(Y). - Universidade do Minho

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MACROECONOMIA I
ESCOLA DE ECONOMIA E GESTÃO
UNIVERSIDADE DO MINHO
- -
1
CAPÍTULO V
MODELO IS/LM (MODELO HICKSIANO)
EM ECONOMIA FECHADA
- -
2
 INTRODUÇÃO E HIPÓTESES DO
MODELO
No quadro do pensamento keynesiano a análise do
equilíbrio (desequilíbrio) macroeconómico:

Passa pela abordagem simultânea dos dois mercados
da atividade económica global, que se caracterizam pela
sua forte interdependência:
. MERCADO REAL (DE BENS E SERVIÇOS).
. MERCADO DE ATIVOS FINANCEIROS
(E MERCADO MONETÁRIO).
 O Modelo IS/LM: baseia-se na interpretação feita por
John Hicks da Teoria Geral de Keynes.
Trata do equilíbrio simultâneo nos mercados real
(de bens e serviços) e monetário  averigua do
equilíbrio nos mercados que constituem:
- -
3

O lado da procura (agregada) de um modelo
macroeconómico.
Até agora temos abstraído do fenómeno monetário que
caracteriza as economias modernas (i.e., a existência de
procura e oferta de moeda).
Mantemos a hipótese anterior de: (P = P ).
►
Modelo a Preços Constantes: Função “AS”
Horizontal.
ESQUEMA
MERCADO REAL (IS) ------- L t (Y) -------- MERCADO MONETÁRIO (LM)
Condição de Equilíbrio (1) ----- (SIMULTÂNEO) ------ Condição de Equilíbrio (2)
<---------------------------------------- I (i real) <-------------------------------(1)
(2)
- L(s) = Ld (Lt +
(em valores reais)
.Y=A
.“S” = “E”
Ls) = (M/P)
i 0,Y 0
(1) e (2)
.Iu=0
- (i) garante do equilíbrio “LM”→
mecanismo de transmissão entre os dois
mercados (i) efeito multiplicador -–> Y = A.
- -
4
► Pretende-se
determinar o par de valores (i o, Y o)
que equilibram (em simultâneo) os dois mercados
(1) e (2).
IS  Investimento = Poupança (Investiment = Saving).

Condiçãode equilíbrio no mercado real (de bens e
serviços).
LM  Procura de Moeda = Oferta de Moeda
(Liquidity = Money).

Condição de equilíbrio no mercado monetário.
Hicks, J.R. (1937): “Mr.Keynes and the Classics: A
Suggested Interpretation”, Econometrica.
- -
5
 OBJETIVOS DO MODELO
O modelo IS-LM: aprofunda a análise efectuada com
base no modelo keynesiano simples.
A taxa de juro passa a ser uma variável endógena, isto é,
explicada pelo modelo, em vez de ser um dado fixo.
No modelo keynesiano simples, analisou-se apenas o
equilíbrio macroeconómico no mercado de bens e serviços.
No modelo IS-LM

considera-se também o mercado
monetário, e, consequentemente, o mercado financeiro.
- -
6
 A FUNÇÃO INVESTIMENTO
(REVISITADA)
Quais são as escolhas de que dispões um investidor?
Alternativa 1: Aplicar o dinheiro (seu ou alheio)
num activo financeiro sem risco e auferir juros a
uma taxa real r (ou i) (*)
Alternativa 2: Aplicar o dinheiro (seu ou alheio)
num activo real (e.g. uma nova máquina) e auferir
lucros adicionais futuros, com risco.
O investidor escolhe aquela que gerar um
maior ganho esperado.
(*) Por vezes representamos a taxas de juro real (r) pela letra i
(dado estarmos perante um modelo a preços constantes).
- -
7
Valor presente dos lucros no ano t:
II Act t = II t / (1 + r)t
II Act t = Valor actualizado dos lucros de t
r/i = Taxa de juro real
II t = Lucros do ano t, a preços do ano 0
II Act t = É o equivalente no ano 0 do montante
(a preços constantes) II t: que só será
recebido daí a t períodos.
Exemplo:
Despesa de investimento: 450 000 euros
Duração do projecto: 5 anos
Taxa de juro real (i/r): 4,5% / ano
Lucros esperados (II t) a preços do ano base: 100 000
euros
- -
8
À partida este investimento parece valer a pena, já que:
500> 450.
Mas este raciocínio não considera o custo de
oportunidade do projecto (a alternativa 1):
Nota: II Actt = IIt / (1+r)t  IIt = IIActt * (1+r)t
Valor presente dos lucros esperados totais:
5
VP =  II = 95.7+91,6+87,6+83,9+80,2 = 439 milhares de euros
t 1
t
 Como VP = 439 < 450 (custo do investimento) o
projecto não é viável.
É preferível aplicar o dinheiro no activo financeiro.
- -
9
Uma descida suficientemente grande da taxa de juro
real tornaria o projecto viável
►
VP> Custo do
Investimento.
O valor presente de um projecto  depende
negativamente da taxa de juro real.
Logo: o investimento empresarial depende
negativamente da taxa de juro real.
Da taxa de juro real, e não da taxa de
juro nominal... Porquê?
Assim, quanto maior for a taxa de juro real menor
será o número de projectos viáveis numa economia.
Logo: Menor será a despesa real em
investimento.
- -
10
 Análise Alternativa (Função Investimento)
► Custo
5
do Investimento =  II / (1+t x r)t
t 1
t
t x r = taxa de rentabilidade ou eficácia marginal do
capital.
Então:
. t x r > r/i

investe
. t x r < r/i

não investe
A função de investimento apresenta as
seguintes características:
Pretende modelizar as intenções de despesa (a
preços constantes) em investimento.
Assume que a taxa de juro real é o principal
determinante deste comportamento, ceteris paribus.
Impõe restrições sobre a reacção de I a (r/i).
- -
11
Hipóteses Sobre os Comportamentos:
1. Trata-se de uma função contínua e diferenciável:
I = I (r) ou I = I (i)
2. Esta função só tem sentido económico para um
valor positivo do investimento (bruto).
I (r)> 0
3. Quanto maior for a taxa de juro real
►
menores
serão as intenções de despesa das empresas (e
famílias) em bens de capital:
I´(r) = d I / d r < 0
■ Para o 1º ano, vamos utilizar uma aproximação
linear à função geral:
I = I - b* i (b ≥ 0)
- -
12
I – Intenções de despesa em investimento, medidas
em u.m. (do ano base/u.t.).
r/i – Taxa de juro real, medida em (u.t.)-1
b – Sensibilidade do investimento à taxa de juro,
medida em u.m. (do ano base).
I
– Investimento autónomo, medido em u.m. (do ano
base)  parte do I que não depende de ( r/i ) (*)
É obrigatoriamente positivo.
(*) A variável “I” depende também de outras determinantes: nível de
rendimento, Y; expectativas dos empresários quanto ao lucro a médio
e longo prazo “animal spirits”; sistema fiscal, etc.).
Taxa de juro real e taxa de juro nominal
Recorde-se que a relação entre taxa de juro
real e nominal
ir≈in-

e
- -
13
Taxa de juro real e taxa de juro nominal coincidem
quando a inflação esperada é nula.
Variações no juro nominal são variações no juro
real, se a inflação esperada não variar.
Vamos supor que as expectativas de inflação
são nulas (ou pelo menos exógenas).
■ Representação gráfica da função de
investimento (versão linear)
- -
14
■ A Função Investimento
Depende entre outras coisas:
 Da taxa de juro (real), r/i.
 Do nível do rendimento, Y (do ponto do ciclo
económico).
 Das expectativas dos empresários quanto aos
lucros a médio e longo prazos “animal spirits”.
 Do sistema fiscal.
Assim temos a seguinte função:
I = f (i real; Y; expectativas; sistema fiscal...)
- -
15
NOTAS ADICIONAIS:
No estudo até agora realizado
►
pressuposto básico e
simplificador
I=
I
A partir deste momento (hipótese mais realista):
I = Variável “endógena” (dependente do valor da taxa de
juro real, i).
i = Custo efectivo ou de oportunidade do investimento.
I = I - b* i (b> 0 e I> 0), relação linear (inversa).
(b) = Parâmetro que mede a  sensibilidade do
investimento (I) face a taxa de juro real (i).
Para uma ∆ i real  qual a ∆I esperada?
Tudo dependerá do valor da grandeza de (b).
- -
16
(-b* i)  Componente induzida do investimento
(precedido de sinal negativo).
 Relação
inversa entre o valor da (i real) e o nível
do (I).
(-b) = (∆I / ∆ i) = Montante (em u.m.) que o investimento
“varia” por unidade de ponto
percentual de variação de (i real).
Δ I = - b* ∆ i
■ Análise Geométrica da Função Investimento
I=
I
- b* i  Temos, a seguinte a expressão inversa
(para fins de representação cartesiana):
i = ( I / b ) - ( I / b )  t g α = (- 1 / b)
= declive da função investimento.
Para ( i =0  I = I ) e para [ I = 0
- -

i = ( I / b )]
17
Taxa de juro real e taxa de juro nominal
Recorde-se que a relação entre taxa de juro real e
nominal:
i n≈ i r+ 

i r= i n - 
Taxa de juro real e taxa de juro nominal coincidem
quando a inflação é nula.
Variações no juro nominal são variações no juro
real, se a inflação não variar.
NOTA: Modelo a Preços Constantes: (P =P¯)  i r = i n
- -
18
Quando a inflação se mantém constante
►
pode-se
escrever que o investimento depende da taxa de juro
nominal.
I^= [t g α] = │1 / b │
ii
P= P
in = ir + 0
in = ir
I/b
i= I /b–I/b
α
0
I
I
■ Alterações da Função Investimento
■ Deslocamentos Paralelos (casos de ∆ I ):
.∆I
(+)  Deslocamento para a direita e para cima da
função investimento.
.∆ I
(-)  Deslocamento para a esquerda e para baixo da
função investimento.
- -
19
i
I + ∆I / b
. t g α = │1 / b │ igual I^
I/b
I -∆I /b
I (i)
i0
α
0
I -∆I
I
I + ∆I
I
■ Alterações do declive (casos de ∆ b)  rotação em
torno da abcissa na origem, I ).
∆ b (+)  │1 / b | desce  menor declive da função “I”.
Assim, para uma dada (∆ i)  (∆I) maior.
∆ b (-)  │1 / b] sobe  maior declive da função “I”.
Assim, para uma dada (∆ i) (∆I) menor.
- -
20
Notas:
i
. b´´ > b > b´
I / b´
.│tgα´´│ < │tgα│ < │tgα´│
b↓
I/b
↑
b↑
↓
I / b´´
. ∆I´´> ∆I
> ∆I´ ← dado ∆ i
I (i)
α´
α´´
0
I
I
 A FUNÇÃO IS
■ Hipóteses do Modelo
■ Modelo
de curto prazo com as hipóteses de desemprego de
recursos e preços dados.
■ Os
níveis de produto e emprego  são determinados
pelas condições do lado da procura (agregada):
 Não oferecendo o lado da oferta: qualquer restrição ou
constrangimento ao aumento da produção e do emprego
(Curva “AS” horizontal).
- -
21
■O
nível de preços é determinado pelas condições do lado
da oferta (agregada) que se admitem exógenas
 A inflação somente pode ser causada por choques no
lado da oferta agregada

modelo “cost push”.
■ Função Procura Agregada
■ A procura agregada de bens e serviços é explicada pelo
rendimento/ produto do período (e por factores exógenos
ao modelo).
Factores de ordem política (económica), e.g. consumo
público, impostos,…
Factores
comportamentais,
em
particular,
as
suas
expectativas quanto à taxa de rentabilidade esperada dos
projectos de investimento.
■ “Ex ante: nada garante, como vimos, em
Keynes: Y = A/D; S = I; I u = 0.
- -
22
Pode gerar-se uma situação de:
. Excedente de produção (acumulação involuntária de
stocks)  ↓ produção e ↓ N.
. Quebra não planeada nos stocks (aumento das
encomendas por satisfazer)  ↑ produção e ↑N.
■ A Função Procura Agregada tem:
Uma componente que não depende do rendimento do
período (procura autónoma), dependente de factores
exógenos que o modelo não explica, que se representam
por E).
Uma componente que depende do rendimento do
período (procura induzida).
A = A (Y, E )
+ ?
- -
23
■ No
modelo particular de três sectores (economia fechada)
essa função era a seguinte: (HIPÓTESE: T= t* Y)
Nota : T = T
+ t Y A procura agregada autónoma “ A ”
incluirá a parcela: (- c T ).
. A = C +c R + I
+ G + c* (1- t) * Y
. A = C +c R + I
+ G  Procura agregada autónoma.
(1)
. c* (1 - t)* Y  Procura agregada induzida
►
cuja
propensão marginal para gastar (no
consumo) o rendimento nacional, Y
0 < c* (1 - t) < 1
É uma componente da procura agregada que varia no
mesmo sentido do rendimento (produto)

ainda que em
menor proporção.
- -
24
AGORA:
 Taxa
de juro (i)  é um dos factores que pode afectar as
decisões de investir. Considera-se que:
As mudanças na taxa de juro são exógenas.
A única componente da procura de bens sensível
variações na taxa de juro

a

é a procura de bens de
investimento pressupondo que, tudo o mais constante, o
volume de investimento desce com a subida na taxa de
juro.
NOTA: A taxa de juro representa ou o custo do
financiamento dos projectos de investimento ou
uma medida da taxa de rentabilidade esperada
de projeto alternativo sem risco  Custo
efetivo ou custo de oportunidade.
■ A Procura de Investimento (I) é representada por uma
função linear negativa da taxa de juro (i)  (I) passa a ser
uma variável endógena:
- -
25
I = I - b* i
.
I
(2)
Parcela do investimento explicada por todos os
outros factores que se mantêm exógenos no modelo.
. “b”  Sensibilidade da procura de investimento face a
variações na taxa de juro.
■ A função procura de investimento (2) continua a ser uma
função não explicada pelo rendimento (Y) (produto e
emprego) do período, fazendo parte da componente
autónoma da procura de bens e serviços.
■ A função procura agregada passa a
representar-se por:
A=
C
+c R +
I
+ G + – b* i+ c* (1 - t)* Y
[A¯ inclui (-c T ), se: T =
A = A (Y, i,
T
+ t* Y]
E)
(1´)
. A (i) = A – b* i
. c * (1 - t)* Y
+ - ?
- -
26
. Y  A (mas, A = c* (1-t)* Y < Y)
. i I  Y
■ Representação Gráfica da Função Procura
Agregada
. Espaço (A, Y) ► a função procura agregada passa a
representar-se por uma família de rectas paralelas.
► Cada uma correspondendo à taxa de juro (i) de mercado,
com declive igual à propensão marginal a gastar o
rendimento nacional: c* (1 – t).
- -
27
Representação Gráfica da Procura Agregada
Y=A
A2 = A (Y, i2, E )
A
E2
A0 = A (Y, i0, E )
A1 = A (Y, i1, E )
E0
A (i2)
i2 < i0 < i1
0
A (i )
E1
A (i1)
0
45º
.
Y1
. i=i
0
Y0

