E F Fotografia 4.4 – Diferentes afloramentos da Unidade Caracatá: afloramento de rochas tonalíticas superficialmente de cor avermelhada (A) e detalhe do afloramento (B) (Ponto RC-09, Coordenadas 471693/8909020; afloramento da Unidade Caratacá com veios de quartzo (C) e detalhe do afloramento (D), (Ponto RC-13, Coordenadas 472448/8907178); Afloramento nas margens do rio Caratacá (E) e detallhe de veio de quartzo na rocha tonalítica da Unidade Caratacá (Ponto RC-14, coordenada 472448/8907178). De modo geral, as amostras desta unidade apresentam texturas granoblásticas lepidoblástica (Fotomicrografia 4.11), com granulometria fina (tamanho máximo de 0,8mm). A associação mineralógica fundamental é composta por plagioclásio, quartzo e moscovita constituindo a paragênese félsica dominante, somando aproximadamente 75% do volume modal da rocha. Biotita é o máfico principal, constituindo cerca de 15%. Mica branca, clorita e carbonato constituem a paragênese secundária. Apatita, minerais opacos, zircão, titanita e turmalina representam os acessórios presentes, totalizando cerca de 2%. A tabela 4.2 mostra as composições modais das rochas pertencentes à Unidade Caratacá e a figura 4.5, o diagrama de classificação e nomeclatura, segundo Streckeisen (1976). A 0,2 mm B 0,2 mm Fotomicografia 4.11 - Texturas granoblástica e lepidoblástica em rocha tonatítica da Unidade Caratacá do GBRC. Em (A) luz plana e em (B) luz polarizada. Unidade Caratacá. Amostra RC09 (UTM 52 O plagioclásio compõe cerca de 40% do volume total da lâmina. Os cristais ocorrem em nódulos policristalinos deformados, quebrados ou fraturados e com extinção ondulante; os grãos mais preservandos são geminados segundo a lei Carlsbad (Fotomicrografia 4.12). O quartzo representa cerca de 30% do volume total da rocha. Ocorre, de forma geral, em cristais xenoblásticos, com contornos curvos, irregulares e em tamanhos que variam de entre 0,2 a 0,8mm. Apresenta extinção fortemente ondulante. Seus contatos são curvos com os cristais de plagioclásio. Ao microscópio, os grãos de plagioclásio e quartzo apresentam características semelhantes como forma e cor. Os cristais de moscovita ocorrem intergranulares aos cristais de plagioclásio e de quartzo, em cristais xenoblásticos seguindo a mesma orientação das biotitas. São geralmente formada por cristais com tamanhos em torno de 0,7 a 1,5 mm. Os cristais de biotita, compõe cerca de 12–15 % da rocha. Apresentam coloração que varia de castanha clara a escura. Ocorrem de forma tabular a lamelar, em cristais idioblásticos a subidioblásticos, com tamanho variando de 0,4 a 0,7 mm. A biotita ocorre intersticial aos cristais de plagioclásio e de quartzo e está orientada, caracterizando a textura lepidoblástica. Pl Pl Ms Pl Pl 0,1mm 0,1mm Fotomicrografia 4.12 - Detalhe do plagioclásio (Pl) mostrando geminação carlsbad, em luz polarizada, e de cristais de moscovita (Ms). Unidade Caratacá. Ponto RC-09 (UTM 471056/8908564). A turmalina ocorre como mineral idioblástico a subidioblástico, na forma prismática e basal. Apresenta o fenômeno do pleocroísmo e a sua cor verde é menos absorvida na posição de maior comprimento PP’ e maior absorvida em AA’ verde escura. Está associada aos cristais de plagioclásio (Fotomicrografia 4.13 A e B). A apatita ocorre como cristal idioblástico, prismático a tabular, alcançando até 0,03 mm. 53 Cristais de zircão ocorrem nas formas euédrica e subédrica, em prismas curtos, com tamanho variando entre 0,1-0,2 mm e apresentando contato reto com o plagioclásio. Pl Ms Cl Cl Tr 0,1mm A Tr 0,1 mm B Fotomicrografia 4.13 – Detalhe de cristal de turmalina (Tr) e clorita (Cl) observados em luz plana e em luz polarizada, Unidade Caratacá. Amostra RC-09 (UTM 471056/8908564). A mineralogia secundária é constituída por carbonatos, mica branca e clorita que, juntas, ocupam 8% do volume amostral da rocha. Estes minerais podem estar associados à alteração dos plagioclásios. Ocorrem como uma massa de cristais de granulação muito fina. Ms Pl Ca Bt 0,2mm A B Qtz 0,2mm Fotomicrografia 4.14 – Detalhe de cristal de carbonato (Ca), moscovita (Ms) (A) e cristal de biotita (Bt) (B) em luz polarizada. Ocorrem ainda plagioclásio (Pl) e quartzo (Qtz). Unidade Caratacá. Ponto RC-10, (UTM47617/8908852). Os minerais opacos ocorrem em proporções menores, em cristais xenoblásticos, intersticiais aos cristais de plagioclásio e de biotita. 