FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO DE BANANA PACOVAN IRRIGADA MOSSORÓ/RN 2012 FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO DE BANANA PACOVAN IRRIGADA Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Irrigação e Drenagem. ORIENTADOR: Profª. Drª. Elis Regina Costa de Morais MOSSORÓ/RN 2012 3 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA M488r Medeiros, Francisco Agélio Silva Barreto de. Relações entre características de crescimento e a produção de banana pacovan irrigada. / Francisco Agélio Silva Barreto de Medeiros. -- Mossoró, 2012. 51f. : il. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientadora: Drª.Sc. Elis Regina Costa de Morais. Co-orientador: D.Sc. Celsemy Eleutério Maia. 1. Banana Pacovan. 2. Crescimento. 3. Produtividade. I. Título. CDD: 634.772 Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa CRB15/453 FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO DE BANANA PACOVAN IRRIGADA Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Irrigação e Drenagem. Aprovada pela banca examinadora em: 06 / 07 / 2012 BANCA EXAMINADORA _______________________________________________ Eng. Agr. D. Sc. Antônio de Pádua Araújo Conselheiro _________________________________________________ Prof. D. Sc. Celsemy Eleutério Maia - UFERSA Co-orientador _________________________________________________ Profª. D. Sc. Elis Regina Costa de Morais - UFERSA Orientadora Aos meus pais Paulo e Salete. A minha esposa Ana Carolina. Aos meus irmãos Saulo, Magali, Neto e Giselda. Dedico, com muito amor e carinho. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter iluminado meus caminhos com sabedoria. Aos meus pais, irmãos e minha esposa por acreditarem no meu sucesso. À Universidade Federal Rural do Semi-Árido e ao Departamento de Ciências Ambientais pela oportunidade em realizar este curso. À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos. Aos professores Elis Regina C. Morais e Celsemy Eleutério Maia, pela orientação, sugestões e dedicação a mim dispensadas durante o curso. Ao conselheiro da banca examinadora D. Sc. Antônio de Pádua Araújo, pelas sugestões e contribuição na melhoria da dissertação. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Irrigação e Drenagem, em especial, aos professores José Espínola, Francismar, George Mamede e Pordeus. Aos Produtores Ismael Lima Verde Neto e Germano Eugênio de Souza Furtado, por todo o apoio cedido, desde a conseção da área, realização do plantio, até a colheita das plantas, indispensáveis, para a realização deste projeto. À Ana Carolina, pelo carinho, incentivo, compreensão e paciência durante esses anos de convivência. Aos meus colegas de Pós-graduação, pelo companheirismo ao longo do curso. A todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização deste trabalho. Muito obrigado! RESUMO MEDEIROS, Francisco Agélio Silva Barreto de. Relações entre características de crescimento e a produção de banana pacovan irrigada. 2012. 51 f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró/RN, 2012. A cultura da banana apresenta uma grande importância econômica e social para população mundial, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil é cultivada em praticamente todo o território, com destaque a região Nordeste, onde, o estado do Rio Grande do Norte tem apresentado nos últimos anos uma expansão considerável em termos de desenvolvimento da cultura. Com o objetivo de avaliar as relações entre as características de crescimento e a produção de banana pacovan irrigada, no município de Baraúna/RN, realizouse experimento em área de plantio comercial com espaçamento de 2,0 x 2,5 m, em disposição triangular com fileiras duplas. As plantas analisadas foram selecionadas aleatoriamente, sendo a primeira coleta oito semanas após o plantio e as demais semanalmente, os dados coletadados foram: perímetro do pseudocaule, largura máxima das folhas, emissão foliar, número de folhas funcionais e peso dos frutos. Observou-se que, dentre as características avaliadas, com relação ao perímetro do pseudocaule e largura máxima das folhas, houve correlação positiva e significativa com a produção, e, para o número de folhas, apesar de ter sido positiva, não foi significativa. Verificou-se ainda, que o tempo para a taxa de crescimento absoluta máxima ocorrereu aos 57 dias após a primeira medição e a taxa de crescimento relativo teve sua redução iniciada a partir dos 15 dias, tendendo a estabilização aos 79 dias até o final do ciclo, para o perímetro do pseudocaule e número de folhas. Palavras-chave: Banana Pacovan. Crescimento. Produtividade. ABSTRACT MEDEIROS, Francisco Agélio Silva Barreto de. Relations between growth characteristics and irrigated pacovan banana production. 2012. 51 f. Dissertation (Master of Science in Irrigation and Drainage) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró/RN, 2012. The banana crop represents a big social and economic importance to world population, mainly in developing countries. It is practically grown throughout Brazil, especially in Northeastern region, and Rio Grande do Norte State has been shown a considerable expansion recently in terms of crop development. In order to observe the relations between growth characteristics and irrigated pacovan banana production in Baraúna/RN, an experiment has been done in a commercial plantation area spacing 2 x 2.5m, in a triangular arrangement with double row. The analyzed plants were randomly selected, the first collection was made eight weeks after the plantation and the order ones were made weekly, the collected data were: perimeter of the pseudostem, leaf maximum length, leaf emission, number of functional leaves and fruit weight. Among the analyzed characteristics was observed that, concerning to the perimeter of pseudostem and leaf maximum length, there were positive and significant correlations with the production, the number of leaves was positive but not significant. It was found that the time for maximum absolute growth rate happened in 57 days after the first measurement and the relative growth rate had reduction starting from 15 days, tending to stabilize in 79 days until the end of the cycle, for the perimeter of pseudostem and number of leaves. Keywords: Banana Pacovan. Growth. Productivity. LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Produção e área total mundial de banana, em toneladas e em hectare, respectivamente, em 2009 …………………………………………………………… 20 TABELA 2 - Área plantada (ha) e produção (t) de banana nos estados brasileiros … 21 TABELA 3 - Correlações entre as características vegetativas de crescimento e a produção……………………………………………………………………………… 38 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Esquema representativo da classificação das bananeiras. ................................... 13 FIGURA 2 - Ilustração representativa da morfologia da bananeira ......................................... 13 FIGURA 3 - Distribuição da cultura da banana no mundo ...................................................... 18 FIGURA 4 - Produção em toneladas, de banana nas regiões brasileiras ................................. 22 FIGURA 5 - Campo onde foi realizado o experimento ........................................................... 31 FIGURA 6 - Plantas da cultivar Pacovan em pleno desenvolvimento vegetativo ................... 33 FIGURA 7 - Emissão foliar (a), Perímetro do Pseudocaule (b) e Diâmetro das Folhas (c), em função do tempo ........................................................................................................... 37 FIGURA 8 - Curvas de Crescimento, considerando o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................................. 40 FIGURA 9 - Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................ 42 FIGURA 10 - Taxa de Crescimento Relativo (TCR), para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................ 43 SUMÁRIO 1 2 2.1 2.1.1 2.1.2 2.1.3 2.1.4 2.1.5 2.1.6 2.1.7 2.1.8 2.1.9 2.2 3 3.1 3.2 3.3 3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.4 4 4.1 4.2 4.3 4.3.1 4.3.2 5 INTRODUÇÃO ............................................................................................. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... A CULTURA DA BANANA ........................................................................ A origem ......................................................................................................... Classificação Botânica, Evolução e Morfologia .......................................... Ciclos da bananeira ....................................................................................... Clima e solo .................................................................................................... Distribuição geográfica ................................................................................. A cultivar Pacovan ......................................................................................... Importância econômica ................................................................................. Irrigação ......................................................................................................... Fertirrigação .................................................................................................. A IMPORTÂNCIA DOS ASPECTOS DE CRESCIMENTO ........................ MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .......... CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO .............................................................. CARACTERÍSTICAS AVALIADAS ............................................................ Número de Folhas ........................................................................................... Largura Máxima das Folhas ......................................................................... Perímetro do Pseudocaule ............................................................................. Peso dos Frutos ............................................................................................... MODELO DE AVALIAÇÃO ........................................................................ RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO ....................................................... CORRELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS ANALISADAS .......... ANÁLISE DE CRESCIMENTO .................................................................... Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) ........................................................ Taxa de Crescimento Relativo (TCR) ......................................................... CONCLUSÕES ............................................................................................. REFERÊNCIAS ............................................................................................ 