Como construir uma página na Web

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Como construir uma página na Web
São cada vez mais as páginas pessoais na WWW. Saiba o essencial para
se estrear com o pé direito
Dez mil portugueses, mais um menos um, já podem dar com indisfarçável orgulho o seu
endereço Web aos amigos. Isto é, dispõem de um «site» na Internet. Uma página, uma
«homepage». As designações são muitas para a mesma actividade, que consiste em
deter um endereço na World Wide Web onde se coloca informação relevante e
irrelevante sobre a nossa pessoa, os nossos gostos — ou simples referência aos nossos
«hobbies». Há quem as tenha bonitas, há quem as tenha horríveis; há quem as use de
forma sábia e quem nada acrescente; uns colocam informação pessoal, outros mantêm
páginas de interesses, que vão dos selos à colecção de músicas infantis dos anos 60.
E se dez mil já lá estão, outros tantos sonham com isso — mas não sabem o que fazer.
Este guia destina-se a eliminar as dúvidas e a fornecer pistas para a «construção» de
uma «casa» sólida na Word Wide Web.
Há um requisito prévio e apenas um: deter uma ligação à Internet, seja ela qual for.
Pode ser nossa, do nosso filho, do amigo, da empresa, tanto faz. Desde que tenha um
«browser» em condições de navegar e saiba mexer-se minimamente na Web, o leitor
ficará apto, com este guia, a construir a sua própria «homepage» — ou uma dezena
delas, cada cor seu paladar.
O que é um «site»? É um conjunto de páginas cujo conteúdo (texto, imagem e som) está
codificado numa linguagem própria, o HTML (Hypertext Markup Language). Esse
conjunto de páginas (e ficheiros de conteúdo, como é o caso genérico das imagens e
sons) está alojado algures num servidor de Web. Há milhares de servidores espalhados
pelo mundo e a sua página pode ficar alojada em qualquer lado, não interessando a
localização geográfica do sistema informático que lhe dá corpo. Interagimos com o
nosso «site» à distância, usando ferramentas próprias para lá ir colocar (ou retirar) as
páginas e ficheiros.
Vamos então ao que interessa. Existem três passos fundamentais e um quarto passo
complementar, como vamos ver. Mas algum trabalho prévio poupará maçadas e tempo.
Primeiro, defina bem o que quer da sua «homepage». Apenas uma coisa curricular e
pessoal, com a sua fotografia e o endereço de correio electrónico, género cartão de
visita? Ou é um trabalhador por conta própria e deseja criar uma montra para vender
serviços? Ou tem por «hobby» a criação de gatos de raça e deseja criar um centro de
informação sobre o tema?
Uma vez bem definido o objectivo, seleccione a informação que lá vai colocar. Agrupe
as imagens numa directoria (partindo do princípio que já as tem em formato digital, ou
seja, já as digitalizou com o auxílio de um «scanner»). Se vai colocar sons, crie outra
directoria para eles.
Esboce um diagrama de como vai funcionar o «site». Em regra há uma página de
entrada (que por razões técnicas terá por nome «index.htm» ou «index.html»), a partir
da qual direccionamos os visitantes para as páginas de conteúdo.
Quanto mais claro for o diagrama, mais fácil será navegar pelo seu «site» — e os
visitantes agradecerão.
Vamos então às questões técnicas. Em primeiro lugar necessitamos de um programa
para elaborar as páginas no formato final: designam-se por «web editors» ou «html
editors» e são parecidos com os vulgares editores de texto. Outro «software» permite
entrar no nosso «site» e descarregar os ficheiros: é o «ftp-client», ou cliente de ftp,
sendo ftp as iniciais de File Transfer Protocol, o protocolo para fazer viajar,
devidamente compatibilizados com todas as máquinas intermediárias, os ficheiros pela
rede. Este programa permite-nos o acesso a um servidor de páginas, ou seja, o nosso
«senhorio» electrónico. Uma vez «alojados», a nossa página pode ser visitada por todos
os 60 milhões de utilizadores da Internet. E nós tornámo-nos em editores, pelo que
convém mantermo-nos a par do que acontece na World Wide Web.
