UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Curso de Pós-Graduação em Engenharia da Informação Dissertação de Mestrado Jader de Amorim ESTUDO E APLICAÇÃO DE ALGORITMOS COMPUTACIONAIS PARA A CALIBRAÇÃO DE MAGNETÔMETROS Santo André 2012 Curso de Pós-Graduação em Engenharia da Informação Dissertação de Mestrado Jader de Amorim ESTUDO E APLICAÇÃO DE ALGORITMOS COMPUTACIONAIS PARA A CALIBRAÇÃO DE MAGNETÔMETROS Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Engenharia da Informação, sob a orientação do Professor Doutor Luiz de Siqueira Martins Filho. Santo André 2012 Aos meus pais e irmãos pelo apoio. À minha esposa pela compreensão. À minha filha pela inspiração. AGRADECIMENTOS À Universidade Federal do ABC. Ao Prof. Dr. Luiz de Siqueira Martins Filho, pela orientação do trabalho, baseada em valiosas discussões e sugestões. Ao Prof. Dr. Rodrigo Reina Muñoz e ao Prof. Dr. Ivan Roberto Santana Casella, pelo estímulo, críticas, sugestões no decorrer do trabalho. Ao Claudio Wilson Moles e ao Allan Christopher Fisher, pela oportunidade concedida para que pudesse concluir este curso de Mestrado. Ao Eduardo Kraszczuk, pelo convívio, pelo apoio e pela amizade. À Mônica Bimbatti Nogueira Cesar, pelo tempo disponibilizado para dirimir algumas de minhas incertezas. A todos os professores do curso, que foram tão importantes na minha vida acadêmica e no desenvolvimento deste trabalho. A todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para que a conclusão desta pesquisa se tornasse possível. E finalmente a Deus por ter me dado forças e iluminando meu caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida. Se você pensar que pode ou que não pode, de qualquer forma, você estará certo. Henry Ford RESUMO O magnetômetro de estado sólido é um sensor de três eixos utilizado a bordo dos mais variados tipos de veículos marítimos, terrestres, aéreos e espaciais. Esse sensor fornece tanto a direção quanto a magnitude do vetor do campo magnético a que está sendo submetido. A partir das informações obtidas por esse sensor de campo magnético, juntamente com outras fontes de informação de orientação, é possível determinar a atitude do veículo. Mais de 90% do campo geomagnético medido é gerado no núcleo externo da Terra e pode ser descrito por modelos matemáticos que servirão como referência aos algoritmos de calibração de magnetômetro. A acuidade desse sensor pode ser perturbada por uma série de distúrbios magnéticos gerados dentro do próprio veículo. Esses fatores internos devem, portanto, ser compensados na calibração. Os objetivos do trabalho são estudar e implementar, em hardware, métodos de calibração de magnetômetros de estado sólido: o método geométrico aplicado ao plano horizontal, o método geométrico aplicado a três dimensões, e o algoritmo TWOSTEP; simular a aplicação do algoritmo TWOSTEP em um satélite hipotético; desenvolver um dispositivo eletrônico e um software para testes dos algoritmos computacionais estudados. A metodologia baseia-se na revisão do material literário sobre os algoritmos de calibração do magnetômetro; em simulações numéricas como alternativa de testes do algoritmo TWOSTEP, com o desenvolvimento de uma base de dados do campo magnético terrestre ao longo da órbita do satélite, em suas diversas fases da vida útil; e na construção de dispositivo experimental, um cubo de acrílico contendo uma plataforma Arduino Mega 2560 e um magnetômetro de estado sólido HMC5843, que permite executar os diversos movimentos necessários à calibração do magnetômetro. Os três métodos estudados foram utilizados na calibração do magnetômetro HMC5843 instalado no dispositivo experimental de testes. Para a calibração de um sensor de campo magnético embarcado em um satélite em órbita, foram simuladas duas possibilidades de sensores e três atitudes da nave espacial. Os resultados mostram que Arduino Mega 2560 embarcado no dispositivo experimental de testes foi capaz de efetuar os cálculos matemáticos exigidos. Os três métodos de calibração mostraram-se rápidos e atingiram os resultados pretendidos, com estimativas comparáveis. No entanto, o sistema de navegação, o tipo de missão e, principalmente, o próprio dispositivo ou veículo, irão determinar que método de calibração do magnetômetro é o mais aplicável para cada caso. Isso não exclui a possibilidade de se utilizar uma combinação de métodos, de acordo com as condições de cada fase da missão. Palavras-chave: magnetômetro, calibração, TWOSTEP, método geométrico. ABSTRACT The magnetometer is a solid state sensor with three axes, used on board of various types of marine, land, air and space vehicles. This sensor provides both the direction and the magnitude of the magnetic field vector which is being submitted. From the information obtained by this magnetic field sensor, along with other sources of guidance information, it is possible to determine the vehicle attitude. Over 90% of the measured geomagnetic field is generated in the Earth´s outer core and can be described by mathematical models that serve as a reference for the calibration algorithms applied to magnetometers. The accuracy of this sensor can be disrupted by a series of magnetic disturbances generated within the vehicle. These internal factors should therefore be compensated in the calibration process. The research objectives are to study and to implement in hardware the methods for solid-state magnetometers calibration: the geometrical method applied to the horizontal plane, the geometrical method applied to three dimensions, and the TWOSTEP algorithm; to simulate the application of the TWOSTEP algorithm on a hypothetical satellite; to develop an electronic device and software for testing of the studied algorithms. The methodology is based on the review of the literary material regarding the magnetometer calibration algorithms; on the numerical simulations as an alternative for the TWOSTEP algorithm testing, with the development of a database of the Earth's magnetic field along the satellite orbit, in its various stages of life; and on the construction of experimental device, an acrylic cube, containing Arduino 2560 Mega platform and a solid state HMC5843 magnetometer, which allows to perform the required different movements for of the magnetometer calibration. The three methods were used for calibration of the magnetometer HMC5843, installed on the experimental testing device. For the calibration of a magnetic field sensor embedded in a satellite already in its orbit, two sensors and three spacecraft attitudes possibilities were simulated. The results show that the Arduino Mega 2560, embarked on the experimental testing device, was able to perform the required mathematical calculations. The three calibration methods proved to be fast, and achieved the desired results with comparable estimates. However, the navigation system, the type of mission and, especially, the device or the vehicle itself, will determine which magnetometer calibration method is the most applicable to each case. This does not exclude the possibility of using a combination of methods, according to the conditions of each mission phase. Keywords: magnetometer, calibration, TWOSTEP, geometrical method. vi Lista de Figuras Figura 1.1 - Magnetômetro de estado sólido HMC5843. ......................................... 1 19 Figura 1.2 – Um exemplo de bússola convencional de agulha. ................................ 2 1 Figura 1.3 - Representação gráfica do campo magnético da Terra. .......................... 3 2 Figura 1.4 – O vento solar e a magnetosfera da Terra. ............................................. 5 Figura 1.5 – Resultado do campo magnético terrestre na latitude – , e 3 longitude – , , calculado pelo software Geomag 7.0. ..................................... 8 4 Figura 1.6 – Trajetória no Veículo Lançador de Satélite (VLS). ............................ 14 5 Figura 4.1 – O vetor do campo magnético da Terra e suas componentes. .............. 22 6 Figura 4.2 - Ângulos de rolamento e de ataque...................................................... 25 7 Figura 4.3 - Curvas referentes ao campo magnético terrestre, medidas por um 8 magnetômetro embarcado. ................................................................................... 26 Figura 4.4 - Curvas referentes ao campo magnético terrestre, após compensação do 9 erro sistemático. ................................................................................................... 28 Figura 4.5 – Gráfico do campo magnético medido pelo magnetômetro não calibrado (valores em ). ................................................................................................. 31 10 Figura 4.6 – Gráfico do campo magnético medido pelo magnetômetro após a calibração do sensor (valores em ).................................................................. 32 11 Figura 4.7 – Vetor magnitude do campo magnético em diferentes coordenadas. ... 37 12 Figura 5.1 – Latitudes e longitudes ao longo da órbita do satélite. ......................... 45 13 Figura 5.2 – Projeção da órbita do satélite na superfície terrestre. ......................... 47 Figura 5.3 – Vetor do campo magnético e a atitude do satélite em que o eixo do 14 15 magnetômetro aponta para o Sol. ......................................................................... 48 Figura 5.4 –Vetor do campo magnético medido pelo satélite estabilizado, com o eixo do magnetômetro apontando o centro da Terra. ......................................... 53 16 Figura 6.1 – Plataforma Arduino Mega 2560. ....................................................... 57 17 Figura 6.2 - Tela do Arduino IDE mostrando um programa exemplo. ................... 60 18 Figura 6.3 - O sensor HMC5843. .......................................................................... 61 19 Figura 6.4 – Conexões do magnetômetro ao Arduino. ........................................... 62 20 Figura 6.5 - Diagrama do esquema elétrico interno do sensor HMC5843 e suas 21 conexões com o Arduino Mega 2560. .................................................................. 63 vii Figura 6.6 – Consumo de corrente do HMC5843 em função da taxa de medição... 66 22 Figura 6.7 – Dispositivo experimental para teste de algoritmos de calibração do 23 magnetômetro HMC5843..................................................................................... 67 Figura 6.8 – Faces internas do dispositivo experimental de testes. As marcações dos 24 eixos estão, portanto, espelhadas. ......................................................................... 68 Figura 6.9 – Bússola e transferidor utilizados nos experimentos. ........................... 69 25 Figura 6.10 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. ....................................................................... 70 26 Figura 6.11 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. ....................................................................... 71 27 Figura 6.12 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. ....................................................................... 71 28 Figura 6.13 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado 29 aleatoriamente no espaço tridimensional. ............................................................. 72 Figura 7.1 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor 30 HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal. ............................................................................................................................ 75 e efetuadas pelo sensor Figura 7.2 – Gráfico das medições das componentes 31 HMC5843, já calibrado pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal. .... 76 Figura 7.3 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor 32 HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões. ... 77 Figura 7.4 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor 33 HMC5843, para calibração pelo método geométrico no espaço tridimensional. .... 78 Figura 7.5 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor 34 HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões. ... 79 e efetuadas pelo sensor Figura 7.6 – Gráfico das medições das componentes 32 HMC5843 calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. ............. 81 e efetuadas pelo sensor Figura 7.7 – Gráfico das medições das componentes 33 HMC5843 calibrado pelo método geométrico no espaço tridimensional. .............. 82 e efetuadas pelo sensor Figura 7.8 – Gráfico das medições das componentes 34 HMC5843 calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. ............. 83 Figura 7.9 – Comportamento do fator em função do número de amostras, a partir 35 dos dados simulados............................................................................................. 87 viii Figura 7.10 – Comportamento do vetor estimado do erro sistemático do campo 36 terrestre, em função do número de amostras, a partir dos dados simulados. .......... 87 Figura 7.11 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave girando em torno de seu eixo , para calibração pelo 37 método TWOSTEP. ............................................................................................. 88 Figura 7.12 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético 38 terrestre com a espaçonave estabilizada inercialmente, para calibração pelo método TWOSTEP........................................................................................................... 90 Figura 7.13 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada, com seu eixo apontando para a Terra, 39 para calibração pelo método TWOSTEP. ............................................................. 92 Figura 7.14 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave girando em torno de seu eixo , para calibração pelo 40 método TWOSTEP. ............................................................................................. 94 Figura 7.15 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético 41 terrestre com a espaçonave estabilizada inercialmente, para calibração pelo método TWOSTEP........................................................................................................... 95 Figura 7.16 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada, com seu eixo apontando para a Terra, 42 para calibração pelo método TWOSTEP. ............................................................. 97 Figura 7.17 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético 43 terrestre com o dispositivo experimental de testes parado, para calibração pelo método TWOSTEP. ............................................................................................. 99 Figura 7.18 – Gráfico das medições do campo magnético terrestre com o dispositivo 44 experimental de testes girando aleatoriamente, no espaço tridimensional, para calibração pelo método TWOSTEP. ................................................................... 103 ix Lista de Tabelas Tabela 5.1 – Posição dos primeiros pontos da órbita simulada de um satélite ....... 46 12 Tabela 5.2 – As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite girando em torno do eixo , que 3 aponta para o Sol.................................................................................................. 51 Tabela 5.3 – As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite estabilizado, com o eixo 4 apontando para o Sol. ........................................................................................... 52 Tabela 5.4 - As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite estabilizado, com o eixo 5 apontando para o planeta Terra............................................................................. 55 Tabela 6.1 – Características eletrônicas do Arduino Mega 2560 ........................... 57 6 Tabela 7.1 – Resultados da estimativa do vetor do erro sistemático em função do número de amostras ......................................................................................... 86 7 Tabela 7.2 – Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave girando, eixo 8 apontando para o Sol) .......................................................................................... 89 Tabela 7.3 - Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave estabilizada, eixo apontando para o Sol) ....................................................................................... 91 9 Tabela 7.4 – Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave estabilizada, eixo apontando para o centro da Terra)..................................................................... 93 10 Tabela 7.5 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial girando, eixo apontando para o Sol) ............................................................................... 95 11 Tabela 7.6 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial inercialmente estabilizado, eixo apontando para o Sol) ..................................... 97 12 Tabela 7.7 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial estabilizado, eixo apontando para baixo) ............................................................................... 98 13 Tabela 7.8 – Resultados consolidados de várias simulações (Passo Um) ............ 100 14 Tabela 7.9 – Iterações do Passo Dois (magnetômetro HMC5843 instalado no 15 dispositivo experimental de testes) ..................................................................... 105 Tabela 7.10 – Comparativo dos resultados do Passo Dois nos casos de 2 a 7 ...... 106 16 x Lista de Siglas ADCS.................... Attitude Determination and Control Subsystem (Subsistema de Determinação e Controle da Atitude) CCS...................... Centro de Controle de Satélites ET......................... Estações Terrenas GPS...................... Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global) IAGA..................... International Association of Geomagnetism and Aeronomy (Associação Internacional de Geomagnetismo e Aeronomia) IGRF..................... International Geomagnetic Reference Field (Campo de Referência Geomagnético Internacional) LEOP.................... Launch and Early Orbit Phase (fase de lançamento e órbitas iniciais) NGDC................... National Geophysical Data Center (Centro Nacional de Dados Geofísicos) NOAA.................... National Oceanic and Atmospheric Administration (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) WMM.................... World Magnetic Model (Modelo Magnético Mundial) xi Lista de Símbolos ....................................................... ......................................................... ....................................................... !"# ................................................... $% ................................................... & ..................................................... Valor medido do campo magnético no sistema de coordenadas solidário ao corpo da espaçonave Matriz de atitude Valor do campo geomagnético no sistema de coordenadas inercial Matriz de alinhamento do magnetômetro Valor medido do campo magnético no sistema de coordenadas do sensor Desvio aleatório das medições do magnetômetro ' ........................................................ Número total de amostras (' ( 0 * ' + ,) 56 , 57 e 58 ........................................ Componentes do campo magnético da Terra - ...................................................... 9 ........................................................ - ...................................................... :6 , :7 e :8 ......................................... :6;á= , :7;á= ........................................ :6;í? , :7;í? ........................................ @ ........................................................ A ......................................................... Campo magnético da Terra no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Ângulo de inclinação do vetor do campo magnético da Terra Medição do campo magnético terrestre no instante ./ (0 1,2,3, … , ') Componentes do campo magnético medido Valores máximos das medições do campo magnético no plano horizontal Valores mínimos das medições do campo magnético no plano horizontal Ângulo de ataque Ângulo de rolamento xii :6B , :7B ............................................. CFG , EFG , HFG ....................................... CIGG , EIGG .......................................... , , ......................................... J6 , J7 , J8 .............................................. Transformadas do campo magnético medido ao plano horizontal (CD ,ED ) Fatores de escala para calibração da medição do campo magnético Valores de deslocamento para calibração da medição do campo magnético Valores calibrados das componentes do campo magnético terrestre Deslocamentos (componentes do erro sistemático) causados pela distorção magnética KFL ....................................................... Matriz que modela a distorção magnética fraca C , E , H .............................................. Deslocamentos J6 , J7 e J8 distorção magnética forte K! ....................................................... C, E, H................................................... MN , MO, MP ............................................. MQ , MR, MS ............................................. T......................................................... U......................................................... W......................................................... Y......................................................... N , O , P ............................................ CZ , EZ , HZ ............................................. Matriz que modela o desalinhamento entre os eixos dos sistemas de referência solidários ao magnetômetro e ao corpo da nave causados pela Medições provenientes do sensor de campo magnético (:6 , :7 e :8 ) Comprimentos dos semieixos Efeitos de um eixo de medição no outro Constante do campo magnético terrestre. Medições do magnetômetro combinadas em uma matriz coluna de dimensões ' V 1, onde ' é o número de medições Medições do magnetômetro combinadas em uma matriz coluna de dimensões ' V 6, onde ' é o número de medições Vetor de parâmetros com dimensões 6 V 1 Valores dos fatores de escala elevados ao quadrado Valores das componentes da medição do campo geomagnético, descontado o valor do erro sistemático xiii / ...................................................... ........................................................ [- ....................................................... \/ ....................................................... \]/ ....................................................... ^/ ....................................................... _/ ....................................................... `a .................................................... b̀ a ................................................... c `a .................................................... d^ / ..................................................... e^ O/ ..................................................... \f ......................................................... g ........................................................ ^f ........................................................ d fff^ ....................................................... b \ ........................................................ Atitude do magnetômetro terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Erro sistemático do magnetômetro Ruído da medição terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Medição efetiva do campo magnético terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Valor real de \- terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Ruído efetivo da medição terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Covariância do ruído de medição terrestre no instante ./ ( 0 1,2,3, … , ') Função de log-verossimilhança negativa do vetor de erro sistemático do magnetômetro Valor centralizado da função de logverossimilhança negativa do vetor de erro sistemático do magnetômetro Valor central da função de log-verossimilhança negativa do vetor de erro sistemático do magnetômetro Média do ruído efetivo de medição Variância do ruído efetivo de medição Média ponderada da medição efetiva do campo magnético Média ponderada magnético da medição do campo Média ponderada do ruído medido efetivo Média ponderada da média do ruído efetivo de medição Valor centralizado da medição efetiva do campo magnético xiv b ........................................................ Valor centralizado da medição do campo magnético b ^ ........................................................ Valor centralizado do ruído medido efetivo b ....................................................... Estimativa centralizada do erro sistemático do magnetômetro db^ ....................................................... h b J6 , b J7 , b J 8 ........................................... h h h JL6 , JL7 , JL7 ............................................ , ................................................... b éj ................................................. h kZZ ..................................................... bZZ ..................................................... k kfZZ ..................................................... lZZ ..................................................... b l ZZ ..................................................... lfZZ ..................................................... ma ................................................... Valor centralizado da média do ruído efetivo de medição Componentes da estimativa do vetor de erro sistemático do campo geomagnético Resultado do cálculo das componentes do vetor do erro sistemático na i-ésima iteração Resultado do cálculo do vetor do erro sistemático na segunda e na quarta iterações Média das estimativas dos valores do erro sistemático Matriz de covariância do erro sistemático do magnetômetro Valor centralizado da matriz de covariância do erro sistemático do magnetômetro Valor central da matriz de covariância do erro sistemático do magnetômetro Matriz de Fisher do erro sistemático do magnetômetro Valor centralizado da matriz de Fisher do erro sistemático do magnetômetro Valor central da matriz de Fisher do erro sistemático do magnetômetro Vetor de gradientes b a .................................................. m Valor centralizado do vetor de gradientes nL ........................................................ Constante limitante do método Gauss-Newton mc a ................................................... Valor central do vetor de gradientes xv o........................................................ Velocidade linear em m/s do satélite ao longo da (tangente à) órbita circular k........................................................ Período em segundos da órbita circular K........................................................ Massa da Terra q........................................................ Altitude do satélite p........................................................ Constante Gravitacional Universal T........................................................ Raio do palneta Terra Ar....................................................... stuv..................................................... vM....................................................... vrtm.................................................... wx ....................................................... uN, uO, uP , uQ ........................................... 56x , 57x , 58x ....................................... yN , yO , yP .............................................. Ângulo de rotação do satélite em sua órbita circular (0 grau coincide com o Meridiano de Greenwich) Ângulo de inclinação do plano da órbita (em relação ao Plano do Equador) Latitude Longitude j-ésimo ângulo de rotação do sistema de coordenadas, em torno de um eixo. Lados dos triângulos retângulos usado para o cálculo da órbita circular do satélite artificial j-ésimas componentes do campo geomagnético, após a j-ésima rotação do sistema de coordenadas Lados dos triângulos retângulos usados para o cálculo do vetor do campo geomagnético referenciado ao magnetômetro embarcado no satélite artificial SUMÁRIO Lista de Figuras................................................................................................... vi Lista de Tabelas .................................................................................................. ix Lista de Siglas....................................................................................................... x Lista de Símbolos ................................................................................................ xi 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 1 1.1 O campo magnético do planeta Terra ........................................................ 3 1.1.1 Elementos do campo magnético terrestre .............................................. 4 1.1.2 O campo principal ................................................................................. 4 1.1.3 Fatores que contribuem para o campo magnético medido .................... 5 1.1.4 Modelos de campo magnético terrestre ................................................. 6 1.1.5 O software Geomag 7.0 ......................................................................... 7 1.2 A atitude...................................................................................................... 9 1.2.1 A atitude e controle de uma nave .......................................................... 9 1.2.2 Sensores de atitude .............................................................................. 10 1.2.3 Determinação da atitude ..................................................................... 10 1.2.4 Magnetômetros e a determinação da atitude ....................................... 11 1.3 Rastreio e controle de satélites na prática................................................ 12 1.3.1 Fases da vida do satélite ...................................................................... 12 1.3.2 Detalhes da fase de lançamento e órbitas iniciais ............................... 13 1.4 Distorções do campo magnético medido .................................................. 15 1.4.1 Calibração das medições do magnetômetro......................................... 16 2 OBJETIVOS ................................................................................................... 18 2.1 Objetivos gerais ........................................................................................ 18 2.2 Objetivos específicos ................................................................................. 18 3 METODOLOGIA ........................................................................................... 19 3.1 Revisão dos algoritmos de calibração ...................................................... 19 3.2 Implementação dos algoritmos................................................................. 19 3.2.1 Condições de contorno do desenvolvimento experimental................... 19 3.2.2 Simulações numéricas ......................................................................... 20 3.2.3 Implementação em um dispositivo com processamento embarcado ... 20 3.3 Revisão complementar.............................................................................. 21 4 FUNDAMENTOS ........................................................................................... 22 4.1 Método geométrico aplicado ao plano horizontal .................................... 22 4.1.1 Sistemas de navegação baseados em bússola ...................................... 22 4.1.2 Compensação da declinação magnética .............................................. 23 4.1.3 Bússolas de um grau de definição ....................................................... 23 4.1.4 Cálculo do azimute .............................................................................. 24 4.1.5 Compensação da inclinação ................................................................ 25 4.1.6 Calibração do magnetômetro pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal ........................................................................................... 26 4.2 Método geométrico aplicado a três dimensões......................................... 28 4.2.1 Magnetômetro em sistemas de navegação mais sofisticados ............... 28 4.2.2 Princípio de funcionamento do método ............................................... 29 4.2.3 Calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões ........... 30 4.3 Algoritmo TWOSTEP .............................................................................. 35 4.3.1 Determinação da atitude de uma nave espacial................................... 35 4.3.2 Modelo matemático do campo magnético medido ............................... 36 4.3.3 Minimização do erro sistemático do magnetômetro ............................ 36 4.3.4 Operação de centralização .................................................................. 38 4.3.5 Algoritmo TWOSTEP para calibração do magnetômetro ................... 40 5 SIMULAÇÃO NUMÉRICA ........................................................................... 42 5.1 Cálculo da órbita ...................................................................................... 42 5.2 Cálculo do campo magnético terrestre ao longo da órbita ...................... 47 5.2.1 Satélite girando em torno do eixo que aponta para o Sol ................ 48 5.2.2 Satélite estabilizado com eixo apontando para o Sol ....................... 52 5.2.3 Satélite estabilizado com o eixo apontando para o planeta Terra .... 53 6 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL ................................................. 56 6.1 O Arduino como base do dispositivo experimental de testes .................. 56 6.1.1 O hardware Arduino Mega 2560 ......................................................... 56 6.1.2 Descrição técnica do Arduino ............................................................. 58 6.1.3 O ambiente integrado de desenvolvimento de software ....................... 59 6.2 O sensor HMC5843................................................................................... 61 6.2.1 Sensores magnetorresistivos anisotrópicos.......................................... 64 6.2.2 Modos de operação .............................................................................. 64 6.2.3 Registradores ....................................................................................... 65 6.3 Montagem do protótipo ............................................................................ 66 6.4 Uso do dispositivo experimental de testes para a calibração do magnetômetro ................................................................................................. 70 7 RESULTADOS ............................................................................................... 73 7.1 Calibração pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal ......... 74 7.2 Calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões .............. 76 7.2.1 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo ............ 77 7.2.2 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo ............ 78 7.2.3 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo ............ 79 7.3 Calibração pelo método TWOSTEP ........................................................ 84 7.3.1 Simulação numérica de um satélite em órbita ..................................... 84 7.3.2 Resultados experimentais do algoritmo TWOSTEP .......................... 103 7.4 Comentários finais dos testes ................................................................. 105 8 CONCLUSÃO ............................................................................................... 107 8.1 Trabalhos futuros ................................................................................... 109 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 111 GLOSSÁRIO ................................................................................................... 115 ANEXO A – Esquema elétrico do Arduino MEGA 2560 ............................... 125 1 1 INTRODUÇÃO O magnetômetro de três eixos é um sensor amplamente utilizado a bordo dos mais variados tipos de veículos terrestres, marítimos, aéreos e espaciais. Esse sensor é útil porque fornece tanto a direção quanto a magnitude do vetor do campo magnético a que está sendo submetido. Tomando-se como referência a direção do campo magnético medido, é possível, a princípio, determinar a atitude do veículo. A atitude é definida como a orientação do eixo principal do veículo, passando por seu centro de massa, com relação a uma base ortonormal de um referencial conhecido, que pode conter o vetor tangencial à trajetória de deslocamento, ou um plano de interesse como a superfície terrestre. (KIM, BANG, 2007). A Figura 1.1 mostra o magnetômetro HMC5843 desenvolvido pela empresa Honeywell International Inc. e utilizado neste trabalho de pesquisa. Figura 1.1 - Magnetômetro de estado sólido HMC5843. FONTE: Honeywell International Inc., 2009. 1 Avanços na tecnologia levaram ao desenvolvimento dos modernos sensores de estado sólido, que apresentam muitas vantagens em termos de robustez e economia de energia em relação aos antigos sensores fluxgate. Um exemplo de aplicação da medição do campo geomagnético, no caso de veículos terrestres, marítimos e aéreos, é a bússola, baseada em sensores magnetorresistivos. Essas bússolas eletrônicas oferecem muitas vantagens sobre as convencionais de agulha (Figura 1.2), tais como: resistência ao choque e à vibração, compensação eletrônica de efeitos de campo e interface direta para os sistemas de navegação. A agulha da bússola convencional aponta na direção da componente horizontal do campo magnético, do local onde o aparelho está localizado (CARUSO, 2003). 2 Figura 1.22– Um exemplo de bússola convencional de agulha. Os veículos espaciais, como os satélites, também podem fazer uso de magnetômetros em sistemas de determinação e controle da atitude. Nesses veículos, a utilização de sensores de estado sólido representa uma excelente razão entre custo e benefício, devido às já citadas características de baixo gasto de energia, de precisão e de robustez, agregadas aos aspectos de peso e tamanho reduzidos. O presente trabalho de pesquisa foi a base para artigos publicados: IMPLEMENTATION AND TESTING OF MAGNETOMETER CALIBRATION ALGORITHM FOR NAVIGATION SYSTEMS, apresentado no Simpósio Aeroespacial Brasileiro (SAB 2012), São José dos Campos, São Paulo, em 29 de maio de 2012. PROJETO DE UM SISTEMA DE NAVEGAÇÃO COM MECANISMO DE CALIBRAÇÃO DE SENSORES DE CAMPO MAGNÉTICO TERRESTRE, apresentado no VII Congresso Nacional de Engenharia Mecânica (CONEM 2012), São Luiz, Maranhão, em 31 de julho de 2012. 3 1.1 O campo magnético do planeta Terra Utilizar a medição do campo magnético terrestre no procedimento de determinação de atitude de um veículo implica em conhecer detalhes desse campo, bem como as limitações e as condições de contorno de cada método. Segundo Caruso (2003), a Terra atua como um grande e esférico ímã, na medida em que está envolta por um campo magnético. Este campo muda tanto em função do tempo quanto em função da localização na Terra, e assemelha-se, em geral, ao campo gerado por um dipolo magnético (isto é, um ímã reto com um polo norte e um polo sul), localizado no centro do nosso planeta (Figura 1.3). O eixo do dipolo está deslocado do eixo de rotação da Terra por cerca de onze graus. Isso significa que os Polos Norte e Sul geográficos, e os Polos Norte e Sul magnéticos, não estão localizados no mesmo lugar. Figura 1.3 - Representação gráfica do campo magnético da Terra. FONTE: Caruso, 2003 3 Na superfície da Terra, perto do Equador, o campo é horizontal, com cerca de 300 zp de magnitude. Perto dos polos, o campo é vertical, com cerca de 600 zp. A média da magnitude do vetor sobre a superfície é de cerca de 450 zp (LOWES, 2010). O campo magnético é diferente em diversos lugares do planeta Terra. Por ser demasiadamente irregular, deve ser medido em muitas localidades para se obter uma imagem satisfatória da sua distribuição. Isso é feito usando satélites e cerca de duzentos observatórios de campo magnético operacionais em todo o Mundo, além de várias outras estações não dedicadas (NOAA, 2012). 4 1.1.1 Elementos do campo magnético terrestre De acordo com o sítio da NOAA (2012), para se medir o magnetismo da Terra em qualquer lugar, deve-se obter a direção e a intensidade do campo. Este é descrito por sete parâmetros, que são a declinação magnética (ângulo entre o norte magnético e o norte verdadeiro), a inclinação (ângulo entre o plano horizontal e o vetor de campo total), a intensidade horizontal, as componentes da intensidade horizontal norte e leste, a intensidade vertical, e a intensidade total. Os parâmetros que descrevem a direção do campo magnético são a declinação e a inclinação. Estes parâmetros são medidos em unidades de grau, sendo a declinação positiva para leste, e a inclinação positiva para baixo. A intensidade do campo total é descrita pela componente horizontal, pela componente vertical, e pelas componentes da intensidade horizontal norte e leste. Estas componentes podem ser medidas em unidades de pM}~~ ou tMtr W*~vM (100.000 tW 1 p). A declinação é considerada positiva quando o ângulo medido está a leste do norte verdadeiro, e negativa quando a oeste. A inclinação magnética é positiva quando o vetor campo magnético aponta para dentro do planeta Terra. 1.1.2 O campo principal Segundo o sítio da NOAA (2012), o campo geomagnético medido em qualquer ponto na superfície da Terra é uma combinação de vários campos magnéticos gerados por inúmeras fontes. Estes campos são sobrepostos e interagem uns com os outros. Mais de 90% do campo medido é gerado internamente ao planeta, no núcleo externo da Terra. Esta porção do campo geomagnético é muitas vezes referida como o campo principal. Esse campo varia lentamente no tempo, e pode ser descrito por modelos matemáticos, como o IGRF (International Geomagnetic Reference Field) e o WMM (World Magnetic Model). O campo principal cria uma cavidade no espaço interplanetário chamado de magnetosfera. Essa é moldada como um cometa em resposta à pressão dinâmica do vento solar. Ele é comprimido do lado em direção ao Sol e se estende como uma cauda no lado longe do Sol, como mostra a Figura 1.4. O campo principal é o componente do campo magnético que é modelado pelo IGRF e pelo WMM (NOAA, 2012). 5 Figura 1.4 – O vento solar e a magnetosfera da Terra. FONTE: NOAA, 2012. 4 1.1.3 Fatores que contribuem para o campo magnético medido Os campos que compõem o campo magnético da Terra interagem uns com os outros por intermédio de processos indutivos. As mais importantes fontes geomagnéticas são: a condutividade do fluido do núcleo externo terrestre; rochas magnetizadas na crosta da Terra; campos gerados fora da Terra por correntes elétricas fluindo na ionosfera e magnetosfera; correntes elétricas que fluem na crosta da Terra, geralmente induzidas por variados campos magnéticos externos; e efeitos de correntes oceânicas. Todas essas contribuições variam com o tempo, em escalas que vão de milissegundos a milhões de anos (NOAA, 2012). O campo observado perto da superfície vem predominantemente de correntes elétricas no núcleo fluido da Terra. Por causa da grande distância entre a superfície e esta fonte, o campo principal observado é predominantemente de comprimento de onda longo. Mas uma contribuição significativa também vem das rochas magnetizadas da crosta terrestre; esta contribuição é predominantemente de comprimento de onda muito menor, e equivale normalmente a algo entre 2 zp e 3 zp (LOWES, 2010). De acordo com o mesmo autor, pode haver outras contribuições fixas a partir de edifícios, carros estacionados, etc. Há também uma grande variedade de campos variáveis no tempo, devidos à atividade humana (tráfego, trens e bondes elétricos de corrente contínua, entre outros) e à Natureza (a partir de correntes elétricas na ionosfera e na magnetosfera), e os 6 campos associados produzidos por correntes induzidas no solo condutor. Os campos da ionosfera e da magnetosfera ocorrem em escalas de tempo que variam principalmente de segundos a horas, em condições de calmaria podem ser tão pequenos quanto 0,2 zp (embora reforçados perto do Equador e nas calotas polares), mas até 10 zp ou mais, durante uma tempestade magnética. O cálculo da atitude, a partir de medições do magnetômetro, implica em ter de se lidar com variações nos valores dos dados, causadas pela alternância dos fatores que contribuem para a formação do campo magnético terrestre. Esse fato é um dos indicadores da necessidade de se utilizar outros sensores de atitude, baseados em princípios distintos, em conjunto com o magnetômetro, a fim de se produzir estimativas mais confiáveis da atitude. 1.1.4 Modelos de campo magnético terrestre Os algoritmos de determinação da atitude, em função da direção do vetor normalizado obtido a partir das medições do campo geomagnético local, preconizam, em algum momento, a comparação dessas medições com um modelo de referência. No caso específico de veículos espaciais, onde não se conhece a atitude da nave de antemão, utiliza-se o modelo de referência do campo magnético da Terra. Segundo o sítio da NOAA (2012), uma vez que o campo magnético terrestre está em constante mutação, é impossível prever com precisão como esse campo será em determinado local, no futuro distante. No entanto, pela constante medição, é possível constatar o modo como esse campo muda ao longo de um período de anos. Utilizando esta informação, é possível criar uma representação matemática do campo principal da Terra, e de como ele se altera ao longo do tempo. Portanto, para representar com precisão o campo magnético, novas observações devem ser feitas e novos modelos devem ser gerados. Portanto, de acordo com Lowes (2010), o IGRF foi introduzido pela IAGA (International Association of Geomagnetism and Aeronomy) em 1968 devido à demanda por uma representação matemática do campo principal da Terra. A precisão de um modelo para o cálculo do campo magnético é afetada por muitos fatores, inclusive pela localização do sensor de campo magnético. Em geral, os modelos atuais de campo, como o IGRF, têm precisão menor que 30 minutos de arco, para a 7 declinação e para a inclinação, e de cerca de 2 zp, para os elementos de intensidade (NOAA, 2012). De acordo com mesmo sítio, um novo modelo é adotado a cada cinco anos. O IGRF para o período de 2010 a 2015 foi adotado a partir de dezembro de 2009. Modelos existentes anteveem o campo magnético com base na taxa de mudança nos vários anos que precedem sua geração. Desde que a taxa de mudança em si está em mutação, o ato de usar modelos por períodos acima de cinco anos acarreta em erros cada vez maiores nos parâmetros do campo calculado. O IGRF é inevitavelmente imperfeito. Em primeiro lugar, os coeficientes numéricos fornecidos nunca serão corretos: o campo modelado será diferente do campo real. Em segundo lugar, por causa da truncagem, o IGRF representa apenas as frequências espaciais mais baixas (comprimentos de onda maiores) do campo: os componentes de frequência espacial superior do campo não são contabilizados. Em terceiro lugar, há também outras contribuições para o campo observado que o IGRF não modela (LOWES, 2010). De acordo com o mesmo autor, devido à variação temporal do campo, modelos realmente bons só podem ser produzidos quando há cobertura global por satélites que medem o vetor do campo magnético. Isto ocorreu em 1979 e 1980 (MAGSAT), e ocorre desde 1999 (Ørsted, CHAMP). 1.1.5 O software Geomag 7.0 No caso do desenvolvimento de um dispositivo experimental para testes de algoritmos de calibração de magnetômetro, e de um sistema de determinação de atitude de um satélite, o modelo do campo geomagnético pode ser rapidamente calculado por intermédio de software dedicado. O software Geomag, versão 7.0, foi desenvolvido pela NGDC (National Geophysical Data Center), e calcula a estimativa dos valores principais do campo magnético terrestre, dadas a localização e a data, ou uma faixa de datas (conforme mostrado na Figura 1.5). O Geomag requer um arquivo do modelo de campo magnético. No pacote do software dois modelos estão incluídos: IGRF11.COF e WMM2010.COF. São disponibilizadas versões para Unix e para Windows. Ademais, o código do software Geomag 7.0 é de domínio público e não é licenciado. As informações e software podem ser utilizados livremente pelo público. 