10 12 12 12 12 16 17 17 19 19 22 24 25 31 31 32 33 33 34 34 34 35 36 36 38 39 41 42 44 45 10 1 INTRODUÇÃO A bananeira (Musa sp.) é uma planta de regiões tropicais e subtropicais, originária do continente asiático, bastante exigente em água nos períodos de estiagens com temperaturas e evaporações elevadas, devido a sua extensa área foliar (13,15 m2 /planta, em média) e ciclo relativamente longo, o que determina um alto consumo anual de 12.000 a 25.000 m3/ha, dependendo da densidade populacional, clima, solo e sistema de irrigação. Apesar da relevância que representam os frutos do subgrupo Cavendish, embora passíveis de exportação, não têm boa aceitação no mercado externo face à baixa qualidade, enquanto no mercado interno, os mesmos não são atrativos aos consumidores das classes alta e média, embora a banana seja a fruta preferida, sendo o quarto produto mais consumido no mundo, ficando atrás do trigo, milho e arroz. Atualmente, a banana é a fruta mais consumida no mundo, tanto pela sua composição química e conteúdo em vitaminas e minerais, quanto por sua versatilidade em termos de modalidades de uso (processamento, frita, cozida, consumo in natura) e ainda pelos seus caracteres de sabor, aroma, higiene e facilidade de consumo. Os principais países produtores são: Índia, Brasil, China, Equador e Filipinas, representando 58% da produção mundial de banana, onde o Brasil destaca-se como o seu maior consumidor (consumo per capita nacional em torno de 25 kg/hab./ano) sendo quinto maior produtor (aproximadamente 10% do total mundial), com produção estimada em 6,78 milhões de toneladas. A área colhida dessa musácea é de 479,61 mil hectares, onde sua produção vai desde a faixa litorânea até o planalto central, destacando-se os Estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. A bananicultura possui uma grande importância socioeconômica no Nordeste, sendo geralmente explorada por pequenos agricultores, predominando a mão-de-obra familiar. Constitui parte integrante da alimentação de populações de baixa renda, não só pelo seu alto valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo, tendo papel fundamental na fixação da mão-de-obra no campo. As variedades mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra e D‟Angola, Nanica, Nanicão e Grande Naine. (SILVA et al., 2000, 2002). Alguns aspectos contribuem para que a banana continue sendo a fruta mais comercializada no mundo: a facilidade de propagação, o bom rendimento por hectare, o fato de ser uma cultura de ciclo curto, de produção contínua, de fácil manipulação quando verde, além de fácil armazenamento e maturação acelerada. 11 Por isso o seu consumo é relativamente alto em diversos países e tem aumentado com a expansão do conhecimento do seu valor nutritivo, além de seu excelente sabor. Em se tratando de Rio Grande do Norte, a área estimada de produção para o mercado nacional é de aproximadamente 5.000 ha, e dessa área, estima-se que a região de Baraúna seja responsável por 20,0 % (aproximadamente 1.000 ha), onde sua exploração teve início por volta dos anos 80, sendo alavancada por volta do ano de 2005, coincidindo com a decadência da produção de melão na região, servindo ao produtor como uma alternativa de produção, apresentando estabilidade de produção e de preço no mercado nacional. No entanto, o nível tecnológico dos produtores ainda deixa muito a desejar, porém, são raros os trabalhos de pesquisa na literatura brasileira que tratem deste assunto, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento fisiológico em resposta aos tratos culturais, que, consequentemente, afetam a produção, produtividade e qualidade dos frutos. A bananicultura brasileira ainda apresenta uma série de problemas, que dificultam uma participação mais expressiva no mercado internacional de frutas, pois as regiões produtoras no Brasil seguem padrões tradicionais, com baixos investimentos de capital e tecnologia, o que acarreta consequentemente, baixa produtividade e frutos de qualidade inferior. Dentre os maiores problemas da cultura da banana, está o manejo inadequado do sistema solo-águaplanta, assim como, informações das respostas fisiológicas das plantas em função das condições as quais estão submetidas e sua relação com a produção, produtividade e qualidade. Este fato motivou esta pesquisa que teve como objetivo avaliar as relações entre características de crescimento e produção de banana pacovan irrigada, sob irrigação localizada, no município de Baraúna/RN. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 A CULTURA DA BANANA 2.1.1 A Origem Com origem no Continente Asiático, a bananeira (Musa spp.) é encontrada ao redor do mundo, especialmente em regiões tropicais, estando presente em mais de 80 países, ocupando área superior a 4 milhões de hectares e produção que ultrapassa de 95 milhões de toneladas. Existem cerca de 180 variedades de bananas no globo terrestre, sendo que no Brasil frutificam por volta de 35 variedades, distribuídas em bananeiras ornamentais, industriais e comestíveis (FAO, 2011). Apesar do centro de origem da maior parte do germoplasma de banana estar localizado na Ásia, ocorrem centros secundários na África Oriental, em algumas ilhas do Pacífico e uma considerável diversidade genética na África Ocidental regiões com clima tropical quente e úmido (SHEPHERD, 1984). 2.1.2 Classificação Botânica, Evolução e Morfologia A bananeira de frutos comestíveis (Musa spp.) é uma monocotiledônea da classe Liliopsida, subclasse Liliidae, superordem Lilinae, ordem Zingiberales (Scitamineae), família Musaceae, subfamília Musoideae, gênero Musa, seção Eumusa (SILVA et al., 2002) originada de cruzamentos interespecíficos entre Musa acuminata colla e M. balbisiana colla, e apresenta por isso, caracteres das duas espécies (SIMMONDS, 1973). O gênero Musa é constituído por quatro séries ou seções: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e (Eu) Musa, esta última contém a grande maioria das bananas comestíveis, derivadas das espécies selvagens Musa acuminata e Musa balbisiana (Figura 1) (SIMMONDS, 1959). 13 Figura 1 - Esquema representativo da classificação das bananeiras Fonte: Vieira, (2011, p. 7) Na evolução das bananeiras comestíveis participaram as espécies selvagens diplóides representadas pelas letras A (M. acuminata) e B (M. balbisiana), de modo que cada cultivar deve conter combinações variadas de genomas dessas espécies parentais, cujas combinações resultam os grupos diplóides (AA, BB e AB), triplóides (AAA, AAB e ABB) e tetraplóides (AAAA, AAAB, AABB e ABBB) (COSTA, 2008). A bananeira (Musa spp.) é um vegetal herbáceo completo, pois apresenta caule (rizoma), raiz, folhas, flores, frutos e sementes (Figura 6) e, perene, uma vez que novos perfilhos nascem da base da planta-mãe (BORGES; SOUZA; ALVES, 2000). Figura 2 - Ilustração representativa da morfologia da bananeira Fonte: Vieira, (2011, p. 8) 14 O sistema radicular é fasciculado, cujas raízes primárias saem do rizoma, em grupos de 3 ou 4, totalizando 200 a 500 raízes e é superficial, sendo que cerca de 80% delas se encontram nos primeiros 20 a 30 cm do solo. As raízes primárias são em forma de corda, brancas, “carnosas” e tenras quando novas; depois amarelecem; estas raízes têm numerosas radicelas laterais, providas de pêlos absorventes que são responsáveis pela absorção da água e nutrientes. As raízes secundárias têm dominância apical, são em grande número, apresentamse muito finas e são difíceis de serem observadas (BORGES; OLIVEIRA, 2000; ROSA JUNIOR, 2000). As raízes podem atingir até 5m de comprimento, porém superficial, com aproximadamente 30% localizadas na profundidade de 0-10cm e 82% concentrando-se na camada de 0-50cm, dependendo da variedade e das condições do solo (BORGES; SOUZA, 2004). Durante os primeiros meses de crescimento vegetativo, a produção de raízes é abundante, ocorrendo simultaneamente com o processo de formação das folhas e cessa na época do florescimento. A morte das folhas por senilidade ou por ataque de pragas e/ou doenças determina a morte das raízes formadas na mesma época (MOREIRA, 1999). O rizoma é constituído de duas zonas, o córtex que desempenha um papel de proteção e é basicamente constituído pelo parênquima, onde estão os feixes vasculares que suprem as folhas, raízes e rebentos e o cilindro central, de onde se origina o sistema radicular e aéreo. À medida que a planta se aproxima da fase de florescimento, a parte central do rizoma começa a necrosar-se da base para o ápice. Este fenômeno torna inativas as raízes basais e limita a emissão de novos rebentos. Um rizoma bem desenvolvido pode ter de 25 a 40cm de diâmetro e de 6,9 a 11,5 kg, de acordo com a cultivar e a idade da planta (SOTO BALLESTERO, 1992). No centro do cilindro central do rizoma, existe um conjunto de células meristemáticas denominadas gema apical de crescimento, responsáveis pelo desenvolvimento aéreo da planta (formação das folhas e das gemas laterais de brotações) (BORGES; SOUZA; ALVES, 2000; NÓBREGA, 2006). O desenvolvimento das folhas é iniciado a partir do ponto de crescimento do rizoma, em que a gema apical pode gerar de 30 a 70 folhas, dependendo do cultivar, sendo simultânea a formação da folha e da gema lateral de brotação. O aparecimento de uma nova folha ocorre a cada 7 a 11 dias e cada folha tem vida útil de 100 a 200 dias, sendo compostas de bainha (é longa, reta, com bordos retilíneos, salvo nas extremidades), pecíolo, limbo foliar (dividido pela nervura central em dois semi-limbos), nervuras e aguilhão (ou pavio). As bainhas das folhas da bananeira têm grande importância, pois são elas que, embricadas, formam o pseudocaule, o sustentáculo do cacho (BORGES; SOUZA; ALVES, 2000). A fixação das bainhas foliares no rizoma ocorre de forma concêntrica, gerando arcos cujas 15 extremidades não se tocam. Internamente, a bainha possui numerosos espaços aeríferos corados por finos diafragmas, formando espaços que se prolongam até o limbo (SOTO BALLESTERO, 1992). Essa estrutura formada pela união das bainhas foliares é denominada pseudocaule, que pode atingir dimensões variáveis de 1,2 a 8,0m de altura com 10 a 50cm de diâmetro, formando uma estrutura resistente que suporta os limbos foliares e o cacho (MANICA, 1997). Anteriormente ao aparecimento da inflorescência, a bananeira emite as últimas 3 a 4 folhas com dimensões cada vez menores. A última folha lançada tem sua conformação mais coriácea, formato típico, com as nervuras secundárias muito pronunciadas e frequentemente seca durante o desenvolvimento do cacho (MOREIRA, 1987). O número de folhas, bem como o tamanho destas, influencia no peso do cacho e no número de pencas na medida em que representam uma maior ou menor superfície fotossintética; sendo adequado para uma boa produção o número de 12 folhas funcionais na ocasião da emissão da inflorescência e no mínimo 9 no momento da colheita (HINZ; LICHTEMBERG, 2004). O pseudocaule é denominado de tronco, sendo formado pelo conjunto das bainhas das folhas sobrepostas a partir do rizoma até a rozeta, onde as folhas se abrem, terminando com uma copa de folhas compridas e largas (ROSA JUNIOR, 2000). A gema apical de crescimento é responsável pela formação das folhas e das gemas laterais de brotação, e gera sucessivamente conjuntos de gemas e folhas, onde Moreira (1999) afirma inclusive que “o rizoma possui tantas gemas laterais quanto foram as folhas geradas”. Após gerar todas as folhas a gema apical transforma-se em inflorescência que sobe verticalmente pelo interior do pseudocaule até “lançar” o cacho. À medida que o crescimento radial do rizoma ocorre, as gemas laterais vão se diferenciando, crescendo, e passando a ter as mesmas funções da gema apical de crescimento, originando assim um novo rebento (HINZ; LICHTEMBERG, 2004). De acordo com Soto Ballestero (1992), o pseudocaule oferece à planta além de apoio, com sua estrutura resistente podendo suportar o peso das folhas e de sua inflorescência que pode chegar a 75kg, e da capacidade de armazenar nutrientes e água, possibilita ainda à planta a alcançar maior altura e elevar o nível das folhas, fazendo com que captem a luz solar. A inflorescência é denominada racimo ou cacho, que é constituído pelo pedúnculo (engaço), e tem início no ponto de fixação da última folha, terminando na inserção da primeira penca. A ráquis (eixo primário onde estão inseridas as flores da inflorescência) inicia-se a partir do ponto de inserção da primeira penca e termina no botão floral, podendo ser dividida em ráquis feminino (onde se inserem as flores femininas), e ráquis masculino (onde se inserem as flores masculinas). O coração ou mangará é o conjunto de flores masculinas, com suas respectivas brácteas, e as pencas representam o conjunto de frutos 16 (dedos), reunidos pelos seus pedúnculos em duas fileiras horizontais e paralelas (BORGES; OLIVEIRA, 2000; ROSA JUNIOR, 2000). Os frutos são produzidos por partenocarpia e sem a presença de sementes. São bagas alongadas, onde o epicarpo corresponde à casca e o mesocarpo à polpa (ROSA JUNIOR, 2000). A multiplicação da bananeira se processa, naturalmente no campo, por via vegetativa, pela emissão de novos rebentos. Como esse processo é contínuo e extremamente dinâmico, uma bananeira adulta apresenta sempre ao seu redor, em condições naturais, outras bananeiras em diversos estágios de desenvolvimento. Esse conjunto de bananeiras interligadas, com diferentes idades, oriunda de uma única planta, denomina-se “touceira”, de acordo com Moreira (1999). A bananeira é propagada sexuada e assexuadamente. A propagação sexuada é limitada apenas a trabalhos de melhoramento. Porém, as bananeiras de frutos comestíveis geralmente não possuem sementes e são propagadas assexuadamente através do rizoma que contém gemas, das quais se originam as mudas (CAVALCANTE; CAVALCANTE, 1982). Com isso, são propagadas vegetativamente, sendo as mudas obtidas a partir do desenvolvimento natural de filhotes ou por técnicas de fracionamento de rizoma, propagação acelerada in vivo (é um método de propagação da bananeira intermediário entre a propagação convencional e a propagação in vitro nos laboratórios de cultura de tecidos) e in vitro (também conhecido por micropropagação) (MENDONÇA et al., 2003). O processo de micropropagação consiste no cultivo de segmentos muito pequenos de plantas, os chamados explantes, em meio artificial e sob condições de luminosidade, temperatura e fotoperíodo totalmente controladas em laboratório (SCARANARI, 2006). 