A Sustentabilidade na Philips - Projetos de Sustentabilidade

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A SUSTENTABILIDADE NA PHILIPS
Aline Moreira Nogueira*
Amanda Oliveira Winter*
Andréia Benvinda Silva*
Cristina Stefania Guedes*
Danielle Cristina Costa*
Kelly Conceição Duarte*
Resumo: Este artigo tem como objetivo principal responder à questão levantada na
prévia deste trabalho e provar, que a Philips é, de fato, uma empresa sustentável.
Assim sendo, será definido o conceito de sustentabilidade, mostrando a sua
importância para a sociedade em geral e, diante disto, serão explicados os motivos
pelos quais a Philips é considerada mundialmente como uma das empresas que melhor
trabalha o desenvolvimento sustentável.
palavras-chave: sustentabilidade; responsabilidade social, responsabilidade ambiental;
responsabilidade econômica.
Mais do que nunca, o mundo tem progredido. Indústrias, usinas, estradas, cidades,
máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir, surgem no cotidiano da
sociedade, de forma a facilitar e melhorar sua qualidade de vida. Entretanto, como tudo
na vida tem um preço, a facilidade que o progresso proporciona às pessoas custa caro,
pois da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente e destruído o
planeta terra e a natureza.
Segundo um estudioso do assunto, cujo nome permanece em sigilo, “é mais difícil o
mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre do que
acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta”.
Grandes estão se tornando os desequilíbrios econômicos, pois com o enorme
desenvolvimento tecnológico que vem ocorrendo, ao mesmo tempo em que se vê tanta
fartura e riqueza no mundo, tem se, por outro lado, um aumento assustador da miséria,
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Alunas do Curso de Administração de Empresas do Centro Universitário Newton Paiva
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da degradação ambiental e da poluição mundial, conseqüências estas, geradas devido
à irresponsabilidade dos homens. E por quê? Porque o objetivo maior é lucrar, lucrar e
lucrar cada vez mais. Entretanto, de acordo com o livro a Empresa Sustentável, de
Andrew Savitz, o verdadeiro sucesso é lucro com responsabilidade social e ambiental,
ou seja, é possível que a empresa se torne ainda mais sucedida ao trabalhar de forma
socialmente responsável e fazendo o uso de práticas como a sustentabilidade, por
exemplo.
Em poucas palavras, entende-se por sustentabilidade, a preocupação com as pessoas
e o ambiente, não apenas no presente, mas também se levando em conta, que as
gerações futuras têm o direito de usufruir dos mesmos recursos e qualidade de vida
que a sociedade atual.
Mas o desenvolvimento sustentável não se limita apenas a isto, aspectos relacionados
à satisfação das necessidades básicas da população; à solidariedade para com as
gerações futuras, procurando preservar os recursos para que estas também tenham
condições de sobrevivência; à participação consciente da população em relação à
sustentabilidade, cada um trabalhando de forma socialmente responsável, buscando a
melhora das condições atuais; à preservação dos recursos naturais, de forma a não
extingui-los antes do tempo; à elaboração de um sistema social que garanta emprego,
segurança social e respeito a outras culturas; além da efetivação dos programas
educativos com o objetivo de mostrar a real importância de sempre se agir de maneira
socialmente justa e correta, são todas práticas ligadas à questão da sustentabilidade e
que inclusive, devem ser adotadas como metas, não só pelas organizações, mas pela
sociedade, como um todo.
Observa-se que muitas empresas se esqueceram disto e preocupadas cada vez mais
em se desenvolverem e lucrar, utilizam de forma irracional os recursos do planeta, ou
seja, devastam, poluem e desperdiçam mais do que o necessário, não levando em
conta que nada é eterno e que, como tudo na vida acaba, um dia estes recursos
também serão extintos e, provavelmente, serão as gerações futuras as mais afetadas.
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Levando-se em conta a importância do desenvolvimento sustentável para o mundo e,
ciente das conseqüências que a produção de sua empresa gera ao meio ao qual está
inserida, o presidente mundial da Philips, Anton Frederik Philips, assumiu, desde 1970,
um compromisso com a sustentabilidade, uma vez que acredita que toda empresa deve
ter deveres com relação ao progresso econômico e social, respeitando as tradições e
os valores culturais da sociedade na qual opera.