A = A (i0)
. i = i1(i) 
Y
Y2
 A0 = A (Y, i0, E)
I ( = - b* i )  A 
A1
= A (Y,i1,E)
► Reta paralela à anterior com uma deslocação (para
baixo) na vertical igual à quebra de investimento.
. i = i2(i) 
I (= - b*  i )  A 
A3
= A (Y,i2,E)
► Reta paralela à anterior com uma deslocação (para
cima) na vertical igual ao aumento na procura de
investimento.
- -
28
■ Representação Gráfica das Funções
“Entradas”e “Saídas”do Circuito
Económico
■
Função “Saídas” ► Idêntica ao modelo keynesiano de
três sectores visto anteriormente – sem taxa de juro –
porque, por hipótese, nem o consumo nem a poupança
dependem da taxa de juro.
“S” = S f + T - R
T = t* Y
T = T+ t*Y  “S” inclui
(+c. T )
“S” = - C - c* R + [1- c* (1 - t)] * Y
■ Função
(3)
“Entradas” ► É agora influenciada por
variações na taxa de juro:
“E” =
I
– b* i +
(4)
G
- -
29
■
A cada taxa de juro (i)

corresponderá uma função
entradas no circuito e representa-se, no espaço (A,Y):

Por uma família de rectas paralelas com declive nulo:
orque esta componente da procura não depende do
►P
rendimento do período.
. i = i0
 E0 = E (i0)
. i = i1 (i)  I
 E

E1 = E (i1):
Reta paralela à anterior com uma deslocação (para
baixo) na vertical igual à quebra na procura de
investimento.
. i = i2 (i)  I
 E  E2 = E (i2):
Reta paralela à anterior com uma deslocação (para
cima) na vertical igual ao aumento na procura de
investimento.
- -
30
Representação das Funções “Entradas”e “Saídas”
■ Equilíbrio no Mercado Real (de Bens e
Serviços)
■ No
mercado de bens e serviços  há equilíbrio quando
os planos dos agentes económicos, no que se refere à
produção e aquisição de bens e serviços, são compatíveis.
Condições de equilíbrio:
Y = A/D; “S” = “E”; (I u = 0)
- -
(5) (6)
31
■ O equilíbrio no mercado de bens e serviços depende do
valor da taxa de juro de mercado.
►
A cada taxa de juro corresponde uma função procura
agregada (e uma função entradas), logo um nível de
rendimento de equilíbrio Y.
. i = i0
 YE = Y0
. i = i1 (i1 > i0) 
YE = Y1 (Y1 < Y0)
. i = i2 (i2 < i0) 
YE = Y2 (Y1 > Y0)
■ O rendimento de equilíbrio no mercado de bens e serviços
(isoladamente considerado)
►
passa a ser indeterminado,
somente podendo ser conhecido, quando é conhecida a taxa
de juro de mercado (i).
■ Derivação
■ Espaço
Geométrica da Função IS
(A, Y) ► cada um dos pontos onde:
Y = A; “E” = “S”; I u = 0
- -
32
► Pontos potenciais de equilíbrio do mercado de bens e
serviços – tem subjacente uma determinada taxa de juro.
■ Função IS ► Relaciona, no espaço (i, Y), a taxa de
juro ao nível de rendimento que
equilibra o mercado real (de bens e
serviços).
Gráfico 3a: YE = Y0 (A0 = Y0), quando i = i0
Gráfico 3b: [espaço (i, Y)], (i0, Y0) representa, neste espaço,
o equilíbrio no mercado de bens e serviços
quando: i = i0.
. i = i1 (i1>i0)  A diminui para A1
 Y desce mais, por
efeito multiplicador, para Y1 = A1.
► Espaço (i, Y): temos o novo ponto (i1,Y1) de equilíbrio
no mercado real (de bens e serviços).
- -
33
. i = i2 (i2>i0)
 A sobe para A2  Y sobe mais, por
efeito multiplicador, para Y2 = A2.
► Espaço (i, Y): temos o novo ponto (i2,Y2) de
equilíbrio no mercado real (de bens e serviços).
. Outros valores de i  No espaço (A, Y)

valores
diferentes para YE que teriam correspondência em pontos
no espaço (i, Y).
. Unindo esses pontos obtém-se ► no gráfico 3b:
A Curva IS.
■
Curva IS
►
representa, no espaço (i, Y), as combinações
(taxa de juro e rendimento):
►
Para as quais se tem equilíbrio no mercado de bens e
serviços  dadas as outras componentes da procura
autónoma ( A ) e a propensão marginal para gastar
(no consumo) o rendimento nacional ► c* (1 - t).
- -
34
Y=A
Figura 3: Derivação da Curva IS
A2 = A (Y, i2, E )
(3a)
E2
A0 = A (Y, i0, E )
A
A = A (Y, i1, E )
E0
. A = ( A - b*i) + c* (1-t)*Y
. i1 > i0 > i2
. A (i) = C + c R + I + G - b*i
. A (i) = A - b*i
. ∆ A (i) = - b *∆i [∆ A (i) = ∆I]
A (i2)
A (i0)
E1
A (i1)
0
Y1
Y0
Y2
Y
(3b)
i
i1
Onde:
. Declive IS = - 1 /  b = t g β
. Abcissa (na origem) =  * A
. Ordenada (na origem) = A /b
E1
Função IS
i
. Y =  *( A -b*i)
. i = A / b – (1 /  *b) Y
.  = 1 / 1- c* (1-t)
E0
0
β
i2
E2
IS
0
Y1
Y0
Y2
Y
Nota: A curva IS é uma curva com declive negativo:
E
►i  I  A: e, por efeito multiplicador  Y
- -
35
■ Desequilíbrio
e Mecanismos de Ajustamento
no Mercado Real (de Bens e Serviços)
■ Pontos fora da curva IS correspondem a situações de
desequilíbrio no mercado real (de bens e serviços).
i
Pontos sobre IS
B
Y=A
(io,Yo) S = E (ceteris paribus)
I u= 0
(EOBS)
Equilíbrio Mercado Real
(de Bens e Serviços)
C
(EDBS)
IS
0
Y
■ Pontos B e C ► São pontos fora da curva IS, logo não há equilíbrio
no mercado de bens e serviços ► os stocks involuntários não são
nulos ► ajustamento no volume de produção (de rendimento e de
emprego).
■ Ponto B ► Apenas se pode tender para um ponto sobre a curva IS
se  produção  excesso de produção e acumulação de
stocks involuntários  I u> 0  Y e N.
- -
36
► Temos: Excesso de oferta ou deficiência da procura agregada
(A <Y)” ou, de modo equivalente, “as saídas excedem as
entradas ao circuito Económico (“S”>”E”) ► (EOBS).
■ Ponto C ► A> Y (E> S)   stocks  I u <0 (dada a hipótese de
capacidade disponível e desemprego)  Y e N
► (EDBS).
NOTAS:
■O
mecanismo de ajustamento de stocks garante, a cada taxa
de juro, o reequilíbrio no mercado de bens e serviços.
■ Verifique o que deve suceder caso “fixemos” os valores de
Y (ao nível dos pontos B e C) ►  i (-/+)I (+/-).
- -
37
■ Derivação Analítica da Função IS
■
A função IS obtém-se impondo qualquer das condições de
equilíbrio do mercado real (de bens e
serviços):
D (A) = C +c* R +
(Hipótese T = t* Y)
A (i) = A -b*i
A=Y
“E” = “S”
I + G + –b*i+c*(1-t)*Y
A = C +c* R + G + I
(5)
(6)
Iu=0
■ Substituindo a função Procura Agregada (1´) na condição de
equilíbrio (5) ► obtém-se o rendimento de equilíbrio em
função da taxa de juro ou a taxa de juro em função do
rendimento de equilíbrio.
Y = C +c* R + G + I – b*i+c*(1-t)*Y = D (A)
Y0 = ( A - b*i) / (1- c*(1-t))
Y = 1 / [1-c*(1-t)] (C¯ + c* R + G + I ) - 1/ [1- c + (1-t)] b*i
Y =  * [ C + c R + G + I ] -  *b*i
(7)
i = ( C + c* R + G + I ) / [b – (1 /  *b)* Y]
(8)
- -
 A = 1 / (1- c*(1-t))
38
Y = α* A - α¯* b* i / Y =  * ( A - b*i)
(7’)
i = ( A / b) – (1 /  * b)* Y
(8´)
► As
equações (8) e (8´) representam a Função IS (forma
directa).
► As
equações (7) e (7´) representam a Função IS (forma
inversa).
■ Curva
IS (representação gráfica)
Y=
 * ( A-
i=
A
b* i)
IS-1
/b – (1 /  *b)* Y
IS
IS
► A Ordenada na origem = A / b;
Abcissa na origem =  A ;
Declive = - 1 / (  b)
- -
39
►O
declive de IS depende:
1. Da sensibilidade da despesa à taxa de juro ► “b”
2.
Do multiplicador do rendimento da procura autónoma de
bens e serviços ► 
■ Medidas de Política Orçamental
■ Efeitos de um aumento nas despesas públicas em bens e
serviços ( G ) sobre o mercado real (de bens e serviços):
►A
curva IS desloca-se para a direita paralelamente
a si própria.
Deslocação na horizontal ► Y =

G
Deslocação na vertical ► i =  G / b
- -
40
Efeitos de um Aumento nos Gastos Públicos
Deslocamentos Paralelos de “IS”
. A´ = A + ∆ A
∆ Ordenada na origem (2)
. A / b → A´ / b
.∆i=∆A /b
∆ Abcissa na origem (1)
. ∆Y0 =  * ∆ A
. ∆ A = ∆G
C* R
- c*  T (T = T + t* Y)
I
■ Δ A¯ = Δ G (+)
. A cada i ► Δ G vai gerar, por efeito multiplicador, Y
► Deslocamento
Horizontal da Curva IS (1).
. A deslocação na vertical da curva IS (2) pode ser
explicada caso se admita que o nível de rendimento
(produção) se mantenha.
►
A taxa de juro sobe para fazer com que o

I (investimento) desça tanto quanto subiu as despesas
públicas ( G ):
- -
41

De modo a manter o nível de procura agregada inicial
“A” e, logo, Y de equilíbrio.
Nota: Situação idêntica para o caso de Δ C¯ e Δ I¯.
■ Δ A¯ =  R g (+)
. Caso se considere uma  R G  A diferença relativamente a
situação anterior deriva o facto de um aumento das

RG
Apenas afectar o consumo de forma indireta:
α¯ R g <

G  Caso de Δ A = c * Δ R g, inicial.
. A curva IS desloca-se paralelamente para a direita:
deslocamento na horizontal  é menor que no caso anterior:
(c*   R g = Y).
. O mesmo acontece com o deslocamento na vertical:
(i =c* R g/b).
- -
42
■  t (+)  Variação no Declive de IS
. Quando se considera um t ► gera-se uma variação de
E
sentido oposto no valor de “α” ► a cada i,  Y .
. Δ t (+)  A curva IS torna-se mais inclinada ► Y torna-se
menos sensível a variações na taxa de juro.

=1 / [1 - c* (1-t)]
 A curva IS roda em torno da ordenada na origem:
( A / b).
. Com efeito: caso se considere uma descida em i, o efeito
positivo sobre o investimento (I) será o mesmo, mas o efeito
sobre YE será menor porque a t

fez descer  .
Nota: Caso idêntico para a hipótese de uma:  c.
- -
43
■ Variações na Sensibilidade da Procura de
Investimento à Taxa de Juro (Parâmetro b)
■ Expectativas
dos empresários quanto à taxa de rentabilidade
dos projetos de investimento  podem sofrer bruscas e
significativas alterações:
 Investimento pode sofrer mudanças bruscas e significativas
alterações “animal spirits”  efeitos substanciais sobre Y
(produto/rendimento).
 “b” pode sofrer alterações significativas no curto
prazo.
Efeitos de um aumento no parâmetro “b”
. b 1 > b0
. Roda em torno da
abcissa naorigem)
- -
44
■
b (+)   ordenada na origem  a curva IS torna-se
menos inclinada ► para uma dada Δ i ► maior será: Δ YE
 (IS ).
■
Em geral: Para uma dada Δ i  o efeito sobre o nível de
Y (de sinal oposto) será: tanto maior quanto
maior for o valor do parâmetro “b”.

