Estudos Geográficos Topografia Geral O Município de Itaberaba

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Estudos Geográficos
Topografia Geral
O Município de Itaberaba localiza-se no centro-leste do estado da Bahia, na encosta da
Chapada Diamantina, microrregião homogênea 11 – Itaberaba, abrangida por doze
municípios, incluído no Polígono das Secas (área delimitada pela Lei n.º 1384, de 1951),
fazendo, o seu território, parte do vale médio do rio Paraguaçu. Pela sua natureza e
formação da crosta terrestre divide-se em duas zonas distintas: uma, a leste, abraçando cerca
de dois terços de suas terras, de vegetação rala e raquítica, conhecida vulgarmente por
caatinga (vocábulo de origem tupi e que quer significar mata clara), de terreno carrasquento
e arenoso, pouco acidentado, apresentando extensa planícies – os tabuleiros – com pequenas
elevações em forma de montes e morros, geralmente granitosos, e com numerosas lagoas
rasas, cobertas de golfos e outras plantas aquáticas. Nesta zona abundam vegetais
oleaginosos e medicinais, madeira para lenha e apriscos ao criatório de animais de pequeno
porte. A outra zona, a oeste, destinada a agricultura e pecuária, é montanhosa, com
elevações consideráveis, de terras humosas, silico-argilosas, úmidas e cobertas de matas, com
grande variedade de madeiras de lei.
Posição Geográfica da Sede Municipal
No que respeita às coordenadas geográficas, situa-se a 12º 32’ 03’’, 9 de latitude sul e 40º 18’
21’’, 4 de longitude a oeste de Greewich, estando, em relação à Capital Baiana, no rumo oésnoroeste (ONO) e distando, 192 quilômetros, em linha reta. A Cidade, há muito
cognominada “Pérola do Sertão”, está erigida em pequenas elevações à esquerda do rio
Piranhas: Praça do Rosário, tendo ao centro e isolada a igreja matriz de Nossa Senhora do
Rosário, padroeira do Município, local onde existiu a sede da fazenda São Simão; alto da
Cigarra, onde havia um casarão senhorial; Avenida Medeiros Neto e adjacências; entre a
Rua Rui Barbosa e Avenida Getúlio Vargas, além de outros levantamentos.
Tomando por referência uma chapa cravada à esquerda da porta principal da igreja matriz, o
Conselho Nacional de Geografia fez registrar a altitude de 265, 877 6 metros acima do nível
do mar. Outros marcos foram assinalados, de 528, 551 6 metros, em trecho da rodovia
Itaberaba-Rui Barbosa (BA-046), e de 219, 416 9 metros, no centro da ponte de concreto sobre
o rio Capivari, no povoado de Santa Quitéria , na rodovia Itaberaba-Ipirá (BA-488). Nos
pontos cardeais damos para linha de demarcação da Cidade os locais: a leste, o Parque de
Exposições; a oeste, o açude público Juraci Magalhães, ao norte, o cemitério Recanto da Paz
e ao sul o açude Redenção, mais conhecido, açude Novo.
Limites Municipais
O município da “Pedra que Brilha” limita-se a leste com o município de Ipirá – da foz do rio
Saracura, no Capivari, desce por este até a sua confluência no rio Paraguaçu; ao sul, com o de
Iaçu – da confluência do rio Capivari no Paraguaçu sobe por este pelo seu talvegue até a vila
de João Amaro, em Iaçu; a oeste, Boa Vista do Tupim – uma linha reta partindo da fazenda
Prainha, na margem esquerda do rio Paraguaçu, defronte da vila de João amaro, no
município de Iaçu, seguindo rumo direito ao marco da fazenda Jamari, no riacho da Ponta da
Serra, e subindo por este até a sua nascente na serra do Orobó; e ao norte, o de Rui Barbosa
– do marco da nascente do riacho da Ponta da Serra segue pelo divisor de águas da serra do
Orobó até a nascente do riacho do Brejo, que atravessa a rodovia BA-046, onde existe uma
ponte, e desce pelo mesmo riacho até a sua foz no rio Saracura e por este até a sua
confluência no rio Capivari, donde tomamos como ponto de partida.
Clima e Salubridade
Possui, o Município, clima semi-árido, variável, sofrendo periodicamente da inclemência das
grandes estiagens, chovendo, entretanto, abundantemente nos períodos de trovoadas, sendo
muito frio e úmido nas estações invernosas. O período chuvoso é de novembro a janeiro. O
tipo climático é salubre e boas as condições de higiene. O rio Piranhas, juntamente com o
açude público Juraci Magalhães, é um grande foco de esquistossomose. A Inspetoria de
Secas, em 1919, fez instalar, inicialmente no jardim (antigo cemitério) da Avenida Medeiros
Neto, mais tarde transferida para o alto da Cigarra, depois para a Rua Augusto Fagundes de
Sousa (antiga, da Formiga) e hoje em campo próprio, a Estação Meteorológica e Posto
Pluviométrico. A temperatura média PE de 24º C.
