Maria, Mãe do Puro Amor

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Maria, Mãe do Puro Amor
Fernando Dalvi Norbim - Luciano Dalvi Norbim
Maria, Mãe do Puro Amor
Consagração à Maria
Ó Minha Senhora e também minha mãe,
eu me ofereço inteiramente todo a vós,
e em prova da minha devoção
Eu hoje, vos dou o meu coração.
Consagro a Vós meus olhos, meus ouvidos, minha boca,
Tudo o que sou desejo que a vós pertença
Incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me
como coisa e propriedade vossa, Amém.
2
Maria, Mãe do Puro Amor
Ave Maria
A Ave-Maria é a saudação angélica que concretiza em Maria a eleição divina
do majestoso chamado para ser a Mãe de Jesus Cristo, o Redentor. Maria é a
Mãe do Puro Amor. Antes de ser enaltecida por Deus através do anjo Gabriel,
Maria, já glorificava a Deus pelo seu testemunho de vida humilde, simples,
virginal e pela sua natureza Imaculada, da qual nem o pecado original a atingiu.
A pureza e a perfeição de Maria é aplaudida pelo céu diante da doce voz do
anjo Gabriel que diz: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de
Deus.”(Lucas 1, 30).
São Tomás de Aquino1 nos ensina que: ―Na antiguidade, a aparição dos Anjos
aos homens era um acontecimento de grande importância e os homens
sentiam-se exatamente honrados em poder testemunhar sua veneração aos
Anjos. A Sagrada Escritura louva Abraão por ter dado hospitalidade aos Anjos
e por tê-los reverenciado. Mas um anjo se inclinar diante de uma criatura
humana, nunca se tinha ouvido dizer antes que o Anjo tivesse saudado à
Santíssima Virgem, reverenciando-a e dizendo: Ave.‖
Maria recebeu a boa-nova do anjo São Gabriel e respondeu prontamente: “Eis
aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38).
Este sim de Maria foi uma consolação para o anjo Gabriel, pois, ele, antes de
visitá-la, já tinha sido recebido com incredulidade por Zacarias. Assim, o
momento do sim de Maria para o anjo Gabriel foi um momento de consolação
que Deus lhe concedeu por virtude da Bem-Aventurada Maria. Esta alegria e
consolação de São Gabriel também é compartilhada em outro momento pela
sua prima Isabel que assim manifestou a sua alegria: “Bem-aventurada és tu
que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram
ditas!”(Lc 1, 45). Que sim maravilhoso e consolador! Maria é sempre amável e
humilde. Maria é o consolo dos anjos, dos santos e do seu Amado Filho Jesus.
1
Fonte: Pai Nosso e Ave Maria - Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência, Rio de Janeiro, 2003.
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Maria, Mãe do Puro Amor
A Ave-Maria do anjo Gabriel trouxe a certeza à Maria de receber a plenitude da
graça em seu ventre, o próprio Jesus. Assim, também quando rezamos a AveMaria recebemos a plenitude do amor em nosso coração, o Seu Amado Filho
Jesus.
São Luís Maria Grignion de Montfort2 ensina que: ―A Ave-Maria é um orvalho
celeste e divino que, caindo na alma de um predestinado, lhe comunica
admirável fecundidade para produzir toda espécie de virtudes. Quanto mais a
alma é orvalhada por essa oração, mais ela se torna lúcida no espírito, ardente
no coração e fortificada contra todos os seus inimigos.‖
E continua: ―A Ave-Maria é uma flecha penetrante e ardente. Quando um
pregador a une à palavra de Deus que anuncia, dá a essa palavra força para
atravessar, tocar e converter os mais endurecidos corações, ainda que ele não
possua talento natural para a pregação.‖
A oração da Ave-Maria é tão poderosa que a primeira vez que foi dita pelo anjo
Gabriel abriu caminho para que toda a humanidade fosse salva pelo sim de
Maria. São Luís Grignion de Montfort3 nos ensina: ―Pela saudação Angélica,
Deus Se fez homem, uma Virgem de tornou Mãe de Deus, as almas dos justos
foram livradas do limbo, as ruínas do céu foram reparadas e os tronos vazios
foram preenchidos, o pecado foi perdoado, a graça nos foi dada, os doentes
foram curados, os mortos ressuscitados, os exilados chamados de volta, a
Santíssima Trindade foi aplacada, e os homens obtiveram a vida eterna.‖
E continua: ―Toda honra que prestamos a Nossa Senhora reverte a Deus como
Causa de todas as suas perfeições e virtudes. Deus Pai é glorificado quando
honramos a mais perfeita de suas criaturas. Deus Filho é glorificado porque
louvamos sua puríssima Mãe. O Espírito Santo é glorificado porque admiramos
as graças com as quais Ele cumulou sua Esposa.‖
2
Montfort. São Luís Maria. “O Segredo de Maria e o Método de rezar o Rosário. Editora Santa Maria, Rio
de Janeiro. 2. Ed. 1953. P.24.
3
Montfort. São Luís Maria. “O Segredo de Maria e o Método de rezar o Rosário. Editora Santa Maria, Rio
de Janeiro. 2. Ed. 1953. P.21.
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Nenhuma veneração, devoção, honra, louvor, amor, glória e exaltação que
fazemos a Maria, por maior que seja, é suficiente para desagravar o Imaculado
Coração de Maria, por todas as ofensas recebidas diariamente.
São Luís Maria Grignion de Montfort4 nos ensina: ―Ainda não se louvou,
exaltou, amou e serviu suficientemente a Maria, pois muito mais louvor,
respeito, amor e serviço ela merece.‖
Jesus revela a Irmã Lucia,5 no santíssimo, as 5 espécies de ofensas contra o
Imaculado Coração de Maria: ―Minha filha, o motivo é simples: São 5 as
espécies de ofensas e blasfêmias proferidas contra o Imaculado Coração de
Maria.
1°.As blasfêmias contra a Imaculada Conceição
2°. Contra Sua Virgindade
3°. Contra a maternidade divina, recusando, ao mesmo tempo, recebê-la como
Mãe dos homens.
4°. Os que procuram publicamente infundir nos corações das crianças, a
indiferença, o desprezo, e até o ódio para com esta Imaculada Mãe.
5°.Os que A ultrajam diretamente nas Suas sagradas imagens. Eis, minha filha,
o motivo pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta
pequena reparação; e, de atenção a ela, mover a Minha misericórdia ao perdão
para com essas almas que tiveram a desgraça de A ofender. Quanto a ti,
procura sem cessar, com as tuas orações e sacrifícios, Mover-Me à
misericórdia para com essas pobres almas.
Quando o anjo Gabriel venerou Maria com elogiosa e gloriosa saudação, Deus
Pai, resolveu enviar seu Filho Jesus ao ventre de Maria para que, por obra do
Espírito Santo, pudesse encarnar o Verbo Divino. Assim também, Deus espera
que primeiro veneremos Maria para que possamos receber Jesus em nosso
4
Montfort. São Luís de. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38. Ed.
2009.P.22
5
Irmã Lucia. O segredo de Fátima. Editora Loyola. 2002. P.169-170.
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Maria, Mãe do Puro Amor
coração. Quanto mais amamos Maria mais amamos a Jesus. Quanto mais
amamos a Jesus mais amamos Maria.
Assim como, a primeira Ave-Maria teve a presença de Maria para receber tão
honrosa saudação angélica do anjo, todos nós, somos chamados a continuar o
anuncio do anjo São Gabriel e rezar devotamente a Ave-Maria pedindo a
Nossa Senhora a Sua poderosa intercessão. Maria se faz presente em toda
Ave-Maria que rezamos, por isso, é importante rezarmos com carinho, atenção
e muita devoção, pois Nossa Senhora está nos vendo e ouvindo com atenção
cada Ave-Maria que pronunciamos.
Pela oração da Ave-Maria vamos ao Coração de Maria e conseguimos mais
facilmente a graça de conhecer Jesus, pois Maria ama tanto a Jesus que Ele
permanece sempre em seu coração. Para Maria as palavras de Deus são
tesouros que guarda com muito carinho no seu Imaculado Coração. “Maria
conservava todas as palavras, meditando-as no seu coração.”(Lc 2, 19)
Meditando o amor que Maria tem pela palavra de Deus podemos tirar duas
conclusões: A primeira é que, antes de Jesus encarnar-se no ventre de Maria,
por obra do Espírito Santo, era o Verbo. Portanto, o amor profundo a Jesus é
também o amor à palavra de Deus. Pois, antes de nascer do ventre de Maria,
Jesus era a própria palavra. A segunda conclusão é que, o amor de Maria é
perfeito, pois amou a Jesus em plenitude buscando ser fiel a palavra de Deus e
colocando em prática todos os ensinamentos de Deus. Por isso Jesus disse:
“Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a
observam!”(Lc 11, 28). Maria ama Jesus com todo o seu coração e dá
testemunho de ser a Mãe de Jesus pelo exemplo de uma vida em pureza,
graça, santidade, amor, humildade, obediência e fé.
São Luís Maria Grignion de Montfort6 nos ensina: ―Deus Pai ajuntou todas as
águas e denominou-as mar; reuniu todas as graças e chamou-as Maria. Este
grande Deus tem um tesouro, um depósito riquíssimo, onde encerrou tudo que
há de belo, brilhante, raro e precioso, até seu próprio Filho; e este tesouro
6
Montfort. São Luís de. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38. Ed.
2009.P.30-31.
6
Maria, Mãe do Puro Amor
imenso é Maria, que os anjos chamam o tesouro do Senhor, e de cuja
plenitude os homens se enriquecem. Deus Filho comunicou a sua Mãe tudo
que adquiriu por sua vida e morte: seus méritos infinitos e suas virtudes
admiráveis. Fê-la tesoureira de tudo que seu Pai lhe deu em herança; é por ela
que ele aplica seus méritos aos membros do corpo místico, que comunica suas
virtudes, e distribui suas graças;‖
O Catecismo da Igreja Católica no ensina sobre esta linda oração que é o
próprio Deus por meio do seu anjo que saúda Maria:
2676. «Ave, Maria (alegrai-vos, Maria)». A saudação do anjo Gabriel abre esta
oração. É o próprio Deus que, por intermédio do seu anjo, saúda Maria. A
nossa oração ousa retomar a saudação a Maria com o olhar que Deus pôs na
sua humilde serva, alegrando-nos com a alegria que Ele n'Ela encontra.
A Ave-Maria é uma oração angelical. Cada vez que a repetimos com amor
somos como anjos do céu que reconhecem em Maria a predileção Divina e se
submetem à Sua Majestosa Maternidade concedida por seu amado Filho Jesus
a João e toda humanidade no madeiro da cruz.(Jo 19, 26-27).
A Ave-Maria é a oração do Amor. Pela Ave-Maria o anjo Gabriel anunciou a
plenitude do amor e da misericórdia de Deus pela humanidade ao revelar que
Jesus, o Filho de Deus, seria concebido no ventre de Maria, por obra do
Espírito Santo, para que todos fossemos salvos.
O Anjo Gabriel anunciou a Maria: ―Eis que conceberás e darás à luz um filho, e
lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo,
e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na
casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” (Lc 1, 31-33)
O anúncio da vinda de Jesus traz à Maria uma grande alegria pela certeza de
que a promessa feita no antigo testamento (Miq 5, 2; Is 9,1; Is 7, 14) havia sido
realizada a partir do seu Sim. Maria deu o Sim a Jesus. Maria deu o Sim para a
salvação de toda a humanidade.
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Maria, Mãe do Puro Amor
A Ave-Maria é a oração que nos concede a graça da poderosa intercessão de
Maria. O terço nos concede a graça de alcançarmos a virtude da perseverança
na oração. Cada vez que repetimos a Ave-Maria, com amor e paciência,
aumentamos o nosso fervor e perseverança na oração. O terço é a oração da
perseverança. Se tivermos perseverança no terço também teremos constância
nos bons projetos que realizarmos. O terço nos livra do vício da inconstância
da fé.
São Luís Maria Grignion de Montfort7 nos ensina que é necessário saber rezar
o terço para sermos eficazes na oração: ―É preciso que a pessoa que reza o
Rosário esteja em estado de graça, ou pelo menos na resolução de sair do seu
pecado, porque a Teologia nos ensina que as boas obras e as orações feitas
em pecado mortal são obras mortas, que não agradam a Deus nem podem
merecer a vida eterna.‖
Regras de São Luís Maria Grignion de Montfort para rezar o Rosário8:
1.Não é o prolongamento de uma oração que agrada a Deus e lhe conquista o
coração, mas o seu fervor. Uma só Ave-Maria bem rezada tem mais mérito do
que cento e cinqüenta mal rezadas.
2.Aconselhamos o Rosário a todas as pessoas: aos justos, para que
perseverem e cresçam na graça de Deus; e aos pecadores também, mas para
que saiam de seus pecados.
3. Não basta, para rezar bem, exprimir nossos pedidos pela excelente forma de
oração que é o Rosário, mas é preciso aplicar nisso uma grande atenção, pois
Deus ouve antes à voz do coração que à da boca.
7
Montfort. São Luís Maria. “O Segredo de Maria e o Método de rezar o Rosário. Editora Santa Maria, Rio
de Janeiro. 2. Ed. 1953. P.50.
8
Montfort. São Luís Maria. “O Segredo de Maria e o Método de rezar o Rosário. Editora Santa Maria, Rio
de Janeiro. 2. Ed. 1953. P.50-61.
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Maria, Mãe do Puro Amor
4.Pensai que vosso Anjo da Guarda está à vossa direita, colhendo as AveMarias que rezais, quando elas são bem rezadas, como se fossem rosas, para
com elas tecer uma coroa para Jesus e Maria;
5.Vosso Rosário é tanto melhor quanto mais meritório for; ele é tanto mais
meritório quanto mais difícil for;
6.Invocai inicialmente o Espírito Santo para bem rezar o vosso Rosário, e
colocai-vos em seguida um momento na presença de Deus.
