SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. AQUECIMENTO GLOBAL: UMA BREVE REVISÃO SOBRE OS DOIS LADOS DA MOEDA Autores: Leonardo dos Santos Maria; Patricia Alves Carneiro RESUMO: O clima no planeta está em mudança. Muitos atribuem essa mudança às ações humanas, e outros discordam, afirmando que os fenômenos que estão ocorrendo são naturais e cíclicos, e que o planeta teria a capacidade de ser resiliente aos mesmos. Diante disto, este artigo vem abordar, mediante uma revisão de literatura, um processo que pode ter origem nos impactos ambientais oriundos das ações antrópicas, sobretudo os atmosféricos: o aquecimento global. Apresenta-se assim a definição do fenômeno de aquecimento global, as causas e consequências que lhe são atribuídas, bem como também são abordados os principais pontos da corrente científica que refuta esta teoria. O presente trabalho não tem o intuito de ser tendencioso a nenhuma das correntes científicas, mas apenas fornecer alguns elementos necessários para subsidiar o posicionamento do leitor diante da temática. PLAVRAS-CHAVE: mudanças climáticas; efeito estufa; poluição atmosférica; meio ambiente. I. INTRODUÇÃO Desconhecemos todas as razões para que exista vida neste terceiro planeta do Sistema Solar, o nosso planeta Terra. No entanto, podemos inferir que alguns fatores contribuíram para que houvessem condições ideais ao surgimento da vida. Podemos citar aqui a existência de água na forma líquida, oxigênio em abundância, e, principalmente, ao efeito estufa. Sim, este “vilão”, como é taxado atualmente, é na verdade um fenômeno natural, sem o qual não seria possível a existência da vida no planeta. O efeito estufa é responsável por manter a temperatura da superfície terrestre dentro de parâmetros aceitáveis para a manutenção da vida. Caso ele não existisse as temperaturas seriam tão hostis, que provavelmente não existira grande parte dos seres vivos conhecidos, inclusive os seres humanos (MOLION, 2008). 1 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. O fato é que vários estudos têm apontado que este fenômeno vem se acentuando ao longo do tempo. Grande parte da comunidade científica afirma que esse aumento se deve sobretudo às atividades antrópicas, que principalmente após a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, vêm lançando na atmosfera quantidades exorbitantes de gases que suspostamente acentuariam o efeito estufa, provocando o aquecimento global, ou seja, o aumento da temperatura do planeta (VITOUSEK, 1994). Outras correntes discordam deste ponto de vista, afirmando que tal processo é natural e cíclico, e que o homem não teria poder de influenciar no mesmo (MOLION, 2008). Este fenômeno pode acarretar uma série de consequências ambientais, não só na atmosfera, mas também na hidrosfera e litosfera, impactando de alguma forma os ecossistemas ao redor do globo. Este artigo vem discutir a temática deste problema ambiental global de grande relevância na atualidade, o aquecimento global. Esta discussão foi realizada mediante uma revisão bibliográfica de uma série de trabalhos já publicados sobre a temática, apontando distintos pontos de vista sobre o fenômeno, bem como analisando criticamente os mesmos. II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: II.1. Contextualização e relevância da problemática Começamos a sentir na pele que o clima que conhecemos está passando por mudanças. Aumento da ocorrência de tufões em locais não usuais, estiagens prolongadas em áreas que costumavam ser úmidas, verões extremamente quentes no hemisfério norte, dentre outras anomalias climáticas são exemplos destas mudanças (CONTI, 2005). A história do ser humano é marcada desde o início pela busca da satisfação de suas necessidades de consumo. Para suprir essas necessidades, ele faz uso do ambiente natural, causando impactos. Os impactos ambientais não-naturais já existem desde o surgimento do Homem na face da Terra, porém foi na Revolução Industrial, com o uso intensivo de fontes de energia não-renováveis que estes impactos começaram a se acirrar. No