2.1.3 Ciclos da bananeira A bananeira, como todas as plantas, tem um ciclo de vida definido que se inicia com a formação do rebento e seu aparecimento em nível do solo. Com seu crescimento há a formação da planta, que irá produzir um cacho cujos frutos se desenvolvem, amadurecem e caem, verificando-se, em seguida, o secamento de todas as suas folhas, culminando com sua morte (COSTA; SCARPARE FILHO, 2002). De uma maneira prática, definem-se em dois os ciclos da bananeira: o ciclo vegetativo e o de produção, onde, o ciclo vegetativo compreende o período entre o aparecimento do rebento (ou perfilho) na superfície do solo e a colheita de seu cacho, e o 17 ciclo de produção é o intervalo de tempo entre a colheita do cacho de uma bananeira e a colheita do cacho do seu „filho‟(MOREIRA, 1999). Tanto um ciclo como outro é influenciado por todos os fatores edafoclimáticos e técnicas culturais, além da idade do próprio bananal e da cultivar plantada. Bananais com mais de três safras, com densidades elevadas e em condições de clima e solo desfavoráveis, como também de manejo, podem ter os citados ciclos aumentados de até mais do dobro, com graves prejuízos de produtividade e, portanto, na economia dessa atividade agrícola (MEDINA, 1985). 2.1.4 Clima e Solo A bananeira é um vegetal tipicamente tropical, apresentando constante alteração no tamanho e estágio fenológico, principalmente quando cultivada em condições de temperatura e umidade altas. Em cultivos comerciais exige-se que a temperatura gire em torno de 28°C, com as mínimas não inferiores a 18°C e as máximas não superiores a 34°C. Abaixo de 15°C a atividade da planta é paralisada, e acima de 35°C o crescimento é inibido (ALVES, 1999). Temperaturas inferiores a 12°C provocam na planta uma perturbação fisiológica denominada „chilling‟, caracterizada pela coagulação dos vasos lactíferos do fruto e inativação da amilase, enzima responsável pela transformação de amido em açúcares. As condições climáticas, principalmente temperatura e precipitação pluviométrica, podem influenciar na duração do ciclo da cultura e na sua produtividade. Segundo Martinez (1971), ao estudar os lançamentos mensais de folhas da cultivar „Nanicão‟, observou que a frequência de lançamentos mensal durantes vários meses do ano pode ser relacionada com a temperatura de tais meses, o que caracteriza um acúmulo crescente de matéria seca do plantio até a colheita, fato esse, confirmado por Turner (1971). 2.1.5 Distribuição Geográfica O cultivo da bananeira no mundo está situado geograficamente entre latitudes de 30º S e 30º N do Equador e as condições ótimas encontradas entre 15º de latitude ao Sul e ao Norte do Equador (SOTO BALLESTERO, 1992). No Brasil o cultivo da bananeira ocorre em todos os estados da Federação nos ecossistemas mais variados possíveis. O cultivo da bananeira desenvolve-se preferencialmente em climas tropicais com boa disponibilidade hídrica e temperaturas variando de 15°C a 35°C, sendo as temperaturas ideais de crescimento 18 de 18°C à noite e 25°C durante o dia (MOREIRA, 1999). Entretanto, segundo Alves (1999) e Moreira (1999), existe a possibilidade de seu cultivo em latitudes acima de 30oC, desde que a temperatura fique entre os limites citados. A despeito disto, existem cultivos fora das condições climáticas ótimas para o crescimento e desenvolvimento da bananeira, como nos subtrópicos frios ou nos trópicos semi-áridos onde são comuns períodos durante o ano com temperaturas baixas ou estresse por calor e falta de água que limitam o potencial produtivo. A bananeira é uma espécie tipicamente tropical exigindo, para um bom desenvolvimento, calor constante, umidade elevada e adequada distribuição de chuvas. Essas condições são registradas especialmente entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. De modo geral, quanto mais próximo da linha do Equador, mais favoráveis são as condições climáticas para o cultivo da banana, ou seja, em regiões onde as temperaturas situam-se entre os limites de 15°C e 35°C (Figura 3). Figura 3 - Distribuição da cultura da banana no mundo Fonte: Vieira (2011, p.3) Com isso, as condições climáticas das regiões brasileiras, Norte e Nordeste, associadas ao manejo adequado da irrigação, podem proporcionar o desenvolvimento de uma bananicultura com baixa incidência de doenças, oferta regular e qualidade dos frutos dentro dos padrões de consumo (ALMEIDA; SOUZA; CORDEIRO, 2000). 19 2.1.6 A Cultivar Pacovan A Pacovan foi originada de uma mutação da Prata e atualmente é a cultivar mais plantada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e destaca-se por sua rusticidade e produtividade, apresentando frutos 40% maiores que os da banana Prata, e um pouco mais ácidos e com quinas que permanecem mesmo depois da maturação. As principais características dessa cultivar são as seguintes: grupo genômico AAB, de porte alto (atingindo de 6 a 8m de altura), tipo Prata, apresentando ciclo vegetativo de 350 dias, peso médio de cacho de 16kg, número de pencas por cacho de 7,5, rendimento médio de 40 ton/ha em plantio em áreas irrigadas, susceptível às sigatokas negra e amarela, mal do panamá e moko, medianamente resistente à broca do rizoma e resistente à nematoides (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2004). Uma desvantagem dessa cultivar é em função do seu porte alto, pois, estando cultivada em regiões que sofrem com rajadas de vento, a probabilidade de tombamento é elevada. 2.1.7 Importância econômica A produção mundial de banana se concentra em alguns países, como: Índia, China, Filipinas, Brasil, Equador e Indonésia, correspondendo a 64,3% da produção mundial. No mercado mundial a banana desempenha um papel importante dentre as frutas frescas e foi uma das frutas mais produzidas em 2009 com 97,4 milhões de toneladas, movimentando cerca de US$ 28 bilhões. O Brasil se destaca como o quinto maior produtor mundial, produzindo cerca de 6,8 milhões de toneladas com área cultivada de mais de 479 mil hectares, conforme inicado na Tabela 1 (FAO, 2011). 20 Tabela 1 - Produção e área total mundial de banana, em toneladas e em hectare, respectivamente, em 2009. Produção (t) Área (ha) 1º India 26.996.600 748.100 2º China 9.006.450 350.224 3º Filipinas 9.013.190 446.400 4º Equador 7.637.320 216.115 5º Brasil 6.783.480 479.614 6º Indonézia 6.273.060 105.000 7º Tanzânia 3.219.000 534.354 8º Guatemala 2.544.240 59.391 9º Costa Rica 2.365.470 42.591 10º México 2.232.360 75.810 Outros 21.307.102 1.865.985 TOTAL 97.378.272 4.923.584 Fonte: Elaborado a partir de FAO (2011). No Brasil, a cultura da banana representa um importante papel econômico e social, movimentando cerca de 2 US$ bilhões ao ano, e, entre todos os produtos agrícolas produzidos no país no ano de 2009 a banana foi a 10ª commodities em termos de quantidade produzida, porém, exportou somente 2,2% da produção total, o equivalente a 143,9 mil toneladas (FAO, 2011). O Brasil conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), possui área plantada de 483.562 hectares e uma produção de 6.783.482 toneladas. Seu cultivo é realizado em todos os Estados da federação, sendo a região Nordeste a maior produtora, seguida das regiões Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Contudo o estado de São Paulo é o maior produtor da fruta no Brasil, com 1.257.539 toneladas, responsável por 19% da produção (Tabela 2 e Figura 4). 21 Tabela 2 - Área plantada (ha) e produção (t) de banana nos estados brasileiros. Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro. IBGE (2011). A bananicultura gera cerca de um emprego direto e quatro empregos indiretos para cada três hectares cultivados, a depender do nível tecnológico adotado. Tomando esses valores como referência, pode-se inferir que a atividade gera no país, aproximadamente 169.700 empregos diretos e 680.000 empregos indiretos, sendo, portanto, uma atividade estratégica, principalmente se considerarmos que as principais áreas produtoras se localizam em regiões carentes em alternativas de emprego e geração de renda, justificando investimento em conhecimento e difusão de informações que possam melhorar as condições de cultivo (ALVES, 1991). A maioria das plantações apresenta baixo potencial de produtividade, com média nacional em torno de 11,6 t/ha/ano (SILVA et al., 2002). A banana apresenta grande relevância social e econômica, servindo como fonte de renda para muitas famílias de agricultores, gerando postos de trabalho no campo e na cidade e 22 contribuindo para o desenvolvimento das regiões envolvidas em sua produção (FIORAVANÇO, 2003). Figura 4 - Produção em toneladas, de banana nas regiões brasileiras Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro. IBGE (2011) De acordo com os dados acima, o Nordeste representa 37% do volume total produzido no Brasil, sendo portanto, considerado como o maior região brasileira produtora de banana. O estado do Rio Grande do Norte ocupa em termos de Região Nordeste a quinta posição, apresentando um percentual em termos de produção de 5,42%, com 136.920 toneladas, e, apresentando um percentual em termos de área plantada de 2,68%, com 5.254ha. No entanto, é importante observar que, o estado apresentou o melhor índice de produção, atingindo 26,06 ton/ha, ocupando assim a primeira posição em termos de produtividade. 