Relação entre a morfologia e produção de banana

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FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS
RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO
DE BANANA PACOVAN IRRIGADA
MOSSORÓ/RN
2012
FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS
RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO
DE BANANA PACOVAN IRRIGADA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Irrigação e Drenagem.
ORIENTADOR: Profª. Drª. Elis Regina Costa de Morais
MOSSORÓ/RN
2012
3
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e
catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA
M488r Medeiros, Francisco Agélio Silva Barreto de.
Relações entre características de crescimento e a produção
de banana pacovan irrigada. / Francisco Agélio Silva Barreto
de Medeiros. -- Mossoró, 2012.
51f. : il.
Dissertação (Mestrado em Irrigação e Drenagem) Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Orientadora: Drª.Sc. Elis Regina Costa de Morais.
Co-orientador: D.Sc. Celsemy Eleutério Maia.
1. Banana Pacovan. 2. Crescimento. 3. Produtividade. I. Título.
CDD: 634.772
Bibliotecária: Vanessa de Oliveira Pessoa
CRB15/453
FRANCISCO AGÉLIO SILVA BARRETO DE MEDEIROS
RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE CRESCIMENTO E A PRODUÇÃO
DE BANANA PACOVAN IRRIGADA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, como parte das
exigências para obtenção do título de Mestre
em Irrigação e Drenagem.
Aprovada pela banca examinadora em: 06 / 07 / 2012
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Eng. Agr. D. Sc. Antônio de Pádua Araújo
Conselheiro
_________________________________________________
Prof. D. Sc. Celsemy Eleutério Maia - UFERSA
Co-orientador
_________________________________________________
Profª. D. Sc. Elis Regina Costa de Morais - UFERSA
Orientadora
Aos meus pais Paulo e Salete.
A minha esposa Ana Carolina.
Aos meus irmãos Saulo, Magali, Neto e Giselda.
Dedico, com muito amor e carinho.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter iluminado meus caminhos com sabedoria.
Aos meus pais, irmãos e minha esposa por acreditarem no meu sucesso.
À Universidade Federal Rural do Semi-Árido e ao Departamento de Ciências
Ambientais pela oportunidade em realizar este curso.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudos.
Aos professores Elis Regina C. Morais e Celsemy Eleutério Maia, pela orientação,
sugestões e dedicação a mim dispensadas durante o curso.
Ao conselheiro da banca examinadora D. Sc. Antônio de Pádua Araújo, pelas
sugestões e contribuição na melhoria da dissertação.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Irrigação e Drenagem, em
especial, aos professores José Espínola, Francismar, George Mamede e Pordeus.
Aos Produtores Ismael Lima Verde Neto e Germano Eugênio de Souza Furtado,
por todo o apoio cedido, desde a conseção da área, realização do plantio, até a colheita das
plantas, indispensáveis, para a realização deste projeto.
À Ana Carolina, pelo carinho, incentivo, compreensão e paciência durante esses
anos de convivência.
Aos meus colegas de Pós-graduação, pelo companheirismo ao longo do curso.
A todas as pessoas que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização
deste trabalho.
Muito obrigado!
RESUMO
MEDEIROS, Francisco Agélio Silva Barreto de. Relações entre características de
crescimento e a produção de banana pacovan irrigada. 2012. 51 f. Dissertação (Mestrado
em Irrigação e Drenagem) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
Mossoró/RN, 2012.
A cultura da banana apresenta uma grande importância econômica e social para população
mundial, principalmente nos países em desenvolvimento. No Brasil é cultivada em
praticamente todo o território, com destaque a região Nordeste, onde, o estado do Rio Grande
do Norte tem apresentado nos últimos anos uma expansão considerável em termos de
desenvolvimento da cultura. Com o objetivo de avaliar as relações entre as características de
crescimento e a produção de banana pacovan irrigada, no município de Baraúna/RN, realizouse experimento em área de plantio comercial com espaçamento de 2,0 x 2,5 m, em disposição
triangular com fileiras duplas. As plantas analisadas foram selecionadas aleatoriamente, sendo
a primeira coleta oito semanas após o plantio e as demais semanalmente, os dados coletadados
foram: perímetro do pseudocaule, largura máxima das folhas, emissão foliar, número de
folhas funcionais e peso dos frutos. Observou-se que, dentre as características avaliadas, com
relação ao perímetro do pseudocaule e largura máxima das folhas, houve correlação positiva e
significativa com a produção, e, para o número de folhas, apesar de ter sido positiva, não foi
significativa. Verificou-se ainda, que o tempo para a taxa de crescimento absoluta máxima
ocorrereu aos 57 dias após a primeira medição e a taxa de crescimento relativo teve sua
redução iniciada a partir dos 15 dias, tendendo a estabilização aos 79 dias até o final do ciclo,
para o perímetro do pseudocaule e número de folhas.
Palavras-chave: Banana Pacovan. Crescimento. Produtividade.
ABSTRACT
MEDEIROS, Francisco Agélio Silva Barreto de. Relations between growth characteristics
and irrigated pacovan banana production. 2012. 51 f. Dissertation (Master of Science in
Irrigation and Drainage) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
Mossoró/RN, 2012.
The banana crop represents a big social and economic importance to world population, mainly
in developing countries. It is practically grown throughout Brazil, especially in Northeastern
region, and Rio Grande do Norte State has been shown a considerable expansion recently in
terms of crop development. In order to observe the relations between growth characteristics
and irrigated pacovan banana production in Baraúna/RN, an experiment has been done in a
commercial plantation area spacing 2 x 2.5m, in a triangular arrangement with double row.
The analyzed plants were randomly selected, the first collection was made eight weeks after
the plantation and the order ones were made weekly, the collected data were: perimeter of the
pseudostem, leaf maximum length, leaf emission, number of functional leaves and fruit
weight. Among the analyzed characteristics was observed that, concerning to the perimeter of
pseudostem and leaf maximum length, there were positive and significant correlations with
the production, the number of leaves was positive but not significant. It was found that the
time for maximum absolute growth rate happened in 57 days after the first measurement and
the relative growth rate had reduction starting from 15 days, tending to stabilize in 79 days
until the end of the cycle, for the perimeter of pseudostem and number of leaves.
Keywords: Banana Pacovan. Growth. Productivity.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Produção e área total mundial de banana, em toneladas e em hectare,
respectivamente, em 2009 …………………………………………………………… 20
TABELA 2 - Área plantada (ha) e produção (t) de banana nos estados brasileiros …
21
TABELA 3 - Correlações entre as características vegetativas de crescimento e a
produção……………………………………………………………………………… 38
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Esquema representativo da classificação das bananeiras. ................................... 13
FIGURA 2 - Ilustração representativa da morfologia da bananeira ......................................... 13
FIGURA 3 - Distribuição da cultura da banana no mundo ...................................................... 18
FIGURA 4 - Produção em toneladas, de banana nas regiões brasileiras ................................. 22
FIGURA 5 - Campo onde foi realizado o experimento ........................................................... 31
FIGURA 6 - Plantas da cultivar Pacovan em pleno desenvolvimento vegetativo ................... 33
FIGURA 7 - Emissão foliar (a), Perímetro do Pseudocaule (b) e Diâmetro das Folhas
(c), em função do tempo ........................................................................................................... 37
FIGURA 8 - Curvas de Crescimento, considerando o número de folhas (a) e o perímetro
do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................................. 40
FIGURA 9 - Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) para o número de folhas (a) e o
perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................ 42
FIGURA 10 - Taxa de Crescimento Relativo (TCR), para o número de folhas (a) e o
perímetro do pseudocaule (b), em função do tempo ................................................................ 43
SUMÁRIO
1
2
2.1
2.1.1
2.1.2
2.1.3
2.1.4
2.1.5
2.1.6
2.1.7
2.1.8
2.1.9
2.2
3
3.1
3.2
3.3
3.3.1
3.3.2
3.3.3
3.3.4
3.4
4
4.1
4.2
4.3
4.3.1
4.3.2
5
INTRODUÇÃO .............................................................................................
REVISÃO DE LITERATURA .....................................................................
A CULTURA DA BANANA ........................................................................
A origem .........................................................................................................
Classificação Botânica, Evolução e Morfologia ..........................................
Ciclos da bananeira .......................................................................................
Clima e solo ....................................................................................................
Distribuição geográfica .................................................................................
A cultivar Pacovan .........................................................................................
Importância econômica .................................................................................
Irrigação .........................................................................................................
Fertirrigação ..................................................................................................
A IMPORTÂNCIA DOS ASPECTOS DE CRESCIMENTO ........................
MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................
LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..........
CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO ..............................................................
CARACTERÍSTICAS AVALIADAS ............................................................
Número de Folhas ...........................................................................................
Largura Máxima das Folhas .........................................................................
Perímetro do Pseudocaule .............................................................................
Peso dos Frutos ...............................................................................................
MODELO DE AVALIAÇÃO ........................................................................
RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................
DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO .......................................................
CORRELAÇÃO ENTRE AS CARACTERÍSTICAS ANALISADAS ..........
ANÁLISE DE CRESCIMENTO ....................................................................
Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) ........................................................
Taxa de Crescimento Relativo (TCR) .........................................................
CONCLUSÕES .............................................................................................
REFERÊNCIAS ............................................................................................
10
12
12
12
12
16
17
17
19
19
22
24
25
31
31
32
33
33
34
34
34
35
36
36
38
39
41
42
44
45
10
1 INTRODUÇÃO
A bananeira (Musa sp.) é uma planta de regiões tropicais e subtropicais, originária do
continente asiático, bastante exigente em água nos períodos de estiagens com temperaturas e
evaporações elevadas, devido a sua extensa área foliar (13,15 m2 /planta, em média) e ciclo
relativamente longo, o que determina um alto consumo anual de 12.000 a 25.000 m3/ha,
dependendo da densidade populacional, clima, solo e sistema de irrigação. Apesar da
relevância que representam os frutos do subgrupo Cavendish, embora passíveis de exportação,
não têm boa aceitação no mercado externo face à baixa qualidade, enquanto no mercado
interno, os mesmos não são atrativos aos consumidores das classes alta e média, embora a
banana seja a fruta preferida, sendo o quarto produto mais consumido no mundo, ficando atrás
do trigo, milho e arroz.