8 Cabe frisar que, no desenvolvimento experimental desta pesquisa, apenas o modelo IGRF foi usado, a fim de reproduzir as mesmas condições dos experimentos de Alonso e Shuster (2003). Figura 1.5 – Resultado do campo magnético terrestre na latitude – , e longitude – , , calculado pelo software Geomag 7.0. 5 Os elementos magnéticos computados são: • D: Declinação • I: Inclinação • H: A intensidade do campo horizontal • X: Componente norte • Y: Componente leste • Z: Componente para baixo (aponta para o centro da Terra) • F: Intensidade de campo total • dD, dI, dH, dX, dY, dZ, dF: Variação por ano, das quantidades acima. 9 1.2 A atitude A atitude é definida como a orientação do eixo principal do veículo, passando por seu centro de massa, com relação a uma base ortonormal de um referencial conhecido, que pode conter o vetor tangencial à trajetória de deslocamento, ou um plano de interesse como a superfície terrestre. (KIM, BANG, 2007). 1.2.1 A atitude e controle de uma nave Segundo Fortescue, Swinerd e Stark (2011), os veículos espaciais contêm subsistemas destinados a interagir com, ou observar, outros objetos. Normalmente, há um subsistema primário que é conhecido como carga útil. Essa carga, usualmente, deve ser apontada para o seu alvo pretendido, com a precisão especificada pela missão da nave espacial. Esta precisão é comumente especificada como uma quantidade angular. O projetista deve desenvolver o subsistema de determinação e controle da atitude (ADCS, em inglês) de modo a atender a esses requisitos de precisão. Em um satélite de comunicações, por exemplo, a carga útil compreende os transmissores de rádio, multiplexadores e antenas que fornecem a capacidade de comunicação. Quanto mais preciso o ADCS, mais bem focalizado o feixe de rádio pode ser, e menores serão os requisitos de energia. No entanto, essa precisão tem um preço grande em si. A atitude é um conceito importante na dinâmica da nave espacial. Operacionalmente, os aspectos mais relevantes da atitude são sua determinação e controle (HALL, 2003). O controle da atitude de uma espaçonave é realizado usando-se uma grande variedade de técnicas. A escolha de qual usar depende dos requisitos de precisão e estabilidade do apontamento, de dirigibilidade da nave, bem como das condições gerais da missão, tais como custo e vida útil. Todos os conceitos de controle de atitude envolvem a aplicação de torques ou momentos na nave espacial (FORTESCUE, SWINERD, STARK, 2011). 10 1.2.2 Sensores de atitude De acordo com Hall (2003), existem duas classes básicas de sensores de atitude. A primeira classe faz medições absolutas, enquanto que a segunda classe faz medições relativas. O magnetômetro é um sensor de medição absoluta. Quando se conhece a posição de uma nave na sua órbita, é possível calcular as direções do vetor das linhas de força do campo magnético terrestre com respeito a um sistema inercial. Concomitantemente, os sensores de medição relativa pertencem à classe dos giroscópios e detectam a alteração da atitude da nave com relação ao sistema de referência solidário ao sensor. O magnetômetro, em média, tem precisão de 1I quando utilizado em uma altitude em torno de 5000 0z. As incertezas do campo geomagnético e a variabilidade que dominam a sua precisão limitam a aplicação desse sensor de atitude a altitudes abaixo de 6000 0z aproximadamente (HALL, 2003). 1.2.3 Determinação da atitude Basicamente, todos os sistemas de controle requerem dois tipos de componentes de hardware: sensores e atuadores. Os sensores são utilizados para detectar ou medir o estado do sistema, e os atuadores são usados para ajustar o estado do sistema. Os sistemas de determinação e controle da atitude da nave espacial geralmente utilizam uma variedade de sensores e atuadores (HALL, 2003). A determinação da atitude também usa modelos matemáticos para calcular as componentes do vetor no referencial no corpo e no referencial inercial. Estas componentes são utilizadas em um dos algoritmos para a determinação da atitude, tipicamente sob a forma de um quaternion, ângulos de Euler, ou uma matriz de rotação. São necessários pelo menos dois vetores para estimar a atitude. Por exemplo, um sistema de determinação de atitude pode usar um vetor Sol e um vetor de campo magnético. Um sensor solar mede as componentes do vetor Sol no sistema de coordenadas solidário ao corpo. Da mesma forma, um magnetômetro mede as componentes do vetor do campo magnético no sistema de coordenadas do corpo (FORTESCUE, SWINERD, STARK, 2011). 11 1.2.4 Magnetômetros e a determinação da atitude Em termos mais gerais, um magnetômetro de três eixos, que consiste de fato de três magnetômetros ortogonais entre si, mede as três componentes de um campo magnético. Se :Z é o valor medido do um campo magnético no sistema de coordenadas solidário ao corpo da espaçonave e 5L é o valor conhecido do campo magnético nas coordenadas inerciais, então (PISCANE, 2005): (1.1) onde é a matriz de direção-cosseno (matriz de rotação, matriz ortogonal ou matriz de atitude) que descreve a atitude. Assim, a medição do campo magnético fornece uma medida da atitude (neste caso em relação às coordenadas inerciais). O vetor é geralmente dado pelo modelo IGRF, que requer o conhecimento da posição da nave espacial (PISCANE, 2005). O magnetômetro não mede o campo no sistema de coordenadas do corpo da nave, mas em um sistema de coordenadas fixo nesse sensor. O campo magnético medido no sistema de coordenadas do corpo da espaçonave é obtido a partir do campo medido pelo sensor ( $% ) de acordo com: !"# $% onde !"# (1.2) é a matriz de alinhamento do magnetômetro, uma matriz ortogonal que transforma as componentes do campo magnético na referência do sistema de coordenadas do magnetômetro no sistema de coordenada do corpo da nave. Esta matriz é determinada antes do lançamento, mas é muitas vezes estimada novamente no espaço (PISCANE, 2005). No projeto desenvolvido neste trabalho, !"# é uma matriz identidade de dimensões 3 V 3, uma vez que os eixos do magnetômetro estão alinhados com os eixos de referência do dispositivo experimental de testes. 12 1.3 Rastreio e controle de satélites na prática O controle de atitude de um veículo tripulado é feito pelo piloto, de dentro da própria nave, com o auxílio de instrumentos de navegação presentes a bordo, tais como a bússola. No caso de satélites artificiais, o controle da atitude é feito remotamente pelas equipes de solo. Existe, portanto, uma dependência grande dos dados de telemetria, incluindo aqueles medidos por sensores de atitude tais como o magnetômetro. De acordo com Rozenfeld (2002), as atividades de controle de satélites em órbita, na maioria das vezes, são complexas e dependem, em alto grau, do tipo da missão sendo controlada e do tipo de tecnologia disponível para o controle. Por mais perfeito que seja o lançamento de satélite, há vários fenômenos, independentes da ação do homem, que causam o afastamento do satélite de sua órbita desejada ou a perda de sua atitude programada. Como exemplos dessas ocorrências podem-se citar: achatamento da Terra; arrasto da atmosfera; pressão da radiação solar; atração do Sol e da Lua; entre outros. Para poder cumprir a missão com sucesso, os efeitos negativos desses fenômenos devem ser anulados ou diminuídos. Isto tudo mostra que há necessidade de se atuar sobre um satélite, ou seja, controlá-lo em órbita para obtenção dos resultados desejados da missão. As órbitas das missões espaciais podem ser circulares ou elípticas. Quanto à altitude, as órbitas podem ser altas (acima de 20.000 0z), baixas (abaixo de 2.0000z) e médias. Em termos de inclinação, a órbita pode ser polar (próxima de 90 ), equatorial (próxima de 0) ou intermediária. No caso do satélite artificial simulado nesse trabalho, a órbita selecionada é circular, inclinada (40 ) e de baixa altitude (650 0z). 1.3.1 Fases da vida do satélite A fim de desenvolver os modelos de atitude de uma espaçonave, como os simulados neste trabalho, e, consequentemente, gerar os dados de leitura do magnetômetro na órbita, é necessário o entendimento das diversas fases da vida útil de um satélite. Para a determinação de modelos realistas de órbita e de medições do campo magnético, é imprescindível a compreensão das diversas atitudes assumidas pela nave durante essas fases. Segundo Rozenfeld (2002), o satélite passa por várias fases de vida: 13 1. Antes do lançamento: o CCS (Centro de Controle de Satélites) envia às Estações Terrenas (ET) envolvidas no suporte ao lançamento, as previsões de passagens de satélite baseadas na órbita nominal. As previsões de passagens são cronogramas que, a cada 30 ~, dão o azimute e a elevação da antena que deve rastrear o satélite. 2. Lançamento e órbitas iniciais (LEOP): definida a partir do instante de injeção do satélite em órbita até a sua aceitação em órbita. Os objetivos da fase são: determinação de atitude do satélite, importante para geração de energia de bordo; e determinação da órbita, com o intuito de saber localizar o satélite a qualquer instante e colocar o satélite na órbita definitiva (Figura 1.6). 3. Aceitação em órbita: definida desde o fim do LEOP até a entrada na fase de rotina. Os objetivos da fase são: testes com os equipamentos da plataforma, e testes com os equipamentos da carga útil. 4. Fase de rotina: de utilização plena do satélite quando a nave cumpre a missão para a qual foi projetada. Há utilização plena da carga útil, atendendo aos requisitos dos usuários da missão. 5. Emergência: pode interromper a qualquer instante as fases anteriores. Ex: perda da atitude, falha de um equipamento de bordo. Exige ações de recuperação. 6. Fim da vida útil: quando cessa toda a comunicação com o satélite, seja pelo esgotamento de sua energia de bordo ou esgotamento do propelente, seja por efeito de alguma falha fatal. 1.3.2 Detalhes da fase de lançamento e órbitas iniciais A fase de lançamento e órbitas iniciais é a mais crítica, pois, como já explanado, representa o início de operação do satélite, em que a calibração de sensores, como o magnetômetro, é crucial para a determinação da atitude. No caso específico de veículos espaciais, durante o processo de injeção de órbita (processo de prover o veículo com velocidade suficiente para o estabelecimento de uma órbita estável ao redor do planeta), frequentemente, o principal sensor de atitude operando é o magnetômetro de três eixos. Quase sempre a espaçonave está girando rapidamente em torno de seu eixo. Dentro de certas condições (fora da linha do Equador, a não muito alta altitude), 14 com o conhecimento da posição da espaçonave, é possível determinar a taxa de giro e a inclinação do eixo de rotação (ALONSO, SHUSTER, 2002). Figura 1.6 – Trajetória no Veículo Lançador de Satélite (VLS). FONTE: Agência Espacial Brasileira (AEB), 2012. 6 Segundo Rozenfeld (2002), na separação do último estágio, o satélite deverá estar necessariamente ligado. Assim, quando a nave passar sobre a primeira Estação Terrena, sua antena consegue adquirir o sinal e receber seus dados de telemetria. Isto é feito para facilitar o rastreio inicial do satélite e assegurar o contato com o mesmo, o mais próximo da separação. 15 No CCS, o primeiro cuidado é com o estado do sistema de atitude e energia a bordo do satélite. Imediatamente, disparam-se os sistemas de medição de velocidade e distância. O intuito é obter o máximo de dados para poder reconstituir a órbita real do satélite e garantir a geração de energia a bordo. Normalmente, nesta fase, a carga útil do satélite está desligada. Várias passagens do satélite são necessárias para determinar precisamente a órbita. A fase de determinação de atitude dura alguns dias (ROZENFELD, 2002). De acordo com Rozenfeld (2002), em seguida, passa-se a fase de determinação fina de órbita, quando então são usados os propulsores de bordo. Há um rígido controle de gasto de propelente, pois a vida útil do satélite em órbita depende, em grande parte, da disponibilidade do mesmo a bordo. Esta fase dura alguns dias. Neste período pode ser ligada a carga útil. Os passos seguintes são os testes de aceitação em órbita quando então todos os subsistemas de bordo são calibrados e testados, o que pode durar algumas semanas. 1.4 Distorções do campo magnético medido Além dos fatores ambientais, externos à nave, que distorcem o campo geomagnético (já apresentados), a acuidade do magnetômetro também pode ser perturbada por uma série de distúrbios magnéticos gerados dentro do próprio veículo: os fatores internos. Enquanto a compensação dos fatores externos implicaria em modelos mais precisos do campo geomagnético, o que é inviável na prática, os fatores internos são mais fáceis de detectar e de serem compensados, uma vez que são solidários ao referencial da nave e podem ser assumidos constantes durante um intervalo razoável de tempo. Portanto, para se melhorar a precisão da atitude calculada a partir das medições efetuadas por um magnetômetro, os fatores internos devem ser compensados, ou seja, o magnetômetro deve ser calibrado. Segundo o sítio da empresa ST Microelectronics (2010), o campo de interferência magnética forte é normalmente gerado por materiais ferromagnéticos com campos magnéticos permanentes, que fazem parte da estrutura da nave. Estes materiais podem ser ímãs permanentes, ou ferro ou aço magnetizado. Esses campos são invariantes no tempo e são sobrepostos às medições do sensor de campo magnético da Terra. O efeito desta sobreposição é o erro sistemático nas medições feitas pelo magnetômetro. Um campo de interferência magnética proveniente de magnetos temporários é gerado pelos mais diversos dispositivos eletrônicos presentes dentro da estrutura da nave. Podem ser 16 gerados por correntes nas placas de circuito impresso ou por materiais magneticamente fracos. O campo magnético gerado é variável no tempo e se sobrepõe ao sinal de saída do magnetômetro (ST MICROELECTRONICS, 2010). De acordo com o mesmo sítio, o erro de fator de escala é definido como a diferença entre as sensibilidades dos eixos de medição do sensor de campo magnético. Idealmente, os três sensores, em cada um dos três eixos, deveriam ser idênticos. Na prática, no entanto, isso pode não ocorrer. O erro de desalinhamento é definido como o conjunto de ângulos entre os eixos de medição do sensor de campo magnético e os eixos no corpo do dispositivo. Ao montar o magnetômetro dentro da nave, estes pequenos ângulos precisam ser compensados (ST MICROELECTRONICS, 2010). 1.4.1 Calibração das medições do magnetômetro A precisão do magnetômetro de três eixos pode ser melhorada por intermédio dos diversos métodos de calibração (KIM, BANG, 2007). De acordo com Piscane (2005), as medições nunca são perfeitas, já que estão corrompidas por desvios de origens diversas. Assim, devemos escrever um modelo mais preciso: & (1.3) onde & é o desvio aleatório, determinado ao longo dos eixos do sistema de coordenadas do corpo. Esse desvio pode ser produzido a partir de erros de alinhamento, erros sistemáticos, erros no fator de escala, atividade elétrica na nave espacial, dentre outras origens. O maior componente deste desvio pode resultar não da atividade do sensor em si, mas a partir do modelo do campo magnético, isto é, o valor para o . Para órbitas próximas da Terra, o erro na direção do campo modelado pode variar de 0,5I , perto do Equador, a 3I , perto dos polos magnéticos, onde correntes aurorais erráticas desempenham um grande papel. Longe da Terra, o campo magnético é muito fraco para ser uma referência de atitude aceitável e, de fato, não é dominado pelo campo geomagnético, mas pelo campo interplanetário, cuja dependência do tempo é complicada e imprevisível (PISCANE, 2005). 17 Portanto, o objetivo da calibração do magnetômetro é determinar & . Essa determinação pode ser feita a partir do cálculo dos fatores para ajuste dos valores medidos do campo magnético terrestre ( ) a um modelo conhecido. No caso do método geométrico aplicado ao plano horizontal, o modelo é uma circunferência. Para o método geométrico aplicado a três dimensões, o modelo utilizado é uma esfera. O algoritmo TWOSTEP usa como modelo o campo de referência IGRF. Caruso (2003 e 2004), com o objetivo de propor um sistema de navegação de baixo custo, demonstra um método de calibração do magnetômetro aplicável a veículos terrestres, marítimos e aéreos, onde a atitude é determinada unicamente por esse sensor. Para veículos espaciais em procedimento de injeção de órbita, a calibração do magnetômetro é um processo ainda mais crítico. Segundo Alonso e Shuster (2002), em naves equipadas com um magnetômetro e um sensor solar, a atitude somente poderá ser determinada a partir dos dados desses componentes. Nesse caso, a direção assumida pela nave não pode ser usada diretamente para determinar o vetor do erro sistemático das medições magnetômetro. Se fosse possível utilizar a atitude, bastaria transformar o campo magnético de referência (nas coordenadas do magnetômetro, proveniente de um modelo), e comparar o resultado obtido com a medição do próprio magnetômetro, obtendo-se assim, o erro sistemático. Portanto, um algoritmo para a estimativa desse erro se faz necessário. 18 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivos gerais Estudar e implementar em hardware métodos de calibração de magnetômetros de estado sólido para aplicação em sistemas de navegação. 2.2 Objetivos específicos 2.2.1 Estudar três algoritmos computacionais para calibração de magnetômetros de estado sólido: o método geométrico aplicado ao plano horizontal, o método geométrico aplicado a três dimensões, e o algoritmo TWOSTEP. 2.2.2 Simular a aplicação do algoritmo TWOSTEP em um satélite hipotético em órbita circular inclinada, para as atitudes assumidas durante a vida útil da nave. 2.2.3 Desenvolver um dispositivo eletrônico e um software para testes dos algoritmos computacionais para calibração de magnetômetros, utilizando como base a plataforma Arduino. 19 3 METODOLOGIA 3.1 Revisão dos algoritmos de calibração A primeira fase deste trabalho constituiu-se da revisão do material literário sobre os algoritmos e métodos de calibração do magnetômetro. Caruso (2003 e 2004) apresenta um método geométrico aplicado ao plano horizontal para calibração de um magnetômetro. Discorre também sobre a bússola de estado sólido como instrumento de navegação de baixo custo e alto desempenho, com aplicações para veículos marítimos, terrestres e aéreos. A empresa ST Microelectronics Inc. (2010) apresenta, em nota de aplicação, um método de calibração do magnetômetro de estado sólido aplicado a três dimensões. O sistema de navegação inercial auxiliado, descrito no trabalho de Martins (1992), pode fazer uso desse método na melhoria da precisão do apontamento de carga útil. Alonso e Shuster (2002 e 2003) e Kim e Bang (2007) apresentam o algoritmo TWOSTEP, onde não existe a necessidade do conhecimento da orientação da espaçonave no espaço. Kim, Di Filippo e Ng (2003) falam da necessidade de dar continuidade ao processo de calibração de um magnetômetro embarcado quando a nave espacial já está em sua órbita, caso em que o algoritmo TWOSTEP encontra aplicação prática. 3.2 Implementação dos algoritmos 3.2.1 Condições de contorno do desenvolvimento experimental Lowes (2010) discorre sobre o campo geomagnético principal e seu modelo matemático. O sítio da NOAA (2012) apresenta um extenso trabalho sobre o campo magnético terrestre e fornece o software Geomag 7.0, ferramenta que calcula dados de referência do campo magnético terrestre, utilizados pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal e pelo algoritmo TWOSTEP. 20 Hall (2003) e Fortescue, Swinerd e Stark (2011) ponderam sobre a necessidade da determinação e controle da atitude, bem como da utilidade do magnetômetro como sensor de direção. A ST Microelectronics (2010) discorre sobre as distorções magnéticas internas em uma nave. Piscane (2005) fala da calibração do magnetômetro como forma de compensar essas distorções. 3.2.2 Simulações numéricas Uma nave espacial, quando em órbita ao redor do planeta Terra, é submetida ao campo geomagnético. Dada a dificuldade de reprodução em laboratório desse campo, nessas condições, a simulação numérica foi utilizada como alternativa de testes do algoritmo TWOSTEP. Simulou-se, portanto, em MATLAB, a órbita do satélite, com o cálculo das leituras do magnetômetro durante a trajetória. O trabalho de Rozenfeld (2002) serviu de referência para o desenvolvimento das diversas atitudes assumidas pela nave espacial durante as fases de sua vida. 3.2.3 Implementação em um dispositivo com processamento embarcado Na segunda fase deste trabalho, foi construído um cubo de acrílico com estrutura de polietileno. Esse dispositivo experimental permite executar os diversos movimentos necessários à calibração do magnetômetro. Para tanto, o cubo foi dotado de rolamentos que permitem que gire em torno dos eixos do sensor. Para cada experimento, rotações no espaço bidimensional são efetuadas em torno dos eixos , e . Em alguns casos, rotações aleatórias no espaço tridimensional também são executadas. Como base de hardware para a aplicação prática deste trabalho, e com referência nos dados apresentados pelo sítio do Arduino (2011), selecionou-se a plataforma Arduino Mega 2560. Os motivos primordiais para a escolha foram o uso de um microcontrolador Atmel de última geração e a existência de um ambiente integrado de desenvolvimento de software com 21 uma biblioteca completa de funcionalidades básicas. Isso propicia o foco único no desenvolvimento do software de aplicação, com finalidade de calibração do magnetômetro. A partir das notas de aplicação da empresa Honeywell International Inc (2009), o magnetômetro escolhido foi o sensor de estado sólido HMC5843 A seleção foi baseada no fato desse circuito integrado já incorporar as funcionalidades de hardware que facilitam sua operação e conexão com o microcontrolador da placa do Arduino Mega 2560. Essas funcionalidades diminuem a necessidade de desenvolvimento de circuito extra, mais complexo, para controle e operação do sensor. 3.3 Revisão complementar No decorrer da revisão literária do material selecionado, fez-se necessário o aprofundamento em assuntos específicos, como Controle (OGATA, 2009), Processamento Digital de Sinais (ELLIOTT, 1987, e KAY, 2002), Estimativa de Parâmetros (HEIJDEN, 2004), Probabilidade e Estatística (SOONG, 2004). O intuito dessa revisão foi estabelecer a conexão entre os temas principais deste trabalho. 22 4 FUNDAMENTOS 4.1 Método geométrico aplicado ao plano horizontal Segundo Caruso (2003), na atualidade, a maioria dos sistemas de navegação usam algum tipo de bússola para determinar a atitude do veículo. Com o objetivo de propor um sistema de baixo custo, esse autor demonstra um método de calibração de magnetômetros aplicável a veículos terrestres, marítimos e aéreos, onde a atitude pode ser determinada por um magnetômetro. É desenvolvida uma técnica para compensar, no plano horizontal, o erro sistemático das medições desse sensor de estado sólido. 4.1.1 Sistemas de navegação baseados em bússola Caruso (2004) discorre que o vetor do campo magnético terrestre tem uma componente paralela à superfície do planeta que aponta sempre para o norte magnético. Isto é a base para todas as bússolas magnéticas. Figura 4.1 – O vetor do campo magnético da Terra e suas componentes. 7 23 A inclinação do vetor do campo magnético é chamada de ângulo de inclinação. Na Figura 4.1, esse ângulo é representado por 9. No Hemisfério Norte, o ângulo de inclinação chega a medir aproximadamente 70I para baixo em direção ao norte magnético. Nos sistemas de navegação, a leitura do azimute (direção) da bússola é efetuada com este dispositivo apoiado em um plano horizontal (paralelo à superfície do nosso planeta). A direção da bússola é determinada, portanto, pelas componentes horizontais 56 e 57 do vetor do campo magnético da Terra. A componente vertical 58 é ignorada (CARUSO, 2004). 