entanto, foi somente na década de 70 do século passado que as discussões ambientais, sobretudo entre a comunidade científica, passaram a ter maior destaque, 2 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. com o lançamento de um estudo elaborado pelo “Clube de Roma”, o qual dizia que só seria possível a estabilidade do Meio Ambiente se houvesse um “congelamento” do crescimento populacional e das atividades econômicas (JACOBI, 1999). Em 1987, após uma série de estudos conduzidos pela ONU, chegou-se a um consenso de que as nações deveriam primar por um modelo de Desenvolvimento Sustentável, que garantisse a capacidade das gerações presentes de suprir suas próprias necessidades, sem comprometer a disponibilidade dos recursos para que as gerações futuras também o façam (JACOBI, 1999; BRUNDTLAND, 1991). Aliado a isto, devido as mudanças climáticas associadas a problemática dos impactos ambientais, foi criado pela ONU e pela OMM (Organização Mundial de Meteorologia), em 1988, o IPCC (Intergovernmental Panel of Climatic Changes) (CONTI, 2005). Desde então, a entidade lança vários relatórios periódicos apontando as dimensões das mudanças climáticas (MOLION, 2008; CONTI, 2005; VITOUSEK, 1994). Diante deste cenário de mudanças climáticas e impactos ambientais, este trabalho é justificado por esclarecer alguns pontos sobre a temática, apresentando os temas sob vieses distintos, de correntes científicas prós e contras aos problemas ambientais. Esta revisão não tem o intuito de ser tendenciosa a nenhuma das correntes científicas, mas apenas fornecer alguns elementos necessários para que o leitor tire suas próprias conclusões sobre o assunto. II.2. O Aquecimento Global e seus impactos Segundo Miller Jr. (2013), o efeito estufa é definido como sendo um processo natural que libera calor na superfície terrestre. Neste processo o vapor d’água, o gás carbônico, o ozônio e outros gases da troposfera absorvem parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre transformando-a em calor e mantendo o planeta aquecido. Outra parte desta radiação refletida retorna para o espaço. Quando as concentrações dos gases do efeito estufa se elevam na atmosfera ocorre um aumento da absorção da energia refletida pela superfície terrestre com elevação da temperatura da atmosfera, e consequentemente da superfície do planeta. A esse fenômeno, o qual é amplamente debatido, denomina-se aquecimento global, e já é conhecido desde os estudos de Arrhenius, no final do século XIX (MILLER JR., 2013). 3 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. Parte da comunidade científica atribui esse aumento da concentração de gases causadores do efeito estufa às emissões consequentes das atividades humanas. Neste sentido, gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e os clorofluorcarbonos (CFCs), bem como as atividades antrópicas que os originam, são considerados os vilões do clima do planeta (VITOUSEK, 1994; MILLER JR., 2013). De acordo com Silva e Ribeiro (2012), no século XVIII, com o advento da Revolução Industrial, houve um acréscimo de 31% de carbono na atmosfera, afetando significativamente o clima terrestre. Miller Jr. (2013) atribui essas emissões de gás carbônico principalmente à queima de combustíveis fósseis, ao desmatamento e às queimadas. O dióxido de carbono (CO2), também conhecido como gás carbônico, é um gás intrínseco à vida. Quando respiramos o oxigênio atmosférico, nossas células o utilizam, conjuntamente com moléculas orgânicas, como substrato em uma série de reações que produzirão a nossa energia vital necessária, além de CO2 como subproduto. Esse gás, por sua vez, é utilizado como substrato pelos seres fotossintetizantes para a produção de O2. O gás carbônico faz parte então do “ciclo virtuoso da vida” no planeta, porém ele não se faz presente somente nos processos de respiração e fotossíntese (LEHNINGER et al., 2007). O CO2 é resultado também de outras reações químicas advindas de processos de combustão, sobretudo pelos combustíveis orgânicos, como o petróleo e seus derivados, o carvão