Atualmente, a banana é a fruta mais consumida no mundo, tanto pela sua composição
química e conteúdo em vitaminas e minerais, quanto por sua versatilidade em termos de
modalidades de uso (processamento, frita, cozida, consumo in natura) e ainda pelos seus
caracteres de sabor, aroma, higiene e facilidade de consumo. Os principais países produtores
são: Índia, Brasil, China, Equador e Filipinas, representando 58% da produção mundial de
banana, onde o Brasil destaca-se como o seu maior consumidor (consumo per capita nacional
em torno de 25 kg/hab./ano) sendo quinto maior produtor (aproximadamente 10% do total
mundial), com produção estimada em 6,78 milhões de toneladas. A área colhida dessa
musácea é de 479,61 mil hectares, onde sua produção vai desde a faixa litorânea até o planalto
central, destacando-se os Estados de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais,
Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
A bananicultura possui uma grande importância socioeconômica no Nordeste, sendo
geralmente explorada por pequenos agricultores, predominando a mão-de-obra familiar.
Constitui parte integrante da alimentação de populações de baixa renda, não só pelo seu alto
valor nutritivo, mas também pelo seu baixo custo, tendo papel fundamental na fixação da
mão-de-obra no campo.
As variedades mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã,
Mysore, Terra e D‟Angola, Nanica, Nanicão e Grande Naine. (SILVA et al., 2000, 2002).
Alguns aspectos contribuem para que a banana continue sendo a fruta mais
comercializada no mundo: a facilidade de propagação, o bom rendimento por hectare, o fato
de ser uma cultura de ciclo curto, de produção contínua, de fácil manipulação quando verde,
além de fácil armazenamento e maturação acelerada.
11
Por isso o seu consumo é relativamente alto em diversos países e tem aumentado com
a expansão do conhecimento do seu valor nutritivo, além de seu excelente sabor.
Em se tratando de Rio Grande do Norte, a área estimada de produção para o mercado
nacional é de aproximadamente 5.000 ha, e dessa área, estima-se que a região de Baraúna seja
responsável por 20,0 % (aproximadamente 1.000 ha), onde sua exploração teve início por
volta dos anos 80, sendo alavancada por volta do ano de 2005, coincidindo com a decadência
da produção de melão na região, servindo ao produtor como uma alternativa de produção,
apresentando estabilidade de produção e de preço no mercado nacional.
No entanto, o nível tecnológico dos produtores ainda deixa muito a desejar, porém, são
raros os trabalhos de pesquisa na literatura brasileira que tratem deste assunto, principalmente
no que diz respeito ao desenvolvimento fisiológico em resposta aos tratos culturais, que,
consequentemente, afetam a produção, produtividade e qualidade dos frutos.
A bananicultura brasileira ainda apresenta uma série de problemas, que dificultam uma
participação mais expressiva no mercado internacional de frutas, pois as regiões produtoras no
Brasil seguem padrões tradicionais, com baixos investimentos de capital e tecnologia, o que
acarreta consequentemente, baixa produtividade e frutos de qualidade inferior. Dentre os
maiores problemas da cultura da banana, está o manejo inadequado do sistema solo-águaplanta, assim como, informações das respostas fisiológicas das plantas em função das
condições as quais estão submetidas e sua relação com a produção, produtividade e qualidade.
Este fato motivou esta pesquisa que teve como objetivo avaliar as relações entre
características de crescimento e produção de banana pacovan irrigada, sob irrigação
localizada, no município de Baraúna/RN.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A CULTURA DA BANANA
2.1.1 A Origem
Com origem no Continente Asiático, a bananeira (Musa spp.) é encontrada ao
redor do mundo, especialmente em regiões tropicais, estando presente em mais de 80 países,
ocupando área superior a 4 milhões de hectares e produção que ultrapassa de 95 milhões de
toneladas. Existem cerca de 180 variedades de bananas no globo terrestre, sendo que no Brasil
frutificam por volta de 35 variedades, distribuídas em bananeiras ornamentais, industriais e
comestíveis (FAO, 2011).
Apesar do centro de origem da maior parte do germoplasma de banana estar
localizado na Ásia, ocorrem centros secundários na África Oriental, em algumas ilhas do
Pacífico e uma considerável diversidade genética na África Ocidental regiões com clima
tropical quente e úmido (SHEPHERD, 1984).
2.1.2 Classificação Botânica, Evolução e Morfologia
A bananeira de frutos comestíveis (Musa spp.) é uma monocotiledônea da classe
Liliopsida, subclasse Liliidae, superordem Lilinae, ordem Zingiberales (Scitamineae), família
Musaceae, subfamília Musoideae, gênero Musa, seção Eumusa (SILVA et al., 2002)
originada de cruzamentos interespecíficos entre Musa acuminata colla e M. balbisiana colla,
e apresenta por isso, caracteres das duas espécies (SIMMONDS, 1973). O gênero Musa é
constituído por quatro séries ou seções: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e (Eu) Musa,
esta última contém a grande maioria das bananas comestíveis, derivadas das espécies
selvagens Musa acuminata e Musa balbisiana (Figura 1) (SIMMONDS, 1959).
13
Figura 1 - Esquema representativo da classificação das bananeiras
Fonte: Vieira, (2011, p. 7)
Na evolução das bananeiras comestíveis participaram as espécies selvagens
diplóides representadas pelas letras A (M. acuminata) e B (M. balbisiana), de modo que cada
cultivar deve conter combinações variadas de genomas dessas espécies parentais, cujas
combinações resultam os grupos diplóides (AA, BB e AB), triplóides (AAA, AAB e ABB) e
tetraplóides (AAAA, AAAB, AABB e ABBB) (COSTA, 2008).
A bananeira (Musa spp.) é um vegetal herbáceo completo, pois apresenta caule
(rizoma), raiz, folhas, flores, frutos e sementes (Figura 6) e, perene, uma vez que novos
perfilhos nascem da base da planta-mãe (BORGES; SOUZA; ALVES, 2000).
Figura 2 - Ilustração representativa da morfologia da bananeira
Fonte: Vieira, (2011, p. 8)
14
O sistema radicular é fasciculado, cujas raízes primárias saem do rizoma, em
grupos de 3 ou 4, totalizando 200 a 500 raízes e é superficial, sendo que cerca de 80% delas se
encontram nos primeiros 20 a 30 cm do solo. As raízes primárias são em forma de corda,
brancas, “carnosas” e tenras quando novas; depois amarelecem; estas raízes têm numerosas
radicelas laterais, providas de pêlos absorventes que são responsáveis pela absorção da água e
nutrientes. As raízes secundárias têm dominância apical, são em grande número, apresentamse muito finas e são difíceis de serem observadas (BORGES; OLIVEIRA, 2000; ROSA
JUNIOR, 2000). As raízes podem atingir até 5m de comprimento, porém superficial, com
aproximadamente 30% localizadas na profundidade de 0-10cm e 82% concentrando-se na
camada de 0-50cm, dependendo da variedade e das condições do solo (BORGES; SOUZA,
2004). Durante os primeiros meses de crescimento vegetativo, a produção de raízes é
abundante, ocorrendo simultaneamente com o processo de formação das folhas e cessa na
época do florescimento. A morte das folhas por senilidade ou por ataque de pragas e/ou
doenças determina a morte das raízes formadas na mesma época (MOREIRA, 1999).
O rizoma é constituído de duas zonas, o córtex que desempenha um papel de
proteção e é basicamente constituído pelo parênquima, onde estão os feixes vasculares que
suprem as folhas, raízes e rebentos e o cilindro central, de onde se origina o sistema radicular
e aéreo. À medida que a planta se aproxima da fase de florescimento, a parte central do
rizoma começa a necrosar-se da base para o ápice. Este fenômeno torna inativas as raízes
basais e limita a emissão de novos rebentos. Um rizoma bem desenvolvido pode ter de 25 a
40cm de diâmetro e de 6,9 a 11,5 kg, de acordo com a cultivar e a idade da planta (SOTO
BALLESTERO, 1992). No centro do cilindro central do rizoma, existe um conjunto de
células meristemáticas denominadas gema apical de crescimento, responsáveis pelo
desenvolvimento aéreo da planta (formação das folhas e das gemas laterais de brotações)
(BORGES; SOUZA; ALVES, 2000; NÓBREGA, 2006).
O desenvolvimento das folhas é iniciado a partir do ponto de crescimento do
rizoma, em que a gema apical pode gerar de 30 a 70 folhas, dependendo do cultivar, sendo
simultânea a formação da folha e da gema lateral de brotação. O aparecimento de uma nova
folha ocorre a cada 7 a 11 dias e cada folha tem vida útil de 100 a 200 dias, sendo compostas
de bainha (é longa, reta, com bordos retilíneos, salvo nas extremidades), pecíolo, limbo foliar
(dividido pela nervura central em dois semi-limbos), nervuras e aguilhão (ou pavio). As
bainhas das folhas da bananeira têm grande importância, pois são elas que, embricadas,
formam o pseudocaule, o sustentáculo do cacho (BORGES; SOUZA; ALVES, 2000). A
fixação das bainhas foliares no rizoma ocorre de forma concêntrica, gerando arcos cujas
15
extremidades não se tocam. Internamente, a bainha possui numerosos espaços aeríferos
corados por finos diafragmas, formando espaços que se prolongam até o limbo (SOTO
BALLESTERO, 1992). Essa estrutura formada pela união das bainhas foliares é denominada
pseudocaule, que pode atingir dimensões variáveis de 1,2 a 8,0m de altura com 10 a 50cm de
diâmetro, formando uma estrutura resistente que suporta os limbos foliares e o cacho
(MANICA, 1997). Anteriormente ao aparecimento da inflorescência, a bananeira emite as
últimas 3 a 4 folhas com dimensões cada vez menores. A última folha lançada tem sua
conformação mais coriácea, formato típico, com as nervuras secundárias muito pronunciadas
e frequentemente seca durante o desenvolvimento do cacho (MOREIRA, 1987). O número de
folhas, bem como o tamanho destas, influencia no peso do cacho e no número de pencas na
medida em que representam uma maior ou menor superfície fotossintética; sendo adequado
para uma boa produção o número de 12 folhas funcionais na ocasião da emissão da
inflorescência e no mínimo 9 no momento da colheita (HINZ; LICHTEMBERG, 2004).
