povos pré-colombianos

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POVOS PRÉ-COLOMBIANOS
O que as fotos têm em
comum?
•
•
Em que são diferentes?
A que povo pertence
cada uma delas?
•
Qual é a origem da
palavra “índio” ?
•
•
O que se conclui?
Concluindo: os povos indígenas são diferentes entre si. Cada um
deles se vê como um todo. Um xavante, um asteca, um inca, um
guarani, um yanomani, mesmo em contato com a nossa sociedade,
continua se vendo como xavante, asteca, inca, guarani, yanomani.
Fontes usadas para o conhecimento dos povos précolombianos:
• Cultura material: templos, palácios, objetos de cerâmica,
esculturas, pinturas rupestres etc.
• Escritas: códices (escritos e desenhos deixados por alguns povos
americanos) e textos escritos por europeus que viveram na América.
• Orais: entrevistas e testemunhos de pessoas que descendem de
povos que viviam antes da chegada dos europeus.
Estima-se
que
por
ocasião da chegada de
Cristovão Colombo em
1492, viviam na América
cerca de 54 milhões de
pessoas. Essas pessoas
pertenciam a povos bem
diferentes entre si: no
nome, na aparência e no
modo de viver e de
pensar.
O IMPÉRIO ASTECA
ORIGEM DO POVO ASTECA OU MEXICA:
• Mitológica: viviam no norte da América e, certo dia, por serem um
povo andarilho, decidiram deixar Astlán, sua terra natal, e caminhar em
direção ao sul. Depois de muito vagar, avistaram uma águia empolada
num cacto, que trazia uma cobra presa no bico e em uma de suas patas.
Os sacerdotes astecas consideraram aquela águia um sinal dado pelo
deus UITZILOPOCHTLI, de que era ali que eles deviam se fixar e
recomeçar a vida.
• Historiográfica: os astecas deixaram o norte da América em busca de
terras férteis por volta do século XII. Depois de uma longa caminhada,
chegaram ao fértil vale do Anahuac (atual vale do México) e ocuparam
as ilhas ocidentais do lago Texcoco. Numa dessas ilhas, em 1325, os
astecas ergueram a cidade de Tenochtitlán.
TENOCHTITLÁN, a capital do Império Asteca
O Império Asteca resultou da conquista de outros povos da
região e de suas culturas.
A riqueza de Tenochtitlán vinha dos pesados impostos cobrados
aos povos vencidos.
O pagamento de impostos era
feito em mercadorias (mantas,
vestes cerimoniais, feixes de
plumas, colares e sacas de cacau).
Tenochtitlán
Quando os espanhois chegaram à América, Tenochtitlán possuía cerca
de 200 mil habitantes. Era cortada por dezenas de canais, por onde
circulavam barcos carregados de mercadorias, e aquedutos, que
traziam água doce das montanhas. Possuía templos, ruas retas e
amplas e um mercado central rico e movimentado.
Até 1521, quando Tenochtitlán foi invadida e conquistada pelos
espanhois, o Império Asteca abrangia praticamente todo o centro do
atual território do México e estendia-se do Oceano Pacífico ao Golfo do
México.
POLÍTICA: era um Império formado por 38 províncias.
SOCIEDADE: rigidamente militar, pela
belicosidade do povo.
 imperador: considerado um ser
semidivino.
 nobres: sacerdotes, altos funcionários
públicos e militares. Estes tinham
enorme prestígio. Os mais valentes
ingressavam nas importantes ordens
militares, como a dos cavaleiros-águia.
 comerciantes: os mais importantes eram os atacadistas, principalmente
os que trabalhavam com artigos de luxo. Incentivavam o casamento de
seus filhos com os filhos dos nobres a fim de adquirir prestígio social.
 artesãos: trabalhavam com plumas e ourivesaria.
 agricultores e soldados: maioria da população.
 escravos: prisioneiros de guerra, condenados pela justiça e envolvidos
com o jogo ou bebida.
ECONOMIA: a principal atividade econômica era a agricultura (milho,
feijão, batata, algodão e cacau, cultivados com o auxílio de canais de
irrigação. Do cacau, extraíam uma bebida forte, o xocoalt (origem do
chocolate).