A Philips prova ser uma empresa de elevado nível sustentável, uma vez que adota
ações consideradas socialmente responsáveis, em prol da comunidade e do meio em
que atua. Nela, a consciência sobre sustentabilidade vai desde os funcionários,
fornecedores e parceiros da empresa, até, posteriormente, o alcance da população.
Para a empresa, somente a soma dos esforços individuais de cada cidadão, juntamente
à soma do exercício da cidadania é que irão contribuir para que um futuro sustentável
seja realmente construído. Desta forma, a Philips sempre encoraja seus colaboradores
a trabalhar em projetos voluntários e a levar, independente de qualquer coisa, a
sustentabilidade para a empresa.
Segundo membros da própria equipe Philips, a prática das responsabilidades social,
ambiental e econômica, só é possível quando cada um dos funcionários desta empresa
tem o conceito de responsabilidade individual internalizado, ou seja, é preciso que cada
um tenha consciência própria daquilo que faz e das possíveis conseqüências que seus
atos podem trazer a sociedade como um todo. Entre os projetos de conscientização
que têm relação direta com a responsabilidade individual, tem-se o projeto “Singular”,
que trata entre os funcionários da Philips a questão da diversidade entre as pessoas; a
“Linha Ética”, que funciona como um canal de comunicação entre empresa e
funcionário e que serve para monitorar o desempenho ético de cada um; o “voto
consciente”, que visa conscientizar a percepção do voto em épocas de eleição e abolir
o conceito de que só se vota por ser obrigatório; há ainda o “programa mais vida”, com
foco em saúde, e muitas outras iniciativas relacionadas às políticas de cuidado com a
saúde e a segurança no trabalho.
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As atividades do grupo Philips estão organizadas em seis divisões: Sistemas Médicos,
Aparelhos Domésticos e Cuidados Pessoais, Eletrônica de Consumo, Iluminação,
Semicondutores e outras Atividades. Suas principais invenções foram o sistema de
cassete compacto e os sistemas de leitura óptica baseados em laser – CD-Áudio, CDROM, CD-R/RW, SACD e vários formatos DVD. Para produzir todos estes produtos,
esta empresa não utiliza apenas um recurso que, se mal usado e não reposto, pode
prejudicar o meio, mas sim, vários. Procurando então, praticar da melhor maneira
possível o desenvolvimento sustentável em relação à fabricação de seus produtos, a
Philips trabalha da seguinte forma o chamado “tripé” da Sustentabilidade:
•
Responsabilidade Social, onde procura satisfazer as necessidades das
gerações presentes sem comprometer as gerações futuras;
•
Responsabilidade Ambiental, a fim de preservar o ambiente;
•
Responsabilidade Econômica, visando tornar-se economicamente mais
bem sucedida, uma vez que se trata de uma empresa bem orientada
quanto ao desenvolvimento sustentável.
Melhorar a qualidade de vida das pessoas, através da introdução de inovações
tecnologicamente significativas, é uma das principais metas que a Philips sempre
procura atingir. A preocupação com o bem estar dos clientes, sendo fornecedora líder
de soluções nas áreas de Saúde, Estilo e Vida e Tecnologia é uma das formas como
esta empresa trabalha o desenvolvimento sustentável, através da chamada
responsabilidade social. Ao contrário do que muitos pensam, a sustentabilidade não
tem relação apenas com o meio ambiente, mas também com a qualidade de vida das
pessoas. Assim sendo, a Philips procura oferecer produtos e soluções que sejam
avançadas, fáceis de usar e criadas para atender as necessidades de todos os
consumidores, em qualquer lugar do mundo, a fim de facilitar a vida dessas pessoas e
proporcionar o bem estar delas, fazendo assim, prática do desenvolvimento
sustentável, já que é capaz, através de toda a tecnologia que dispõe, de satisfazer as
necessidades das gerações presentes, mas sempre pensando nas gerações futuras e,
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portanto, fazendo o uso racional de todos os recursos, de forma que não haja
comprometimento destes posteriormente.