54 Ms Tr Tr Ms Qtz 0,2mm A 0,2mm B Fotomicrografia 4.15 – Detalhe de cristal da turmalina (Tr) idioblástico no centro da lâmina, observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Ocorre ainda moscovita (Ms) e quartzo (Qtz). Unidade Caratacá. Ponto RC-16. (UTM473188/8908242). Para melhor apresentar os dados microscópicos das sete amostras desta unidade, fez-se necessário a utilização da tabela abaixo. Nesta tabela estão dos os dados referentes aos principais minerais, a granulometria, as texturas e o litotipos. Tabela 4.2 – Composições modais das rochas da Unidade Caratacá. Amostra Principais Minerais Plagioclásio (50%), quartzo (25%), RC-10 biotita (12%),carbonato (8%), moscovita (5%). Plagioclásio (55%), quartzo (25%), RC-11 biotita(12%), moscovita (6%), carbonato (8%) Minerais Granulom Acessorios etria turmalina, apatita, opacos e zircão turmalina, apatita e zircão Texturas Litotipo Granoblástica e Fina Fina lepidoblástica Granoblástica e lepidoblástica Tonalito Tonalito Opacos, RC-13 Plagioclásio (46%), quartzo25%), turmalina, clorita, biotita (14%), moscovita (11%). carbonatos, Fina Granoblástica e lepidoblástica Tonalito apatita e zircão. RC-14 Plagioclásio (44%), quartzo (26%), turmalina, clorita, biotita (15%), moscovita (12%). opaco e apatita Plagioclásio (46%), quartzo (23%), RC-15 biotita (12%), carbonato (8%), moscovita (10%), clorita (2%). Plagioclásio (51%), quartzo (15%), RC-16 biotita (12%), moscovita (11%), carbonatos (5%), clorita (5%). turmalina, apatita, clorita e opacos. turmalina, apatita e zircão. Fina Fina Fina Granoblástica e lepidoblástica Granoblástica e lepidoblástica Granoblástica e lepidoblástica Tonalito Tonalito Tonalito 55 A figura 4.3 apresenta a classificação baseada nas porcentagens modais de quartzo (Qtz), plagioclásio (Pl) e feldspatos alcalinos (A), segundo Streckeisen (1976). Observa-se que todas as amostras da Unidade Caratacá classificam-se como tonalito. Importante destacar que a estimativa de plagioclásio e quartzo é complicado por conta da granulação muito fina e falta de geminação dos plagioclásio. Granitóide Tonalito SienoGranito Monzogranito Granodiorito RC-16 RC-15 RC-14 RC-10 RC-13 RC-11 Quatzosienito Quartzomonzonito RC-16 Monzodiorito monzogabro Figura 4.3 – Diagrama de classificação (Streckeisen 1976) para as rochas da Unidade Caratacá. Q = quartzo; A = feldspatos alcalinos e P = plagioclásio. 4.5 - UNIDADE COIQUI A Unidade Coiqui é constituída por ortognaisses andesíticos e metassedimentares aluminosos; ortognaisses finos (metabasaltos) e paragnaisses calcissilicáticos. Na presente pesquisa foi amostrado a composição anfibolítica dos ortognaisses, representados pela 56 amostras RC-12 e RC-19, aflorando, respectivamente, nas margens do Rio Caratacá e Riacho Capim. A seguir, serão descritos os ortoanfibolitos amostrados nos pontos RC-12 e RC-19. 4.5.1 - Ortoanfibolito do ponto RC-12 São rochas de coloração verde escura a preta, com granulometria bastante fina, homogênea, afanítica, equigranular e com uma foliação bem marcante. Contém veios de quartzo cortando a rocha, além de intrusões veios pegmatíticos constituídos por feldspatos e turmalinas, principalmente (Fotografia 4.5). Fotografia 4.5 – Afloramento em forma de lajedo nas margens do rio Caratacá, constituído por rochas pegmatíticas e rochas anfibolítica no detalhe. Unidade Coiqui. Ponto RC-12 (UTM 471617/8908852). 57 Apresentam textura nematoblástica fortemente orientada (Fotomicrografia 4.16) com relíquia de textura ofítica preservada. Possui granulometria bastante fina, com grão em tamanhos entre 0,3 a 0,6mm. A composição modal destas rochas é constituída por: hornblenda (70%) e plagioclásio (15-20%) que representam a composição essencial e, em menor quantidade, minerais opacos (5–10%) e apatita (1%). 1mm A B 1mm Fotomicrografia 4.16 – Textura nematoblástica em ortoanfibolito da Unidade Coiquí. Luz plana (A) e luz polarizada (B). Unidade Coiqui. Ponto RC-12, (UTM472609/8907298). Os anfibólios são representados por hornblenda. Ocorrem em cristais subidoblásticos a xenoblásticos de granulação fina a muito fina, variando de 0,02 a 0,5mm, de coloração verde oliva escuro e fortemente pleocróico. Apresentam-se orientados em textura nematoblástica (Fotomicrografia 4.16). Os contatos representados por estes cristais são muitas vezes retos em cristais de mesma composição e curvos em cristais de plagioclásio. Alguns cristais apresentam geminados. Os cristais de plagioclásio mostram-se dominantemente xenoblásticos, em contatos curvos entre si e com cristais de anfibólios. A granulometria é fina, com tamanhos variando de 0,05 a 0,15mm. Pode se observar que raros cristais se apresentam geminados e poucos estão levemente saussuritizados (Fotomicrografia 4.17). 