O pseudocaule é denominado de tronco, sendo formado pelo conjunto das bainhas
das folhas sobrepostas a partir do rizoma até a rozeta, onde as folhas se abrem, terminando
com uma copa de folhas compridas e largas (ROSA JUNIOR, 2000). A gema apical de
crescimento é responsável pela formação das folhas e das gemas laterais de brotação, e gera
sucessivamente conjuntos de gemas e folhas, onde Moreira (1999) afirma inclusive que “o
rizoma possui tantas gemas laterais quanto foram as folhas geradas”. Após gerar todas as
folhas a gema apical transforma-se em inflorescência que sobe verticalmente pelo interior do
pseudocaule até “lançar” o cacho. À medida que o crescimento radial do rizoma ocorre, as
gemas laterais vão se diferenciando, crescendo, e passando a ter as mesmas funções da gema
apical de crescimento, originando assim um novo rebento (HINZ; LICHTEMBERG, 2004).
De acordo com Soto Ballestero (1992), o pseudocaule oferece à planta além de apoio, com
sua estrutura resistente podendo suportar o peso das folhas e de sua inflorescência que pode
chegar a 75kg, e da capacidade de armazenar nutrientes e água, possibilita ainda à planta a
alcançar maior altura e elevar o nível das folhas, fazendo com que captem a luz solar.
A inflorescência é denominada racimo ou cacho, que é constituído pelo pedúnculo
(engaço), e tem início no ponto de fixação da última folha, terminando na inserção da
primeira penca. A ráquis (eixo primário onde estão inseridas as flores da inflorescência)
inicia-se a partir do ponto de inserção da primeira penca e termina no botão floral, podendo
ser dividida em ráquis feminino (onde se inserem as flores femininas), e ráquis masculino
(onde se inserem as flores masculinas). O coração ou mangará é o conjunto de flores
masculinas, com suas respectivas brácteas, e as pencas representam o conjunto de frutos
16
(dedos), reunidos pelos seus pedúnculos em duas fileiras horizontais e paralelas (BORGES;
OLIVEIRA, 2000; ROSA JUNIOR, 2000).
Os frutos são produzidos por partenocarpia e sem a presença de sementes. São
bagas alongadas, onde o epicarpo corresponde à casca e o mesocarpo à polpa (ROSA
JUNIOR, 2000).
A multiplicação da bananeira se processa, naturalmente no campo, por via
vegetativa, pela emissão de novos rebentos. Como esse processo é contínuo e extremamente
dinâmico, uma bananeira adulta apresenta sempre ao seu redor, em condições naturais, outras
bananeiras em diversos estágios de desenvolvimento. Esse conjunto de bananeiras
interligadas, com diferentes idades, oriunda de uma única planta, denomina-se “touceira”, de
acordo com Moreira (1999).
A bananeira é propagada sexuada e assexuadamente. A propagação sexuada é
limitada apenas a trabalhos de melhoramento. Porém, as bananeiras de frutos comestíveis
geralmente não possuem sementes e são propagadas assexuadamente através do rizoma que
contém gemas, das quais se originam as mudas (CAVALCANTE; CAVALCANTE, 1982).
Com isso, são propagadas vegetativamente, sendo as mudas obtidas a partir do
desenvolvimento natural de filhotes ou por técnicas de fracionamento de rizoma, propagação
acelerada in vivo (é um método de propagação da bananeira intermediário entre a propagação
convencional e a propagação in vitro nos laboratórios de cultura de tecidos) e in vitro
(também conhecido por micropropagação) (MENDONÇA et al., 2003).
O processo de micropropagação consiste no cultivo de segmentos muito pequenos
de plantas, os chamados explantes, em meio artificial e sob condições de luminosidade,
temperatura e fotoperíodo totalmente controladas em laboratório (SCARANARI, 2006).
2.1.3 Ciclos da bananeira
A bananeira, como todas as plantas, tem um ciclo de vida definido que se inicia
com a formação do rebento e seu aparecimento em nível do solo. Com seu crescimento há a
formação da planta, que irá produzir um cacho cujos frutos se desenvolvem, amadurecem e
caem, verificando-se, em seguida, o secamento de todas as suas folhas, culminando com sua
morte (COSTA; SCARPARE FILHO, 2002).
De uma maneira prática, definem-se em dois os ciclos da bananeira: o ciclo
vegetativo e o de produção, onde, o ciclo vegetativo compreende o período entre o
aparecimento do rebento (ou perfilho) na superfície do solo e a colheita de seu cacho, e o
17
ciclo de produção é o intervalo de tempo entre a colheita do cacho de uma bananeira e a
colheita do cacho do seu „filho‟(MOREIRA, 1999).
Tanto um ciclo como outro é influenciado por todos os fatores edafoclimáticos e
técnicas culturais, além da idade do próprio bananal e da cultivar plantada. Bananais com
mais de três safras, com densidades elevadas e em condições de clima e solo desfavoráveis,
como também de manejo, podem ter os citados ciclos aumentados de até mais do dobro, com
graves prejuízos de produtividade e, portanto, na economia dessa atividade agrícola
(MEDINA, 1985).
2.1.4 Clima e Solo
A bananeira é um vegetal tipicamente tropical, apresentando constante alteração
no tamanho e estágio fenológico, principalmente quando cultivada em condições de
temperatura e umidade altas. Em cultivos comerciais exige-se que a temperatura gire em torno
de 28°C, com as mínimas não inferiores a 18°C e as máximas não superiores a 34°C. Abaixo
de 15°C a atividade da planta é paralisada, e acima de 35°C o crescimento é inibido (ALVES,
1999). Temperaturas inferiores a 12°C provocam na planta uma perturbação fisiológica
denominada „chilling‟, caracterizada pela coagulação dos vasos lactíferos do fruto e
inativação da amilase, enzima responsável pela transformação de amido em açúcares. As
condições climáticas, principalmente temperatura e precipitação pluviométrica, podem
influenciar na duração do ciclo da cultura e na sua produtividade. Segundo Martinez (1971),
ao estudar os lançamentos mensais de folhas da cultivar „Nanicão‟, observou que a frequência
de lançamentos mensal durantes vários meses do ano pode ser relacionada com a temperatura
de tais meses, o que caracteriza um acúmulo crescente de matéria seca do plantio até a
colheita, fato esse, confirmado por Turner (1971).
2.1.5 Distribuição Geográfica
O cultivo da bananeira no mundo está situado geograficamente entre latitudes de
30º S e 30º N do Equador e as condições ótimas encontradas entre 15º de latitude ao Sul e ao
Norte do Equador (SOTO BALLESTERO, 1992). No Brasil o cultivo da bananeira ocorre
em todos os estados da Federação nos ecossistemas mais variados possíveis. O cultivo da
bananeira desenvolve-se preferencialmente em climas tropicais com boa disponibilidade
hídrica e temperaturas variando de 15°C a 35°C, sendo as temperaturas ideais de crescimento
18
de 18°C à noite e 25°C durante o dia (MOREIRA, 1999). Entretanto, segundo Alves (1999) e
Moreira (1999), existe a possibilidade de seu cultivo em latitudes acima de 30oC, desde que a
temperatura fique entre os limites citados.
A despeito disto, existem cultivos fora das condições climáticas ótimas para o
crescimento e desenvolvimento da bananeira, como nos subtrópicos frios ou nos trópicos
semi-áridos onde são comuns períodos durante o ano com temperaturas baixas ou estresse por
calor e falta de água que limitam o potencial produtivo.
A bananeira é uma espécie tipicamente tropical exigindo, para um bom
desenvolvimento, calor constante, umidade elevada e adequada distribuição de chuvas. Essas
condições são registradas especialmente entre os trópicos de Câncer e Capricórnio. De modo
geral, quanto mais próximo da linha do Equador, mais favoráveis são as condições climáticas
para o cultivo da banana, ou seja, em regiões onde as temperaturas situam-se entre os limites
de 15°C e 35°C (Figura 3).
Figura 3 - Distribuição da cultura da banana no mundo
Fonte: Vieira (2011, p.3)
Com isso, as condições climáticas das regiões brasileiras, Norte e Nordeste,
associadas ao manejo adequado da irrigação, podem proporcionar o desenvolvimento de uma
bananicultura com baixa incidência de doenças, oferta regular e qualidade dos frutos dentro
dos padrões de consumo (ALMEIDA; SOUZA; CORDEIRO, 2000).
19
2.1.6 A Cultivar Pacovan
A Pacovan foi originada de uma mutação da Prata e atualmente é a cultivar mais
plantada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, e destaca-se por sua rusticidade e
produtividade, apresentando frutos 40% maiores que os da banana Prata, e um pouco mais
ácidos e com quinas que permanecem mesmo depois da maturação.
As principais características dessa cultivar são as seguintes: grupo genômico
AAB, de porte alto (atingindo de 6 a 8m de altura), tipo Prata, apresentando ciclo vegetativo
de 350 dias, peso médio de cacho de 16kg, número de pencas por cacho de 7,5, rendimento
médio de 40 ton/ha em plantio em áreas irrigadas, susceptível às sigatokas negra e amarela,
mal do panamá e moko, medianamente resistente à broca do rizoma e resistente à nematoides
(EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2004).