Ainda em relação à responsabilidade social, a atuação da Philips geralmente ultrapassa
o seu limite de investimento social privado como patrocinadora de ações sociais. A
empresa sempre se envolve com Ong´s e institutos para compreender e aplicar, em
seguida, as melhores práticas sociais existentes. Um dos maiores diferenciais da
responsabilidade social da Philips é que todos os projetos são primeiramente levados
ao público interno e conforme a aceitação e posterior adesão, estes projetos são então,
adaptados e levados ao público externo. Foi constatado, portanto, segundo informações
do próprio site desta empresa, que a Philips da América Latina, em relação à
responsabilidade social, está à frente das demais regiões, devido à sensibilidade desta
empresa ao traçar suas estratégias e planos. Com a consciência de que, por ser uma
empresa de ponta, com recursos financeiros, humanos e tecnológicos que podem ser
investidos em programas de responsabilidade social, a Philips é capaz de adotar e de
fato adota, ações específicas nas comunidades escolhidas como público-alvo de seus
projetos, definindo ainda, as áreas de saúde e educação como os seus principais focos
de atuação. No Brasil, o termo responsabilidade social foi oficializado em seu
organograma interno no ano de 2000. A partir deste ano, esta empresa tem realizado
diversos trabalhos na área de educação, oferecendo, principalmente aos mais
necessitados, cursos de informática, cozinha e projetos de educação ambiental, tendo
este último, por exemplo, o objetivo de transmitir às crianças a importância de se
proteger o meio ambiente e de se conviver em harmonia com o ecossistema, além de
contribuir também para a capacitação de professores da rede pública de ensino em
relação à educação ambiental. Mas esta empresa não se mostra socialmente
responsável somente através disso. Há também outros trabalhos na área da saúde, tais
como o projeto doe vida (conscientiza jovens sobre gravidez precoce e doenças
sexualmente transmissíveis) e o projeto um quilo de ajuda (objetiva prevenir a
desnutrição infantil).
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Em relação à questão ligada ao ambiente, há mais de três décadas, a empresa vem
incorporando o conceito de responsabilidade ambiental. A preocupação da Philips com
a preservação do planeta está diretamente ligada ao seu planejamento estratégico, em
que produtos, processos e serviços são revistos e planejados para, em seguida, serem
produzidos. Assim sendo, esta empresa procura sempre desenvolver produtos que
causem o menor impacto possível ao meio ambiente, pois acredita que isto seja a base
do negócio sustentável. Fazer o menor uso possível de substâncias tóxicas, fabricar
produtos que contribuam para um consumo de energia reduzido, fazer a reciclagem e a
prática do descarte de embalagens, são algumas das técnicas adotadas pela Philips
para contribuir para a saúde do meio em que esta empresa se localiza. Como membro
do Conselho Mundial de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável, a Philips sabe
o desafio que este desenvolvimento representa e, por isso, busca atitudes pró-ativas
para enfrentá-lo. Assim, de acordo com a sua política ambiental e com o objetivo de
melhorar significativamente a atual situação do mundo, em relação ao uso com abuso
dos recursos presentes sem uma preocupação com as gerações futuras, a Philips é a
favor de que todas as fábricas, obtenham como ela, o certificado ISO14001, pois
através deste é possível descobrir desperdícios e processos ineficientes e tornar
possível a fabricação de produtos com menor quantidade de matérias-primas e
resíduos, contribuindo para a diminuição do impacto ambiental.