58 Hb Op Pl Pl 0,1mm A B 0,1mm Fotomicrografia 4.17 – Detalhe de cristal de plagioclásio levemente geminado (Pl) no centro, observado em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Ortoanfibolito da Unidade Coiqui. Ponto RC-12 Os minerais de opacos apresentam-se em cristais xenoblásticos, ocorrendo intersticiais (UTM472609/8907298). aos cristais de plagioclásio e de anfibólios (Fotomicrografia 4.18). A dimensão destes minerais variam entre 0,02 a 0,5mm. Op Hb A 0,2mm B 0,2mm Fotomicrografia 4.18 – Minerais opacos (Op) entre cristais de hornblenda (Hb) em luz plana (A) e luz polarizada (B). Unidade Coiqui. Amostra RC-12 (UTM472609/8907298). A apatita ocorre em cristais aciculares, prismáticos a arredondados dispersos na rocha com tamanhos nunca superiores a 0,01mm. 4.5.2 – Ortoanfibolito do ponto RC-19 Este anfibolito são rochas de coloração cinza escura a preta escura, com uma granulometria média a fina, isotrópica e maciça. Estas rochas são cortadas por pequenos veios 59 pegmatíticos, como pode ser observados na fotografia 4.6. Ocorrem na área de estudo, nas margens do riacho Capim. Fotografia 4.6 – Afloramento dos ortoanfibolitos da Unidade Coiqui, nas margens do riacho Capim. Ponto RC-19 (UTM474387/8909112). As rochas desta unidade apresentam como principal associação mineralógica o anfibólio, representado pela hornblenda (50%), plagioclásio (35%) e quartzo (10%), ocupando cerca de 95% do volume total da rocha. Titanita (4%), apatita e zircão compõem os minerais acessórios da rocha. As texturas observadas são: granoblástica formada pelo arranjo dos cristais de plagioclásio e quartzo, e nematoblástica, devido a uma incipiente orientação da hornblenda, apesar de, macroscópicamente, a rocha apresentar-se maciça e isotrópica (Fotomicrografia 4.19). A 1mm B 1mm Fotomicrografia 4.19 – Detalhe das texturas granoblástica e nematoblástica observadas em Luz plana (A) e luz polarizada (B). Unidade Coiqui. Ponto RC-19 (UTM474387/8909112). 60 Os limites observados entre os cristais de anfibólios e de plagioclásio são curvos a retos (Fotomicrografia 4.20A e B). Os cristais de anfibólio (hornblenda), com maior representatividade na rocha, apresentam-se de coloração verde oliva, fortemente pleocróicos ocorrendo em grãos xenoblásticos e intersticiais aos cristais de plagioclásio; o tamanho médio destes cristais ocorrem na ordem de 0,3 a 1,2mm. Os cristais de plagioclásio ocorrem em cristais xenoblásticos, com tamanhos variando entre 0,3 a 0,8mm. Apresentam-se deformados, onde não é possível observar suas maclas de geminação, embora ocorram alguns cristais geminados segundo a lei albita (Fotomicrografia 4.20B) e albita e periclina (Fotomicrografia 4.20D). O processo de saussuritização é observado fracamente em todos os cristais. Hb Pl Pl 0,1mm A 0,1mm B Pl Pl Hb C 0,2mm D 0,2mm Fotomicrografia 4.20 – Detalhe de cristais de hornblenda (Hb) em contatos curvos, ou intergranular aos cristais de plagioclásio (Pl) (andesina) com maclas segundo a lei albita (B), albita e periclina (D e D), além de plagioclásio zonado (seta) a esquerda da fotomicrografia (B). Observados em luz Plana (A e C) e em luz polarizada (B e D). Unidade Coiqui. Ponto RC-19. (UTM474387/8909112). 61 Os cristais de titanita ocorrem disseminados na lâmina. Estão quase sempre associados aos cristais de anfibólios e de plagioclásio (Fotomicrografia 4.21). Tn Hb Hb 0,2mm 0,2mm Fotomicrografia 4.21– Detalhe de cristal de titanita (Tn) incluso no cristal de honrblenda (Hb), observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Unidade Coiqui. Ponto RC-19 (UTM474387/8909112). Cristais de apatita ocorrem como cristais euédricos aciculares. Está associada ao plagioclásio. O zircão ocorre como traço em cristais euédricos (Fotomicrografia 4.22). Ap Pl Pl Zr A 0, 4mm B 0,4 mm Fotomicrografia 4.22 – Detalhe dos cristais de zircão (Zr) e apatita (Ap) inclusos no plagioclásio (Pl). Unidade Coiqui. Ponto RC-19 (UTM474387/8909112). 4.6 – ORTOANFIBOLITO DA UNIDADE GADO BRAVO As rochas representadas por esta Unidade na área de estudo são ortoanfibolitos caracterizado pelo ponto RC-20 e ocorrem intercaladas à sequência piroclástica da Unidade Gado Bravo. São rochas de coloração cinza escura, porfiríticas, composta essencialmente de 62 anfibólios e plagioclásio. Este último dispõe-se na forma, principalmente, de pórfiros de coloração branca de dimensão milimétrica, dispersos na matriz anfibolítica (Fotografia 4.7). A Unidade Gado Bravo é composta por anfibólios-clinopiroxênios gnaisses diversos, com tipos epidotíferos, biotíticos, feldspáticos e sulfetados subordinados, além de intercalações de ortoanfibolítos e ortognaisses quartzo andesíticos/dacíticos. A B Fotografia 4.7 – Afloramento de anfibolitos (A) com pórfiro de coloração branca (B) intercalados a tufos da Unidade Gado Bravo. Ponto RC-20 (UTM474080/8908892). Através das análises petrográficas estas rochas apresentam em sua composição modal, anfibólios representados pela hornblenda (72%) constituindo a matriz de granulometria fina, plagioclásio (16%) constituindo os pórfiros, além de quartzo (4%), biotita (5%), minerais opacos (2%), microclina (2%) e piroxênios 1%. A matriz compõe aproximadamente 75% e os pórfiro cerca de 25%. As texturas observadas em lâmina são nematoblástica (forte orientação dos cristais de hornblenda), localmente granoblástica, subofítica, ofítica, mortar e ainda segregação ou bandamento dos cristais de plagioclásio (Fotomicrografia 4.23). A 0,2mm B 0,2mm Fotomicrografia 4.23 – Textura nematoblástica com micro bandamento textural dos anfibolios da Unidade Gado Bravo, observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Ponto RC-20 (UTM474080/8908892). 