Menor inclinação da curva IS e vice-versa.
i
i0
i1
E
E2
E3
E1
IS3
IS1
0
Y0 Y1
Y2
E0
IS2
Y3
Y
.| ÎS | = | 1 /  b | = t g 
.| ÎS1 |> | ÎS2 |> | ÎS3 |
.| Y1 = Y1 – Y0 | < | Y2 = Y2 – Y0 | < [Y3 = Y3 – Y0 |   i (-) = i1- i0
. b3 > b2 > b1 (dado  )
OU
.  3 >  2 >  1 (dado b)
POR EXEMPLO:
 b  (   e/ou b)  | 1 /  b | sobe
I = I - b* i;  = 1 / 1-c*(1-t)
■ Curva IS: Casos Extremos
- -
m (4 sect.)
45
■
Casos extremos da curva IS
► resultam de hipóteses
extremas postuladas acerca do seu declive que depende:

Do multiplicador de rendimento da procura autónoma (  )
e da sensibilidade da procura de investimento (b).
0 < | 1 / b | < ∞
■ Por
ÎS
hipótese ► não são de esperar alterações “bruscas e
significativas” no parâmetro α (ou em valores extremos para
as variáveis que o determinam):
► Admitimos,
assim, que somente valores extremos para o
parâmetro “b” estarão na origem dos casos especiais da
curva IS.
■ Caso Particular (b=0)
■ [b
= 0] ► “I”, em particular, e “A”, em geral ► insensível
a variações em “i” ► pelo que YE e, logo, a
curva IS serão independentes da taxa de juro i.
- -
46
IS (b = 0)
i
^IS: |1/ α¯* b| = |1/0| = ∞
IS
0
■Y
E
αA
Y
é determinado pelo
A
e por
 ►
variações em i não
E
afetam I e A, logo, não afectam Y .
■ Espaço
(A, Y) ► A função procura agregada e a função
entradas não sofrem alteração em
resultado de variações em i.
►
A curva IS é vertical ao nível de rendimento:
Y =  A.
■ Caso Particular (b  ∞)
■ [b
=∞] ► O investimento “I” (e, logo, a procura agregada
“A”):
- -
47
►
Altamente sensível a variações na taxa de juro i
pelo que em extremo, o declive da curva IS
tenderá  para zero.
■A
mais pequena variação em i geraria uma variação
infinitamente grande, de sinal oposto, em I e,
consequentemente, em Y
E
► A curva IS é horizontal ao nível da taxa de juro
inicial “io”:
IS (b  ∞)
^IS: |1/ α* b| = |1/ α* ∞| = |1 /∞| = 0
i
IS
i0
0
Y
- -
48
 FUNÇÃO LM
■ Introdução
■ Torna-se
agora necessário explicitar as relações entre os:
mercados monetário e de títulos.
■ Ao
derivar A Função IS explicitou-se a influência segundo o
modelo:

De variações na taxa de juro (i) que, como se viu causam
variações, de sentido oposto, na procura de bens e
serviços (em I e A/D).
■
Segundo o modelo de inspiração keynesiana que se está a
estudar:

É a procura agregada (Y = A) que a curto prazo determina
os níveis do Produto, Rendimento e Emprego de equilíbrio
macroeconómico
- -
1
► Pelo que as variações na taxa de juro ao afetarem a
procura agregada (via investimento e consequente efeito
multiplicador do rendimento ) afetam também os níveis
daquelas variáveis macroeconómicas.
■ Conceito de Riqueza
A riqueza compreende duas componentes:

Riqueza Humana
 Difícil

de medir, porque não é transacionável:
Teoricamente, mede-se pelo valor atual dos
rendimentos futuros da atividade produtiva das pessoas.

Riqueza não Humana: Riqueza Material e
Riqueza Financeira
A Riqueza Material
►
Activos Reais ou
Tangíveis:
- -
2
. Imobilizados ► terrenos, habitações, fábricas,
infraestruturas (estradas, pontes, portos, etc.)
. Mobiliário ► bens de equipamento e de consumo
duradouros, etc.
. Características: Ativos produzidos em períodos
anteriores tendo duas dimensões:
■ Prestam
serviços  de consumo, de produção.
■ Constituem
valores (elementos do património):

Servindo como reserva de valor.

Uma parcela significativa dos activos reais
constitui o stock de capital – os meios de
produção
– Que, em cada período são utilizados no
processo de produção de bens e serviços.
- -
3
A Riqueza Financeira
 Compreende
os Ativos Financeiros (ações,
obrigações, depósitos, notas,…).
Riqueza Não Humana = Riqueza Material + Riqueza
Financeira (Ativos Reais ou Tangíveis + Ativos
Financeiros.
■ Algumas Hipóteses que Simplificam o Modelo
1. Deixa-se de lado os activos reais ou tangíveis
►
Admitindo-se que não sofrem alterações significativas
no período de análise.
2. Interessa apenas para a análise a riqueza financeira ► por
hipótese

admite-se que é constituída por duas
componentes: moeda e títulos.
3. A Moeda é a parte dos ativos financeiros que se
caracteriza por:
- -
4
(i)
Liquidez  capacidade para realizar transacções e
liquidar dívidas, imediatamente e sem custos de
transacção.
(ii)
Aceitação universal

circulação obrigatória,
por lei, numa nação.
(iii)
Rendimento nulo  notas e moeda em circulação
não dão ao seu proprietário qualquer rendimento,
não rendem juros (o mesmo não acontece como os
depósitos à ordem).
4. A Moeda tem 3 Funções:
(i)
Meio de Pagamento//Intermediário de Troca
→ Capacidade para concretizar pagamentos.
(ii)
Unidade de Conta / Medida

Capacidade para exprimir o valor de mercado de
bens, serviços e ativos numa unidade comum
(preço: valor monetário).
(iii)
Reserva de Valor

Capacidade para armazenar valores para
compras futuras.
- -
5
5.
Por Moeda
►
entende-se, no nosso estudo, o agregado
monetário M1 (C + DO):
 Constituído
por notas e moedas em circulação fora do
sistema bancário e depósitos à ordem (definição restrita
de moeda).
6.
Por Títulos
►
considera-se, por hipótese, um tipo
particular de título de dívida “bond”:

Que dá direito ao seu portador a receber indefinida e
periodicamente um rendimento constante.

Correspondente aos juros da dívida: um título de renda
perpétua não amortizável.

Este título é negociável na bolsa que funciona, por
hipótese, em condições de concorrência perfeita.
- -
6
Riqueza Financeira: é uma variável de stock medida
em termos reais (a preços constantes/de um ano base)
num determinado momento do período:
(W/P) = (M/P) + (B/P)
W = riqueza financeira em termos nominais
P = índice geral de preços
W/P = riqueza financeira em termos reais
M = quantidade de moeda em circulação em termos nominais
(M1 = C + DO)
M/P = valor real da moeda em circulação
B = valor global dos títulos em termos nominais
B/P = valor dos títulos estimado a preços constantes
■ Conhecendo
o total da riqueza financeira da economia (ou
de um agente) ► basta saber a parcela da riqueza aplicada
em moeda:
 Para
se saber o montante aplicado em títulos e vice versa.
■ Admite-se que os agentes podem ter interesse em alterar a
composição da sua riqueza financeira:
- -
7
A composição da riqueza financeira existente em

determinado momento pode ser diferente da composição
desejada.
 Composição

da riqueza financeira existente
oferta de moeda e oferta de títulos:
(W/P) = (MS/P) + (BS/P)
 Composição
(9)
da riqueza financeira
desejada/procurada

procura de moeda e procura de títulos:
(W/P) = (M d/P) + (B d/P)
► Repare-se
(10)
que quer em (9) quer em (10)  o montante da
riqueza financeira W/P é o mesmo  o que difere é a sua
composição.
■ Em
termos globais, temos:
- -
8
 Mercado Monetário (procura e oferta de moeda)
 Mercado de Títulos (procura e oferta de títulos)
■ Estes dois mercados estão inter-ligados pela  restrição da
riqueza.
Exemplo: Portfólio financeiro de um agente i, com riqueza
financeira (restrição da riqueza) de 1000 euros.
. Composição da riqueza financeira
Existente.
. Composição da riqueza financeira
Desejada.


Total
1000
1000
1000
Moeda
300
400()
200()
Títulos
700
600()
800()
■ Subtraindo (9) de (10) obtém-se a seguinte equação:
0 = (MS/P) - (M d/P) + (BS/P) - (B d/P)

(11)
(MS/P) = (M d/P)  (BS/P) = (B d/P)
. Se o mercado monetário está em equilíbrio

isso implica
que o mercado de títulos também está.
. Deste modo a determinação da taxa de juro de equilíbrio
(i o):
- -
9
 É a mesma quer igualando a oferta e a procura
monetárias quer igualando a oferta e a procura de
títulos.
 (MS/P) > (M d/P)  (BS/P) < (B d/P)
 (MS/P) < (M d/P)  (BS/P) > (B d/P)
John Hicks (à semelhança de Keynes) ► concentrou-se
no mercado monetário para desenvolver a teoria da
determinação da taxa de juro no quadro do modelo IS/LM.
■ Moeda: Conceito e Características
■ Conceito
de moeda ► agregado monetário M1 = C + DO
que apresenta as seguintes características:
1. Aceitabilidade no espaço territorial em que é adoptada
►
Crucial, pois, caso contrário, não seria capaz de
desempenhar as suas funções e não seria procurada.
- -
10
2. Liquidez ► Pronta e imediata aceitação nas transacções
(a capacidade da moeda em se transformar de imediato em
qualquer outro ativo):

A moeda não sofre variações no seu valor nominal,
sendo previsível o seu valor real, pelo menos no curto
prazo, salvo em períodos de grande instabilidade de
preços.
3. Rendimento nulo ► Notas e moeda em circulação não dão
ao seu proprietário qualquer rendimento, não rendem
juros (o mesmo não acontece com os depósitos à ordem).
■ Tipos de Moeda
Moeda mercadoria – azeite; gado; vinho; ouro
→ têm valor intrínseco.
Papel moeda (notas e moeda em circulação) – não tem
valor intrínseco (que é usada como moeda legal).
Moeda bancária ou escritural (depósitos).
Moeda electrónica (cartões de débito e de crédito, etc).
- -
11
■ Custos de Posse de Moeda
Sacrifício do juro que se tem pela posse de dinheiro em vez
de possuir um activo ou uma aplicação mais arriscada ou
com menos liquidez.
■ Preço do Dinheiro – Juro
Juro – pagamento por uso de dinheiro.
Taxa de juro – montante de juro pago por unidade de
tempo.
■ Taxa
de juro nominal  Quantifica a remuneração em
dinheiro por ano por cada unidade monetária investida.
 Taxa
de juro real  Indica a quantidade adicional de
bens e serviços que podemos obter no futuro pelos bens e
serviços de que prescindimos no presente.
- -
12
■ Títulos: Conceito e Características
■ O tipo de títulos considerado no modelo ► componente da
riqueza financeira alternativa à moeda ► título de renda
perpétua não amortizável “bond”.

Das suas características, realçam-se as seguintes:
1. Não são aceites como intermediário nas trocas.
2. Têm menor liquidez que a moeda ► uma vez que podem
sofrer variações no seu preço no decurso do tempo.
3. O seu rendimento tem duas componentes:
► Os
juros que, em valor nominal, são constantes
(a renda do título “yields”).
► As
mais valias ou menos valias resultantes de
alterações no valor de mercado do título (*)
- -
13
(*)
Exemplo:
.
“Bond” (Valor Nominal) = 1000 u.m.
(preço/cotação do título varia ao longo do tempo)
. “Yield” (Valor Nominal) = Renda (juro) = 100 u.m.
(constante)
. Preço/Cotação do Título “Bond”:
1200 
1000 
100

100
800 
100


8,3%
(i 1)
10%
(i 0)
12,5%
(i 2)
(i)
(i =)
(i)
■ Mercado Monetário
■
Devido à restrição da riqueza ► quando o mercado
monetário está em equilíbrio ► mercado de títulos está
também em equilíbrio.
- -
14
■ Custo
de oportunidade da moeda ► taxa de juro (taxa de
rentabilidade dos títulos).
■ Taxa
de juro de equilíbrio ► taxa de juro definida no mercado
monetário:
M d/P = Ms/P ► B d/P = Bs/P
■ Função Procura de Moeda
■ Conceito
. Procura de moeda ► Planos dos agentes económicos
(famílias e empresas) quanto à parcela da sua riqueza
financeira que desejam manter na forma de moeda:

Ativo aceite como intermediário nas trocas, de máxima
liquidez e rentabilidade nula.
■ Motivos de Procura de Moeda
■ Segundo Keynes, os agentes económicos procuram
moeda pelos seguintes motivos:
- -
15
Motivo Transacção
(1)
►
Permite satisfazer as necessidades correntes de
transacção  em que os agentes económicos prevêem
estarem envolvidos, sendo o melhor ativo para
satisfazer esta função.
 Os
agentes económicos podem utilizar o dinheiro
como meio de troca no presente.
(2)
Motivo Precaução
► Para
ocorrer a despesas / pagamentos imprevistos
(no futuro):
 Os
agentes económicos poderão utilizar o
dinheiro como meio de troca no futuro.
- -
16
Motivo Especulação (Reserva de
(3)
Valor)
 No
modelo a moeda tem uma taxa de retorno nula e
os títulos “bonds” (único ativo alternativo):

Tem uma taxa de retorno esperada igual a taxa de
juro “yields”.