Uma desvantagem dessa cultivar é em função do seu porte alto, pois, estando
cultivada em regiões que sofrem com rajadas de vento, a probabilidade de tombamento é
elevada.
2.1.7 Importância econômica
A produção mundial de banana se concentra em alguns países, como: Índia,
China, Filipinas, Brasil, Equador e Indonésia, correspondendo a 64,3% da produção mundial.
No mercado mundial a banana desempenha um papel importante dentre as frutas frescas e foi
uma das frutas mais produzidas em 2009 com 97,4 milhões de toneladas, movimentando cerca
de US$ 28 bilhões. O Brasil se destaca como o quinto maior produtor mundial, produzindo
cerca de 6,8 milhões de toneladas com área cultivada de mais de 479 mil hectares, conforme
inicado na Tabela 1 (FAO, 2011).
20
Tabela 1 - Produção e área total mundial de banana, em toneladas e em hectare,
respectivamente, em 2009.
Produção (t)
Área (ha)
1º India
26.996.600
748.100
2º China
9.006.450
350.224
3º Filipinas
9.013.190
446.400
4º Equador
7.637.320
216.115
5º Brasil
6.783.480
479.614
6º Indonézia
6.273.060
105.000
7º Tanzânia
3.219.000
534.354
8º Guatemala
2.544.240
59.391
9º Costa Rica
2.365.470
42.591
10º México
2.232.360
75.810
Outros
21.307.102
1.865.985
TOTAL
97.378.272
4.923.584
Fonte: Elaborado a partir de FAO (2011).
No Brasil, a cultura da banana representa um importante papel econômico e
social, movimentando cerca de 2 US$ bilhões ao ano, e, entre todos os produtos agrícolas
produzidos no país no ano de 2009 a banana foi a 10ª commodities em termos de quantidade
produzida, porém, exportou somente 2,2% da produção total, o equivalente a 143,9 mil
toneladas (FAO, 2011).
O Brasil conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011),
possui área plantada de 483.562 hectares e uma produção de 6.783.482 toneladas. Seu cultivo
é realizado em todos os Estados da federação, sendo a região Nordeste a maior produtora,
seguida das regiões Sudeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Contudo o estado de São Paulo é o
maior produtor da fruta no Brasil, com 1.257.539 toneladas, responsável por 19% da
produção (Tabela 2 e Figura 4).
21
Tabela 2 - Área plantada (ha) e produção (t) de banana nos estados brasileiros.
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro. IBGE (2011).
A bananicultura gera cerca de um emprego direto e quatro empregos indiretos
para cada três hectares cultivados, a depender do nível tecnológico adotado. Tomando esses
valores como referência, pode-se inferir que a atividade gera no país, aproximadamente
169.700 empregos diretos e 680.000 empregos indiretos, sendo, portanto, uma atividade
estratégica, principalmente se considerarmos que as principais áreas produtoras se localizam
em regiões carentes em alternativas de emprego e geração de renda, justificando investimento
em conhecimento e difusão de informações que possam melhorar as condições de cultivo
(ALVES, 1991). A maioria das plantações apresenta baixo potencial de produtividade, com
média nacional em torno de 11,6 t/ha/ano (SILVA et al., 2002).
A banana apresenta grande relevância social e econômica, servindo como fonte de
renda para muitas famílias de agricultores, gerando postos de trabalho no campo e na cidade e
22
contribuindo para o desenvolvimento das regiões envolvidas em sua produção
(FIORAVANÇO, 2003).
Figura 4 - Produção em toneladas, de banana nas regiões brasileiras
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2009. Rio de Janeiro. IBGE (2011)
De acordo com os dados acima, o Nordeste representa 37% do volume total
produzido no Brasil, sendo portanto, considerado como o maior região brasileira produtora de
banana. O estado do Rio Grande do Norte ocupa em termos de Região Nordeste a quinta
posição, apresentando um percentual em termos de produção de 5,42%, com 136.920
toneladas, e, apresentando um percentual em termos de área plantada de 2,68%, com 5.254ha.
No entanto, é importante observar que, o estado apresentou o melhor índice de produção,
atingindo 26,06 ton/ha, ocupando assim a primeira posição em termos de produtividade.
2.1.8 Irrigação
Em qualquer região do Brasil há riscos de ocorrência de déficit de água no solo
nos períodos secos, afetando, com isso, a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos.
A irrigação existe como alternativa para a suplementação de água que falta durante períodos
de déficit hídrico no solo e não funciona isoladamente, mas sim, conjugada com outras
práticas agrícolas, de forma a beneficiar a cultura. É indispensável nas regiões onde as chuvas
não atendem às necessidades das plantas, durante todo o seu ciclo de vida ou em parte dele.
23
Seu efeito dependerá do período de déficit hídrico da região, quanto à sua extensão temporal e
ao estádio de desenvovlimento da cultura. A irrigação, sustentada em técnicas adequadas,
permite ao solo condições de umidade e aeração propícias à absorção de água pelas raízes, o
que mantém a cultura com ótimas taxas de transpiração e de produção de matéria seca
(EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2004).
A bananeira é uma cultura exigente em água e a produtividade tende a aumentar
linearmente com a transpiração. A transpiração, por sua vez, depende da disponibilidade de
água no solo, podendo ser controlada pela irrigação. O uso da irrigação resulta em frutos de
melhor qualidade e induz a aumentos na produtividade da cultura em pelo menos 40%,
quando comparada à situação sem irrigação em regiões com precipitação inferior a 1200mm.
Tais aumentos serão proporcionalmente maiores nas áreas de menor precipitação ou de maior
déficit hídrico anual (COELHO; OLIVEIRA; COSTA, 2001).
A planta é sensível ao déficit hídrico, e os primeiros órgãos afetados são os
tecidos em expansão, como as folhas em formação e os frutos em crescimento. O fechamento
estomático ocorre quando o limbo sofre deficiência hídrica, a transpiração diminui, porém,
como esse fechamento estomático é parcial, a defesa da planta é incompleta (SOTO
BALLESTERO, 1992). Esse fenômeno acontece ainda com teores elevados de umidade no
solo. Evidências experimentais elaboradas por Robinson (1996), associam ao problema
fisiológico de baixa tolerância a seca pela bananeira com a necessidade do uso de irrigação
adicional para a obtenção de boa produção. Segundo Thorn (1979), o intervalo de tempo entre
as irrigações e a quantidade de água a ser aplicada em cada irrigação para uma determinada
cultura, dependem de outros fatores, da capacidade de retenção de água no solo e da
profundidade de enraizamento das plantas. No entanto, Turner, Fortescue e Thomas (2007),
argumentaram que a bananeira posui mecanismos de defesa a estresse hídrico, onde esses são
acionados através da sensibilidade do sistema radicular da bananeira em condições de estresse
de seca, no qual sintetiza e libera ABA (ácido abscísico) que é enviado para a parte aérea e
provoca o fechamento estomático. Esse mecanismo, por sua vez, provavelmente por pressão
radicular, mantém a planta hidratada por longos períodos de seca. Entretanto, deve-se
considerar que a produção é sensível à perda de água no solo, mesmo validando essa hipótese
como verdadeira. Em conformidade com o citado anteriormente, Mahouachi (2009) afirma
que bananeiras mantêm seu status hídrico interno durante a seca, pela redução da exposição à
radiação, fechamento dos estômatos e devido ao mecanismo de ajuste osmótico pelo aumento
da concentração de minerais e/ou solutos orgânicos na folha.
24
Uma planta pode consumir mais ou menos água, em função da fase fenológica da
cultura e do clima. Este consumo, ou seja, a retirada da água do solo, pode ocorrer através de
dois mecanismos: a transpiração das folhas das plantas e a evaporação na superfície do solo.
A combinação destes dois fatores, denominada evapotranspiração, é a quantidade de água que
deve ser reposta às plantas para que as mesmas expressem o seu máximo vigor e
produtividade (HERNANDEZ, 2003).
Para regiões semi-áridas considera-se suficiente, para obtenção de colheitas
economicamente rentáveis, a aplicação de lâminas entre 100 e 180 mm/mês, dependendo da
textura do solo. Segundo Doorembos e Kassam (1994), o período de estabelecimento e a fase
inicial do desenvolvimento vegetativo determinam o potencial de crescimento e frutificação,
sendo essencial suprir o solo adequadamente de água e nutrientes.
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (2004), o método
de irrigação localizada tem sido o mais recomendado, pela maior eficiência e menor consumo
de água e energia, principalmente em regiões onde o fator água é limitante. Dentre os sistemas
de irrigação localizada, a microaspersão gera maior área molhada, permitindo maior
desenvolvimento das raízes. Recomenda-se microaspersor de vazão acima de 45 L/h, para
quatro plantas, assegurando-se um raio de ação de pelo menos 2,5 metros.
2.1.9 Fertirrigação
Esta técnica atende às necessidades agrícolas e adapta-se perfeitamente aos
diversos planos de irrigação em todos os sistemas de irrigação (fixos, semifixos e móveis),
sendo os pressurizados os que mais se prestam à técnica, notadamente os localizados, uma vez
que permitem um maior controle das aplicações (FRIZZONE; BOTREL, 1994). Apresenta
como vantagens: uniformidade de aplicação, incorporação de micronutrientes; economia de
mão-de-obra para aplicação, redução de perdas do nitrogênio da uréia na presença do cloreto
de potássio. Em climas áridos, o desenvolvimento radicular restringe-se à região do solo
molhado pela irrigação. Nesse caso, a distribuição de fertilizantes via água de irrigação
permite localizar estes produtos na posição desejada (BERNARDO, 1995).
A fertirrigação é uma técnica utilizada desde muito tempo pelos agricultores dos
Estados Unidos, Israel, Itália e Espanha, tornando-se de uso generalizado nesses países com o
avanço do desenvolvimento de sistemas de irrigação modernos. No Brasil, o seu uso é
recente, sendo adotada, principalmente, pelos produtores que utilizam irrigação localizada.
