Marcio Victorino www.dominandoti.com.br Discursiva MPU - BD - 2010 Redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE SGBD RELACIONAL EM ORGANIZAÇÕES Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: • métodos top-down e bottom-up utilizados na elaboração de um projeto SGBD relacional; • métodos de derivação formal e informal dos modelos descritivo, conceitual (projeto lógico) e operacional (projeto físico). Segundo Navathe (2002): i) Projeto de Banco de Dados Relacional: Consiste em projetar a estrutura física e lógica de um ou mais banco de dados para acomodar as necessidades de informações dos usuários em uma organização para um conjunto definido de aplicações. Pode ser organizado em seis fases: • Coleta e análise de requisitos. • Projeto Conceitual do Banco de Dados. • Escolha do SGBD. • Projeto Lógico do Banco de Dados. • Projeto Físico do Banco de Dados. • Implementação e tuning do Banco de Dados. ii) Método top-down: iniciamos com um esquema contendo abstrações de alto nível e então aplicamos sucessivos refinamentos de cima para baixo. Por exemplo, podemos especificar somente poucos tipos de entidades de alto nível e então, enquanto especificamos seus atributos, dividimos os mesmos em tipos de entidades e relacionamentos de nível inferior. O processo de especialização para refinar um tipo de entidade em subclasses é outro exemplo desta estratégia. iii) Método bottom-up: inicia-se com um esquema contendo abstrações básicas e em seguida combina-se ou adiciona-se a essas abstrações. Por exemplo, podemos iniciar com os atributos e agrupá-los em tipos de entidades e relacionamentos. Podemos adicionar novos relacionamentos entre tipos de entidades, à medida que o projeto avança. O processo de generalizar tipos de entidades em superclasses generalizadas de nível mais elevado é outro exemplo desta estratégia. 1 Marcio Victorino www.dominandoti.com.br Segundo Setzer (1989): Afigura apresenta os vários níveis de abstração envolvidos no processo de se tratarem informações por meio da máquina abstrata (isto é, matemática) que é um computador, segundo a visão de Setzer. i) Modelo Descritivo: é formado pelas informações informais, e é caracterizado por relatórios escritos em uma linguagem natural. É importante que haja uma descrição por meio de frases, preferivelmente sem (ou com um mínimo) uso de conceitos matematicamente formais. Nesse nível, denominado nível descritivo, a descrição de um universo deve ser totalmente inteligível para as pessoas que interagem normalmente com ele, sem se exigir um conhecimento adicional ao que normalmente empregam nessa interação. Essa descrição deve ser a mais organizada possível e constituir um modelo da realidade, denominado modelo descritivo. Não há regras formais para se desenvolver esse modelo, pois tanto o mundo real quanto o próprio modelo descritivo não são formais. Assim, pode-se no máximo dar certas diretrizes de como derivá-lo do mundo real e como organizá-lo. 2 Marcio Victorino ii) www.dominandoti.com.br Modelo Conceitual: é o das informações formais, em que o modelo desenvolvido deve ser estritamente formal. Como o objetivo é chegar-se, em um nível posterior, a um modelo computacional, isto é, que pode ser fornecido a (e processado por) um computador, o formalismo a ser adotado é o da matemática. Esses modelos são denominados modelos conceituais, para caracterizar que são baseados em símbolos para os quais deve haver uma conceituação rigorosa. Nos modelos conceituais aparecem dois aspectos distintos, em geral misturados nos modelos descritivos: trata-se das estruturas de informações e das manipulações das informações. Neste nível é conveniente definirse uma linguagem para se especificar as estruturas das informações, ou Linguagem de Definição das Estruturas de Informação (LDEI), e uma linguagem para se especificar as manipulações, ou Linguagem de Manipulação de Informações (LMI). Ambas podem ser fundidas em uma só linguagem, a Linguagem de Especificação de Informações (LEI). iii) Modelo Operacional: é o nível dos dados, que são os símbolos a serem introduzidos no computador, tanto na descrição de estruturas (meta-dados, isto é, dados que descrevem os dados) como aqueles que constituem os dados a serem propriamente processados pela máquina. A máquina vai operar com os dados, este é o motivo pelo qual os modelos que descrevem os dados serem denominados modelos operacionais; e o nível em questão ser denominado nível operacional. Cabe ressaltar que existe distinção entre informações formais e dados. As primeiras podem seguir qualquer formalismo matemático, podem existir no papel ou mesmo na mente humana. Os últimos devem ser expressos de tal forma que um computador os possa receber e tratar. No modelo conceitual formal, devese expressar as informações o mais próximo possível do mundo real (ou do modelo descritivo), de modo que a fórmula matemática seria a maneira adequada. No entanto, no modelo operacional essa fórmula teria que ser expressa provavelmente em forma algorítmica, que certamente não será tão clara e compreensível como a original. Da mesma maneira que no nível conceitual, o usuário deverá usar linguagens de especificação tanto das estruturas de dados (meta-dados), como do tratamento (gravação, atualização, eliminação, leitura e processamento) que ele deseja dar aos dados. Essas duas linguagens são denominadas de Linguagem de Descrição de Dados (DDL) e Linguagem de Manipulação de Dados (DML), provenientes de “Data Description Language” e de “Data Manipulation Language” respectivamente. Os modelos de dados do nível operacional dividem-se tradicionalmente em Modelo Relacional (MR), Modelo de Redes (MRd) e Modelo Hierárquico (MH). 3 Marcio Victorino www.dominandoti.com.br Referências Bibliográficas ELMASRI, R.; NAVATHE, S. B. Sistemas de Banco de Dados – Fundamentos e Aplicações. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC S.A., 2002. SETZER, VALDEMAR W. Banco de dados – conceitos, modelo, gerenciadores, projeto lógico e projeto físico. São Paulo, Editora Edgard Blücher Ltda., 3ª edição, 1989. 4