Chinampas:
ilhas
flutuantes
construídas no lago Texcoco. Eram
produzidas através de cercados de
estacas, sobre os quais eram
colocados junco e esteiras de modo
a formar uma plataforma. Sobre
essa plataforma, espalhavam lama,
extraída do fundo do lago. Nelas
cultivavam diversos produtos.
O artesanato e o comércio eram bem desenvolvidos. Usavam a semente de
cacau como moeda.
RELIGIÃO: politeísta, sendo o deus Sol uma importante divindade.
Praticavam sacrifícios humanos para agradar ao deus da guerra.
CULTURA:
• desenvolveram um calendário solar ;
• desenvolveram uma escrita pictográfica;
• na arquitetura, usando a pedra, construíram
palácios, templos e pirâmides, nas quais
realizavam cerimônias religiosas.
ESPORTE: os astecas tinham admiração pelo
esporte e praticavam vários jogos. Um deles era o
tlaschtli: as duas equipes adversárias se
enfrentavam em um campo em forma de T
maiúsculo. A bola, de borracha e bastante
pesada, só podia ser tocada e lançada com os
joelhos ou os quadris. Os jogadores esforçavamse para fazê-la passar entre dois anéis de pedra
fixados nas muralhas laterais, mais ou menos
como nas cestas de basquete.
SAÚDE:
• Desenvolveram tratamentos eficientes a partir do
conhecimento da flora e da fauna locais.
• As doenças eram atribuídas à vontade dos
deuses.
• Usavam a adivinhação e a oração, mas sabiam
curar fraturas, feridas e fazer remédios à base de
gordura animal e plantas.
México: terra onde viveram os mexicas e os povos por
eles dominados até a chegada de Fernão Cortez.
OS MAIAS
LOCALIZAÇÃO: Viviam na Península de Yucatán, região que corresponde
atualmente a Guatemala, Honduras, Belize e ao sul do México.
POLÍTICA: Os maias nunca formaram um império unificado, mas
construíram grandes cidades: Chichen-Itzá, Mayapán, Palenque, Tikal,
Copán, Uxmal. Cada uma delas era um pequeno Estado independente,
ou seja, tinha governos, leis e costumes próprios. Possuíam palácios,
estradas com até 10 metros de largura e templos na forma de
pirâmide.
Templo de Kukulkan (El
Castilho) é uma das ruínas
maias da cidade PréColombiana de ChichénItzá. As pirâmides maias
serviam de base para os
templos religiosos,
erguidos no seu topo. Os
sacerdotes desses templos
consideravam-se, assim,
mais próximos dos deuses.
SOCIEDADE:
• Rei (Hala-Unic) – era o governante máximo de cada cidade. Era
visto pelo povo como representante dos deuses.
• Nobres e sacerdotes - dirigentes das cerimônias religiosas e os
responsáveis pela defesa e cobrança de impostos.
• Artesãos
• Camponeses – acreditavam que, para conseguir boas colheitas,
tinham que pagar impostos ao governo “sagrado”. Os impostos
eram pagos com produtos e com trabalhos gratuitos.
ECONOMIA:
A agricultura tinha grande importância, pois a maior parte dos maias
vivia no campo. Cultivavam feijão, abóbora, algodão, cacau, abacate e
milho. Este era a base da sua alimentação. Não conheciam o ferro
nem a roda. As cargas eram transportadas pelas pessoas, pois não
possuíam animais de carga.
CULTURA:
As artes e as ciências alcançaram grande desenvolvimento,
principalmente na matemática e na astronomia. Utilizaram um
sistema de numeração vigesimal e desenvolveram o conceito do
zero.
Na medicina conheciam a anestesia, praticavam a assepsia,
estudavam plantas, ervas e raízes, e realizavam cirurgias.
Na astronomia previram eclipses solares e tinham conhecimento
do planeta Vênus.
Na engenharia construíram canais de irrigação, caminhos de pedra,
edifícios de vários andares.
Na arquitetura construíram templos, palácios e pirâmides. As
construções mais importantes eram feitas para homenagear os
deuses.
