O Casamento Romano - Latim

Propaganda
Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes – Portimão – 2011/2012
Aluna: Tetyana Tsymbal | e-mail: [email protected] | N.º 20
Latim A | Curso Científico Humanístico de Línguas e Humanidades
11.º ano de escolaridade | Turma: L
«O Casamento Romano»
Nos primeiros anos, somente os cidadãos romanos tinham a autoridade de contrair
matrimónio, ius connibui (o direito de casar). No início, a esposa (uxor) ficava totalmente sob
a autoridade do marido (maritus).
Em primeiro lugar, o casamento submetia a mulher a uma completa dependência do
marido. Através do matrimónio, in manum (cum manum), a mulher passava diretamente das
mãos do seu pai para às do seu marido, significava que a mulher ficava loco filiae do marido,
de certa maneira irmã, e que o uir tinha sobre ela a autoridade de vida ou de morte.
O casamento cum manu era uma forma de casamento autocrática, passo a passo,
dando lugar a outra tipologia de união, isto é, sine manu.. Com ele, a mulher permanecia sob a
proteção do pai ou tutor e, no caso de divórcio, o dote não ficava por completo com o marido,
podendo ela receber as heranças. No entanto, o casamento sine manu era considerado
vantajoso para a família da noiva.
Contudo, havia três diferentes formas jurídicas de casamento in manum:
- a confarreatio que era o rito mais digno na Roma Antiga e o único impossível de anular,
tendo sido praticado pelos patrícios. Também os principais sacerdotes (o rex sacrorum, o
flamen Dialis o flamen Martialis, o flamen Quirinalis e pontifex maximus) tinham a
possibilidade de serem escolhidos de entre os filhos de casamentos por confarreatio, e somente
podiam casar-se consoante esse rito.
- per usum ou usus era realizado quando uma mulher estivesse coabitando, durante um ano,
de forma ininterrupta com o homem, e era considerado legal. Porém, a lei afirmava que
bastava à mulher suspender a coabitação por três noites (trinoctio; usurpatio trinoctii), para
voltar a ficar sob a manus do pai e não casar.
- coemptio tinha como objetivo preservar a memória simbólica dos tempos em que a mulher
era comprada, emere (comprar) pelo homem para poder casar. Na comparência de cinco
testemunhas, nomeadamente o pai da mulher recebia, do noivo, uma moeda de prata ou
bronze, que era colocada numa balança (libra), que era segurada por um homem (libripens).
No tempo de Augusto, apenas a confarreatio se manteve entre algumas famílias patrícias.
Em Roma, a idade legítima para casar era de 14 anos para os rapazes e 12 para as raparigas,
quando eram considerados já púberes. Raras eram as situações quando os jovens casavam
antes de tomar a toga uirilis (perto dos 17 anos). Era muito mais comum assumirem esposa
(uxorem ducere) perto dos 30 anos. No que diz respeito às jovens romanas, estas esperavam
geralmente pelos 14 ou 15 anos e, muitas vezes, casavam com a idade mínima legal caso não
conseguissem encontrar um pretendente, o que era uma situação rara, grave e até bastante
preocupante.
Para as famílias envolvidas, principalmente pertencentes à «nata» da sociedade, era essencial
assegurar, o mais cedo possível, uma aliança conveniente. Embora a idade legal para
concretizar o matrimónio fosse aos 7 anos, para que os futuros esposos pudessem
compreender o significado decorrente dessa mesma palavra, mas havia casos em que jovens
eram prometidas em matrimónio quando mal tinham aprendido a andar. Muitas vezes, casar
antes da puberdade (pubertas) ter chegado e ainda com o processo de desenvolvimento em
curso, foi, sem dúvida, a causa que gerou tantas mortes prematuras das jovens romanas antes
dos seus 20 anos, assim como no parto ou de complicações que surgiram durante o mesmo.