2.1.8 Irrigação Em qualquer região do Brasil há riscos de ocorrência de déficit de água no solo nos períodos secos, afetando, com isso, a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos. A irrigação existe como alternativa para a suplementação de água que falta durante períodos de déficit hídrico no solo e não funciona isoladamente, mas sim, conjugada com outras práticas agrícolas, de forma a beneficiar a cultura. É indispensável nas regiões onde as chuvas não atendem às necessidades das plantas, durante todo o seu ciclo de vida ou em parte dele. 23 Seu efeito dependerá do período de déficit hídrico da região, quanto à sua extensão temporal e ao estádio de desenvovlimento da cultura. A irrigação, sustentada em técnicas adequadas, permite ao solo condições de umidade e aeração propícias à absorção de água pelas raízes, o que mantém a cultura com ótimas taxas de transpiração e de produção de matéria seca (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2004). A bananeira é uma cultura exigente em água e a produtividade tende a aumentar linearmente com a transpiração. A transpiração, por sua vez, depende da disponibilidade de água no solo, podendo ser controlada pela irrigação. O uso da irrigação resulta em frutos de melhor qualidade e induz a aumentos na produtividade da cultura em pelo menos 40%, quando comparada à situação sem irrigação em regiões com precipitação inferior a 1200mm. Tais aumentos serão proporcionalmente maiores nas áreas de menor precipitação ou de maior déficit hídrico anual (COELHO; OLIVEIRA; COSTA, 2001). A planta é sensível ao déficit hídrico, e os primeiros órgãos afetados são os tecidos em expansão, como as folhas em formação e os frutos em crescimento. O fechamento estomático ocorre quando o limbo sofre deficiência hídrica, a transpiração diminui, porém, como esse fechamento estomático é parcial, a defesa da planta é incompleta (SOTO BALLESTERO, 1992). Esse fenômeno acontece ainda com teores elevados de umidade no solo. Evidências experimentais elaboradas por Robinson (1996), associam ao problema fisiológico de baixa tolerância a seca pela bananeira com a necessidade do uso de irrigação adicional para a obtenção de boa produção. Segundo Thorn (1979), o intervalo de tempo entre as irrigações e a quantidade de água a ser aplicada em cada irrigação para uma determinada cultura, dependem de outros fatores, da capacidade de retenção de água no solo e da profundidade de enraizamento das plantas. No entanto, Turner, Fortescue e Thomas (2007), argumentaram que a bananeira posui mecanismos de defesa a estresse hídrico, onde esses são acionados através da sensibilidade do sistema radicular da bananeira em condições de estresse de seca, no qual sintetiza e libera ABA (ácido abscísico) que é enviado para a parte aérea e provoca o fechamento estomático. Esse mecanismo, por sua vez, provavelmente por pressão radicular, mantém a planta hidratada por longos períodos de seca. Entretanto, deve-se considerar que a produção é sensível à perda de água no solo, mesmo validando essa hipótese como verdadeira. Em conformidade com o citado anteriormente, Mahouachi (2009) afirma que bananeiras mantêm seu status hídrico interno durante a seca, pela redução da exposição à radiação, fechamento dos estômatos e devido ao mecanismo de ajuste osmótico pelo aumento da concentração de minerais e/ou solutos orgânicos na folha. 24 Uma planta pode consumir mais ou menos água, em função da fase fenológica da cultura e do clima. Este consumo, ou seja, a retirada da água do solo, pode ocorrer através de dois mecanismos: a transpiração das folhas das plantas e a evaporação na superfície do solo. A combinação destes dois fatores, denominada evapotranspiração, é a quantidade de água que deve ser reposta às plantas para que as mesmas expressem o seu máximo vigor e produtividade (HERNANDEZ, 2003). Para regiões semi-áridas considera-se suficiente, para obtenção de colheitas economicamente rentáveis, a aplicação de lâminas entre 100 e 180 mm/mês, dependendo da textura do solo. Segundo Doorembos e Kassam (1994), o período de estabelecimento e a fase inicial do desenvolvimento vegetativo determinam o potencial de crescimento e frutificação, sendo essencial suprir o solo adequadamente de água e nutrientes. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2004), o método de irrigação localizada tem sido o mais recomendado, pela maior eficiência e menor consumo de água e energia, principalmente em regiões onde o fator água é limitante. Dentre os sistemas de irrigação localizada, a microaspersão gera maior área molhada, permitindo maior desenvolvimento das raízes. Recomenda-se microaspersor de vazão acima de 45 L/h, para quatro plantas, assegurando-se um raio de ação de pelo menos 2,5 metros. 2.1.9 Fertirrigação Esta técnica atende às necessidades agrícolas e adapta-se perfeitamente aos diversos planos de irrigação em todos os sistemas de irrigação (fixos, semifixos e móveis), sendo os pressurizados os que mais se prestam à técnica, notadamente os localizados, uma vez que permitem um maior controle das aplicações (FRIZZONE; BOTREL, 1994). Apresenta como vantagens: uniformidade de aplicação, incorporação de micronutrientes; economia de mão-de-obra para aplicação, redução de perdas do nitrogênio da uréia na presença do cloreto de potássio. Em climas áridos, o desenvolvimento radicular restringe-se à região do solo molhado pela irrigação. Nesse caso, a distribuição de fertilizantes via água de irrigação permite localizar estes produtos na posição desejada (BERNARDO, 1995). A fertirrigação é uma técnica utilizada desde muito tempo pelos agricultores dos Estados Unidos, Israel, Itália e Espanha, tornando-se de uso generalizado nesses países com o avanço do desenvolvimento de sistemas de irrigação modernos. No Brasil, o seu uso é recente, sendo adotada, principalmente, pelos produtores que utilizam irrigação localizada. Essa técnica ajusta-se bem à fertilização da bananeira, que é exigente em nutrientes, com 25 maior expressão para potássio e nitrogênio (SOTO BALLESTERO, 1992; BORGES; SILVA; OLIVEIRA, 1997; GOMES; NÓBREGA, 2000). Alguns aspectos inerentes à fertirrigação necessitam maiores conhecimentos, tais como o equilíbrio iônico na solução do solo e na planta, tipos, fontes e manejo dos nutrientes. O processo de fertirrigação é complexo por envolver aspectos físicos e, principalmente, químicos e fisiológicos dos sistemas solo-água-planta. O princípio básico é a manutenção equilibrada das relações iônicas no sistema, isto é, deve haver um balanço catiônico/aniônico adequado (CARRUIJO et al., 1999). Os nutrientes são de fundamental importância para o suprimento de nutrientes através das adubações, por si só, não é a garantia de colheitas abundantes. Este conceito baseia-se no fato de que existe uma grande quantidade de fatores que regulam o crescimento e o desenvolvimento das plantas. A magnitude e a combinação destes fatores é que determinam o aumento dos rendimentos (RANGEL et al., 2007). 2.2 A IMPORTÂNCIA DOS ASPECTOS DE CRESCIMENTO Uma das tendências da Ciência Agronômica é gerar modelos de simulação de crescimento com objetivo de detectar os fatores que possam limitar o cultivo, influenciando no potencial produtivo das espécies, além de prever rendimentos em função das condições em que as plantas se desenvolvem. O fenômeno crescimento de planta, tanto em nível de manejo como de pesquisa, requer o conhecimento das respostas das plantas ao ambiente (HUANG, 1993). De acordo com Dourado Neto (1998), um modelo de crescimento e desenvolvimento de plantas visa, entre outras finalidades, buscar informações básicas das diversas interações planta x ambiente, maximizando o uso de recursos naturais de cada região, ou de uma determinada condição de cultivo. O conhecimento das relações entre os caracteres é de suma importância à bananicultura, possibilitando, ao produtor, estimar a produção do cacho de uma determinada planta a partir de outros atributos. Embora apresente trabalhos relacionando caracteres de componentes da produção em diferentes genótipos de bananeira (JARAMILLO, 1982; DADZIE, 1998), a literatura carece de informações que permitam uma estimativa do peso do cacho a partir de alguns atributos medidos na fase da colheita. No caso da cultura da bananeira, a etapa final do melhoramento genético, é a avaliação dos genótipos em áreas de produção (SILVA; MATOS; ALVES, 1998; SILVA et al., 2000). Os caracteres prioritários para a análise são: ciclo da cultura, porte, peso do cacho, 26 número e comprimento dos frutos (MOREIRA; SAES, 1984; ALVES, 1990; LEDO; SILVA; AZEVEDO, 1997). As correlações entre os caracteres observadas nos ensaios experimentais são geradas por fatores genéticos e ambientais (VENCOVSKY; BARRIGA, 1992) e são estimadas com o propósito de mensurar a alteração em um caráter quando a seleção é praticada em outro. Segundo Siqueira (1984), atributos morfológicos que exerçam efeitos na produção podem ser definidos por meio das correlações entre caracteres do desenvolvimento vegetativo e caracteres do cacho na bananeira „Prata‟. De acordo com Turner (1980), a produtividade em bananeira é função da quantidade de frutos e do peso médio dos frutos da planta. Hasselo (1962) verificou que a correlação entre o peso do cacho e o diâmetro do pseudocaule na bananeira „Gros Michel‟ não é, normalmente, influenciada por fatores ambientais. Trabalhos relacionando caracteres encontrados nas fases vegetativa e fase produtiva em genótipos de bananeira relatam correlações positivas e significativas entre a produção do cacho e o diâmetro do pseudocaule. Iuchi et al. (1979) concluíram que o número de folhas no florescimento não tem relação com a produção do cacho na bananeira „Prata‟, entretanto, Siqueira (1984) notou correlações significativas entre os referidos caracteres. Entre os componentes de produção, o número de frutos e o número de pencas estão relacionados com o peso do cacho (FERNANDEZ-CALDAS et al., 1977; HOLDER; CUMBS, 1982). Holder e Cumbs (1982) observaram, na variedade „Robusta‟, que a produção de flores femininas está positivamente correlacionada com o diâmetro do pseudocaule. De acordo com Fernandez-Caldas et al. (1977), embora o número de pencas seja um bom índice para prever a produção, o diâmetro do pseudocaule apresenta uma correlação maior com o peso do cacho. Siqueira (1984) constatou, a partir de clones da bananeira „Prata‟, que dentre os caracteres relacionados ao desenvolvimento vegetativo, o diâmetro do pseudocaule, seguido pelo número de folhas no florescimento, foi o que mais se correlacionou positivamente com os caracteres da produção. Segundo o autor, é possível, na bananeira „Prata‟, selecionar genótipos menores sem prejudicar a produção, pois a altura da planta, na maioria dos clones avaliados, não se relacionou com nenhum caráter associado ao rendimento. Jaramillo (1982), estudando diversos caracteres em cachos da bananeira „Cavendish Gigante‟ com diferentes números de pencas, peso do cacho, peso das pencas, peso dos dedos, número de pencas por cacho e número de dedos por cacho, estimou equações de regressão e verificou que o número de pencas está fortemente correlacionado com o peso do 27 cacho e com o número de frutos por cacho. Pádua (1978) também obteve estimativas positivas e altas para as correlações entre o diâmetro dos frutos e o peso das pencas, o diâmetro dos frutos e o peso do cacho, o comprimento dos frutos e o peso das pencas e o comprimento dos frutos e o peso do cacho em bananeira „Prata‟. Dadzie (1998), avaliando as características pós-colheita de um genótipo triplóide e de híbridos tetraplóides de bananeira, observou correlações predominantemente positivas e significativas entre a idade do cacho e o peso dos frutos, o comprimento dos frutos, o diâmetro dos frutos, a área do corte transversal e a relação entre a polpa e a casca. Em um estudo de sistema foliar de bananeira, se consideram 3 aspectos principais: 1º. O número de folhas emitidas até a época de floração; 2º. As características de cada folha segundo o período de formação; 3º. A velocidade de saída das folhas. A duração de uma folha funcional depende do estado de desenvolvimento da planta, do parasitismo existente e das condições nutricionais. A largura da lâmina foliar varia de 70 a 100 cm e o comprimento de 200 a 400 cm, mantendo uma relação aproximada de 4 entre largura e comprimento nos clones gigantes; para os clones anões esta relação é de 2. Esta relação constitui um fator morfológico muito definido que ajuda na classificação dos diferentes clones (SOTO BALLESTERO, 1992). Estudos realizados na Costa do Marfim empregando desflora, apontaram informação sobre a quantidade de folhas requeridas para obter uma inflorescência normal. Foi constatado que o número de folhas emitidas e o tempo de emissão são características fixas, e