7.Antes de começas cada dezena, parai um pouco para considerar o mistério
que estais celebrando, e pedi sempre, pela intercessão de Maria Santíssima,
uma das virtudes que mais ressaltam naquele mistério ou da qual tendes mais
necessidade.
8.Uma pessoa que recita o terço sozinha tem somente o mérito de um terço;
mas, se o reza com trinta pessoas, tem o mérito de trinta terços.
Conselhos do Papa João Paulo II sobre o Rosário9:
1.Peço, pois, a todos aqueles que se dedicam à pastoral das famílias que
sugerirem com convicção a recitação do Rosário. A família que reza unida,
permanece unida.
2.A família, que reza unida o Rosário, reproduz em certa medida o clima da
casa de Nazaré: põe-se Jesus no centro, partilham-se com Ele alegrias e
sofrimentos, colocam-se nas suas mãos necessidades e projetos, e d'Ele se
recebe a esperança e a força para o caminho.
3.O Rosário é a minha oração predileta. Oração maravilhosa! Maravilhosa na
simplicidade e na profundidade.
9
CARTA APOSTÓLICA. ROSARIUM VIRGINIS MARIAE DO SUMO PONTÍFICE. JOÃO PAULO II. 16 de
Outubro de 2002.
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Maria, Mãe do Puro Amor
4.Por sua natureza, a recitação do Rosário requer um ritmo tranqüilo e uma
certa demora a pensar, que favoreçam, naquele que ora, a meditação dos
mistérios da vida do Senhor, vistos através do Coração d`Aquela que mais de
perto esteve em contato com o mesmo Senhor, e que abram o acesso às suas
insondáveis riquezas.
Conselhos do Papa Leão XIII10 sobre o Rosário:
1.Outra fortíssima razão para contarmos com maior segurança com a generosa
bondade de Maria reside na própria natureza do Rosário, tão adequado para
nos fazer rezar bem. Pela sua fragilidade, o homem, durante a oração, muitas
vezes é levado a distrair-se do pensamento de Deus e a faltar ao seu louvável
propósito.
2. Ora, quem considera atentamente este fenômeno logo verá quão eficaz é o
Rosário não só para fazer aplicar a mente e para sacudir a preguiça da alma,
como também para excitar um salutar arrependimento das culpas, e,
finalmente, para elevar o espírito às coisas celestes. E isto porque, como é
bem sabido, o Rosário é composto de duas partes, distintas entre si, porém
inseparáveis: a meditação dos mistérios e a oração vocal.
3.Por conseqüência, este gênero de oração requer da parte do fiel uma
atenção particular que não só o faz elevar, de algum modo, a mente a Deus,
mas o leva também a refletir tão seriamente sobre as coisas propostas à sua
consideração e contemplação, que ele é induzido também a tirar delas estímulo
para uma vida melhor e alimento para toda forma de piedade. Realmente, não
há nada maior ou mais maravilhoso do que estas coisas, que são como que o
resumo da fé cristã, e que, com a sua luz e íntima força, têm sido fonte de
verdade, de justiça e de paz, e que assinalaram para o mundo uma nova
ordem de coisas, rica de frutos maravilhosos. 4. Porém a virtude que o Rosário
tem de inspirar a confiança em quem o reza, possui-a também em mover à
piedade para conosco o coração da Virgem. Quanto deve ser suave para ela o
10
Carta Encíclica Iucunda Semper Expectatione de Sua Santidade Papa Leão XIII.
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Maria, Mãe do Puro Amor
ver-nos e o escutar-nos, enquanto entrelaçamos em coroa pedidos para nós
justíssimos e louvores para ela belíssimo! Assim rezando, nós desejamos e
tributamos a Deus a glória que lhe é devida; procuramos unicamente o
cumprimento dos seus acenos e da sua vontade; exaltamos a sua bondade e a
sua munificência, chamando-lhe Pai e pedindo-lhe, embora indignos deles, os
dons mais preciosos. Com tudo isto Maria exulta imensamente, e, pela nossa
piedade, de coração "magnifica o Senhor". Porque, quando nos dirigimos a
Deus pela oração dominical, nós o suplicamos mediante uma oração digna
d'Ele. São Tomás de Aquino11 nos ensina que: ―A bem-aventurada Virgem
ultrapassou todos os Anjos por sua plenitude de graça, e para manifestar esta
preeminência o Arcanjo Gabriel inclinou-se diante dela, dizendo: cheia de
graça; o que quer dizer: a vós venero, porque me ultrapassais por vossa
plenitude de graça.‖
São Tomás de Aquino continua: ―Diz-se também da Bem-aventurada Virgem
que é cheia de graça em três perspectivas: Primeiro, sua alma possui a
plenitude da graça...Em segundo lugar, a plenitude de graça da Virgem
Santa se manifesta no reflexo da graça de sua alma, sobre sua carne e
seu corpo. Já é uma grande felicidade que os santos gozem de graça
suficiente, para a santificação de suas almas. Mas a alma da Bem-Aventurada
virgem Maria possui uma tal plenitude de graça, que esta graça de sua alma
reflete sobre sua carne, que por sua vez, concebe o Filho de Deus...Em
terceiro lugar, a Bem-aventurada Virgem é cheia de graça, a ponto de
espalhar sua plenitude de graça sobre todos os homens. "Por estas e
outras muitas razões e autoridades, é evidente que a bem-aventurada Mãe de
Deus foi assunta ao céu em corpo e alma sobre os coros dos anjos. E cremos
que isto é absolutamente verdadeiro".(S. Alberto Magno, Mariale sive
quaestiones super Evang. "Missus est", q. 132).
11
Fonte: Pai Nosso e Ave Maria - Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência,
Rio de Janeiro, 2003.
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Maria, Mãe do Puro Amor
Oração da Ave-Maria no Catecismo da Igreja Católica
2676. Este duplo movimento de oração a Maria encontrou uma expressão
privilegiada na oração da «Ave-Maria»:
«Ave, Maria (alegrai-vos, Maria)». A saudação do anjo Gabriel abre esta
oração. É o próprio Deus que, por intermédio do seu anjo, saúda Maria. A
nossa oração ousa retomar a saudação a Maria com o olhar que Deus pôs na
sua humilde serva (24), alegrando-nos com a alegria que Ele n'Ela encontra
(25).
«Cheia de graça, o Senhor é convosco». As duas palavras da saudação do
anjo esclarecem-se mutuamente. Maria é cheia de graça, porque o Senhor está
com Ela. A graça de que Ela é cumulada é a presença d'Aquele que é a fonte
de toda a graça. «Solta brados de alegria [...] filha de Jerusalém [...]; o Senhor
teu Deus está no meio de ti» (Sf 3, 14. 17a). Maria, em quem o próprio Senhor
vem habitar, é em pessoa a filha de Sião, a arca da aliança, o lugar onde reside
a glória do Senhor: é «a morada de Deus com os homens» (Ap 21, 3). «Cheia
de graça», Ela dá-se toda Aquele que n'Ela vem habitar e que Ela vai dar ao
mundo.
«Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre,
Jesus». Depois da saudação do anjo, fazemos nossa a de Isabel. «Cheia [...]
do Espírito Santo» (Lc 1, 41), Isabel é a primeira, na longa sequência das
gerações, a declarar Maria bem-aventurada: «Feliz d'Aquela que acreditou...»
(Lc 1, 45); Maria é «bendita entre as mulheres», porque acreditou no
cumprimento da Palavra do Senhor. Abraão, pela sua fé, tornou-se uma
bênção «para todas as nações da terra» (Gn 12, 3). Pela sua fé, Maria tornouse a mãe dos crentes, graças a quem todas as nações da terra recebem
Aquele que é a própria bênção de Deus: Jesus, «fruto bendito do vosso
ventre».
2677. «Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós
ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do
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Maria, Mãe do Puro Amor
meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de
Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e
pedidos: Ela ora por nós como orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo
a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com
Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade».
«Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria
que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres pecadores e recorremos à «Mãe
de misericórdia», à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje das
nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a
hora da nossa morte». Que Ela esteja então presente como na morte do seu
Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento, Ela nos acolha como nossa
Mãe, para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso.
2678. A piedade medieval do Ocidente propagou a oração do rosário como
substituto popular da Liturgia das Horas. No Oriente, a forma litânica do
akáthistos e da paráclêsis ficou mais próxima do ofício coral nas Igrejas
bizantinas, ao passo que as tradições arménia, copta e siríaca preferiram os
hinos e cânticos populares à Mãe de Deus. Mas, na Ave-Maria, nas theotokía,
nos hinos de Santo Efrém ou de São Gregório de Narek, a tradição da oração é
fundamentalmente a mesma.
2679. Maria é a orante perfeita, figura da Igreja. Quando Lhe oramos, aderimos
com Ela ao desígnio do Pai, que envia o seu Filho para salvar todos os
homens. Como o discípulo amado, nós acolhemos em nossa casa a Mãe de
Jesus que se tornou Mãe de todos os viventes. Podemos orar com Ela e orarLhe a Ela. A oração da Igreja é como que sustentada pela oração de Maria.
Está-lhe unida na esperança.
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Maria, Mãe do Puro Amor
Cheia de Graça
Maria é Cheia de Graça, pois recebeu a infinita graça de acolher em seu ventre
o Seu Amado Filho Jesus. Através de Maria todas as graças são comunicadas
para a humanidade. A intercessão de Maria é poderosa e traz a certeza da
salvação a quem a venera devotamente como sendo sua amada mãe.
A qualidade ―Cheia de Graça‖ também pode ser entendida pelas inúmeras
graças e honras que Nossa Senhora recebeu de Deus-Pai. Maria tem a graça
de ser co-redentora da salvação da humanidade.
Ensinamentos do Vaticano sobre a Co-redenção
Ensinamentos do Cardeal Javier Lozano Barragán:12
Por obra do Espírito Santo, Maria concebeu o seu Filho divino e, por este
Amor, Maria associa-se no Calvário como co-Redentora do Salvador. Graças à
sua máxima pertença materna a Cristo, recebe aos pés da cruz a maternidade
do Corpo místico. Cristo sofre na cruz todas as dores padecidas pela sua
Santíssima Mãe. E Ela sofre em Cristo todas as suas dores. Por isso,
interiormente, do íntimo do seu coração materno, padece também connosco,
tem compaixão de toda a humanidade e está maternalmente unida a nós nas
nossas dores e aflições com toda a ternura que somente Ela pode ter. E Nossa
Senhora difunde esta ternura em nós na medida e intensidade dos nossos
sofrimentos (cf. Salvifici doloris, 25-26).
Na Eucaristia encontramos o próprio Corpo de Cristo, que nos é entregue por
Maria. Encontramos aquele Corpo que, como afirmamos, a enche de dor e
amargura, de júbilo e alegria; é por isso que a aclamamos como nossa Mãe
dolorosa, Mãe da santa Esperança e Mãe da santa Alegria.
12
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/hlthwork/documents/rc_pc_hlth
work_doc_20080211_giorno-del-malato_po.html
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Maria, Mãe do Puro Amor
O amor "eucarístico" por Maria faz com que o nosso "sim" não se feche numa
mera individualidade mas inclua todas as dores e sofrimentos. O sofrimento de
Cristo visa anular as dores. Depois de tudo aquilo que se disse acerca do
sofrimento, poder-se-ia cair no equívoco de exaltar a dor em si mesma. O
sofrimento tem valor porque a morte de Cristo comporta, inseparavelmente, a
sua ressurreição. Em síntese, a dor é válida enquanto tiver em vista destruir o
sofrimento. Assim o sofrimento, entendido em chave cristã, impele-nos a lutar
contra o sofrimento nesta vida, como uma antecipação da ressurreição (cf. Jo
3, 16).
Por isso a Eucaristia, como participação no sofrimento de Cristo, leva-nos a
curar os nossos irmãos enfermos. Obriga-nos a ser, como o Papa diz na sua
Mensagem, "pão repartido" para os nossos irmãos. Esta é a lógica cristã do
"bom Samaritano" e do Juízo final, no qual seremos julgados se encontramos
Cristo sofredor em cada doente, se O visitamos e se O curamos. Assim, na
Salvifici doloris o Papa João Paulo II escreve: "Juntamente com Maria, Mãe de
Cristo, que estava de pé junto da Cruz, detemo-nos ao lado de todas as cruzes
do homem de hoje" (n. 31). Trata-se de compartilhar a alegria da ressurreição,
derrotando a morte na sua apresentação diária através da doença. Aqui
encontramos o motor que nos impele a lutar contra todas as enfermidades,
para buscar a saúde de todos. Daqui nasce a obrigação de avançar sempre
nos campos da arte e da ciência médica, progredindo nas suas extraordinárias
conquistas contemporâneas.
Ensinamentos do Papa Leão XIII:
De fato, a Virgem Imaculada, escolhida para ser Mãe de Deus, e por isto
mesmo feita Co-Redentora do gênero humano, goza junto a seu Filho de um
poder e de uma graça tão grande, que nenhuma criatura, nem humana nem
angélica, jamais pôde nem jamais poderá atingir uma maior. E, visto como a
alegria mais grata para ela é a de ajudar e consolar todo fiel em particular que
invoque o seu socorro, não pode haver dúvida de que ela muito mais
prazeirosamente deseje acolher, antes, que exulte em acolher, os votos da
Igreja toda.(Carta Encíclica Supremi Apostolatus Officio. Papa Leão XIII).
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Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é Cheia de Graça:
Maria é a mediadora de todas as graças.
Maria é cheia de graça porque Deus a escolheu entre todas as mulheres para
ser a mãe de Jesus e cooperar no Seu plano de salvação da humanidade.
(Lucas 1, 46-55)
Maria tem a graça de ser Imaculada, sem pecado original, desde a sua
concepção e, assim, permanecer por toda a sua vida.