Se a taxa de juro sobe  a taxa de retorno da moeda
diminui relativamente à taxa de retorno esperada nos
títulos:

A quantidade procurada de moeda diminui e
vice versa.
 QUANTIDADE DE MOEDA E TAXA DE JURO ESTÃO
INVERSAMENTE RELACIONADAS:
 “CUSTO DE OPORTUNIDADE” JURO (RETORNO
ESPERADO) SACRIFICADO.
 POR NÃO USAR OUTRO ATIVO (NESTE CASO
TÍTULO “BOND”),
- -
17
 NA COMPOSIÇÃO DO PORTFÓLIO/CARTEIRA
FINANCEIRA: EM VEZ DE MOEDA.
I ↑  Custo de oportunidade ↑  Procura de moeda ↓
■ Função Procura de Moeda para Fins de
Transacção (e Precaução)
■ A procura de moeda para fins de transacções e
precaução “L t”:
►
Fundamentalmente explicada pelo nível do produto /
rendimento do período.
►
Sendo definida em termos reais:
L t = L (Y)
+
Admite-se uma função linear:
L t = k* Y
(12)
- -
18
Onde:
“k”  Proporção do rendimento real (Y) mantida na forma de
moeda para fins de transacção e precaução, sendo
relativamente estável no curto prazo.
Exemplo:
Seja L
t
= 0,4*Y e caso se considere diferentes valores do
rendimento real obtém-se uma tabela de combinações
alternativas (L t e Y) que permite entender melhor o significado
da função procura de moeda para fins de transacção e
precaução.
Enquanto se mantiverem os factores que determinam o valor de
“k” ter-se-á:
Y
1000
1500
1800
2000
Lt
Y
400
600
720
800
+ 500
+ 300
+ 200
- -
Lt
 L t / Y
+ 200
+ 120
+ 80
0.4
0.4
0.4
=k
19
■ Função Procura Especulativa da Moeda
1º MOTIVO

A taxa de juro (i)  é o custo de oportunidade

de se deter uma parte da riqueza financeira sob a forma
de liquidez.
Isto é, ativos imediatamente disponíveis para fazer
pagamentos (moeda), sem retorno e sem risco s
significativo.
 Quanto
maior “i”: maior é a rentabilidade perdida
pelo fato de se substituir activos não líquidos, mais
arriscados e rentáveis (títulos) por ativos líquidos.
A
função procura de moeda por motivo especulação
(reserva de valor) negativamente inclinada:
- -
20
 Uma
vez que a taxa de juro (custo de oportunidade de
reter moeda) e a quantidade procurada de moeda: estão
negativamente relacionadas.
■ 2º MOTIVO

“L s” ► A quantidade de moeda em termos reais que os
agentes económicos (famílias e empresas)
desejam manter por motivo especulação
(como reserva de valor):
 Para
aproveitar boas oportunidades de ganhos
em aplicações em títulos.
■
Em todo o momento, cada agente formula: as
suas expectativas em relação à taxa de juro de mercado
futura:
►O
confronto dessa taxa de juro esperada  com a
taxa de juro de mercado observada  leva os agentes
a optar por moeda ou por títulos.
- -
21
Exemplos:
Altistas
Se o agente i pensa, face às suas expectativas  que a
taxa de juro do mercado no futuro vai descer:
► Então
espera que o preço dos títulos (cotação) suba.
► Convém-lhe
ter toda a sua riqueza financeira agora
aplicada em títulos: tenta aplicar a moeda para fins
especulativos na compra de títulos.
Se, pelo contrário o agente i considera que a taxa de juro
Baixistas
do mercado está demasiado baixa e espera que suba no
futuro:
► Então
► Vai
prevê a descida nos preços dos títulos.
querer vender os títulos e ficar apenas com moeda.
Em geral, temos, então:
Mercado:
“Baixistas”
“Altistas”
► Enquanto

uns agentes querem vender títulos “baixistas”
outros querem comprá-los “altistas”:
- -
22
 Porque
os agentes têm expectativas diferentes acerca do
comportamento futuro da taxa de juro de mercado.
►
Enquanto uns agentes esperam a descida na taxa de juro de
mercado e querem, por isso, comprar títulos “altistas”:
 Outros
esperam a subida na taxa de juro e querem vender
títulos “baixistas”.
 Para
(i)
a economia como um todo:
À medida que i
►
há cada vez mais agentes
económicos que esperam que ela comece a:
► E,
assim, esperam que o preço dos títulos comece a.
► Sendo
de esperar que L s ►  “Altistas” na
economia.
(ii)
Inversamente ► à medida que i
►
há cada vez um
maior número de agentes espera que ela comece a:
► E,
assim, esperam que o preço dos títulos comece a.
- -
23
► Preferem
moeda a títulos  com a  em i  L s
( “Baixistas” na economia).
(iii) Em extremo (I)
se i é tão baixa que ninguém
►
acredite que vá continuar a:
► Todos
os agentes preferem moeda a títulos – há uma
procura infinita de moeda para fins especulativos:
–É
a chamada zona da Armadilha da Liquidez
(Keynesiana)  L s = ∞.
(iv)
Em extremo (II) ► se i é tão alta que ninguém mais
espera que ela 
►
todos os agentes preferem títulos a
moeda para fins especulativos:
–É
o chamado Caso Clássico/Liberal
M d = L t (L s = 0).
- -
24
(v) Entre estes dois casos extremos
►
que é o
intervalo em que se vai desenvolver o modelo a
estudar:
►
Pressupõe-se uma relação inversa entre i e L s
(pelos motivos explicados nos pontos (i) e (ii) acima).
 A Função Procura de Moeda para fins de
Especulação/Reserva de Valor “L s”
►
Representada por uma relação linear negativa da taxa de
juro.
L s=
L
– h* i
L  componente
(13)
autónoma explicada por factores exógenos.
(-h)  sensibilidade da procura de moeda para fins
especulativos à taxa de juro.
- -
25
►
A Função Procura Agregada de Moeda  função de
duas variáveis centrais no modelo macroeconómico que se
está a estudar
O
nível de Rendimento Real (Y) e a Taxa de Juro (i).
Notas:
L d = L t + L s = M d/P L t = k* Y
L d = M d/ P = L t+Ls
L d = L + k* Y - h* i
L d = L + k* Y – h* i
L s = L - h* i
. Outros factores exógenos ao modelo (como as expectativas
dos agentes acerca da taxa de juro normal de mercado):
► Determinam
a forma e os parâmetros da função procura
agregada de moeda:
L d = L t + L s = M d/P = L ( Y , i, E)
+ - ?
- -
26
 Função Procura de Moeda na Economia
L=
L;
L
+ k* Y – h* i
(14)
k; h ► Determinados por factores exógenos entre
os quais se destacam:
Os
hábitos,
instituições
e
tecnologias
de
pagamentos/recebimentos (“k”).
As expectativas dos agentes económicos acerca do
futuro, em particular, sobre a evolução em i (e no
preço dos títulos)
( L e “h”).
A riqueza dos agentes económicos (k; h; L ).
 No
espaço (i, L) ► Função Procura de Moeda:
► Representada
por uma família de retas paralelas com
declive negativo cada uma delas correspondendo a um
determinado nível de Y:
- -
27
 Y  ↑ L t (deslocamento para fora).
 Representação Gráfica da Função Procura de
Moeda
L=
L
+ k* Y – h* i
Resolvendo em ordem à taxa de juro:
i = ( L /h) + (k/h)* Y – (1/h)* L
Espaço (i, L) ► uma família de rectas paralelas com
declive: (-1/h).
i
- -
28
(L/h)+(k/h)Y2
i = (k/h)* Y
i = (k/h)*Y
Hipótese: Y = Y2 - Y1

(L/h)+(k/h)Y1

L t =k*Y
k*(Y2-Y1)
i1

Ld1
0

>0
Abcissa na origem  i = 0
Y1Y2 k *(Y2-Y1) = k* Y
Ordenada na origem  L d = 0
Y1Y2 k/h* (Y2-Y1) = (k/h)* Y
Declive  - (1/h) = t g  (igual para os 2
casos)

Ld2 L+kY1
L+kY2
Ld
k* Y
 Notas sobre a Função Procura de Moeda
 i   L s ► movimentos ao longo da curva L d.
(i)
Y:
(ii)
Ao longo da mesma curva, o que varia é L s ► porque:
Y

Lt
(igual ao longo da curva L d: Y = Y ).
(iii) O declive da curva e a sua respectiva posição (ordenada
e abcissa na origem) são determinadas por variáveis de
comportamento dos agentes económicos quanto à
composição da sua riqueza financeira:
(parâmetros L , k , h).
- -
29
(iv) O declive de “L d” depende de “h” ► sendo, em
valor absoluto, tanto maior (menor)  quanto menor
(maior) for h.
(v)
Uma variação exógena em Y ► por exemplo: Y1 para
Y2 ► determina para cada i ► um  L t  L d ():
► Sendo o Deslocamento
na Horizontal da Curva L d
medida por:  L d =  L t = k* Y = k* (Y2-Y1).
SÍNTESE
1. Efeito Rendimento
Deslocação da Curva da Procura de Moeda
- -
30
À
medida que uma economia cresce e o rendimento aumenta:
→ As pessoas vão reter mais moeda como reserva de valor e
vão efetuar mais transações usando moeda.
 Assim:
quando o rendimento aumenta, a cada taxa de
juro:

A procura por moeda aumenta deslocando a curva da
procura monetária para a direita.
2. Efeito Nível de Preços
Deslocação da Curva da Procura
 Quando
o nível de preços aumenta, a mesma quantidade
nominal de moeda não tem o mesmo valor em termos de poder
de compra.
- -
31
 Para
manter o mesmo poder de compra  precisam reter
mais moeda.
 Um
aumento no nível geral de preços leva a um aumento da
procura por moeda  deslocando a curva da procura
monetária para a direita.
■ Função Oferta de Moeda
■ No que respeita à Oferta de Moeda ► admite-se que as
autoridades monetárias – Governo e Banco Central:
 Dispõem
de instrumentos capazes de controlar a massa
monetária em circulação.

E que, em cada período, determinam o seu montante em
função de objetivos de política económica ► Agregado
Monetário M1.
- -
32
 A Oferta de Moeda é uma variável exógena de política
Monetária:
M/P =
M
/
(15)
P
(Modelo a Preços Fixos ou Constantes)
■ A Oferta de Moeda (em termos reais) é uma variável
exógena.
► Representando-se
► Uma
por uma reta vertical.
vez que é independente da taxa de juro (i) e do
rendimento real (Y).
Função Oferta de Moeda
(M/P)
i
0
M s/P
M/P
- -
33
NOTAS:
■ Banco Central
O Banco Central é responsável pela execução da
política monetária.
REGRA
DA
INDEPENDÊNCIA
DO
BANCO
CENTRAL.
A principal missão do BC é controlar a oferta de moeda
e as condições de crédito do país tendo em conta o
controlo de preços.
Instrumentos (Indirectos) de Política Monetária
do BC:
Operações de mercado aberto “open market”
Política de taxa de redesconto
Reservas legais ou obrigatórias
Manipulação da taxa de juro de referência/directora
do BCE.
■ Persuasão moral “moral suasion”
- -
34
■ O Processo de Criação de Moeda pelo Sistema
Bancário através do Crédito: O Multiplicador
Monetário (ou de Crédito)
■ A Base Monetária e o Stock Monetário
(A Base Monetária ou Moeda Primária “High
Powered Money”)
► Circulação
(notas e moedas em poder do público) MAIS
Reservas Bancárias (legais/obrigatórias/mínimas +
+ livres ou excedentárias).
. Representação gráfica:
Circulação
Reservas
Base Monetária (BM)
Circulação
A circulação gasta 1
u.m. de “BM” por 1
u.m. de “M”
Depósitos
Stock Monetário (M s)
Os depósitos, ao invés, apenas
gastam uma fracção de 1 u.m.
de “BM” (r0= coeficiente de
reserva legal ou obrigatória)
por 1 u.m. de “M”
- -
35
■ Multiplicador Monetário ou de Crédito
. É o quociente entre o Stock Monetário (M) e o Stock da
Base Monetária (BM).
►O
seu valor é superior a unidade.
► Quanto
maior for os depósitos, enquanto fracção do
Stock Monetário (M) maior será o multiplicador
monetário/crédito “m”.
► Ou
seja: “m” será tanto maior quanto menor for o
coeficiente de reservas legais /obrigatórias/mínimas (rr).
►O
conjunto de todo o sistema bancário pode transformar
a variação inicial de reservas, e.g. depósitos (Δ BM):
 Num
montante multiplicado de moeda
bancária/escritural (depósitos à ordem)  ΔM.
- -
36
■ Moeda e Política Monetária
Base Monetária
►
indica a quantidade de notas e
moedas possuídas pelos particulares e pelo sistema
bancário.
Multiplicador Monetário/Crédito
►
indica a relação
entre o stock de moeda e a base monetária.
Stock Monetário = Base Monetária* Multiplicador
Monetário/Crédito.
 EXEMPLO
Vamos admitir, então, que por imposição do Banco Central,
todos os bancos comerciais:
 São
obrigados a reter (depositando no Banco Central) sob
a forma de reservas 10% do total dos seus depósitos.
 Só
podendo fazer aplicações com os restantes 90%:
O
processo poderia continuar com as sucessivas aplicações
de vários bancos e ter-se-ia, para o caso de um banco
comercial receber um depósito inicial no valor de 1000.
- -
37
Banco 1
Banco 2
Banco 3
Banco 4
Banco 5
Banco 6
Banco 7
Banco 8
Banco 9
Banco 10
TOTAL destes
10 Bancos
■ Verifica-se,
Montante dos
depósitos
Reservas de caixa
(10% dos depósitos)
Reservas excedentárias
(disponibilidades
para aplicação)
1000
900
810
729
656,1
590,5
531,5
478,5
430,6
386,6
100
90
81
72,9
65,6
59
53
47,9
43
38,7
900
810
729
656,1
590,5
531,5
478,5
430,6
386,6
347,9
6512,8
651,1
5861,7
assim, que o conjunto destes 10 bancos conseguiu
que o montante inicial de 1000 u.m. de depósitos ► se
transformasse num montante muito superior de
disponibilidades de financiamento.
■ Em
geral ► para a totalidade do sistema bancário ►
conseguiria, a partir do montante de depósito inicial de 1000:
 Criar
mais moeda (bancária/escritural)  depósitos  e o
aumento global da massa monetária seria:
(n bancos, com n  ∞):
1000 + 900 + 810 + 729 + 656,1 +… =
= 1000 * [1 + (0,9) + (0,9) 2 + (0,9) 3 + (0,9) 4 + …+]
- -
38
= 1000* [termos de uma série de progressão geométrica: quando
n  ∞]
= 1000* [1 – (0,9) * (0,9) n / (1 – 0,99]
= 1000 * (1/0,1) = 10 000
■ A partir deste exemplo bem simples ► podemos desde já
concluir que

que permite que a massa monetária (M)
cresça muito mais do que o aumento inicial da base monetária
(BM), depósitos.
■ Naturalmente que o valor desse multiplicador dependerá da
taxa de reserva legal/obrigatória/mínima “rr” ► definida
pelo Banco Central:
 Pressupostos deste multiplicador monetário/crédito
(SIMPLIFICADO):
. Existe uma fuga ao processo: a existência de reservas
legais/obrigatórias/mínimas.
- -
39
. Há procura de crédito pelo público até a exaustão das:
reservas excedentárias/livres.
CONTUDO: na realidade, existem outras formas de
fugas no processo de multiplicador monetário ou do
crédito:
O
público deseja deter uma parte dos seus activos líquidos
sob a forma de “circulação”, em vez de depósitos,

