Tumores intestinais Sônia Maria Neumann Cupolilo Patologia Especial II UFJF - 2013 Carcinoma coloretal: fatores FATORES AMBIENTAIS, DIETÉTICOS, BAIXO CONTEÚDO DE FIBRAS, ALTO CONTEÚDO DE GORDURAS E CARBOIDRATOS REFINADOS, MENOR INGESTÃO DE MICRONUTRIENTES PROTETORES AÇÃO DA FLORA, ABSORÇÃO DE PRODUTOS TÓXICOS E CARCINOGÊNICOS FATORES PREDISPONENTES PÓLIPOS HIPERPLÁSICOS X ADENOMATOSOS COLONOSCOPIA Pólipos Não neoplásicos Pólipo inflamatório Pólipo hiperplásico Pólipos hamartomatosos Pólipo juvenil Pólipo de Peutz-Jeghers S. de Cowden e S. de Bannayan-RuvalcabaRiley S. Cronkhite-Canada 6 Pólipos Inflamatórios Pólipos que se formam como parte da síndrome da úlcera retal solitária, exemplo de lesão puramente inflamatória. DII Clínica: Sangramento retal Corrimento mucoso Lesão inflamatória de parede retal anterior Tardiamente pode levar ao prolapso da mucosa retal Pólipo se forma após ciclos de injúria e cura 7 Pólipo Hiperplásico • Qualquer idade, ↑na 6ª e 7ª décadas, isolados ou múltiplos • Macro:menos de 5mm, sésseis, pendunculados quando maiores • Micro:glândulas alongadas e pregueadas, mitoses na base, espessamento de membrana basal • Síndrome dos pólipos hiperplásicos múltiplos (ca) 8 Hamartomas: Polipose Juvenil Em crianças e adultos, isolados (retenção) ou polipose juvenil múltipla Esporádicos ou sindrômicos Macro: hamartomas arredondados, císticos, pedunculados Micro: glândulas císticas dilatadas em cório abundante e edematoso Localização maior no reto, 3 a 100 pólipos Gene mutado SMAD4, BMPR1A Risco de adenomas e carcinomas 10 Pólipo de Peutz-Jeghers Hamartomas 10 a 15 anos Pigmentação melanótica cutâneo-mucosa Macro: grandes, pedunculados, lobulados Micro: glândulas desorganizadas, vários tipos celulares, muscular lisa Gene mutado LBK1/STK11 Associação com Ca ( pâncreas, mama, pulmão, ovário, útero e TGI ) 11 Síndrome de Peutz-Jeghers Pólipos Hamartomatosos HIPERPLÁSICOS JUVENIL HAMARTOMATOSOS Epitélio normal Epitélio normal 14 Cripta normal 15 Pólipos adenomatosos Distúrbio proliferativo Crescimento da zona proliferativa Substituição das células normais por células pouco diferenciadas Redução acentuada de produção de mucina Aumento do número de mitoses Redução do número de apoptoses 16 Pólipo adenomatoso 17 Pólipo adenomatoso Alterações proliferativas 18 Pólipo adenomatoso 19 Tipos de adenomas 1- Adenomas tubulares: (glândulas tubulares) 2- Adenomas vilosos: (projeções vilosas) 3- Adenomas tubulo-vilosos 20 ADENOMA TUBULAR PEDICULADO SÉSSIL ADENOMA INTESTINAL ADENOMAS TUBULARES PÓLIPOS INTESTINAIS ADENOMA TUBULAR ADENOMA VILOSO PÓLIPOS INTESTINAIS ADENOMA TUBULOVILOSITÁRIO Vilosos e tubulovilositários ADENOMAS TUBULOVILOSITÁRIOS E VILOSOS DISPLASIA Polipose adenomatosa familiar (PAF) Síndromes de Polipose familiar São desordens autossômicas dominantes incomuns. 10 a 15 anos (clássica) e 40 a 50 (atenuada) Propensão para transformação maligna Base molecular do câncer colorretal. Gene mutado APC e MUTYH Adenomas múltiplos + de 100 para o diagnóstico 12 POLIPOSE ADENOMATOSA FAMILIAR POLIPOSE FAMILIAR Tipos de adenomas 4- Adenoma serrilhado • Características arquitetônicas de proliferação anormal, • diminuição da apoptose - base p/ o crescimento anormal • Ramificação de criptas e Dilatação das a base das criptas, • Padrão de crescimento peculiar -criptas parecem crescer paralelamente à mucosa muscular, muitas vezes criando um T invertido ou L 21 Serrated tradicional Serrated séssil Comparação entre os pólipos hiperplásicos X adenomatosos Pólipos mistos X adenoma com displasia de alto grau Adenocarcinoma em pólipo Epidemiologia A incidência aumenta com a idade. A prevalência de adenomas colônicos é de 20 a 30% antes dos 40 anos; Homens e mulheres são igualmente afetados. Existe predisposição familiar definida: risco aumentado em 4x em parentes de primeiro grau (ex: indivíduo cujo pai porta adenoma esporádico) Adenomas tubulares são os mais comuns, seguido de tubulo-vilosos (5 a 10%) e vilosos (1%). 22 Etiopatogenia Adenomas intestinais surgem por alterações displasicas no tecido epitelial resposta a fatores lesivos. A dieta é um fator de risco p/ pólipos, sendo então, o fator mais estudado. Há relação com ingestão de gorduras saturadas. Mais prevalente em países cujas sociedades consomem altas quantidades de gordura saturada. 