63 A partir da análise textural, pode-se sugeri que a rocha era um basalto porfirítico, onde os cristais de plagioclásio se cristalizaram como fenocristais numa matriz constituída de plagioclásio + hornblenda. Com o metamorfismo regional, os fenocristais transformaram-se numa associação de plagioclásio + biotita + hornblenda, denominados agora de porfiroclastos, imersos numa matriz anfibolítica constituída por plagioclásio + hornblenda (Fotomicrografia 4.24 e 4.25). Os porfiroclastos apresentam feições como sombra de pressão, envolvidos pela matriz anfibolítica caracterizando-os como cristais pré-deformação (Fotomicrografia 4.25). 0,2mm A B 0,2mm Fotomicrografia 4.24 - Detalhe de pórfiroclasto constituído de plagioclásio + biotita + hornblenda, observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Unidade Gado Bravo. Ponto RC-20 (UTM474080/8908892). Os cristais de anfibólio compõem a maior porcentagem volumétrica da rocha, perfazendo cerca de 63% da matriz e 15% dos porfiroclastos. Ocorrem em cristais xenoblásticos a subidioblásticos, com tamanhos entre 0,15mm e 0,8mm. O plagioclásio ocorre em cristais com tamanhos que variam de 0,07 a 0,4mm. Nestes minerais são raros os que apresentam geminação e encontram-se levemente saussuritizados. A sua percentagem volumétrica na matriz da rocha é de aproximadamente 16% e nos clastos, local onde eles se encontram mais alterados entre cristas de hornblenda, tem volume modal de 55%. Cristais de biotita ocorrem preferencialmente nos clastos com uma porcentagem de aproximadamente 15%, e apresentam orientados perpendicularmente a foliação da rochas. São cristais subdioblásticos, associados a cristais de hornblenda, podendo ter se desenvolvido, 64 a partir de hornblenda. Na fotomicrografia 4.25C, é possível observar que os cristais de biotita ocorrem associados aos cristais de hornblenda. B A C 1mm Fotomicografia 4.25 – Rocha porfiroclastica numa matriz anfibolítica (A) da Unidade Gado Bravo. Em (B) detalhe da textura nematoblástica da matriz e em (C) detalhe da composição do porfiroclastos (plagioclásio + biotita), observados em luz polarizada. Ponto RC-20 (UTM474080/8908892). Cristais de microclina ocorrem nas formas anédrica a subédrica, com maclas preservadas e levemente sericitizados. Constituem cerca de 3% da rocha e encontram-se entre os cristais de hornblenda (Fotomicrografia 4.26). 65 Hb Mc 0,2mm A 0,2mm B Fotomicrografia 4.26 – Detalhe de cristal de microclina (Mc) parcialmente sericitizados e de cristais de hornblenda (Hb), observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Unidade Gado Bravo. Ponto RC-20. (UTM474080/8908892). O piroxênio (Fotomicrografia 4.27) ocorre como um único cristal na lâmina observada e representa menos de 1% do total de minerais observados. É um cristal subeuédrico, de coloração verde ao amarelo, vistos em luz polarizada e em luz plana castanho claro esverdeado. Este mineral encontra-se preservado no centro do cristal de anfibólio (hornblenda) e a forma como ele ocorre, é muito importante para interpretar as reações de desequilíbrio durante o metamorfismo, sugerindo transformação destes minerais em hornblenda, através de reações metamórficas (Fotomicrografia 4.27). Desta forma, a hornblenda, mineral principal da rocha, é resultante do metamorfismo sobre rochas basálticas, protólitos dos ortoanfibolitos atuais. Op Op Pl Hb Px A 0,3mm B 0,3mm Fotomicrografia 4.27 – Cristal de piroxênio (Px) no centro da hornblenda (Hb), com plagioclásio (Pl) e minerais opacos (Op) associados, observados em Luz plana (A) e em Luz polarizada (B). Unidade Gado Bravo. Ponto RC-20 (UTM474080/8908892). 66 As paragêneses minerais observadas nestas rochas indicam condições metamórficas da fácies anfibolito médio. 4.7 – ORTOANFIBOLITOS DA UNIDADE CAIADA A Unidade Caiada é constituída por ortognaisses riodaciticos/quartzo andesíticos, com intercalações acamadadas de ortoanfibolitos e paraganaisses aluminosos e calcissilicáticas. Na área de estudo foi amostrado um ponto representante desta Unidade (RC-17) aflorante na margem do Riacho Capim (Figura 4.2), sob a forma de lajedo (Fotografia 4.8). São rochas de coloração verde escura a preta, maciças, granulação média, compostas por anfibólio e plagioclásio e cortadas por pegmatitos poucos espessos. Fotografia 4.8 – Afloramento dos ortoanfibolitos da Unidade Caiada nas margem do Rio Capim. Ponto RC-17 (UTM474672/8909486). Petrograficamente apresentam texturas granoblástica granular e decussada (Fotomicrografia 4.28) e são compostas essencialmente por anfibólios (hornblenda) 74%, plagioclásio (20%), microclina (4%), biotita (1%) e opacos (1%). 