Por fim, o último aspecto tratado no tripé da sustentabilidade é a chamada
responsabilidade econômica. Ciente de que os negócios sustentáveis satisfazem as
necessidades das gerações presentes sem comprometer as gerações futuras,
empresas que, como a Philips, são bem orientadas quanto ao desenvolvimento
sustentável, tornam-se economicamente mais bem sucedidas. Com base em estudos, a
movimentação de valor de mercado de empresas que investem em sustentabilidade,
atualmente, ultrapassa o das empresas que não possuem esta visão. Por isso, a
percepção de que o desenvolvimento sustentável é um fator de agregação cresce a
cada dia. Estudos comprovam ainda, que um bom desempenho sustentável da
empresa, resulta, sem sombra de dúvida, em melhor desempenho financeiro e que é
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possível sim, se investir em padrões ambientais, individuais e sociais elevados e se
obter a mesma lucratividade ou até maior.
Sendo ativa na comunidade, a Philips apóia iniciativas para melhorar a vida das
pessoas ao passo em que toma como meta principal a educação e a saúde,
especialmente para os mais necessitados. Seu diálogo com o stakeholders, também
conhecido como uma parceria a favor do planeta, já faz parte dos valores desta
empresa, sendo peça fundamental em sua estratégia de sustentabilidade. Assim,
segundo informações disponibilizadas pela Philips, para encantar os consumidores,
cumprir os seus compromissos, desenvolver pessoas e fazê-las entender que um
grande trabalho não se faz sozinho e sim em equipe, esta empresa busca ouvir os
públicos com os quais se relaciona, buscando a compreensão para os seus anseios e
as melhores soluções para os conflitos. Para fortalecer a interação com cada um de
seus públicos, a Philips possui linhas de ação específicas para cada um destes. Para
os funcionários, por exemplo, existe a One Philips Ethics Line, que se trata de uma
linha direta, onde tudo é feito no anonimato e que, portanto, encoraja o empregado a
reportar violações aos Princípios Gerais de Negócios e às políticas da empresa, sem
temer perseguição; para os fornecedores, a Philips proporciona workshops sobre
sustentabilidade e para os clientes, por fim, procura desenvolver produtos que atendam
suas necessidades e respeitem o meio ambiente.
Diante das informações apresentadas anteriormente, é possível observar que a Philips
é uma empresa técnica/profissional/racional, legalmente registrada, que apresenta uma
estrutura organizacional formal, por ter sido deliberadamente planejada e organizada e,
que age de acordo com a razão, ao pensar não só no presente, como também no
futuro. Seu poder de autoridade é descentralizado, pois a presidência é a favor do
trabalho em equipe e da rapidez nas decisões, uma vez que atende às necessidades
de um ambiente externo muito dinâmico e mutável. Sempre que necessário, há a
delegação de poder nesta organização, pois esta conta com uma equipe competente,
além de possuir
vários processos de controle confiáveis que permitem a
descentralização do poder decisório. Com pessoas competentes, a amplitude de
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controle é menor, fazendo com que os chefes tenham mais tempo para pensar em
novas práticas favoráveis à empresa, em relação não só à rentabilidade, mas também,
em práticas que favorecem o desenvolvimento sustentável. As formas de gestão e
estrutura organizacional das empresas têm, portanto, enorme interferência no processo
de desenvolvimento sustentável. Isto pode ser comprovado, quando são analisadas
empresas que se preocupam mais com as relações internas, ao contrário da Philips,
que se preocupa mais com as relações profissionais dentro da empresa. Quando há
preocupação mais interna que profissional, geralmente trata-se de organizações
consideradas tradicionais/paternalistas, que pelo fato de serem resistentes às
mudanças e adotarem a forma centralizadora de poder, possivelmente não têm
condições para adotar práticas sustentáveis. Trabalhar a sustentabilidade não é um
processo que começa a ser desenvolvido em uma empresa da noite para o dia. Ao
contrário, é necessário pensar nas alternativas e soluções que podem vir a ser
adotadas pela instituição, de forma que esta possa estar fazendo sua parte e esteja
contribuindo para a construção de um mundo melhor para todos. É importante lembrar
que pensar somente não é suficiente, é preciso por em prática as idéias levantadas,
pois apenas assim, os objetivos serão atingidos.