Essa técnica ajusta-se bem à fertilização da bananeira, que é exigente em nutrientes, com
25
maior expressão para potássio e nitrogênio (SOTO BALLESTERO, 1992; BORGES; SILVA;
OLIVEIRA, 1997; GOMES; NÓBREGA, 2000).
Alguns aspectos inerentes à fertirrigação necessitam maiores conhecimentos, tais
como o equilíbrio iônico na solução do solo e na planta, tipos, fontes e manejo dos nutrientes.
O processo de fertirrigação é complexo por envolver aspectos físicos e, principalmente,
químicos e fisiológicos dos sistemas solo-água-planta. O princípio básico é a manutenção
equilibrada das relações iônicas no sistema, isto é, deve haver um balanço catiônico/aniônico
adequado (CARRUIJO et al., 1999).
Os nutrientes são de fundamental importância para o suprimento de nutrientes
através das adubações, por si só, não é a garantia de colheitas abundantes. Este conceito
baseia-se no fato de que existe uma grande quantidade de fatores que regulam o crescimento e
o desenvolvimento das plantas. A magnitude e a combinação destes fatores é que determinam
o aumento dos rendimentos (RANGEL et al., 2007).
2.2 A IMPORTÂNCIA DOS ASPECTOS DE CRESCIMENTO
Uma das tendências da Ciência Agronômica é gerar modelos de simulação de
crescimento com objetivo de detectar os fatores que possam limitar o cultivo, influenciando
no potencial produtivo das espécies, além de prever rendimentos em função das condições em
que as plantas se desenvolvem. O fenômeno crescimento de planta, tanto em nível de manejo
como de pesquisa, requer o conhecimento das respostas das plantas ao ambiente (HUANG,
1993). De acordo com Dourado Neto (1998), um modelo de crescimento e desenvolvimento
de plantas visa, entre outras finalidades, buscar informações básicas das diversas interações
planta x ambiente, maximizando o uso de recursos naturais de cada região, ou de uma
determinada condição de cultivo.
O conhecimento das relações entre os caracteres é de suma importância à
bananicultura, possibilitando, ao produtor, estimar a produção do cacho de uma determinada
planta a partir de outros atributos. Embora apresente trabalhos relacionando caracteres de
componentes da produção em diferentes genótipos de bananeira (JARAMILLO, 1982;
DADZIE, 1998), a literatura carece de informações que permitam uma estimativa do peso do
cacho a partir de alguns atributos medidos na fase da colheita.
No caso da cultura da bananeira, a etapa final do melhoramento genético, é a
avaliação dos genótipos em áreas de produção (SILVA; MATOS; ALVES, 1998; SILVA et
al., 2000). Os caracteres prioritários para a análise são: ciclo da cultura, porte, peso do cacho,
26
número e comprimento dos frutos (MOREIRA; SAES, 1984; ALVES, 1990; LEDO; SILVA;
AZEVEDO, 1997).
As correlações entre os caracteres observadas nos ensaios experimentais são
geradas por fatores genéticos e ambientais (VENCOVSKY; BARRIGA, 1992) e são
estimadas com o propósito de mensurar a alteração em um caráter quando a seleção é
praticada em outro. Segundo Siqueira (1984), atributos morfológicos que exerçam efeitos na
produção podem ser definidos por meio das correlações entre caracteres do desenvolvimento
vegetativo e caracteres do cacho na bananeira „Prata‟. De acordo com Turner (1980), a
produtividade em bananeira é função da quantidade de frutos e do peso médio dos frutos da
planta. Hasselo (1962) verificou que a correlação entre o peso do cacho e o diâmetro do
pseudocaule na bananeira „Gros Michel‟ não é, normalmente, influenciada por fatores
ambientais.
Trabalhos relacionando caracteres encontrados nas fases vegetativa e fase
produtiva em genótipos de bananeira relatam correlações positivas e significativas entre a
produção do cacho e o diâmetro do pseudocaule. Iuchi et al. (1979) concluíram que o número
de folhas no florescimento não tem relação com a produção do cacho na bananeira „Prata‟,
entretanto, Siqueira (1984) notou correlações significativas entre os referidos caracteres. Entre
os componentes de produção, o número de frutos e o número de pencas estão relacionados
com o peso do cacho (FERNANDEZ-CALDAS et al., 1977; HOLDER; CUMBS, 1982).
Holder e Cumbs (1982) observaram, na variedade „Robusta‟, que a produção de
flores femininas está positivamente correlacionada com o diâmetro do pseudocaule. De
acordo com Fernandez-Caldas et al. (1977), embora o número de pencas seja um bom índice
para prever a produção, o diâmetro do pseudocaule apresenta uma correlação maior com o
peso do cacho.
Siqueira (1984) constatou, a partir de clones da bananeira „Prata‟, que dentre os
caracteres relacionados ao desenvolvimento vegetativo, o diâmetro do pseudocaule, seguido
pelo número de folhas no florescimento, foi o que mais se correlacionou positivamente com
os caracteres da produção. Segundo o autor, é possível, na bananeira „Prata‟, selecionar
genótipos menores sem prejudicar a produção, pois a altura da planta, na maioria dos clones
avaliados, não se relacionou com nenhum caráter associado ao rendimento.
Jaramillo (1982), estudando diversos caracteres em cachos da bananeira
„Cavendish Gigante‟ com diferentes números de pencas, peso do cacho, peso das pencas, peso
dos dedos, número de pencas por cacho e número de dedos por cacho, estimou equações de
regressão e verificou que o número de pencas está fortemente correlacionado com o peso do
27
cacho e com o número de frutos por cacho. Pádua (1978) também obteve estimativas positivas
e altas para as correlações entre o diâmetro dos frutos e o peso das pencas, o diâmetro dos
frutos e o peso do cacho, o comprimento dos frutos e o peso das pencas e o comprimento dos
frutos e o peso do cacho em bananeira „Prata‟.
Dadzie (1998), avaliando as características pós-colheita de um genótipo triplóide e
de híbridos tetraplóides de bananeira, observou correlações predominantemente positivas e
significativas entre a idade do cacho e o peso dos frutos, o comprimento dos frutos, o
diâmetro dos frutos, a área do corte transversal e a relação entre a polpa e a casca.
Em um estudo de sistema foliar de bananeira, se consideram 3 aspectos principais:
1º. O número de folhas emitidas até a época de floração; 2º. As características de cada folha
segundo o período de formação; 3º. A velocidade de saída das folhas. A duração de uma folha
funcional depende do estado de desenvolvimento da planta, do parasitismo existente e das
condições nutricionais.
A largura da lâmina foliar varia de 70 a 100 cm e o comprimento de 200 a 400
cm, mantendo uma relação aproximada de 4 entre largura e comprimento nos clones gigantes;
para os clones anões esta relação é de 2. Esta relação constitui um fator morfológico muito
definido que ajuda na classificação dos diferentes clones (SOTO BALLESTERO, 1992).
Estudos realizados na Costa do Marfim empregando desflora, apontaram
informação sobre a quantidade de folhas requeridas para obter uma inflorescência normal. Foi
constatado que o número de folhas emitidas e o tempo de emissão são características fixas, e
que, a manutenção de 8 folhas é suficiente para obter um desenvolvimento normal de cacho
até a colheita (LASSOUDIÈRE, 1978a, 1978b, 1978c).
Uma bananeira emite geralmente de 25 a 35 folhas, com uma frequência de
emissão de uma folha a cada 7 a 10 dias em condições favoráveis, o que reflete num
crescimento por volta de 7 mm.h-1, p ara os cultivares mais frequentes da zona tropical. Em
casos de deficiências de minerais, de déficit hídrico ou trocas bruscas de temperatura, se
observa que a frequência de emissão foliar pode ser de uma folha por mês ou mais (AUBERT,
1973). Em períodos de seca relativa, pode variar de 10 a 12 dias entre duas folhas sucessivas.
Em geral, uma folha por semana é um bom índice de produção (SIMMONDS, 1973;
LASSOUDIÈRE, 1978a).
A circunferência pode ser medida a diferentes alturas do pseudocaule e se marca
com relação ao solo, geralmente a 30 ou 100 cm. Como o diâmetro do pseudocaule varia com
a altura, este autor sugere medir a circunferência do pseudocaule a um terço da altura da
planta em qualquer estado de seu desenvolvimento e para qualquer clone. O diâmetro do
28
pseudocaule se considera como um índice de grande valor para medir o vigor da planta, já que
representa o número de folhas emitidas e o vigor das mesmas. A relação entre o crescimento
diário na circunferência e a quantidade de folhas emitidas varia muito pouco, pelo que estas
duas características podem ser relacionadas. Não acontece o mesmo com a altura, a qual tem
comportamento diferente, já que seu crescimento parece relacionar-se com a luz (SOTO
BALLESTERO, 1992).
O perímetro do pseudocaule é importante no melhoramento genético da bananeira,
pois está relacionado ao vigor da planta e reflete sua capacidade de sustentação do cacho,
sendo que cultivares com maior perímetro do pseudocaule são menos suscetíveis ao
tombamento (SILVA et al., 2000; 2002).
O crescimento do sucessor aumenta entre a floração e a colheita da planta mãe, o
que indica que existe uma influência do ciclo sobre a altura e a circunferência do pseudocaule
(LASSOUDIÈRE, 1978a). Ao mesmo tempo, estudos feitos em bananas do clone "Valery" na
República do Guiné, revelaram a existência de uma correlação linear entre o peso do cacho e
a circunferência do pseudocaule medida a um metro do solo e no momento da floração essa
correlação foi de + 0,57. O coeficiente de regressão foi quase independente da fertilidade do
solo, densidade da plantação e do tipo de material vegetativo usado.
A equação de regressão foi:
Y = 5.96 + 0.46 x
Onde:
Y = Peso médio do cacho
X = Diâmetro médio do pseudocaule medido em cm no momento da floração.