67 Pl Pl Hb 1mm A B 1mm Fotomicrografia 4.28 – Textura granoblástica granular e decussada dos cristais de hornblenda (Hb) e de plagioclásio (Pl), observados em luz plana (A) e em luz polarizada (B). Unidade Caiada Ponto Tn RC-17 Os cristais de anfibólio apresentam na cor verde oliva em luz plana, representados pel (UTM474672/8909486). A Cristais de hornblenda apresentam-se em cristais xenoblásticos, fortemente pleocróicos com tamanhos que variam de 0,3 a 3,6mm (Fotomicrografia 4.28). Os limites destes cristais são retos entre si e com cristais de plagioclásio são curvos. Alguns destes cristais de hornblenda se encontram com machas de alteração semelhante ao processo de sassuritização dos cristais de plagioclásios. Os cristais de plagioclásio ocorrem como o segundo mineral com maior representatividade na rocha. São cristais xenoblásticos com bordas arredondadas, denteados em cristais de hornblenda. A maioria destes minerais apresentam alterados pelo processo de saussuritização, embora ocorram outros cristais que estão completamente límpidos, com maclas de geminação do tipo albita, bem preservadas. Apresentam tamanhos que variam entre 0,3 a 0,6mm. A biotita aparece em raros cristais xenoblásticos a subidioblásticos, geralmente associados aos cristais de hornblenda ou como produto destes (Fotomicrografia 4.29). 68 Op Bt Hb 0,3mm 0,3mm Fotomicrografia 4.29 – Detalhe dos cristais de hornblenda (Hb), biotita (Bt) e minerais opacos (Op) em arranjo granoblástico, observados em luz plana (A) e luz polarizada (B). Unidade Caiada. Ponto RC-17 (UTM474672/8909486). Os minerais de opacos ocorrem disseminados na lâmina, porém concentrando em locais alternados. São cristais xenoblásticos e ocorrem intersticiais aos cristais de hornblenda (Fotomicrografia 4.30). As paragêneses minerais observadas (hornblenda + plagioclásio) nas rochas que compõem a Unidade Caiada indicam condições metamórficas da fácies anfibolito. Hb A Op 0,1mm B 0,1mm Fotomicrografia 4.30 – Concentração de minerais de opacos (Op) entre cristais de hornblenda (Hb), observados em luz plana (A) e luz polarizada (B). Unidade Caiada. Ponto RC-17 (UTM474672/8909486). 69 CAPÍTULO V 70 CAPÍTULO 5 – ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O GREENSTONE BELT DO RIO CAPIM (GBRC) COM O GREENSTONE BELT DO RIO ITAPICURU (GBRI) Neste capítulo será feita uma comparação cronoestratigráfica, a partir de dados dispostos na literatura, entre os greenstone belts do Rio Capim (GBRC) e do Itapicuru (GBRI), ambos de idade paleoproterozóica e situados nos terrenos graníticos-gnáissicosmigmatíticos do Bloco Serrinha. 5.1 – GREENSTONE BELT DO RIO CAPIM (GBRC) 5.1.1 – Litoestratigrafia Como já proposto, Winge (1981) e Souza (1984), a litoestratigrafia do GBRC (Figura 4.1) é composta da base para o topo por sete unidades litoestratigráficas da base para o topo: (I) Unidade Riacho das Pedras, inclui lavas e tufos máficos a félsicos, com intercalações metassedimentares-ortoanfibolitos, lavas e tufos andesíticos a riodacíticos, xistos máficos, biotita xistos, biotita paragnaisses, paranfibolitos, xisto grafitosos, formações ferríferas e inclui também os diques de rochas metavulcânicas félsicas do embasamento; (II) Unidade Rio Caratacá constitui-se de metadacitos - derrames e domos dacíticos, possivelmente com tufos félsicos de composição similar associados; (III); Unidade Coiqui é formada por ortognaisses dacíticos a quartzo andesíticos, com intercalaçoes subordinadas de biotita gnaisses; (IV) Unidade Riacho do Gado Bravo, formada por paragnaisses cálciossilicatados-clinopiroxênio paragnaisses/paranfibolitos e anfibólio paragnaisses, com intercalações subordinadas de paragnaisses quartzíticos/micáceos, ortoanfibolitos e ortognaisses dacíticos/andesíticos; (V) Unidade Riacho Madaipó inclui os ortoanfibolitos finos do “greenstone” semelhante aos diques máficos do embasamento; (VI) Unidade Caiada é composta de ortognaisses vulcânicos máficos a intermediários, com intercalações félsicas e metassedimentares – ortoanfibolítico e ortognaisses andesíticos, com intercalações de ortognaisses dacíticos a riodacíticos e aragnaisses com biotita ± cordierita ± granadas silimanita; (VII) Unidade subvulcânicas félsicas constituída por metariodacitos a 71 micromonzogranitos restritos a um corpo intrusivo na parte oeste do riacho de Pedras e “sills” mais para o leste. 