E os líderes? Como fica o papel destes na promoção do desenvolvimento sustentável
na empresa? Na Philips, os líderes que, constantemente tratam culturas e pessoas
diferentes, além de compartilharem informações com vários tipos de colaboradores,
tentam sempre manter-se atualizados e reinventar novos produtos para que a empresa
jamais perca sua excelência no mercado financeiro. Acreditam ser eles, o exemplo para
todo o restante da equipe Philips. Por isso, agem sempre de maneira socialmente
responsável, buscando sempre novas práticas de responsabilidade social e de
desenvolvimento sustentável. Segundo eles, a sustentabilidade não é somente a
preocupação em melhorar a qualidade de vida do público externo da empresa, mas
também a preocupação com a satisfação e melhora da qualidade de vida de seus
funcionários e colaboradores, principalmente, no ambiente de trabalho. Buscando sanar
esta preocupação, buscam compreender a personalidade de cada um de seus
subordinados, sabendo dar a cada um destes um tratamento diferenciado, já que cada
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um é único e tem suas próprias características e peculiaridades. Assim, as pessoas se
sentem mais motivados para o trabalho e de fato, passam a trabalhar mais e produzir
em dobro. A sustentabilidade não é, portanto, trabalhada apenas no exterior da Philips.
Ao contrário, ela começa a ser desenvolvida de dentro para fora, podendo ser
comprovada através do relacionamento saudável entre chefes e subordinados.
Na verdade, para a Philips, o desenvolvimento sustentável não é algo mais interessante
a se fazer, mas extremamente necessário, pois organizações que adotam a
sustentabilidade se tornam mais sucedidas economicamente que as outras, perante o
público com as quais se relacionam. Por isso, a Philips tem uma enorme
responsabilidade com todos aqueles que influenciam e são influenciados por esta
empresa, a fim de criar laços de fortalecimento e interação entre ela e os chamados
stakeholders, isto é, seus colaboradores, fornecedores, concorrentes, clientes,
acionistas, governo, enfim, a sociedade como um todo. Ouvindo sugestões de todos
estes agentes econômicos que são, direta ou indiretamente, afetados por ela e,
tentando resolver com excelência os pontos de críticas e sugestões levantados por
eles, a Philips passa a ser mais bem julgada do ponto de vista econômico por estes
agentes, devido à importância que dá à responsabilidade social e ao desenvolvimento
sustentável. Anteriormente, já foram citadas algumas das práticas sustentáveis
adotadas pela Philips, em relação a alguns de seus stakeholders, entre eles,
funcionários, clientes, fornecedores e as comunidades que se localizam em torno de
suas fábricas.
É importante analisar ainda, que a Philips, como qualquer outra instituição, apresenta
conflitos no dia-a-dia e tem suas dificuldades e obstáculos para tentar solucioná-los.
Primeiramente, os conflitos surgem desde que haja relacionamento, ou seja, desde que
haja a existência de grupos. Para tratar a sustentabilidade, é fundamental que a Philips
se relacione com todos os seus públicos e é desse relacionamento, que normalmente
surgem os conflitos. Para Flávia Moraes, gerente geral de sustentabilidade da Philips,
“quando a empresa atende uma determinada parte da comunidade, a outra parte já
quer saber o porquê daquela ter sido atendida primeiro; se projetos são feitos em prol
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da sociedade, os funcionários também querem que sejam pensados projetos de
melhoria na qualidade de trabalho e projetos de capacitação profissional; se o preço de
venda de nossos produtos cai, os concorrentes querem tirar satisfação do ocorrido”.