mineral, a lenha, dentre outros. As atividades industriais, acentuadas após a Revolução Industrial, trouxeram consigo a utilização massiva destes vetores energéticos. Isso fez com que, conjuntamente com a poluição atmosférica, os níveis deste gás na atmosfera fossem elevados continuamente (MILLER JR., 2013). Segundo o IPCC (2007), as concentrações de CO2 na atmosfera tiveram um acréscimo significante nos últimos séculos, notadamente a partir de 1750. Dados apresentados pelo Jornal britânico The Guardian apontam que as concentrações atmosféricas do gás não param de se elevar (Figura 1). O último dado registrado pelo Observatório de Mauna Loa, foi de 403,50 ppm de CO2 na atmosfera, o máximo já registrado (THE GUARDIAN, 2016). 4 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. Figura 1. Concentrações atmosféricas de gás carbônico (CO2) em ppm, registradas no Observatório de Mauna Loa, no Havaí. Fonte: Scripps Institution of Oceanography 1 apud The Guardian (2016). Outro gás causador do efeito estufa é o metano (CH4), 23 vezes mais nocivo ao aquecimento global que o CO2, produzido pela decomposição da matéria orgânica em aterros sanitários, plantações de arroz e pela fermentação entérica de ruminantes, e também pelos vazamentos em atividades de petróleo e gás (MILLER JR., 2013). O óxido nitroso (N2O) é outro gás atrelado ao aquecimento global. Ele é originado também pela queima de combustíveis fósseis, além dos fertilizantes a base de nitratos, detritos de animais de criação e na produção do náilon. Seu potencial de causar o aquecimento global em relação ao CO2 é de 296 vezes (GROENIGEN et al., 2011; MILLER JR., 2013). Os compostos a base de cloro e flúor e carbono também são pertencentes ao grupo dos Gases do Efeito Estufa (GEEs). Os Clorofuorcarbonos (CFCs), os Hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), e Hidrofluorcarbonos (HFCs) são gases que vinham ou vem sendo utilizados nos sistemas de refrigeração, nos aerossóis e na produção de espumas plásticas, e que tem um potencial de aquecimento relativo, comparado ao CO 2, que varia de 900 a 12.700 vezes. Além disto, são comumente atrelados à outro grave 1 SCRIPPS INSTITUTION OF OCEANOGRAPHY. The Keeling Curve. <https://scripps.ucsd.edu/programs/keelingcurve/>. Acesso em: 08 abr. 2016. Disponível em: 5 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. problema ambiental, a destruição da camada de ozônio (MILLER JR., 2013; CONTI, 2005). Ainda de acordo com Miller Jr. (2013), dentre outros tipos de GEEs estão os Halocarbonos (com potencial relativo de aquecimento de 5.500 vezes comparado ao CO2), presentes em extintores de incêndio e o Tetracloreto de carbono (com potencial relativo de aquecimento de 1.400 vezes comparado ao CO2), utilizado como solvente de limpeza, e tem grande potencial no acirramento do efeito estufa. Como intento de retardar o aquecimento global, vários países se uniram em 1997 na Convenção do Clima na cidade de Kyoto, no Japão, e firmaram o Protocolo de Kyoto, comprometendo-se a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, bem como criando o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no qual os países poderiam transacionar os créditos de carbono entre si. Á época, os Estados Unidos, principal emissor de GEEs do planeta, negou-se a firmar o acordo alegando que tal fato prejudicaria seu desenvolvimento econômico (CONTI, 2005). As possíveis consequências catastróficas do aquecimento da troposfera para o clima do planeta são recorrentemente citadas por diversos estudos. A principal consequência deste fenômeno seria a elevação da temperatura do planeta, fato que por sua vez levaria a uma série de outros danos (BARCELLOS et al., 2009; MARENGO, 2008). O derretimento das geleiras e a diminuição das calotas polares seriam um dos efeitos proeminentes neste processo. Com isso, além da perda destes ecossistemas, a água proveniente do derretimento acabaria por elevar o nível dos oceanos, o que também afetaria as correntes marítimas. Caso o nível do mar se elevasse alguns metros, ou até centímetros, algumas