5.1.2 – Geocronologia Oliveira et al. (1998) através de datações geocronológicas em gabros e vulcânicas ácidas do greenstone belt do Rio Capim obtiveram idades Pb-Pb em rocha total, Pb-Pb por evaporação em zircão e U-Pb em zircão, situadas no intervalos de 2,22Ga a 2,09 Ga, além de idades-modelo Sm-Nd, situadas entre 2,5-2,4Ga, conforme demonstrado na tabela 5.1. Tabela 5.1: Dados geocronológicos do greenstone belt do Rio Capim. Rochas Greenstone belt do Rio Capim (GBRC) Idade (Ga) Método Interpretação Vulcânica Félsica 2,153 2,096 2,138 Pb-Pb em rocha total Pb evaporação em zircão U-Pb em zircão Leucogabros 2,433-2,537 Idade modelo TDM Nd Referência Idades de cristalização Oliveira et al. 1998 Época de extração do manto Oliveira et al. 1998 5.1.3 – Metamorfismo Para Souza (1984) o GBRC apresenta uma evolução metamórfica policíclica, de caráter regional, onde foram distinguidas seis (6) fase de metamorfismo, destacando a fácies fácies anfibolito baixo a alto correlatos aos eventos tectônica na região com picos no fácies granulito. As fácies xisto-verde e pumpelyíta-prehnita, respectivamente, representa retromorfoses generalizadas associadas a zonas de cisalhamento e fraturas. 5.1.4 – Recursos Minerais As possibilidades de mineralizações no greenstone belt do Rio Capim (GBRC) apontam mais no sentido de associações cromita-platinóides, tendo em vista que podem ser 72 caracterizados fácies “ferrogabróicas” onde os óxidos metálicos (ilmenita, magnetita) perfazem até 10% da rocha (Fonseca, 1984). Segundo Souza (1984) os sulfetos do GBRC se alojam essencialmente em rochas mesocráticas quartzo andesíticas a dacíticas, com hornblenda + biotita, o que jpa forncem um controle litologico. 5.2 – GREENSTONE BELT DO RIO ITAPICURU (GBRI) 5.2.1 – Litoestratigrafia O greenstone belt do Rio Itapicuru dispõe-se na direção geral N-S, com inversão localizada para E-W na porção sul, e encontra-se inserido em rochas gnáissicas e migmatíticas do embasamento do Bloco Serrinha. A sua porção supracrustal (vulcano-sedimentar) pode ser dividida em três unidades litoestratigráficas, de acordo com as proposições de Kishida (1979) e Silva (1983, 1987): (1) Unidade vulcânico máfico (UVM), de posicionamento basal (Figura 5.1a), constituída por lavas basálticas, maciças, porfiríticas, variolíticas, amigdaloidais, por vezes com estrutura do tipo pillow lavas e brechas de fluxo. Observam-se também nessa unidade intercalações de sedimentos químicos (BIF, cherts, formações manganesíferas) e sedimentos pelíticos (folhelhos grafitosos). (2) Unidade Vulcânicas Intermediária a Félsica (UVF), intercaladas e sotoposta à UVM (Figura 5.1b), na qual são observadas lavas afaníticas, porfiríticas e variolíticas, além de piroclásticas diversas (tufos de cinza, lapilli, de cristais, vítreos e aglomerados vulcânicos), de composição andesíticas a dacíticas, mais raramente riodacíticas. A essa unidade estão também associados corpos subvulcânicos intermediários a félsicos, com predomínio de quartzo-dioritos porfiríticos. 73 Figura 5.1 - Imagens de satélite do greenstone belt do Rio Itapicuru, destacando: (a) rochas da Unidade Vulcânica Máfica (UVM) e (b) Rochas da Unidade Vulcânica Félsica (UVF). Fonte: Silva, 2001 (3) Unidade Sedimentar (US), que predomina no topo da pilha supracrustal (Figura 5.2a), constituída por um conjunto de rochas psamíticas e pelíticas em sua grande maioria derivadas do retrabalhamento de vulcanitos intermediários e félsicos da UVF. Tratase conglomerados, arenitos, siltitos e folhelhos vulcânicos epiclásticos. Nesta unidade é também registrada a presença de rochas de natureza vulcanoquímica, tais como cherts laminados, formações ferríferas e formações manganesíferas. O conjunto de rochas supracrustais foi intrudidas por diferentes gerações de rochas graníticas (Figura 5.2b), a saber: granitóides do tipo IA, cálcio-alcalinos de colocação sintectônica, granitóides shoshoníticos tardi a pós-tectônicos e, mais raramente, granitóides de reciclagem crustal, do tipo S. Além disso, corpos lamprofíricos tardi a pós-tectônicos são 74 também encontrados, tanto intrudindo a sequência supracrustal quanto no embasamento do Bloco Serrinha. Sills gabróicos de pequeno a médio porte também intrudem as rochas supracrustais. Figura 5.2 – Imagens de satélite do Greenstone belt do Rio Itapicuru, destacando: (a) rochas da Unidade Sedimentar (US) e (b) granitóides intrusivos nas supracrustais. Fonte: Silva, 2001. 5.2.2 - Geocronologia Estudos isotópicos realizados por Silva (1992) em litologias supracrustais das unidades vulcânicas máficas e félsicas do GBRI, forneceram idades paleoproterozóicas. Assim como dados de Rocha Neto (1994), que datam rochas máficas e félsicas (tabela 5.2) usando os métodos Pb-Pb e Sm-Nd, obtendo idades paleoproterozóicas semelhantes aos valores obtidos por Silva (1992). 