Tem a graça de ser a mãe de Deus. (Lucas 1, 43)
Tem a graça de estar na primeira adoração. (Mateus 2, 11)
Tem a graça de cuidar do menino Jesus. (Lucas 2, 21-52)
Tem a graça de ser Bem-Aventurada e encontrar graça diante de Deus. (Lucas
1, 30)
Tem a graça de receber a veneração e louvor do anjo Gabriel. (Lucas 1, 28)
Tem a graça de receber José como seu castíssimo esposo. Tem a graça de ser
a Diletíssima esposa do Espírito Santo na encarnação do Filho Jesus. (Mateus
1, 24-25)
Tem a graça de ter educado Jesus. (Lucas 2, 21-52)
Tem a graça de ser prima de Isabel(a qual foi escolhida e agraciada pelo
milagre de conceber João Batista na sua velhice). (Lucas 1, 36-37)
Tem a graça de ser declarada bendita entre todas as mulheres e todas as
gerações. (Lucas 1, 42)
Tem a graça de ser amada infinitamente por Jesus.
Tem a graça de participar como intercessora junto a Jesus no seu primeiro
milagre em Caná. (João 2, 1-12)
Tem a graça de receber o Espírito Santo juntamente com os discípulos em
Pentecostes. (Atos 2, 1-4)
Tem a graça de ser a Rainha dos anjos e santos do céu.
Tem a graça de ser Imaculada;
Tem a graça de ser assunta ao céu.
16
Maria, Mãe do Puro Amor
Tem a graça de ser Rainha dos discípulos. Tem a graça de ser a Rainha dos
profetas. Tem a graça de ser mãe de toda a humanidade e a nossa mais
poderosa intercessora no Reino dos céus.
Maria é Cheia de Graça. Maria é humilde. Maria é mansa e humilde de
coração. A saudação que enaltece Maria é recebida por ela com profunda
humildade ao reconhecer: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim
segundo a tua palavra.”(Lc 1, 38).
O Papa João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem13 nos ensina:
―Quando Maria responde às palavras do mensageiro celeste com o seu « fiat »,
a « cheia de graça » sente necessidade de exprimir a sua relação pessoal, a
respeito do dom que lhe foi revelado, dizendo: « Eis a serva do Senhor » (Lc 1,
38). Esta frase não pode ser privada nem diminuída do seu sentido profundo,
tirando-a artificialmente de todo o contexto do evento e de todo o conteúdo da
verdade revelada sobre Deus e sobre o homem. Na expressão « serva do
Senhor » transparece toda a consciência de Maria de ser criatura em relação a
Deus. Todavia, a palavra « serva », quase no fim do diálogo da Anunciação, se
inscreve na perspectiva integral da história da Mãe e do Filho. Na verdade, este
Filho, que é verdadeiro e consubstancial « Filho do Altíssimo », dirá muitas
vezes de si, especialmente no momento culminante de sua missão: « o Filho
do homem ... não veio para ser servido, mas para servir » (Mc 10, 45).‖
―O arcanjo chamou a Virgem cheia de graça; porque, enquanto que aos outros
santos a graça é concedida com limites, sobre Maria foi derramada em sua
plenitude.‖ (Glórias de Maria, p.264)
São João Berchmans, da Companhia de Jesus, costumava dizer: ―Se amo a
Maria, estou certo da minha perseverança e de Deus obtenho tudo o que
quiser: Quero amar a Maria, quero amá-la sempre.‖ (Glórias de Maria, p.59)
13
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jpii_apl_15081988_mulieris-dignitatem_po.html
17
Maria, Mãe do Puro Amor
São Boaventura diz: ―Ninguém, achará jamais a Jesus senão com Maria, e por
meio de Maria. E conclui que em vão procura Jesus quem não procura achá-lo
com sua Mãe.‖ (Glórias de Maria, p.139)
São Bernardo ensina: ―Procuremos venerar como todos os afetos do coração
Maria, Mãe de Deus, porque é vontade do Senhor que de suas mãos
recebamos todos os bens da graça. Sempre, portanto, que desejarmos ou
solicitarmos uma graça, tratemos, de recomendar-nos a Maria e tenhamos
confiança de obtê-la por sua intercessão‖. (Glórias de Maria, p.147)
O Papa João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Mater14 nos ensina:
―Na linguagem da Bíblia "graça" significa um dom especial, que, segundo o
Novo Testamento, tem a sua fonte na vida trinitária do próprio Deus, de
Deus que é amor (cf. 1 Jo 4, 8). É fruto deste amor a "eleição" - aquela
eleição de que fala a Carta aos Efésios. Da parte de Deus esta "escolha" é a
eterna vontade de salvar o homem, mediante a participação na sua própria
vida divina (cf. 2 Pdr 1, 4) em Cristo: é a salvação pela participação na vida
sobrenatural. O efeito deste dom eterno, desta graça de eleição do homem
por parte de Deus, é como que um gérmen de santidade, ou como que uma
nascente a jorrar na alma do homem, qual dom do próprio Deus que,
mediante a graça, vivifica e santifica os eleitos.
Desta forma se verifica, isto é, se torna realidade aquela "bênção" do
homem "com toda a sorte de bênçãos espirituais", aquele "ser seus filhos
adoptivos ... em Cristo", ou seja, n'Aquele que é desde toda a eternidade o
"Filho muito amado" do Pai. Quando lemos que o mensageiro diz a Maria
"cheia de graça", o contexto evangélico, no qual confluem revelações e
promessas antigas, permite-nos entender que aqui se trata de uma "bênção"
singular entre todas as "bênçãos espirituais em Cristo". No mistério de
Cristo, Maria está presente já "antes da criação do mundo", como aquela a
quem o Pai "escolheu" para Mãe do seu Filho na Incarnação - e,
14
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jpii_enc_25031987_redemptoris-mater_po.html
18
Maria, Mãe do Puro Amor
conjuntamente ao Pai, escolheu-a também o Filho, confiando-a eternamente
ao Espírito de santidade. Maria está unida a Cristo, de um modo
absolutamente especial e excepcional; e é amada neste "Filho muito amado"
desde toda a eternidade, neste Filho consubstancial ao Pai, no qual se
concentra toda "a magnificência da graça". Ao mesmo tempo, porém, ela é e
permanece perfeitamente aberta para este "dom do Alto" (cf. Tg 1, 17) Como
ensina o Concílio, Maria "é a primeira entre os humildes e os pobres do
Senhor, que confiadamente esperam e recebem d'Ele a salvação".
A saudação e o nome "cheia de graça" dizem-nos tudo isto; mas, no
contexto do anúncio do Anjo, referem-se em primeiro lugar à eleição de
Maria como Mãe do Filho de Deus. Todavia, a plenitude de graça indica ao
mesmo tempo toda a profusão de dons sobrenaturais com que Maria é
beneficiada em relação com o facto de ter sido escolhida e destinada para
ser Mãe de Cristo. Se esta eleição é fundamental para a realização dos
desígnios salvíficos de Deus, a respeito da humanidade, e se a escolha
eterna em Cristo e a destinação para a dignidade de filhos adoptivos se
referem a todos os homens, então a eleição de Maria é absolutamente
excepcional e única. Daqui deriva também a singularidade e unicidade do
seu lugar no mistério de Cristo.‖
O Papa João Paulo II, ainda nos ensina que:
Segundo a doutrina formulada em documentos solenes da Igreja, esta
"magnificência da graça" manifestou-se na Mãe de Deus pelo facto de ela ter
sido "redimida de um modo mais sublime". 24 Em virtude da riqueza da
graça do amado Filho e por motivo dos merecimentos redentores d'Aquele
que haveria de tornar-se seu Filho, Maria foi preservada da herança do
pecado original. Deste modo, logo desde o primeiro instante da sua
concepção, ou seja da sua existência, ela pertence a Cristo, participa da
graça salvífica e santificante e daquele amor que tem o seu início no "amado
Filho", no Filho do eterno Pai que, mediante a Incarnação, se tornou o seu
próprio Filho. Sendo assim, por obra do Espírito Santo, na ordem da graça,
ou seja, da participação da natureza di vina, Maria recebe a vida d'Aquele,
19
Maria, Mãe do Puro Amor
ao qual ela própria, na ordem da geração terrena, deu a vida como mãe. A
Liturgia não hesita em chamá-la "genetriz do seu Genitor" e em saudá-la
com as palavras que Dante Alighieri põe na boca de São Bernardo: "filha do
teu Filho". E, uma vez que Maria recebe esta "vida nova" numa plenitude
correspondente ao amor do Filho para com a Mãe, e por conseguinte à
dignidade da maternidade divina, o Anjo na Anunciação chama-lhe "cheia de
graça".
Santo Agostinho15 nos ensina:
O anjo, ao anunciar o próximo nascimento, saudou à Mãe, com estas palavras:
―Ave, cheia de graça‖. E pouco depois: ―Encontraste graça diante de Deus‖.(Lc
1, 28-30). Na verdade, é ela chamada ―cheia de graça‖ e de haver encontrado
graça diante de Deus‖, porque devia ser a mãe de seu Senhor, ou melhor dito:
do Senhor de todos nós.
Os Dogmas Marianos:
O dogma é uma verdade incontestável da fé declarado pelo Vaticano. O Papa
Pio XII na Encíclica Munificentíssimus Deus16 nos exorta: ―Pelo que, se alguém,
o que Deus não permita, ousar, voluntariamente, negar ou pôr em dúvida esta
nossa definição, saiba que naufraga na fé divina e católica.‖
No Pronunciamento da Congregação para a Educação Católica - A Virgem
Maria na Formação Intelectual e Espiritual, o prefeito da congregação William
Cardinal Baum17 nos relembra os dogmas e a doutrina mariana:
No campo da teologia dogmática, a mariologia contribuiu, no debate postconciliar, para uma ilustração mais idónea dos dogmas: chamada em causa
nas discussões sobre o pecado original (dogma da Imaculada Conceição),
15
Santo Agostinho. A Virgem Maria. Cem Textos marianos com comentários. Paulus. P.157.
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/apost_constitutions/documents/hf_pxii_apc_19501101_munificentissimus-deus_po.html
17
http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_19
880325_vergine-maria_po.html
16
20
Maria, Mãe do Puro Amor
sobre a encarnação do Verbo (dogma da conceição virginal de Cristo,
dogma da maternidade divina), sobre a graça e a liberdade (doutrina da
cooperação de Maria na obra da salvação), sobre o destino último do
homem (dogma da Assunção), ela teve que estudar criticamente as
circunstâncias históricas nas quais aqueles dogmas foram definidos, a
linguagem em que foram formulados, compreendê-los à luz das aquisições
da exegese bíblica, dum conhecimento mais rigoroso da Tradição, das
interpelações das ciências humanas e rejeitar enfim as contestações sem
fundamento.
Vejamos os dogmas Marianos declarados pelo Vaticano:
1. Maternidade Divina: O dogma da maternidade divina de Maria, por sua
vez, foi para o Concílio de Éfeso e é para a Igreja como que uma
chancela no dogma da Encarnação, em que o Verbo assume realmente,
sem a anular, a natureza humana na unidade da sua Pessoa.
(Redemptoria Mater 4-5)
Exaltada por graça do Senhor e colocada, logo a seguir a seu Filho,
acima de todos os anjos e homens, Maria que, como mãe santíssima de
Deus, tomou parte nos mistérios de Cristo, é com razão venerada pela
Igreja com culto especial. E, na verdade, a Santíssima Virgem é, desde
os tempos mais antigos, honrada com o título de «Mãe de Deus», e sob
a sua proteção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades
(191). Foi sobretudo a partir do Concílio do Éfeso que o culto do Povo de
Deus para com Maria cresceu admiravelmente, na veneração e no amor,
na invocação e na imitação, segundo as suas proféticas palavras:
«Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada, porque realizou
em mim grandes coisas Aquele que é poderoso» (Luc.1,48). Este culto,
tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere
essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo
encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na
21
Maria, Mãe do Puro Amor
verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus,
aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo
os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser
dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se
conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo existe (cfr. Col. 1, 1516) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col.
1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos. (Lumen
Gentium, 66).
2. A Virgindade de Maria: A Igreja tem constantemente manifestado a
própria fé na virgindade perpétua de Maria. Os textos mais antigos,
quando se referem à concepção de Jesus, chamam Maria simplesmente
―Virgem‖, deixando contudo entender que consideravam essa qualidade
como um fato permanente, referido à sua vida inteira. Os cristãos dos
primeiros séculos expressaram essa convicção de fé mediante o termo
grego aeiparthenos ´ ―sempre virgem‖ ´ criado para qualificar de modo
singular e eficaz a pessoa de Maria, e exprimir numa só palavra a fé da
Igreja na sua virgindade perpétua.
Encontramo-lo usado no segundo símbolo de fé de Santo Epifânio, no
ano 374, em relação à Encarnação: o Filho de Deus ―encarnou. Se, isto
é, foi gerado de modo perfeito por Santa Maria, a sempre Virgem, por
obra do Espírito Santo‖ (Ancoratus, 119,5; DS 44). A expressão ―sempre
Virgem‖ é retomada pelo II Concílio de Constantinopla (553), que afirma:
o Verbo de Deus, ―tendo Se encarnado da santa gloriosa Mãe de Deus e
sempre Virgem Maria, nasceu dela‖ (DS 422). Esta doutrina é
confirmada por outros dois Concílios Ecumênicos: o Lateranense IV
(1215) (DS 801) e o Concílio de Lião (1274) (DS 852), e pelo texto da
definição do dogma da assunção (1950) (DS 3903), no qual a virgindade
perpétua de Maria é adotada entre os motivos da sua elevação, em
corpo e alma, à glória celeste.