Para ela, todas as situações anteriores, tendem ao conflito. Assim, para contornar todos
os problemas descritos acima, a Philips conta com um líder negociador do estilo
amigável, que sempre inova e busca as melhoras formas de administração do conflito,
procurando soluções integradas que beneficiem todas as partes envolvidas de maneira
igualitária, de forma a não existir posterior ressentimento. É norma desta empresa que o
líder saiba lidar com as situações de conflito e, em geral, seja cooperativo e
influenciado pelo espírito esportivo, pois agindo assim, o relacionamento com as partes
envolvidas no conflito se torna mais fácil. Adotando as táticas do negociador estilo
amigável, o gestor da Philips pede a ajuda de todos seus funcionários, a fim de buscar
as melhores soluções para os problemas que surgem. Para Flávia, é importante que o
líder seja versátil e flexivo, pois nos dias de hoje, estilos duros, definitivamente são os
menos adotados pelas organizações, uma vez que ao invés de solucionar os
problemas, tenderá a mais um, que é a revolta dos empregados para com o chefe. Para
os gestores da Philips não deve existir desespero diante dos conflitos e sim, saber
separar as pessoas dos problemas e agir com profissionalismo, pois nem sempre o
conflito é totalmente negativo, já que pode trazer mudanças que sejam positivas à
empresa e contribuir para o seu crescimento. Percebe-se, portanto, que o estilo do líder
tem um enorme impacto para a boa gestão da empresa. Dependendo do estilo adotado,
principalmente, pelo responsável pela sustentabilidade da empresa, ao invés de ser
considerada sustentável pela comunidade, passará a ser tida como inflexível e rígida,
aumentando a tendência de conflitos com todos os seus públicos, já que a orientação
aceita pelo mercado atual é, sem dúvida, a de profissionais dinâmicos, menos duros e
que saibam compreender de fato, a personalidade humana.
Com uma boa performance em sustentabilidade, não só a Philips como qualquer
organização, resultará em melhor desempenho financeiro e muitos são os exemplos
reais de empresas de grande lucratividade, que tornaram-se ainda mais rentáveis ao
incorporar padrões ambientais, individuais e sociais elevados, beneficiando, assim, a
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comunidade nas quais estavam inseridas e tornando-se economicamente melhor vistas.
O fluxo de caixa é uma ferramenta importantíssima para se verificar a situação
financeira da empresa. A Philips tem um controle diário de tudo o que entra e sai desta
empresa, possibilitando, desta maneira, que os seus administradores tenham condições
de fazer previsões futuras de gastos, lucros ou investimentos. A partir destas
informações, ela consegue saber o quanto pode investir, por exemplo, em
sustentabilidade e responsabilidade social, sem que haja comprometimento de sua
saúde financeira.
Levantando dados sobre os aspectos econômico-financeiros e ambientais da Philips e,
segundo informações disponibilizadas por esta organização, percebe-se que 3,5% de
sua receita de vendas anuais por região, são aplicados em práticas sustentáveis. Em
2006, por exemplo, a Philips do Brasil apresentou um faturamento de cerca de 907
milhões
de
euros,
investindo,
portanto,
aproximadamente
32
milhões
em
sustentabilidade. Destes 32 milhões, 15% são investidos em responsabilidade
econômica (visando, por exemplo, transparência em seus resultados financeiros,
fabricação de produtos que respeitem as leis vigentes nos países em que atua e
investimentos em cursos que ensinam técnicas para um bom relacionamento com
fornecedores e acionistas); 35% é investido em responsabilidade ambiental (adoção de
práticas que causem o menor impacto e destruição ao ambiente, investimento em
produtos com o “selo Verde”, ou seja, produtos que consomem menos energia e
emitem menos dióxido de carbono na atmosfera, diminuindo sua participação para o
aumento do efeito estufa) e 50% é investido em prol da sociedade, ou seja, em
responsabilidade social. Na página seguinte, tem-se um gráfico que representa as
porcentagens anteriormente descritas.
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Gráfico 1 – Investimento da Philips em responsabilidade social, ambiental e econômica em 2006
15%
Rebonsabilidade Social
Responsabilidade Ambiental
50%
35%
Responsabilidade Econômica
Fonte: Alunas da Newton que compõem este trabalho.
A partir do gráfico acima, é possível observar, portanto, que dos 32 milhões investidos
em práticas de sustentabilidade, cerca de 16 milhões se destinaram às práticas de
responsabilidade social; 11,2 milhões foram investidos em responsabilidade ambiental e
4,8 milhões foram voltados para práticas relacionadas à responsabilidade econômica.