4.1.2 Compensação da declinação magnética Segundo Caruso (2004), o processo de compensação da declinação magnética é baseado no fato em que o norte magnético (em referência à posição do polo magnético) é diferente do verdadeiro, ou norte geográfico. O norte verdadeiro é dado pelo eixo de rotação da Terra, sendo referenciado pelos meridianos. A declinação magnética pode ser determinada a partir de uma tabela baseada na localização geográfica, fornecida pelo software Geomag 7.0, por exemplo. O mesmo autor informa que, para se encontrar a direção ou o azimute de uma bússola, executam-se duas etapas: a) Calcular as componentes horizontais do campo magnético terrestre, 56 e 57 , e b) Adicionar ou subtrair o valor da declinação magnética local, de forma a corrigir o norte verdadeiro. 4.1.3 Bússolas de um grau de definição Segundo Caruso (2004), apesar de termos hoje sistemas sofisticados de navegação baseados em GPS (Global Positioning System), há momentos em que um sistema alternativo de navegação se faz necessário. Os sensores magnéticos desses sistemas devem apresentar baixa histerese (menor que 0,05% do fundo de escala), um alto grau de linearidade (menor que 0,5% de erro em relação ao fundo de escala), além de apresentarem medições repetitivas. A resolução necessária do magnetômetro pode ser estimada. Para se calcular uma alteração de 24 0,1I em um campo de 200 zp, é exigida uma sensibilidade magnética superior a 3,5 zp. Sensores de estado sólido do tipo magnetorresistivo (como o HMC5843) estão disponíveis com capacidade de resolver 0,07 zp (cinco vezes a margem de sensibilidade de detecção necessária). 4.1.4 Cálculo do azimute Segundo Caruso (2004), usando o magnetômetro de estado sólido como o HMC5843, o azimute pode ser calculado a partir dos valores de :6 e :7 (componentes da medição do campo magnético terrestre). São usadas as seguintes equações: Hsz}.* :6 0, :7 0 Hsz}.* :6 0, :7 0 2 (4.1) 3 2 :7 Hsz}.* :6 0a MAu.Mt :6 Hsz}.* :6 0, :7 0 MAu.Mt :7 :6 :7 Hsz}.* :6 0, :7 0 2 MAu.Mt :6 onde Hsz}.* é dado em radianos. 25 4.1.5 Compensação da inclinação Uma vez que nem sempre o veículo está navegando paralelo à superfície da Terra, faz-se necessária a compensação da inclinação, tendo como base ângulo em relação à superfície terrestre (CARUSO, 2003). Um método típico para corrigir a inclinação da bússola é usar um inclinômetro, ou sensor de inclinação, para determinar os ângulos de rolamento (ou rotação em torno do eixo ) e de ataque (ou rotação em torno do eixo ). Os ângulos de rolamento e de ataque são mostrados na Figura 4.2. Figura 4.2 - Ângulos de rolamento e de ataque. 8 Uma bússola pode apresentar ângulos de atitude de rolamento (A) e de ataque (@), referenciados à direita e à frente do observador ou aeronave. As leituras magnéticas :6 , :7 e :8 são transformadas ao plano horizontal CD , ED a aplicando as equações (CARUSO, 2003): :6B :6 cos@a :7 sinAa sin@a :8 cosAa sin@a :7B :7 cosAa :8 sinAa (4.2) (4.3) 26 4.1.6 Calibração do magnetômetro pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal Segundo o método proposto por Caruso (2004), o próximo passo é a compensação dos efeitos da proximidade de materiais ferrosos. Caso o magnetômetro esteja operando em uma área aberta, não há efeitos de distorção no campo magnético terrestre. No entanto, o magnetômetro costuma ser montado em ambientes metálicos (naves, veículos, etc.). Os efeitos dos metais ferrosos (ferro, aço, níquel, cobalto) irão distorcer o campo magnético terrestre, alterando o azimute. Estes efeitos podem ser pensados como um campo magnético que é adicionado ao campo terrestre. Com o magnetômetro embarcado, ao dirigir um automóvel em um círculo, são produzidas as curvas mostradas na Figura 4.3. A Figura (a) mostra um elipsóide, ao invés de um círculo de centro zero. A Figura (b) mostra curvas semelhantes a uma senóide. O deslocamento do centro (offset) e o elipsóide são resultados da distorção do campo magnético terrestre dentro do veículo. Esta distorção pode ser determinada de forma sistemática e aplicada às leituras de :6 e :7 de forma a eliminar seus efeitos. Dois fatores de escala, CFG e EFG , podem ser determinados, de forma a modificar o elipsóide. Valores de deslocamento, CIGG e EIGG , podem ser calculados para acertar o centro do círculo em torno da origem 0,0a (CARUSO, 2004). Figura 4.3 - Curvas referentes ao campo magnético terrestre, medidas por um magnetômetro embarcado. 9 FONTE: Caruso, 2004 27 Um método simples de calibração pode ser usado para determinar o deslocamento e os valores do fator de escala: a) Deslocar o magnetômetro em torno de um círculo, sobre uma superfície horizontal. b) Encontrar o valor máximo e mínimo de :6 e de :7 (leituras do campo magnético). c) Usando esses quatro valores, determinar os fatores de escala (CFG e EFG ) e os valores de offset da origem (CIGG e EIGG ). CFG KÁ 1 , EFG KÁ 1 , :7;á= :7;í? :6;á= :6;í? :6;á= :6;í? :7;á= :7;í? :6 :6;í? CIGG ;á= :6;á= . CFG 2 :7 :7;í? EIGG ;á= :7;á= . EFG 2 (4.4) (4.5) (4.6) (4.7) d) Calcular os valores calibrados das componentes horizontais do campo magnético terrestre: 6 CFG . :6 CIGG 5 7 EFG . :7 EIGG 5 (4.8) (4.9) A Figura 4.4 mostra as curvas referentes à medição do campo magnético terrestre após o procedimento de calibração do magnetômetro. A Figura (a) mostra a curva geradas por um sensor calibrado e a Figura (b) mostra uma senóide. 28 Figura 4.4 - Curvas referentes ao campo magnético terrestre, após compensação do erro sistemático. FONTE: Caruso, 2004 10 4.2 Método geométrico aplicado a três dimensões Para um sistema de navegação mais sofisticado, a nave ou sua carga útil poderá assumir diversas atitudes, a qualquer momento. Portanto, apenas a referência a um plano horizontal, como o caso de uma bússola de estado sólido, não forneceria informações suficientes sobre a orientação da nave. São necessários dados de atitude no espaço tridimensional. 4.2.1 Magnetômetro em sistemas de navegação mais sofisticados Existe casos onde se faz necessário utilizar sistemas de navegação mais sofisticados que aqueles baseados em bússola. Martins (1992) menciona o exemplo de um sistema de navegação inercial cujo intuito é posicionar a carga útil de uma espaçonave. A aceleração inercial dessa carga pode ser obtida a partir das medidas de um giroscópio. Porém, devido às propriedades inerentes a esse dispositivo, as medidas são contaminadas com erros (ruídos e derivas) de origem diversas. Mesmo que modelados e compensados, esses erros têm efeitos residuais que são acumulados e comprometem a precisão da navegação para períodos longos. 29 Portanto, de maneira a garantir a qualidade da determinação da atitude, há a necessidade de medidas feitas a partir de referências externas, corrigindo periodicamente os erros acumulados. Os sensores não inerciais, como o sensor solar e o magnetômetro, fornecem medidas auxiliares para a navegação, caracterizando um sistema de navegação inercial auxiliado. A calibração do magnetômetro para uso em aplicações do tipo explanado também deve ser efetuada no espaço tridimensional. Nesse caso, o método geométrico aplicado a três dimensões pode ser usado. No momento da calibração, a atitude da nave deverá ser conhecida e totalmente controlada. Esse método pode ser aplicado normalmente a objetos de dimensões reduzidas, como é o caso do dispositivo experimental de testes deste trabalho, ou de um satélite de dimensões reduzidas, como o Cubesat, ou mesmo de um VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado). 4.2.2 Princípio de funcionamento do método De acordo com a nota de aplicação da empresa ST Microelectronics (2010), em um 6 , 5 7 espaço tridimensional, a relação entre as componentes do campo magnético calibrado, 5 8 , e as medições do sensor de campo magnético, :6 , :7 e :8 , pode ser expressa como: e5 6 1/CFG 5 57 K! 0 0 8 5 0 1/EFG 0 0 :6 J6 0 KFL :7 J7 1/HFG :8 J8 (4.10) onde K! é uma matriz 3 V 3 que modela o desalinhamento entre os eixos de detecção do sensor de campo magnético e os eixos de referência no corpo da nave; CFG , EFG e HFG são os fatores de escala; e J6 , J7 e J8 são os deslocamentos causados pela distorção magnética forte; KFL é uma matriz 3 V 3 que representa a distorção magnética fraca. A calibração do magnetômetro pode ser realizada por rotações em torno dos eixos , e , em uma superfície nivelada lisa. Os dados do magnetômetro coletados nas três rotações completas são usados para determinar com precisão os parâmetros de calibração do sensor. 30 Rotações aleatórias no espaço tridimensional são realizadas pelo giro do dispositivo em várias direções escolhidas ao acaso (ST MICROELECTRONICS, 2010). Se o dispositivo não apresentar campos de interferência magnética forte ou fraca, se os fatores de escala dos eixos são idênticos, se os eixos de detecção do sensor de campo magnético estão alinhados com os eixos corpo do dispositivo, então cada rotação completa forma um círculo centralizado na origem 0,0a com o mesmo raio, e as rotações no espaço tridimensional formam uma esfera centralizada na origem também. No entanto, as condições às quais o magnetômetro é submetido não costumam ser ideais. E, ao se posicionar os dados coletados pelo sensor em um gráfico, a esfera, antes centralizada na origem, torna-se um elipsóide deslocado e inclinado (ST MICROELECTRONICS, 2010). A calibração do sensor de campo magnético só pode compensar os campos de interferência magnética forte e fraco gerado pelo dispositivo em si. Isto significa que, durante as rotações de calibração, esses campos de interferência devem girar também com o dispositivo (ST MICROELECTRONICS, 2010). 4.2.3 Calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões Um exemplo de gráfico dos dados provenientes de rotações no espaço tridimensional, mais três rotações em duas dimensões, é mostrado na Figura 4.5. O magnetômetro em questão sofre um efeito de interferência magnética interna. Portanto, se houver distorções forte e fraca do campo magnético, as rotações no espaço tridimensional mostram um elipsóide inclinado, que pode ser descrito pelo seguinte modelo matemático (ST MICROELECTRONICS, 2010): C CaO E E aO H H aO C Ca E E a C Ca H Ha MN O MO O MP O MQO MR O E Ea H H a TO MS O onde: C , E , H são os deslocamentos J6 , J7 e J8 causados pela distorção magnética forte, C, E, H são os dados provenientes do magnetômetro :6 , :7 e :8 , (4.11) 31 MN , MO , MP são os comprimentos dos semieixos, MQ, MR , MS são os efeitos de um eixo de medição no outro, responsáveis pela inclinação do elipsóide, T é uma constante do campo magnético terrestre. Figura 4.5 – Gráfico do campo magnético medido pelo magnetômetro não calibrado (valores em ). FONTE: ST Microelectronics, 2010. 11 Se não há distorção magnética fraca no interior do dispositivo, ou se esse efeito é muito pequeno e pode ser ignorado, então o elipsóide, proveniente das rotações no espaço tridimensional, não é inclinado. Assim, a matriz de interferência magnética fraca KFL é uma matriz identidade 3 V 3, e Equação 4.11 pode ser simplificada como: C CaO E E aO H H aO TO MN O MO O MP O (4.12) 32 Então, o método dos mínimos quadrados é utilizado para ajustar os dados do magnetômetro à equação do elipsóide e poder descobrir os parâmetros de CFG , EFG , HFG , J6 , J7 e J8 . Os dados provenientes do sensor de campo magnético utilizados aqui poderiam ser medidos em três rotações bidimensionais completas, ou por rotações no espaço tridimensional, ou por esses dois métodos conjugados. Aplicando parâmetros calculados aos dados coletados na rotação no espaço tridimensional ou nas três rotações bidimensionais completas, o gráfico gerado é o mostrado na Figura 4.6. A elipsóide deslocada inclinada torna-se uma esfera unitária centralizada em 0,0,0a. Figura 4.6 – Gráfico do campo magnético medido pelo magnetômetro após a calibração do sensor (valores em ). FONTE: ST Microelectronics, 2010. 12 33 De acordo com a ST Microelectronics (2010), a Equação 4.12 pode ser reescrita como: C O C E H E O H O 2C £ MN O ¢ 2E MO O ¢ ¢ MN O 2H ¢ O MP ¢ MN O 1 ¢ MOO ¢ O ¢ MN ¢ MPO ¢ O O M O TO C O MN E O MN H O ¢ N MO O MP O ¡ (4.13) Portanto, os dados do magnetômetro não calibrado, :6 , :7 e :8 , podem ser combinados em uma matriz coluna W de dimensões ' V 6, onde ' é o número de medições (' ( 0 e ' + ,). A Equação 4.13 torna-se, a (ST MICROELECTRONICS, 2010): U WY (4.14) onde U tem dimensões ' V 1 e ¤ tem dimensões 6 V 1. O método dos mínimos quadrados pode ser aplicado para determinar o vetor de parâmetros Y como (ST MICROELECTRONICS, 2010): Y W ¥ W¦NW ¥ U (4.15) Então, J6 C Y1a/2 J7 E Y2a/2 Y4aa J8 H Y3a/2 Y5aa onde Ys a, s 1, . . ,6 são os elementos de ¤. E, (4.16) (4.17) (4.18) 34 N MO TO Y6a CO Y4a. EO Y5a. HO O P Y4a Y5a (4.19) (4.20) (4.21) Fazendo, CZ :6 J6 EZ :7 J7 HZ :8 J8 (4.22) (4.23) (4.24) Então a Equação 4.12 se torna, CZ O EZ O HZ O 1 N O P (4.25) Portanto, CFG §N (4.26) EFG §O (4.27) HFG §P (4.28) 35 4.3 Algoritmo TWOSTEP De acordo com Kim, Di Filippo e Ng (2003), quando a nave já se encontra em órbita, geralmente novas calibrações do magnetômetro se fazem necessárias, a despeito do processo de calibração realizado durante os procedimentos de ensaio e verificação em terra, ocorridos antes do lançamento. O intuito é compensar o erro de medição residual e a influência magnética dentro da nave espacial, no ambiente de espaço sideral real. Em órbita, a calibração do magnetômetro é realizada para manter um desempenho de alta precisão enquanto durar a missão. Esse problema de calibração é tradicionalmente resolvido em solo por intermédio do cálculo dos parâmetros de calibração pelo CCS. As correções de compensação são enviadas para o satélite através do canal de telecomando. Outro ponto a se ressaltar é que, no caso de um satélite em órbita, geralmente a atitude da nave não é conhecida durante o procedimento de calibração. 4.3.1 Determinação da atitude de uma nave espacial Alonso e Shuster (2002) descreveram em seus artigos um algoritmo computacional chamado TWOSTEP, que tem provado ser robusto e rápido na determinação do erro sistemático do campo magnético, independentemente do conhecimento da atitude do veículo. O algoritmo TWOSTEP não descarta dado, e trabalha bem, mesmo que a amplitude do vetor do campo magnético causador do erro sistemático seja comparável à amplitude do vetor do campo magnético do planeta Terra. Segundo Kim e Bang (2007), o algoritmo TWOSTEP é apropriado para a calibração de um sistema de controle de atitude baseado em um magnetômetro de estado sólido, usados em naves espaciais que requerem uma precisão de até 1I por eixo. 36 4.3.2 Modelo matemático do campo magnético medido Segundo Kim e Bang (2007), o modelo matemático de uma medição do vetor do campo magnético é dado por: ¨ © ¨ [¨ , 0 1,2,3, … , ' (4.29) onde ' é o número de medições, ' ( 0 * ' + , ¨ é a medição do vetor do campo magnético no instante .© , ¨ é o valor correspondente do vetor do campo magnético da Terra no instante .© © é a atitude do magnetômetro no instante .© é o erro sistemático do magnetômetro [¨ é o ruído da medição no instante .© , incluindo erro dos sensores e as incertezas do modelo do campo magnético terrestre. No caso do modelo matemático da medição do vetor do campo magnético, [¨ é considerado, por simplificação, branco e gaussiano aditivo. A matriz de covariância de [- é Σ/ . 4.3.3 Minimização do erro sistemático do magnetômetro Segundo Kim e Bang (2007), o método simples para estimar o erro sistemático do magnetômetro sem o conhecimento atitude da nave espacial é a verificação escalar, que minimiza as diferenças dos quadrados das magnitudes medida e modelada do campo magnético. A verificação escalar é baseada no princípio de que os parâmetros escalares, tais como a magnitude medida de um vetor, não dependem das coordenadas sistema. Como mostra a Figura 4.7, um vetor medido a partir do magnetômetro a qualquer momento tem a mesma magnitude em ambas as coordenadas, enquanto as componentes de um vetor não têm o mesmo valor. Portanto, este método não requer uma estimativa da atitude para calcular a estimativa do erro sistemático. No entanto, como desvantagem dessa abordagem, a função 37 custo é apresentada como equação do quarto grau no que diz respeito ao vetor do erro sistemático do magnetômetro. São definidas, então, as seguintes equações: \/ « ¬- ¬O ¬- ¬O \/ 2- ¬¬O ^ / , ^/ « 2- a[- ¬[- ¬O (4.30) 0 1, … , ' (4.31) (4.32) onde \/ é definido como “medição efetiva” e ^/ é definido como “ruído efetivo da medição” e ¬. ¬ é a norma do vetor. Figura 4.7 – Vetor magnitude do campo magnético em diferentes coordenadas. FONTE: Kim e Bang, 2007 13 Segundo Alonso e Shuster (2003), a função de log-verossimilhança negativa do vetor de erro sistemático do magnetômetro é dada por: ® 1 1 O `a ­ O \]© 2¨ ¬¬O d^ © vrme^ O© vrm2 2 e^ © ©¯N (4.33) 38 onde d^ © é a média e e^ O© é a variância do ruído efetivo de medição, considerado como gaussiano por simplificação. \]© é o valor real de \© (variável aleatória que denota a medição efetiva), obtido nos dados. Portanto, d^ / .AΣ/ a e^ O/ (4.34) a¥ P 4- Σ° - a 2 ­Σ/ aOLL (4.35) L¯N onde .A. a é a função traço. A derivação da equação `a em , igualando-se o resultado em zero, permite obter o valor esperado de , que minimiza `a. Como `a contém parâmetros de à quarta potência, a derivação dessa equação apresentará múltiplos mínimos e máximos. Mesmo utilizando modelos de aproximação (Newton-Raphson), haverá uma dificuldade de convergência do algoritmo. A utilização do método Gauss-Newton de substituição da matriz Hessiana de `a pela matriz de informação de Fisher simplifica o modelo matemático, mas não resolve o problema das múltiplas raízes (ALONSO, SHUSTER, 2002). 4.3.4 Operação de centralização Alonso e Shuster (2002) discorrem que, por intermédio de uma operação matemática chamada de centralização, consegue-se eliminar, por simplificação, o termo de mais alta ordem (módulo de ao quadrado) de `a, achando uma função simplificada do modelo matemático da função custo. São definidas as seguintes médias ponderadas: ® \f « e fff^ ­ O /¯N 1 \ e^ O/ / (4.36) 39 ® g«e fff^ ­ O /¯N ® ^f « e fff^ ­ O /¯N 1 e^ O/ - 1 ^ e^ O/ / ® d fff^ « e fff^ ­ O /¯N 1 d e^ O/ ^ / ® 1 1 O « ­e O e fff^ ^/ (4.37) /¯N Portanto, segundo Alonso e Shuster (2002): g ¬¬O ^f \f 2 (4.38) As seguintes grandezas centralizadas são também definidas: b \ / « \/ \f (4.39) b - « - g b ^ / « ^/ ^f db^ / « d/ d fff^ O que implica em (ALONSO e SHUSTER, 2002): b- b b \/ 2 ^ / , 0 1, … , ' (4.40) 40 4.3.5 Algoritmo TWOSTEP para calibração do magnetômetro Alonso e Shuster (2003) propõem um processo de centralização em que o tratamento estatístico dos dados seja feito corretamente, sem descartar nenhum deles. Portanto, o algoritmo TWOSTEP é composto dos seguintes passos: a) Passo Um a.1) Calcular a estimativa centralizada do erro sistemático do magnetômetro b e a h matriz de covariância b kZZ , utilizando os dados das grandezas centralizadas e as equações: ® b b kZZ ­ h e bZZ k ©¯N ¦N b ZZ l 1 b¨ b db^ © 2 \ e^ O© © ® ²̈ 1 b¨ b ³ ±­ O 4 e^ © (4.41) ¦N (4.42) ©¯N b , calcular l b ZZ e lfZZ por intermédio da a.2) A partir da estimativa centralizada de h equação anterior e da equação abaixo (ALONSO, SHUSTER, 2003): lfZZ 4 g a g a¥ e fff^ O (4.43) Se os elementos da diagonal de lfZZ são suficientemente menores que os elementos da diagonal de b l ZZ , ou seja: b ZZ µ (lfZZ!! u ´l !! , z 1, 2, 3), (4.44) 41 o cálculo do vetor do erro sistemático do campo magnético pode ser terminado nesse ponto, e aceito o valor de b como melhor estimativa. A matriz de covariância h do erro estimado será a inversa de b ¶ . b) Passo Dois b.1) Caso a inequação do Passo Um não seja verdadeira, utilizar o valor centralizado de b como uma estimativa inicial. A correção devida ao termo central é computada h usando o método de Gauss-Newton (ALONSO, SHUSTER, 2003): ¦N a ·¸ lZZ m a (4.45) onde a matriz de informação de Fisher é dada pela equação (ALONSO, SHUSTER, 2003): ¦N lZZ kZZ b k ZZ ¦N 4 g a g a¥ e fff^ O (4.46) E o vetor de gradientes é dado por: (ALONSO, SHUSTER, 2003): b º b ZZ ¹ m a k ¦N h 1 g ¬ ¬O d g a \f] fff^ a2 e^ O fff (4.47) b.2) O Passo Dois é repetido até que nL seja menor que um valor pré-determinado, onde (ALONSO, SHUSTER, 2003): nL « ¦¸a¥ lZZ ¦¸ a ¦¸a (4.48) Para o trabalho de pesquisa foi utilizado: nL » 10¦R (4.49) 42 5 SIMULAÇÃO NUMÉRICA Para se estudar e aplicar os algoritmos de calibração do magnetômetro embarcado em uma nave espacial, efetuando testes de validação dos métodos adotados, se faz necessário desenvolver uma base de dados do campo magnético terrestre ao longo da órbita do satélite, em suas diversas fases da vida útil. A maneira como esse campo se orienta, no sistema de coordenadas solidário ao satélite, varia de acordo com a atitude assumida pela nave. Nos primeiros momentos, durante o processo de injeção na órbita, o satélite está girando, movimento induzido durante os momentos finais do lançamento, cujo objetivo é manter o satélite em uma direção fixa (e não em outro movimento complexo qualquer), o que facilita o controle das manobras posteriores para a estabilização da nave. Em outro momento a espaçonave é comandada a parar de girar, mas a direção continua fixa em um ponto no espaço sideral. Como no trabalho de Alonso e Shuster (2003), essa direção foi assumida como sendo o eixo do magnetômetro apontando para o Sol. Em um terceiro momento, é comandada a rotação da nave, de forma que o eixo do magnetômetro passe a apontar constantemente para o planeta Terra, simulando o apontamento da carga útil. Em cada uma dessas três atitudes, o magnetômetro embarcado irá medir o campo magnético de maneira diferente, o que pode, eventualmente, afetar a observabilidade das medições e, por conseguinte, a eficácia dos algoritmos de calibração. Em laboratório, é difícil a simulação experimental de um campo magnético variável, de acordo com o que ocorre ao longo de uma órbita. O campo medido em uma localidade pode ser considerado como constante durante o intervalo de tempo de cada experimento. Apesar disso, o algoritmo de calibração TWOSTEP, pode ser utilizado nesse ambiente desde que o dispositivo experimental de teste seja forçado a variar sua atitude por intermédio de rotações nos espaços bidimensional e tridimensional. 5.1 Cálculo da órbita Alonso e Shuster (2003), em seu trabalho, simularam as medições de um magnetômetro embarcado em um satélite que descreve uma órbita ao redor de nosso planeta. O algoritmo 43 TWOSTEP foi examinado em dois cenários típicos: a espaçonave girando a 15,1 A@z e a nave espacial estabilizada em três eixos. A órbita foi escolhida para ser circular com uma altitude de 560 0z e uma inclinação de 38 . O eixo do magnetômetro é assumido paralelo ao eixo de rotação da nave, o qual sempre aponta para o Sol. A direção do Sol faz um ângulo de aproximadamente 40 com o plano da órbita em um dado período do ano. Os dados do magnetômetro foram amostrados a cada 8 segundos. A fim de simular o campo medido ao longo da mesma órbita utilizada por Alonso e Shuster (2003), calcularam-se os parâmetros básicos: p. K N/O o A (5.1) 4. O. A P k p. K N/O A Tq p. K 3,986 h 10NQ zP /~ O T 6.378 0z q 560 0z (5.2) (5.3) (5.4) (5.5) (5.6) onde o é a velocidade linear em z/~ do satélite ao longo da (tangente à) órbita circular; k é o período em segundos da órbita circular; p é a Constante Gravitacional Universal (p 6,67428 V 10¦NN zP 0m¦N~ ¦O ); K é a massa da Terra (K 5,9722 V 10OQ 0m); T é o raio do planeta Terra; q é a altitude do satélite; Portanto, para os parâmetros de órbita selecionados, temos: 44 o 7579,7 z/~ k 5751,3 ~ (5.7) (5.8) Ou seja, a velocidade angular do satélite em sua órbita é dada por: ½*vrusyMy* Mtm}vMA 1,09249. 10¦P AMy/~ (5.9) Para um taxa de amostragem de 0,125 ~ ¦N , teremos uma diferença angular entre uma amostra e outra de 8,73991. 