Hidrografia
Dos cursos d’água, o mais importante para o Município, é o rio Paraguaçu (em tupi significa
“rio caudaloso grande”), marco de fronteira sul e sudoeste com outros municípios limítrofes
e que o banha por sua margem esquerda numa extensão de cerca de 80 quilômetros, e dista
da Sede 28 quilômetros, donde lhe vem a água pelo serviço de canalização construído no
trecho entre João Amaro e Iaçu. Rio diamantífero, que nasce na parte mais meridional do
planalto do Cascavel, na vertente ocidental da serra do Cocal, com pouco mais de mil metros
acima do nível do mar, nas vizinhanças da cidade de Barra da Estiva, e depois de atravessar
e lindar dezoito municípios deságua na baia de Todos os Santos. São seus afluentes neste
município o rio Capivari, segundo em importância, e confluente Saracura, o rio Piranhas e
confluentes Santa Isabel e Espírito Santo, e o rio Tupim. O rio Piranhas e todos os seus
afluentes são genuinamente itaberabenses (piranha vem do tupi pir-ãi, a tesoura que corta a
pele). Nasce no caldeirão da Onça, na serra do Orobó, à noroeste, e vais desaguar no
Paraguaçu com onze léguas de curso, e em seu trajeto confluem diversos riachos, sendo os
principais o do Mamão, da Ponta da Serra e confluente Canabrava, do feijão, Sepultura e os
rios Santa Isabel e Espírito Santo.
Orografia
Distinguem-se dentre as suas elevações mais evidentes a imponente serra do Orobó , com
330 metros de altura, teatro, outrora, de guerrilhas indígenas e de quilombolas, a qual, a
cavaleiro em toda a sua extensão serve de linha divisória entre este e o município de Rui
Barbosa; as serras da Pedra da Igreja, do Cariangó, a do Olho d’Água, a sudoeste de Ipueira,
e entre montes e morros, o Itaberaba, que lhe valeu o topônimo; da Nova Vista e da
Gameleira; da Igreja, com a capela do Senhor Bom Jesus da Lapa; do Carapicho; de Santa
Brígida, na divisa com Boa Vista do Tupim, além de outras. Os acidentes dominantes são
vertentes-esplanadas, maciços de morros e oiteiros, cristas e barras residuais.
Recursos Naturais
Na região das matas e nos imensos caatingais com seus arvoredos tortuosos e achaparrados,
espinheiros e gravatás, há uma fauna bem variada: caitetu, cágado, camaleão, capivara,
cutia, gambá, gato-do-mato, jibóia e muitas cobras venenosas, guará, lebre, macoco, onça
(canguçu), ouriço-cacheiro, paca, preá, quati, raposa, sariguê, suçuarana, tamanduá, tatu,
teiú, veado e outros. Na classe das aves, de todos os portes, plumagens multicores e canoras:
azulão, aracuã, araponga, bem-te-vi, canário, canção, cardeal, codorna, coleira, colibri,
guriatã, espunta-bionda, galinha-d’água, gavião, jacu, João-de-barro, juriti, marreca, Martimpescador, nambu, papagaio, pato-selvagem, pássaro-preto, pega, periquito, perdiz, sabiá,
seriema, urubu-rei, xéxeu, zabelê, etc. Nos rios pescam-se curimatá, olho-de-boi, piau, pirá,
piranha, traíra, tucunaré e vários. Entre os insetos úteis e nocivos há abelhas arapuá, jataí,
mandaçaia, moça-branca (abreu) e urucu, formiga diversas e borboletas de belíssimas cores e
variegadas formas.
A flora é muito variada, possuindo madeira de construção e marcenaria: aroeira, angelim,
bastião-de-arruda, bálsamo, baraúna, cedro (branco, bravo e vermelho, em via de extinção),
catuaba, claraíba (branca e preta), farinha-seca, Gonçalo-alves, ingazeira, ipê, itapicuru
(pedreira e roxo), jacarandá branco, maçaranduba, carrancudo, ferro, roxo, piquiá, peroba,
sucupira (branca e vermelha), umburana-de-cheiro. As mais usadas são os ipês ou pausd’arco e peroba, sendo a primeira a que maior preço alcança. Há um grande número de
plantas medicinais, aromáticas e de outras serventias, como alecrim, arumã, alfavaca, barbade-bode, caatinga-de-porco, caruru, iatobá, língua-de-vaca e quebra-pedra. Dentre as frutas
silvestres destacamos o Cambuí, jabuticaba, juá, quixaba, cajá, maracujá, ouricuri e umbu.
Entre os minerais e rocha citem-se o amianto (que já foi explorado industrialmente), crisotila,
cristal de rocha, estanho, felspato, magnetita (ferro), manganês, mica ou malacacheta,
molibdenita, quartzo, talco e, nos garimpos do rio Paraguaçu, carbonado e diamante.
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