Geralmente, as raparigas que eram oriundas de famílias menos privilegiadas, ou seja, da classe
média, tinham a vantagem de poderem casar mais tarde, devido à dificuldade de arranjarem o
dote (dos) necessário. Quando o homem conseguia escolher a futura esposa, uma cerimónia
reunia as duas famílias para poder comemorar o noivado (sponsilia) e refletir acerca das
disposições especiais que ambas as partes deviam cumprir, por exemplo, o dote. O noivo
oferecia uma prenda à sponsa, um anel, geralmente de ferro, sem qualquer decoração, que ela
colocava no anelar da mão esquerda, dedo que na Antiguidade era considerado estar unido
por um nervo ao coração. Tal como hoje existe uma troca de SIM, na altura a mulher
pronunciava: ubi tu Gaius ego Gaia (estarei ao teu lado) . Caso o noivado fosse interrompido
pelo noivo, sem uma razão digna, os presentes não eram devolvidos. O casamento tinha lugar
uns meses ou um ano depois.
Os noivos, principalmente, tinham que escolher a data do seu casamento. Este deveria ser
realizado em datas consideradas como favoráveis, de bons auspícios (dies hilaris). O período
mais propício era entre os dias 13 e 21 de fevereiro (dias do festival Parentalia), entre 1 e 15
de março (devido ao culto dos mortos e dos ritos de purificação), os dias fixos de cada mês
(Kalendae, Nonae e Idus), os dies religiosi (24 de agosto, 5 de outubro e 8 de novembro). Não
era aconselhado casar no mês de maio, porque era o mês em que se celebrava os Lemuria, festa
dos mortos.
Na véspera do casamento, a noiva fornecia a toga praetexta à deusa Fortuna e os brinquedos,
sobretudo as bonecas (puppae), à deusa Vénus ou aos Lares. Vestia uma tunica recta, larga e de
cor branca, contornada com um cinto que mais tarde o noivo iria desapertar na noite nupcial.
Permanecia com essa túnica ao longo da noite e, na cabeça, tinha uma rede vermelha,
apropriada para o cabelo (reticulum luteum). De manhã, cuidava do seu penteado, próprio
desta circunstância, e colocava-lhe um véu amarelo (o flammeum), longo, muito vasto, leve e
transparente. No dia da festa, oferecia-se um sacrifício e consultava-se os oráculos. De
seguida, uma matrona que fazia de madrinha, pronuba, juntava a mão direita dos noivos. A
festa tinha o lugar na casa da noiva (cena nuptialis). Terminado o banquete, o noivo tentava
retirar a noiva dos braços da mãe (deductio), recordando o Rapto das Sabinas e, assim,
começava o cortejo nupcial até à casa do noivo, levando a noiva nos braços para que não
tropeçasse, pois tal seria um mau sinal; por sua vez, ele oferecia-lhe a água e fogo.
CENTENO, Rui Miguel Sobral. Civilizações Clássicas II - Roma: Universidade Aberta, 2007. [
ISBN-13: 9789726741831
15-09-2011/13h45]
http://cultura.culturamix.com/curiosidades/o-casamento-na-roma-antiga [21-112011/20h10]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamento_na_Roma_Antiga [3-11-2011/17h40]
MARTINS, Isaltina. Noua itinera - Latim 11.º ano: Edições ASA - 2004
FREIRE, Maria Teresa. Noua itinera- Latim 11.º ano: Edições ASA - 2004
[20-11-
2011/16h20]
Imagem 1
http://images.gwydyondrake.multiply.com/image/1/photos/upload/300x300/RznLqAoKCqAAAH
LYS-o1/croman2.jpg?et=C37gqEclq8gDK6iCI50%2Bng
Imagem 2
http://2.bp.blogspot.com/_ESC4bygtp2M/SHM3ldlNrI/AAAAAAAAD_s/wMYAvOgq76Y/s400/Pompeii+Fresco.jpg
Download