Os bancos desejam deter algumas reservas para além
das legais ou mínimas.
Por isso: O multiplicador monetário/crédito é de
fato, menor do que: m = (1 / rr).
 Para nós interessa reter que, grosso modo:
M = (1/ rr) *BM = m* ΔBM.
(1/rr) = m = Multiplicador Monetário/Crédito
= (1/0,1) = 10
- -
40
. (rr) = Taxa de Reserva Legal /Obrigatória/Mínima
= Reservas /  Depósitos totais = 10% (0,1).
 Equilíbrio no Mercado Monetário
■ A
taxa de juro de mercado é a taxa que: a cada nível
de rendimento, Y:
► Iguala
a procura e a oferta de moeda (L d = M /
► E, simultaneamente, a procura e a oferta de títulos
P
)
(B d = B s).
Equilíbrio no mercado monetário e taxa de juro de
equilíbrio do mercado
i
(1)
 i = (k/h)* Y
M/P
(2)
(- h* i)
(2)
i1
L d = (M /P )  L t =  L s
Deslocamento Vertical L d (i, Y)
 I = (k /h)*Y (+) ► i1 i2 ( i)
L s = -  L t
E2
i2
i = i1   L t = k* Y (+)
Deslocamento Horizontal L d (i, Y)
L t = k* Y (+)
(1)
E1
= - k* Y
 i = (k /h)* Y
L (Y2)
L (Y1)
0
M/P
Lt=
L, (M s / P)
k* Y
Ls = L¯ – h* i
- -
41
■ Equilíbrio no Mercado Monetário
■ A (i) varia no mesmo sentido de Y (dados os: L , k; h;
M
; P ):
►A
cada nível de Y ► corresponde uma “i”: para a qual
são compatíveis os planos dos agentes no que se refere à
composição da sua riqueza financeira.
►À
qual corresponde equilíbrio nos mercados
monetário e de títulos.
. Y = Y1  i = i1  pois é a taxa à qual: L d = M / P
. Y  (Y2 – Y1 > 0)

nova L (Y2)  i1: L  ( Y  L t)
[L t = k* Y = k* (Y2-Y1)]
►
Deslocamento Horizontal de L d (Y)
. Se os agentes económicos desejam mais moeda
(para fins de transação) ► vão tentar vender títulos.
- -
42
. No mercado de títulos o preço dos títulos e a  i:
► Esta
► Até
►
i continua até que: L s  tanto quanto  L t.
reequilibrar o mercado monetário (e de títulos).
Novo equilíbrio ► (i2,Y2):
Ls=Lt
- h*  i = - k* Y
i = (k/h)* Y
. Uma subida em Y está associada a uma variação positiva
em (i)  para que os mercados monetário e de títulos se
mantenham equilibrados.
►
Sendo dada a oferta de moeda inicial (M s).
- -
43
1. Alteração do Rendimento

Taxa de Juro de Equilíbrio
A teoria da preferência pela liquidez conclui que quando o
rendimento aumenta, mantendo tudo o resto constante,
aumentam as taxas de juro (ver figura a frente).
2. Alteração
Taxa
no Nível de Preços
de Juro de Equilíbrio
Quando o nível de preços aumenta, mantendo tudo o resto
constante
 aumentam
as taxas de juro (ver figura a
frente).
- -
44
Alteração no Rendimento ou Nível de Preços e
Equilíbrio
4. Alteração da Oferta Monetária Deslocação
da Curva da Oferta de Moeda
- -
45

Deslocação da Curva da Oferta de Moeda
Um aumento da oferta monetária (adopção de política
monetária expansionista por parte dos bancos
centrais):
 Desloca
a curva da oferta monetária para a direita: gerando
uma novo equilíbrio em que taxa de juro de equilíbrio (i) é
inferior.
 Quando
a oferta monetária aumenta, mantendo tudo o resto
constante, as taxas de juro diminuem  efeito liquidez.
Alteração na Oferta Monetária e Equilíbrio
- -
46
■ Definição de Curva LM
■ Curva LM ► No espaço (i, Y):
►
Representa todas as possíveis situações de equilíbrio nos
mercados monetário e de títulos “ceteris paribus”:
► Correspondentes
a diferentes níveis de rendimento real (Y).
- -
47
Nota:
►
Trataremos aqui de um tipo particular de títulos, como vimos,
as chamadas obrigações do tipo “bonds”  geradores de
rendimentos “yields” e, assim, definidores das taxas de juro.
Exemplo:
Preço (cotação) dos
Rendimentos (fixos)
Taxas de juro
títulos “bonds”
“Yields”
1000
100
10% (i =)
1200
100
8.3% (i)
800
100
12,5% (i)
■ Representação Gráfica da Curva LM
MS
i
i
i2
E2
i2
LM
E2
L2 (Y2)
i1
E1
i1
E1
L1 (Y1)
0
L, M
0
- -
Y1
Y2
Y
48
■ (i1): taxa de juro de equilíbrio quando Y
= Y1
Espaço (i, Y) ► o ponto a que corresponde a ordenada

i1 e a abcissa Y1:

Situação de equilíbrio dos mercados monetário e de
títulos.
■ Y = Y2 (Y2 >Y1): nova taxa de juro de equilíbrio = i2

Espaço (i, Y) ► (i2,Y2): outra situação de
equilíbrio possível daqueles mercados.
 Unindo todos esses pontos possíveis obtém-se
a curva LM.
■ Derivação Analítica da Função LM
■ Deriva-se
a função LM  impondo a condição de
equilíbrio no mercado monetário:
- -
49
Ld=
L
+ k* Y – h* i
(14)
M/P = ( M / P ) = L s
(15)
L d = M/P = ( M / P ) ou (L d = L s)
(16)
. Substituindo (14) e (15) em (16):
L
+ k* Y – h* i = ( M / P )
Y = (1/k)* [( M / P ) - L ] + (h/k)* i
(17) Função
(LM)-1
i = - (1/h)* [( M / P ) - L ] + (k/h)* Y
(18) Função
LM
- -
50
Figura: Curva LM
LM
i
t g  = + (k/h) = L^M
α
0
Y0 = (1/k) * [( M / P ) - L ]
Y
(i = 0)
- (1/h) * [ ( M / P ) - L ]
■ Significado
da Curva LM
Curva LM ► representa o conjunto de combinações (i, Y)
para os quais os mercados monetário (e de
títulos) estão em equilíbrio.
■ Declive
de LM
. Declive positivo
►
se Y, L t: desequilibrando o
mercado monetário:

O reequilíbrio neste mercado requer uma  i para
libertar moeda que se destinava a fins especulativos.
- -
51
A
taxa de juro deixará de  quando a (L s) tanto
quanto o (↑ L t).
. Declive da Curva LM (+ k/h) ► supondo o
parâmetro “k” relativamente estável:

A inclinação da curva LM dependerá do parâmetro “h”.
A
curva LM: será tanto mais (menos) inclinada quanto
menor (maior) for o valor de “h”.
. Com efeito ► um valor, por exemplo, mais elevado para
“h” ► significa que a variação em
(L s) responde mais
fortemente a variações em i.
. Logo ► perante uma mesma variação em Y:

A variação necessária em i para reequilibrar o mercado
monetário será menor .
A
Curva LM terá menor declive/inclinação.
- -
52
■ Deslocamentos da Curva LM
. A curva LM desloca-se sempre que se verifique:
 Alteração

da oferta de moeda.
Alteração autónoma da procura por moeda (não
relacionada com alterações no nível de preços, rendimento
ou taxa de juro, e.g., Δ L ).
■ AUMENTO NA OFERTA REAL DE MOEDA ( M / P ):
. Situação inicial ► (Ms1/P): curva LM 1
. ( M ): temos então em termos reais a nova oferta de
moeda (Ms2/P) ► a situação de equilíbrio no mercado
monetário altera-se.
Equilibrio inicial ► Y = Y1 ► L(Y1) e i1
1
(1)
Y =Y2:i2 – outra situação possível do mercado monetário (Y = Y2), etc.
- -
53
Figura: Aumento na Oferta Real de Moeda
Ms1
i
LM1
i
s2
M
LM2
i2
i2
L2 (Y2)
i´2
i´2
i1
i1
L1 (Y1)
i´1
0
i´1
L, M
i 1 ► [ L (Y1) < Ms2/P]

0

Y2
Y2
Y
O excesso de oferta de moeda faz
com que  i para i
i
Y1
Y2
1´
 L s ► Reequilibrando o mercado monetário e o de
títulos.
i 2 ► [ L (Y2)< Ms2/P]  De igual forma ao caso anterior.
►O
excesso de oferta de moeda faz  i para i2: os agentes
económicos no seu todo têm mais moeda do que desejam.
► Vão, por isso, tentar
comprar títulos  fazendo o seu
preço e  a taxa de juro: (i2´,Y2).
- -
54
 i   L s ► Reequilibrando o mercado monetário e o de
títulos.
Unindo todos os pontos possíveis de equilíbrio
monetário (M s sobe):
► Obtém-se
a nova curva que representa as combinações
(i, Y) para as quais o mercado monetário está em equilíbrio.
► Corresponde ao novo valor da oferta de moeda em termos
reais, a nova
curva LM 2
 DESLOCAMENTO DA CURVA LM (SÍNTESE):
 Um aumento da quantidade de moeda (real) em circulação
(MS ou P)  traduz-se num deslocamento
(paralelo) da curva LM.

Para cada nível de produto

a taxa de juro de
equilíbrio do mercado monetário passa a ser menor.
 A curva LM desloca-se, portanto, para baixo (para a
direita).
- -
55
 Um
aumento na oferta real de moeda ( M / P ) faz
deslocar para a direita e para baixo a curva LM:
Y = (1/k)* [( M / P ) - L ] + (h/k)* i
(17) Função (LM)-1
i = - (1/h)* [( M / P ) - L ] + (k/h)* Y
(18) Função LM
■ Derivando (17) e (18) em ordem à oferta real de moeda
resulta:
Y = (1 / k)* ( M / P )
(Deslocamento Horizontal da Curva LM)
- -
(19)
56
Δ Y/Δ (M/P) = (1/k) = v
(1/k) = v  Indica quanto teria que varia o rendimento real,
por unidade de variação na oferta real de moeda,
para reequilibrar o mercado monetário quando se
supõe dada a taxa de juro.
Esta expressão é designada por:
Multiplicador Monetário de Rendimento Simples.
 i = - (1 / h) * ( M / P )
(Deslocamento Vertical da Curva LM)
(20)
■ Equação (19)  Mede a deslocação na horizontal da curva
LM em resultado do aumento na oferta real
de moeda:
►
Indica o aumento que seria necessário ocorrer no
rendimento para reequilibrar o mercado monetário
à taxa de juro inicial.
- -
57
Caso de deslocamento horizantal da Curva LM
 M =+10 (P= P ) e (i0,Y0)  L s = L d
. Hipóteses ► i = i0 e k = 20% = 0,2
►v
= 1/k = 1/0,2 = 5 (velocidade circulação da moeda)
. Em equilíbrio:
►i
= i0  L s( = )   L t
.L
.
t= M
( M / P = L d = L t+ L s )
Y = (1/0,2) * (+10) = (5) * (+10) = + 50

L t = k* Y0 = (0,2) * (+50) = +10
=
Equação
M
(inicial) = + 10
(20)  Mede a deslocação na vertical da curva
LM em resultado do aumento na oferta
real de moeda.
- -
58
► Indica
a redução no i que se verificaria no mercado
monetário a cada nível de rendimento para reequilibrar
o mercado monetário.
Caso de deslocamento vertical da curva LM
(Δ M = + 10)
. Hipóteses ► Y0 = 0 (Y = Y o); h = 10
Δi = - (1/h)* ( M / P ) ► i = - (1/10)*(+10) = - 1 p.p.
. Em equilíbrio ► L s = L d ► L t (=) ► L s ().
 L s = - h* i ► L s = - (10)* (-1) = 10 = 
M
inicial
 Casos Extremos da Curva LM
Derivam de hipóteses extremas sobre o parâmetro (h).
1. O Caso Clássico
(h = 0) 
Procura de moeda não é sensível a variações na
taxa de juro  L
- -
=
L
+ k* Y.
59
■ Espaço
(i, L) ► Uma família de rectas paralelas
verticais cada uma delas:
 Correspondendo
a um determinado nível de
rendimento (Y).
■ Dado que a oferta de moeda ( M / P ) é independente de i e
de Y e o parâmetro “k” supomos ser a curto prazo
constante:
► Apenas um nível de rendimento “de pleno emprego”
(seja, Y3) asseguraria o equilíbrio nos mercados de
bens e serviços e monetário.
■ A CURVA LM É VERTICAL
- -
60
Figura: Caso Clássico (h = 0) 
L1
i
0
L + k* Y1
L2
L^M = (k/h) = ∞
LM
L3
i
L, M/P
L + k* Y2 L + k* Y3
0
Y3
Y
2. O Caso Keynesiano (Extremo):
A Armadilha da Liquidez
(h = ∞)  A procura de moeda é infinitamente
elástica em relação à taxa de juro.
■ Em situação de depressão económica a taxa de juro
podia ser já tão baixa que ninguém acreditava que
Baixistas
(todos)
ela continuassea descer:
- -
61
► Os
agentes económicos esperavam a descida no preço de
mercado (cotação) dos títulos pelo que preferiam moeda a
títulos.
■ Numa
situação como esta ► a procura de moeda
para fins especulativos (reserva de valor):
 Era
infinita em relação à taxa de juro do mercado –
havia, por isso, uma procura infinita de moeda, ninguém
queria títulos.
■ O declive da curva LM tenderia para 0:
►
A CURVA LM É HORIZONTAL
- -
62
Figura: Armadilha da liquidez
(h = ∞)  L^M = |k/h|=0)
L (Y0) L (Y1)
i
L (Y2)
i
LM
im
im
0
L, MS/P
0
Y
Y0 <Y1 <Y2
■ Desequilíbrio e Mecanismos de Ajustamento
no Mercado Monetário
LM
i
EOM
A
B
0
EDM
Y
- -
63
. Pontos A e B ► Combinações (i, Y) para as quais o
mercado monetário está em
desequilíbrio.
. Ponto A ► Para que se tenda para o equilíbrio
→
i tem de   mas, quando i 
→ L s  garantindo o equilíbrio
monetário ► Excesso de Oferta de
Moeda (EOM).
. Ponto B ► Para que tenda para o equilíbrio ► i tem de ↑

