massas de axônios mielínicos e
amielínicos de neurônios sensitivos, interneurônios e neurônios motores.
Tratosdiferentes feixes de axônios com origem ou destino comum e
informações semelhantes
Substância Cinzenta
Contém os corpos celulares dos neurônios (neuróglia), os axônios
amielínicos e os dendritos dos interneurônios e dos neurônios motores
Localiza-se por dentro da substância branca, apresentando um formato de
borboleta ou da letra H. Funciona como via expressa para a condução de impulsos nervosos
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Cornos anteriores (ventrais) corpos de neurônios motores
somáticosimpulsos nervosos causadores da contração músculos esqueléticos
Cornos laterais (segmentos torácico, lombar superior e sacral) neurônios
motores autônomosregulam a atividade músculos liso e cardíaco e ds
glândulas
Cornos posteriores (dorsais)neurônios sensitivos somáticos e autônomos
Canal Central da Medula Espinal
Pequeno espaço que se estende no comprimento da medula espinal e contém
líquido cerebrospinal
Substância Gelatinosa Central
Circunda o canal central da medula espinal
Contém principalmente neuróglia e poucos pericários e axônios
Envoltórios da Medula (Meninges)
Camadas de tecido conjuntivo que envolvem , protegem e sustentam o
encéfalo e a medula espinal dentro da cavidade craniana e do canal vertebral
Dura-máter (paquimeninge)
Mais externa e mais espessa fibras colágenas (tornam-na espessa e resistente)
Envolve toda a medula, como se fosse um dedo de luva, o saco dural
Cranialmentecontinua com a dura-máter craniana.
Caudalmentetermina em um fundo-de-saco ao nível de S2
Lateralmenteprolongamentos que embainham as raízes nervos espinais,
continuando com o tecido conjuntivo (epineuro) que envolve estes nervos.
Espaço epidural (extradural) entre a dura-máter e o periósteo do canal
vertebral
Espaço subdural espaço virtual entre a dura-máter e a aracnóide-máter
Aracnóide-Máter (leptomeninge)
Dispõe-se entre a dura-máter e a pia-máter
Em contato com a superfície interna da dura-máter, mas não aderente a ela.
Espaço subaracnóideolocalizado entre a aracnóide-máter e a pia-máter
Contém o líquido cérebro-espinal (líquor)
Pia-Máter (leptomeninge)
Membrana vascular que adere firmemente à superfície da medula espinal
Ligamento denticuladocamada longitudinal orientada da pia-máter
Topografia Vertebromedular
! No adulto, a medula espinal não ocupa todo o canal vertebral, pois termina
ao nível de L2.
! Abaixo de L2 o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes
nervosas dos últimos nervos espinais dispostas em torno do cone medular
e filamento terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda eqüina.
! A diferença de tamanho entre a medula e o canal vertebral resulta de ritmos
de crescimento diferentes, em sentido longitudinal.
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Tronco Encefálico
! Parte do encéfalo que resta após a remoção dos hemisférios cerebrais e do
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cerebelo
Situa-se superiormente à medula espinal e inferiormente ao telencéfalo,
ficando o cerebelo como apêndice posteriormente.
Constitui-se de corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras
nervosas (agrupam-se em feixes = tratos, fascículos ou lemniscos).
Sede dos núcleos dos nervos cranianos (dos 12 pares, 10 fazem conexão no
tronco encefálico).
“Avenida compacta com mão dupla” para todas as conexões entre o cérebro,
o cerebelo e a medula espinal. (Di Dio, 2002)
Lesão no tronco encefálico pode fazer o coração parar de bater, a PA flutuar e/ou a respiração
cessar. (Lundy-Ekman, 2004)
Disfunção do tronco encefálico: disfagia, disartria, diplopia e dismetria. (Lundy-Ekman, 2004)
Divisão Anatômica
! Mesencéfalo (cranial)
! Ponte (parte do metencéfalo)
! Mielencéfalo; Bulbo; Medula oblonga (caudal)
Mesencéfalo
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Limites e Divisão
Porção mais rostral do tronco encefálico, conecta-se com o diencéfalo
(superiormente) e a ponte (inferiormente)
Limite inferior sulco pontino superior.