Não se assuste, pois se quiser nada terá de aprender sobre as várias tecnologias que
sustentam a criação e manutenção de páginas. Nem sequer terá de aprender HTML:
alguns dos programas sugeridos na infografia fazem todo o trabalho de codificação por
nós, que nos limitamos a inserir o texto e as imagens no local pretendido. Claro que
destes programas obtemos páginas um tanto limitadas. Um bom compromisso são os
editores que pressupõem algum conhecimento de HTML do utilizador, que não precisa
de ser um craque. Estes programas funcionam tal e qual como os outros processadores
de texto. Para alterar o tamanho de uma frase, por exemplo, seleccionamos a frase e
vamos ao menu apropriado dar o comando; o programa «escreve» por nós a parcela de
código HTML correspondente.
Os programas aqui sugeridos vão desde o simples acrescento do popular Word for
Windows, que permite gravar directamente em formato HTML os nossos ficheiros de
Word sem mais preocupações, até ao W3e Editor Java Blade e ao HomeSite (o meu
favorito), estes já de nível profissional. Portanto, escolha o que mais se adequar aos seus
propósitos. Uma vez puxado da rede e instalado, pode começar a elaborar as suas
páginas. O melhor método é criar uma directoria ou pasta que será um espelho do seu
«site», não contendo mais nada senão os ficheiros finais. Isto facilitará depois a
actualização do «site». Teste as páginas, as imagens, os «links» ou conexões. Terá no
seu PC uma mini-Web...
Pronto o «site», há que usar o programa de ftp. Escolha o mais adequado, que será
provavelmente o menos pesado em termos de bytes. Este programa é fácil de usar:
apresenta duas janelas, uma correspondente ao seu PC, outra com a estrutura do
servidor remoto. A ligação é simples de parametrizar e em regra as opções préescolhidas pelos programadores funcionam à primeira. De qualquer modo, o servidor
escolhido dar-lhe-á toda a informação necessária.
Vamos então a este: em Portugal surgiu recentemente o Terràvista. É um projecto
oficial (Ministério da Cultura) de tremendo sucesso. É a melhor escolha — mas atenção,
leia bem as Regras de Alojamento pois além das interdições óbvias (como a
pornografia) há outras que se podem aplicar ao seu caso, se quiser comercializar
produtos ou serviços. Em alternativa tem o Geocities, provavelmente o servidor com
mais páginas portuguesas em toda a rede. Este é um pouco mais liberal e fornece um
endereço de correio electrónico complementar, mas tem menor capacidade de
alojamento. Ambos são gratuitos. Alguns ISP têm programas especiais para alojar as
páginas dos seus clientes também gratuitamente.
Há várias empresas que alojam páginas alugando espaço, mas os serviços obtidos não
compensam na maior parte dos casos, pelo que o alojamento gratuito é a melhor
escolha. Isto só não é verdade em dois casos: se tiver na sua página muito mais que os
dois Megabytes típicos dos serviços grátis, ou se desejar um endereço personalizado.
Este tem um custo inicial entre uma e duas dezenas de contos, além da manutenção.
PAULO QUERIDO - EXPRESSO
DICAS
Os formatos de imagem na rede são o JPEG e o GIF, com as extensões .jpg e .gif.
Grave as imagens destinadas ao seu «site» nestes formatos.
Um dos segredos de uma boa «homepage» é a rapidez com que ela chega. E a rapidez
não está só na linha: o peso dos ficheiros, em bytes, determina também a velocidade.
Controle isso até onde pode, seguindo duas regras: nada de imagens de fundo enormes e
poucas imagens por página, e tente limitar o texto a não mais de três ecrãs.
A linguagem Java é acessível, mas não queira tudo de uma vez. O Java ainda é
limitado e na maior parte dos casos um .gif animado fará o mesmo efeito, se não
melhor...
Pense as suas páginas em função da maioria dos putativos visitantes. A largura óptima
é de 600 pixels. Imagens com 250 pixels (à largura ou altura) cumprirão bem a função, e
mais do que isso é carregar no peso, logo na velocidade de recepção.
O formato .jpg é geralmente mais poupado no número de bytes, mantendo a mesma
qualidade da imagem. E pode guardar as imagens em média ou baixa resolução, que a
perda de definição será largamente compensada por um peso muito mais reduzido.
Não abuse das imagens em movimento. Mais de uma por página é distrair o leitor.
Esforce-se por uma boa combinação de cores. Se precisar, recorra a um amigo com
melhor gosto gráfico que o seu... As imagens berrantes no fundo são desaconselhadas,
pois dificultam a leitura.
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