Mas, quando, i ↑ ► L s ↓ garantindo o
equilíbrio monetário ► Excesso de
Procura de Moeda (EDM).
- -
64
FIGURAS:
- -
65
- -
66
■ O MODELO IS-LM E O EQUILÍBRIO
GLOBAL INTERNO
■ INTRODUÇÃO
■ É necessário agora determinar as condições de equilíbrio e
os mecanismos de ajustamento

nos três mercados em
simultâneo (de bens e serviços, monetário e de
títulos).
■ Com efeito:
Os agentes que tomam decisões sobre bens e serviços no
mercado de bens e serviços tomam também decisões
quanto à composição da sua riqueza financeira
(mercado monetário e de títulos):
 Logo
essas decisões são necessariamente
interdependentes.
Aquelas decisões são afectadas e afectam variáveis
chave daqueles mercados, nomeadamente, o rendimento
e a taxa de juro
►
é, por isso, que se analisa a
interacção daqueles mercados.
- -
1

L t = k* Y
L´ t > 0
I = I – b* i
I´ < 0
Ponto (i0,Y0) ► equilíbrio simultâneo “ceteris
paribus” no mercado de bens e serviços : (IS) e nos
mercado monetário e de títulos: (LM)
Figura: Equilíbrio Global Interno
i
i0
IS
. EOBS
. EOM
. Iu > 0
(IV)
. EDBS
. EOM
. Iu < 0
(I)
E
. EOBS
. EDM
. Iu > 0
(III)
. EDBS
. EDM
. Iu < 0
0
LM
(II)
Y0
Y
- -
2
■ Mecanismos de Ajustamento
■ Face
a uma situação de desequilíbrio:
► Vamos
considerar por hipótese ► a velocidade de
ajustamento é mais rápida no mercado monetário:

Do que no mercado de bens e serviços.
Ajustamento nos mercados monetário e de títulos
preço (taxa de juro/preço dos títulos)
►
►
via
sendo quase
instantâneo.
Ajustamento no mercado de bens e serviços
►
quantidade (variação involuntária de stocks)
sendo
►
via
este processo mais lento.
- -
3
Desequilíbrio/Mecanismos de Ajustamento
LM
i
A´
. EOBS
. EDM
A
i1
(I)
E
i0
IS
0
■
Y0
Y1
Y
Ponto A:
►O
mercado de bens e serviços (IS) está em desequilíbrio.
►A
oferta de bens e serviços excede a procura de bens e
serviços:
Y > A (EOBS).
►O
mercado monetário (LM) também está
desequilibrado:
- -
4

A procura de moeda excede a oferta de moeda (EDM).
 Os planos dos agentes que intervêm nos diversos
mercados não são compatíveis.
■O
mercado monetário, por hipótese, ajusta-se
de forma automática:
  i: deslocação do ponto A para o ponto A´.
 Compatibilização entre a composição da riqueza
financeira com os planos dos agentes económicos.
Mas…
■
Ponto A´:
►O
mercado de bens e serviços (IS) continua
desequilibrado.
- -
5
►A
procura de bens e serviços inferior à oferta de
bens e serviços  os stocks involuntários/não
desejados/não planeados são positivos:

►
 Y e  N.
À medida que  Y ► L t e  i:

Para manter o mercado monetário equilibrado.

As 
i e Y prosseguem enquanto houver excesso de
oferta no mercado de bens e serviços e no mercado
monetário.
■
Ponto E: Situação de equilíbrio estável.
→ No sentido que, uma vez atingido somente uma
alteração exógena que mude IS ou/e LM:

Poderá causar uma nova situação de equilíbrio em
ambos os mercados.
- -
6
■ Determinação Analítica do Equilíbrio
Global Interno
■ Equilíbrio
Global (i0,Y0):
► Combinação
taxa de juro/rendimento  equilíbrio
simultâneo:
Mercado de bens e serviços (IS)
Mercado monetário (e de títulos) (LM).
1. FUNÇÃO IS
Y = (  * A ) – (  * b* i) =  * ( A - b*i)
(IS)-1
i = ( A /b) – (1/  * b)* Y
(IS)
- -
7
2. FUNÇÃO LM
Y = (1/k)* [( M / P ) - L ] + (h/k)* i
(LM)-1
i = - (1/h)* [( M / P ) - L ] + (k/h)*Y
A
(LM)
intersecção dos gráficos (e funções) IS e LM:
(Y o; i o) de equilíbrio global interno:
Y0 = [(h*  ) / (  * b* k + h)]*
A
+
+ [(b*  ) / (  * b* k + h)]* [( M / P ) - L ]
(22)
 Y0 = β * A +  * [( M / P ) - L ]
i 0 = [(k*  ) / (  * b* k + h)] *
A
- [1/(  * b* k + h)]*
*[( M / P ) - L ]
(23)
 i 0 = ß´* A -  ´* [( M / P ) - L ]
- -
8
■ ß = [(h*  ) /(  * b* k + h)]
■  = [b*  / (  * b* k + h)]
■ ß´= [(k*  ) /(  * b* k + h)]
■  ´= [1 / (  * b* k + h)]

= Multiplicador de rendimento da procura
agregada autónoma (simples):
► Considerando
apenas os ajustamentos no mercado real/de
bens e serviços, supondo dada a taxa de juro.

= 1 / [1 - c* (1 - t)] (3 Sectores)
α = 1 / [1 – c* (1 – t) + m] (4 sectores)
A
= Procura autónoma de bens e serviços (independente
do rendimento e da taxa de juro).
A
b
=
C
+ c* R – c* T +
G
+ I + (X¯ - M¯)
= Sensibilidade da procura de investimento à taxa de
juro.
k
h
= Sensibilidade da procura de moeda ao rendimento.
= Sensibilidade da procura de moeda à taxa de juro.
- -
9
( M / P ) = Oferta real de moeda.
L
= Componente autónoma da procura de moeda.
■ IMPLICAÇÕES DE POLÍTICA
MACROECONÓMICA
(Análise Estática Comparada)
■ Alterações na Procura Agregada
Autónoma de Bens e Serviços: Δ A
■ Efeito
sobre o produto/rendimento:
► Multiplicadores
globais de rendimento da
procura agregada autónoma.
- -
10
A = C + c* R – c* T + I + G + (X¯-
M¯)
β = Y / A = h*  / (  * b* k + h)
 A = C /c* R /- c* T / I /  G /
Δ X¯ / - Δ M¯)
(24)
Medidas de PO ► c* R ; - c* T ;
 G ;  I publ.
 i /  A = k*  / (  * b* k + h) = ß´ (25)
■
Expressão (24) ► Multiplicador de rendimento global
da procura agregada autónoma (β).
► Quando
se considera em interacção os mercados de bens
e serviços e monetário ( e de títulos).

Desde que se admita que “h” não assume
valores
extremos:
►O
multiplicador de rendimento global da procura
autónoma (ß):
- -
11
►É
menor que (α) ► o multiplicador de rendimento
simples da procura agregada autónoma:
ß <  (0 <h <∞)
A Política Orçamental Expansiva: Δ
i
LM0
(+)
G
Notas:
(1) Y (+) = 
*  G (+) (i = i0)
(2) Y (+) =  * G (+) (  <  )
E1
i1
(3)
i0
(3)  i (+) = 
E0
´*  G (+)
IS1
(1)
IS0
(2)
0
Y0
Y1
Y2
Y
Notas:
(1)
Efeito Deslocamento “Crowding-out”
(Parcial).
(2)
Resulta da rigidez da oferta de moeda.
- -
12
(3) β <

h*  /(  * b* k + h)
<
Mult. ( A ) global (IS/LM)

1 / [1 - c*(1-t)] (3S) / 1 /[1 – c* (1 – t) + m] (4S)
<
Mult. ( A ) simples (IS)
Dado que:
ß = h*  / (h +
*
b* k) = (h*  / h) / [(h / h +
β =
*
b* k / h)]

/ [(1 +
β = [1 / (1+
*
b* k / h)]*
*
b* k / h)]

Como: 1 / [1+  * b* (k /h)] <1
ß<
■ Uma
 na procura autónoma de bens e serviços ( A ):
 Faria
deslocar para a curva IS para a direita e para fora.
- -
13
■
Supondo constante a taxa de juro (i):

Y
►
de Y1 para Y2
►
através do multiplicador
simples da procura autónoma seria:

= (Y2 - Y0) /  A¯  Δ Y = α¯* Δ A¯
(Deslocamento Horizontal da Curva IS)
■ Mas:
► Considerando
os mercados de bens e serviços e
monetário (e de títulos) em interacção a situação final de
equilíbrio será: (i1,Y1):
 Multiplicador
de rendimento da procura
agregada autónoma (Global).
ß = (Y1-Y0) *  A
 Menor
que o multiplicador da procura agregada
autónoma (Simples):  .
- -
14
■À
medida que Y, via multiplicador:
►O
resultado será um  aumento da procura de moeda
para fins de transacção em bens e serviços: L t
►
O que requer  i

para que: ↓
Ls
(oferta de moeda não se alterou)

Reequilibrando o mercado monetário:
► Agentes

venderão títulos para obter liquidez:
↓ preço dos títulos (cotações) por pressão do
aumento da oferta de títulos no mercado de
títulos ,

↑i
■ O aumento na taxa de juro (i) por motivo
transacção:
►
Por sua vez, trava o crescimento de Y.
► Dado
que faz  a procura de bens juro elástica (I).
- -
15
►Y

não  tanto quanto subiria se (i):
Não se alterasse (caso do multiplicador simples –
não alteração da taxa de juro inicial).
►
Verifica-se uma compensação/neutralização
parcial em termos de expansão de Y (devido a uma
redução posterior do investimento privado).
■ Efeitos sobre a taxa de juro de um choque na
procura autónoma de bens e serviços ► dado pela
expressão (25):
► Efeito
final sobre a taxa de juro (i) devido ao choque
exógeno na procura agregada autónoma de bens e
serviços,
► Deve-se
ao aumento da procura de moeda pelo motivo
transacção.
►
i  : porque a oferta de moeda ( M / P ) não responde ao
 L t (resultante do Y):
- -
16

Que, por sua vez, foi gerado pelo acréscimo em
qualquer das componentes da procura autónoma de
bens e serviços.
■ O valor do efeito sobre a taxa de juro depende dos
declives das curvas IS e LM
►
ver adiante casos
extremos.
. I^S = |1/  * b|
. L^M = |k / h |
■ Política Orçamental: Análise de Casos
Extremos
■ Caso Clássico/Liberal
■ Admite
que a sensibilidade da procura de moeda
para fins especulativos é nula:
►
h = 0 (em extremo, não é reconhecido este motivo
procura de moeda).
- -
17
■ A curva LM é vertical.
►A
política orçamental seria incapaz de afectar a
procura agregada (A/D).
► Porque
haveria uma  i que eliminaria despesa privada
em (I).
► Em
igual montante ao aumento inicial nas despesas
públicas em bens e serviços (G).
Efeito Deslocamento “Crowding-out” Total.
Política Orçamental Totalmente Ineficaz
Caso Clássico (h=0 e L^M = |k/h | = ∞)
LM0
i
Notas:
.β=0
. Efeito “Crowding-out” Total
. Y0 = 0 → “PO” totalmente
i1
i0
ineficaz
IS1
IS0
0
Y
Y0
- -
18
 OUTRA SITUAÇÃO DE TOTAL INEFICÁCIA DA
“P.O.”:
► Se
a procura de bens de investimento fosse perfeitamente
elástica relativamente à taxa de juro.
►
b = ∞  curva IS seria horizontal a uma dada taxa de
juro.
► Política
Orçamental Expansiva seria incapaz de
altera a taxa de juro.
 “PO”
totalmente ineficaz.
Figura: Curva IS Horizontal
Notas:
i
. (b = ∞) I S = (1/  *b) = 0
. I = I – b* i
. PO Totalmente Ineficaz (Y0=0)
^
LM0
IS0
i0
0
Y
Y0
- -
19
■ Caso Keynesiano Extremo:
A Armadilha da Liquidez
Em situação de recessão acompanhada por  nos
preços e em i:
► Esta
pode atingir um nível tão baixo que ninguém
espera que continue a descer.
► Todos
os agentes esperam uma  no preço dos títulos:
totalidade de agentes “baixistas”.
► Preferem
moeda a títulos  há uma procura infinita de
moeda para fins especulativos/reserva de valor.
A curva LM é horizontal
►
Política Orçamental  o efeito deslocamento
“crowding-out” transacções seria nulo
►
Δ i nula