Mediante uma fórmula sintética, a tradição da igreja apresentou Maria
como ―virgem antes do parto, no parto, e depois do parto‖, reafirmando,
22
Maria, Mãe do Puro Amor
através da indicação destes três momentos, que ela jamais cessou de
ser virgem. Das três, a afirmação da virgindade ―antes do parto‖, é, sem
dúvida, a mais importante, porque se refere à concepção de Jesus e
toca diretamente o próprio mistério da Encarnação. Desde o início ela
está constantemente presente na fé da igreja. A virgindade ―no parto‖ e
―depois do parto‖, embora contida implicitamente no título de virgem,
atribuído a Maria já nos primórdios da Igreja, torna-se objeto de
aprofundamento doutrinal no momento em que alguns começam
implicitamente a pô´la em duvida. O Papa Ormisdas esclarece que ―o
Filho de Deus Se tornou filho do homem, nascido no tempo como um
homem, abrindo no nascimento o seio da Mãe (cf. Lc. 2, 23) e, pelo
poder de Deus, não destruindo a virgindade da Mãe‖ (DS 368).
A doutrina é confirmada pelo Concílio Vaticano Il, no qual se afirma que
o Filho primogênito de Maria ―não só não lesou a sua integridade
virginal, mas antes a consagrou‖ (LG,57). Quanto à virgindade depois do
parto, deve-se antes de tudo observar que não há motivos para pensar
que a vontade de permanecer virgem, manifestada por Maria no
momento da Anunciação (Lc. 1,34), tenha sucessivamente mudado.
Além disso, o sentido imediato das palavras: ―Mulher, eis aí o teu filho‖,
―Eis aí a tua Mãe‖ (Jo. 19,2627), que Jesus da cruz dirige a Maria e ao
discípulo predileto, faz supor uma situação que exclui a presença de
outros filhos nascidos de Maria. Os negadores da virgindade depois do
parto pensaram encontrar um argumento comprovante no termo
―primogênito‖, atribuído a Jesus no Evangelho (Lc.2,7), como se essa
locução deixasse supor que Maria tenha gerado outros filhos depois de
Jesus. Mas a palavra ―primogênito‖ significa literalmente ―Filho não
precedido por outro‖ e, em si, prescinde da existência de outros filhos.
Além disso, o evangelista ressalta esta característica do Menino, pois ao
nascimento do primogênito estavam ligadas algumas importantes
observâncias próprias da lei judaica, independentemente do fato que a
Mãe tivesse dado à luz outros filhos. Todo o filho único estava, pois, sob
essas prescrições porque ―o primeiro a ser gerado‖ (cf. Lc. 2,23).
23
Maria, Mãe do Puro Amor
Segundo alguns, a virgindade de Maria depois do parto seria negada por
aqueles textos evangélicos que recordam a existência de quatro ―irmãos
de Jesus‖: Tiago, José, Simão e Judas (Mt. 13, 55´56; Mc. 6,3), e de
suas diversas irmãs. É preciso recordar que, tanto em hebraico como
em aramaico, não existe um vocábulo particular para exprimir a palavra
―primo‖ e que, portanto, os termos ―irmão‖ e ―irmã‖ tinham um significado
muito amplo, que abrangia diversos graus de parentesco. Na realidade
com o termo ―irmãos de Jesus‖ são indicados ―os filhos duma Maria
discípula de Cristo (cf. Mt. 27,56), designada de modo significativo como
a ―outra Maria‖ (Mt. 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus,
segundo uma expressão conhecida do Antigo Testamento‖ (Catecismo
da Igreja Católica, n. 500). Maria Santíssima é, pois, a ―sempre Virgem‖.
Esta sua prerrogativa é a conseqüência da maternidade divina, que a
consagrou totalmente à missão redentora de Cristo. (L´Osservatore
Romano, Ed. Port. n.35, 31/08/1996, pag. 12(408) DO Livro: A VIRGEM
MARIA 58 CATEQUESES DO PAPA JOÃO PAULO II).
O Papa Paulo IV que, em 7-8-155, apresentou a perpétua virgindade de
Maria entre os temas fundamentais da fé: ―A Bem-aventurada Virgem
Maria foi verdadeira Mãe de Deus, e guardou sempre íntegra a
virgindade, antes do parto, no parto e constantemente depois do parto.18
Santo Agostinho19 nos ensina que: Somente Maria, portanto, é mãe e
virgem, no espírito e no corpo. É a Mãe de Cristo e também a Virgem de
Cristo.
Santo Agostinho20 ainda explica: Qual é a razão de ser da expressão
―irmãos do Senhor‖? Irmãos do Senhor eram os parentes de Maria.
Parentes, em algum grau que seja. Como se demonstra isso? Pela
própria Escritura, que chama, por exemplo, Lot de irmão de Abraão(Gn
18
Curso de iniciação teológica. Escola “Mater Eclesiae, Ed. Lumen Christi, cp 1362, 1994, p.101 e 102 –
bibliografia retirada do livro “A Mulher do Apocalipse do Professor Felipe Aquino. 2. Ed. Canção Nova e
Edições Loyola. 1995.
19
Santo Agostinho. A Virgem Maria. Cem Textos marianos com comentários. Paulus. P.55.
20
Santo Agostinho. A Virgem Maria. Cem Textos marianos com comentários. Paulus. P.146.
24
Maria, Mãe do Puro Amor
13, 8 e 14, 4). E ele era um filho de seu irmão. Lede e vereis que Abraão
era tio de Lot, e, todavia, chamavam-se ambos de irmãos, unicamente
por serem parentes. Também Labão era tio de Jacó, por ser irmãos de
Rebeca, esposa de Isaac. Lede a Escritura e vereis que tio e sobrinho
tratavam-se de irmãos. Perante esses fatos, ficareis sabendo que todos
os consangüíneos de Maria eram considerados irmãos de Cristo.
―A virgindade e a maternidade coexistem nela: não se excluem, nem se
limitam reciprocamente. Antes, a pessoa da Mãe de Deus ajuda todos —
especialmente todas as mulheres — a perceberem de que modo estas
duas dimensões e estes dois caminhos da vocação da mulher, como
pessoa, se desdobram e se completam reciprocamente.‖21
3. Imaculada Conceição: Segundo o Professor Felipe Aquino,22 ―Em 8 de
dezembro de 1854, o Papa Pio IX declarava o dogma de fé a doutrina
que ensinava ter sido a Mãe de Deus a Mãe de Deus concebida sem
mancha por especial privilégio divino. Na Bula ―Ineffabilis Deus‖, o Papa
diz: ‗Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a
qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso e
em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, a
bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do
pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por
Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente
por todos os fiéis‘.‖
4. Assunção de Maria: Foi definido pelo Papa Pio XII na Constituição
Apostólica Munificentissimus Deus23 que exorta: ―Considerando que a
Igreja universal - que é assistida pelo Espírito de verdade, que a dirige
infalivelmente para o conhecimento das verdades reveladas - no
21 Papa João Paulo II na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem.
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jpii_apl_15081988_mulieris-dignitatem_po.html
22
“A Mulher do Apocalipse do Professor Felipe Aquino. 2. Ed. Canção Nova e Edições Loyola. 1995.p.17.
23
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/apost_constitutions/documents/hf_pxii_apc_19501101_munificentissimus-deus_po.html
25
Maria, Mãe do Puro Amor
decurso dos séculos manifestou de tantas formas a sua fé; considerando
que os bispos de todo o mundo quase unanimemente pedem que seja
definida como dogma de fé divina e católica a verdade da assunção
corpórea da santíssima Virgem ao céu; considerando que esta verdade
se funda na Sagrada Escritura, está profundamente gravada na alma
dos fiéis, e desde tempos antiquíssimos é comprovada pelo culto
litúrgico, e concorda, inteiramente, com as outras verdades reveladas, e
tem sido esplendidamente explicada e declarada pelos estudos,
sabedoria e prudência dos teólogos - julgamos chegado o momento
estabelecido pela providência de Deus, para proclamarmos solenemente
este privilégio insigne da virgem Maria.‖(44)
Raniero Cantalamessa24 nos ensina: ―Também a beleza e a força da Igreja vêm
do interior, da graça da qual está cheia e da qual é ministra. A graça está na
Igreja como a pérola na ostra. A diferença está no fato de aqui não ser a ostra
que produz a pérola, mas a pérola produzir a ostra; não é a Igreja que gera a
graça, mas é a graça que gera a Igreja.‖
Santo Antônio25 nos ensina que: ―Assim também na alma, se ela for cheia de
graça, não pode entrar nela a sujeira do pecado. A graça penetra todos os
espaços e não deixa nenhum pedacinho vazio em que possa entrar e ficar
aquilo que lhe é contrário. Quem tudo compra, tudo quer possuir. E a alma é
tão grande que ninguém pode preenchê-la a não ser somente Deus que, como
diz São João, ―é infinitamente maior que o nosso coração e conhece todas as
coisas‖ (1Jo 3,20).
São Marcelino Champagnat26 nos dá numa frase o real sentido da devoção
mariana; ―Sem Maria não somos nada e com Maria temos tudo porque Maria
tem sempre seu adorável Filho nos braços ou em seu coração‖.
24
Cantalamessa. Raniero. Maria, um espelho para a Igreja. Editora Santuário. P.25.
“Ensinamentos e Admoestações de Santo Antônio de Pádua”, Vozes, 1999.
26 Bibliografia: Furet, Jean-Baptiste. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat - São Paulo: Loyola:
SIMAR, 1999
25
26
Maria, Mãe do Puro Amor
27
A origem do Rosário:
―O santo Rosário,27 na forma como é rezado presentemente, foi inspirado à
Igreja, e dado pela Santíssima Virgem a São Domingos, no ano de 1214,
para converter os hereges albigenses e os pecadores...
São Domingos, vendo que os pecados dos homens impediam a conversão
dos hereges albigenses, entrou numa floresta próxima a Toulouse e lá
passou três dias e três noites em contínua oração e penitência...
A Virgem então apareceu,...e lhe disse: ―Se queres ganhar para Deus esses
corações endurecidos, pregão o meu Rosário‖. O Santo se levantou
consoladíssimo e, ardendo de zelo pela salvação das almas, entrou na
catedral; imediatamente os sinos foram tocados por Anjos para reunir os
habitantes.
No começo da pregação houve uma tempestade espantosa; a terra tremeu,
o
sol
se
obscureceu,
trovões
e
relâmpagos
repetidos
fizeram
estremecer....viram uma imagem da Virgem, exposta em lugar de
estaque,...A tempestade cessou afinal, pelas orações de São Domingos.
Este prosseguiu a pregação e explicou com tanto fervor e entusiasmo a
excelência do santo Rosário, que quase todos os habitantes de Toulouse o
adotaram e renunciaram a seus erros. Em pouco tempo, notou-se uma
grande mudança nos costumes e na vida da cidade.‖
27
Montfort. São Luís Maria. “O Segredo de Maria e o Método de rezar o Rosário. Editora Santa Maria,
Rio de Janeiro. 2. Ed. 1953. P.8-9.
Maria, Mãe do Puro Amor
O Senhor é Convosco
O amor de Jesus por Maria é infinito, por isso quando amamos Maria amamos
a Jesus. A forma mais amorosa de amar Jesus é pelo Imaculado Coração da
sua Amada Mãe Maria e a forma mais amorosa de Amar Maria é pelo Sagrado
Coração do Seu Amado Filho Jesus. Maria é a predileta de Deus! Maria é a
escolhida entre todas as gerações para ser a Mãe de Jesus. Por isso, o anjo
Gabriel anuncia: “Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco.”(Lc 1, 28) Esta
frase: ―O Senhor é Convosco‖ simboliza a majestade que Deus confiou a Maria
ao conceder-lhe a plenitude da graça: Ser Mãe de Jesus. Deus-Pai confiou o
seu Maior Tesouro, Seu Único Filho, Jesus Cristo, para que Maria fosse Sua
mãe terna e protetora. Olhando para a maternidade de Maria podemos dizer: O
Amor foi amado! Jesus foi profundamente amado pelo sorriso de Maria, pelo
olhar de Maria, pelo colo de Mãe, pelo carinho de Mãe, pela educação de Mãe,
pelo cuidado e zelo maternal e, principalmente, Jesus foi amado pelo
testemunho de Maria. Sempre mansa e humilde de coração. Deus enviou seu
Filho ao mundo e deu uma missão especialíssima a Maria que foi a missão de
amar Jesus como o Pai do Céu O Ama e como todos os anjos se alegram e
celebram jubilosos a Sua presença. Esta missão Maria cumpriu perfeitamente,
pois sendo Maria sem pecado original e Imaculada pôde amar a Jesus de todo
o coração e na perfeição de Deus. Este amor de Maria é fruto do Espírito Santo
que desceu sobre Ela na Encarnação de Jesus em seu Ventre. Maria, esposa
do Espírito Santo, aprendeu com Ele a forma de amar infinitamente e
perfeitamente, a Seu Filho Jesus. O anjo Gabriel revela à Maria na Anunciação:
“O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a
sua sombra.‖(Lc 1, 35).
Maria, sofreu muitas perseguições desde o nascimento de Jesus:
-Jesus nasceu num humilde presépio, pois não tinha lugar para ele nascer na
hospedaria da cidade de Belém.(Lc 2,7).
-Após o nascimento, Jesus, José e Maria tiveram que fugir para o Egito, pois
Herodes procurava encontrar o menino Jesus para matá-lo.(Mt, 2, 13)
28
Maria, Mãe do Puro Amor
-Após a fuga para o Egito, José e Maria iriam para a Judéia, mas, sabendo da
perseguição de Arquelau(filho de Herodes) resolveram ir para a Galiléia.(Mt 2,
22).
Em todas estas perseguições Jesus se sentia seguro e tranqüilo, pois
encontrava no colo de Maria o repouso seguro para descansar de todas as
tribulações. O repouso que Jesus tinha no colo de Maria vencia todas as
tribulações e fazia destas um momento do mais puro descanso. Por isso, o colo
de Maria foi o repouso Majestoso de Jesus. Antes de nascer Jesus descansava
no ventre de Maria e após nascer no seu doce colo de Mãe. Por isso, Maria é o
verdadeiro repouso de Jesus. A alegria de estar no colo da mãe era tão grande
para o menino Jesus que, Ele reclinava a cabeça num leve e doce repouso
sorrindo com amor para Maria sua Mãe. Esta lembrança do aconchego do
menino Jesus no colo de Maria ficou eternizada no Seu coração. Mesmo em
idade adulta, Jesus, reconhece como repouso verdadeiro o colo de Maria.