Segundo Perez (1972) e Siqueira (1984) o diâmetro do pseudocaule é,
provavelmente, o que mais se correlaciona positivamente com as características de produção.
O aumento da massa vegetal da planta matriz durante a fase de desenvolvimento vegetativo
leva ao aumento do diâmetro do pseudocaule, o que possivelmente explica a correlação entre
diâmetro e rendimento da bananeira, como foi verificado por Iuchi et al. (1979) e Siqueira
(1984).
A velocidade de crescimento do pseudocaule do sucessor durante o período
Floração-Colheita da planta mãe é primordial; quando cresce muito em altura, com certeza
terá uma inflorescência grande. Uma velocidade de crescimento de 8 a 10 cm em 10 dias, em
geral, é necessária. A relação entre altura e número de folhas emitidas em um determinado
momento é muito importante, quando tem inflorescências pequenas se nota sempre um
29
desequilíbrio entre ambas e as plantas têm entrenós falsos mais curtos, apresentando aparência
arrepolhada (SOTO BALLESTERO, 1992).
O número de dedos por palma e por cacho é determinado no momento da
diferenciação floral. Maior ou menor número de dedos será consequência do desenvolvimento
da planta e das condições ecológicas e de cultivo que ocorram em períodos anteriores a esta
diferenciação. O número de dedos por palma ou por cacho determina o seu tamanho e peso no
momento da colheita. O número de dedos por cacho para frutas de diferentes tamanhos foi
estudado por Jaramillo (1982).
A influência do clima durante o intervalo entre floração e colheita, é primordial
sobre o incremento diário no diâmetro dos frutos e esta ação pode prolongar-se ao período que
antecede a floração. O peso do cacho é dado pelo número, comprimento e diâmetro dos
dedos, assim como pela relação polpa-casca e o peso específico de cada uma das partes
(SOTO BALLESTERO, 1992).
Como o crescimento é avaliado em variações em tamanho de algum aspecto da
planta, geralmente morfológico, em função da acumulação de material resultante da
fotossíntese líquida, esta passa a ser o aspecto fisiológico de maior importância para a análise
de crescimento. Exceções ocorrem como, por exemplo, o alongamento de caule por alta
atividade auxínica, sobre condições de ausência de luz (estiolamento), conforme citado por
Robinson (1996), de que um elevado número de folhas pode resultar em autossombreamento
das plantas, o que faz com que o número de folhas nem sempre esteja associado a aumento
nas assimilações líquidas.
A análise de crescimento permite avaliar o crescimento final da planta como um
todo e a contribuição dos diversos órgãos no crescimento total. A partir dos dados de
crescimento pode-se inferir atividade fisiológica, isto é, estimar-se de forma bastante precisa,
as causas de variação de crescimento entre as plantas geneticamente diferentes ou entre
plantas crescendo em ambientes diferentes.
A análise de crescimento pode ser muito útil no estudo do comportamento vegetal
sob diferentes condições ambientais, incluindo condições de cultivo, de forma a também
selecionar cultivares ou espécie que apresente características funcionais mais apropriadas,
além de que, a análise de crescimento para previsão de produções tem sido adotada na
elaboração de diversos modelos.
Do ponto de vista biológico, a análise de crescimento é uma ferramenta
indispensável para o melhor conhecimento das plantas como entidades biológicas que são,
independentes de exploração agrícola.
30
O crescimento caracteriza-se por aumento de tamanho e/ou peso, mas grande
parte desse crescimento é irrelevante para novo crescimento, já que é constituído de material
inerte, ou seja, não envolvido diretamente no crescimento. Nas plantas superiores, somente os
meristemas têm relação direta com o crescimento, pois este é função do número e tamanho de
células, e somente nos meristemas se dá multiplicação de células.
A análise de crescimento tem por finalidade interpretar analiticamente o
crescimento de uma planta. Este tipo de análise pode ser estendido, com algumas
modificações, a populações ou comunidades vegetais. Com esta análise, pode-se avaliar a
produção líquida das plantas, derivada do processo fotossintético, que é o resultado do
desempenho do sistema assimilatório durante um determinado período de tempo.
31
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
O trabalho foi realizado no período de dezembro de 2009 à dezembro de 2010 na
Fazenda Pico Estreito, localizada no Distrito de Pico Estreito, distante, aproximadamente, 40
km do município de Mossoró-RN, cujas coordenadas geográficas são: 5° 02‟ 15,43‟‟S, 37°
38‟ 13,91‟‟W ou 651.078E e 9.443.017N em UTM, e altitude de 90m. A propriedade
apresenta uma área total de, aproximadamente, 38 ha, e faz parte da região da Chapada do
Apodi, onde está situado um dos mais prósperos Pólos de Irrigação do Nordeste.
Geograficamente, o município de Baraúna limita-se ao leste com o município de
Mossoró, ao oeste e norte com o Estado do Ceará e ao sul com o município de Governador
Dix-Sept Rosado. Tem uma área de 888 km2 e está localizado na microrregião de Mossoró, a
uma altitude de 94 m, longitude (S) de 5º 04‟ 44‟‟ e latitude (W) 37º 37‟ 00‟‟.
Figura 5 - Campo onde foi realizado o experimento.
Fonte: Medeiros (2010)
De acordo com a classificação de Köppen, o clima predominante na região é do
tipo BSw‟h‟, caracterizado por ser muito quente e semi-árido, com a estação chuvosa se
atrasando para o outono. Os índices pluviométricos situam-se, em média, em torno dos 677
mm por ano (AMARO FILHO, 1991). Como a evaporação é sempre maior que a precipitação,
as águas pluviais não são suficientes para formar mananciais perenes. A umidade relativa
média é de 70% e a temperatura média anual é de 27,6°C (CHAGAS, 1997; SERHID, 2001).
O município de Baraúna apresenta relevo plano, com existência de pequenas
depressões ou dolinas e declividade máxima de 3%. Os solos apresentam textura uniforme ao
longo de seu perfil, ocorrendo solos de textura média a argilosa, com profundidade de 0,5 a
1,0 m, oscilando de rasos a pouco profundos, associados com afloramentos de rochas
calcárias da Formação Jandaíra. O solo onde foi realizada a pesquisa está classificado como
32
sendo um Cambissolo Háplico Ta eutrófico típico, textura franco-argiloarenosa, A moderado,
fase caatinga hiperxerófila, relevo plano, substrato calcário (EMPRESA BRASILEIRA DE
PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2006; MOTA, 2004). A vegetação nativa é dominada pela
caatinga arbustivo-arbórea, onde, na maioria das espécies, há uma presença marcante da
caducidade foliar sobre as outras formas de resistência à seca.
Esta região foi selecionada pela prática da agricultura irrigada desde a década de
90, e que inexistem estudos aprofundados com relação à cultura da banana desenvolvida nessa
região.
No estudo foi utilizada a variedade Pacovan, sendo avaliada apenas durante o seu
primeiro ciclo vegetativo, plantada no espaçamento de 2,0 x 2,5, em disposição triangular
com fileiras duplas. Essa cultivar foi escolhida devido à sua grande importância, consumo e
área plantada na região. O sistema de irrigação utilizado foi o de microaspersão, com vazão de
58 l/h.
A água de irrigação utilizada é proveniente de poços do aqüífero Calcário
Jandaíra, com poços rasos de aproximadamente 110 m de profundidade, com custo de
implementação e captação relativamente baixos, mas apresentando água de qualidade inferior
(CEa variando de 1,5 a 1,9 dS.m-1), com abundância de Ca e HCO3.
3.2 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
Para estabelecer as relações entre os aspectos do cresciemento vegetativo
(emissão foliar, largura máxima das folhas e número de folhas funcionais nas plantas/semana
- até a emissão do mangará; e, perímetro do pseudocaule), e correlacionar com a produção
(peso do cacho), a condução foi executada da seguinte forma: inicialmente, foram marcadas
aleatoriamente em campo de plantio convencional proveniente de rizomas, 30 plantas de
mesma idade, onde a folha mais nova de cada planta foi identificada com fita adesiva,
semanalmente, e, foram feitas a cada semana as contagens da quantidade de folhas emitidas
por cada planta marcada. Foram feitas ainda as medições da largura das folhas, sempre
considerando a largura máxima no momento da medição. A partir da 1ª Medição, que só foi
realizada 08 semanas após o plantio, foram consideraradas como padrão as medições do
perímetro do pseudocaule, a 30 cm da altura da planta, e, após a emissão do mangará, ou, se
antes disso as larguras máximas das folhas se tornassem constantes, deixava-se de fazer as
contagens, mas as medições da largura máxima das folhas continuavam sendo realizadas,
juntamente com as medições do perímetro do pseudocaule a 30 cm de altura, até a semana de
33
colheita dos cachos. Na época de colheita, se teve todo o cuidado com os cachos das plantas
marcadas, pois estes foram despalmados, contadas as quantidades de palmas/cacho e o
número de dedos/palma, e, finalmente, pesadas as palmas de todo o cacho, sendo uma a uma,
e, depois foram feitas as somas para se obter o peso total do cacho. As palmas foram medidas
na ordem da maior para a menor, ou seja, de cima para baixo do cacho, os dados foram
digitados em planilha do EXCEL, e, posteriormente analisados. A cada semana, foram feitos
os registros de desenvovlimento do experimento através de fotos (folhas e plantas), e em todas
as avaliações foram feitas as anotações nas planilhas dos dados das medições, assim como,
quaisquer observação que fosse julgada de importância relevante de ser relatada.
As práticas usuais da condução de um bananal (desbaste, desfolha, escoramento,
controle de doenças, pragas e plantas invasoras) foram executadas de acordo com as
recomendações descritas por Moreira (1999) durante todo período do experimento.
3.3 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS
3.3.1 Número de Folhas
Para avaliar o número de folhas por planta, foram realizadas contagens diretas
semanalmente, considerando apenas as folhas fisisologicamente funcionais. Foi tomado como
base o princípio de que, quanto maior o número de folhas da planta, provavelmente maior o
seu vigor e suas reações fisiológicas, em função do maior poder de fotossintetizar,
dependendo da exposição aos raios solares as quais as folhas se encontrem.