que, a manutenção de 8 folhas é suficiente para obter um desenvolvimento normal de cacho até a colheita (LASSOUDIÈRE, 1978a, 1978b, 1978c). Uma bananeira emite geralmente de 25 a 35 folhas, com uma frequência de emissão de uma folha a cada 7 a 10 dias em condições favoráveis, o que reflete num crescimento por volta de 7 mm.h-1, p ara os cultivares mais frequentes da zona tropical. Em casos de deficiências de minerais, de déficit hídrico ou trocas bruscas de temperatura, se observa que a frequência de emissão foliar pode ser de uma folha por mês ou mais (AUBERT, 1973). Em períodos de seca relativa, pode variar de 10 a 12 dias entre duas folhas sucessivas. Em geral, uma folha por semana é um bom índice de produção (SIMMONDS, 1973; LASSOUDIÈRE, 1978a). A circunferência pode ser medida a diferentes alturas do pseudocaule e se marca com relação ao solo, geralmente a 30 ou 100 cm. Como o diâmetro do pseudocaule varia com a altura, este autor sugere medir a circunferência do pseudocaule a um terço da altura da planta em qualquer estado de seu desenvolvimento e para qualquer clone. O diâmetro do 28 pseudocaule se considera como um índice de grande valor para medir o vigor da planta, já que representa o número de folhas emitidas e o vigor das mesmas. A relação entre o crescimento diário na circunferência e a quantidade de folhas emitidas varia muito pouco, pelo que estas duas características podem ser relacionadas. Não acontece o mesmo com a altura, a qual tem comportamento diferente, já que seu crescimento parece relacionar-se com a luz (SOTO BALLESTERO, 1992). O perímetro do pseudocaule é importante no melhoramento genético da bananeira, pois está relacionado ao vigor da planta e reflete sua capacidade de sustentação do cacho, sendo que cultivares com maior perímetro do pseudocaule são menos suscetíveis ao tombamento (SILVA et al., 2000; 2002). O crescimento do sucessor aumenta entre a floração e a colheita da planta mãe, o que indica que existe uma influência do ciclo sobre a altura e a circunferência do pseudocaule (LASSOUDIÈRE, 1978a). Ao mesmo tempo, estudos feitos em bananas do clone "Valery" na República do Guiné, revelaram a existência de uma correlação linear entre o peso do cacho e a circunferência do pseudocaule medida a um metro do solo e no momento da floração essa correlação foi de + 0,57. O coeficiente de regressão foi quase independente da fertilidade do solo, densidade da plantação e do tipo de material vegetativo usado. A equação de regressão foi: Y = 5.96 + 0.46 x Onde: Y = Peso médio do cacho X = Diâmetro médio do pseudocaule medido em cm no momento da floração. Segundo Perez (1972) e Siqueira (1984) o diâmetro do pseudocaule é, provavelmente, o que mais se correlaciona positivamente com as características de produção. O aumento da massa vegetal da planta matriz durante a fase de desenvolvimento vegetativo leva ao aumento do diâmetro do pseudocaule, o que possivelmente explica a correlação entre diâmetro e rendimento da bananeira, como foi verificado por Iuchi et al. (1979) e Siqueira (1984). A velocidade de crescimento do pseudocaule do sucessor durante o período Floração-Colheita da planta mãe é primordial; quando cresce muito em altura, com certeza terá uma inflorescência grande. Uma velocidade de crescimento de 8 a 10 cm em 10 dias, em geral, é necessária. A relação entre altura e número de folhas emitidas em um determinado momento é muito importante, quando tem inflorescências pequenas se nota sempre um 29 desequilíbrio entre ambas e as plantas têm entrenós falsos mais curtos, apresentando aparência arrepolhada (SOTO BALLESTERO, 1992). O número de dedos por palma e por cacho é determinado no momento da diferenciação floral. Maior ou menor número de dedos será consequência do desenvolvimento da planta e das condições ecológicas e de cultivo que ocorram em períodos anteriores a esta diferenciação. O número de dedos por palma ou por cacho determina o seu tamanho e peso no momento da colheita. O número de dedos por cacho para frutas de diferentes tamanhos foi estudado por Jaramillo (1982). A influência do clima durante o intervalo entre floração e colheita, é primordial sobre o incremento diário no diâmetro dos frutos e esta ação pode prolongar-se ao período que antecede a floração. O peso do cacho é dado pelo número, comprimento e diâmetro dos dedos, assim como pela relação polpa-casca e o peso específico de cada uma das partes (SOTO BALLESTERO, 1992). Como o crescimento é avaliado em variações em tamanho de algum aspecto da planta, geralmente morfológico, em função da acumulação de material resultante da fotossíntese líquida, esta passa a ser o aspecto fisiológico de maior importância para a análise de crescimento. Exceções ocorrem como, por exemplo, o alongamento de caule por alta atividade auxínica, sobre condições de ausência de luz (estiolamento), conforme citado por Robinson (1996), de que um elevado número de folhas pode resultar em autossombreamento das plantas, o que faz com que o número de folhas nem sempre esteja associado a aumento nas assimilações líquidas. A análise de crescimento permite avaliar o crescimento final da planta como um todo e a contribuição dos diversos órgãos no crescimento total. A partir dos dados de crescimento pode-se inferir atividade fisiológica, isto é, estimar-se de forma bastante precisa, as causas de variação de crescimento entre as plantas geneticamente diferentes ou entre plantas crescendo em ambientes diferentes. A análise de crescimento pode ser muito útil no estudo do comportamento vegetal sob diferentes condições ambientais, incluindo condições de cultivo, de forma a também selecionar cultivares ou espécie que apresente características funcionais mais apropriadas, além de que, a análise de crescimento para previsão de produções tem sido adotada na elaboração de diversos modelos. Do ponto de vista biológico, a análise de crescimento é uma ferramenta indispensável para o melhor conhecimento das plantas como entidades biológicas que são, independentes de exploração agrícola. 30 O crescimento caracteriza-se por aumento de tamanho e/ou peso, mas grande parte desse crescimento é irrelevante para novo crescimento, já que é constituído de material inerte, ou seja, não envolvido diretamente no crescimento. Nas plantas superiores, somente os meristemas têm relação direta com o crescimento, pois este é função do número e tamanho de células, e somente nos meristemas se dá multiplicação de células. A análise de crescimento tem por finalidade interpretar analiticamente o crescimento de uma planta. Este tipo de análise pode ser estendido, com algumas modificações, a populações ou comunidades vegetais. Com esta análise, pode-se avaliar a produção líquida das plantas, derivada do processo fotossintético, que é o resultado do desempenho do sistema assimilatório durante um determinado período de tempo. 31 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO O trabalho foi realizado no período de dezembro de 2009 à dezembro de 2010 na Fazenda Pico Estreito, localizada no Distrito de Pico Estreito, distante, aproximadamente, 40 km do município de Mossoró-RN, cujas coordenadas geográficas são: 5° 02‟ 15,43‟‟S, 37° 38‟ 13,91‟‟W ou 651.078E e 9.443.017N em UTM, e altitude de 90m. A propriedade apresenta uma área total de, aproximadamente, 38 ha, e faz parte da região da Chapada do Apodi, onde está situado um dos mais prósperos Pólos de Irrigação do Nordeste. Geograficamente, o município de Baraúna limita-se ao leste com o município de Mossoró, ao oeste e norte com o Estado do Ceará e ao sul com o município de Governador Dix-Sept Rosado. Tem uma área de 888 km2 e está localizado na microrregião de Mossoró, a uma altitude de 94 m, longitude (S) de 5º 04‟ 44‟‟ e latitude (W) 37º 37‟ 00‟‟. Figura 5 - Campo onde foi realizado o experimento. Fonte: Medeiros (2010) De acordo com a classificação de Köppen, o clima predominante na região é do tipo BSw‟h‟, caracterizado por ser muito quente e semi-árido, com a estação chuvosa se atrasando para o outono. Os índices pluviométricos situam-se, em média, em torno dos 677 mm por ano (AMARO FILHO, 1991). Como a evaporação é sempre maior que a precipitação, as águas pluviais não são suficientes para formar mananciais perenes. A umidade relativa média é de 70% e a temperatura média anual é de 27,6°C (CHAGAS, 1997; SERHID, 2001). O município de Baraúna apresenta relevo plano, com existência de pequenas depressões ou dolinas e declividade máxima de 3%. Os solos apresentam textura uniforme ao longo de seu perfil, ocorrendo solos de textura média a argilosa, com profundidade de 0,5 a 1,0 m, oscilando de rasos a pouco profundos, associados com afloramentos de rochas calcárias da Formação Jandaíra. O solo onde foi realizada a pesquisa está classificado como 32 sendo um Cambissolo Háplico Ta eutrófico típico, textura franco-argiloarenosa, A moderado, fase caatinga hiperxerófila, relevo plano, substrato calcário (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2006; MOTA, 2004). A vegetação nativa é dominada pela caatinga arbustivo-arbórea, onde, na maioria das espécies, há uma presença marcante da caducidade foliar sobre as outras formas de resistência à seca. Esta região foi selecionada pela prática da agricultura irrigada desde a década de 90, e que inexistem estudos aprofundados com relação à cultura da banana desenvolvida nessa região. No estudo foi utilizada a variedade Pacovan, sendo avaliada apenas durante o seu primeiro ciclo vegetativo, plantada no espaçamento de 2,0 x 2,5, em disposição triangular com fileiras duplas. Essa cultivar foi escolhida devido à sua grande importância, consumo e área plantada na região. O sistema de irrigação utilizado foi o de microaspersão, com vazão de 58 l/h. A água de irrigação utilizada é proveniente de poços do aqüífero Calcário Jandaíra, com poços rasos de aproximadamente 110 m de profundidade, com custo de implementação e captação relativamente baixos, mas apresentando água de qualidade inferior (CEa variando de 1,5 a 1,9 dS.m-1), com abundância de Ca e HCO3. 3.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO Para estabelecer as relações entre os aspectos do cresciemento vegetativo (emissão foliar, largura máxima das folhas e número de folhas funcionais nas plantas/semana - até a emissão do mangará; e, perímetro do pseudocaule), e correlacionar com a produção (peso do cacho), a condução foi executada da seguinte forma: inicialmente, foram marcadas aleatoriamente em campo de plantio convencional proveniente de rizomas, 30 plantas de mesma idade, onde a folha mais nova de cada planta foi identificada com fita adesiva, semanalmente, e, foram feitas a cada semana as contagens da quantidade de folhas emitidas por cada planta marcada. Foram feitas ainda as medições da largura das folhas, sempre considerando a largura máxima no momento da medição. A partir da 1ª Medição, que só foi realizada 08 semanas após o plantio, foram consideraradas como padrão as medições do perímetro do pseudocaule, a 30 cm da altura da planta, e, após a emissão do mangará, ou, se antes disso as larguras máximas das folhas se tornassem constantes, deixava-se de fazer as contagens, mas as medições da largura máxima das folhas continuavam sendo realizadas, juntamente com as medições do perímetro do pseudocaule a 30 cm de altura, até a semana de 33 colheita dos cachos. Na época de colheita, se teve todo o cuidado com os cachos das plantas marcadas, pois estes foram despalmados, contadas as quantidades de palmas/cacho e o número de dedos/palma, e, finalmente, pesadas as palmas de todo o cacho, sendo uma a uma, e, depois foram feitas as somas para se obter o peso total do cacho. As palmas foram medidas na ordem da maior para a menor, ou seja, de cima para baixo do cacho, os dados foram digitados em planilha do EXCEL, e, posteriormente analisados. A cada semana, foram feitos os registros de desenvovlimento do experimento através de fotos (folhas e plantas), e em todas as avaliações foram feitas as anotações nas planilhas dos dados das medições, assim como, quaisquer observação que fosse julgada de importância relevante de ser relatada. As práticas usuais da condução de um bananal (desbaste, desfolha, escoramento, controle de doenças, pragas e plantas invasoras) foram executadas de acordo com as recomendações descritas por Moreira (1999) durante todo período do experimento. 