23 Outros fatores Obesidade Ingestão inadequada de Cálcio e Vitamina D ↑ na produção de Prostaglandina Sedentarismo Aporte excessivo de calorias 24 Transformação maligna Sequência adenoma - câncer Aproximadamente 5% dos adenomas sofrem transformação maligna num período de 10 a 15 anos. 1ª etapa Mutações germinativas ou somáticas APC 5q21 2ª etapa Mutações Perda Anormalidades em Homozigótica da metilação proto de genes APC oncogenes Supressores. Β - catenina K-RAS 12p12 Superexpressão de COX 2 Mutações Adicionais Alterações cromossomicas grosseiras Telomerase 25 Pólipo de cólon – 5mm 26 Pólipos do colon > 4 cm diâmetro Adenomas ou pólipos adenomatosos com potencial maligno. Pólipos 27 Tratamento 28 Epidemiologia Estimativa INCa 2010 O número de casos novos de câncer de cólon e reto estimado para o Brasil no ano de 2010 será de 13.310 casos em homens e de 14.800 em mulheres. O risco estimado de 14 casos novos a cada 100 mil homens e 15 para cada 100 mil mulheres. 31 Epidemiologia 32 Câncer no Brasil – Estimativa INCa 2010 33 Rastreamento do câncer colorretal 34 Câncer colorretal 35 Avaliação História clínica Exame físico Pesquisa de sangue oculto nas fezes. Toque retal, anuscopia Retossigmoidoscopia Colonoscopia ou enema opaco Biópsias 36 Investigação diagnóstica Colonoscopia: • Para pacientes cuja origem do sangue oculto nas fezes não foi identificada através do toque retal ou retossigmoidoscopia. • Possibilita a visualização do pólipo e a polipectomia. • Estudo anátomo patológico: Padrão ouro • Adenoma X pólipos não adenomatosos ( inflamatórios, hiperplásicos, hamartomatosos) • Adenoma X adenocarcinoma 38 Quadro clínico Cólon direito: dor ou simples desconforto, fraqueza, perda de peso, diarréia menos obstrução, massa abdominal palpável, presença de sangue oculto nas fezes. 41 Quadro clínico Cólon esquerdo: dor, sinais de obstrução ou de sub-oclusão, constipação intestinal, presença de fezes em fita, presença de sangue nas fezes, massa abdominal menos palpável. 42 Adenocarcinoma Apresentação: macro e micro 43 CARCINOMA COLORETAL : MORFOLOGIA CARCINOMA COLORETAL : MORFOLOGIA Apresentação: microscopia 44 Estadiamento TNM Tis Carcinoma in situ ou carcinoma intramucoso T1 Tumor invade a submucosa T2 Tumor invade muscular própria sem atravessá-la T3a Invasão < 0,1 cm abaixo da muscular própria T3b Invasão 0,1 a 0,5 cm abaixo da muscular própria T3c Invasão >0,5 a 1,5 cm abaixo da muscular própria T3d Invasão > 1,5 cm abaixo da muscular própria T4a Invasão de outros órgãos ou estruturas T4b Invasão de peritônio visceral Linfonodos Nx – linfonodos não avaliados; N0 – ausência de metástases; N 1 – metástases p/ 1 a 3 linfonodos; N2 – metastases p/ 4 ou + linfonodos Metástases Mx- metástases a distancia não avaliadas; M0 ausência; M1 metástases + 45 ESTADIAMENTO: ASTLERCOLLER A1 - limitado à mucosa B1 - até muscular própria, sem penetrar, linfonodo negativo. B2 - através muscular própria, linfonodo negativo C1 - até muscular própria, sem penetrar; linfonodo positivo. C2 - através muscular própria, linfonodo positivo D - metástases 46 Outras neoplasias malignas Carcinoma retal Carcinoma retal GIST - Macroscopia Necrose Gist duodenal Gist duodenal ulcerado 55 Pleomorfismo e numerosas mitoses GIST > 5 cm, necrose e hemorragia CD117 (c-Kit) 56 GIST : infiltração em lóbulos em meio a muscular Tumores mesenquimais GIST GIST: Sítios Envolvidos Sítio Incidência Estomago 60 a 70% Intestino Delgado 20 a 30% Cólon < 5% Outros (omento, mesentério e esôfago < 5% 59 Carcinoma metastático para parede intestinal METASTASES HEPÁTICAS Carcinóide do apêndice CARCINÓIDE DO ÍLEO 5HT Carcinóides CARCINÓIDE Carcinóide linfoma LINFOMA Linfomas LINFOMA Tumores benignos mesenquimais Lipoma REQUISITOS PARA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS DO TGI CLÍNICA ENDOSCOPIA ANATOMIA PATOLÓGICA Referências INCA, Estimativa 2010. Disponível em <http://www.inca.gov.br/estimativa/2010/index.asp?link=conteudo _view.asp&ID=2> Acesso em 13 julho 2011. DESMET, R.B.V.; ORDONEZ, N.; ROSENBLUM, M.; ANG, L. C.; BILBAO, J.; ROSAI, J. Rosai and Ackerman's Surgical Pathology, 10th Edition, Mosby, London, 2011. KUMAR V, ABBAS AK, FAUSTO N, editores. Robbins e Cotran – Patologia: Bases patológicas das Doenças. 8 ed. Rio de Janeiro. Elsevier; p. 823-833, 2010. KUMAR V, ABBAS AK, FAUSTO N, MITCHELL, R.N. editores. Robbins Patologia Basica. 8 ed. São Paulo. Elsevier. p. 672-684, 2009. SNOVER, D.D.; JASS, J.R.; FENOGLIO-PREISER, C.; BATTS, K.P. Serrated polyps of the large intestine: a morphologic and molecular review of an evolving concept. Am J Clin Pathol , v.124, p.380-391, 2005. 61