Jesus disse: “O Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça.” (Mt 8,20).
Esta frase simboliza a saudade que Jesus sentia dos tempos de infância em
que podia descansar no colo amável da Mãe colhendo alegremente o doce e
majestoso sorriso de Maria.
A partir, do início de Sua vida pública, Jesus, teve que se ausentar de sua casa
e ir para várias cidades(Samaria, Corozaim, Cesaréia de Filipe etc.)para que
fosse anunciada a boa-nova a todos. Jesus renunciou a si mesmo, ao seu
próprio repouso em sua casa, para que, o ser humano fosse curado, libertado e
salvo e, assim, pudesse descansar no Reino dos céus. Jesus renuncia ao
próprio descanso para a salvação da humanidade. Jesus disse: “O Filho do
Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate
por uma multidão.” (Mt 20,28). Que magnífico o Amor de Deus!
No momento da cruz Jesus faz a entrega de Maria como Mãe do ser
humano,(Jo 19, 26-27) para que possamos buscar no colo de Maria o perfeito
repouso nas tribulações, a majestosa intercessão para nossas dificuldades e a
verdadeira esperança para caminhar seguro na vida de santidade. Por isso,
29
Maria, Mãe do Puro Amor
sejamos filhos amorosos de Maria, seguindo na prática os ensinamentos do
seu Amado Filho Jesus.
São Tomás de Aquino28 nos ensina: ―A Virgem ultrapassa os Anjos em sua
intimidade com o Senhor. O arcanjo Gabriel reconhece esta superioridade,
quando lhe dirige estas palavras: O Senhor é convosco, isto é, venero-vos e
confesso que estais mais próxima de Deus do que eu mesmo estou. O Senhor
está efetivamente convosco...O Senhor não habita da mesma maneira com a
Bem-aventurada Virgem e com os Anjos. Deus está com Maria, como seu
Filho; com os anjos, Deus habita como Senhor.‖
E continua: ―O Senhor Pai está com Maria, pois Ele não se separa de maneira
nenhuma de seu Filho e Maria possui este Filho, como nenhuma criatura, até
mesmo angélica...Deus está com Maria, como seu Filho; com os Anjos, Deus
habita como Senhor. O Espírito Santo está em Maria, como em seu templo,
onde opera...Por isso canta a Igreja: <Sois digno trono de toda a Trindade>.‖
Assim, como o Senhor se faz presente em Maria, Maria se faz presente em
Jesus. Raniero Cantalamessa29 afirma: ―Maria não está ausente de nenhum
dos três momentos constitutivos do mistério da salvação. De fato, existem três
momentos bem claros que, juntos, formam o grande mistério da Redenção, a
saber:a Encarnação do Verbo, o Mistério Pascal e o Pentecostes. A
Encarnação é o momento no qual se constitui a pessoa mesma do Redentor,
Deus e homem, que, enquanto homem, está capacitado para nos representar e
lutar por nós, e enquanto Deus, pode salvar a todos que dele se aproximam
porque tudo o que ele faz tem um valor infinito e universal. O Mistério Pascal é
o momento no qual a pessoa do Redentor, assim constituída – divina e humana
- , cumpre a obra decisiva da salvação, destruindo o pecado com sua morte e
renovando a vida com sua ressurreição. Finalmente, Pentecostes é o momento
no qual o Espírito Santo, vindo sobre a Igreja e depois sobre cada um dos
28
Fonte: Pai Nosso e Ave Maria - Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência,
Rio de Janeiro, 2003.
29 Cantalamessa. Raniero. Maria, um espelho para a Igreja. 2003, Editora Santuário. P.70.
30
Maria, Mãe do Puro Amor
crentes pelo batismo, torna atual e operante nos séculos a redenção realizada
por Cristo.‖
O Senhor é Convosco é uma frase que simboliza a união de Maria com Seu
amado Filho Jesus durante toda a vida e para toda a eternidade. Se a união de
Esta essência da unidade entre Jesus e Maria é para toda a eternidade.
Maria é Mãe de Jesus e tem papel fundamental na vida de João Batista e de
sua prima Isabel. João Batista é aquele que preparou o caminho do Senhor.
Tão honrada escolha fez João Batista receber um magnífico presente de Deus:
ser cheio do Espírito Santo desde o ventre materno. João Batista recebeu
insondável graça de estar cheio do Espírito Santo desde o ventre materno e de
ser primo de Jesus. Por isso Jesus disse: “Dentre os nascidos de mulher não
há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que
ele.”(Lc 7, 28).O anjo Gabriel anuncia a boa-nova de Deus que João Batista
será cheio do Espírito Santo desde o ventre materno: “porque será grande
diante do Senhor e não beberá vinho nem cerveja, e desde o ventre de sua
mãe será cheio do Espírito Santo;(Lc 1, 15)
A partir de Maria esta promessa se concretiza. O Espírito Santo conduziu Maria
para a casa da prima Isabel. “Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas
às montanhas, a uma cidade de Judá.”(Lc 1, 39). Maria foi movida pelo Espírito
Santo de Deus, ‗às pressas‘, para a casa de Isabel para que, esta, ao ouvir a
voz da Mãe de Jesus, ficasse Cheia do Espírito Santo, juntamente com seu
filho, João Batista, ainda no ventre materno e, se cumprisse o que o anjo
Gabriel havia anunciado: “e desde o ventre de sua mãe será cheio do Espírito
Santo”.(Lc 1, 15).
A voz de Maria, Cheia de Graça, fez com que Isabel e João Batista(no ventre
de Isabel) ficassem cheios do Espírito Santo. A palavra nos fala que: “apenas
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel
ficou cheia do Espírito Santo.” (Lc 1, 41).
31
Maria, Mãe do Puro Amor
São Luis Maria Grignion de Montfort ensina: ―Maria era cheia de graça quando
o arcanjo Gabriel a saudou(Lc 1, 28) e a graça superabundou quando o
Espírito Santo a cobriu com sua sombra inefável(Lc 1, 35).‖
Se, por preparar o caminho de Jesus, João Batista, teve a graça de ser cheio
do Espírito Santo desde o ventre materno, imagine a graça que Maria teve ao
ser a Mãe de Jesus. Plenitude da Graça. Graça inefável que concede a Maria
ser Imaculada. Apenas em Maria o Espírito Santo exulta de Alegria, pois ela é
Imaculada. nEla não há mancha do pecado. O Espírito Santo se alegra com a
inocência, humildade e pureza completa de Maria. Nela o Espírito Santo faz a
encarnação do Verbo Divino, Jesus Cristo. Maria é cheia do Espírito Santo e
até em sua voz é manifestada a Sua doce presença. Tal era a vontade de Deus
que pela voz de Maria, João Batista, recebesse o Espírito Santo que, “apenas
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel
ficou cheia do Espírito Santo.”(Lc 1, 41).
São Marcelino Champagnat30 nos ensina que: ―Sem Maria não somos nada e
com Maria temos tudo porque Maria tem sempre seu adorável Filho nos braços
ou em seu coração‖. Deus quis que a comunhão de Maria com o Espírito Santo
permanecesse eternamente. Por isso, Maria é reflexo da presença do Espírito
Santo e leva a Sua graça para sua prima Isabel e para João Batista. Tal era a
força do Espírito Santo nela que “apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a
criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.”(Lc 1,
41). Isabel confirma esta unidade de Maria com o Espírito Santo: “Pois assim
que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de
alegria no meu seio.”(Lc 1, 44). Maria, ouviu com muita humildade as palavras,
cheias do Espírito Santo, que sua prima Isabel profetizou: ―E exclamou em alta
voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde
me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz
de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria
no meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as
coisas que da parte do Senhor te foram ditas!” (Lc 1, 42-45). A partir destas
30
Fonte:http://www.champagnat.org/pt/210805000.htm
32
Maria, Mãe do Puro Amor
palavras cheias do Espírito Santo que Isabel proclama, Maria, sente-se
impulsionada pelo Espírito Santo, para proclamar com muita ternura e
vivacidade o Magnificat:
―Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus,
meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora,
me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em
mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo. Sua
misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.
Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.
Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes. Saciou de bens os
indigentes e despediu de mãos vazias os ricos. Acolheu a Israel, seu servo,
lembrado da sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor
de Abraão e sua posteridade, para sempre.‖(Lc 1, 46-55).
Em Lucas 7, 28, Jesus disse:
“Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João.
Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele.”(Lc 7, 28).
Refletindo esta frase percebemos a importância de Maria no plano de salvação.
Jesus nos fala que entre os nascidos de mulher não há maior que João, mas
que o menor no Reino dos céus é maior do que ele. Esta frase nos diz muito.
Sabemos que, os anjos fazem parte do Reino dos céus. Então, tendo o anjo
Gabriel reconhecido a majestade de Maria e a saudado como Rainha, apenas
ao entrar em sua presença,(Lc 1, 28) entendemos que, Maria não é só a maior
entre a humanidade, mas também, é elevada como Rainha dos anjos e dos
santos no céu. A maternidade de Maria e sua prática perfeitíssima da Lei de
Deus, conferiu a ela uma dignidade no céu magnífica. Jesus reservou, entre
toda a humanidade, apenas uma pessoa, para ser bendita entre todas as
gerações na terra e elevada acima dos anjos e santos do céu: Maria
Santíssima. Por isso, a intercessão de Maria é poderosa, pois está tão próxima
de Deus que não há ninguém que tenha tal privilégio no céu.
33
Maria, Mãe do Puro Amor
São Tomás de Aquino31 nos ensina: ―Na antiguidade a aparição dos Anjos aos
homens era um acontecimento de grande importância e os homens sentiam-se
exatamente honrados em poder testemunhar sua veneração aos Anjos. A
Sagrada Escritura louva Abraão por ter dado hospitalidade aos anjos e por têlos reverenciado. Mas, um anjo se inclinar diante de uma criatura humana,
nunca se tinha ouvido dizer antes que o anjo tivesse saudado a Santíssima
Virgem, reverenciando-a e dizendo: Ave.‖
O papa Pio XII32 na Solene Coroação de Nossa Senhora de Fátima declara:
―Virgem gloriosa, entrando triunfante na pátria celeste, foi através das
jerarquias bem-aventuradas e dos coros angélicos sublimada até ao trono da
Trindade beatíssima, que, cingindo-lhe a fronte de um tríplice diadema de
glória, A apresentou à Corte celestial, assentada à direita do Rei imortal dos
séculos e coroada Rainha do universo... Jesus é Rei dos séculos eternos por
natureza e por conquista; por Ele, com Ele, subordinadamente a Ele, Maria é
Rainha por graça, por parentesco divino, por conquista, por singular eleição.
E o seu reino é vasto como o de seu Filho e Deus, pois que de seu domínio
nada se exclui. Por isso a Igreja a saúda Senhora e Rainha dos Anjos e dos
Santos, dos Patriarcas e dos Profetas, dos Apóstolos e dos Mártires, dos
Confessores e das Virgens ; por isso a aclama Rainha dos céus e da terra,
gloriosa, digníssima Rainha do universo : Regina caelorum, (6) gloriosa
Regina mundi, (7) Regina mundi digníssima : (8) e nos ensina a invocá-la de
dia e de noite entre os gemidos e lágrimas de que é fecundo este exílio :
Salve Rainha, Mãe de misericórdia, vida doçura, esperança nossa.‖
31
Pai Nosso e Ave Maria. Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência. RJ. 2003.
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/speeches/1946/documents/hf_pxii_spe_19460513_fatima_po.html
32
34
Maria, Mãe do Puro Amor
Bendita sois Vós entre as mulheres
Felipe Aquino33 nos ensina que, ―Maria é a filha predileta de Deus, diz o
Concílio Vaticano II ‗aquela que na Santa Igreja ocupa o lugar mais alto depois
de Cristo e o mais perto de nós‘.(LG, n.54). O mesmo Concílio afirma que ‗por
graça de Deus exaltada depois do Filho acima de todos os anjos e homens,
como Mãe Santíssima de Deus, Maria esteve presentes nos mistérios de Cristo
e é merecidamente honrada com culto especial pela Igreja.‖
S. João Crisóstomo, citado por Felipe Aquino,34 nos ensina: ―Deus escolheu
Maria para Sua Mãe na terra, porque aqui não achou virgem mais santa e
perfeita que ela, nem lugar mais digno para Sua morada do que seu
sacrossanto seio.‖
São Luís Maria Grignion de Montfort35 nos ensina: ―Deus-Pai só deu ao mundo
seu Unigênito por Maria. Suspiraram os patriarcas, e pedidos insistentes
fizeram os profetas e os santos da lei antiga, durante quatro milênios, mas só
Maria o mereceu, e alcançou graça diante de Deus, pela força de suas orações
e pela sublimidade de suas virtudes. Porque o mundo era indigno, diz Santo
Agostinho, de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, ele o deu
a Maria a fim de que o mundo o recebesse por meio dela.‖
S. Bernardo e S.Antônio,36 citados por Felipe Aquino, afirmam que, ―para ser
eleita e destinada à dignidade de Mãe de Deus, devia a Santíssima Virgem
possuir uma perfeição tão grande e consumada que nela excedesse todas as
outras criaturas.
33
AQUINO. Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. 1995. Edições Loyola e Canção Nova. p.43.
AQUINO. Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. 1995. Edições Loyola e Canção Nova. p.46.
35
Montfort. São Luís de. Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38. Ed.
2009.p.26.
36
AQUINO. Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. 1995. Edições Loyola e Canção Nova. p.46.
34
35
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é bendita entre todas as mulheres. No Catecismo da Igreja católica está
escrito:
64. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana,
Judite e Ester conservaram viva a esperança da salvação de Israel. Maria é
a imagem puríssima desta esperança.