regiões costeiras do planeta ficariam submersas, como algumas ilhas da Polinésia, na Oceania (MILLER JR., 2013; CONTI, 2005; MARENGO, 2008). Bessat (2003) previu em um modelo climático que haveriam previstas tendências para o século XXI: elevação de 2°C, em média, na temperatura global até 2100 (em relação a 1990) acarretando um aumento do nível do oceano em 0,5 a 0,8 m, com alterações das correntes marítimas; aumento da incidência das chuvas de inverno em maiores latitudes; maior ocorrência de períodos severos de estiagem e de grandes inundações; e, alterações no ciclo biogeoquímico do carbono. Outras previsões mais 6 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. alarmistas apontam que pode haver um aumento de 4°C na temperatura média do planeta até 2050 (CONTI, 2005). Wallace et al. (2014) afirmam que a ocorrência de invernos cada vez mais rigorosos nos Estados Unidos também estão associados ao aquecimento global, e que haverá consequências piores do fenômeno nas próximas décadas. De acordo com Hugues (2000), essas mudanças climáticas associadas ao aquecimento global podem trazer consigo uma série de consequências aos seres vivos, principalmente: • Efeitos na fisiologia: as mudanças climáticas podem afetar o metabolismo e os índices de desenvolvimento de muitos animais e processos, como a fotossíntese, respiração, crescimento e desenvolvimento de tecidos dos vegetais; • Efeitos na distribuição: as variações de temperatura afetarão o habitat no qual plantas e animais vivem, com isso poderá haver uma migração para regiões onde existiam características ambientais similares ao do habitat original; • Efeitos na fenologia: a mudança do clima pode afetar o ciclo de vida de espécies, bem como suas relações com os outros seres e sua fenologia; • Adaptações: espécies de vida curta e alto crescimento populacional podem desenvolver uma “microevolução” in situ, influenciadas pelas alterações climáticas. Diante de todos os dados apresentados até o momento, acreditará o leitor haver um consenso entre a comunidade científica sobre a existência do aquecimento global, bem como de sua origem antropogênica. Porém, não é o que ocorre. A seguir serão apresentados alguns pontos de vista que refutam a teoria do aquecimento global antropogênico. II.3. A outra face da moeda No Brasil, um dos principais pesquisadores contrários à teoria do aquecimento global antropogênico é o Professor João Carlos Baldicero Molion, do Instituto de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas. De acordo com Molion (2008), na história do planeta já houveram períodos cuja temperatura média global foi superior à enfrentada nos dias atuais. O clima do planeta 7 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. passa por ciclos de temperaturas elevadas, seguidos por períodos de baixas temperaturas (eras glaciares), e segundo Miller Jr. (2013) nós temos a sorte de estar vivendo em uma era interglacial de temperaturas amenas desde os últimos 12 mil anos. Lino (2010) afirma que o clima do planeta sempre esteve em constante mudança. Segundo evidências paleoclimáticas, no período Quaternário as temperaturas oscilavam entre 8 - 10 °C abaixo e 4-6 °C acima das médias atuais; o nível dos oceanos entre 120 130 m abaixo e 4 - 6 m acima dos níveis atuais; e ainda que imensas massas de gelo (de até 4 km de espessura) cobriam grande parte do Hemisfério Norte. Ainda de acordo com o autor, entre os séculos X e XII da era medieval, as temperaturas do planeta eram superiores as atuais em até 2 °C, fato que é “ocultado” pelos cientistas que defendem o aquecimento global. O clima terrestre é influenciado por uma série de fatores de grande magnitude, como as relações do Sol com o sistema litosfera-atmosfera-hidrosfera. O Sol é a principal fonte de energia do planeta, e, portanto, o principal regulador do clima na Terra. Estudos apontam que o Sol passa por ciclos de alta atividade (mais radiação chegando a superfície terrestre) e baixa atividade (menos radiação), que são coincidentes com períodos de diminuição da temperatura média