Sem dúvida, a tecnologia existe para descomplicar as tarefas cotidianas, tornar as
coisas mais rápidas e simples. Assim, a simplicidade foi o conceito adotado pela Philips
como premissa de qualidade e respeito ao consumidor, que deseja sempre produtos
mais simples, ágeis e de fácil manuseio. Para a Philips, tudo é simplificável e por isto,
esta empresa trabalha sempre com a consciência de que deve fazer o uso responsável
dos recursos que possui, sendo socialmente responsável com as pessoas ligadas a ela,
tanto interna, quanto externamente e acima de tudo, entendendo que as próximas
gerações merecem usufruir dos mesmos benefícios de hoje, sendo essencial que para
isto, não só ela, mas todas as empresas continuem preservando o meio ambiente e
sendo responsáveis pelo futuro da humanidade. Sem contar que, empresas que assim
como ela, apresentam gestão econômica sustentável, são, sem dúvida, diferencial
competitivo, já que os clientes, atualmente, estão se conscientizando em relação à
importância da sustentabilidade para a continuidade da vida, passando a valorizar e dar
maior credibilidade às organizações socialmente responsáveis e que não se preocupam
somente com o lucro, mas também com qualidade de vida.
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Assim, a Philips vem provando que os negócios responsáveis são os bons negócios.
Por ser ativa na comunidade e apoiar iniciativas para melhorar a vida das pessoas ao
passo em que toma como meta principal a educação e a saúde, especialmente para os
mais necessitados, por investir em responsabilidade social e no desenvolvimento
sustentável, foi considerada pela revista Exame, na matéria do dia 27 de novembro de
2007, como uma das vinte empresas que apresentam o melhor modelo de
sustentabilidade atualmente, provando, portanto, que é de fato, uma empresa
sustentável.
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CONCLUSÃO
Sustentabilidade é, portanto, necessidade. É uma nova maneira de pensar nas pessoas
e na natureza a favor de toda a sociedade, sem causar danos. Para alcançar o
desenvolvimento sustentável, a proteção do ambiente tem que ser entendida como
parte integrante do processo de desenvolvimento e não considerada isoladamente.
Cada um deve ter a consciência de que, somente com práticas como a
sustentabilidade, o planeta pode vir a transformar-se em um lugar melhor de se viver.
A Philips já está fazendo sua parte e contribuindo para que as gerações futuras possam
usufruir dos mesmos recursos com os quais a sociedade conta hoje, preservando estes
recursos para que estes não se tornem escassos. Com isso, conquista cada vez mais a
confiança de seu público, que hoje, prefere comprar produtos de empresas que se
mostram socialmente responsáveis e que não visam somente o lucro, mas que
promovam também o desenvolvimento e a melhoria do ambiente em que se encontram
instaladas.
Portanto, é através de projetos de inclusão social, de defesa de minorias, da
preservação de florestas, da fabricação de produtos que consumam menos energia e
outras ações mencionadas no decorrer deste artigo, que a cada dia, a Philips se torna
uma das maiores e melhores marcas na área de fabricação de aparelhos de recepção,
reprodução, gravação e amplificação de áudio e vídeo e prova com isto, respondendo à
questão levantada na prévia deste trabalho, ser realmente uma empresa sustentável,
que se preocupa não só com o meio ambiente, mas também com a melhora da
qualidade de vida da população como um todo, a fim de contribuir para a construção de
um mundo mais saudável e melhor de se viver.
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REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Fernando. Os Desafios da Sustentabilidade – Uma Ruptura Urgente.
Elsevier, 304 p.
CAVALCANTI, C. Desenvolvimento e natureza - Estudos para uma sociedade
sustentável. São Paulo, Cortez Editora, 1995. 429 p
SAVITZ, Andrew; WEBER, Karl. A Empresa Sustentável – o verdadeiro sucesso é
lucro com responsabilidade social e ambiental.
SILVA, Christian Luiz da. Desenvolvimento sustentável – Um modelo analítico,
integrado e adaptativo. Petrópolis, 2006.
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento sustentável e desafio do século XXI –
PHILIPS. Sustentabilidade. Disponível em: http:// philips.com.br/. Acesso em: 13 mar.
2008.
WIKIPEDIA. Sustentabilidade. Disponível em: http://
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