Maria é Bendita entre todas as mulheres! Maria é a preferida de Deus! Maria foi
a escolhida para realizar o plano de salvação através da sua humildade,
virgindade e plenitude da graça. Maria mereceu ser elevada por Deus, segundo
as amáveis palavras do anjo Gabriel: “Não temas, Maria, pois encontraste
graça diante de Deus.”(Lc 1, 30).
Em Maria tudo é belo e puro. Toda a sua essência é perfeita, pois foi criada
imaculada. Permaneceu perfeita por toda a vida e foi elevada ao céu na
Assunção. Em Maria tudo deve ser exaltado. É modelo de virtudes para todos.
Santo Tomás de Aquino37 nos ensina que: ―A Virgem realizou também as obras
de todas as virtudes, dentre tantas. Este foi humilde, aquele foi casto, aquele
outro, misericordioso, por isto são apresentados como modelo para esta ou
aquela determinada virtude; como, por exemplo, se apresenta São Nicolau,
como modelo de misericórdia. Mas a Bem-aventurada Virgem é o modelo e o
exemplo de todas as virtudes. Nela achareis o modelo da humildade. Escutai
suas palavras: (Lc 1, 38) Eis a escrava do Senhor. E mais(Lc 1, 48): O Senhor
olhou para a humildade de sua serva. Ela é também o modelo da castidade: ela
mesma confessa que não conheceu homem(cf. Lc 1, 43). Como é fácil
constatar, Maria é o modelo de todas as virtudes.‖
O nome de Maria é Bendito entre todas as gerações e deve ser proclamado
para pedir a Sua poderosa Intercessão junto a seu Filho Jesus. Quando
rezamos a Ave-Maria estamos sempre confiando na força do seu majestoso
37
Pai Nosso e Ave Maria - Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência, Rio de
Janeiro, 2003.
36
Maria, Mãe do Puro Amor
nome que é ouvido com grande alegria pelo Seu Filho Jesus. Toda vez que
repetimos o nome de Maria com Amor e Devoção estamos alegrando o
Sagrado Coração de Jesus. Por isso, o nome de Maria deve ser venerado com
zelo e carinho. O Catecismo da Igreja Católica diz:
2162. O segundo mandamento proíbe o uso inconveniente do nome de
Deus. A blasfémia consiste em usar o nome de Deus, de Jesus Cristo, da
Virgem Maria e dos santos de modo injurioso.
Assim, devemos ser filhos zelosos de Maria que amam e veneram seu
Imaculado nome e a proclamam Bem-Aventurada entre todas as gerações.
Maria cumpriu em sua vida todas as Bem-Aventuranças com perfeição e, por
isso, deve ser Bendita entre todas as Gerações.
1.Maria tem um coração de pobre
Bem-aventurados os que têm um coração de pobre,
porque deles é o Reino dos céus! (Mt 5, 3)
Maria é esposa de José, um humilde carpinteiro. (Mt 13,55) Maria permitiu que
Jesus seguisse a profissão humilde do pai e trabalhasse de carpinteiro. (Mc
6,3) Aceitou que Seu Filho nascesse num lugar mais pobre, num presépio em
Belém. (Lucas 2, 7) Maria ouviu com atenção as palavras dos humildes
pastores, que cuidavam do rebanho, e se alegraram ao saber do nascimento
de Jesus. Maria, tem um coração que é manso e humilde e por isso, guardou
as palavras dos pastores no coração. (Lc 2, 18-19) Maria, em sua gravidez,
subiu a uma região montanhosa para visitar sua prima Isabel e servir por três
meses nos serviços domésticos, para ajudar a prima que estava grávida de
João Batista.(Lc 1, 39) Andou o caminho de um dia, a procura de Jesus entre
os parentes e conhecidos; e não encontrando fez o caminho de volta a
Jerusalém e foi encontrar Jesus ensinando no templo, aos doutores da lei, três
dias depois. (Lc 2, 42-52)
37
Maria, Mãe do Puro Amor
2.Maria se comove com os sofrimentos das pessoas
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados! (Mt 5, 4)
Maria percebeu que sua prima Isabel, estava grávida, e precisando de
ajuda(afinal, tinha idade mais avançada), e por isso, foi até a sua casa, numa
região montanhosa, se colocando a serviço. O consolo da Virgem Maria é
perceber que ao som de sua voz, o menino João Batista, estremeceu de
alegria no ventre de sua prima, e assim, Isabel ficou cheia do Espírito Santo (Lc
1, 39-56) Maria se comoveu com o sofrimento de seu Filho Jesus, e esteve
presente, o tempo todo, bem perto dele na cruz, ao lado do discípulo João.
Enquanto Jesus sofria a paixão, Maria sofria junto cada dor e insulto. Maria tem
compaixão com a dolorosa paixão do seu Filho. Maria permaneceu de pé junto
à Jesus crucificado aceitando todo o plano de Deus para que a humanidade
fosse salva. O consolo da Virgem Maria foi receber João, discípulo amado de
Jesus, para cuidar dEla. (Jo 19, 25-27) Neste momento toda a humanidade foi
consagrada à maternidade de Maria.
3.Maria tem um coração manso
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra! (Mt 5, 5)
Maria, não levantou a voz para chorar, se lamentar e defender Jesus, como fez
as mulheres de Jerusalém(Lc 23, 37-31) pois, Maria sabia aceitou docilmente a
vontade de Deus. Por isso, seu testemunho de vida silenciosa agradou muito a
Jesus, que sempre pregou a mansidão e humildade de coração (Mt 11, 29).
38
Maria, Mãe do Puro Amor
4.Maria tem um coração justo
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!
(Mt 5, 6)
Maria, nas Bodas de Caná, intercedeu a Jesus, para que se realizasse o
primeiro milagre, pois se comoveu com a dor das pessoas; Mesmo não sendo
a hora ainda de realizar este milagre, eis que Jesus, toma a decisão de atender
o pedido humilde de sua Mãe Maria, pois ela agiu com humildade e obediência,
dizendo aos serventes: ―Fazei o que ele vos disser.” (Jo 2,5)
5.Maria tem um coração misericordioso
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia! (Mt 5, 7)
Maria acolheu com misericórdia tanto aos reis que vieram adorar a Jesus; (Mt
2, 1-12) quanto aos pastores que vieram louvar e glorificar Jesus. (Lc 2, 19-20)
Maria agiu com misericórdia e assim, recebeu os presentes dos reis, sabendo
que eram frutos da Bondade do Pai Celeste que quis mostrar a realeza de seu
amado Filho Jesus.
6.Maria tem um coração puro
Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus!(Mt 5, 8)
Maria foi concebida sem pecado, para que a concepção do seu Filho fosse sem
pecado. Maria é Imaculada desde o nascimento. Escolhida por Deus para ser a
Mãe de Jesus Cristo.
Saudemos a Maria, Cheia da Graça de Deus desde o ventre de sua mãe. Maria
é tão pura que, pôde ser agraciada com o dom majestoso de ser a Mãe de
Jesus. Pelo Fiat de Maria(Faça-se em mim segundo a vossa palavra - Lc 1,
38), o Espírito Santo pôde realizar a obra da encarnação de Jesus Cristo, Filho
39
Maria, Mãe do Puro Amor
único de Deus, vindo ao mundo, no ventre da Bem-Aventurada e Imaculada
Virgem Maria. (Lc 1, 26-38)
7.Maria tem um coração pacífico
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!(Mt 5, 9)
Maria soube silenciar quando o anjo Gabriel veio anunciar o nascimento de
Jesus Cristo. (Lc 1, 26-37) Maria guardava todas as palavras de Jesus no
coração e meditava. (Lc 2, 51) Silenciava em meio às cenas dolorosas da
Paixão de Cristo. (Jo 19, 1-27)
8.Maria tem um coração que sofre perseguições por ser justa
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça,
porque deles é o Reino dos céus! (Mt 5, 10)
Maria foi perseguida por ter aceitado, cumprir a justiça por completo, e ser a
Mãe de Jesus. Maria, teve que fugir para o Egito, com José e o menino Jesus,
por causa da perseguição de Herodes. (Mt 2, 16-23)
9.O Imaculado Coração de Maria sofre a dor de ver seu filho caluniado e
perseguido
Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e
disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. (Mt 5, 11)
Maria tem o coração unido a Jesus, por isso todo o sofrimento de Jesus foi
sentido pelo Imaculado Coração de Maria. As calunias, as perseguições, o
desprezo que Jesus sofreu, atingiu também o coração de Maria. A Virgem
Maria ama infinitamente seu Filho Jesus e sofreu no Seu Imaculado Coração
todas as dores do Seu Filho Amado. (Lc 23, 34-39)
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina:
1717. As bem-aventuranças retratam o rosto de Jesus Cristo e descrevem-nos
a sua caridade: exprimem a vocação dos fiéis associados à glória da sua
paixão e ressurreição; definem os actos e atitudes características da vida
40
Maria, Mãe do Puro Amor
cristã; são as promessas paradoxais que sustentam a esperança no meio das
tribulações; anunciam aos discípulos as bênçãos e recompensas já
obscuramente adquiridas; já estão inauguradas na vida da Virgem Maria e de
todos os santos.
41
Maria, Mãe do Puro Amor
Bendito é o Fruto do Vosso Ventre Jesus
O Ventre de Maria é a casa de Deus. É o lugar onde Jesus quis habitar e
encontrou o repouso seguro durante a redentora gravidez de Maria. Pela
gravidez abençoada de Maria nasceu Jesus que nos deu a salvação pela sua
morte de cruz e Ressurreição. O fruto precioso do ventre de Maria é Jesus.
Assim como o fruto é Bendito, o Ventre também é. Por isso, o Ventre de Maria
deve ser elevado e venerado por todas as gerações.
Santo Afonso de Ligório38 em sua obra Glórias de Maria nos ensina: ―Quem
quer o fruto deve também querer a árvore. Quem, pois, quer a Jesus, deve
procurar a Maria; E quem acha Maria, certamente acha também Jesus.‖
O Papa João Paulo II39 nos ensina: ―Nossa Senhora avançou no caminho da fé,
sempre em união com o seu Filho. Acompanha-O passo a passo, associandose a Ele, alegrando-se e sofrendo com Ele, amando sempre aqueles que Ele
amava. Depois, Cristo subiu de novo para junto do Pai. E nos dias que
precederam o Pentecostes, o grupo dos discípulos, Igreja nascente, cheios de
alegria e de fé, pelo triunfo de Cristo ressuscitado e ansiosos pelo Espírito
Santo prometido, querem sentir-se muito unidos.‖
Jesus disse: ―Ou dizeis que a árvore é boa e seu fruto bom, ou dizeis que é má
e seu fruto, mau; porque é pelo fruto que se conhece a árvore.” (São Mateus
11,29). Assim, quando elevamos Jesus, que é o fruto, estamos elevando a
própria Mãe Maria. Maria é a Mãe de Deus, por isso, é nosso dever exaltá-lA
bendizê-lA, venerá-lA, honrá-lA e principalmente amá-lA. Assim, toda exaltação
que fazemos a Maria quem recebe é o próprio Filho Jesus pelas suas mãos,
pois o Filho se alegra de ver exaltada Aquela que acreditou e contribuiu
efetivamente para o plano de salvação da humanidade. Jesus se alegra de ver
venerada sua Amável e Doce Mãe. Jesus se alegra por ver exaltada Àquela
38
Ligório. Santo Afonso. Glórias de Maria. 20. Ed. Editora Santuário. 2009. P.142.
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/1980/documents/hf_jpii_hom_19800708_belem-brazil_po.html
39
42
Maria, Mãe do Puro Amor
que esteve junto dEle aos pés da cruz. Amar, venerar e render honras e glórias
à Maria é adorar a Santíssima Trindade. É Adorar a Deus-Pai, pois quando
rendemos honras à Maria estamos por render honras à escolha perfeita de
Deus. Aquele que escolhe uma mulher entre todas as gerações para ser a Mãe
de Deus é honrado ao ver a humanidade venerando e amando a sua perfeita
escolha. Quem venera Maria também ama a Deus-Pai, pois foi Ele que criou
Maria, sem pecado original, Imaculada, Bela, Virgem, Pura e Humilde. Maria é
a obra-prima de Deus. Todo Criador é adorado quando se venera a sua obra.
Por isso, sempre devemos venerar Maria. Magníficos são os desígnios de
Deus, pois, além de fazer de Maria modelo dos santos, quis habitar em seu
ventre. A graça que Maria encontrou diante do olhar de Deus é infinita, pois
mereceu ter em seu ventre o próprio Deus Vivo, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Então, quem venera, ama e exalta Maria também venera, ama, e exalta a
Jesus, pois o Filho é imensamente glorificado pelas virtudes e perfeição de sua
Amada Mãe Maria.
Quando veneremos, amamos e exaltamos Maria também estamos exaltando e
amando o Espírito Santo, pois Maria é a esposa Diletíssima do Espírito Santo.
O Espírito Santo de Deus realiza a obra da Encarnação do Filho Jesus em
Maria, aos descer sobre ela. O anjo Gabriel disse: “O Espírito Santo descerá
sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente
santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus.” (Lc 1, 35). O Espírito
Santo de Deus é exaltado quando exaltamos Maria, pois confirmamos, com
nossas orações e veneração, a escolha de Maria, para ser a predileta de DeusPai, O qual envia seu Único Filho Jesus, para que, com o poder do Espírito
Santo, Ele possa habitar no Ventre da Virgem Maria. Por isso, Amar a Maria é
Amar perfeitamente a Deus. São Luís Maria Grignion de Montfort40 nos ensina
com muita clareza: ―Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cujo
conhecimento e domínio ele reservou para si.‖
40
Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38.ed. 2009.p.18.
43
Maria, Mãe do Puro Amor
Segundo São Tomás de Aquino citado por Felipe Aquino:41 ―A bem-aventurada
Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, tem uma espécie de dignidade
infinita por causa do bem infinito que é Deus‖.