75 Tabela 5.2: Dados geocronológicos do Greenstone Belt do Rio Itapicuru Rochas Andesito da UVF Basaltos da UVM Greentone belt do Rio Itapicuru (GBRI) Idade (Ga) Método Interpretação 2,109±0,08 2,1 Pb-Pb em rocha total idade modelo TDM Nd 2,089±0,085 Rb-Sr 2,209±0.06 2,2 Pb-Pb em rocha total idades modelo TDM Nd Autor Silva (1992) Idade de formação Neves et al. (1980) Idade de formação Silva (1992) 5.2.3 – Metamorfismo Em relação ao metamorfismo do Greenstone Belt do Rio Itapicuru, através de estudo petrográficos das diferentes litologias, Silva (1987) revelou a existência de dois eventos de natureza pervasiva (M1 e M2) e um evento metamórfico localizado (M3): (M1) metamorfismo hidrotermal (espilitização) de fundo oceânico que atuou sobre parte das rochas vulcânicas máficas e félsicas; (M2) metamorfismo regional na fácies xisto-verde, associado à deformação que afetou toda a seqüência e que localmente atingiu a fácies anfibolito nas porções mais deformadas e no contato com os corpos granito-gnáissicos sintectônicos; e (M3) metamorfismo de contato que atingiu a fácies hornblenda-hornfels em auréolas relacionadas à intrusão de granitóides tardi a pós-tectônicos. 5.2.4 – Recursos Minerais As principais vocações metalogenéticas do GBRI, até então, tem sido para a presença de mineraizações auríferas. As principais áreas mineralizadas encontram-se na porção sul do greenstone (área da mina Fazenda Brasileiro) e na porção central, ao longo do rio Itapicuru, no domínio da Fazenda Maria Preta. O ouro ocorre em duas formas distintas: (i) associado a sulfetos nas bordas de veios de quartzo-albita-carbonato, encaixados em zonas de cisalhamento que afetam um sill gabróico diferenciado. Este é o modo de ocorrência de ouro predominante da mina fazenda Brasileiro, onde os veios são acompanhados de intensa carbonatização, sericitização, silificação e sulfetação (arsenopirita, pirrotita e pirita) das rochas encaixantes; (ii) livre e/ou secundariamente associado a sulfetos, em veios de quartzo 76 encaixados em zona de cisalhamento, dentro de metassedimentos vulcanoclásticos félsicos. Esse modo de ocorrência de ouro predomina no distrito de Fazenda Maria preta (porção centro norte do greenstone) e nos depósitos da Fazenda Canto (porção sul do greenstone) Silva, (2001). Ambos os tipos de mineralizações podem ser explicadas com base em um modelo genético envolvendo a circulação de fluidos hidrotermais ao longo de canais gerados por eventos estruturais. 5.3 – CORRELAÇÃO ENTRE O GBRC E O GBRI A partir das informações litoestratigráficas e geocronológicas dos greenstone belts do Rio Capim (e.g. Souza, 1984; Winge, 1981; 1984; Oliveira et al. 1998) e do Rio Itapicuru (e.g. kishida 1979; Silva 1981; Silva 1983, 1987, 1992), podemos correlacioná-las conforme apresentado resumidamente na tabela 5.3. Tabela 5.3 – Estudo comparativo entre o GBRC e GRBI METAMORFIS MO GEOCRONO Vulcanismo predominantemente ácido: ortognaisses andesíticos com intercalacões de ortognaisses dacíticos e riodacíticos. Vulcanismo basáltico (anfibolitos finos a médios, e subvulcânicas máficas, cherts, BIfs, sedimentos vulcânicos e tufos andesíticos Vulcânica Félsica Leucogabros 2,153 (Ga) 2,096 (Ga) 2,138 (Ga) 2,433 (Ga) 2,537 (Ga) Fácies xisto verde Fácies anfibolito Fácies granulito UVF GBRI Lavas de composição andesíticas a dacíticas, associadas a rochas quartzo dioríticas porfiríticas UVM Inferior UNIDADES Superior GBRC Lavas basálticas maciças intercaladas a BIFs, cherts, formações ferríferas além de sedimentos grafitosos. UVM (2,2 Ga) UVF (2,1 Ga) Fácies Xisto verde Fácies anfibolito 77 CAPÍTULO VI 78 CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho foi apresentado o estudo petrográfico das unidades litoestratigráficas da parte central do greenstone belt do Rio Capim, discutindo as principais parageneses metamórficas observadas, e um estudo comparativo com o greenstone belt do Rio Itapicuru. Dentro deste contexto, pode-se fazer as seguintes considerações: 1 – O greenstone belt do Rio Capim é caracterizado como um típico greenstone belt de idade paleoproterozóica, disposto em um sinclinório com forma sigmoidal alongada norte-sul e delimitada por falhas. O GBRC está inserido nos domínios do Bloco Serrinha, na porção nordeste do Cráton do São Francisco, próximo a Faixa Sergipana em sua porção leste e localiza-se nos limites tectônicos entre os Complexo Metamórfico Uauá e Santa Luz. 2 – Na área de pesquisa, foram estudados 5 (cinco) unidades litoestratigráficas do GBRC: Riacho das Pedras, Rio Caratacá, Coiqui, Gado Bravo e Caiada, além do embasamento gnáissico-migmatítico. 