Limite superior limite convencional que une os corpos mamilares
(pertencem ao diencéfalo). (Di Dio, 2002)
Aqueduto do mesencéfalo (cerebral, de Sylvius) estreito canal que atravessa o
mesencéfalo e que une o III ao IV ventrículos.
Tecto do mesencéfalo situado dorsalmente ao aqueduto do mesencéfalo
 Colículos superiores relacionado com os reflexos visuais.
 Colículos inferioresrelacionados com reflexos auditivos.
Pedúnculos cerebrais ventralmente ao mesencéfalo
 Separados pela fossa interpeduncularemergem as fibras dos nervos
oculomotores (III)
 Contém as fibras córtico-espinhais, corticobulbares e corticopontinas
 Raízes do nervo troclear (IV)na superfície dorsal do mesencéfalo, logo
a baixo do colículo inferior.
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Ponte
! Órgão ímpar e mediano, cuja convexidade anterior repousa sobre a parte
!
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basilar do osso occipital e o dorso da sela turca do esfenóide.
Situada ventralmente ao cerebelo, separada pelo IV ventrículo.
Limite superior mesencéfalo pelo sulco pontino superior. (Di Dio, 2002)
Limite inferior mielencéfalo (medula oblonga=bulbo), pelo sulco pontino
inferior .
Superfície ou Face ventral, livre ou anterior.
 Pedúnculo cerebelar médio (ou braço da ponte)  transmite estímulos
de cada hemisfério cerebral para o hemisfério cerebelar do lado oposto.
 Sulco basilarsulco raso ao longo da linha medianapara a a. basilar.
 Sulco bulbopontinosepara a parte ventral da ponte do bulbo
! Emergência de nervos cranianos de cada lado a partir da linha
mediana:

VI (Abducente)entre a ponte e a pirâmide do bulbo.

VII (Facial)medialmente ao VIII par (Vestíbulococlear).

VIII (Vestíbulococlear)
Superfície ou face dorsal, ventricular ou posterior.
 Porção rostral do soalho do IV ventrículo
 Pedúnculo cerebelar superiorconjunto de fibras dirigidas do cerebelo
para o núcleo rubro (no mesencéfalo)
Bulbo; Mielencéfalo; Medula Oblonga
! Situado entre a medula espinal e a ponte.
! Contribui para o controle dos movimentos dos olhos e da cabeça, coordena a deglutição e ajuda a
regular a atividade cardiovascular, respiratória e visceral. ( (Lundy-Ekman, 2004)
! Limite superior sulco bulbopontino (Di Dio, 2002)
! Limite inferior plano convencional que tangencia o forame magno
Sulcos Longitudinais
(Continuam com os sulcos da medula espinal)
! Fissura mediana anterior, parcialmente interrompida pela decussação das
pirâmides da medula oblonga termina no forame cego.
! Pirâmides da medula oblongaeminência alongada ao lado da fissura
mediana anterior
Fibras nervosas descendentesligam as áreas motoras do cérebro
aos neurônios motores da medula (trato corticospinal ou trato
piramidal).
Decussação das pirâmidescruzamento oblíquo de fibras do trato
piramidal que obliteram a fissura mediana anterior.
 Olivaeminência oval entre os sulcos laterais anterior e posterior.
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! Sulco lateral anterior emerge o nervo Hipoglosso (XII), ventralmente à
oliva.
! Sulco lateral posterioremergem filamentos radiculares para formar os
nervos Glossofaríngeo (IX) e Vago (X), além de filamentos cranial do nervo
Acessório (XI)
! Sulco mediano posteriortermina a meia altura do bulboformação dos
limites laterais do IV ventrículo.
! Área posterior do bulboentre o sulco mediano posterior e o sulco lateral
posteriordividida em fascículos grácil e cuneiforme pelo sulco intermédio
posterior.
Cerebelo
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Localização
Consiste em dois hemisférios do cerebelo localizados atrás do bulbo e da
ponte e abaixo dos lobos occipitais do telencéfalo (cérebro) (Tortora, 2006)
Constitui o teto do IV ventrículo
Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo
occipital do cérebro pela tenda do cerebelo (uma prega da dura-máter)
Pedúnculo cerebelar inferiorliga-se à medula e ao bulbo.