10¦P AMy. Dessa forma, uma volta completa do satélite em torno do planeta, fornece 719 amostras de medições do magnetômetro. A partir do esquema mostrado na Figura 5.1, são desenvolvidas as equações para o cálculo da latitude e da longitude do satélite nos pontos de amostragem. Há algumas formas de se calcular a órbita do satélite. Umas fazem uso de programas de computador disponíveis, por exemplo, em instituições como o INPE. No caso específico desta pesquisa, optou-se pelo desenvolvimento das fórmulas para uso no software Matlab. O cálculo da latitude e da longitude independe de T (raio da Terra) e de q (altitude do satélite). Trabalhou-se, então, com a projeção da órbita na superfície da Terra. Na Figura 5.1, o triângulo formado pelos lados T, u1 * u2, e o formado pelos lados u2, u3 * u4 são retângulos. Portanto, as seguintes grandezas são calculadas: u1 T. ur~Ar.a u2 T. ~*tAr.a u3 T. ~*tAr.a. ~*tstuva u4 T. ~*tAr.a. ur~stuva onde stuv é a inclinação do plano da órbita que, nesse caso, é de 38 . Logo: (5.10) (5.11) (5.12) (5.13) 45 Figura 5.1 – Latitudes e longitudes ao longo da órbita do satélite. 14 vM. MAu~*t ~*tAr.a. ur~stuvaa vrtm MAu.Mt ur~Ar.a. ur~stuva ur~Ar.a (5.14) (5.15) onde vM. é a latitude do satélite em função da posição angular (Ar.) do satélite ao longo da órbita circular, e da inclinação do plano da órbita (stuv). 46 Com essas equações, foi confeccionada uma tabela com cada uma das 719 posições de amostragem e suas correspondentes latitudes e longitudes. A longitude foi corrigida, uma vez que a Terra gira aproximadamente 0,3333 AMy a cada 8 segundos. A Tabela 5.1 mostra as posições dos primeiros pontos calculados da órbita do satélite. A Figura 5.2 mostra a projeção da órbita calculada do satélite na superfície do planeta Terra. Tabela 5.1 – Posição dos primeiros pontos da órbita simulada de um satélite 12 Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 rot (rad) -3,141593 -3,132853 -3,124113 -3,115373 -3,106633 -3,097893 -3,089153 -3,080413 -3,071673 -3,062933 -3,054194 -3,045454 -3,036714 -3,027974 -3,019234 -3,010494 -3,001754 -2,993014 -2,984274 -2,975534 -2,966794 -2,958054 -2,949315 -2,940575 -2,931835 -2,923095 -2,914355 -2,905615 -2,896875 -2,888135 rot (graus) -180,0000 -179,4992 -178,9985 -178,4977 -177,9970 -177,4962 -176,9954 -176,4947 -175,9939 -175,4932 -174,9924 -174,4916 -173,9909 -173,4901 -172,9894 -172,4886 -171,9878 -171,4871 -170,9863 -170,4856 -169,9848 -169,4840 -168,9833 -168,4825 -167,9818 -167,4810 -166,9802 -166,4795 -165,9787 -165,4780 Latitude (rad) 0,000000 -0,005381 -0,010761 -0,016141 -0,021521 -0,026899 -0,032276 -0,037651 -0,043025 -0,048396 -0,053766 -0,059132 -0,064496 -0,069857 -0,075215 -0,080569 -0,085919 -0,091265 -0,096606 -0,101943 -0,107275 -0,112602 -0,117923 -0,123239 -0,128549 -0,133852 -0,139149 -0,144439 -0,149723 -0,154999 Latitude (graus) 0,0000 -0,3083 -0,6166 -0,9248 -1,2330 -1,5412 -1,8493 -2,1573 -2,4651 -2,7729 -3,0805 -3,3880 -3,6954 -4,0025 -4,3095 -4,6162 -4,9228 -5,2291 -5,5351 -5,8409 -6,1464 -6,4516 -6,7565 -7,0611 -7,3653 -7,6692 -7,9727 -8,2758 -8,5785 -8,8808 Longitude (rad) -3,141593 -3,135287 -3,128981 -3,122675 -3,116367 -3,110057 -3,103746 -3,097432 -3,091116 -3,084796 -3,078472 -3,072145 -3,065813 -3,059477 -3,053135 -3,046788 -3,040434 -3,034075 -3,027708 -3,021334 -3,014953 -3,008564 -3,002166 -2,995760 -2,989344 -2,982919 -2,976483 -2,970037 -2,963581 -2,957113 Longitude (graus) -180,0000 -179,6387 -179,2774 -178,9161 -178,5547 -178,1932 -177,8316 -177,4698 -177,1079 -176,7458 -176,3835 -176,0209 -175,6582 -175,2951 -174,9318 -174,5681 -174,2041 -173,8397 -173,4749 -173,1097 -172,7441 -172,3780 -172,0114 -171,6444 -171,2768 -170,9086 -170,5399 -170,1706 -169,8007 -169,4301 47 Figura 5.2 – Projeção da órbita do satélite na superfície terrestre. FONTE: Wikipedia, 2012 (figura de fundo). 15 5.2 Cálculo do campo magnético terrestre ao longo da órbita A partir da longitude, latitude e altitude de cada um dos 719 pontos de amostra da órbita do satélite, o software Geomag fornece as componentes do campo magnético terrestre. Essas amostras estão referenciadas em um padrão de coordenadas em que o eixo , onde é medida a componente 57 do campo magnético, aponta para o leste geográfico. O eixo , onde é medida 56 , aponta para o norte geográfico. O eixo , onde 58 é medida, aponta para o centro do planeta Terra. Esses eixos estão ilustrados na Figura 5.3. No entanto, devido às diferentes atitudes assumidas pelo satélite em estudo, o campo magnético da Terra é enxergado de acordo com o sistema de coordenadas solidário ao magnetômetro embarcado. 48 Figura 5.3 – Vetor do campo magnético e a atitude do satélite em que o eixo do magnetômetro aponta para o Sol. 16 5.2.1 Satélite girando em torno do eixo que aponta para o Sol No caso do satélite em rotação, para a composição da tabela das medições do magnetômetro a partir dos dados do software Geomag 7.0, foram calculadas as seguintes mudanças de coordenadas: 1) Rotação em torno do eixo , com ângulo de rotação igual ao valor da latitude (vM.). O objetivo é fazer com que o eixo deixe de apontar para o centro do Planeta. Esse eixo passa a apontar para a intercessão do eixo de rotação da Terra e o plano do Paralelo que contém o ponto da amostra. 56 wN MAu.Mt 58 Se 56 ¾ 0 * 58 » 0 , então wN wN Se 56 0 * 58 0 , então wN wN (5.16) (5.17) (5.18) 49 56N 56O 58O aN/O. ~*twN vM.a (5.19) 57N 57 (5.20) 58N 56O 58O aN/O . ur~wN vM.a (5.21) 2) Ajuste do sistema de coordenadas para que fique em uma condição próxima a do sistema de coordenadas final do magnetômetro embarcado. 56O 57N 57O 56N 58O 58N (5.22) (5.23) (5.24) 3) Rotação em torno do novo eixo , com ângulo de rotação igual ao valor da Longitude (vrtm). O objetivo é fazer com que aponte para uma direção próxima à do Sol. 56O wP MAu.Mt 58O Se 56O ¾ 0 * 58O » 0 , então wP wP Se 56O 0 * 58O 0 , então wP wP O O N/O 56P 56O 58O a . ~*twP vrtma (5.25) (5.26) (5.27) (5.28) 57P 57O (5.29) O O N/O 58P 56O 58O a . ur~wP vrtma (5.30) 4) Rotação em torno do novo eixo , com ângulo de rotação igual a 2 . O objetivo é fazer com que aponte para o Sol. 50 wQ MAu.Mt 56P 57P Se 56P ¾ 0 * 57P » 0 , então wQ wQ Se 56P 0 * 57P 0 , então wQ wQ N O O O 56Q 56P 57P . ~*twQ 2 a O O N/O 57Q 56P 57P a . ur~wQ 2 a 58Q 58P (5.31) (5.32) (5.33) (5.34) (5.35) (5.36) 5) Rotação em torno do novo eixo , com ângulo de rotação incrementado de 4,8 a cada amostra, o que perfaz 15,1 A@z. Ar.R 4,8I . s, wR MAu.Mt s Mzr~.AM 58Q 57Q Se 57Q ¾ 0 * 58Q » 0 , então wR wR Se 57Q 0 * 58Q 0 , então wR wR 56R 58P (5.37) (5.38) (5.39) (5.40) (5.41) O O N/O 57R 57Q 58Q a . ur~wR Ar.R a (5.42) O O N/O 58R 57Q 58Q a . ~*twR Ar.R a (5.43) 51 As primeiras amostras da simulação numérica das medições do campo geomagnético, sem presença de ruído, efetuadas por um satélite girando em torno do eixo , que aponta para o Sol, estão mostradas na Tabela 5.2. A magnitude do campo geomagnético medida no eixo varia menos que as magnitudes medidas nos eixos e , como verificado na Tabela 5.2. O ruído é adicionado no momento em que é feita a simulação numérica. Tabela 5.2 – As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite girando em torno do eixo , que aponta para o Sol. 3 Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 a 257,897 257,862 257,828 257,793 257,759 257,724 257,689 257,655 257,620 257,551 257,389 257,226 257,064 256,901 256,739 256,576 256,414 256,251 256,089 255,926 255,617 255,307 254,998 254,689 254,380 254,070 253,761 253,452 253,142 252,833 a 42,802 42,973 43,144 43,315 43,486 43,658 43,829 44,000 44,171 44,513 44,685 44,857 45,029 45,201 45,373 45,545 45,717 45,889 46,061 46,233 46,408 46,582 46,757 46,931 47,106 47,281 47,455 47,630 47,804 47,979 a -29,497 -31,622 -33,747 -35,872 -37,997 -40,122 -42,246 -44,371 -46,496 -50,746 -53,138 -55,530 -57,922 -60,314 -62,706 -65,098 -67,490 -69,882 -72,274 -74,666 -77,027 -79,388 -81,750 -84,111 -86,472 -88,833 -91,194 -93,556 -95,917 -98,278 a -259,234 -259,039 -258,815 -258,562 -258,280 -257,970 -257,631 -257,263 -256,867 -256,315 -255,710 -255,073 -254,405 -253,707 -252,977 -252,217 -251,426 -250,604 -249,752 -248,870 -247,815 -246,730 -245,616 -244,473 -243,300 -242,098 -240,868 -239,608 -238,321 -237,005 a -33,775 -36,780 -40,105 -43,710 -47,551 -51,577 -55,728 -59,941 -64,147 -69,933 -74,227 -78,299 -82,065 -85,441 -88,342 -90,686 -92,395 -93,394 -93,616 -92,999 -91,443 -88,947 -85,478 -81,011 -75,533 -69,040 -61,545 -53,067 -43,642 -33,316 a 29,497 29,764 29,700 29,250 28,363 26,994 25,104 22,659 19,634 17,347 13,122 8,244 2,719 -3,432 -10,184 -17,495 -25,320 -33,598 -42,263 -51,238 -60,437 -69,762 -79,116 -88,396 -97,495 -106,303 -114,709 -122,600 -129,865 -136,396 52 5.2.2 Satélite estabilizado com eixo apontando para o Sol Para o caso do satélite apontando para o Sol, porém sem rotação, a tabela de simulação numérica das leituras do magnetômetro (sem inclusão do ruído) foi composta pelas operações 1, 2, 3 e 4. As primeiras amostras da simulação numérica das medições do campo geomagnético, sem presença de ruído, efetuadas por um satélite estabilizado, com o eixo apontando para o Sol, estão mostradas na Tabela 5.3. Tabela 5.3 – As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite estabilizado, com o eixo apontando para o Sol. 4 Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 a 257,897 257,862 257,828 257,793 257,759 257,724 257,689 257,655 257,620 257,551 257,389 257,226 257,064 256,901 256,739 256,576 256,414 256,251 256,089 255,926 255,617 255,307 254,998 254,689 254,380 254,070 253,761 253,452 253,142 252,833 a 42,802 42,973 43,144 43,315 43,486 43,658 43,829 44,000 44,171 44,513 44,685 44,857 45,029 45,201 45,373 45,545 45,717 45,889 46,061 46,233 46,408 46,582 46,757 46,931 47,106 47,281 47,455 47,630 47,804 47,979 a -29,497 -31,622 -33,747 -35,872 -37,997 -40,122 -42,246 -44,371 -46,496 -50,746 -53,138 -55,530 -57,922 -60,314 -62,706 -65,098 -67,490 -69,882 -72,274 -74,666 -77,027 -79,388 -81,750 -84,111 -86,472 -88,833 -91,194 -93,556 -95,917 -98,278 a -259,234 -259,039 -258,815 -258,562 -258,280 -257,970 -257,631 -257,263 -256,867 -256,315 -255,710 -255,073 -254,405 -253,707 -252,977 -252,217 -251,426 -250,604 -249,752 -248,870 -247,815 -246,730 -245,616 -244,473 -243,300 -242,098 -240,868 -239,608 -238,321 -237,005 a -33,775 -34,161 -34,590 -35,062 -35,578 -36,138 -36,741 -37,387 -38,076 -39,104 -39,916 -40,773 -41,677 -42,626 -43,622 -44,663 -45,749 -46,881 -48,057 -49,279 -50,548 -51,860 -53,215 -54,614 -56,056 -57,541 -59,068 -60,638 -62,250 -63,904 a 29,497 32,737 35,972 39,201 42,424 45,639 48,846 52,043 55,232 60,518 63,941 67,352 70,747 74,128 77,493 80,841 84,172 87,484 90,778 94,052 97,259 100,444 103,605 106,743 109,855 112,942 116,003 119,037 122,043 125,021 53 As magnitudes do campo geomagnético medidas nos eixos * variam menos que a magnitude medidas no eixos , como verificado na Tabela 5.3. O ruído é adicionado no momento em que é feita a simulação numérica. 5.2.3 Satélite estabilizado com o eixo apontando para o planeta Terra Para o caso do satélite estabilizado, com o eixo do magnetômetro tangenciando a circunferência da órbita no ponto da amostra. O eixo do magnetômetro aponta para o centro do planeta Terra. A amostra calculada pelo Geomag tem a componente em do campo magnético (56 ) apontando para o norte. A componente em (57 ) aponta para o leste, e a componente em (58 ) aponta para o centro do planeta Terra. Portanto, a cada amostra do campo geomagnético, o sistema de coordenadas do satélite apresenta uma rotação, em torno do eixo , de um ângulo que é uma função da latitude (vM.) e da longitude (vrtm) do local da amostra. Veja a Figura 5.4. Figura 5.4 –Vetor do campo magnético medido pelo satélite estabilizado, com o eixo do magnetômetro apontando o centro da Terra. 17 54 O triângulo formado pelos lados T, yN e yO e o formado pelos lados yN, yP e o eixo S são do tipo retângulo. Portanto: yN T. .MtvM.a yO yP T cosvM.a (5.45) .Mtvrta . T cosvM.a Ar.S MAu.Mt wS MAu.Mt (5.44) .MtvM.a . cosvM.a .Mtvrtma 56 57 Se 56 ¾ 0 * 57 » 0 , então wS wS Se 56 0 * 57 0 , então wS wS (5.46) (5.47) (5.48) (5.49) (5.50) 56S 56O 57O aN/O. ~*twS Ar.S a (5.51) 57S 56O 57O aN/O . ur~wS Ar.S a (5.52) 58S 58 (5.53) Deve ser feito um ajuste de sistema de coordenadas para que o eixo do magnetômetro aponte para o sentido de rotação do satélite na órbita. 56¿ 57S 57¿ 56S (5.54) (5.55) 55 58¿ 58S (5.56) As primeiras amostras da simulação numérica das medições do campo geomagnético, sem presença de ruído, efetuadas por um satélite estabilizado, com o eixo apontando para o planeta Terra, estão mostradas na Tabela 5.4. As magnitudes do campo geomagnético medidas nos eixos * variam menos que a magnitude medidas no eixos , como verificado na Tabela 5.3. O ruído é adicionado no momento em que é feita a simulação numérica. Tabela 5.4 - As primeiras amostras da simulação numérica do campo geomagnético, sem ruído, medido por um satélite estabilizado, com o eixo apontando para o planeta Terra. 5 Amostra 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 a 257,897 257,862 257,828 257,793 257,759 257,724 257,689 257,655 257,620 257,551 257,389 257,226 257,064 256,901 256,739 256,576 256,414 256,251 256,089 255,926 255,617 255,307 254,998 254,689 254,380 254,070 253,761 253,452 253,142 252,833 a 42,802 42,973 43,144 43,315 43,486 43,658 43,829 44,000 44,171 44,513 44,685 44,857 45,029 45,201 45,373 45,545 45,717 45,889 46,061 46,233 46,408 46,582 46,757 46,931 47,106 47,281 47,455 47,630 47,804 47,979 a -29,497 -31,622 -33,747 -35,872 -37,997 -40,122 -42,246 -44,371 -46,496 -50,746 -53,138 -55,530 -57,922 -60,314 -62,706 -65,098 -67,490 -69,882 -72,274 -74,666 -77,027 -79,388 -81,750 -84,111 -86,472 -88,833 -91,194 -93,556 -95,917 -98,278 a -125,049 -124,888 -124,720 -124,542 -124,356 -124,162 -123,959 -123,747 -123,527 -123,141 -122,825 -122,499 -122,165 -121,823 -121,471 -121,111 -120,743 -120,366 -119,980 -119,585 -119,090 -118,587 -118,075 -117,554 -117,024 -116,487 -115,940 -115,385 -114,821 -114,248 a 229,577 229,658 229,743 229,832 229,926 230,025 230,128 230,236 230,348 230,543 230,564 230,589 230,619 230,652 230,690 230,733 230,779 230,830 230,885 230,944 230,892 230,844 230,800 230,760 230,723 230,690 230,661 230,635 230,613 230,595 a 29,497 31,622 33,747 35,872 37,997 40,122 42,246 44,371 46,496 50,746 53,138 55,530 57,922 60,314 62,706 65,098 67,490 69,882 72,274 74,666 77,027 79,388 81,750 84,111 86,472 88,833 91,194 93,556 95,917 98,278 56 6 DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL Como desenvolvimento experimental deste trabalho, foi construído um cubo de acrílico contendo basicamente um hardware conhecido como Arduino Mega 2560 e um magnetômetro de estado sólido HMC5843. A finalidade foi o desenvolvimento dos softwares de calibração do sensor e o teste dos mesmos. 6.1 O Arduino como base do dispositivo experimental de testes Segundo o sítio do Arduino (2011), essa plataforma é um hardware livre tendo como base um microcontrolador de placa única, projetado para tornar acessível o uso de sistemas eletrônicos em projetos multidisciplinares. O dispositivo consiste em uma plataforma de hardware simples e aberta com um processador AVR Atmel e suporte embarcado a diversas portas de entrada e de saída. O software consiste em um compilador de linguagem de programação padrão e o gerenciador de inicialização (o bootloader) executado no próprio processador. Segundo o mesmo sítio, o hardware Arduino é programado usando uma linguagem baseada no Wiring (sintaxe e bibliotecas), semelhante à linguagem C++ com algumas simplificações e modificações, e um ambiente integrado de desenvolvimento (IDE). 6.1.1 O hardware Arduino Mega 2560 A plataforma Arduino Mega 2560 (Figura 6.1) é uma placa baseada no microcontrolador ATmega2560 (ARDUINO, 2011). Esse modelo de Arduino disponibiliza terminais de entrada e de saída digitais, entradas analógicas, UART (portas seriais de hardware), um oscilador de cristal, conexão USB, tomada força, conector ICSP (in-circuit serial programming, para programação direta do microcontrolador) e botão de reset (para reinicialização do sistema). A placa contém todos os componentes eletrônicos necessários para suportar as atividades do microcontrolador. O 57 ANEXO A mostra o esquema elétrico do Arduino Mega 2560. As características eletrônicas desse modelo de Arduino estão listadas na Tabela 6.1. Tabela 6.1 – Características eletrônicas do Arduino Mega 2560 6 Microcontrolador Tensão elétrica de operação Tensão elétrica de entrada (recomendado) Tensão elétrica de entrada (limites) Terminais digitais de E/S Terminais de entradas analógicas Corrente contínua por terminal de E/S Corrente contínua no terminal de 3.3V Memória Flash SRAM EEPROM Relógio (clock) ATmega2560 5o 7 o a 12 o 6 o a 20 o 54 16 40 z 50 z 256 À: (dos quais, 8 À: usado por bootloader) 8 À: 4 À: 16 K5H FONTE: Arduino, 2011 Observa-se que o Arduino Mega 2560 apresenta características muito superiores àquelas necessárias ao projeto. Sua utilização deveu-se à disponibilidade durante as atividades de pesquisa. Figura 6.1 – Plataforma Arduino Mega 2560. 18 58 A placa Arduino dispõe de uma entrada USB para conectar a um PC ou Mac, para carregar ou recuperar dados. A placa expõe os terminais de entrada e de saída do microcontrolador, facilitando a conexão com os terminais de outros circuitos ou sensores. O Arduino Mega 2560 usa o ATmega16U2 programado como um conversor USB para serial. Isso permite que o circuito integrado controlador da porta USB possa ter seu firmware programado para fazer o Arduino aparecer no PC como outro dispositivo, caso semelhante ao que ocorre com um mouse ou um controlador de jogo (MC ROBERTS, 2010). 6.1.2 Descrição técnica do Arduino Os projetos para Arduino podem ser autônomos ou podem ter comunicação com software rodando em um computador (por exemplo, em Flash, Processing, MaxMSP). Os desenhos de referência do hardware (arquivos CAD) estão disponíveis sob uma licença de código aberto (MONK, 2010). O Arduino Mega 2560 pode ser alimentado pela conexão USB ou por uma fonte de alimentação externa (não USB ou bateria). A fonte de energia é selecionada automaticamente. A placa pode operar com uma fonte externa de 6 o a 20 o (com faixa recomendada de 7 o a 12 o). Os terminais de alimentação são: VIN (tensão elétrica de entrada para a placa, quando se está usando uma fonte externa de energia); 5V (terminal que fornece 5 o regulados a partir do regulador na placa); 3V3 (fonte de tensão elétrica de 3,3 o, gerada pelo regulador na placa, com corrente máxima de 50 z), usado para alimentação da placa do magnetômetro HMC5843; e GND (terminal do terra), também é usado pela placa do magnetômetro (ARDUINO, 2011). Segundo o sítio do Arduino (2011), o ATmega2560 tem 256 À: de memória flash para armazenamento de código (dos quais 8 À: é usado para o bootloader), 8 À: de SRAM e 4 À: de EEPROM. Cada um dos 54 terminais digitais do Arduino Mega 2560 pode ser usado como uma entrada ou uma saída. Alguns dos terminais têm funções especializadas: Seriais, usados para receber (RX) e transmitir (TX) dados seriais em nível TTL; Interrupções externas, que podem ser configurados para disparar uma interrupção a partir de um nível baixo, uma borda de subida ou descida, ou uma alteração no nível; PWM de 8 bits; SPI (Serial Peripheral Interface), que suportam comunicação SPI; LED, conectado ao terminal 59 digital 13; TWI (SDA e SCL), que suportam comunicação TWI (Two-wire interface) ou I2C (Inter-Integrated Circuit), que também estão conectados à placa do sensor HMC5843. O Arduino 2560 tem 16 entradas analógicas, cada uma das quais com 10 bits de resolução. Há ainda o terminal AREF (tensão elétrica de referência para as entradas analógicas) e o Reset (que reinicializa o microcontrolador quando forçado um nível baixo de tensão elétrica). O Arduino Mega 2560 tem uma série de dispositivos para se comunicar com um computador, outro Arduino ou outros microcontroladores. O ATmega16U2 conecta um dos canais seriais a uma linha USB, e fornece uma porta COM virtual para o software no computador. O software Arduino inclui um monitor serial que permite que dados simples de texto possam ser trocados entre o computador e a placa. Segundo a folha de dados fornecida pela empresa Atmel Corporation (2012), o núcleo do Atmel AVR combina um conjunto de instruções com 32 registradores de trabalho para fins gerais. Todos os 32 registradores estão diretamente ligados à unidade lógica aritmética (ALU), permitindo que dois registradores independentes possam ser acessados em uma única instrução executada em um ciclo de clock. A arquitetura resultante fornece um código mais eficiente ao conseguir processamento mais rápido do que os microcontroladores CISC convencionais. O microcontrolador é fabricado utilizando tecnologia de memória não volátil de alta densidade de propriedade da Atmel. 6.1.3 O ambiente integrado de desenvolvimento de software Segundo o sítio do Arduino (2011), o ambiente integrado de desenvolvimento de software (IDE) do Arduino (Figura 6.2) é uma aplicação multiplataforma escrita em Java. Inclui um editor de código com características como: destaque de sintaxe, fechamento de chaves e recuo automático. O ambiente é capaz de compilar e carregar programas para a placa em um procedimento simples. O IDE do Arduino vem com uma biblioteca C / C++ chamada Wiring, que facilita as operações comuns de entrada e saída. Os programas para Arduino são escritos em C / C++ (ARDUINO, 2011). 60 Figura 6.2 - Tela do Arduino IDE mostrando um programa exemplo. FONTE: Arduino, 2011 19 Segundo McRoberts (2010), o ambiente de desenvolvimento Arduino contém um editor de texto para escrever o código, uma área de mensagem, um console de texto, uma barra de ferramentas com botões para funções, e menus. Ele se conecta ao hardware Arduino para carregar programas e comunicar com eles. O ambiente Arduino usa o conceito de um caderno de sketchs: um local padrão para armazenar os programas (ou sketchs). Permite, também, gerenciar sketchs com mais de um arquivo. Estes podem ser arquivos normais de código Arduino, arquivos C, arquivos C++ ou arquivos de cabeçalho (.h). As bibliotecas oferecem 61 funcionalidade extra para uso em sketchs. O Monitor Serial exibe dados seriais que estão sendo enviados pela placa Arduino (conexão USB). A taxa de transferência padrão é de 9600 bauds. 6.2 O sensor HMC5843 O magnetômetro HMC5843 é um sensor digital capaz de medir o campo magnético, mesmo de baixa intensidade, nos seus três eixos. O HMC5843 contem sensores magnetorresistivos bem como um ASIC (Application-Specific Integrated Circuit) desenvolvido pela Honeywell contendo amplificação de sinais, cancelamento de offset (magnetização do sensor), conversor analógico-digital de 12 bits e interface de comunicação serial de padrão I2C. Ele é projetado para medir a direção e magnitude dos campos magnéticos da Terra, de dezenas de zsuAr pM}~~ a 6 pM}~~ (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). Neste trabalho, um sensor HMC5843 (Figura 6.3) foi conectado às entradas digitais da plataforma Arduino Mega 2560 de forma a obter as medições das componentes do vetor do campo magnético, como mostrado na Figura 6.4. Figura 6.3 - O sensor HMC5843. FONTE: Honeywell International Inc., 2009. 20 62 O HMC5843 é um módulo multi-chip de montagem em superfície, O HMC5843 tem peso nominal de 50 zsvsmAMzM~, com dimensões de 4,0 zz por 4,0 zz por 1,3 zz. O sensor tem tamanho pequeno, adequado para produtos altamente integrados, bastando adicionar a interface para um microcontrolador, além de dois capacitores de montagem em superfície externos (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). O HMC5843 utiliza tecnologia magnetorresistiva anisotrópica desenvolvida pela empresa fabricante. Esse sensor apresenta precisão nas medições em cada eixo de medição, além de linearidade. São sensores de estado sólido, com baixíssima sensibilidade cruzada (entre eixos) (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). O terminal para a fonte de alimentação, AVDD (referenciado a AGND), admite tensões entre 2,5 o e 3,3 o, compatíveis com aplicativos alimentados por bateria. Quando na configuração de fonte única, a corrente consumida é de 110 d em Modo Sleep, de 340 d em Modo Idle, e de aproximadamente 0,8 z em Modo de Medição. A faixa de medição compreende de 4 a 4 pM}~~. O distúrbio de campo a partir do qual a sensibilidade começa a degradar é de 20 pM}~~. O período de medição mínimo é de 10 z~. A taxa de saída de dados máxima é de 50 5H (10 5H típica). O endereço I2C de 7 bits usado no projeto é o 0x1E hex. A linearidade das medições é de Á 0,1 % do fundo de escala. A tolerância do ganho é de Á5 %. O tempo necessário para ligar o circuito é de 200 d~. Figura 6.4 – Conexões do magnetômetro ao Arduino. 