Felipe Aquino nos ensina que: ―O Concílio Vaticano II chamou Maria de o
‗sacrário do Espírito Santo‘. A Ladainha Laureteana a chama de ‗Arca da
Aliança‘, porque, como disse Teodoro de Ancira, ‗ela continha não só a lei, mas
o Legislador‘. E para Santo André de Creta ―ela é a nova arca de Deus, onde
repousa o Espírito Santo‖. Maria ‗concebeu por virtude do Espírito Santo‘(Mt 1,
18) diz o Apóstolo S. Mateus. Assim, o Espírito Santo a desposou para sempre.
Ela é Sua Esposa fiel e bendita. É o templo sagrado de Deus.‖ 42
São Luís Maria Grignion de Montfort43 nos ensina: ―Jesus é agora, mais do que
nunca, o fruto de Maria, como lhe repetem mil e mil vezes diariamente o céu e
a terra: ―…e bendito é o fruto do vosso ventre‖, é certo que Jesus Cristo, para
cada homem em particular, que o possui, é tão verdadeiramente o fruto e obra
de Maria como pra todo o mundo em geral. Deste modo, se qualquer fiel tem
Jesus Cristo formado em seu coração, pode atrever-se a dizer: ―Mil graças a
Maria! este Jesus que eu possuo é, com efeito, seu fruto, e sem ela eu jamais o
teria‖. Pode-se ainda aplicar-lhes, com mais propriedade que São Paulo aplica
a si próprio, as palavras: ―Quos iterum parturio, donec formetur Christus in
vobis‖ (Gal 4, 19): Dou à luz todos os dias os filhos de Deus, até que Jesus
Cristo seja nele formado em toda a plenitude de sua idade.‖
Santo Tomás de Aquino44 nos ensina que ―o fruto da Virgem Maria é bendito
por Deus, que de tal forma encheu-o de graças que sua simples vinda já nos
faz render homenagem a Deus. Bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo que nos abençoou com toda a benção espiritual em Cristo,
declara São Paulo(Ef 1, 3). O fruto da Virgem é bendito pelos Anjos. O
Apocalipse(7, 11) nos mostra os Anjos caindo com a face por terra e adorando
41
Aquino, Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. Canção Nova. Edições Loyola. 1995.p.44.
Aquino, Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. Canção Nova. Edições Loyola. 1995.p.51.
43
Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38.ed. 2009.p.38.
44
Pai Nosso e Ave Maria - Sermões de Santo Tomás de Aquino. Editora Permanência, Rio de
Janeiro, 2003.
42
44
Maria, Mãe do Puro Amor
o Cristo com seus cantos: O louvor, a glória, a sabedoria, a ação de graças, a
honra, o poder e a força ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém. O
fruto de Maria é também bendito pelos homens: Toda língua confesse que o
Senhor Jesus Cristo está na glória de Deus Pai, nos diz o Apóstolo(Fp 2, 11). E
o Salmista(Sl 117, 26) o saúda assim: “Bendito o que vem em nome do Senhor.
Assim, pois a Virgem é bendita, porém, bem mais ainda, é o seu fruto.”
Jesus é o Fruto Bendito do Ventre de Maria. Por isso, é digno de Adoração e
Louvor. No nascimento de Jesus acontece a primeira adoração do Filho de
Maria. Leiamos a palavra de Deus: “Entrando na casa, acharam o menino com
Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus
tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra.”(Mateus 2,
11).
Na primeira adoração, encontramos o menino Jesus com sua Mãe Maria.
Então, podemos perceber que Maria foi escolhida entre todas as mulheres para
ser a Mãe de Jesus. Maria tão pura, dócil e amorosa! Maria está presente na
primeira adoração de Seu Filho. Esta acolhida maternal de Maria é um
momento inesquecível na vida dos três reis magos.
Ao contemplarmos o nascimento de Jesus, sentimos uma alegria muito grande,
pois, percebemos que Jesus não está sozinho, pois, acharam o menino com
Maria, sua mãe. Queres sempre encontrar Jesus na sua vida? Basta seguir o
exemplo da Virgem Maria, que se tornou a primeira adoradora, ao dizer ―Sim‖,
à vontade de Deus. Maria adorou Jesus de todo coração, pois, como seu
coração não tinha mancha do pecado, ela aceitou por completo a vontade de
Deus na sua vida. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim
segundo a tua palavra.” (Lucas 1, 38)
O nascimento de Jesus é uma alegria muito grande. Um presente amoroso
para a humanidade. O salvador da humanidade nasce para que todos
tenhamos a salvação. Jesus vem ao mundo para resgatar a humanidade.
Quando os reis magos encontram o menino Jesus, reconhecem-nO como o
Deus vivo e, por isso, a primeira atitude deles é se ajoelhar e adorar a Jesus
45
Maria, Mãe do Puro Amor
Cristo Nosso Senhor. Na presença de Jesus, todo joelho se dobre, na face da
terra. A atitude dos reis magos em se ajoelhar vem revelar que, Jesus, é o Rei
dos reis. O filho de Deus deve ser adorado, amado, exaltado, louvado e
glorificado. Representa também que, toda autoridade neste mundo tem que se
render à realeza de Jesus.
Os presentes dos reis magos representam que, cada um dos reis magos
ofereceu o que tinha de mais valioso. Assim, a nossa vida deve ser uma
entrega a Deus, do que temos de melhor.
São Marcelino Champagnat45 nos ensina que: “Aquele que tem grande amor a
Maria terá certamente grande amor a Jesus. Por isso, os santos que tiveram
particular devoção a Maria, como S. Bernardo, S. Boaventura, S. Francisco de
Assis, Sto. Afonso de Ligório, Sta. Tereza, distinguiram-se por grande amor a
Jesus.‖
O Papa João Paulo II,46 em visita a Belém do Pará, nos encanta com a
seguinte prece mariana:
– Senhora, Vós dissestes sob o sopro do Espírito que as gerações vos
chamariam bem-aventurada. Nós retomamos o canto das gerações passadas
para que não se interrompa e exaltamos em Vós o que de mais luminoso a
humanidade ofereceu a Deus, a criatura humana na sua perfeição, de novo
criada em justiça e santidade na beleza sem par que chamamos ―a Imaculada‖
ou a ―cheia de graça‖.
– Mãe, Vós sois ―a nova Eva‖. A Igreja de vosso filho consciente de que só com
―homens novos‖ se pode evangelizar, isto é, levar a Boa Nova ao mundo para
fazer uma ―nova humanidade‖, vos suplica que por vosso meio não falte nela
jamais a novidade do Evangelho, germe de santidade e de fecundidade.
45
Bibliografia: Furet, Jean-Baptiste. Vida de São Marcelino José Bento Champagnat - São Paulo: Loyola:
SIMAR, 1999
46
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/homilies/1980/documents/hf_jpii_hom_19800708_belem-brazil_po.html
46
Maria, Mãe do Puro Amor
– Senhora, adoramos o Pai pelas prerrogativas que brilham em Vós mas o
adoramos também porque sois sempre para nós a ―ancilla Domini‖, pequena
criatura. Porque fostes capaz de dizer: ―fiat‖, Vos tornastes Esposa do Espírito
Santo e Mãe do Filho de Deus.
– Mãe, que apareceis nas páginas do Evangelho mostrando Cristo aos
pastores e aos magos, fazei que cada evangelizador – bispo, sacerdote,
religioso, religiosa, pai ou mãe de família, jovem ou criança – seja possuído por
Cristo para ser capaz de revelá-lo aos outros.
– Senhora, escondida na multidão enquanto o Vosso filho realiza os sinais
miraculosos do nascimento do Reino de Deus, e que só falais para mandar
fazer tudo o que Ele disser (cf. Jo 2, 5), ajudai os evangelizadores a pregar
sempre não a si próprios mas a Jesus Cristo.
– Mãe, envolvida pelo mistério de Vosso Filho, muitas vezes incapaz de
entender mas capaz de recolher tudo e meditar no coração (Lc 2, 19 e 51),
fazei que nós evangelizadores compreendamos sempre que para além das
técnicas e estratégias, da preparação e dos planos, evangelizar é mergulhar no
mistério de Cristo e tentar comunicar algo dele aos irmãos.
– Senhora da humildade na verdade, que nos ensinastes em cântico profético
que ―Deus sempre exalta os humildes‖ (cf. Lc 1, 52), ajudai sempre os ―simples
e os pobres‖ que vos procuram com a sua religiosidade popular; ajudai os
pastores a conduzi-los à luz da verdade e a ser fortes e compreensivos ao
mesmo tempo, quando devam banir elementos degenerados e purificar
manifestações de piedade do povo.
– Mãe, pedimos por vossa intercessão, como os discípulos no Cenáculo, uma
contínua assistência e dócil acolhimento do Espírito Santo na Igreja: para os
que procuram a verdade de Deus e para os que devem servi-la e vivê-la. Que
seja sempre Cristo ―a luz do mundo‖(cf. Jo 8, 12); e que o mundo nos
reconheça Seus discípulos porque permanecemos na Sua Palavra e
conhecemos a verdade que nos faz livres, com a liberdade dos filhos de Deus
(cf. Jo 8, 32). Assim seja!
47
Maria, Mãe do Puro Amor
Santa Maria
«Ó Filho Unigênito e Verbo de Deus, Tu que és imortal, para a nossa
salvação dignaste-Te encarnar no seio da santa Mãe de Deus e sempre
Virgem Maria(...). Tu que és Um da Santa Trindade, glorificado com o Pai e
o Espírito Santo, salva-nos!» (Liturgia Bizantina de S. João Crisóstomo).47
Maria é a Rainha das virtudes. Maria é Cheia de Graça. Por meio de Maria veio
ao mundo Jesus. O catecismo nos ensina que, ―Jesus foi concebido no seio da
Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção de homem. Ele é
o Filho do Pai celeste, segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a
natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas suas naturezas,
existindo nele uma única Pessoa, a divina.‖ 48
A Contemplação de Maria é uma realidade que deve ser vivificada no nosso
coração, pois ao contemplar Maria contemplamos o mistério do Seu amado
Filho Jesus. A partir do Conhecimento de Maria passamos a conhecer mais
profundamente a Jesus. Jesus disse: ―Toda árvore boa dá bons frutos.‖(Mt 7,
17). Jesus é o fruto bendito de Maria. Raniero Cantalamessa49 nos ensina que:
―A Contemplação de Maria ajuda-nos hoje a reencontrar a síntese da unidade
da fé. Ela é o ícone da graça, ainda não partida, mas inteira.‖
O Papa João Paulo II50 ensina que, A Mãe de Jesus ―tem o nome de Maria. A
Igreja venera-a de modo particular. O culto que Lhe presta supera o culto de
todos os outros santos (culto de hiperdulia). Venera-a deste modo porque foi a
Mãe; porque foi eleita para ser a Mãe do Filho de Deus; porque àquele Filho,
47
http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendiumccc_po.html
48
http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendiumccc_po.html
49
Op.cit. 23.
50
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/audiences/1979/documents/hf_jpii_aud_19790110_
po.html
48
Maria, Mãe do Puro Amor
que é o Verbo Eterno, deu no tempo «o corpo», deu num momento histórico «a
humanidade».‖
Aprofundemos, então, o tema da contemplação de Maria pelo Catecismo de
São Pio X e pelo Catecismo da Igreja Católica.
1. Perguntas e respostas do Catecismo de São Pio X sobre a
Veneração de Maria e dos Santos:
369) Podemos honrar também as sagradas imagens de Jesus Cristo e dos
Santos?
Sim, porque a honra que se tributa às sagradas imagens de Jesus Cristo e
dos Santos, refere-se às suas mesmas pessoas.
370) E as relíquias dos Santos, podem honrar-se?
Sim, também as relíquias dos Santos podem e devem honrar-se porque os
seus corpos foram membros vivos de Jesus Cristo e templos do Espírito
Santo, e devem ressurgir gloriosos para a vida eterna.
371) Que diferença há entre o culto que prestamos a Deus, e o culto que
prestamos aos Santos?
Entre o culto que prestamos a Deus e o culto que prestamos aos Santos há
esta diferença: que a Deus adoramo-Lo pela sua infinita excelência, ao
passo que aos Santos não os adoramos, mas só os honramos e veneramos
como amigos de Deus e nossos intercessores junto dEle. O culto que
prestamos a Deus chama-se latria, isto é, de adoração, e o culto que
prestamos aos Santos chama-se dulia, isto é, de veneração aos servos de
Deus; enfim o culto especial que prestamos a Maria Santíssima chama-se
hiperdulia, isto é, de essencialíssima veneração, como Mãe de Deus.
49
Maria, Mãe do Puro Amor
2. Perguntas e respostas do Catecismo da Igreja Católica sobre o
culto de latria e a questão das imagens:
286. Que tipo de culto é devido ao sacramento da Eucaristia?
1378 – 1381
1418
É devido o culto de latria, isto é, de adoração reservado só a Deus quer
durante a celebração eucarística quer fora dela. De facto, a Igreja conserva
com a maior diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos enfermos e às
pessoas impossibilitadas de participar na Santa Missa, apresenta-as à
solene adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à visita frequente
e à adoração do Santíssimo Sacramento conservado no tabernáculo.
446. Ao dizer: «não farás para ti qualquer imagem esculpida» (Ex 20,3)
proíbe-se o culto das imagens?
2129-2132
2141
No Antigo Testamento, este mandamento proíbe representar o Deus
absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de
Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o
segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho
de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se
trata duma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é
representado: Cristo, a Virgem, os Anjos e os Santos.
São Marcelino Champagnat51 disse: ―Maria não guarda nada para si. Quando a
servimos, quando nos consagramos a ela, só nos recebe para oferecer-nos a
Jesus, para nos impregnar de Jesus.‖
Maria é a Rainha das virtudes. Por Maria podemos obter todas as graças, pois
sua vida é exemplo de perfeição de todas as virtudes. Maria cumpriu fielmente
a palavra de Deus na prática, sendo assim, modelo de santidade.
