Depois de queda em 2015, exportação para a China volta a

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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS G QUINTA-FEIRA E SEXTA- FEIRA, 26 E 27 DE MAIO DE 2016
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Economia
Puxadas pelo crescimento dos embarques de commodities, as vendas brasileiras para o gigante
asiático aumentam em valor e em volume neste ano; especialista acredita em crescimento maior
Depois de queda em 2015, exportação
para a China volta a crescer em 2016
COMÉRCIO EXTERIOR
Renato Ghelfi
São Paulo
[email protected]
G As vendas para a China renderam 17% a mais para o Brasil nos quatro primeiros meses
deste ano. No mesmo período,
o volume exportado aumentou 30%, puxado pelo incremento nos embarques de produtos básicos.
No total, produtores e empresários brasileiros receberam US$ 11,268 bilhões dos
chineses em quatro meses. O
volume de vendas já supera
os 87 bilhões de quilos, segundo dados do Ministério
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
A alta do valor dos embarques, na comparação com
2015, reverte a trajetória de
queda nos ganhos com as exportações. Na comparação
entre o ano passado e 2014,
as vendas tiveram retração de
12% no rendimento.
“Essa diminuição, no ano
passado, pode ter feito parte
de um movimento cíclico, já
que a demanda nunca é totalmente constante”, disse
Renata Amaral, consultora da
Barral M Jorge. Segundo ela,
a China “sempre vai precisar”
de commodities e o mercado
do gigante asiático está “distante do esgotamento”.
A venda de produtos básicos rendeu US$ 9 bilhões para o Brasil nos quatro primeiros meses de 2016, ante US$
7,7 bilhões no primeiro quadrimestre do ano passado.
Entre janeiro e abril, a venda de soja, principal produto
negociado com os chineses,
teve alta de 48% em valor e
de 60% em volume, na comparação com igual período
do ano passado. Em 2016, já
foram obtidos US$ 5,8 bilhões
com os 16 bilhões de quilos exportados do grão.
Além da soja, o crescimento
do volume exportado também
foi registrado nos embarques
de minério de ferro e petróleo,
segunda e terceira principais
mercadorias nas trocas com os
chineses. Entretanto, o valor
destas vendas recuou na comparação com o ano passado.
Já o rendimento das exportações de produtos industrializados cresceu em 2016. Entre
janeiro e abril, foram recebidos
US$ 2,2 bilhões com embarques de semimanufaturados e
manufaturados, frente a US$
1,9 bilhão em 2015.
Outro fator importante para
o avanço das negociações com
os chineses foi a desvalorização da moeda brasileira, lembrou Amaral. Ela também
adiantou que as exportações
podem crescer ainda mais nos
próximos meses. “Vemos que o
[ministro da agricultura] Blairo
Maggi vai viajar para a China.
Ele deve falar em nome de vários setores e promover as vendas brasileiras”, completou.
Por outro lado, as importações brasileiras da China despencaram em 2016. Com a
desvalorização cambial e a retração econômica, as compras
do Brasil tiveram queda de
40% em valor e de 33% em volume no primeiro quadrimestre. Os principais produtos importados foram barcos ou
guindastes e partes para aparelhos de telefonia.
C o n j u n tu ra
Sobre a atual situação do país
asiático, Caio Megale, economista do Itaú Unibanco, ressaltou a “reação” político-econômica do governo chinês após
os “sustos” do começo deste
ano, causados pelas fortes
quedas no mercado de capitais. “Em geral, acho que a China pode ser um risco se a economia local desacelerar mais
rápido. Mas a tendência, agora, é de estabilidade”, acrescentou o entrevistado.
Em almoço com jornalistas,
Megale apresentou as últimas
análises macroeconômicas do
Itaú para o Brasil. E em relação
ao comércio exterior, foram
destacadas “menores preocupações com a China” e a “recuperação nos preços dos produtos básicos”.
O provável crescimento da
taxa de juros nos Estados Unidos, porém, pode afetar o País
no curto prazo. Um dos impactos seria a valorização do dólar
frente ao real. Para o Itaú, a
moeda americana deve custar
R$ 3,75 no final de 2016.
Entretanto, Megale ressaltou
que a elevação dos juros nos
EUA indica que a economia do
país tem, hoje, uma “saúde
melhor”. “Os Estados Unidos
são uma locomotiva para a
economia global, puxam o
crescimento de todo o mundo.