Pedúnculo cerebelar médioliga-se à ponte
Pedúnculo cerebelar superiorliga-se ao mesencéfalo
Principais Funções
Manutenção do equilíbrio e da postura, controle do tônus muscular, controle
dos movimentos voluntários e aprendizagem motora. (Machado, 2005)
Lesão do cerebelo por trauma ou doença perturba a coordenação muscular, em uma condição
denominada ataxia (a=sem; -taxis=ordem) (Tortora, 2006)
Divisões Anatômicas
! Verme (vérmis)porção ímpar, mediana e mal demarcada, ligado aos
hemisférios cerebrais (duas grandes massas laterais) direito e esquerdo.
! Fissuras (sulcos)  transversais, dividem a superfície do cerebelo.
! Lóbulos divisão que não tem nenhum significado funcional; apenas
importância topográfica. (Machado, 2005)
Porções do cerebelo na face dorsal (superior)
Língula
Lóbulo central
Verme superior
Cúlmen
Declive
Fólio
Hemisférios
Asa do lóbulo central
Lóbulo quadrangular anterior
Lóbulo quadrangular posterior
Lóbulo semilunar superior
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Cérebro
! Dividido em hemisférios cerebrais, tem estrutura telencefálica (córtex
cerebral, substância branca, gânglios basais, corpo caloso).
! Formado pelo diencéfalo e o telencéfalo (hemisférios cerebrais), intimamente
ligados  corresponde ao prosencéfalo.
! Porção mais desenvolvida e mais importante do encéfalo (telencéfalo,
diencéfalo e o mesencéfalo superior), ocupa 80% da cavidade craniana.
(Machado, 2005)
Telencéfalo
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Funções
Fornece a capacidade para ler, escrever, falar; fazer cálculos e fazer música;
lembrar o passado, planejar o futuro; criar. (Tortora, 2006)
Localização
Compreende os dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo; porção mais
larga do encéfalo.
Incompletamente separados pela fissura longitudinal do cérebro, cujo
assoalho é formado pelo corpo caloso (principal meio de união).
Constitui-se do córtex cerebral (margem externa da substância cinzenta)
Cavidades (ventrículos)
Ventrículos laterais esquerdo (I) e direito (II) que se comunicam com o III
ventrículo pelo forame interventricular.
Divisão Anatômica dos Hemisférios Cerebrais em Pólos e Faces
PólosFrontal, Occipital e Temporal.
Facessúpero-lateral, convexa; medial, plana; inferior ou base do cérebro.
Sulcos do Cérebro
Fendas (depressões) entre lobos ou giros cerebrais.
 Sulco central (Rolando)entre os lobos frontal e parietal
 Sulco lateral (Sylvius)separa o lobo temporal dos lobos frontal e
parietal
 Sulco parieto-occipitalentre os lobos parietal e occipital
 Sulco do cíngulo delimita o giro do cíngulo
Fissura longitudinal do cérebrofenda inter-hemisférica dorsal
Giros ou Circunvoluções do Cérebro
Permite o córtex cerebral (substância cinzenta) enrolar-se e dobrar-se sobre
si próprio, de forma que possa ficar contido na cavidade do crânio.
 Separados um dos outros por depressões (fissuras ou sulcos).
 Giro pré-centralcontém a área motora primária do córtex
 Giro pós-centralcontém a área somatossensitiva primária do córtex
 Giros temporais superior, médio e inferior.
 Giro do cíngulo
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Diencéfalo
Localização
Encoberto no encéfalo do adulto pelos hemisférios cerebrais.
Parte de sua superfície ventral está exposta na fossa interpeduncular.
Dorsalmente está separado dos hemisférios cerebrais pela fissura cerebral
transversa.
Limitado lateralmente pela cápsula interna.
Caudalmente continua como o mesencéfalo (gradualmente).
Consiste em quatro estruturas, todas relacionadas ao III ventrículo: tálamo,
hipotálamo, epitálamo e subtálamo. (Machado, 2005; Lundy-Ekman, 2004)
Tálamo
Maior porção do diencéfalo (porção látero-lateral), constituído por duas
massas (núcleos) ovóides de substância cinzenta, unidas pela aderência
(adesão) intertalâmica.
Estruturas
Tubérculo anterior do tálamoextremidade anterior de cada lado
participa na delimitação do forame interventricular.