“PO” máxima eficácia.
- -
20
Figura: Eficácia da Política Orçamental:
O Caso Keynesiano Extremo
Armadilha da Liquidez: (b = ∞ e L^M= |k/h | = 0)
i
Notas:
LM
io
IS0
0
Y0
. Y0 = β* G =α*  G
. | β = |
. PO Máxima Eficácia
. Efeito “crowding-out” nulo
IS1
Y
Y1
OUTRA SITUAÇÃO DE EFICIÊNCIA MÁXIMA
DA “PO”:
Se o investimento fosse insensível a variações na
taxa de juro ► b = 0 
►
curva IS Vertical.
Neste caso: A Política Orçamental Expansiva:
embora aumentasse a taxa de juro (por motivo
transacção).
- -
21
► Teria efeito
máximo sobre o rendimento uma
vez que → Efeito “crowding-out” seria nulo.
Figura: Eficácia da Política Orçamental
Curva IS Vertical
► (b
= 0) e (I^S = |1 /α* b |= ∞)
Notas:
i
LM
i1
i0
IS0
0
Y0
. Y0 = β* G =  * G
. I = I - b* i
. | β = |
. “PO” Máxima Eficácia
. Efeito “crowding-out” nulo
IS1
Y1
- -
Y
22
■ Alteração Exógena na Oferta de Moeda
(Medida de Política Monetária):
 M s = M /P
Y / ( M / P ) = (b*  ) / (  * b* k + h) = 
(26)
Notas
i / ( M / P ) = - 1/(  * b* k + h) = -  ´
(27)
0 < h < ∞ “LM” declive (+)
 <1/k=v
[b*  / (  *b*k + h) ] < [Y /  ( M / P ) = (1 /k) = v]
Mult. Mon. Global (IS/LM) < Mult. Mon. Simples (LM)
■ Efeitos
sobre o Produto/ Rendimento ► multiplicador
de rendimento monetário global:
■ HIPÓTESE:
M
s
P.M. Expansionista:
(+) =( M / P ) (+)
- -
23
■ Expressão
(26) ► Multiplicador de rendimento
monetário global:

Desde que se excluam valores extremos para b e h:
(0 < h < ∞ e 0 < b < ∞)

Multiplicador monetário global “  ” é menor
que o Multiplicador monetário simples “v = 1/k”
(deslocamento horizontal da curva LM).
Figura: Multiplicador de Rendimento Monetário
Global [P.M. Expansiva:  M (+)]
i
LM0
LM1
E0
i0
E´0
i1
i´
IS0
0
Y0
Y1
- -
Y2
Y
24
Notas:
.Y / ( M / P ) = (b*  ) / (  * b* k + h) = 
.

< (1/k) = v
.  i / ( M / P ) = - [1 / (  * b* k + h)] = -  ´

Multiplicador de rendimento monetário simples:
v = 1 / k = (Y2 - Y0) / ( M / P )

[i = i0 (LS =)]  ( M / P ) = L t = k*Y

Y = (1/k)*Δ ( M / P )
(Deslocamento Horizontal LM): dado pelo
multiplicador monetário simples.
- -
25

Multiplicador Monetário Global:
► (Y1 -Y0)
/( M / P ) < 1 / k = v = (Y2 -Y0) / ( M / P )

■
↑ M s  Excesso de oferta sobre a procura de moeda (i = i o):
►
i (i o para i’)  para reequilibrar o mercado monetário
(e de títulos).
► Os agentes procuram
comprar títulos que geram rendimentos.
►
↑ preço dos títulos (cotações) no mercado de títulos: ↓ i
►
↑ saldos especulativos/reserva de valor “L s” de forma a
reequilibrar o mercado monetário L d = (M/P).
■ MAS:
estimula a despesa em bens e serviços juro elástica (
►
↓ i
►
 Y (via processo do multiplicador) ►  L t.
- -
I).
26
►
Agora: agentes procuram vender títulos para
obterem liquidez (de forma a suprir maiores
necessidades de moeda para fins de transacção).
►↓
►
preço dos títulos (cotações) no mercado de títulos.
 i  como condição de ajustamento contínuo no
mercado monetário (e de títulos).
Y = Y0  (L t =)   M / P = L s [Δ L s = - h* Δi]
 i = - (1/h)* ( M / P ) [i’ < i o]   M s (+)  i 

Deslocamento Vertical LM:
Δ i = - (1 / h)*  M / P
■ Situação
► Ocorre
final de equilíbrio:
a uma taxa de juro mais baixa do que a
inicial (i1 <i0).
►
Porém: Mais alta do que a que ocorreria se o mercado
de bens e serviços não respondesse à quebra na
taxa de juro (i0> i´).
- -
27
■ Política Monetária: Análise de Casos
Extremos
■ Caso Clássico/Liberal
Admitindo ser nula a sensibilidade da procura
de moeda para fins especulativos ► h = 0:
►
Curva LM Vertical.
A Política Monetária seria a única capaz de 
A/D (via ↑I):
► Através
►↓
do mecanismo do multiplicador.
i máxima (de io para i1)  ↑ Y (Y o para Y1).
- -
28
Eficácia (Máxima) da Política Monetária
Caso Clássico/Liberal ► (h=0 e L^M = |k/h | = ∞)
Notas:
0
LM
. |  =1/k = v |
. M / P = L + k* Y
1
LM
i
(dado que: - h* i = 0)
. Eficácia Máxima da PM
.Y0 =  *( M / P )
i0
= (1/ k)* ( M / P )
i1
= (v)* ( M / P )
IS0
0
Y0
Y1
Y
OUTRA SITUAÇÃO DE EFICÁCIA MÁXIMA
DA “PM”:
► Ocorreria
se a procura de bens de investimento fosse
perfeitamente elástica relativamente à taxa de juro
(b = ∞).
Curva IS Horizontal: a uma dada taxa de juro
inicial (i o).
- -
29
►
PM expansiva seria a única capaz de
influenciar a actividade económica real, em
termos máximos.
Figura: Curva IS Horizontal
i
LM0
i0
0
E0
Y0
^
LM1
E1
IS
Y1
. |  = (1/k) =v |
.Y0 =[  =1/k] * ( M / P )
. (b = ∞ ; 1/ |  *b | = I S = 0
. I = I - b* i
. Eficácia Máxima da PM
Y
■ Caso Keynesiano Extremo:
A Armadilha da Liquidez
(h = ∞; L^M = |k/h|=0)
 Na situação da armadilha da liquidez:
►
Curva LM Horizontal.
►
Política Monetária é ineficaz
(eficácia nula).
- -
30
Figura: Curva LM Horizontal
i
IS0
Notas:
E0
i0
. Grande Depressão 29/33 
LM0
opção keynesiana pela “PO”
Expansionista.
. Todos agentes “baixistas”.
Y0
0
■ Um
Y
acréscimo em M s seria totalmente absorvido para
fins especulativos/reserva de valor:
► Numa
situação como esta, todos esperam que: i.
► Logo:
ninguém aplicaria o excesso de oferta de
moeda em títulos.
 Todos
os agentes pensam que o preço dos títulos
(cotações) vão baixar: são todos “baixistas”.
 Não
funcionaria os mecanismos através do qual a
política monetária  afecta os níveis de produto e rendimento
segundo este modelo:
M s ()  i (-)A (+)Y (+)
- -
31
Então no caso da armadilha da liquidez:

Não funcionando estes mecanismos ► PM é
totalmente ineficaz (  = 0).
OUTRA SITUAÇÃO EM QUE A “PM” É
TOTALMENTE INEFICAZ
► Ocorreria
caso se admitisse a  total insensibilidade
da despesa em bens e serviços (do investimento) à
variações na taxa de juro (b = 0).
■ Curva
►
IS Vertical.
PM Expansiva ► ainda que  i.

Não teria qualquer efeito sobre A/D (sobre I):
Logo, não afectaria os níveis de Y
PM é totalmente ineficaz (Eficácia Nula).
- -
32
Figura: Curva IS Horizontal
IS0
i
LM0
. (b = 0; |1/  *b| = ∞ = L^M)
LM1
i0
. |  =0|
E0
i1
E1
Y
Y0
0
■ Coordenação de Políticas “Policy Mix”
1. Acomodação
Monetária
 O efeito deslocamento “crowding-out”
evitado
se
houver
coordenação:

pode ser
da
política
monetária  com a política orçamental.
 Se o Banco Central aumentar a oferta de moeda de
forma precisa (acomodação monetária total):
 Deixa de ocorrer a subida das taxas de juro  e a
consequente: diminuição do consumo e investimento dos
agentes privados.
- -
33
Y0 Y1
(1) Y0
= Y2 - Y0 =
Y2
*
Y
G
: “PM” expansiva (↑ M)
acomodatícia à “PO”expansionista

eliminação do efeito
de deslocamento “crowding-out” (parcial)
(2) Y0 =
Y1-Y0 = β*  G
 “PO”
►
β = α.
expansionista sem “PM”
acomodatícia ► ΔM = 0 ► existência de efeito
deslocamento “crowding-out” parcial ► β < α.
. G (+)  Y0 = β*  G (i=i1)
P.O. ► sem P.M. acomodatícia
.
M /P
(+)  Y0 =  *  G (i=i0)
P.O. ► com P.M. acomodatícia
- -
34
Caso de “PM” acomodatícia:
. L t satisfeito (devido a ↑ Y, via
multiplicador): por  M s ► não se
verificando  i ► efeito “crowding out
parcial.
. A “PM” é acomodatícia (pró-activa)
quando, no decorrer de uma “PO”
expansionista:  M s para evitar que i.
2. Compensação Monetária
 O Banco Central também pode praticar uma política de
compensação monetária

em resposta à política
orçamental expansionista, reduzindo a oferta de moeda.
 Nesse caso: o efeito de “crowding-out” é superior
(podendo mesmo ser total).
- -
35
Y0 Y1
Y
3. Estudos de Caso
3.1 Caso Clinton-Greenspan (USA)

Coordenação de política orçamental restritiva e
de política monetária expansionista (década de 90, do
século passado).
3.2 Caso Reunificação Alemã

Coordenação de política orçamental expansionista e de
política monetária restritiva (após queda do Muro de
Berlim, 1989).
- -
36
Resumo:
1. Segundo o Modelo Hicksiano (IS-LM):
► Salvo
valores extremos para a sensibilidade da procura
de bens e serviços “b” e/ou da procura de moeda à
taxa de juro “h”:
► As
medidas de Política Orçamental e Monetária
são relativamente eficazes (na estabilização
económica).
► Na
medida em que afectam a procura agregada de
bens e serviços “A”, e, via multiplicador, os níveis de Y
e N (0<b<∞; 0<h<∞).
P. Orçamental
P. Monetária
+
+
+
+
+
-
Emprego (N)
Rendimento (Y)
Taxa de Juro (i)
- -
37
2. Mecanismos de Transmissão:
Efeitos directos ►  A (e.g., Δ G )
Política
Orçamental
Efeitos indirectos Ai
► no
consumo e no investimento ► Δ Y
Efeitos indirectos
Política
Monetária
M s i   A (i)
 no consumo e no investimento  Y
- -
38
 O Modelo IS/LM no Longo Prazo
• Até
agora: tem-se assumido que o nível de preços está
fixo:

Um pressuposto razoável apenas para o curto prazo.

No longo prazo o nível de preços altera-se.
• Taxa de Produto Natural (Y n):
taxa de produto para a
qual há estabilidade do nível de preços

taxa de
inflação está constante.
•
Se o produto está acima da taxa natural

então os
preços vão aumentar  se o produto está abaixo da taxa
natural então os preços vão diminuir.
•
Se os preços variam, as variáveis reais e nominais não
podem ser usadas de forma alternada.
- -
39
•
As variáveis de despesa que afectam a curva IS
descrevem a procura por bens e serviços em termos
reais:

Flutuações nos preços não afectam estas variáveis logo
também não afectam a curva IS: mostra as combinações
da taxa de juro e produto agregado em termos reais que
satisfazem o equilíbrio no mercado real/de bens e serviços.
•
A Curva LM por sua vez é afectada por variações nos
preços:

Quando os preços aumentam a quantidade de moeda em
termos reais diminui:

Excesso de procura por moeda.

Aumento da taxa de juro para cada nível de produto
agregado.
- -
40
•
Uma política monetária expansionista: não tem efeito
no produto e taxas de juro de longo prazo:

Neutralidade monetária de longo prazo:
Em que o único efeito do aumento da oferta de moeda é o
aumento dos preços (painel A) (M/P inalterado porque M e P
aumentam na mesma proporção).
• Uma
política orçamental expansionista: não tem efeito
no produto de longo prazo (efeito deslocamento
“crowding out”total):
- -
41