21 63 Como mostrado na Figura 6.5, os terminais na placa de circuito impresso do HMC5843 estão configurados da seguinte maneira: 1 SCL (relógio da porta serial I2C) – Conectado ao terminal SCL da placa. 9 SETP (terminal positivo do circuito de Set/Reset) – conectado ao terminal 14 (SETC) por intermédio do capacitor C2 (0,22dl) capacitor. 12 DGND (terra digital) – conectado ao terra da placa. 13 C1 (capacitor C1) – conectado ao capacitor C1 (4,7 dl). 14 SETC (capacitor C2 para o circuito de Set/Reset) – conectado ao terminal 9 (SETP) por intermédio do capacitor C2 (0,22dl). 15 DVDD (alimentação digital) – também conectado ao capacitor C1 (4,7 dl). 16 VREN (Habilita o regulador de tensão elétrica) – conectado ao VCC (3,3o). 17 AGND (terra da alimentação analógica) – conectada ao terra. 18 AVDD (alimentação analógica) – conectado ao VCC (3,3o). 20 SDA (Linha de dados da comunicação seria I2C) – conectado à linha DAS. Pinos não conectados: 2 (SDAP), 3 (SCLP), 4 (sem função), 5 (sem função), 6 (OFFP), 7 (OFFN), 8 (sem função), 10 (SETN), 11 (SVDD) e 19 (DRDY). Figura 6.5 - Diagrama do esquema elétrico interno do sensor HMC5843 e suas conexões com o Arduino Mega 2560. FONTE: Honeywell International Inc., 2009. 22 64 6.2.1 Sensores magnetorresistivos anisotrópicos O sensor magnetorresistivo HMC5843 da Honeywell consiste de um trio de sensores e circuitos específicos de apoio para medir campos magnéticos. Ao ter a fonte de energia ligada, o sensor passa a converter o campo magnético incidente na direção de cada um dos eixos sensíveis, em uma saída de tensão elétrica diferencial. Os sensores magnetorresistivos são feitos de uma película fina de níquel-ferro (conhecida como Permalloy), moldada como uma fita resistiva. Na presença de um campo magnético, uma alteração nos elementos da ponte resistiva provoca uma alteração na tensão elétrica entre as saídas da mesma. Com campos magnéticos crescentes na direção sensível, ocorre uma mudança positiva de tensão elétrica. A saída, portanto, é proporcional a um eixo unidimensional (princípio da anisotropia) e a sua magnitude (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). O ASIC contém um regulador de tensão elétrica interno que é usado quando não é suprida tensão elétrica no pino DVDD, como no caso do projeto deste trabalho. Existe também um circuito de Power on reset (POR) para devolver o dispositivo ao estado padrão assim que haja uma reinicialização. Portanto, todos os registradores e as partes do circuito, como o canal MUX, a máquina de estado do ADC, e a corrente de bias retornam ao estado padrão. O ASIC contém FETs de chaveamento rápido capazes de entregar um pulso largo, porém breve, ao circuito de Set/Reset do sensor (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). Segundo a Honeywell International Inc., 2009, o HMC5843 é controlado por intermédio do barramento I2C. O circuito integrado é ligado a esse barramento como um dispositivo escravo sob o controle de um dispositivo mestre, tal como um processador (no caso do projeto, o AVR ATmega2560 do Arduino Mega 2560). As atividades exigidas pelo mestre (leitura e escrita dos registradores) têm prioridade sobre as atividades internas, como a medição. O propósito disto é não fazer o mestre esperar, e manter o barramento I2C livre. 6.2.2 Modos de operação O HMC5843 tem vários modos de operação, cujo principal objetivo é o gerenciamento de energia. Durante o modo de medição contínua, o dispositivo continuamente faz medições, que 65 são colocadas nos registradores de saída de dados. Alterações nos registradores de configuração afetam a taxa de saída de dados, o modo de medição e o ganho. Para economizar corrente entre as medições, o dispositivo é colocado em um estado semelhante ao modo de repouso (HONEYWELL INTERNATIONAL INC., 2009). Os outros modos de operação do HMC5843 não foram utilizados neste projeto. 6.2.3 Registradores O HMC5843 é controlado e configurado por intermédio de registradores. Eis a lista de registradores e como foram usados no dispositivo experimental de testes deste trabalho: 00 - Registrador de configuração A, onde é selecionada taxa de saída de dados. No caso do projeto, 10 5H. 01 - Registrador de configuração B, onde o Ganho (comum para todos os eixos de medição) é configurado. Para uma faixa de campo de entrada de Á1,0 pM}~~, o Ganho selecionado é de 1300 zp ¦N. A faixa de saída é de 0xF800–0x07FF (-2048–2047). 02 - Registrador de Modo, configurado para “Modo de Medição Contínua”. 03 - Registrador de saída X (byte mais significativo), usado para determinar Bx. 04 - Registrador de saída X (byte menos significativo), usado para determinar Bx. 05 - Registrador de saída Y (byte mais significativo), usado para determinar Bz. 06 - Registrador de saída Y (byte menos significativo), usado para determinar Bz. 07 - Registrador de saída Z (byte mais significativo), usado para determinar By. 08 - Registrador de saída Z (byte menos significativo), usado para determinar By. Registradores não usados: 09 (Registrador de Status); 10 (Registrador de Identificação A); 11 (Registrador de Identificação B); e 12 (Registrador de Identificação C). O dispositivo usa um ponteiro de endereço para indicar qual o registrador será lido ou gravado. Para minimizar a comunicação entre o mestre e o sensor, o ponteiro do endereço é atualizado automaticamente, sem intervenção mestre. De acordo com a Figura 6.6, a corrente contínua consumida no Modo de Medição Contínua selecionado é de aproximadamente 780 d (valor típico). Este valor é bem abaixo da corrente máxima de 50 z fornecida pelo terminal 3V3 do Arduino Mega 2560, usado para alimentar o sensor. 66 Figura 6.6 – Consumo de corrente do HMC5843 em função da taxa de medição. FONTE: Honeywell International Inc., 2009 23 6.3 Montagem do protótipo Para o desenvolvimento experimental do projeto de pesquisa foi construído um cubo de acrílico contendo a placa do Arduino Mega 2560 e a placa do magnetômetro HMC5843 instaladas internamente, como mostrado na Figura 6.7. Cada face do cubo é um quadrado de acrílico transparente incolor de espessura de 3 zz e 160 zz de lado. Foram utilizados doze paralelepípedos retangulares de polietileno, sem pigmentação, de dimensões 12 zz por 12 zz por 140 zz, com o propósito de fixar uma placa de acrílico na outra adjacente. Para tal fim, foram utilizados um total de 48 parafusos com arruelas, que distribuem a tensões nas chapas de acrílico. 67 Figura 6.7 – Dispositivo experimental para teste de algoritmos de calibração do magnetômetro HMC5843. 24 68 Figura 6.8 – Faces internas do dispositivo experimental de testes. As marcações dos eixos estão, portanto, espelhadas. 25 Como mostrado na Figura 6.8,cada face tem uma finalidade específica: Face 1: Onde está instalada a placa do Arduino Mega 2560, por intermédio de dois suportes de polietileno e oito parafusos e arruelas. Nessa face está a marcação do eixo do magnetômetro. No centro da face, há um conjunto composto de um cilindro de polietileno de 12 zz de espessura (fixado com quatro parafusos e arruelas) e 38 zz de diâmetro. No centro desse conjunto é fixado um rolamento de 20 zz de diâmetro externo. Esse conjunto é utilizado para a rotação do cubo em torno do eixo do magnetômetro. Face 2: Contém o conjunto para rotação do cubo em torno do eixo do magnetômetro. Face 3: Contém o conjunto para rotação do cubo em torno do eixo do magnetômetro. Face 4: Contém o conjunto para rotação do cubo em torno do eixo do magnetômetro. Face 5: Onde está instalado a placa do magnetômetro HMC5843, encaixada em uma placa de matriz de contatos, que, por sua vez, está colada ao acrílico por meio de uma fita dupla face. 69 Face 6: Contém um orifício por onde é passado o cabo USB, que alimenta a placa do Arduino e serve como barramento de troca de dados com o computador. Nessa face está a marcação dos eixos e do magnetômetro. Foi construída também uma estrutura em forma de “U” para permitir que o cubo pudesse ser girado em torno dos eixos , e do magnetômetro. Essa estrutura é composta de duas placas de polietileno dispostas lateralmente, na vertical, com dimensões de 12 zz por 60 zz por 150 zz. Essas duas placas se encontram aparafusadas em uma outra disposta horizontalmente de 15 zz por 60 zz por 200 zz. Figura 6.9 – Bússola e transferidor utilizados nos experimentos. 26 Como mostrado na Figura 6.9, para os experimentos também foram utilizados, como referências, um transferidor e uma bússola mecânica convencional. O transferidor foi desenhado em um círculo de 250 zz de diâmetro. As marcações dos ângulos vão de 180I a 180I . 70 6.4 Uso do dispositivo experimental de testes para a calibração do magnetômetro O magnetômetro pode ser calibrado por intermédio de rotações do dispositivo experimental de testes em torno dos eixos (Figura 6.10), (Figura 6.11) e (Figura 6.12), em uma superfície lisa e nivelada, sem interferência de um campo magnético próximo. A velocidade de rotação deve ser lenta a fim de coletar o máximo de pontos possível. Mas não é necessária uma velocidade de rotação constante e um intervalo de tempo de amostragem preciso. A rotação completa pode ser no sentido horário ou no anti-horário. Figura 6.10 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. 27 71 Figura 6.11 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. 28 Figura 6.12 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado em torno do eixo do magnetômetro. 29 72 A calibração do magnetômetro também pode ser efetuada por intermédio de rotações aleatórias no espaço tridimensional, pelo giro do dispositivo em várias direções escolhidas ao acaso, como mostrado na Figura 6.13 . Figura 6.13 – Dispositivo experimental de testes do magnetômetro sendo girado aleatoriamente no espaço tridimensional. 30 73 7 RESULTADOS Calibrou-se o magnetômetro HMC5843, instalado no dispositivo experimental de testes, utilizando-se o método geométrico aplicado ao plano horizontal (espaço bidimensional) e o método geométrico aplicado a três dimensões. Para o caso da calibração de magnetômetros embarcados em satélite, o algoritmo TWOSTEP foi testado a partir da simulação numérica dos dados de dois sensores magnéticos e de três atitudes da nave espacial: a) Para o sensor de referência (ruído de eI 0,6 zp por eixo) foram feitas as seguintes simulações numéricas: Caso 2) A espaçonave está girando a uma razão de 15,1 A@z em torno do eixo do magnetômetro que aponta para o Sol. Sol. Caso 3) A espaçonave está estabilizada inercialmente, com seu eixo apontando para o Caso 4) A espaçonave está estabilizada e seu eixo aponta para o centro do planeta Terra. b) Para o magnetômetro HMC5843 (ruído de eI 2,8 zp por eixo) foram feitas as seguintes simulações numéricas: Caso 5) A espaçonave está girando a uma razão de 15,1 A@z em torno do eixo do magnetômetro que aponta para o Sol. Sol. Caso 6) A espaçonave está estabilizada inercialmente, com seu eixo apontando para o Caso 7) A espaçonave está estabilizada e seu eixo aponta para o centro do planeta Terra. Além desses, simulou-se numericamente mais três casos: Caso 1) Com o objetivo de verificação da qualidade da estimativa do vetor do erro sistemático em função do número de amostras utilizado pelo algoritmo TWOSTEP. Caso 8) Para teste do algoritmo TWOSTEP com o magnetômetro completamente estático no laboratório da UFABC. Caso 9) Para a verificação da consistência dos resultados obtidos pelo algoritmo TWOSTEP O algoritmo TWOSTEP foi utilizado também para a calibração do magnetômetro HMC5843 instalado no dispositivo experimental de testes. 74 7.1 Calibração pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal O método geométrico aplicado ao plano horizontal (espaço bidimensional) foi utilizado para a calibração do magnetômetro HMC5843. O procedimento é a rotação do dispositivo experimental de testes (cubo) em torno do eixo do magnetômetro. O resultado das medições das componentes :6 e :7 do campo geomagnético é mostrado no gráfico da Figura 7.1. Os parâmetros calculados, para a calibração do magnetômetro HMC5843 são: :6;á= 130,769 zp :6;í? 240,000 zp :7;á= 109,231 zp :7;í? 291,538 zp CFG 1,081 EFG 1,000 CIGG 59,035 EIGG 91,154 (7.1) (7.2) (7.3) (7.4) (7.5) (7.6) (7.7) (7.8) 75 Figura 7.1 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal. 31 O resultado das medições efetuadas pelo magnetômetro HMC5843 após calibração é mostrado no gráfico da Figura 7.2. 76 e efetuadas pelo sensor Figura 7.2 – Gráfico das medições das componentes HMC5843, já calibrado pelo método geométrico aplicado ao plano horizontal. 32 7.2 Calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões O método geométrico aplicado a três dimensões foi usado para calibrar o magnetômetro HMC5843. O procedimento para o experimento é a rotação do dispositivo experimental de testes (cubo) em torno dos eixos , e do magnetômetro. 77 7.2.1 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo O dispositivo experimental de testes é girado em torno do eixo . O resultado das medições das componentes :6 e :7 do campo geomagnético é mostrado no gráfico da Figura 7.3. Figura 7.3 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 33 78 7.2.2 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo O dispositivo experimental de testes é girado em torno do eixo . O resultado das medições das componentes :6 e :8 do campo geomagnético é mostrado no gráfico da Figura 7.4. Figura 7.4 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor HMC5843, para calibração pelo método geométrico no espaço tridimensional. 34 79 7.2.3 Giro do dispositivo experimental de testes em torno do eixo O dispositivo experimental de testes é girado em torno do eixo . O resultado das medições das componentes :7 e :8 do campo geomagnético é mostrado no gráfico da Figura 7.5. Figura 7.5 – Gráfico das medições das componentes e efetuadas pelo sensor HMC5843, para calibração pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 35 80 Os parâmetros calculados, para a calibração do magnetômetro HMC5843 são: J6 115,876 zp J7 27,701 zp J8 2,178 zp CFG 0,935 EFG 0,998 HFG 1,081 (7.9) (7.10) (7.11) (7.12) (7.13) (7.14) 81 e efetuadas pelo sensor Figura 7.6 – Gráfico das medições das componentes HMC5843 calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 36 6 e 5 7 , obtidas pelo A Figura 7.6 mostra o gráfico das medições das componentes 5 magnetômetro HMC5843, ao ser girado em torno do eixo , calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 82 e efetuadas pelo sensor Figura 7.7 – Gráfico das medições das componentes HMC5843 calibrado pelo método geométrico no espaço tridimensional. 37 6 e 5 8 , obtidas pelo A Figura 7.7 mostra o gráfico das medições das componentes 5 magnetômetro HMC5843, ao ser girado em torno do eixo , calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 83 e efetuadas pelo sensor Figura 7.8 – Gráfico das medições das componentes HMC5843 calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 38 7 e 5 8 , obtidas pelo A Figura 7.8 mostra o gráfico das medições das componentes 5 magnetômetro HMC5843, ao ser girado em torno do eixo , calibrado pelo método geométrico aplicado a três dimensões. 84 7.3 Calibração pelo método TWOSTEP 7.3.1 Simulação numérica de um satélite em órbita Para a simulação numérica dos dados do magnetômetro, uma amostra foi determinada a cada 8 segundos. Dois sensores foram considerados: a) Um sensor de referência que mede os dados do vetor do campo magnético com ruído de eI 0,6 zp por eixo, como o usado por Alonso e Shuster (2002). b) O magnetômetro HMC5843, com ruído de aproximadamente eI 2,8 zp por eixo. O valor de eI por eixo do magnetômetro HMC5843 foi calculado por intermédio de 400 medições estáticas do campo geomagnético. A matriz de covariância foi calculada, mostrando covariâncias com valores próximos a zero, e desvio padrão por eixo em torno de 2,8 zp. Para simular o cenário real, são considerados os mesmos parâmetros de órbita utilizados no trabalho de Alonso e Shuster (2002). O vetor campo magnético do planeta Terra 5/ é calculado ao longo da órbita simulada, por intermédio de rotações dos eixos de referência aplicadas ao modelo do campo geomagnético. A órbita circular tem uma inclinação de 38 e uma altitude de 560 0z. O eixo do magnetômetro é paralelo ao eixo da espaçonave. O Sol faz um ângulo de 40I com o plano da órbita. As medições de dois sensores e três atitudes da nave espacial foram, portanto, simuladas. a) Para o sensor de referência (ruído de eI 0,6 zp por eixo) foram feitas as seguintes simulações numéricas: Caso 2) A espaçonave está girando a uma razão de 15,1 A@z em torno do eixo do magnetômetro que aponta para o Sol. Sol. Caso 3) A espaçonave está estabilizada inercialmente, com seu eixo apontando para o Caso 4) A espaçonave está estabilizada e seu eixo aponta para o centro do planeta Terra. b) Para o magnetômetro HMC5843 (ruído de eI 2,8 zp por eixo) foram feitas as seguintes simulações numéricas: Caso 5) A espaçonave está girando a uma razão de 15,1 A@z em torno do eixo do magnetômetro que aponta para o Sol. 85 Sol. Caso 6) A espaçonave está estabilizada inercialmente, com seu eixo apontando para o Caso 7) A espaçonave está estabilizada e seu eixo aponta para o centro do planeta Terra. Para todas as simulações, o seguinte vetor de erro sistemático “real” foi considerado: ÂÃÄÅ 17,000 37,000 12,000zp (7.15) Caso 1) Com o intuito de verificar a qualidade da estimativa do vetor do erro sistemático em função do número de amostras utilizado pelo algoritmo TWOSTEP, foram feitas simulações numéricas baseadas no magnetômetro de referência (com eI 0,6 zp). Como indicador da convergência do algoritmo foi utilizado o parâmetro u, calculado por intermédio da Equação 4.44. Apenas o Passo Um foi calculado para cada conjunto de amostras. Na Tabela 7.1, o número de medições é dado por '. O gráfico dos valores calculados do fator u em função do número de amostras é mostrado na Figura 7.9. Segundo Alonso e Shuster (2003), um valor de u acima de 0,1 indica que o Passo Dois irá melhorar a precisão da estimativa do erro sistemático em 5 %. Já um valor de u acima de 0,5 indica que o Passo Dois irá melhorar a precisão da estimativa em torno de 20 %. Se escolhermos u 0,5 como nível de corte, verificamos que, a partir de um espaço amostral de aproximadamente 85 medições, o Passo Dois já não é mais necessário. No entanto, as calibrações estão sendo feitas utilizando-se dados ideais do modelo e das medições do campo geomagnético. Na prática, o modelo de referência não é tão preciso e o algoritmo TWOSTEP irá precisar de um espaço amostral maior para convergir. 86 Tabela 7.1 – Resultados da estimativa do vetor do erro sistemático em função do número de amostras 7 b h 3 4 5 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96 101 106 111 116 121 126 131 136 141 146 151 156 161 166 171 176 181 186 191 196 200 4,143E+17 220,893 32,927 -7,317 -11,127 -25,919 -32,083 -7,941 -22,934 -20,765 -20,164 -18,878 -19,663 -17,152 -17,015 -17,079 -17,404 -17,409 -17,258 -17,285 -17,268 -16,971 -17,175 -17,159 -16,887 -16,880 -17,105 -17,110 -17,037 -17,122 -17,091 -17,038 -17,057 -17,083 -17,060 -17,064 -17,083 -17,064 -17,066 -17,063 -17,077 -17,080 -17,049 b h 1,453E+17 -46,385 -59,472 -22,253 -21,207 -48,019 -57,231 -22,632 -40,640 -38,934 -38,402 -37,543 -37,975 -36,892 -36,819 -36,824 -36,890 -36,894 -36,873 -36,882 -36,848 -36,879 -36,869 -36,869 -36,881 -36,882 -36,869 -36,869 -36,878 -36,866 -36,873 -36,887 -36,880 -36,870 -36,885 -36,883 -36,860 -36,893 -36,893 -36,892 -36,906 -36,906 -36,908 b h 1,628E+17 -30,090 -20,387 31,874 30,044 -3,259 -14,673 28,731 5,040 7,744 8,539 10,058 9,178 11,880 12,032 11,967 11,638 11,629 11,761 11,761 11,652 12,136 11,859 11,877 12,216 12,223 11,968 11,963 12,037 11,953 11,982 12,033 12,014 11,988 12,015 12,010 11,978 12,023 12,023 12,022 12,043 12,044 12,034 4,949E+35 2884,318 15370,802 31849,397 665,295 88,407 21,590 13,423 12,775 14,625 11,793 6,190 2,655 1,161 0,611 0,701 0,757 0,745 0,664 0,537 0,394 0,259 0,163 0,197 0,222 0,235 0,233 0,213 0,181 0,144 0,107 0,111 0,119 0,123 0,123 0,117 0,114 0,139 0,164 0,189 0,214 0,237 0,252 87 Figura 7.9 – Comportamento do fator em função do número de amostras, a partir dos dados simulados. 39 O gráfico da Figura 7.10 mostra as componentes do erro sistemático do campo magnético medido em função do número de amostras. Os valores das componentes convergem para o valor “real” (apresentado na Equação 7.15) a partir da amostra 85 aproximadamente. Figura 7.10 – Comportamento do vetor estimado do erro sistemático do campo terrestre, em função do número de amostras, a partir dos dados simulados. 40 88 Caso 2) Para um magnetômetro com ruído de aproximadamente eI 0,6 zp por eixo, com a espaçonave girando a uma taxa de 15,1 A@z, e seu eixo apontando para o Sol, a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre é mostrada no gráfico da Figura 7.11. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.2. Figura 7.11 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave girando em torno de seu eixo , para calibração pelo método TWOSTEP. 41 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 149,119 Æ 17,075 37,026 12,024 Á 0,076 0,040 0,040zp h e fff^ O 138,916 b 16,881 37,003 12,025 Á 0,073 0,039 0,039zp h onde: O ffff e ^ é a média inicial do ruído efetivo de medição, calculada a partir de J 0; (7.16) (7.17) (7.18) (7.19) 89 Æ é a estimativa inicial centralizada do erro sistemático do magnetômetro, calculada a h partir de J 0; e fff^ O é a média do ruído efetivo de medição, calculada a partir de J Jb ; h b é a estimativa centralizada do erro sistemático do magnetômetro, calculada a partir de h Æ . h A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 187,393 7,636 10,342 b 659,501 0,087 ³ zpa¦O l ZZ ± 7,636 10,342 0,087 660,009 (7.20) A matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 491,534 5,810 8,935 f lZZ ± 5,810 0,069 0,106³ zpa¦O 8,935 0,106 0,162 (7.21) Comparando os elementos das diagonais das matrizes de informação de Fisher, calculamos u 2,623. Com a espaçonave girando, a componente no eixo do vetor do erro sistemático é menos observável quando usamos os dados centralizados apenas. O Passo Dois melhora, portanto, a precisão da estimativa do vetor do erro sistemático. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.2) é: 17,019 37,002 12,026 Á 0,038 0,039 0,039zp (7.22) Tabela 7.2 – Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave girando, eixo apontando para o Sol) 8 Iteração 0 1 2 -16,881 -17,019 -17,019 -37,003 -37,002 -37,002 12,025 12,026 12,026 ∆, ¦¸ 0,137566 0,000012 90 Caso 3) Para um magnetômetro com ruído de aproximadamente eI 0,6 zp por eixo, com a espaçonave estabilizada inercialmente, e seu eixo X apontando para o Sol, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre mostrada no gráfico da Figura 7.12. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.3. Figura 7.12 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada inercialmente, para calibração pelo método TWOSTEP. 42 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 176,279 Æ 17,137 37,097 12,076 Á 0,156 0,130 0,054zp h e fff^ O 138,768 b 16,877 36,876 12,019 Á 0,140 0,117 0,049zp h A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: (7.23) (7.24) (7.25) (7.26) 91 187,567 190,565 1,262 b ZZ ±190,565 266,951 14,114³ zpa¦O l 1,262 14,114 422,630 (7.27) Enquanto a matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 491,864 557,226 19,519 lfZZ ± 557,226 631,272 22,113³ zpa¦O 19,519 22,113 0,775 (7.28) Comparando os elementos das diagonais das duas matrizes de informação de Fisher, obtemos u 2,622. Com a espaçonave estabilizada inercialmente, as componentes do vetor do erro sistemático são menos observáveis a partir dos dados centralizados apenas, principalmente as componentes dos eixos e (ALONSO e SHUSTER, 2003). Portanto, o Passo Dois melhora a precisão da estimativa do vetor do erro sistemático. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.3) é: 16,996 36,976 12,016 Á 0,043 0,038 0,049zp (7.29) Tabela 7.3 - Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave estabilizada, eixo apontando para o Sol) 9 Iteração 0 1 2 -16,877 -16,996 -16,996 -36,876 -36,976 -36,976 12,019 12,016 12,016 ∆, ¦¸ 0,118795 0,000042 Caso 4) Para um magnetômetro com ruído de aproximadamente eI 0,6 zp por eixo, com a espaçonave estabilizada e seu eixo apontando para o centro da Terra, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre mostrada no gráfico da Figura 7.13. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.4. 92 Figura 7.13 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada, com seu eixo apontando para a Terra, para calibração pelo método TWOSTEP. 43 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 124,534 Æ 16,977 37,132 12,038 Á 0,173 0,173 0,051zp h e fff^ O 138,894 b 16,711 37,234 11,976 Á 0,181 0,183 0,052zp h (7.30) (7.31) (7.32) (7.33) Observa-se que ffff e^ O teve seu valor aumentado. Isso se deve ao fato das componentes do vetor erro sistemático serem pouco observáveis. O vetor tende, nesse caso, a distanciar da magnitude do vetor do campo geomagnético medido. A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 63,375 21,051 112,207 b l ZZ ± 21,051 44,016 19,719³ zpa¦O 112,207 19,719 654,749 A matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: (7.34) 93 1182,811 2,832 240,727 lfZZ ± 2,832 0,007 0,576 ³ zpa¦O 240,727 0,576 48,993 (7.35) A partir dos elementos das diagonais das duas matrizes de informação de Fisher, obtemos u 18,664. Como a espaçonave está estabilizada, e seu eixo está sempre apontando para baixo, as componentes do vetor do erro sistemático nos três eixos são pouco observáveis, a partir do momento em que só se considera os dados centralizados. O Passo Dois, portanto, melhora a precisão da estimativa do vetor do erro sistemático. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.4) é: 16,987 37,078 12,031 Á 0,029 0,152 0,038zp (7.36) Tabela 7.4 – Iterações do Passo Dois ( , , espaçonave estabilizada, eixo apontando para o centro da Terra) 10 Iteração 0 1 2 -16,711 -16,987 -16,987 -37,234 -37,078 -37,078 11,976 12,031 12,031 ∆, ¦¸ 0,276333 0,000229 Caso 5) Para o magnetômetro HMC5843 com ruído de aproximadamente eI 2,8 zp por eixo, com o veículo espacial girando a uma taxa de 15,1 A@z, e seu eixo apontando para o Sol, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre mostrada no gráfico da Figura 7.14. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.2. 94 Figura 7.14 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave girando em torno de seu eixo , para calibração pelo método TWOSTEP. 44 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 3104,006 Æ 17,403 37,154 12,099 Á 0,349 0,182 0,182zp h e fff^ O 2881,795 b 17,270 37,135 11,779 Á 0,333 0,178 0,178zp h (7.37) (7.38) (7.39) (7.40) A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 9,034 0,351 0,542 b ZZ ±0,351 31,676 0,028 ³ zpa¦O l 0,542 0,028 31,693 (7.41) A matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 23,486 0,240 0,361 lfZZ ± 0,240 0,002 0,004³ zpa¦O 0,361 0,004 0,006 (7.42) 95 No caso dessas duas matrizes de informação de Fisher, u 2,600. Uma vez que a espaçonave está girando, a componente do erro sistemático no eixo é menos observável que as demais, ao se usar apenas os dados centralizados. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.5) é: 16,770 37,139 11,773 Á 0,175 0,178 0,178zp (7.43) Tabela 7.5 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial girando, eixo apontando para o Sol) 11 Iteração 0 1 2 -17,270 -16,769 -16,770 -37,135 -37,139 -37,139 11,779 11,773 11,773 ∆, ¦¸ 0,500121 0,000162 Caso 6) Para o magnetômetro HMC5843 com ruído de aproximadamente eI 2,8 zp por eixo, e o veículo espacial inercialmente estabilizado, com seu eixo apontando para o Sol, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre mostrada no gráfico da Figura 7.15. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.3. Figura 7.15 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada inercialmente, para calibração pelo método TWOSTEP. 45 96 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 3672,827 Æ 18,203 38,215 11,686 Á 0,709 0,591 0,248zp h e fff^ O 2864,446 b 16,966 36,478 12,007 Á 0,632 0,532 0,222zp h (7.44) (7.45) (7.46) (7.47) A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 9,119 9,229 0,035 b l ZZ ±9,229 12,897 0,672³ zpa¦O 0,035 0,672 20,417 (7.48) A matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 23,750 27,045 0,873 f lZZ ± 27,045 30,797 0,995³ zpa¦O 0,873 0,995 0,032 (7.49) Calcula-se u 2,604 a partir dos elementos das diagonais das duas matrizes de Fisher. Com o veículo espacial inercialmente estabilizado, as componentes do vetor do erro sistemático nos eixos e são menos observáveis a partir do uso dos dados centralizados. Portanto, a estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.6) é: 17,361 36,809 11,997 Á 0,198 0,172 0,221zp (7.50) 97 Tabela 7.6 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial inercialmente estabilizado, eixo apontando para o Sol) 12 Iteração 0 1 2 -16,966 -17,361 -17,361 -36,478 -36,809 -36,809 12,007 11,997 11,997 ∆, ¦¸ 0,395195 0,000466 Caso 7) Para o magnetômetro HMC5843 com ruído de aproximadamente eI 2,8 zp por eixo, porém com o veículo espacial estabilizado e seu eixo apontando para baixo, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre mostrada no gráfico da Figura 7.16. O ruído foi adicionado aos valores das componentes do campo geomagnético simulado na Tabela 5.4. Figura 7.16 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com a espaçonave estabilizada, com seu eixo apontando para a Terra, para calibração pelo método TWOSTEP. 46 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 2593,442 Æ 14,638 38,229 11,733 Á 0,779 0,785 0,233zp h (7.51) (7.52) 98 e fff^ O 2850,384 (7.53) b 15,763 37,764 11,679 Á 0,822 0,824 0,236zp h (7.54) Observa-se que ffff e^ O teve seu valor aumentado. Isso se deve ao fato das componentes do vetor erro sistemático serem pouco observáveis. O vetor J tende, nesse caso, a distanciar da magnitude do vetor do campo geomagnético medido. A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 3,081 1,030 5,441 b ZZ ±1,030 2,165 0,965³ zpa¦O l 5,441 0,965 31,751 (7.55) Enquanto a matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 57,080 0,268 11,704 lfZZ ± 0,268 0,001 0,055 ³ zpa¦O 11,704 0,055 2,400 (7.56) Para esse caso, u 18,527. Com a espaçonave estabilizada, e seu eixo constantemente apontando para o centro da Terra, as três componentes do vetor do erro sistemático são muito pouco observáveis, a partir do momento em que somente os dados centralizados são utilizados. As estimativas demonstram o efeito de um magnetômetro ruidoso. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.7) é: 16,787 37,189 11,881 Á 0,130 0,687 0,174zp (7.57) Tabela 7.7 – Iterações do Passo Dois , , veículo espacial estabilizado, eixo apontando para baixo) 13 Iteração 0 1 2 -15,763 -16,790 -16,787 -37,764 -37,189 -37,189 11,679 11,882 11,881 ∆, ¦¸ 1,027164 0,003156 99 Caso 8) Para o magnetômetro HMC5843 com ruído de aproximadamente eI 2,8 zp por eixo, porém com o dispositivo de testes completamente estático no laboratório da UFABC, com o eixo apontando para o norte, para o leste e para baixo, é obtida a simulação numérica das medições do campo magnético terrestre, mostrada no gráfico da Figura 7.17. O ruído foi adicionado aos valores constantes das componentes do campo geomagnético. Figura 7.17 – Gráfico da simulação numérica das medições do campo magnético terrestre com o dispositivo experimental de testes parado, para calibração pelo método TWOSTEP. 47 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 2100,690 Æ 157,045 102,452 122,931 Á 8,507 8,371 8,285zp h e fff^ O 1,203 b 157,008 102,682 123,004 Á 0,232 0,222 0,226zp h A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: (7.58) (7.59) (7.60) (7.61) 100 18,588 0,479 0,207 b ZZ ± 0,479 20,230 0,356 ³ zpa¦O l 0,207 0,356 19,603 (7.62) Enquanto a matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 0,025 0,041 0,019 lfZZ ±0,041 0,069 0,032 ³ zpa¦O 0,019 0,032 0,015 (7.63) Para esse caso, u 0,003. O Passo Dois não se aplica. Caso 9) Com o intuito de verificar a consistência dos resultados obtidos pelo algoritmo TWOSTEP, foram feitas 100 calibrações a partir das mesmas condições de atitude do satélite, porém com amostras diferentes. O magnetômetro usado é o de referência (com eI 0,6 zp). Os resultados consolidados de cada Passo Um são apresentados na Tabela 7.8. Tabela 7.8 – Resultados consolidados de várias simulações (Passo Um) 14 Estimativa b a 1 [-17,048 -36,851 11,941] [0,085 0,082 0,075] 0,251 2 [-16,946 -37,083 12,006] [0,085 0,082 0,075] 0,251 3 [-16,840 -36,889 12,053] [0,085 0,082 0,075] 0,251 4 [-16,923 -37,096 12,106] [0,085 0,082 0,075] 0,252 5 [-17,005 -37,093 12,092] [0,085 0,082 0,075] 0,252 6 [-16,953 -37,033 11,955] [0,085 0,082 0,075] 0,250 7 [-17,027 -36,999 11,961] [0,085 0,082 0,075] 0,251 8 [-17,042 -37,036 11,931] [0,085 0,081 0,075] 0,250 9 [-17,072 -37,071 11,910] [0,084 0,081 0,075] 0,250 10 [-17,026 -36,914 11,882] [0,085 0,082 0,075] 0,250 11 [-16,970 -37,014 12,159] [0,085 0,081 0,075] 0,253 12 [-17,079 -36,992 11,969] [0,085 0,082 0,075] 0,251 13 [-17,042 -37,115 12,020] [0,085 0,082 0,075] 0,251 14 [-16,942 -36,976 11,965] [0,085 0,081 0,075] 0,251 h Desvio padrão a 101 15 [-17,163 -37,176 12,019] [0,085 0,082 0,075] 0,252 16 [-17,107 -37,105 11,876] [0,085 0,082 0,075] 0,249 17 [-16,904 -37,070 12,107] [0,084 0,082 0,075] 0,252 18 [-16,939 -36,982 11,972] [0,085 0,082 0,075] 0,251 19 [-16,856 -37,088 12,094] [0,085 0,082 0,075] 0,252 20 [-16,936 -37,038 12,084] [0,085 0,081 0,075] 0,252 21 [-16,978 -37,019 12,037] [0,085 0,082 0,075] 0,251 22 [-16,968 -37,053 11,998] [0,085 0,081 0,074] 0,251 23 [-16,911 -37,016 12,009] [0,085 0,082 0,075] 0,251 24 [-17,016 -36,948 11,978] [0,085 0,082 0,075] 0,251 25 [-17,048 -37,021 12,005] [0,085 0,082 0,075] 0,252 26 [-16,988 -37,020 11,991] [0,085 0,081 0,075] 0,252 27 [-17,057 -36,952 11,910] [0,085 0,082 0,074] 0,250 28 [-16,913 -37,110 11,992] [0,085 0,081 0,075] 0,251 29 [-16,868 -36,957 11,903] [0,085 0,081 0,075] 0,250 30 [-16,992 -37,024 12,082] [0,085 0,082 0,075] 0,252 31 [-17,071 -36,950 11,834] [0,084 0,082 0,075] 0,249 32 [-16,840 -37,003 12,091] [0,084 0,082 0,075] 0,252 33 [-17,113 -36,998 11,997] [0,085 0,082 0,075] 0,251 34 [-16,987 -37,199 11,907] [0,085 0,081 0,075] 0,250 35 [-17,033 -37,010 11,984] [0,085 0,082 0,075] 0,251 36 [-17,006 -36,916 11,858] [0,085 0,082 0,074] 0,250 37 [-16,947 -36,909 11,956] [0,085 0,082 0,075] 0,250 38 [-16,989 -36,961 12,035] [0,085 0,081 0,075] 0,252 39 [-17,055 -37,024 12,047] [0,085 0,082 0,075] 0,252 40 [-16,875 -37,025 11,959] [0,085 0,081 0,075] 0,251 41 [-16,992 -37,050 11,973] [0,085 0,082 0,075] 0,251 42 [-17,130 -37,022 11,966] [0,085 0,082 0,074] 0,251 43 [-16,896 -36,982 12,005] [0,085 0,082 0,075] 0,252 44 [-17,036 -36,849 11,916] [0,085 0,081 0,075] 0,251 45 [-17,001 -36,871 11,948] [0,085 0,082 0,075] 0,251 46 [-17,022 -36,999 12,147] [0,085 0,082 0,075] 0,253 47 [-17,043 -36,872 12,087] [0,085 0,082 0,075] 0,251 48 [-17,121 -36,977 11,896] [0,085 0,081 0,074] 0,250 49 [-16,953 -37,082 12,037] [0,085 0,082 0,075] 0,252 50 [-17,062 -36,951 11,964] [0,085 0,082 0,075] 0,250 51 [-17,014 -36,969 11,936] [0,085 0,081 0,075] 0,251 52 [-17,124 -36,909 11,918] [0,085 0,081 0,075] 0,251 53 [-17,024 -37,074 11,974] [0,085 0,081 0,075] 0,251 54 [-16,974 -37,055 11,943] [0,085 0,082 0,074] 0,251 55 [-17,028 -36,994 11,957] [0,085 0,082 0,075] 0,251 102 56 [-17,091 -36,970 11,990] [0,085 0,081 0,074] 0,252 57 [-16,966 -36,923 12,130] [0,085 0,082 0,075] 0,252 58 [-17,060 -36,848 11,947] [0,085 0,082 0,075] 0,251 59 [-17,007 -37,110 12,015] [0,085 0,082 0,075] 0,251 60 [-17,087 -37,008 12,056] [0,085 0,082 0,074] 0,253 61 [-16,978 -37,005 12,011] [0,085 0,082 0,075] 0,251 62 [-16,910 -37,074 12,056] [0,085 0,081 0,075] 0,252 63 [-16,840 -37,035 11,966] [0,085 0,082 0,075] 0,251 64 [-17,010 -36,917 11,987] [0,085 0,082 0,075] 0,251 65 [-16,961 -36,924 11,995] [0,085 0,082 0,075] 0,251 66 [-17,020 -37,006 12,042] [0,085 0,081 0,075] 0,252 67 [-16,931 -37,041 11,958] [0,084 0,081 0,075] 0,251 68 [-16,999 -36,966 11,876] [0,085 0,082 0,075] 0,250 69 [-16,995 -36,996 11,857] [0,085 0,082 0,075] 0,250 70 [-16,896 -37,054 12,053] [0,085 0,082 0,075] 0,252 71 [-17,099 -37,063 11,997] [0,085 0,081 0,075] 0,251 72 [-17,014 -36,977 12,067] [0,085 0,082 0,075] 0,252 73 [-17,104 -37,196 12,007] [0,085 0,082 0,075] 0,251 74 [-17,036 -37,065 11,957] [0,085 0,082 0,075] 0,251 75 [-16,968 -36,913 11,964] [0,085 0,081 0,075] 0,251 76 [-16,950 -36,910 11,978] [0,085 0,082 0,075] 0,251 77 [-16,951 -37,157 11,973] [0,085 0,082 0,075] 0,251 78 [-16,982 -36,907 12,047] [0,085 0,082 0,075] 0,251 79 [-17,054 -36,968 12,017] [0,085 0,082 0,075] 0,252 80 [-16,979 -36,973 12,031] [0,085 0,082 0,075] 0,251 81 [-17,000 -37,025 12,042] [0,085 0,082 0,075] 0,251 82 [-17,088 -37,088 11,972] [0,085 0,082 0,075] 0,251 83 [-16,994 -37,092 11,983] [0,085 0,082 0,075] 0,251 84 [-17,136 -36,925 11,955] [0,085 0,082 0,075] 0,251 85 [-17,192 -36,971 12,033] [0,085 0,081 0,075] 0,252 86 [-17,028 -36,906 12,034] [0,084 0,082 0,075] 0,251 87 [-16,992 -37,266 12,098] [0,085 0,082 0,075] 0,251 88 [-16,958 -37,111 11,986] [0,085 0,082 0,075] 0,251 89 [-17,020 -37,111 11,878] [0,085 0,082 0,075] 0,250 90 [-16,897 -36,939 12,102] [0,084 0,082 0,075] 0,252 91 [-17,143 -36,924 12,068] [0,085 0,082 0,075] 0,252 92 [-17,050 -37,069 11,940] [0,085 0,082 0,075] 0,250 93 [-16,978 -37,070 12,060] [0,084 0,082 0,075] 0,252 94 [-17,033 -36,938 11,987] [0,085 0,082 0,075] 0,252 95 [-16,935 -37,098 12,090] [0,084 0,081 0,075] 0,252 96 [-17,036 -36,892 11,993] [0,085 0,082 0,075] 0,251 103 97 [-16,926 -37,033 12,096] [0,085 0,082 0,075] 0,252 98 [-17,103 -37,022 12,031] [0,085 0,081 0,075] 0,251 99 [-17,023 -37,095 12,062] [0,085 0,082 0,075] 0,252 100 [-17,016 -36,892 12,045] [0,085 0,082 0,075] 0,251 Como resultado, obtemos a média das estimativas do vetor do erro sistemático b h éj 17,003 37,009 11,998 zp, o que mostra a consistência dos resultados, com valor central próximo do valor “real”. 7.3.2 Resultados experimentais do algoritmo TWOSTEP O algoritmo TWOSTEP foi utilizado na calibração do magnetômetro HMC5843 instalado no dispositivo experimental de testes. Como já explanado, em um período relativamente curto e em uma região espacial restrita, o campo geomagnético pode ser considerado como constante, diferentemente do que ocorre no caso do satélite em órbita ao redor da Terra. Procedeu-se à tomada de dados enquanto o cubo era girado aleatoriamente no espaço tridimensional. Nesse caso, as medições do campo magnético terrestre são mostradas no gráfico da Figura 7.18. Figura 7.18 – Gráfico das medições do campo magnético terrestre com o dispositivo experimental de testes girando aleatoriamente, no espaço tridimensional, para calibração pelo método TWOSTEP. 48 104 No Passo Um são calculados: O ffff e ^ 1492.421 Æ 112.605, 42.239, 22.172 Á 0.172, 0.179, 0.187zp h e fff^ O 2029.324 b 115.998, 35.452, 15.330 Á 0.175, 0.180, 0.244zp h (7.64) (7.65) (7.66) (7.67) A matriz de informação de Fisher centralizada é calculada: 32.913 1.334 0.637 b l ZZ ± 1.334 32.538 5.193³ zpa¦O 0.637 5.193 17.681 (7.68) Enquanto a matriz de informação de Fisher para a correção de valor central é: 2,308 0.691 5.330 lfZZ ±0.691 0.207 1.595 ³ zpa¦O 5.330 1.595 12.307 (7.69) Nesse caso, u 0.696. A estimativa do erro sistemático com a correção centralizada obtida no Passo Dois (cujas iterações são mostradas na Tabela 7.9) é: 117.452, 37.268, 7.184 Á 0.172, 0.176, 0.180zp (7.70) 105 Tabela 7.9 – Iterações do Passo Dois (magnetômetro HMC5843 instalado no dispositivo experimental de testes) 15 Iteração 0 1 2 3 4 -115,998 -117,506 -117,458 -117,453 -117,452 -35,452 -37,172 -37,262 -37,268 -37,268 15,330 7,442 7,198 7,185 7,184 ∆, ¦¸ 7,887614 0,244313 0,013067 0,000737 7.4 Comentários finais dos testes Com o intuito de se fazer um comparativo entre os resultados dos testes do algoritmo TWOSTEP, foi composta a tabela 7.10. De um modo geral, verifica-se que o uso do magnetômetro mais ruidoso, o HMC5843 faz com que os resultados apresentem menor precisão em relação àqueles obtidos pela simulação numérica do magnetômetro de referência. Nos casos 4 e 7, pode-se notar que as medições do eixo do vetor do campo magnético são pouco observáveis, mesmo após a aplicação do Passo Dois. Isso pode ser observado nos gráficos das Figuras 7.13 e 7.16, onde há pouca variação dos valores medidos nesse eixo. Nos casos 5, 6 e 7, o uso dos dados medidos pelo magnetômetro ruidoso HMC5843 fizeram que os valores centrais de JO ficassem ligeiramente fora do intervalo esperado. Isso induz à necessidade de se investir em melhores magnetômetros com a finalidade de se melhorar a acuidade dos resultados. 106 Tabela 7.10 – Comparativo dos resultados do Passo Dois nos casos de 2 a 7 16 Caso Magnetômetro 2 de referência girando (15,1 rpm), eixo X apontando para o Sol de referência (e 0,6 zp) estabilizada inercialmente, eixo X apontando para o Sol de referência estabilizada, eixo Z apontando para a Terra 3 4 (e 0,6 zp) Atitude da espaçonave 5 (e 0,6 zp) HMC5843 girando (15,1 rpm), eixo X apontando para o Sol 6 HMC5843 estabilizada inercialmente, eixo X apontando para o Sol HMC5843 estabilizada, eixo Z apontando para a Terra 7 (e 2,8 zp) (e 2,8 zp) (e 2,8 zp) a 17,019 37,002 12,026 Á 0,038 0,039 0,039 16,996 36,976 12,016 Á 0,043 0,038 0,049 16,987 37,078 12,031 Á 0,029 0,152 0,038 16,770 37,139 11,773 Á 0,175 0,178 0,178 17,361 36,809 11,997 Á 0,198 0,172 0,221 16,787 37,189 11,881 Á 0,130 0,687 0,174 107 8 CONCLUSÃO Esse trabalho apresentou um estudo analítico e de implementação experimental de métodos de calibração de sensores de campo magnético, no contexto de um dispositivo de processamento embarcado para aplicações em sistemas de navegação de veículos, em especial satélites artificiais. O método geométrico aplicado ao plano horizontal mostrou-se rápido e simples, não exigindo que cálculos complexos fossem executados pela plataforma Arduino Mega 2560. Os resultados obtidos na calibração do dispositivo experimental de testes atendem perfeitamente o propósito do método. Atingiu, portanto, os objetivos de centralização da circunferência formada pelas amostras das componentes no plano horizontal das medições do magnetômetro. Porém, apesar da simplicidade, o método tem sua aplicação limitada a veículos não espaciais, em que o plano do solo terrestre seja referência suficiente para o sistema de navegação. Para se proceder à calibração prévia do magnetômetro, é necessário o conhecimento e o controle da atitude. Portanto, com esse método, o sensor não poderá ser calibrado durante o período de uso, o que limita a utilização em missões de tempo de duração curto, em que os parâmetros de calibração podem ser considerados ainda válidos. Outra limitação é que todo o conjunto deve ser girado durante o processo de calibração, sempre no mesmo local. Portanto, alguns veículos e dispositivos de grande porte eventualmente não podem fazer uso desse método. O método geométrico aplicado ao espaço tridimensional também atingiu os resultados pretendidos. O Arduino Mega 2560 do dispositivo experimental de testes foi perfeitamente capaz de efetuar os cálculos matemáticos mais complexos exigidos pelo método. O tempo de execução da tarefa não é um requerimento crítico, uma vez que todo o procedimento deve ser executado antes da missão. Esse método também exige o controle absoluto da atitude durante a calibração. Também se aplica mais comumente a dispositivos e veículos de pequeno porte. No entanto, por fornecer parâmetros de calibração para os três eixos de medição do magnetômetro, sua aplicação pode ser estendida à determinação em solo, antes do início do lançamento, da estimativa do erro sistemático das medições do magnetômetro em sistemas de navegação de veículos espaciais de pequeno tamanho. Não é descartada, porém, a necessidade de se calibrar novamente o magnetômetro, durante a missão, por intermédio do uso de outros métodos. Como mostrado pelas simulações, o algoritmo TWOSTEP funciona bem em todas as fases da operação da nave aeroespacial, especialmente no caso de satélites artificiais, desde a 108 fase de injeção de órbita, com o veículo espacial girando, até o momento em que a nave está com sua atitude completamente estabilizada (com o eixo , simulando a direção da carga, apontando para o planeta Terra). As componentes do vetor do erro sistemático são mais observáveis desde que o vetor do campo magnético terrestre esteja regularmente variando. Portanto, o melhor momento para a medição do erro sistemático é logo após a injeção de órbita, quando o satélite ainda está girando. No caso dos testes desta pesquisa, o pior momento é quando o satélite está completamente estabilizado, com seu eixo apontando para a Terra, quando as componentes do campo variam muito pouco. A utilização do magnetômetro de estado sólido HMC5843 introduziu ruído maior que o apresentado pelo magnetômetro de referência. O Passo Dois diminuiu a incerteza do valor estimado, já que o valor central da estimativa do erro sistemático é semelhante para os dois magnetômetros, A calibração do magnetômetro no dispositivo experimental de testes utilizando o algoritmo TWOSTEP requereu o Passo Dois. As simulações também demonstram que, para uma nave espacial geoestacionária, e com a atitude estabilizada, o algoritmo TWOSTEP não vai convergir. A estimativa do vetor do erro sistemático tende ao valor medido do campo magnético neste caso específico. O algoritmo TWOSTEP, apesar da simplicidade das equações, necessita de acúmulo de dados a fim de se calcular preliminarmente alguns parâmetros. Esses são a estimativa inicial do erro sistemático, a média do ruído efetivo de medição, e a matriz de covariância. Portanto, em todos os casos, foram estimados os erros sistemáticos preliminares, a partir da captura de 719 medições do magnetômetro. Além disso, por preconizar o acúmulo de dados de medição, o algoritmo TWOSTEP não pode ser considerado um processo de tempo real. Mesmo assim, essa não é uma característica relevante devido ao modo como o satélite é controlado remotamente pelas estações de terra, onde sempre haverá necessidade de acúmulo de dados provenientes dos sensores embarcados na nave. Comparando-se os três métodos de calibração (Geométrico aplicado ao plano horizontal, geométrico aplicado ao espaço tridimensional e TWOSTEP) aplicados ao dispositivo experimental de testes, verifica-se que todos apresentam resultados satisfatórios e comparáveis. No entanto, o sistema de navegação, a missão e, principalmente, dispositivo ou veículo, irão determinar que método de calibração do magnetômetro é o mais aplicável para cada caso. Isso não exclui a possibilidade de se utilizar uma combinação de métodos, de acordo com as condições de cada fase da missão. Os objetivos gerais deste trabalho, de estudar e implementar em hardware métodos de calibração de magnetômetros de estado sólido para aplicação em sistemas de navegação, 109 foram integralmente cumpridos. Foram estudados os três algoritmos computacionais para calibração de magnetômetros de estado sólido: o método geométrico aplicado ao plano horizontal, o método geométrico aplicado a três dimensões, e o algoritmo TWOSTEP. Esse último algoritmo, em especial, foi aplicado na calibração de um satélite simulado, em órbita circular inclinada, de acordo com suas atitudes, assumidas durante a vida útil da nave. Para testes experimentais dos algoritmos computacionais, foi desenvolvida uma base, em formato de cubo, equipada com um dispositivo eletrônico e um software para calibração de magnetômetros embarcado em uma plataforma Arduino Mega 2560. O dispositivo montado se mostrou eficaz na calibração do magnetômetro, com a utilização dos três métodos estudados neste trabalho. 