Pulvinar do tálamogrande eminênciaextremidade posteriorprojetase sobre os corpos geniculados lateral e medial.
 Corpo geniculado medialparte da via auditiva.
Metatálamo
 Corpo geniculado lateralparte da via óptica.
Relacionamentos Anatômicos
Superiormente Fissura Transversa do Cérebro e Ventrículos Laterais
Inferiormente  Hipotálamo e o Subtálamo.
Medialmente  III Ventrículo.
Lateralmente  Cápsula Interna (liga o córtex a centros nervosos subcorticais).
Considerações Funcionais e Clínicas
!
Funções relacionadas comSensibilidade, motricidade, comportamento emocional, ativação do córtex;
regulam a consciência, a ativação e a atenção
Afecções do tálamosíndrome talâmica
! Alterações da sensibilidadedor central, dor espontânea e pouco localizada, que se irradia a toda metade do
corpo situada do lado oposto ao tálamo comprometido.
!
!
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Hipotálamo
Pequena área que forma o soalho e a porção ventral das paredes laterais do
III ventrículo
Separado do tálamo através do sulco hipotalâmico (na parede do III
ventrículo).
Estruturas
Quiasma ópticocontinua rostralmente com os nervos ópticos e
caudamente com os tratos ópticos
Túber cinéreo eminência de substância cinzenta localizada entre o
quiasma óptico e os corpos mamilares.
Infundíbulo prolongamento em forma de funil que conecta o túber
cinéreo com a neurohipófise.
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! Neurohipófise (lobo posterior da hipófise)localiza-se na sela turca,
juntamente com a adenohipófise (lobo anterior da hipófise)
! Corpos mamilaresduas pequenas massas de substância
localizadas caudalmente ao túber cinéreo.
!
!
!
cinzenta
Mantém a temperatura corporal, a razão metabólica e a composição química dos tecidos e líquidos
dentro de limites funcionais ótimos.
Regula também os comportamentos alimentar, reprodutivo e de defesa, a expressão das emoções, o
crescimento e a função dos órgãos reprodutivos.
A glândula pineal influencia a secreção de outras glândulas endócrinas, incluindo a hipófise e a
supra-renal. (Lundy-Ekman, 2004)
Epitálamo
! Localiza-se póstero-superiormente ao tálamo.
! Constitui o limite dorsal do III ventrículo, acima do sulco hipotalâmico
Estruturas
! Glândula pineal órgão mais proeminenteendócrinarelacionada com
a inibição da função gonadal entre outras funções.
!
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!
Subtálamo
Zona de transição entre o tálamo e o tegmento do mesencéfalo
Situa-se abaixo do tálamo; de difícil visualização nas peças de rotina.
Limites
Lateralmentecápsula interna
Medialmente hipotálamo
Núcleo subtalâmico (corpo de Luys)pequena massa de substância cinzenta
que tem conexões aferentes e eferentes com o globo pálido.
Pequenas lesões(vasculares) podem destruir o núcleo subtalâmico e provocar o
hemibalismodesordem caracterizada por movimentos contínuos, violentos, como os movimentos de
uma ave, nos membros do lado oposto do corpo.
Divisão dos Hemisférios Cerebrais em Lobos
Frontal
! Separado do lobo parietal pelo sulco central.
! Forma a região anterior do hemisfério cerebral e se estende nas suas faces
lateral, medial e inferior.
!
Giro frontal inferior (giro de Broca)centro cortical da palavra falada (na maioria dos indivíduos).
Limites
! Sulco lateralsepara do lobo temporal;
! Sulco centralsepara do lobo parietal.
! Sulco subfrontal e seu ramo ascendenteseparam do lobo do cíngulo e do
lobo parietal, respectivamente.
Parietal
! Forma a parte média superior do hemisfério, limitado na face lateral pelo
sulco central, que o separa do lobo frontal.
! Separado do lobo occipital pelo sulco parieto-occipital
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!
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Giro pós-centralimportante área sensitiva do córtex (área somestésica)
Temporal
! Porção inferior do hemisférioalojado na fossa craniana média
! Limite superiorsulco lateral que o separa do lobo frontal e do lobo
parietal.
! Limite posteriorlinha convencional que desce do sulco parieto-occipital
até a incisura pré-occipital.
!
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!