3 – As rochas gnáissicas-graníticas-migmatíticas do embasamento do greenstone Belt do Rio Capim representados pelo ponto RC-03, petrograficamente, é constituída por quartzo, plagioclásio, hornblenda, biotita e piroxênio, apresentando textura granobládtica, nematoblástica e lepidoblástica. À estas rochas inclui diques máficos gabróicos, maciços (RC04A e RC-05B) constituídos por horniblenda e Plagioclásio, microclina, opacos e titanita. 4 – A Unidade Rio das Pedras (RC-08) é representado por ortoanfibolitos com uma assembléia mineral constituido por hornblenda e plagioclásio (andesina) com porções menores de titanita e minerais opacos, apresentando textura granoblástica tendendo a textura nematoblástica e, resquícios de texturas ofítica e subofítica; 5 – A Unidade Rio Caratacá (RC-10, RC-11, RC-13, RC-14, RC-15 e RC-16) é composta em sua totalidade composta por uma associação mineralógica de plagioclásio, quartzo e moscovita constituindo a paragênese félsica dominante, somando, biotita, mica branca como clorita, carbonato e apatita, minerais opacos, zircão, titanita e turmalina representam os 79 acessórios presentes. As paragenes minerais de um modo geral apresentam texturas granoblásticas a lepidoblástica. 6 – A Unidade Coiqui, representadas pelos pontos (RC-12 e RC-19), é constituída por hornblenda, plagioclásio e quartzo que representam a composição essencial e minerais opacos e apatita, tianita e zircão em menor quantidade. Apresentam textura nematoblástica fortemente orientadas com relíquias de texturas ofíticas preservadas (RC-12), texturas granoblástica granular e textura nematoblástica, devido a uma incipiente orientação da hornblenda. 7 - A Unidade Gado Bravo é caracterizada por ortoanfibolitos (RC-20) ocorrendo intercalada a sequência piroclástica. São rochas de coloração cinza escura, porfirítica, de granulação média a grossa, composta essencialmente de anfibólios e plagioclásio. Este último dispõe-se na forma, principalmente, de pórfiros de coloração branca de dimensão milimétrica, dispersos na matriz anfibolítica. Apresentam em sua composição modal, anfibólios representados pela hornblenda constituindo a matriz de granulometria fina, plagioclásio constituindo os pórfiros, além de quartzo, biotita, minerais opacos, microclina e piroxênios. Ocorrem as texturas nematoblástica, localmente granoblástica, subofítica, ofítica, mortar e ainda segregação ou bandamento dos cristais de plagioclásio. 8 – A Unidade Caiada (RC-17) aflora na margem do Riacho Capim é constituída por rochas de coloração verde escura a preta, maciça, granulação média, composta por anfibólios e plagioclásio e cortada por pegmatitos poucos espessos. È representada por rochas ortoanfibolitos constituída por cristais de hornblenda, plagioclásio, predominantemente e texturas granoblástica granular e decussada. 9 – O metamorfismo atuante na área de estudo do GBRC, é de caráter regional, da fácies anfibolito constituído por uma paragênes mineral composta por hornblenda + plagioclásio (andesina). Este tipo de metamorfismo foi identificado para as rochas do embasamento do Complexo Uauá e para os diques máficos, assim como para as Unidades Riacho das Pedras, Coiqui, Caiada e Gado Bravo. A Unidade Caratacá é composta por uma associação mineralógica de mais baixo. 80 10 - A partir das semelhanças dos dados geocronológico e litoestratigráficos dos greenstone belts do Rio Capim (e.g. Souza, 1984; Winge, 1980; 1984; Oliveira et al. 1998) e Rio Itapicuru (e.g. Kishida 1979; Silva 1983, 1987, 1992) podemos correlacioná-los, associandose a seguinte história evolutiva: no paleoproterozóico (Sideriano/Riaciano precoce) processou-se, em regime extencional sobre o Bloco Serrinha, a formação dos greenstone belt do Rio Itapicuru e do Rio Capim. Durante o evento transamazônico, no Riaciano, o conjunto bloco crustal – Cinturão Móvel Itabuna – Salvador – Curaçá é submetido a deformação e metamorfismo, cujo pico, entre 2,07 e 2,08 Ga, atingiu a fácies granulito na faixa móvel e as fácies xisto verde e anfibolito nos terrenos greenstones. 81 REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. F. M., O Cráton do São Francisco. Rev. Bras. Geoc., 7: 345-364. 1977. ANDRITZKY, G. Baugeschichte dês pra-Bambuí-Kristalins in Gebiet Caratacá – Bendegó, Distrikt Uauá, Nord-Bahia (Brasilien). Geol. Rundschau, 60: 1050-1061, 1971. BARBOSA, J.S.F. & DOMINGUEZ, J.M.L.. Texto Explicativo para o Mapa Geológico do Estado da Bahia ao Milionésimo. Salvador, Bahia, SICM/SGM, 400p.1996. BARBOSA, J. S. F. Síntese do Conhecimento sobre a Evolução geotectônica das Rochas Metamórfica Arqueanas e Paleoproterozóicas do Embasamento do Cráton do São Francisco na Bahia. Rev. Bras. Geociências. 27 (3): 241-256. 1997. BARBOSA, J. S. F & PEUCAT, J.J. 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