Juro a zero lá [nos EUA] não
pode ser uma coisa boa, é um
sinal de que algo está errado”.
Sobre a previsão para a taxa
de câmbio neste ano, Megale
afirmou também que o valor
pode variar entre R$ 3,40 e R$
4. O primeiro cenário seria
possível se os ajustes fiscais no
Brasil forem promovidos e se a
economia global não enfrentar
grandes dificuldades. Caso
contrário, poderia valer a segunda possibilidade. Ele ressaltou, ainda, que as “grandes
ondas cambiais” já aconteceram e o cenário para a moeda
brasileira é “mais previsível”.
DREAMSTIME
Pequim, na China: produtores e empresários brasileiros receberam US$ 11,268 bilhões dos chineses em quatro meses, segundo MDIC
Inflação em
São Paulo
avança 0,50%
Itaú prevê melhora com mudança fiscal
PREÇOS
Renato Ghelfi
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo,
acelerou de 0,41% para uma
alta de 0,50% na terceira quadrissemana de maio, segundo
a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Em Habitação, a alta dos
custos avançou de 0,13% para 0,22% na terceira quadrissemana; em Alimentação, de
0,50% para 0,70%; em Despesas Pessoais, de 0,92% para
1,18%; e em Vestuário, de
0,75% para 0,99%. Por outro
lado, houve desaceleração
em Saúde para 1,99%. Os
custos de Educação subiram
0,16%. /Estadão Conteúdo
G
CONJUNTURA
São Paulo
[email protected]
G O quadro econômico brasileiro deve melhorar caso ajustes fiscais, como o aumento da
desvinculação de receitas e a
reforma da previdência, sejam
realizados, avaliam economistas do Itaú Unibanco.
Com as medidas, que também incluem a aprovação de
um teto para as despesas públicas, os gastos do governo
central começariam a cair em
dois anos. A queda aconteceria mesmo que o aumento do
Produto Interno Bruto (PIB)
não supere 1%.
Sem os ajustes fiscais, por
outro lado, a economia do
País precisaria crescer 3% ao
ano para manter os gastos do
governo estáveis em relação ao
tamanho do PIB.
As perspectivas foram apresentadas, na quarta-feira, pelos economistas do Itaú Felipe
Salles e Caio Megale. Segundo
eles, a economia do País ainda
não atingiu o fundo do poço.
“Enquanto alguns setores já
começam a se recuperar, outros começaram a ser afetados
pela crise neste ano”, afirmou
Megale. De acordo com o economista, alguns ramos da indústria já estariam começando
uma retomada. Já áreas relacionadas a serviços, como entretenimento, passaram a ter
problemas só em 2016.
Para Salles, o mercado de
trabalho deve continuar perdendo força nos próximos meses, com novas altas do desem-
prego. “O emprego é o último
vagão do trem, vai melhorar
depois que a economia estiver
estável”, explicou.
Salles destacou, entretanto,
o ajuste nas contas externas,
favorecido pelo crescimento
da balança comercial e pelo recuo do déficit em transações
correntes neste ano.
As previsões do banco para
2016 foram mantidas, ainda
que os ajustes possam levar a
alterações nos próximos meses. Segundo o Itaú, a taxa básica de juros (Selic) deve encerrar o ano em 12,25%. A inflação
oficial (IPCA) deve cair para
6,9% e o desemprego (PNAD),
avançar para 12,5%. Já o PIB
brasileiro deve ter retração de
4% em 2016.
BM Bezerra de Menezes Corretora de Câmbio e Valores S.A.
CNPJ/MF nº 07.700.131/0001-20
Declaração de Propósito
(Cancelamento da Autorização para Funcionamento)
A BM Bezerra de Menezes Corretora de Câmbio e Valores S.A., inscrita no CNPJ/MF sob o
nº 07.700.131/0001-20: I - Declara sua intenção de alterar o seu estatuto, modificando o seu objeto social,
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II - Esclarece que, nos termos da regulamentação em vigor, eventuais objeções à presente declaração
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dias contados da data da publicação desta, por meio formal em que os autores estejam devidamente
identificados, acompanhado da documentação comprobatória, observado que o declarante pode,
na forma da legislação em vigor, ter direito a vistas do processo respectivo. Banco Central do Brasil Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf). Gerência-Técnica em São Paulo (GTSP).
Avenida Paulista, 1.804 - 5º andar, 01310-922, São Paulo - SP. Processo nº 1601616672.
São Paulo, 25 de maio de 2016
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