3.3 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS 3.3.1 Número de Folhas Para avaliar o número de folhas por planta, foram realizadas contagens diretas semanalmente, considerando apenas as folhas fisisologicamente funcionais. Foi tomado como base o princípio de que, quanto maior o número de folhas da planta, provavelmente maior o seu vigor e suas reações fisiológicas, em função do maior poder de fotossintetizar, dependendo da exposição aos raios solares as quais as folhas se encontrem. Figura 6 - Plantas da cultivar Pacovan em pleno desenvolvimento vegetativo Fonte: Medeiros (2010) 34 3.3.2 Largura Máxima das Folhas Na avaliação da largura máxima das folhas, as medições também foram realizadas semanalmente, com o auxílio de trena milimetrada, tomando-se como base o crescimento que pode variar de 7 a 10 dias (MOREIRA, 1999). 3.3.3 Perímetro do Pseudocaule As medições do perímetro do pseudocaule além de serem realizadas semanalmente, também com o auxílio de uma trena milimetrada, eram feitas à altura de 30 cm da superfície do solo, conforme recomendado por Soto Ballestero (1992), pois como o diâmetro do pesudocaule varia com a altura, a medição pode ser feita a essa altura, em qualquer estágio de desenvolvimento, assim como, para qualquer cultivar. Essa medida também pode ser tomada como base do vigor da planta, pois, além de se observar que os cachos mais pesados são provenientes de plantas que apresentam pseudocaules bem robustos, durante a pesquisa, pôde-se observar também o momento quando a parição se deslocou no pseudocaule, apresentando variações nas medições, indicando a passagem da inflorescência, que futuramente iria se transformar em cacho. 3.3.4 Peso dos Frutos Ao final, o peso dos frutos é a etapa de fundamental importância, pois após a sua realização, pode-se fazer as correlações entre os parâmetros de crescimento e a produção, para que seja verificada a existência ou não da relação entre os parâmetros estudados com a produtividade. Foi utilizada uma balança digital com capacidade para 200kg. 35 3.4 MODELO DE AVALIAÇÃO O modelo de crescimento utilizado (2) foi adaptado do proposto por Maia e Morais (2005), equação 1. (1) (2) onde: P = variável dependente (número de folhas, perímetro do pseudocaule); T = dias após o plantio; Pmax, α e n: parâmetros do modelo ajustados por metodologia de regressão não linear, sendo Pmax o valor estimado de P durante o ciclo da cultura. Pini = o valor estimado de P no início do experimento. Para a estimativa da taxa de crescimento absoluta (TCA) e da taxa de crescimento relativa (TCR), foram derivadas da equação 1 as equações 3 e 4, respectivamente, de acordo com Maia & Morais (2005). (3) (4) 36 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO Na fase inicial do desenvolvimento da cultura, a emissão foliar ocorreu de forma considerada normal, emitindo em média, uma folha a cada semana, corroborando com os dados apresentados por Aubert (1973), Moreira (1999) e Soto Ballestero (1992), onde citam que uma bananeira emite geralmente de 25 a 35 folhas, com uma frequência de emissão de uma folha a cada 7 a 10 dias em condições favoráveis, o que reflete uma taxa de crescimento em torno de 7 mm h-1, para os cultivares mais frequentes da zona tropical. Entretanto, em casos de deficiências nutricionais, de déficit hídrico ou mudanças bruscas de temperatura, se observa que a frequência de emissão foliar pode ser de uma folha por mês ou mais. Em períodos de seca relativa, pode variar de 10 a 12 dias entre duas folhas sucessivas. Em geral, uma folha por semana é um bom índice de produção (SIMMONDS, 1973; LASSOUDIÈRE, 1978c). O pico máximo médio do número de folhas ocorreu aos 127 dias após a 1ª medição, onde, em seguida, iniciou um decréscimo do número de folhas (Figura 7a), coincidindo com o florescimento, fase a qual a planta diminui seu ritmo de emissão foliar, conforme verificado por Moreira (1999), onde cita que, anteriormente ao aparecimento da inflorescência, a bananeira emite as últimas 3 a 4 folhas com dimensões cada vez menores. Além desse fato, ocorreu ainda a coincidência da época dos tratos culturais de desfolha, além de que, pela heterogeneidade do desenvolvimento, ocorreu ainda a senescência das folhas mais velhas, as quais não entraram nas contagens, pelo fato de não serem mais consideradas funcionais. Também citado por Soto Ballestero (1992) que, antes da floração, a planta mãe direciona seus nutrientes à formação do cacho, e, depois da floração, direciona parte dos nutrientes aos filhos. Para o perímetro do pseudocaule, verificou-se que o mesmo teve o seu desenvolvimento inicial de forma lenta, até aproximadamente aos 80 dias após a 1ª medição (Figura 7b), onde, em seguida, ocorreu de forma um pouco mais rápida até por volta dos 184 dias após a 1ª medição, atingindo o máximo de 55,12 cm, voltando a acontecer de forma lenta, tendendo à estabilização. Possivelmente esse fato ocorre em razão da planta, após atingir a floração, direcionar seus nutrientes não mais somente ao cacho, pois, parte será direcionada à nutrição dos filhos, passando, portanto, a ser reduzido, praticamente estabilizado, o seu crescimento vegetativo, fato esse verificado por Soto Ballestero (1992), 37 onde cita que a emissão de raízes após a floração se detém a nutrir, em parte, os filhos, que inclusive, competem por nutrientes entre si. Com relação à largura máxima das folhas observou-se que a cada semana as novas folhas emitidas apresentavam largura máxima das folhas maiores, até atingir o máximo de 66,78 cm aos 99 dias após a 1ª medição, onde, a partir de então, houve tendência de estabilização (Figura 7c). Porém, depois dos 127 dias após a 1ª medição houve reduções na largura máxima das folhas, o mesmo encontrado por Moreira (1999), onde verificou que, quando a bananeira emite as últimas 3 a 4 folhas, estas ocorrem com dimensões cada vez menores. Figura 7 - Emissão foliar (a), Perímetro do Pseudocaule (b) e Largura Máxima das Folhas (c), em função do tempo. (b) (a) (c) Fonte: Medeiros (2012) 38 4.2 CORRELAÇÕES ENTRE AS CARACTERÍSTICAS ANALISADAS Verificou-se correlação positiva entre o número máximo de folhas e o peso de frutos (Tabela 3). Arantes, Donato e Silva (2010), estudando os genótipos Terra, Terramaranhão, Terrinha, D‟Angola e Fhia 21, verificaram não haver correlação significativa entre o peso do cacho e número de folhas vivas no florescimento. Porém, Donato et al. (2006) registraram, para esses caracteres, correlações não significativas em 53% e significativas em 47 % para os genótipos Prata-Anã, Pacovan, Grand Naine, Nanicão, PA42-44, Preciosa, Japira, Pacovan-Ken, ST12-31, Ambrosia, Calipso, Bucaneiro e Fhia-02. A quantidade de folhas no florescimento pode influenciar o desenvolvimento do cacho, pois este depende diretamente da taxa de fotossíntese da planta (SOTO BALLESTERO, 2008). Tabela 3 - Correlações entre as características vegetativas de crescimento e a produção. Características Analisadas Correlações Nº de Folhas X Peso dos Frutos 0,4664ns Perímetro do Pseudocaule X Peso dos Frutos 0,7799* Diâmetro das Folhas X Peso dos Frutos 0,5852* Foi feita a análise através do teste “T” de Student, ao nível de 5% de probabilidade. Fonte: Medeiros (2012) Ramos, Leonel e Mischan (2009), correlacionando peso do cacho e os fatores produtividade observou que as correlações entre as características estudadas variaram entre os genótipos, porém todos apresentaram coeficientes de correlação significativos e positivos. Os autores concluíram ainda que as estimativas entre peso do cacho e circunferência do pseudocaule foram predominantemente não significativas. Fernandez-Caldas et al. (1977), verificaram que, embora o número de pencas seja um bom índice para prever a produção, o diâmetro do pseudocaule apresenta uma correlação maior com o peso do cacho. Verificou-se ainda correlação positiva entre o perímetro do pseudocaule e o peso de frutos (Tabela 3). Donato et al., (2006) concluíram haver relação direta entre peso do cacho e perímetro do pseudocaule, entretanto as correlaçoes foram predominantemente não significativas nos dois ciclos de produção, e ainda que a associação peso do cacho e número de folhas no florescimento mostrou estimativas predominantemente não significativas e positivas. O perímetro do pseudocaule apresentou correlação positiva com o peso dos frutos (Tabela 3). No entanto, Holder e Cumbs (1982) observaram, para variedade „Robusta‟, que a 39 produção de flores femininas está positivamente correlacionada com o diâmetro do pseudocaule. Já Siqueira (1984) constatou, a partir de clones da bananeira „Prata‟, que dentre os caracteres relacionados ao desenvolvimento vegetativo, o perímetro do pseudocaule, seguido pelo número de folhas no florescimento, foi aquele que mais se correlacionou positivamente com os caracteres da produção. Segundo o autor, é possível, na bananeira „Prata‟, selecionar genótipos menores sem prejudicar a produção, pois a altura da planta, na maioria dos clones avaliados, não se relacionou com nenhum caráter associado ao rendimento. Segundo Arantes, Donato e Silva (2010) estudando os genótipos Terra, Terramaranhão, Terrinha, D‟Angola e Fhia 21, concluiu que as associações entre o peso do cacho e o perímetro do pseudocaule não foram significativas, com exceção de 'D‟Angola', que apresentou correlação significativa e negativa. De acordo com Lima Neto et al. (2003), a associação entre o peso do cacho e o diâmetro do pseudocaule exibiu valores, na maioria, positivos e significativos. Entretanto, estimativas negativas foram observadas em alguns genótipos avaliados (Nam, Grande Naine, Nanica, Thap Maeo, Mysore, Caipira, Prata Comum, Pacovan e Prata Anã e os híbridos PA12-03, PA03-22, FHIA-18, PV03-76, PV03-44 e JV03-15). Já as estimativas da associação entre o peso do cacho e o número de folhas funcionais na colheita foram, não apresentaram correlação. Flori et al. (2007) encontraram que a correlação entre a circunferência da planta e o peso do seu cacho foi significativa e positiva quando são analisados os dados entre plantamãe e seu cacho, já quando os dados referem-se a planta-filha e seu cacho a correlação não é significativa. A correlação não significativa entre a circunferência do pseudocaule e o peso do cacho da planta filha faz crer que outros fatores podem afetar esta correlação. No entanto, as circunferências dos pseudocaules entre planta mãe e da planta-filha correlacionam-se positivamente entre si. 4.3. ANÁLISE DE CRESCIMENTO O crescimento caracteriza-se pelo aumento de tamanho e/ou peso e tem caráter quantitativo. O termo desenvolvimento é mais abrangente e envolve todas as mudanças qualitativas (diferenciação) e quantitativas (crescimento) experimentadas pela planta. A análise de crescimento baseia-se fundamentalmente no fato de que, em média, aproximadamente 90% da matéria seca acumulada pelas plantas ao longo do seu crescimento, resulta da atividade fotossintética, e o restante, da absorção de nutrientes minerais do solo. 40 Nos sistemas naturais, o crescimento não é infinitamente exponencial, porque o ambiente se torna aos poucos limitante, restringindo o crescimento. As curvas de crescimento obtidas nesse estudo, levando-se em consideração o número de folhas (Figura 8a) e o perímetro do pseudocaule (Figura 8b) ambas em função do tempo, não diferem da curva clássica de