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Lobo límbicosistema límbicorelacionado com o comportamento emocional e o controle do
sistema nervoso autônomo.
Occipital
Ocupa a extremidade posterior do hemisfério, com forma de pirâmide
triangular.
Limite medialsulco parieto-occipitalsepara do lobo parietal
Limite lateralcontinuação convencional do sulco parieto-occipital até a
incisura pré-occipital
Corpo calososeparação dos lobos parietal e temporal.
Relacionado com o sentido da visão
Lobo Límbico
! Localizado na região medial do hemisfério cerebral
! Constituição (componentes corticais)  Unco, Giro Parahipocampal, Istmo
do Giro do Cíngulo e Giro do Cíngulo (Machado, 2005)
!
Sistema límbicorelacionado com o comportamento emocional e o controle do sistema nervoso
autônomo e os processos motivacionais essenciais à sobrevivência da espécie e do indivíduo, como
fome, sede e sexo. (Machado, 2005)
Lobo da Ínsula (Insular ou ínsula)
! Não pode ser visto na superfície (coberto por partes dos lobos frontal,
temporal e parietal).
! Encontra-se profundamente situado em relação ao sulco lateral.
Sistema Nervoso Periférico (SNP)
! Constituído por cordões esbranquiçados (nervos) que unem o Sistema
Nervoso Central (SNC) aos órgãos periféricos
 Nervos cranianos (nervos encefálicos) união com o encéfalo.
 Nervos espinhais (nervos medulares) união com a medula espinal.
Função dos Nervos
! Condução dos impulsos nervosos  do SNC para a periferia (eferentes) e da
periferia para o SNC (aferentes)
! Formação do SNP Nervos Cranianos (12) e Nervos Espinais (31)
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Nervos cranianos (nervos encefálicos)
! Doze pares de nervos ligados ao encéfalo simetricamente dispostos.
NOME
Nº
FUNÇÃO
Olfatório
I Sensitivo: cheiro
Óptico
II Sensitivo: visão
Motor: M. esfíncter da pupila e m. ciliar; m. retos superior,
Oculomotor III
inferior e medial, oblíquo inf. do olho; levantador palp. Sup.
Troclear
IV Motor: m. oblíquo superior do olho
Sensitivo: pele da face, couro cabeludo, dentes, mucosa
Trigêmeo
V cavidades nasal e oral;
Motor: mm. mastigação
Abducente VI Motor: músculo reto lateral do olho
NOME
Facial
Nº
VII
FUNÇÃO
Sensitivo: gosto (2/3 anteriores da língua)
Motor: músculo da expressão facial; glândulas lacrimal,
sublingual e submandibular
Vestíbulococle
VIII Sensitivo: equilíbrio; audição
ar
Motor: glândulas parótidas; m. da deglutição (faringe
Glossofarínge
sup.)
IX
o
Sensitivo: gosto (1/3 posterior da língua); faringe
superior.
Motor: músculo da deglutição e vocalização (faringe,
Vago
X
laringe, palato mole); órgãos viscerais do tronco
Motor: mm. da rotação lateral da cabeça (ECOM e
Acessório
XI
trapézio); mm. de deglutição e vocalização, via n. vago.
Hipoglosso
XII Motor: mm. da língua
!
!
!
!
!
!
!
Nervos Espinais
Conduzem impulsos entre estruturas não nervosas e a medula espinal.
Responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e partes da cabeça.
31 pares de nervos agrupados segmentariamente conectados a segmentos
correspondentes da medula espinal.
 8 cervicais; 12 torácicos; 5 lombares; 5 sacrais; 1 coccígeo.
Formação do nervo espinalunião das raízes dorsal e ventral (gânglio
espinal)
Emergem do canal vertebral através dos forames intervertebrais
Divisão em ramos
Dorsaisdistribuição aos músculos e à pele da região dorsal do tronco, da
nuca e da região occipital.
Ventrais distribuição à musculatura, pele, ossos e vasos dos membros;
região ântero-lateral do pescoço e tronco.
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Dermátomos
! Clinicamente é a área da pele inervada por um único nervo ou nível da
medula espinal (Drake, 2005)
Miótomos
! Região do músculo esquelético inervada por um único nervo da medula
espinal. (Drake, 2005)
MENINGES CRANIANAS
Camadas de tecido conjuntivo que envolvem, protegem e sustentam o encéfalo
dentro da cavidade craniana
Dura-máter (mais externa)
! Revestimento espesso, rijo e externo do encéfalo.