Figura 6 - Plantas da cultivar Pacovan em pleno desenvolvimento vegetativo
Fonte: Medeiros (2010)
34
3.3.2 Largura Máxima das Folhas
Na avaliação da largura máxima das folhas, as medições também foram realizadas
semanalmente, com o auxílio de trena milimetrada, tomando-se como base o crescimento que
pode variar de 7 a 10 dias (MOREIRA, 1999).
3.3.3 Perímetro do Pseudocaule
As medições do perímetro do pseudocaule além de serem realizadas
semanalmente, também com o auxílio de uma trena milimetrada, eram feitas à altura de 30 cm
da superfície do solo, conforme recomendado por Soto Ballestero (1992), pois como o
diâmetro do pesudocaule varia com a altura, a medição pode ser feita a essa altura, em
qualquer estágio de desenvolvimento, assim como, para qualquer cultivar. Essa medida
também pode ser tomada como base do vigor da planta, pois, além de se observar que os
cachos mais pesados são provenientes de plantas que apresentam pseudocaules bem robustos,
durante a pesquisa, pôde-se observar também o momento quando a parição se deslocou no
pseudocaule, apresentando variações nas medições, indicando a passagem da inflorescência,
que futuramente iria se transformar em cacho.
3.3.4 Peso dos Frutos
Ao final, o peso dos frutos é a etapa de fundamental importância, pois após a sua
realização, pode-se fazer as correlações entre os parâmetros de crescimento e a produção, para
que seja verificada a existência ou não da relação entre os parâmetros estudados com a
produtividade. Foi utilizada uma balança digital com capacidade para 200kg.
35
3.4 MODELO DE AVALIAÇÃO
O modelo de crescimento utilizado (2) foi adaptado do proposto por Maia e
Morais (2005), equação 1.
(1)
(2)
onde:
P = variável dependente (número de folhas, perímetro do pseudocaule);
T = dias após o plantio;
Pmax, α e n: parâmetros do modelo ajustados por metodologia de regressão não linear, sendo
Pmax o valor estimado de P durante o ciclo da cultura.
Pini = o valor estimado de P no início do experimento.
Para a estimativa da taxa de crescimento absoluta (TCA) e da taxa de crescimento
relativa (TCR), foram derivadas da equação 1 as equações 3 e 4, respectivamente, de acordo
com Maia & Morais (2005).
(3)
(4)
36
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO
Na fase inicial do desenvolvimento da cultura, a emissão foliar ocorreu de forma
considerada normal, emitindo em média, uma folha a cada semana, corroborando com os
dados apresentados por Aubert (1973), Moreira (1999) e Soto Ballestero (1992), onde citam
que uma bananeira emite geralmente de 25 a 35 folhas, com uma frequência de emissão de
uma folha a cada 7 a 10 dias em condições favoráveis, o que reflete uma taxa de crescimento
em torno de 7 mm h-1, para os cultivares mais frequentes da zona tropical. Entretanto, em
casos de deficiências nutricionais, de déficit hídrico ou mudanças bruscas de temperatura, se
observa que a frequência de emissão foliar pode ser de uma folha por mês ou mais. Em
períodos de seca relativa, pode variar de 10 a 12 dias entre duas folhas sucessivas. Em geral,
uma folha por semana é um bom índice de produção (SIMMONDS, 1973; LASSOUDIÈRE,
1978c).
O pico máximo médio do número de folhas ocorreu aos 127 dias após a 1ª
medição, onde, em seguida, iniciou um decréscimo do número de folhas (Figura 7a),
coincidindo com o florescimento, fase a qual a planta diminui seu ritmo de emissão foliar,
conforme verificado por Moreira (1999), onde cita que, anteriormente ao aparecimento da
inflorescência, a bananeira emite as últimas 3 a 4 folhas com dimensões cada vez menores.
Além desse fato, ocorreu ainda a coincidência da época dos tratos culturais de desfolha, além
de que, pela heterogeneidade do desenvolvimento, ocorreu ainda a senescência das folhas
mais velhas, as quais não entraram nas contagens, pelo fato de não serem mais consideradas
funcionais. Também citado por Soto Ballestero (1992) que, antes da floração, a planta mãe
direciona seus nutrientes à formação do cacho, e, depois da floração, direciona parte dos
nutrientes aos filhos.
Para o perímetro do pseudocaule, verificou-se que o mesmo teve o seu
desenvolvimento inicial de forma lenta, até aproximadamente aos 80 dias após a 1ª medição
(Figura 7b), onde, em seguida, ocorreu de forma um pouco mais rápida até por volta dos 184
dias após a 1ª medição, atingindo o máximo de 55,12 cm, voltando a acontecer de forma
lenta, tendendo à estabilização. Possivelmente esse fato ocorre em razão da planta, após
atingir a floração, direcionar seus nutrientes não mais somente ao cacho, pois, parte será
direcionada à nutrição dos filhos, passando, portanto, a ser reduzido, praticamente
estabilizado, o seu crescimento vegetativo, fato esse verificado por Soto Ballestero (1992),
37
onde cita que a emissão de raízes após a floração se detém a nutrir, em parte, os filhos, que
inclusive, competem por nutrientes entre si.
Com relação à largura máxima das folhas observou-se que a cada semana as novas
folhas emitidas apresentavam largura máxima das folhas maiores, até atingir o máximo de
66,78 cm aos 99 dias após a 1ª medição, onde, a partir de então, houve tendência de
estabilização (Figura 7c). Porém, depois dos 127 dias após a 1ª medição houve reduções na
largura máxima das folhas, o mesmo encontrado por Moreira (1999), onde verificou que,
quando a bananeira emite as últimas 3 a 4 folhas, estas ocorrem com dimensões cada vez
menores.
Figura 7 - Emissão foliar (a), Perímetro do Pseudocaule (b) e Largura Máxima das Folhas (c), em função do
tempo.
(b)
(a)
(c)
Fonte: Medeiros (2012)
38
4.2 CORRELAÇÕES ENTRE AS CARACTERÍSTICAS ANALISADAS
Verificou-se correlação positiva entre o número máximo de folhas e o peso de
frutos (Tabela 3). Arantes, Donato e Silva (2010), estudando os genótipos Terra, Terramaranhão, Terrinha, D‟Angola e Fhia 21, verificaram não haver correlação significativa entre
o peso do cacho e número de folhas vivas no florescimento. Porém, Donato et al. (2006)
registraram, para esses caracteres, correlações não significativas em 53% e significativas em
47 % para os genótipos Prata-Anã, Pacovan, Grand Naine, Nanicão, PA42-44, Preciosa,
Japira, Pacovan-Ken, ST12-31, Ambrosia, Calipso, Bucaneiro e Fhia-02. A quantidade de
folhas no florescimento pode influenciar o desenvolvimento do cacho, pois este depende
diretamente da taxa de fotossíntese da planta (SOTO BALLESTERO, 2008).
Tabela 3 - Correlações entre as características vegetativas de crescimento e a produção.
Características Analisadas
Correlações
Nº de Folhas X Peso dos Frutos
0,4664ns
Perímetro do Pseudocaule X Peso dos Frutos
0,7799*
Diâmetro das Folhas X Peso dos Frutos
0,5852*
Foi feita a análise através do teste “T” de Student, ao nível de 5% de probabilidade.
Fonte: Medeiros (2012)
Ramos, Leonel e Mischan (2009), correlacionando peso do cacho e os fatores
produtividade observou que as correlações entre as características estudadas variaram entre os
genótipos, porém todos apresentaram coeficientes de correlação significativos e positivos. Os
autores concluíram ainda que as estimativas entre peso do cacho e circunferência do
pseudocaule foram predominantemente não significativas. Fernandez-Caldas et al. (1977),
verificaram que, embora o número de pencas seja um bom índice para prever a produção, o
diâmetro do pseudocaule apresenta uma correlação maior com o peso do cacho.
Verificou-se ainda correlação positiva entre o perímetro do pseudocaule e o peso
de frutos (Tabela 3). Donato et al., (2006) concluíram haver relação direta entre peso do cacho
e perímetro do pseudocaule, entretanto as correlaçoes foram predominantemente não
significativas nos dois ciclos de produção, e ainda que a associação peso do cacho e número
de folhas no florescimento mostrou estimativas predominantemente não significativas e
positivas.
O perímetro do pseudocaule apresentou correlação positiva com o peso dos frutos
(Tabela 3). No entanto, Holder e Cumbs (1982) observaram, para variedade „Robusta‟, que a
39
produção de flores femininas está positivamente correlacionada com o diâmetro do
pseudocaule. Já Siqueira (1984) constatou, a partir de clones da bananeira „Prata‟, que dentre
os caracteres relacionados ao desenvolvimento vegetativo, o perímetro do pseudocaule,
seguido pelo número de folhas no florescimento, foi aquele que mais se correlacionou
positivamente com os caracteres da produção. Segundo o autor, é possível, na bananeira
„Prata‟, selecionar genótipos menores sem prejudicar a produção, pois a altura da planta, na
maioria dos clones avaliados, não se relacionou com nenhum caráter associado ao
rendimento.
Segundo Arantes, Donato e Silva (2010) estudando os genótipos Terra, Terramaranhão, Terrinha, D‟Angola e Fhia 21, concluiu que as associações entre o peso do cacho e
o perímetro do pseudocaule não foram significativas, com exceção de 'D‟Angola', que
apresentou correlação significativa e negativa. De acordo com Lima Neto et al. (2003), a
associação entre o peso do cacho e o diâmetro do pseudocaule exibiu valores, na maioria,
positivos e significativos. Entretanto, estimativas negativas foram observadas em alguns
genótipos avaliados (Nam, Grande Naine, Nanica, Thap Maeo, Mysore, Caipira, Prata
Comum, Pacovan e Prata Anã e os híbridos PA12-03, PA03-22, FHIA-18, PV03-76, PV03-44
e JV03-15). Já as estimativas da associação entre o peso do cacho e o número de folhas
funcionais na colheita foram, não apresentaram correlação.