crescimento de uma planta (Ferri, 1979), apresentando-se na forma sigmoidal (indicativo dos períodos de repouso e crescimento no decorrer das estações desfavoráveis e favoráveis ao crescimento), com bom ajuste, mostrado pelos coeficientes de determinação, sendo de 0,9966 para o número de folhas e 0,9967 para o perímetro do pseudocaule, onde três fases podem ser claramente detectadas: a fase logarítmica ou exponencial, a fase linear e a fase senescente. Na fase logarítmica ou exponencial, o crescimento é devido a um aumento em tamanho por unidade de tempo, sendo inicialmente lenta, pois a planta depende das reservas da semente para a produção dos órgãos que a compõem. Na fase linear, o aumento continua constante, onde ocorre a taxa máxima de crescimento de uma planta, porque após o desenvolvimento do sistema radicular e a emergência das folhas, os processos anabólicos (dependentes da fotossíntese), se traduzem por um rápido crescimento, atingindo o ponto máximo de crescimento, o seu tamanho definitivo. Na fase senescente, ocorre inicialmente a paralização da produção de matéria orgânica, porque começa a haver predomínio da respiração em relação à fotossíntese, ou seja, há maior consumo do que produção, reduzindo o número de folhas, onde o crescimento tende à estabilização e/ou leve queda, até atingir a fase de colheita dos frutos. Figura 8 - Curvas de Crescimento, considerando o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo. (a) Fonte: Medeiros (2012) (b) 41 A forma sigmoidal também foi encontrada por Pereira et al. (2000), quando estudaram o comportamento da bananeira (Musa spp.) „Prata Anã‟ no primeiro ciclo de produção sob diferentes espaçamentos e verificaram um padrão sigmoidal para o crescimento das plantas ajustando o modelo logístico para a característica altura das plantas. 4.3.1 Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) A taxa de crescimento absoluto (TCA) pode ser definida como a variação da massa seca com o tempo e representa a capacidade de produção de fitomassa da cultura, isto é, sua produtividade primária. A TCA é o somatório das taxas de crescimento dos diversos componentes das plantas (PEREIRA; MACHADO, 1987). A TCA representa o ganho de matéria seca de uma planta sem levar em consideração o material inicial existente que deu origem a esse ganho. No presente trabalho os componentes utilizados foram: número de folhas e perímetro do pseudocaule. Segundo Benincasa (2004), todo crescimento resultará da produção de material suficiente para atender às necessidades metabólicas do material já existente e, ainda, para armazenar ou construir novo material estrutural, uma vez que conceitualmente, a análise de crescimento estabelece que a taxa de crescimento de uma planta é função do tamanho inicial (período em que se inicia a observação). Para a taxa de crescimento absoluto, considerando o número de folhas em função do tempo (Figura 9a), observou-se que o desenvolvimento ocorre de forma rápida, até aproximadamente os 23 dias, atingindo o seu valor máximo, e, em seguida, sofre redução gradativa. Após a fase de crescimento lento, a planta passa a ter como dreno preferencial a parte aérea e o crescimento é exponencial até atingir um valor máximo. A diminuição observada do número de folhas no final do ciclo se deve a vários fatores, dentre os quais, a senescência e abscisão foliar induzinda pela distribuição preferencial de assimilados em direção aos frutos, conforme citado por Benincasa (1988) e verificado para a cultura do feijão por Bastos et al.(2002). A diminuição da TCA do número de folhas também pode ser observada em outras culturas, como por exemplo em feijão, onde Bastos et al. (2002), verificaram a diminuição de TCA para número de folhas e justificaram em função do início da formação de vagens e enchimento dos grãos, o que proporciona a retenção de maior número de fotoassimilados, reduzindo sensivelmente a emissão de novas folhas. O comportamento da TCA para o perímetro do pseudocaule foi lenta até os 15 dias, posteriormente o seu desenvolvimento ocorre de maneira mais rápida, sendo a TCA 42 máxima aos 57 dias, e em seguida, a taxa de crescimento diminui, ocorrendo de forma gradativa (Figura 9b). O crescimento inicial lento é devido ao fato das plantas gastarem grande parte da energia para a fixação no solo, principalmente com a exploração deste pela emissão de raízes pela planta, sendo as raízes nesta fase o dreno preferencial dos fotoassimilados, levando a uma maior produção de matéria seca de raiz quando comparada com a parte aérea (PACE et al., 1999). Figura 9 - Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo. (a) (b) Fonte: Medeiros (2012) De acordo com Borges, Silva e Oliveira (1997), a bananeira apresenta crescimento lento até o quarto mês, com pequena absorção de nutrientes e demanda por água. No entanto, do quarto mês até o florescimento (sétimo ao décimo mês) o crescimento é intenso, com acúmulo significativo de matéria seca e, conseqüentemente, de nutrientes. 4.3.2 Taxa de Crescimento Relativo (TCR) A taxa de crescimento relativo de uma planta ou qualquer órgão da planta reflete o aumento da matéria orgânica em um intervalo de tempo, dependente do material préexistente. A TCR é a medida mais adequada para avaliar o crescimento de uma planta, representando a quantidade (área, volume, peso) de material vegetal produzido por determinada quantidade de material existente, durante um intervalo de tempo prefixado. A taxa de crescimento relativo para o número de folhas (Figura 10a) e para o perímetro do pseudocaule (Figura 10b) comprova o encontrado na taxa de crescimento absoluto para ambos, pois, observa-se que no mesmo tempo de 57 dias, o desenvolvimento é reduzido, tendendo à estabilização. A taxa de crescimento relativo (TCR) sofre redução 43 brusca a partir dos 15 dias, sendo essa redução mais lenta até os 79 dias, tendendo à estabilização até o final do ciclo. Figura 10 - Taxa de Crescimento Relativo (TCR) para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo. (a) (b) Fonte: Medeiros (2012) Segundo Fayad et al., (2001), os decréscimos nos valores da TCR, ao longo do ciclo, são comuns para a maioria das espécies. De acordo com Costa, Morison e Dennett (1997) a taxa de crescimento pode ser afetada principalmente por dois componentes, sendo o primeiro a quantidade de fotoassimilados investido nas folhas em comparação com o restante da planta, e, segundo, pela eficiência dos componentes assimilatórios. Em conformidade com o que foi verificado nesse trabalho, na pesquisa feita por Arantes, Donato e Silva (2010), ao se considerar todos os genótipos (Terra, Terra-maranhão, Terrinha, D‟Angola e Fhia 21) simultaneamente, observaram um comportamento padrão, com relação direta, significativa e com valores de elevada magnitude entre o peso do cacho, que é o caráter que melhor expressa a produção, e os demais caracteres estudados. Com relação às características de diâmetro do fruto, do diâmetro do pseudocaule, do número de pencas e do comprimento do fruto, apresentaram os menores valores de coeficientes de variação (ROCHA, 2010). 44 5 CONCLUSÕES Verificou-se correlação positiva e significativa entre o perímetro do pseudocaule e o peso dos frutos, para a cultivar Pacovan; Verificou-se correlação positiva e significativa entre a largura máxima das folhas e o peso dos frutos, para a cultivar Pacovan; Verificou-se que, apesar da correlação para o número de folhas e o peso dos frutos ter sido positiva, a mesma não foi siginificativa, para a cultivar Pacovan; Foi observado que o tempo para a taxa de crescimento absoluto máximo ocorreu aos 57 dias após a primeira medição, para o perímetro do pseudocaule; Foi observado que o tempo para a taxa de crescimento absoluto máximo ocorreu aos 23 dias após a primeira medição, para o número de folhas; Foi observado ainda que, a taxa de crescimento relativo teve a sua redução iniciada a partir dos 15 dias após a primeira medição, tendendo à estabilização aos 79 dias após a primeira medição, até o final do ciclo, para o perímetro do pseudocaule e para o número de folhas. 45 REFERÊNCIAS ALVES, E. J. Principais cultivares de banana no Brasil. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 12, n. 3, p. 45-61, 1990. ALVES, E. J. A Cultura da Banana no Brasil e proposições para o seu Melhoramento. Cruz das Almas, BA, EMBRAPA/ CNPMF, 1991. 40p. (CNPMF. Documentos 32). ALVES, E. J. (Org.). A cultura da banana: aspectos técnicos, sócio-econômicos e agroindustriais. 2. ed. Brasília, DF; Cruz das Almas: Embrapa-SPI, 1999. 585 p. ALMEIDA, C.O.; SOUZA, J. da S.; CORDEIRO, Z. J. M. Aspectos socioeconômicos. In: CORDEIRO, Z. J. M. Banana: Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. (Frutas do Brasil, 1). AMARO FILHO, J. Contribución al estudio del clima del Rio Grande do Norte. 1991. 311 f. Tese (Doutorado em Edafologia e Climatologia) - Universidade Politécnica de Madrid, Madrid, 1991. ARANTES, A. de M. ; DONATO, S. L. R. ; SILVA, S. de O. e . Relação entre características morfológicas e componentes de produção em plátanos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, [S.l.], v. 45, p. 224-227, 2010. AUBERT, B. Particularités anatomiques liées au comportement hydrique des bananiers. Fruits, Paris, v. 28, n. 9, p. 589-604, 1973. BASTOS, E. A. et al. Parâmetros de crescimento do feijão caupi sob diferentes regimes hídricos. Engenharia Agrícola, [S.l.], v. 22, n.1, p. 43-50, 2002. BENINCASA, M.M.P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. Jaboticabal: FCAV-UNESP, 1988. 41 p. BERNARDO, S. Manual de Irrigação. 6. ed. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1995. 675 p. BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G.; SOUZA, L. da S. Solos, nutrição e adubação. In: ALVES, E. J. (Coord.). A cultura da banana: aspectos técnicos, socioeconômicos e agroindustriais. Brasília: Embrapa- SPI, 1987. p. 197-260. BORGES, A. L.; SILVA, J. T. A. da; OLIVEIRA, S. L. de. Adubação nitrogenada e potássica para a bananeira cv. Prata Anã: produção e qualidade dos frutos no primeiro ciclo. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, BA, v. 19, n. 2, p. 179-184, 1997. BORGES, A. L.; SOUZA, L. da S.; ALVES, E. J. Exigências edafoclimáticas. In: CORDEIRO, Z. J. M. Banana: Produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. (Frutas do Brasil, 1). BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G. Nutrição, calagem e adubação. In: CORDEIRO, Z. J. M. Banana: produção: aspectos técnicos. Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. (Frutas do Brasil, 1). 46 BORGES, A. L.; SOUZA, L. da S. (Ed.). O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004. 279 p. CARRUIJO, O. A. et al. Influência de níveis de água e fertilizantes sobre o cultivo protegido de tomate. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 39., 1999, Tubarão: SOB. Resumo... Tubarão: SOB, 1999. CAVALCANTE, A. T.; CAVALCANTE, U. M. T. Propagação da bananeria. Revista Brasileira de Sementes, Londrina, v. 04, n. 3, p. 97-102, 1982. CHAGAS, F. C. das. Normais climatológicas para Mossoró-RN (1970-1996). 1997. 40 f. Monografia (Graduação em Agronomia) - Escola Superior de Agricultura de Mossoró, Mossoró, 1997. COELHO, E. F.; OLIVEIRA, S. L. DE; COSTA, E. L. da. Irrigação da bananeira. In: SIMPÓSIO NORTE MINEIRO SOBRE A CULTURA DA BANANA, 1., 2001, Nova Porteirinha. Anais ... Montes Claros: Ed. Unimontes, 2001. p. 91–101. COSTA, L.C., MORISON, J., DENNETT, M. Effects of the weather on growth and radiation intercepted by fava bean. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Santa Maria, v. 32, n. 3, p.277281, 1997. COSTA, J. N. M.; SCARPARE FILHO, J. A. Efeito do ensacamento de cachos de banana „Nanicão‟ na produção e no intervalo entre a inflorescência e a colheita. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 11, p. 1575-1580, nov. 2002. COSTA, J. R. M. Viabilidade agro-econômica de genótipos de bananeira do tipo terra com resíduos orgânicos. 