do planeta. Previsões apontam que nas próximas duas décadas o Sol passará por um período de baixa atividade nas duas próximas décadas (SILVA e RIBEIRO, 2012; MOLION, 2008). Os oceanos também são grandes reguladores da temperatura do planeta, pois recobrem cerca de 71% da superfície da terra, e são os maiores absorvedores da energia irradiada pelo Sol. Séries temporais de temperatura apontam que os oceanos estão se resfriando, e isto, aliado a baixa atividade Sol, geraria nas próximas décadas um período de resfriamento global, e não aquecimento como é constantemente debatido (SILVA e RIBEIRO, 2012). Molion (2008) diz ainda que o vapor d’água, comumente esquecido nos alertas em relação ao aquecimento global, é o principal gás causador do efeito estufa. Este gás apresenta grande variabilidade no tempo e espaço, como por exemplo, na região sobre a Floresta Amazônica há 5 vezes mais de vapor d’água do que o encontrado sobre o Deserto do Saara. Lino (2010) diz ser necessário tirar do CO2 o rótulo de vilão causador do efeito estufa. Segundo ele, se analisadas todas séries climáticas históricas do planeta, estas não 8 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. mostram forte correlação entre o aumento da concentração de gás carbônico na atmosfera e a elevação das temperaturas globais. Se a temperatura do planeta se eleva, o gás carbônico dissolvido nos oceanos é liberado para a atmosfera; com maiores concentrações do gás na atmosfera, os seres fotossintéticos terão seu crescimento acelerado, e consequentemente fixariam mais carbono em sua biomassa, diminuindo as concentrações do gás na atmosfera. Segue o autor afirmando que o é o gás da vida, responsável pela fotossíntese dos vegetais, e consequentemente pela fonte primária de alimento no planeta, sendo responsável pela vida na terra. Outro argumento que os contrários à teoria do aquecimento global utilizam é que a mesma é alicerçada em um forte apelo midiático, muitas vezes carente de fontes (CARNEIRO e TONIOLO, 2012). Aliado a isso, tem-se a forte pressão da indústria “aquecimentista”, que segundo Lino (2010), vem ganhando peso devido aos apelos publicitários e financiamentos de campanhas ambientalistas, bem como pelo incentivo de determinadas ONGs e governos, além do milionário mercado de MDL, o qual já representa atualmente a maior commodity não-financeira do mundo. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentadas as duas visões sobre o fenômeno do aquecimento global, bem como suas possíveis causas e consequências, cabe ao leitor, agora, analisar criticamente ambos posicionamentos sobre o tema. Há falta de consenso da comunidade científica não só com relação ao aquecimento do planeta. As discussões entre as diferentes correntes científicas sobre a existência ou não do fenômeno, bem como suas consequências, se tornam cada vez mais “acaloradas”, e os apelos midiáticos neste processo podem levar as pessoas a serem tendenciosas a um ponto de vista em detrimento de outro. O fato é que, seja como resultado das ações humanas, ou seja um processo natural, clima e o meio ambiente terrestre como conhecemos vem se alterando. Cabe a cada um promover as ações que julgue necessárias para enfrentar a essas mudanças, seja proativamente, com a tomada de uma consciência ambiental com atitudes mais sustentáveis, e também exigindo legislações ambientais mais rigorosas dos governos, ou 9 SEMANA DO MEIO AMBIENTE 2016 1º SEMINÁRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E MEIO AMBIENTE Universidade Federal Fluminense, polo de Volta Redonda, campus Aterrado. Dia 8 de junho de 2016. seja enfrentando os impactos ambientais da mesma forma com que eles supostamente ocorrem, naturalmente. REFERÊNCIAS BARCELLOS, C.; MONTEIRO, A.M.V.; CORVALÁN, C.; GURGEL, H.C.; CARVALHO, M.S.; ARTAXO, P.; HACON, S.; RAGONI, V. Mudanças climáticas e ambientais e as doenças infecciosas: cenários e incertezas para o Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, v. 18, n. 3, p. 285-304, 2009. BESSAT, F. 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