8.1 Trabalhos futuros Com o intuito de melhorar a abrangência desse trabalho em aplicações de calibração de magnetômetros aplicados a sistemas de navegação, e dar subsídios a futuros desenvolvimentos nessa área, pode-se citar as seguintes sugestões: 1) Utilizar, além dos dados simulados, dados provenientes de satélites reais para estudo da magnetosfera. 2) Aplicar os algoritmos estudados neste trabalho em sistemas reais de navegação, como VANTS ou satélites de pequeno porte. 3) Aplicar os dados provenientes de um magnetômetro de estado sólido calibrado em um sistema de navegação baseado em fusão de sensores. 4) Além da comprovação da funcionalidade de cada algoritmo, desenvolver um método sistemático de validação dos mesmos. 5) Desenvolver um sistema eletromecânico automatizado (uma plataforma mecânica de movimentos controlados em três eixos) para calibração de magnetômetros pelos métodos 110 geométricos aplicados ao plano horizontal e ao espaço tridimensional. Utilizar motores devidamente isolados. 6) Desenvolver uma cabine que simule, por intermédio de geração elétrica controlada por um sistema computacional (eletroímãs, bobinas), os campos magnéticos terrestres ao longo da órbita do satélite. 7) Estudar e implementar o algoritmo desenvolvido por Foster e Elkaim (2008) que apresentam, para o tratamento de não ortogonalidade, um prolongamento do procedimento de estimativa não linear de dois passos desenvolvido originalmente para a calibração de magnetômetros de estado sólido, apresentado por Gebre-Egziabher et al. (2001). Como referência de utilização desse algoritmo estendido, podemos citar a pesquisa de Tormena (2010) que apresenta o desenvolvimento e simulação computacional de uma metodologia para auto-calibração de sensores triaxiais em aplicações de atitude, especificamente acelerômetros e magnetômetros. Cita-se, também, a obra de Takahashi (2011), onde foi desenvolvido um determinador de atitude portátil de baixo custo voltado a aplicações em interfaces homemmáquina. 8) Estudar e implementar o método desenvolvido por Springmann e Cutler (2012) para calibração em órbita do magnetômetro, independente do conhecimento da atitude, que inclui o efeito da variação no tempo do erro sistemático do vetor do campo geomagnético, devido à eletrônica embarcada em uma nave espacial. 111 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AEB Agência Espacial Brasileira. Veículos lançadores. Brasília, 2012. Disponível em: < http://www.aeb.gov.br/indexx.php?secao=lancadores > Acesso em 18 abr 2012. ALONSO, R.; SHUSTER, M. D. Attitude-independent magnetometer-bias determination: a survey. The Journal of the Astronautical Sciences, v.50, n.4, p.453-475, 2002. ALONSO, R.; SHUSTER, M. D. Complete linear attitude-independent magnetometer calibration. The Journal of the Astronautical Sciences. v.50, n.4, p.477-490, 2002. 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Metodologia de desenvolvimento de um determinador de atitude portátil de baixo custo para interfaces homem-máquina. 152 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, 2011. 114 TORMENA JR, O. Método de auto-calibração para tríades de sensores utilizadas em aplicações de estimação de atitude. 90 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) Universidade Estadual de Londrina, Londrina, PR, 2010. GLOSSÁRIO ADC analog-to-digital converter (Conversor analógico-digital). Dispositivo eletrônico capaz de gerar uma representação digital a partir de uma grandeza analógica, normalmente um sinal representado por um nível de tensão ou intensidade de corrente elétrica. ADCS Attitude determination and control subsystem (subsistema de determinação e controle da atitude), Subsistema embarcado na nave espacial capaz de calcular a atitude da nave por intermédio de medições provenientes dos sensores de atitude. A partir do conhecimento da atitude, esse subsistema pode comandar automaticamente a alteração da orientação da nave para que coincida com a programada para a missão. alimentação analógica Entrada da tensão e corrente elétrica para alimentação dos circuitos analógicos do circuito integrado. ângulos de Euler Três ângulos independentes usados para especificar a orientação do corpo girante em relação ao sistema inercial (fixo). Descrevem a orientação de um corpo rígido (um corpo no qual a posição relativa de seus pontos é constante) em um espaço euclidiano tridimensional. anisotropia Característica apresentada por uma substância, em que certa propriedade física varia em função de uma direção. aplicação multiplataforma Programa ou sistema que roda em mais de uma plataforma, Para um programa ser desenvolvido com vista ao suporte multiplataforma, seu código-fonte deve ser portável. ASIC Application-specific integrated circuit (circuito integrado para aplicação específica). Circuito integrado (CI) construído para executar uma tarefa específica, ou seja, customizado para um uso particular, ao contrário dos CIs de uso geral. azimute Originalmente, representa uma direção definida em função da separação angular a um ponto de origem. Em Navegação, o conceito de azimute geralmente é usado no sentido de direção. baud Sinônimo de símbolos por segundo ou pulsos por segundo. É a unidade da taxa de transmissão de símbolos, conhecida também como taxa de modulação. bootloader Gerenciador de inicialização. Pequeno programa que não tem a completa funcionalidade de um sistema operacional, mas é especialmente construído para que seja capaz de carregar outro programa para permitir a iniciação do sistema. 116 bússola Instrumento de navegação e orientação baseado em propriedades magnéticas dos materiais ferromagnéticos e do campo magnético terrestre. É geralmente composta por uma agulha magnetizada colocada num plano horizontal e suspensa pelo seu centro de gravidade de forma que possa girar livremente, e que se orienta sempre em direção norte-sul magnética. CAD Computer-aided design (desenho assistido por computador). Nome genérico de sistemas computacionais (softwares) utilizados como ferramenta de desenvolvimento de projetos e de desenhos técnicos. campo principal Componente do campo magnético do planeta Terra que corresponde a mais de 90% da intensidade total desse campo. É gerado na parte interna do nosso planeta, em uma região conhecida como núcleo externo. capacitores Também conhecido como condensador, é um componente eletrônico capaz de armazenar cargas elétricas ao ser submetido a um campo elétrico. CCS Centro de Controle de Satélites. É a unidade central de todo o sistema de operações de controle de satélites. É responsável pelo cronograma de atividades das Estações Terrenas. Otimiza o rastreio de vários satélites pelas ETs. Determinar o cronograma de manobras de satélites para correção de suas órbitas bem como de sua posição no espaço sideral (manobra de atitude). Gerencia o consumo do propelente a bordo, a marcha do relógio de bordo, bem como a evolução no tempo da tensão elétrica das baterias, da corrente elétrica no barramento, entre outros. circuito de Set/Reset Circuito responsável pela geração de pulsos elétricos, com o intuito de restaurar o estado magnético do magnetômetro. O objetivo é recuperar o sensor magnetizado em função da exposição a um campo magnético de alta intensidade. Essa magnetização resulta em medições errôneas. CISC Complex Instruction Set Computer (Computador com um Conjunto Complexo de Instruções): é uma arquitetura de processadores capaz de executar instruções complexas individuais, que, por sua vez, são compostas de várias operações de nível baixo. O termo foi cunhado em contraste ao reduced instruction set computer (RISC) ou Computador com um Conjunto Reduzido de Instruções. corrente de bias Corrente elétrica em um trecho de um circuito eletrônico responsável por definir um ponto operacional apropriado, como condição de funcionamento de um dispositivo ativo, em estado estacionário sem sinal de entrada aplicado. 117 corrente elétrica Fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica, ou o deslocamento de cargas dentro de um condutor, quando existe uma diferença de potencial elétrico entre as extremidades. covariância Medida do quanto duas variáveis aleatórias mudam juntas seus valores. CubeSat tipo de satélite miniaturizado para a pesquisa do espaço que normalmente tem um volume de exatamente 10 uzP , com massa de não mais do que 1,33 0m, e tipicamente usam componentes eletrônicos comerciais de prateleira. A partir de 1999, a California Polytechnic State University e a Stanford University desenvolveram as especificações desse satélite no intuito de ajudar as universidades em todo o Mundo a realizarem ciência e exploração espacial. declinação magnética Medida do ângulo formado entre a direção do norte magnético, apontado pela agulha de uma bússola, e a direção do norte verdadeiro (geográfico). dispositivo escravo Um dos nós de um sistema operando como mestre-escravo, que recebe comandos de um nó mestre e envia a resposta a esse. Tipicamente os escravos não irão transmitir dados sem uma requisição do nó mestre, e não se comunicam com outros escravos. dispositivo mestre Nó único de um sistema operando como mestre-escravo, que emite comandos explícitos para um dos nós escravos e processa a sua resposta. EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory. Chip de armazenamento não volátil, usado em sistemas microprocessados e outros aparelhos. Pode ser lida um número ilimitado de vezes, porém só pode ser eletricamente programada e apagada um número limitado de vezes. elipsóide Sólido que resulta da rotação de uma elipse em torno de um dos seus eixos. entradas analógicas Terminais de um circuito integrado responsáveis por receber sinais analógicos, que são sinais contínuos que variam em função do tempo. entradas digitais Terminais de um circuito integrado responsáveis por receber sinais digitais, que são sinais com valores discretos (descontínuos) no tempo e em amplitude. Equipe de Controle de Voo Equipe de operação, formada por engenheiros de sistemas com visão operacional, controladores e operadores de ETs. 118 erro sistemático Distorção do campo magnético em função da proximidade de elementos com capacidade de reter a magnetização mesmo quando o campo aplicado é removido. ET Estações Terrenas. Responsáveis por rastrear o satélite durante sua passagem sobre a Estação; receber, processar, formatar e enviar ao CCS os dados de Telemetria; irradiar ao satélite, no instante determinado, os dados de telecomando recebidos do CCS; receber, processar, formatar e armazenar os dados de carga útil dos satélites. FET Field Effect Transistor (Transistor de Efeito de Campo). Utiliza um campo elétrico para controlar a forma e, portanto, a condutividade de um canal de material semicondutor. Tem como principal característica uma elevada impedância de entrada. giroscópio dispositivo utilizado para medir ou para manter uma orientação. Os primeiros dispositivos desse tipo baseavam-se nos princípios de momento angular. Há giroscópios baseados em outros princípios operacionais como os eletrônicos, em formato de microchip, de fibra óptica, dentre outros. Aplicações de giroscópios incluem sistemas de navegação inercial, onde bússolas não funcionariam a contento, como no telescópio Hubble. GPS Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global). Sistema de navegação por satélite que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo, assim como informação horária, sob quaisquer condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra, desde que o receptor se encontre no campo de visão de quatro satélites do sistema. I2C Inter-Integrated Circuit. Genericamente designada por “interface de dois fios”. Barramento serial multi-mestre usado para conectar periféricos de baixa velocidade a uma placa-mãe, sistema embarcado ou outro dispositivo eletrônico. IAGA International Association of Geomagnetism and Aeronomy (Associação Internacional de Geomagnetismo e Aeronomia). Associação científica internacional que promove o estudo do magnetismo terrestre e planetário, bem como a Física Espacial. Órgão não governamental financiado por intermédio de assinaturas pagas por seus países membros. ICSP In-circuit serial programming. Método para programação direta do microcontrolador. A programação é feita diretamente na placa de circuito impresso onde o microcontrolador está soldado. 119 IGRF International Geomagnetic Reference Field (Campo de Referência Geomagnético Internacional). Descrição matemática padrão do campo magnético principal da Terra. Produto de um esforço colaborativo entre modeladores do campo magnético e os institutos envolvidos no recolhimento e divulgação de dados do campo magnético de satélites e de observatórios de pesquisas ao redor do Mundo. inclinação Ângulo formado entre o plano orbital e um plano de referência (plano do Equador). injeção de órbita Processo de prover o veículo com velocidade suficiente para o estabelecimento de uma órbita estável ao redor do planeta. Java Linguagem de programação orientada a objeto desenvolvida na empresa Sun Microsystems. Diferentemente das linguagens convencionais, que são compiladas para código nativo, a linguagem Java é compilada para um código que é executado por uma máquina virtual. Lançamento Fase em que o satélite é colocado em órbita com segurança por intermédio de um veículo lançador de satélites (normalmente um foguete). Na a maioria dos lançamentos, o foguete é apontado diretamente para cima. Isso permite ao lançador alcançar a parte mais espessa da atmosfera mais rapidamente, minimizando o consumo de combustível. Logo depois o seu mecanismo de controle usa o sistema de orientação inercial para calcular os ajustes necessários nos bocais do foguete e incliná-lo em direção a um curso descrito no plano de voo. latitude Coordenada geográfica definida na superfície terrestre, que é o ângulo entre o plano do Equador e a normal à superfície de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do Equador, entre 90I sul, no Polo Sul, e 90I norte, no Polo Norte. A latitude no Equador é igual a 0I . LED LEOP Light Emitting Diode (diodo emissor de luz). Sua funcionalidade básica é a emissão de luz. Especialmente utilizado em produtos de microeletrônica como sinalizador de avisos. Launch and early orbit phase (Lançamento e Órbitas Iniciais). Fase crítica de uma missão espacial, em que a equipe de operações toma o controle do satélite, desde o momento em que esse se separa do veículo de lançamento, até o instante em que é seguramente posicionado na sua órbita final. Durante este período, a equipe funciona 24 horas por dia para ativar, monitorar e controlar o satélite e seus vários subsistemas, incluindo a colocação em funcionamento dos dispositivos do satélite (antenas, painéis solares, entre outros). 120 linearidade Propriedade das estruturas que apresentam um único sentido. A resposta de um sistema linear é função proporcional à magnitude do estímulo a que é submetido. longitude Descreve a localização de um lugar na Terra medido em graus, de zero a 180 para leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Greenwich. magnetorresistivo Substância fabricada depositando-se uma fina camada de liga metálica numa base isolante. Quando um campo magnético atua sobre esse material, sua resistência elétrica muda de valor. matriz de atitude Mesmo que matriz de rotação. Apresenta uma transformação de um sistema de coordenadas. matriz de covariância Matriz simétrica que sumariza a covariância entre um número determinado de variáveis. matriz de direção-cosseno Mesmo que matriz de rotação. No espaço tridimensional, cada rotação pode ser representada por nove entradas em uma matriz de rotação. matriz de rotação Fornece uma descrição algébrica de rotações. Quando multiplicada por um vetor tem o efeito de mudar a direção do vetor, mas não de sua magnitude. Amplamente utilizada para cálculos em Geometria, Física e Computação Gráfica. matriz ortogonal Matriz real cuja inversa coincide com a sua transposta. matrizes de informação de Matriz que descreve a variância do valor esperado da informação Fisher observada. MaxMSP Linguagem de programação visual para música e multimídia. Usada por compositores, produtores, projetistas de software, pesquisadores e artistas na criação de softwares interativos. Memória Flash Memória de computador do tipo EEPROM, que permitem que múltiplos endereços sejam apagados ou escritos numa só operação. Preserva o seu conteúdo sem a necessidade de fonte de alimentação. módulo multi-chip Componente eletrônico especializado, onde múltiplos circuitos integrados (CIs), matrizes de semicondutores ou outros componentes discretos são fabricados em um único substrato, facilitando a sua utilização como um único componente. MUX Multiplexador. Dispositivo que codifica as informações de duas ou mais fontes de dados num único canal. 121 NGDC National Geophysical Data Center. Fornece produtos e serviços relacionados a dados geofísicos, que descrevem os ambientes terrestres e marinhos, bem como observações do planeta Terra feitas do espaço sideral. NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration. Órgão com foco em assuntos sobre Meteorologia, oceanos, atmosfera e clima. Publica guias sobre o uso e a proteção de oceanos e recursos litorâneos. Conduz pesquisas para melhorar a compreensão do meio-ambiente. núcleo externo da Terra Camada líquida com 2.266 0z de espessura, composta por ferro e níquel, que se encontra acima de núcleo sólido interior da Terra, e abaixo de seu manto. Seu limite externo está a 2.890 0z abaixo da superfície da Terra. E o limite interno está localizado a aproximadamente 5.150 0z abaixo da superfície terrestre. offset Deslocamento em relação ao valor nominal ou central de uma grandeza. No caso dos métodos geométricos, offset deslocamento do centro do círculo formado pelas medições do magnetômetro em relação a um plano de referência. órbita circular Caso particular da órbita elíptica em que a excentricidade é igual a zero, ou seja, os focos ocupam o mesmo lugar no centro do circulo. Órbitas Iniciais Órbita temporária descrita pelo satélite artificial após a fase do lançamento. Nessa fase, a estação de controle em terra controla pequenos propulsores a bordo a fim de proporcionar a correção da direção, obtendo uma órbita final o mais circular possível. Aplicando propulsão na direção da trajetória de voo, quando a órbita está em seu apogeu (o ponto mais distante da Terra), o perigeu (ponto mais baixo a partir da Terra) move-se para fora. oscilador de cristal Circuito eletrônico que utiliza a ressonância de vibração de um cristal piezelétrico para criar um sinal elétrico com uma frequência bastante precisa. Permalloy Liga de níquel-ferro magnético, com cerca de 20% de ferro, e teor de níquel de 80%. Tem elevada permeabilidade magnética. ponte resistiva Circuito eletrônico também conhecido como Ponte de Wheatstone. Usado para determinar uma resistência desconhecida em meio a três outras com valores conhecidos. ponteiro do endereço Unidade de memória que armazena um endereço de memória. Power on reset (POR) Circuito do microcontrolador que gera um sinal de reinicialização quando a energia é aplicada ao dispositivo. Ele garante que o dispositivo comece a operar em um estado conhecido. 122 Processing Linguagem de programação de código aberto e ambiente de desenvolvimento integrado, desenvolvida para ser aplicada em artes eletrônicas, por comunidades de design visual. O projeto foi iniciado em 2001 pelo MIT Media Lab, com o objetivo de atuar como uma ferramenta para não iniciados com programação. PWM Pulse-Width Modulation (modulação por largura de pulso). Modulação em que a frequência da portadora é constante e as larguras dos pulsos são proporcionais aos valores dos dados codificados. quaternion Sistema numérico que generaliza e estende o conceito de vetor e de número complexo. Usado em cálculos envolvendo rotações tridimensionais. registradores Circuito digital capaz de armazenar e deslocar informações binárias, Tipicamente usado como um dispositivo de armazenamento temporário. regulador de tensão elétrica Dispositivo, geralmente formado por semicondutores, que tem por finalidade a manutenção da tensão de um circuito elétrico dentro dos limites do projeto. Relógio (clock) Sinal usado para coordenar as ações de dois ou mais circuitos eletrônicos. Um sinal de clock oscila entre os estados alto e baixo, gerando uma onda quadrada. reset Reinicialização com o intuito de limpar quaisquer erros ou eventos pendentes, e trazer o sistema para a condição normal ou estado inicial, geralmente de uma maneira controlada. ripple Ondulação. Pequena variação residual indesejável e periódica em uma corrente elétrica projetada para ser contínua. rpm Rotações por minuto. Unidade de frequência angular e de velocidade angular. sensibilidade cruzada Interação entre dois eixos de medição do magnetômetro. sensor solar Instrumento, geralmente do tipo optoeletrônico, que determina o ângulo de desvio entre um determinado eixo e a direção do Sol. Esse sensor é utilizado, por exemplo, na orientação de instrumentos astronômicos e como sensores de atitude em sistemas de navegação embarcados em naves espaciais. sketch Software escrito usando a linguagem Processing. SPI Serial Peripheral Interface. Barramento de comunicação, desenvolvido pela empresa Motorola, que opera em full duplex, com enlace de dados serial e assíncrono. 123 SRAM Static Random Access Memory (memória estática de acesso aleatório). Memória de acesso aleatório que retém os dados armazenados, desde que a alimentação seja mantida. Não necessita que as células que armazenam os bits sejam atualizadas de tempo em tempo (refrescadas). telemetria Tecnologia que implementa um sistema de monitoramento remoto. Permite que dados sejam medidos à distância, para serem enviados ao operador, normalmente via transmissão sem fio. tensão elétrica Diferença de potencial elétrico entre dois pontos, ou a diferença em energia elétrica potencial por unidade de carga elétrica entre dois pontos. tensão elétrica diferencial Diferença entre as tensões elétricas de dois pontos. terra digital Caminho de retorno comum para a corrente elétrica que alimenta os circuitos digitais do circuito integrado. TWI Two-wire interface. Mesmo que I²C. UART Universal Asynchronous Receiver / Transmitter. Circuito digital que converte os dados entre os formatos serial e paralelo. Um primeiro UART processa os bytes de dados e os transmite em bits individuais, de uma forma sequencial. No destino, um segundo UART remonta os bits em bytes completos. unidade lógica aritmética (ALU) Arithmetic Logic Unit (unidade lógica e aritmética). Circuito digital, componente da unidade central de processamento, que realiza operações lógicas e aritméticas. USB Universal Serial Bus. Padrão da indústria que define os cabos, conectores e protocolos de comunicação usados em um barramento para a comunicação, conexão e alimentação entre computadores e dispositivos eletrônicos. VANT Veículo Aéreo Não Tripulado. Todo tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. São supervisionados, portanto, remotamente. variância Medida da dispersão estatística de uma variável aleatória, indicando quão longe em geral os seus valores se encontram do valor esperado. Seu valor é o quadrado do Desvio Padrão. veículo lançador de satélites (VLS) Família de foguetes desenvolvidos no Brasil, com a finalidade de colocar um satélite na órbita da Terra. Existem dois modelos; o VLS-1 e o VLS-2. Estes foguetes são lançados do Centro de Lançamento de Alcântara, situado no estado do Maranhão. 124 verificação escalar Método para estimar o erro sistemático do campo magnético sem o conhecimento atitude da nave. Minimiza as diferenças nos quadrados das magnitudes do campo magnético medido e do modelado. Wiring Plataforma de prototipagem eletrônica de código aberto, composta de uma linguagem de programação, um ambiente de desenvolvimento integrado (IDE), e um microcontrolador em uma placa de circuito impresso. WMM World Magnetic Model (Modelo Magnético Mundial). Representação espacial em larga escala do campo magnético do planeta Terra. Produzido pela National Geophysical Data Center (NGDC) em colaboração com o British Geological Survey (BGS). ANEXO A – Esquema elétrico do Arduino MEGA 2560