2008. 98 f. Tese (Doutorado em Recursos Naturais) - Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande – PB, 2008. DADZIE, B. K. Post-harveste characteristics of black Sigatoka resistant banana, cooking banana and plantain hybrids-Inibap. Montpellier: Inibap, 1998. 75p. (Technical guidelines, 4). DONATO, S.L.R. et al. Correlações entre caracteres da planta e do cacho em bananeira (Musa spp). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 30, p. 21‑30, 2006. DOOREMBOS, J.; KASSAM, A.H. Efeito da água no rendimento das culturas. Campina Grande: UFPB, 1994. 306 p. (FAO. Irrigação e Drenagem, 33). DOURADO NETO, D. Principles of crop modeling and simulation. I. Uses of mathematical models in agriculture science. Scientia Agricola, Picaricaba, v.55, p. 46-50, 1998. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Manual de Métodos de Análise de Solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 1997. 212p. ______. Centro Nacional de Pesquisa de Solos: Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. 47 ______. Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura: O Cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004. 279 p. ______. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro : Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 2006. 412 p. FAO. Food and agricultural organization. 2011. Disponível em <http://faostat.fao.org/site/567/DesktopDefault.aspx?PageID=567#ancor>. Acesso em: 5 maio 2011. FAYAD, J. A. et al. Crescimento e produção do tomateiro cultivado sob condições de campo e de ambiente protegido. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 232-237, 2001. FERNANDEZ – CALDAS, E. et al. Análisis foliar Del plátano en dos fases de su desarrollo: floración y corte. Fruits, Paris, v. 32, n. 11, p. 665-671, 1977. FERRI, M.G. Fisiologia Vegetal. 2. ed. São Paulo: Pedagógica, 1979. 401 p. 2 v. FIORAVANÇO, J. C. Mercado Mundial da Banana. 2003. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/OUT/publicacoes/pdf/tec2-1003.pdf>. Acesso em: 4 maio 2011. FLORI, J. E. et al. Correlações entre características morfológicas e produtivas em bananeira. Ciência e Agrotecnologia, [S.l.], v. 31, p. 35-40, 2007. FRIZZONE, J. A.; BOTREL, T. A. Aplicação de Fertilizantes via água de Irrigação. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE FERTILIZANTES, 1., GODOFREDO, C.V.; BOARETTO, A. E . (Ed.). Anais... Piracicaba: Potafos, 1994. p. 227-240. GOMES, J. A.; NÓBREGA, A. C. Comportamento de cultivares e híbridos de bananeira na região produtora do Estado do Espírito Santo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n. 1, p.11-13, 2000. HASSELO, R. N. Evaluation of the circunference of the pseudostem as in grown index for the Gross Michel banana. Tropical Agriculture, Trindad, v. 39, n. 1, p. 57- 63, 1962. HERNANDEZ, F. B. T. Agricultura irrigada e atuação da UNESP no oeste paulista. 2003. Disponível em: <http://www.agr.feis.unesp.br/fernando.htm> . Acesso em: 16 jun. 2011. HINZ, R. H.; LICHTEMBERG, L. Banana: Produção, Pós-colheita e Mercado. Fortaleza: Instituto Frutal, 2004. p.62-89. HOLDER, G. D.; CUMBS, F. A. Effects of water supply during floral initiation an differentation on female flower production by robusta banana. Experimental Agriculture, New York, v. 18, n. 2, p. 183-93, 1982. HUANG, B. K. Computer simulation analysis of bilological and agricultural systems. New York: CRC, 1993. 613 p. 48 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção Agrícola Municipal. 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 10 jan. 2011. IUCHI, V. L. et al. Parcelamento do adubo nitrogenado e potássio em bananeira (Musa sp) cv. „Prata‟. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 5., 1979, Pelotas, Anais... Pelotas: SBF, 1979, p. 109-117. JARAMILLO, R. Las principales características morfológicas del fruto de banano, variedad Cavendish Gigante (Musa AAA) en Costa Rica. UPEB, Panamá: Upeb-Impretex, 1982. 42p. LASSOUDIERE, A. Quelques aspects de la croissance et du développement du bananier "Poyo" en Cote d'lvoire. III. Le faux-tronc et le système foliaire. Fruits, Paris, v. 33, n. 6, p. 373-412, 1978a. _______. Quelques aspects de la croissance et du développement du bananjer "Poyo" en Cote d'lvoire. IV. L' inflorescence. Fruits, Paris, v. 33, n. 7-8, p. 457-491, 1978b. ______. Quelques aspects de la croissance et du développement du bananier "Poyo" en Cote d'lvoire. V. Conclusions générales et appíications aux techniques cutlurales. Fruits, Paris, v. 33, n. 7-8, p. 492-503, 1978c. LEDO, A. S.; SILVA, S. O.; AZEVEDO, F. F. Avaliação preliminar de genótipos de banana (Musa spp.) em Rio Branco (AC). Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v. 19, n. 1, p. 51-56, 1997. LICHTEMBERG, L. A. Cultivares de bananeira. In: HINZ, R. H.; LICHTEMBERG, L. Banana: produção, pós-colheita e mercado. Fortaleza: Instituto Frutal, 2004. p. 62-89. LIMA NETO, F. P. et al. Relação entre caracteres de rendimento e desenvolvimento em genótipos de bananeira. Magistra, Cruz das Almas, v.15, n. 2, p. 275‑281, 2003. MAGALHÃES, A. C. N. Análise quantitativa do crescimento. In: FERRI, M. G. Fisiologia vegetal. São Paulo: EPU, 1985. p.353 - 460. MAHOUACHI, J. Changes in nutrient concentrations and leaf gas exchange parameters in banana plantlets under gradual oil moisture depletion. Scientia Horticulturae, Amsterdan v. 120, n. 4, p. 460 – 466, 2009. MAIA, C. E.; MORAIS, E. R. C. Modelo matemático para estimativa do acúmulo de matéria seca em culturas fertirrigadas. In: CONGRESSO NACIONAL DE IRRIGAÇÃO E DRENAGEM, 15., 2005, Teresina-PI. Resumos... Viçosa: ABID, 2005, CD. MANICA, I. Fruticultura tropical: 4: banana. Porto Alegre: Cinco Continentes, 1997. 485 p. MARTINEZ, J. A. Lançamentos mensais de folhas de bananeira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 1., 1971. Campinas. Anais... Campinas. p. 165-172, 1971. 49 MEDEIROS, F. A. S. B. de. [Plantas da cultivar Pacovan em campo]. 2010. 2 Fotografias ______. Relações entre características de crescimento e a produção de banana pacovan irrigada. 2012. 51 f. Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mossoró/RN, 2012. MEDINA, J.C. Cultura. In: INSTITUTO DE TECLOGIA DE ALIMENTOS. Banana: cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. Campinas: [s.n.], 1985. cap.1, p.1-131. MENDONÇA, V. et al. Propagação da bananeira e cuidados na instalação do pomar. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, [S.l], 2003. MORAIS, E. R. C. de. Influência das condições climáticas e da cobertura plástica do solo no crescimento e produtividade do meloeiro. 2006. 143 f. Tese (Doutorado em Recursos Naturais) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2006. MOREIRA, R. S.; SAES, L. A. C. Considerações sobre o banco de germoplasma do IAC. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 7., 1984, Florianópolis. Anais... Florianópolis: SBF/EMPASC, 1984. p. 220-236. MOREIRA, R. S. Banana: teoria e prática de cultivo. Campinas: Fundação Cargil, 1987. 335 p. ______. ______. 2. ed. Campinas: Fundação Cargil, 1999. MOTA, J. C. A. Caracterização física, química e mineralógica, como suporte para o manejo, dos principais solos explorados com melão na Chapada do Apodi - RN. 2004. 96 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2004. NÓBREGA, J. P. R. Produção de mudas de bananeira (Musa sp. AAB) em função da poda e doses de nitrogênio e boro. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) Universidade Federal da Paraíba, Areia – PB, 2006. PACE, P.F.et al. Drought-induced Changes in Shoot and Root Growth of Young Cotton Plants. The Journal of Cotton Science, [S.l.], v. 3, p.183-187, 1999. PÁDUA, T. Caracterização Agronômica do Cacho da Bananeira „Prata‟. 1978. 117 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras, 1978. PEREIRA, A. R.; MACHADO, E. C. Análise quantitativa do crescimento de comunidades vegetais. Boletim Técnico: Instituto Agronômico de Campinas, Campinas, n. 114, p. 01-33, 1987. PEREIRA, M. C. T. et al. Crescimento e produção de primeiro ciclo da bananeira „Prata Anã‟(AAB) em sete espaçamentos. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v. 35, n. 7, p.1377-1387, 2000. PEREZ, F. P. Z. A influência da época de seleção do rebento sobre o desenvolvimento das plantas matrizes em bananeira Musa Cavendish Lamb. cv. Nanicão. 1972. 58 f. 50 Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1972. RANGEL, A. et. al. Micronutrientes para a bananeira. 2007. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/Cati/_tecnologias/plantas_frutiferas/micronutri_banana.php> Acesso em: 07 maio 2011. RAMOS, D. P.; LEONEL, S.; MISCHAN, M. M. . Correlações fenotípicas entre características de produção e crescimento em genótipos de bananeira. Bioscience Journal, [S.l], v. 25, p. 82-89, 2009. ROBINSON, J. C. Bananas and platains. Oxon, UK: CAB International, 1996. 238 p. ROCHA, J. Avaliação do coeficiente de variação e relações entre caracteres de rendimento e desenvolvimento na cultura da bananeira. 2010. 55 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Universidade Federal da Bahia, Bahia, 2010. ROSA JUNIOR, C. D. R. M. Bananeira: cultivo sob condição irrigada. 2. ed. Recife: SEBRAE – PE, 2000. SCARANARI, C. Aclimatização de mudas micropropagadas de bananeira (Musa spp.) cv. Grande Naine. 2006. 116 f. Tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas – SP, 2006. SECRETARIA DE RECURSOS HÍDRICOS – SERHID. Bacia 01: Apodi-Mossoró: Capturado em 22 ago. 2001. Disponível em:< http://www.serhid.rn.gov.br//detalhe.asp?IdPublicaçao=137>. Acesso em: 4 maio 2011. SHEPHERD, K. Banana: taxonomia e morfologia. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE BANANICULTURA, 1., 1984, Jaboticabal, Anais... Jaboticabal: FCAV/UNESP, 1984. p.5074. SILVA, S. O.; MATOS, A. P.; ALVES, E. J. Melhoramento da bananeira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. 5, p. 693-703, maio1998. SILVA, S. de O. et al. Caracterização morfológica e avaliação de cultivares e híbridos de bananeira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 22, n. 2, p. 161-169, 2000. SILVA, S. de O. et al. Bananeira. In: BRUCKNER C. H. (Editor). Melhoramento de Fruteiras Tropicais. Viçosa: UFV, 2002. p. 101-157. SIMMONDS, N. W. Bananas. London: Longmans, 1959. ______. Los platanos. Barcelona: Blume, 1973. SIQUEIRA, D. L. de. Variabilidade e correlações de caracteres em clones da bananeira „Prata‟. 1984. 68 f.. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura de Lavras, Lavras, 1984. 51 SOTO BALLESTERO, M. Cultivo y comerialización Del banano. 2. ed. Tibás: LIL, 1992. 649 p. ______. Bananos: técnicas de producción, poscosecha y comercialización. 3. ed. San José: Litografía e Imprenta Lil, 2008. 1 CD‑ROM. TENKOUANO, R.; ORTIZ, R.; BAIYERI, K.P. Phenotypic correlations in Musa populations in Nigéria. África Crop Science Journal, Kampala, v.10, p.121‑132, 2002. THORN, D. W. Irrigation and crop production. In: THORN, D. W.; THORN M. D. (Eds.). Soil, water and crop production. Westport: Avi Publishing Company, 1979. Cap. 8, p. 96116. TURNER, D. W. Effects of climate on rate of bananas leaf production. Trop. Agric., Trinidad, v. 48, n. 3, p. 283-287, 1971. ______. Soma factors related to yield components of bananas, in relation to sampling to assess nutrient status. Fruits, Paris, v. 35, n. 1, p. 19-23, 1980. TURNER, D. W.; FORTESCUE, J. A.; THOMAS, D. F. Enviromental physiology of the bananas (Musa spp.). Brazilian Journal of Plant Physiology, Piracicaba, v. 19, n. 4, p. 463484, 2007. VENCOVSKY, R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: SBG, 1992. 496 p. VIEIRA, L. C. R. Avaliação de cultivares de bananeira na microrregião de Aquidauana MS. 2011. 36 f.. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Aquidauana, Aquidauana/MS.