Septos da dura-máter
! Foice do cérebroestrutura em forma de meia-lua que se projeta
caudamente, entre os dois hemisférios cerebrais.
! Tentório do cerebelo (tenda) projeção horizontal da dura-máter que reveste
e separa o cerebelo, na fossa posterior.
! Foice do cerebelo pequena projeção de dura-máter na linha média, na
fossa posterior do crânio.
! Diafragma da sela  pequena prateleira de dura-máter que cobre a fossa
hipofisária, na sela turca do osso esfenóide.
Aracnóide-máter (média)
! Membrana delgada avascular contra a superfície interna da dura-máter,
mas não aderente a ela.
Pia-máter (interna)
! Membrana fina e delicada que reveste intimamente a superfície do encéfalo,
seguindo o seu contorno.
!
!
!
!
Líquido Cerebrospinal (Líquor)
Fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades
ventriculares.
Função primordial
Proteção mecânica do SNC, formando um verdadeiro coxim líquido entre o
SNC e o estojo ósseo. (Machado, 2005)
Eficiente mecanismo amortecedor dos choques que frequentemente atingem
o SNC.
Formação
Formado pela totalidade do revestimento do espaço liquórico interno (o
epêndima), especialmente na região dos plexos corióideos dos ventrículos
laterais, III e IV ventrículos. (SOBOTTA, 2000)
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Circulação
! Ventrículos laterais (maior contingente liquórico produzido)  forame
intervertebrais  III ventrículo  aqueduto mesencefálico  IV ventrículo
 espaço subaracnóideo.
Reabsorção
! Reabsorvido no sangue principalmente através das granulações aracnóideas
que se projetam no interior dos seios da dura-máter.
!
Hidrocefalia processos patológicos que interferem na produção, circulação e absorção do líquor.
VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DO ENCÉFALO
! Irrigação do encéfalo Artérias carótidas internas e vertebrais, originadas
!
!
!
!
!
!
!
no pescoço.
Penetram no encéfalo a partir de vários pontos de sua superfície.
Artéria Carótida Interna
Ramo de bifurcação da carótida comum
Divide-se em dois ramos terminais: artérias cerebrais média e anterior.
Artérias Vertebrais
Direita e esquerda destacam-se das aa. Subclávias, sobem no pescoço dentro
dos forames transversos das vértebras cervicais.
Artéria Basilar
Fusão das duas aa. vertebrais aproximadamente ao nível do sulco
bulbopontino.
Originam as aa. cerebelares inferiores posteriores (irrigam porção inferior e
posterior do cerebelo; área lateral do bulbo)
Forma as aa. cerebrais posteriores direita e esquerda.
Círculo Arterial do Cérebro (Polígono de Willis)
! Uma anastomose arterial de forma poligonal (anel) situado na base do
cérebro.
 Circunda o quiasma óptico, o infundíbulo, o túber cinéreo, os corpos
mamilares e a fossa interpeduncular.
! Interconexão dos sistemas vertebrobasilar e da carótida interna.
Formação
 A. Comunicante anterior
 Aa. Cerebrais anteriores D/E
 Aa.Carótidas internas D/E
 Aa. Cerebrais médias D/E (Machado, 2005)
 Aa.Comunicantes posteriores D/E
 Aa. cerebrais posteriores D/E
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REFERÊNCIA
DANGELO, J. G; FATTINI, C. A. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. São Paulo: Atheneu,
2004, 2ª Ed.
DI DIO, L. J. A. Tratado de Anatomia Sistêmica Aplicada, volume 2. São Paulo: Editora Atheneu,
2002.
DRAKE, R. L; VOGL, W; MITCHELL, A. W. M. Gray’s Anatomia Clínica pra Estudantes. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2005.
LENT, R. Cem Bilhões de Neurônios; conceitos fundamentais de neurociência. São Paulo: Editora
Atheneu, 2004.
LUNDY-EKMAN, L. Neurociência: Fundamentos para Reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
MACHADO, A. B. M. Neuroanatomia Funcional. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. Volume 1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANATOMIA. Terminologia Anatômica Internacional.
TORTORA, G. J. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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