Calendários:
• TZOLK’IN
(calendário
religioso),
composto por 260 dias. Era usado para
determinar o momento de eventos
religiosos e cerimoniais;
•
HAAB’ (calendário solar), composto
por 365 dias, isto é 18 meses de 20 dias
mais um período de 5 dias no final do
ano conhecidos como Wayeb’. Esses
dias eram considerados perigosos.
Para afastar os maus espíritos, os maias tinham costumes e rituais
que eram praticados durante o Wayeb’. Por exemplo, as pessoas
evitavam sair de casas e lavar ou pentear o cabelo.
Escrita – Possuíam uma escrita baseada na representação de
objetos e ideias. Os grifos eram pintados em cerâmica, paredes ou
papel casca, esculpidos em madeira, pedra ou estuque. Os
símbolos individuais podiam representar uma palavra ou uma
sílaba.
RELIGIÃO: Acreditavam que o destino era regido
pelos deuses. Itzamna, senhor do céu, era o deus
mais importante. Cultuavam ainda os deuses do
Sol, da Lua, da Chuva, do Vento, da vida e da
morte, além de divindades ligadas à caça e à
agricultura, como o deus do milho. Às divindades
eram oferecidos diversos alimentos e sacrifícios
animais e humanos, em cerimônias que incluíam
danças e representações teatrais.
Observação: Sabe-se que, a partir do ano 900, os maias
abandonaram suas cidades e espalharam-se
pela
região,
misturando-se a outros grupos, mas não se sabe ao certo o porquê.
Fala-se em esgotamento da terra, em epidemia, em chuvas
torrenciais e prolongadas. Apenas hipóteses para aprofundar as
pesquisas.
O IMPÉRIO INCA
ORIGEM:
 Religiosa: divina, por isso eram chamados filhos do Sol. Fundadores
do império: Manco Cápac (Chefe Supremo) e sua esposa e irmã,
Mama Ocilla.
 Historiográfica:
• Em 1400, os incas eram humildes camponeses e pastores nas terras
altas das imediações da atual cidade de peruana de Cuzco.
• 1438: esse grupo de língua quíchua tomou a cidade de Cuzco e
impôs o seu domínio aos povos que habitavam a região do vale.
• Início do reinado de Pachakuti – primeiro imperador. Ele e seus
sucessores promoveram a expansão do império, tanto em direção ao
norte quanto ao sul.
• No seu apogeu, o Império abrigava cerca de 10 milhões de pessoas
que pertenciam a cerca de uma centena de povos distintos (quíchuas,
aimaras e chimús), e falavam cerca de 20 idiomas diferentes.
LOCALIZAÇÃO:
O Império do deus Sol ocupava no
século XVI uma área de 950 mil km2
e
abrangia
territórios
hoje
pertencentes ao Equador, Peru,
Bolívia, Chile e Argentina.
Nessa região desenvolveram-se
várias culturas, como Chavín, Chimu,
Paracas e Nazca. Todas elas foram
dominadas pelos incas.
POLÍTICA: era um império constituído de cidades e aldeias. Sua
capital, Cuzco, estava situada a 3.000 metros de altitude. À época
da conquista tinha cerca de 200.000 habitantes.
SOCIEDADE:
• Imperador: era conhecido como Inca ou Filho do Sol – era visto
como semidivino, possuía enormes poderes e privilégios; seu
cargo era hereditário.
• Nobres: sacerdotes (contribuíam para manter a dominação
social), alta burocracia estatal e chefes militares.
• Artesãos (tapeceiros, ceramistas, ourives), curandeiros e soldados
e contabilistas. Viviam nas cidades e eram sustentados pelo
governo.
• Camponeses: maior parte da população.
ECONOMIA:
•Plantavam milho (base da alimentação), feijão, batata, dentre outros.
•Utilizavam um sistema de canais de irrigação e um sistema de
terraços.
•O Estado era dono de todas as terras, cultivadas pelas comunidades
camponesas. Cada aldeia era formada por um conjunto de famílias
camponesas unidas por laços de parentesco → ayllu. O chefe do ayllu
era o kuraka. Os habitantes do ayllu plantavam e pastoreavam
lhamas, alpacas e vicunhas, utilizando-as para o transporte de cargas
pequenas e aproveitando sua lã para fazer tecidos.