Flori et al. (2007) encontraram que a correlação entre a circunferência da planta e
o peso do seu cacho foi significativa e positiva quando são analisados os dados entre plantamãe e seu cacho, já quando os dados referem-se a planta-filha e seu cacho a correlação não é
significativa. A correlação não significativa entre a circunferência do pseudocaule e o peso do
cacho da planta filha faz crer que outros fatores podem afetar esta correlação. No entanto, as
circunferências dos pseudocaules entre planta mãe e da planta-filha correlacionam-se
positivamente entre si.
4.3. ANÁLISE DE CRESCIMENTO
O crescimento caracteriza-se pelo aumento de tamanho e/ou peso e tem caráter
quantitativo. O termo desenvolvimento é mais abrangente e envolve todas as mudanças
qualitativas (diferenciação) e quantitativas (crescimento) experimentadas pela planta.
A análise de crescimento baseia-se fundamentalmente no fato de que, em média,
aproximadamente 90% da matéria seca acumulada pelas plantas ao longo do seu crescimento,
resulta da atividade fotossintética, e o restante, da absorção de nutrientes minerais do solo.
40
Nos sistemas naturais, o crescimento não é infinitamente exponencial, porque o
ambiente se torna aos poucos limitante, restringindo o crescimento. As curvas de crescimento
obtidas nesse estudo, levando-se em consideração o número de folhas (Figura 8a) e o
perímetro do pseudocaule (Figura 8b) ambas em função do tempo, não diferem da curva
clássica de crescimento de uma planta (Ferri, 1979), apresentando-se na forma sigmoidal
(indicativo dos períodos de repouso e crescimento no decorrer das estações desfavoráveis e
favoráveis ao crescimento), com bom ajuste, mostrado pelos coeficientes de determinação,
sendo de 0,9966 para o número de folhas e 0,9967 para o perímetro do pseudocaule, onde três
fases podem ser claramente detectadas: a fase logarítmica ou exponencial, a fase linear e a
fase senescente. Na fase logarítmica ou exponencial, o crescimento é devido a um aumento
em tamanho por unidade de tempo, sendo inicialmente lenta, pois a planta depende das
reservas da semente para a produção dos órgãos que a compõem. Na fase linear, o aumento
continua constante, onde ocorre a taxa máxima de crescimento de uma planta, porque após o
desenvolvimento do sistema radicular e a emergência das folhas, os processos anabólicos
(dependentes da fotossíntese), se traduzem por um rápido crescimento, atingindo o ponto
máximo de crescimento, o seu tamanho definitivo. Na fase senescente, ocorre inicialmente a
paralização da produção de matéria orgânica, porque começa a haver predomínio da
respiração em relação à fotossíntese, ou seja, há maior consumo do que produção, reduzindo o
número de folhas, onde o crescimento tende à estabilização e/ou leve queda, até atingir a fase
de colheita dos frutos.
Figura 8 - Curvas de Crescimento, considerando o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b), em
função do tempo.
(a)
Fonte: Medeiros (2012)
(b)
41
A forma sigmoidal também foi encontrada por Pereira et al. (2000), quando
estudaram o comportamento da bananeira (Musa spp.) „Prata Anã‟ no primeiro ciclo de
produção sob diferentes espaçamentos e verificaram um padrão sigmoidal para o crescimento
das plantas ajustando o modelo logístico para a característica altura das plantas.
4.3.1 Taxa de Crescimento Absoluto (TCA)
A taxa de crescimento absoluto (TCA) pode ser definida como a variação da
massa seca com o tempo e representa a capacidade de produção de fitomassa da cultura, isto
é, sua produtividade primária. A TCA é o somatório das taxas de crescimento dos diversos
componentes das plantas (PEREIRA; MACHADO, 1987). A TCA representa o ganho de
matéria seca de uma planta sem levar em consideração o material inicial existente que deu
origem a esse ganho. No presente trabalho os componentes utilizados foram: número de
folhas e perímetro do pseudocaule. Segundo Benincasa (2004), todo crescimento resultará da
produção de material suficiente para atender às necessidades metabólicas do material já
existente e, ainda, para armazenar ou construir novo material estrutural, uma vez que
conceitualmente, a análise de crescimento estabelece que a taxa de crescimento de uma planta
é função do tamanho inicial (período em que se inicia a observação).
Para a taxa de crescimento absoluto, considerando o número de folhas em função
do tempo (Figura 9a), observou-se que o desenvolvimento ocorre de forma rápida, até
aproximadamente os 23 dias, atingindo o seu valor máximo, e, em seguida, sofre redução
gradativa.
Após a fase de crescimento lento, a planta passa a ter como dreno preferencial a
parte aérea e o crescimento é exponencial até atingir um valor máximo. A diminuição
observada do número de folhas no final do ciclo se deve a vários fatores, dentre os quais, a
senescência e abscisão foliar induzinda pela distribuição preferencial de assimilados em
direção aos frutos, conforme citado por Benincasa (1988) e verificado para a cultura do feijão
por Bastos et al.(2002).
A diminuição da TCA do número de folhas também pode ser observada em outras
culturas, como por exemplo em feijão, onde Bastos et al. (2002), verificaram a diminuição de
TCA para número de folhas e justificaram em função do início da formação de vagens e
enchimento dos grãos, o que proporciona a retenção de maior número de fotoassimilados,
reduzindo sensivelmente a emissão de novas folhas.
O comportamento da TCA para o perímetro do pseudocaule foi lenta até os 15
dias, posteriormente o seu desenvolvimento ocorre de maneira mais rápida, sendo a TCA
42
máxima aos 57 dias, e em seguida, a taxa de crescimento diminui, ocorrendo de forma
gradativa (Figura 9b). O crescimento inicial lento é devido ao fato das plantas gastarem
grande parte da energia para a fixação no solo, principalmente com a exploração deste pela
emissão de raízes pela planta, sendo as raízes nesta fase o dreno preferencial dos
fotoassimilados, levando a uma maior produção de matéria seca de raiz quando comparada
com a parte aérea (PACE et al., 1999).
Figura 9 - Taxa de Crescimento Absoluto (TCA) para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b),
em função do tempo.
(a)
(b)
Fonte: Medeiros (2012)
De acordo com Borges, Silva e Oliveira (1997), a bananeira apresenta crescimento
lento até o quarto mês, com pequena absorção de nutrientes e demanda por água. No entanto,
do quarto mês até o florescimento (sétimo ao décimo mês) o crescimento é intenso, com
acúmulo significativo de matéria seca e, conseqüentemente, de nutrientes.
4.3.2 Taxa de Crescimento Relativo (TCR)
A taxa de crescimento relativo de uma planta ou qualquer órgão da planta reflete o
aumento da matéria orgânica em um intervalo de tempo, dependente do material préexistente. A TCR é a medida mais adequada para avaliar o crescimento de uma planta,
representando a quantidade (área, volume, peso) de material vegetal produzido por
determinada quantidade de material existente, durante um intervalo de tempo prefixado.
A taxa de crescimento relativo para o número de folhas (Figura 10a) e para o
perímetro do pseudocaule (Figura 10b) comprova o encontrado na taxa de crescimento
absoluto para ambos, pois, observa-se que no mesmo tempo de 57 dias, o desenvolvimento é
reduzido, tendendo à estabilização. A taxa de crescimento relativo (TCR) sofre redução
43
brusca a partir dos 15 dias, sendo essa redução mais lenta até os 79 dias, tendendo à
estabilização até o final do ciclo.
Figura 10 - Taxa de Crescimento Relativo (TCR) para o número de folhas (a) e o perímetro do pseudocaule (b),
em função do tempo.
(a)
(b)
Fonte: Medeiros (2012)
Segundo Fayad et al., (2001), os decréscimos nos valores da TCR, ao longo do
ciclo, são comuns para a maioria das espécies.
De acordo com Costa, Morison e Dennett (1997) a taxa de crescimento pode ser
afetada principalmente por dois componentes, sendo o primeiro a quantidade de
fotoassimilados investido nas folhas em comparação com o restante da planta, e, segundo,
pela eficiência dos componentes assimilatórios.
Em conformidade com o que foi verificado nesse trabalho, na pesquisa feita por
Arantes, Donato e Silva (2010), ao se considerar todos os genótipos (Terra, Terra-maranhão,
Terrinha, D‟Angola e Fhia 21) simultaneamente, observaram um comportamento padrão, com
relação direta, significativa e com valores de elevada magnitude entre o peso do cacho, que é
o caráter que melhor expressa a produção, e os demais caracteres estudados. Com relação às
características de diâmetro do fruto, do diâmetro do pseudocaule, do número de pencas e do
comprimento do fruto, apresentaram os menores valores de coeficientes de variação
(ROCHA, 2010).
44
5 CONCLUSÕES
Verificou-se correlação positiva e significativa entre o perímetro do pseudocaule e o
peso dos frutos, para a cultivar Pacovan;
Verificou-se correlação positiva e significativa entre a largura máxima das folhas e o
peso dos frutos, para a cultivar Pacovan;
Verificou-se que, apesar da correlação para o número de folhas e o peso dos frutos ter
sido positiva, a mesma não foi siginificativa, para a cultivar Pacovan;
Foi observado que o tempo para a taxa de crescimento absoluto máximo ocorreu aos
57 dias após a primeira medição, para o perímetro do pseudocaule;
Foi observado que o tempo para a taxa de crescimento absoluto máximo ocorreu aos
23 dias após a primeira medição, para o número de folhas;
Foi observado ainda que, a taxa de crescimento relativo teve a sua redução iniciada a
partir dos 15 dias após a primeira medição, tendendo à estabilização aos 79 dias após a
primeira medição, até o final do ciclo, para o perímetro do pseudocaule e para o
número de folhas.
45
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