Aumenta a taxa de juro e o nível de preços.
EM SUMA: Política Monetária e Orçamental
podem afectar o produto no curto
prazo mas não no longo prazo.
- -
42
MODELO IS-LM (RESUMO)
 Políticas económicas
 Política monetária
 Procura de moeda e a teoria quantitativa da moeda
 Teoria monetária
 Eficácia da política monetáriae orçamental
 A balança de pagamentos e as funções IS-LM
POLÍTICAS ECONÓMICAS
A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da
sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconómicos, como
pleno emprego, distribuição de riqueza, estabilidade de preços e crescimento
econômico. Para tanto, o governo atua na economia por meio de políticas
económicas, identificadas pela política monetária, política orçamental,
política cambial e política de rendimentos e preços.
Política Monetária  diz respeito à atuação do governo sobre a
quantidade de moeda, crédito e o nível das taxas de juros, com objetivo de
manter a liquidez do sistema económico.
-1-
Política Orçamental  controle e administração das contas públicas
através da política tributária e de gastos.
Política Cambial 
refere-se à atuação do governo sobre a taxa de
câmbio.
Política de Rendimento e Preços  diz respeito à interferência
direta do governo na formação de preços, por meio de congelamento
de preços e salários, fixação de reajustes salariais etc.
POLÍTICA MONETÁRIA
 A política
monetária enfatiza sua actuação sobre os meios
de pagamento (moeda em circulação) e taxas de juros
 modificando o custo e o nível de oferta do crédito.
A política monetária é geralmente executada pelo Banco
Central de cada país  o qual possui poderes e competência
próprios para controlar a quantidade de moeda na economia.
 O Banco Central administra a política monetária por intermédio
dos seguintes instrumentos clássicos de controle monetário:
-2-
a) Reservas Mínimas/Legais/Obrigatórias.
b) Operações de Mercado Aberto – “Open Market”.
c) Políticas de Redesconto Bancário.
 Uma
política monetária é expansionista  quando eleva a
liquidez da economia  injetando maior volume de recursos nos
mercados e elevando, em conseqüência, os meios de pagamento.
Com isso  são dinamizados o consumo e o investimento agregados
com reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica.
Essa situação é geralmente adotada em momentos de retração do nível da
economia  em que se produz um hiato deflacionário.
Nota: Hiato deflacionário  insuficiência da demanda agregada
em relação a oferta agregada de pleno emprego  tem-se uma
situação de desemprego involuntário de recursos.
Mostra de quanto a demanda agregada deve ser aumentada para
que possa atingir o equilíbrio de pleno emprego.
 Uma
política monetária é restritiva  quando as autoridades
monetárias promovem reduções dos meios de pagamento da
economia  retraindo a procura agregada (consumo e investimento)
e a atividade econômica.
-3-
As medidas restritivas são tomadas sempre que o crescimento da procura
e dos investimentos empresariais se situarem acima da capacidade
produtiva (pleno emprego) da economia  visando anular os efeitos de
um hiato inflacionário.
Essa política visa, em essência, restringir a oferta de crédito e
elevar seu custo de forma a adequar o consumo e o investimento
agregados à oferta monetária da economia.
Nota: Hiato inflacionário  excesso de demanda agregada em relação
à oferta agregada de pleno emprego  tem-se aqui uma inflação via
procura.
Mostra de quanto a procura deve cair para restabelecer o equilíbrio
de pleno emprego.
PROCURA DE MOEDA E A TEORIA QUANTITATIVA DA
MOEDA
A Procura de Moeda
 Corresponde à quantidade de moeda que o setor privado não bancário
retém, em média, seja com o público, seja no caixa das empresas.
 O que faz com que as pessoas e empresas retenham dinheiro, e não o
utilizem na compra de títulos, imóveis, etc.?
Isto é, quais são os motivos ou razões para a procura de moeda per se?
-4-
Motivos para a Procura de Moeda (Keynesiano)

Transação  as pessoas e empresas precisam de dinheiro para suas
transações do dia-a-dia, para alimentação, transporte, aluguel etc.

Precaução  o público e as empresas precisam ter uma certa
reserva monetária para fazer face a pagamentos imprevistos, ou atrasos
em recebimentos esperados.

Especulação  parcela da demanda de moeda que o público retém,
com o objetivo de auferir algum ganho futuro na compra de ativos
(títulos, imóveis, etc.).
Ld=
Lt+Ls
. L d = Procura Real de Moeda
. L t = f (Y)
+
.Ls=f(i)
. Ms = Oferta Real de Moeda = M/P
-5-
Equilíbrio:
M s = M/P =
Ld=Lt +Ls
A Teoria Quantitativa da Moeda (Clássico/Liberal)
 Há
uma relação direta entre o volume de moeda do sistema
econômico e o processo inflacionário.
 A concepção
da teoria quantitativa da moeda é baseada na
correspondência que deve haver entre o total dos meios de pagamento
num sistema econômico e o valor global de bens e serviços
transacionados  deverá haver uma igualdade entre o lado real e o
monetário da economia.
A equação que mostra esta igualdade é dada por:
M*V =
P*Y
Onde: M = a quantidade de moeda na economia
V = velocidade rendimento da moeda
P = nível geral de preços
Y = nível de rendimento nacional real (PIB real)
-6-
TEORIA MONETÁRIA
Teoria Clássica/Liberal

A Teoria Clássica/Liberal  considera a Teoria Quantitativa da
Moeda: M*V = P*Y.

A velocidade V  é considerada constante a curto prazo (depende de
hábitos da coletividade, que se alteram muito lentamente  e o nível de
rendimento fixado ao nível de pleno emprego.

Isso leva a uma relação diretamente proporcional entre moeda M e
preços P.
Supõe também que a moeda seria procurada pela coletividade apenas
para satisfazer os motivos precaução e transação.
Teoria Keynesiana/Intervencionista

A teoria Keynesiana da moeda apresenta duas diferenças básicas
em relação à teoria clássica:
 A presença da taxa de juros (e de expectativas).
 O nível de rendimento Y não é necessariamente de pleno emprego (ou
seja, não é fixado).
-7-

Na teoria clássica  uma expansão monetária seria toda usada para
satisfazer a procura transacional e precaucional  o que eleva
diretamente a procura agregada de bens e serviços.
Com rendimento de pleno emprego (Y fixada)  esse aumento
da procura provoca aumento de preços, de forma direta.

Isso não ocorre na teoria Keynesiana  na qual uma expansão
monetária seria usada em parte para especulação (dependendo, portanto,
da taxa de juros) e só depois poderia ou não afetar os preços, dependendo
de o rendimento estar ou não em pleno emprego.
. A existência da procura de moeda para especulação  “quebra”
a Lei de Say ou dos mercados (“a oferta gera a sua própria procura”)
 suporte
da teoria clássica.
. Como a moeda pode ficar ociosa  as pessoas ficam observando a
movimentação das taxa de juros  nem toda moeda é utilizada para
transações e precaução.
Assim, dada uma expansão monetária  nem toda moeda
representa aumento da procura agregada.
-8-
Pode até ocorrer uma  situação extrema, a “armadilha da
liquidez” na qual toda expansão monetária iria para os
especuladores (entesourada).
Keynes queria ilustrar  com esse conceito, que existem situações
(recessão grave ou mesmo depressão económica)  nas quais a política
monetária é completamente ineficaz  e procurava acentuar maior
importância da política orçamental para tirar a economia do
desemprego.
Nota:
Na teoria clássica  a taxa de juros é um fenômeno real 
isto é, é
determinada pelo encontro da poupança (oferta de
fundos) com os investimento (procura de fundos),
que são variáveis reais.
Na teoria Keynesiana  a taxa de juros é um fenômeno monetário,
dado que é determinada pelo encontro da oferta
de moeda com a procura de moeda.
-9-
EFICÁCIA DAS
ORÇAMENTAL

POLÍTICAS
MONETÁRIA
E
A eficácia ou poder de cada política  para aumentar o nível do
rendimento  dependerá das elasticidades das curvas IS e LM.
No fundo, depende da sensibilidade do nível do rendimento em
relação à variações da taxa de juros.

Para a discussão que se segue, é interessante destacar três
trechos da curva LM:
i
LM
Clássico/liberal
im
Intermediário/keynesiano geral
Keynesiano/extremo
Y´
Y*
Y
Trecho Clássico/Liberal

LM não é sensível à taxa de juros.
Portanto, a procura especulativa é nula  a elasticidade da procura de
moeda em relação à taxa de juros é zero.
- 10 -
Trecho Keynesiano/Intervencionista (Extremo)

É a “armadilha da liquidez”, em que a elasticidade da procura
de moeda em relação à taxa de juros é infinita.
Significa que qualquer aumento na oferta de moeda será retido em
encaixes especulativos (entesouramento).
Trecho Intermediário (Keynesiano Geral)

Rigorosamente  também um trecho Keynesiano  dado que a
LM é sensível à taxa de juros.
Assim, podemos observar em termos de eficácias das
políticas monetária e orçamental:
Trecho Clássico/Liberal
 A política monetária é totalmente eficaz.
 A política orçamental é totalmente ineficaz  efeito crowding out
completo  em que o aumento em G é totalmente diluído pela queda
no investimento I.
- 11 -
i
LM0
LM1
i0
i1
IS
im
Y0
Y1
Y
(LS =Ld=k*Y0) (LS =Ld=k*Y1)
Trecho Keynesiano/Intervencionista
 A política orçamental é totalmente eficaz  o multiplicador
keynesiano funciona plenamente.
 A política monetária totalmente ineficaz  todo excesso de moeda é
entesourado em saldos especulativos.
- 12 -
i
LM
IS0
IS1
im
Y0
Y
Y1
Trecho Intermediário (Keynesiano Geral)
 A eficácia de uma ou outra política dependerá das
elasticidades da IS e da LM.
LM
i
0
IS
IS1
i1
i0
im

Y0
- 13 -
Y1
Y
Em síntese, podemos dizer que, “ceteris paribus”:
A Eficácia da Política Monetária:
 Diminui  quando a elasticidade da procura de moeda em relação à
taxa de juros aumenta  pois aumenta a tendência para manter
muitos encaixes ociosos, para especulação.
 Aumenta  quando mais o investimento I seja sensível a i.
 Aumenta  quando a velocidade-rendimento da moeda aumenta a
moeda gira rápido  criando rendimento.
A Eficácia da Política Orçamental:
 Diminui  quando a elasticidade dos investimentos em relação à
taxa de juros se eleva  um efeito crowding out muito elevado.

Aumenta  quando a propensão marginal a consumir aumenta
 efeito multiplicador Keynesiano se eleva.
- 14 -
POLÍTICAS ECONÓMICAS A CURTO
PRAZO: POLÍTICA MONETÁRIA E
ORÇAMENTAL
POLÍTICAS DE CONTROLE DA PROCURA
AGREGADA
 Há muitos factores que afectam a procura agregada  além das
políticas monetária ou orçamental.
 Em geral, a procura agregada responde ante as mudanças de planos
de gastos de famílias e empresas.
 As mudanças nos planos de gastos de famílias e empresas provocam
flutuações a curto prazo no nível de produção e emprego.
 A política monetária e a orçamental podem ser utilizadas para
compensar estas flutuações e estabilizar a economia.
- 15 -
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (1)
 A teoria da preferência pela liquidez  desenvolvida por Keynes
 explica como a política monetária afecta a procura agregada.
 Segundo esta teoria  a oferta e procura de moeda (liquidez)
determinam as taxas de juros a curto prazo.
 Por sua vez, as taxas de juros afectam o Investimento  que é
uma componente da procura agregada.
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (2)
 A taxa de juro a curto prazo é determinada no mercado
monetário.
OFERTA DE MOEDA
 A oferta de moeda é controlada pelo banco central.
 Dado que a oferta de moeda é fixada pelo banco central  não
depende da taxa de juros.
 A oferta de moeda se apresenta com uma função de
oferta vertical.
- 16 -
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (3)
PROCURA DE MOEDA
 As pessoas procuram moeda por vários motivos:

Para comprar bens e serviços  Motivo de Transacção.

Para manter um remanescente para fazer frente a gastos
Imprevistos  Motivo de Precaução.
 Mas também deve-se ter em conta a taxa de juros  Motivo de
Especulação.
 Manter moeda líquida tem um custo de oportunidade  o que poderia
se ganhar convertendo-se a moeda num activo financeiro  depósitos
ou títulos.

A rentabilidade destes activos é a taxa de juros que nos interessa.
 As pessoas procuram ajustar a quantidade de moeda em seu poder
 em função da taxa de juros.
 Quanto maior a taxa de juro  maior será o custo de se manter moeda
líquida

e por esta razão algumas pessoas preferirão as aplicações
financeiras ao dinheiro.
 Em consequência  diminuirá a quantidade procurada de moeda
 para fins de especulação.
- 17 -
 Sucederá o contrário quando diminuir a taxa de juros.
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (4)
Oferta de Moeda
Taxa de Juros
i1
Taxa de Juros
de Equilíbrio
Procura de Moeda
i2
0
Md1
Quantidade fixada Md2
pelo Banco Central
Quantidade de Moeda
 O nível de preços é um dos determinantes da procura de
moeda.
 Um aumento do nível de preços  aumenta a procura de moeda para
qualquer taxa de juros  porque necessita-se de mais dinheiro para
comprar as quantidades de bens e serviços previstos (transacções):

deslocamento paralelo e para cima da função procura de
moeda.
- 18 -
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (5)
 O aumento da procura de moeda  deslocamento da curva de procura
de moeda  faz com que aumente a taxa de juros.
 O aumento da taxa de juros reduz o gasto em investimento (I) e em
consumo (C), se este se faz através de compras a crédito.
 Assim aparece uma relação negativa entre nível de preços e
procura agregada.
(a) Mercado Monetário
Taxa de
Juros
(b) Curva de Procura Agregada
Oferta de
Moeda
2. . . . aumenta a
procura de moeda . . .
Nivel de
Precos
P2
i2
ii
3. . . .
que
incrementa
a taxa de
juros
0
de equilibrio . . .
Procura de Moeda
ao nível precos, P2MD2
P2
1. Um
P
aumento
Procura de Moeda
do nivel
precos
P , MD
de
preços. . . 0
Quantidade
Quantidade fixada
pelo Banco Central
de Moeda
Procura
Agregada
Quantidade
de Produto
4. . . . que por sua vez reduz a quantidade
de bens e serviços procurados.
Y2
Y
POLÍTICA MONETÁRIA E PROCURA AGREGADA (6)
 O Banco Central pode afectar a procura agregada mediante

o controle da oferta de moeda.
- 19 -

Um aumento da oferta de moeda  a curva de oferta de moeda se
desloca para a direita...

...reduz a taxa de juros

nos deslocamos ao longo da curva da
procura de moeda.
 Uma menor taxa de juros
serviços

desloca
a

aumenta a procura de bens e
curva
- 20 -
da
procura
agregada.
(b) Curva de Procura Agregada
(a) Mercado Monetário
Taxa de
Juros
r
2. . . . a
taxa de juros
de equilibrio
cai . . .
Oferta
de Moeda,
MS
Nivel
de Preços
MS2
1. Quando o BC
aumenta a oferta
de dinheiro . . .
P
r2
AD2
Procura de Moeda
Ao nivel de
P
Procura
Agregada.
AD
precos
0
Quantidade
de Moeda
0
Y
Y
Quantidade
de Produto
3. . . . o que aumenta a quantidade de bens
e serviços procurados para cada nivel de preços.
A Política Monetária consiste em alterar a oferta de
moeda para deslocar a procura agregada.
• Quando aumenta a oferta de moeda

baixam as taxas
de juros  aumenta a procura agregada.
• Quando diminui a oferta de moeda  sobem as taxas de
juros e diminui a procura agregada.
- 21 -
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