• As terras de cada ayllu eram divididas em 3 partes:
o Terras do imperador. As sobras da produção de
alimentos eram estocadas em armazéns espalhados por
todo o império e distribuídas à população nos períodos
de fome causados por invernos rigorosos, chuvas
torrenciais, pragas ou epidemias.
o Terras dos deuses (sacerdotes).
o Terras dos camponeses. Os camponeses além de
trabalharem todas as terras, ainda prestavam serviços
gratuitos ao Estado → mita. Trabalhavam por um
período de 3 a 12 meses, reformando e construindo
estradas, construindo templos e palácios etc. Recebiam
vestimentas, alimentos, animais ou lã.
RELIGIÃO:
• Politeísta, associada a elementos da natureza. Os deuses recebiam
oferendas, inclusive de sacrifícios. O deus criador era Viracocha, pai do
deus-Sol – Inti. Este era representado com três raios atrás da cabeça e
serpentes nos braços. A Lua, irmã e esposa do Sol, era chamada Quilla,
protetora das mulheres.
• Acreditavam na vida após a morte, o que explica o cuidado com a
mumificação, especialmente das pessoas mais proeminentes
[importantes]. Junto às múmias era enterrado grande quantidade de
objetos do gosto ou utilidade do morto. De suas sepulturas, acreditavam
que as múmias poderiam conversar com os ancestrais ou outros
espíritos. Afirmavam que as almas dos não-pecadores, juntamente com
as dos membros da natureza, viviam no céu, com o Sol.
Tumi – faca
de
sacrifícios
Manto sagrado inca
Representação do deus Inti
Festa em homenagem ao
deus Inti
CULTURA:
Os incas quase nada inovaram no que se refere à cultura porque
foram depositários de um longo passado cultural, isto é,
assimilaram a cultura dos povos que viveram anteriormente no seu
território.
Os incas não tinham escrita. A produção literária que chegou até
os nossos dias foi preservada pela tradição oral até a conquista
espanhola e depois transcrita pelos espanhois. Narrativas míticas,
relatos de grandes feitos dos imperadores, preces dirigidas às
divindades e poesias sentimentais são exemplos da literatura do
povo inca.
Os sacerdotes observavam os corpos celestes porque acreditavam
na sua influência sobre os homens. A posição da Lua no céu
indicava fomes, guerras e epidemias.
Foram grandes arquitetos e
urbanistas. Templos e palácios
eram construídos a partir de uma
base retangular. Construíram
estradas, ao longo das quais havia
postos de correio (um posto a
cada 30 km), além de pontes,
balsas, jangadas, barcos de junco
e terraços (espécie de degraus nas
encostas das montanhas, sobre os
quais plantavam. Utilizavam a
pedra, que era atalhada por
instrumentos de cobre ou bronze
e polida com areia úmida.
Trabalhavam o barro (cerâmica), a
madeira, o cobre, o ouro e a
prata.
Machu Picchu – a cidade sagrada dos
incas está localizada a 2.400 metros de
altitude. Foi construída no século XV sob
as ordens de Pachacuti.
Quipos: Era um sistema de registro
(produtos armazenados, quantidade
de armazéns, datas, número de
pessoas, animais).
Era um cordão no qual estavam
amarrados vários cordões menores de
cores e tamanhos variados, onde se
faziam diferentes tipos de nós.
As cores dos cordõezinhos permitiam
identificar os tipos de objetos. Os nós
indicavam quantidades e datas. O nó
mais próximo da ponta do cordãozinho
correspondia à unidade, o seguinte
referia-se às dezenas e assim
sucessivamente.
O correio inca:
No seu apogeu, o Império inca possuía cerca de
dezesseis mil quilômetros de estradas. As duas
mais importantes eram duas estradas paralelas.
A primeira percorria a costa litorânea, enquanto
a outra atravessava o altiplano. Em diversos
pontos foram construídas estradas secundárias
ligando as duas principais.
Essas estradas eram percorridas por corredores
(chasquis) a serviço do governo, que eram
treinados para levar e trazer informações, assim
como produtos de várias partes do império. Em
apenas duas semanas, uma ordem do imperador
era transmitida por toda a extensão do império.
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