51
Op.cit
50
Maria, Mãe do Puro Amor
Mãe da Obediência
Maria é Mãe da obediência, pois obedeceu perfeitamente a vontade de Deus
assumindo a condição de serva ao dizer: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se
em mim segundo a tua palavra.”(Lc 1, 38). Maria é chamada cheia de graça,
pois tem a plenitude das virtudes e conhece perfeitamente o Sagrado Coração
de Jesus. Maria sabe como pedir a Jesus. Por isso, nas bodas de Caná, Maria
sabe pedir a Jesus e com humildade diz: “Eles já não têm vinho.”(Jo 2, 3)
Jesus responde que não era chegado o momento ainda de iniciar o primeiro
milagre. Maria silencia e pede aos serventes: “Fazei o que ele vos disser.”(Jo 2,
5) Maria sabia que a obediência dos servos levaria Jesus a realizar o milagre.
Pois Deus ama a obediência. Pela obediência dos serventes nas bodas de
Caná foi realizado o primeiro milagre de Jesus.
“Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas de água. Eles encheram-nas até em
cima.”(Jo 2, 7)
Esta obediência dos servos permitiu que o primeiro milagre fosse realizado
antes do tempo determinado pela Divina Providência. Assim, Maria, nas bodas
de Caná, se revela a perfeita intercessora da humanidade junto a Jesus, pois a
Mãe conhece o Coração do Filho. Jesus ama a obediência. Através das bodas
de Caná percebemos o quanto agrada a Deus a virtude da obediência. Esta
virtude, Maria, teve em perfeição, pois foi obediente a Deus por toda a sua
vida. Exemplo de amor, humildade, Obediência, entrega e doação.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que:
144. Obedecer (ob-audire) na fé é submeter-se livremente à palavra
escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria
verdade. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é
Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria.
51
Maria, Mãe do Puro Amor
Mãe da Humildade
Maria é exemplo e modelo de profunda humildade. Na anunciação o anjo
Gabriel a venerou dizendo: ―Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.‖(Lc 1, 28)
Diante da veneração do anjo, a resposta de Maria é singela, doce, pura e
humilde: o silêncio. A palavra nos revela a humildade do seu Imaculado
Coração, pois ela “Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no
que significaria semelhante saudação.”(Lc 1, 29).
Santo Afonso de Ligório52 nos ensina que, ―tal foi o procedimento de Maria, ao
perturbar-se diante dos louvores que lhe dirigia o arcanjo S. Gabriel.‖
Maria viveu o silêncio e guardou as palavras de Deus no coração. Maria
sempre estava disposta a ouvir! Esta humildade está representada na doce
resposta de Maria: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a
tua palavra.” (Lc 1, 38) São Luís Maria de Montfort53 nos ensina que, ―Toda a
sua vida Maria permaneceu oculta; por isso o Espírito Santo e a Igreja a
chamam de Alma Mater - Mãe escondida e secreta. Tão profunda era a sua
humildade, que, para ela, o atrativo mais poderoso, mais constante era
esconder-se de si mesma e de toda criatura, para ser conhecida somente de
Deus. Deus Pai consentiu que jamais em sua vida ela fizesse algum milagre,
pelo menos um milagre visível e retumbante, conquanto lhe tivesse outorgado
o poder de fazê-los. Deus Filho consentiu que ela não falasse, se bem lhe
houvesse comunicado a sabedoria divina. Deus Espírito Santo consentiu que
os apóstolos e evangelistas a ela mal se referissem, e apenas no que fosse
necessário para manifestar Jesus Cristo. E, no entanto, ela era a Esposa do
Espírito Santo.‖
Diz São Bernardo que, ―quando seu Filho pregava numa casa e ela lhe
desejava falar. Não se animou a entrar(Mt 12, 46). Ficou de fora e não confiou
no prestígio de Mãe, mas evitou interromper a pregação do Filho.‖54 Esta
52
Op.cit. Glórias de Maria. P.412.
Op.Cit.Tratado. P.17-18
54
Op.cit.413.
53
52
Maria, Mãe do Puro Amor
humildade de Maria é magnífica. Outra mãe teria se prevalecido da condição
do seu filho, porém, Maria, a Mãe da humildade, nos ensina este brilhante
exemplo de ser simples de coração e esperar a pregação terminar, as pessoas
se retirarem, para aí, então falar com seu amado Filho. Maria é testemunho
pleno da humildade.
O Papa bento XVI, na encíclica Deus Caritas Est, nos ensina:
41. Entre os Santos, sobressai Maria, Mãe do Senhor e espelho de toda a
santidade. No Evangelho de Lucas, encontramo-La empenhada num serviço
de caridade à prima Isabel, junto da qual permanece « cerca de três meses
» (1, 56) assistindo-a na última fase da gravidez. « Magnificat anima mea
Dominum – A minha alma engrandece o Senhor » (Lc 1, 46), disse Ela por
ocasião de tal visita, exprimindo assim todo o programa da sua vida: não
colocar-Se a Si mesma ao centro, mas dar espaço ao Deus que encontra
tanto na oração como no serviço ao próximo — só então o mundo se torna
bom. Maria é grande, precisamente porque não quer fazer-Se grande a Si
mesma, mas engrandecer a Deus. Ela é humilde: não deseja ser mais nada
senão a serva do Senhor (cf. Lc 1, 38.48). Sabe que contribui para a
salvação do mundo, não realizando uma sua obra, mas apenas colocandoSe totalmente à disposição das iniciativas de Deus. É uma mulher de
esperança: só porque crê nas promessas de Deus e espera a salvação de
Israel, é que o Anjo pode vir ter com Ela e chamá-La para o serviço decisivo
de tais promessas. É uma mulher de fé: « Feliz de Ti, que acreditaste », dizlhe Isabel (cf. Lc 1, 45). O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua
alma — é inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, com fios tirados
da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que Ela Se sente
verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com
naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra
d'Ela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, fica assim
patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o
d'Ela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada
pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-Se mãe da Palavra encarnada. Enfim,
Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo? Enquanto
53
Maria, Mãe do Puro Amor
crente que na fé pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade
de Deus, Ela não pode ser senão uma mulher que ama. Isto mesmo o
intuímos nós nos gestos silenciosos que nos referem os relatos evangélicos
da infância. Vemo-lo na delicadeza com que, em Caná, Se dá conta da
necessidade em que se acham os esposos e apresenta-a a Jesus. Vemo-lo
na humildade com que Ela aceita ser transcurada no período da vida pública
de Jesus, sabendo que o Filho deve fundar uma nova família e que a hora
da Mãe chegará apenas no momento da cruz, que será a verdadeira hora de
Jesus (cf. Jo 2, 4; 13, 1). Então, quando os discípulos tiverem fugido, Maria
permanecerá junto da cruz (cf. Jo 19, 25-27); mais tarde, na hora de
Pentecostes, serão eles a juntar-se ao redor d'Ela à espera do Espírito
Santo (cf. Act 1, 14).
Maria é Mãe da fé
―Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da
parte do Senhor te foram ditas!‖(Lc 1, 45).
O sim de Maria é o sim da fé em Deus. Raniero Cantalamessa55 nos ensina
que: ―Maria acreditou logo, no próprio instante; não hesitou, nem suspendeu o
juízo. Pelo contrário, empenhou-se logo totalmente. Acreditou que conceberia
um filho por obra do Espírito Santo...Maria confiou em Deus, e Deus creditoulhe isso como justiça.‖
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:
148. A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a «obediência da fé».
Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel,
acreditando que «a Deus nada é impossível» (Lc 1, 37) (9) e dando o seu
assentimento: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua
palavra» (Lc 1, 38). Isabel saudou-a: «Feliz aquela que acreditou no
cumprimento de quanto lhe foi dito da parte do Senhor» (Lc 1, 45). É em
55
Op.cit.p.36.
54
Maria, Mãe do Puro Amor
virtude desta fé que todas as gerações a hão-de proclamar bem-aventurada
(10).
149. Durante toda a sua vida e até à última provação (11), quando Jesus,
seu filho, morreu na cruz, a sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de
crer «no cumprimento» da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em
Maria a mais pura realização da fé.
273. Só a fé pode aderir aos caminhos misteriosos da onipotência de Deus.
Esta fé gloria-se nas suas fraquezas, para atrair a si o poder de Cristo (97).
Desta fé é modelo supremo a Virgem Maria, pois acreditou que «a Deus
nada é impossível» (Lc 1, 37) e pôde proclamar a grandeza do Senhor: «O
Todo-Poderoso fez em mim maravilhas; 'Santo' – é o seu nome» (Lc 1, 49).
Maria é Mãe da fé, pois é aquela que acreditou nas palavras pronunciadas pelo
anjo Gabriel na anunciação. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:
2674. Desde o consentimento prestado na fé à Anunciação e mantido sem
hesitação ao pé da cruz, a maternidade de Maria estende-se aos irmãos e
irmãs do seu Filho ainda peregrinos e que caminham entre perigos e
angústias (22). Jesus, o único mediador, é o caminho da nossa oração;
Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele: Ela «mostra o
caminho» («Hodêghêtria»), é «o sinal» do caminho, segundo a iconografia
tradicional no Oriente e no Ocidente.
2675. Foi a partir desta singular cooperação de Maria com a ação do Espírito
Santo que as Igrejas cultivaram a oração à santa Mãe de Deus, centrando-a
na pessoa de Cristo manifestada nos seus mistérios. Nos inúmeros hinos e
antífonas em que esta oração se exprime, alternam habitualmente dois
movimentos: um «magnifica» o Senhor pelas «maravilhas» que fez pela sua
humilde serva e, através d'Ela, por todos os seres humanos (23); o outro
confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois Ela
agora conhece a humanidade que n'Ela foi desposada pelo Filho de Deus.
55
Maria, Mãe do Puro Amor
Raniero Cantalamessa nos ensina que: ―A fé de Maria é, pois, um ato de amor
e docilidade, livre, apesar de suscitado por Deus, misterioso como misterioso é
sempre o encontro entre a graça e a liberdade. Esta é a verdadeira grandeza
pessoal de Maria, a sua bem-aventurança, confirmada pelo mesmo Cristo.
Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram(Lc 11,
27), diz uma mulher do Evangelho. A mulher proclama bem-aventurada Maria
porque trouxe(bastásasa)Jesus; Isabel, pelo contrário, proclama-a bemaventurada porque acreditou(pisteúsasa). A mulher proclama como bemaventurada o fato de trazer Jesus no seio, Jesus proclama bem-aventurado
quem o traz no coração, respondendo assim: Dize antes: Felizes os que
escutam a palavra de Deus e a põem em prática. Dessa maneira, Jesus ajuda
aquela mulher e todos nós a entender onde reside a verdadeira grandeza da
sua Mãe. De fato, quem guardava as palavras de Deus mais do que Maria, de
quem a mesma Escritura afirma, por duas vezes, que ―guardava todas palavras
de Deus no coração?‖(cf. Lc 2, 19.51).‖
O Papa João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Mater56 nos ensina:
Maria pronunciou o seu "fiat": "Faça-se em mim segundo a tua palavra",
tornando possível, pelo que a ela competia no desígnio divino, a aceitação
do oferecimento do seu Filho.
Maria pronunciou este "fiat" mediante a fé. Foi mediante a fé que ela "se
entregou a Deus" sem reservas e "se consagrou totalmente, como escrava
do Senhor, à pessoa e à obra do seu Filho". E este Filho - como ensinam os
Padres da Igreja - concebeu-o na mente antes de o conceber no seio:
precisamente mediante a fé!
Com justeza, portanto, Isabel louva Maria:
"Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe
foram ditas da parte do Senhor". Essas coisas já se tinham cumprido: Maria
de Nazaré apresenta-se no limiar da casa de Isabel e de Zacarias como mãe
do Filho de Deus. É essa a descoberta letificante de Isabel: "A mãe do meu
Senhor vem ter comigo!".
56
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jpii_enc_25031987_redemptoris-mater_po.html
56
Maria, Mãe do Puro Amor
Por conseguinte, também a fé de Maria pode ser comparada com a de
Abraão, a quem o Apóstolo chama "nosso pai na fé" (cf. Rom 4, 12). Na
economia salvífica da Revelação divina, a fé de Abraão constitui o início da
Antiga Aliança; a fé de Maria, na Anunciação, dá início à Nova Aliança.
Assim como Abraão, "esperando contra toda a esperança, acreditou que
haveria de se tornar pai de muitos povos" (cf. Rom 4, 18 ), também Maria, no
momento da Anunciação, depois de ter declarado a sua condição de virgem
("Como será isto, se eu não conheço homem?"), acreditou que pelo poder
do Altíssimo, por obra do Espírito Santo, se tornaria a mãe do Filho de Deus
segundo a revelação do Anjo: "Por isso mesmo o Santo que vai nascer será
chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35).
Entretanto, as palavras de Isabel: "Feliz daquela que acreditou" não se
aplicam apenas àquele momento particular da Anunciação. Esta representa,
sem dúvida, o momento culminante da fé de Maria na expectação de Cristo,
mas é também o ponto de partida, no qual se inicia todo o seu "itinerário
para Deus", toda a sua caminhada de fé. E será ao longo deste caminho,
que a "obediência" por ela professada à palavra da revelação divina irá ser
atuada, de modo eminente e verdadeiramente heróico ou, melhor dito, com
um heroísmo de fé cada vez maior. E esta "obediência da fé" da parte de
Maria, durante toda a sua caminhada, terá surpreendentes analogias com a
fé de Abraão. Do mesmo modo que o patriarca do Povo de Deus, também
Maria, ao longo do caminho do seu fiat filial e materno, "esperando contra
toda a esperança, acreditou". Especialmente ao longo de algumas fases
deste seu caminhar, a bênção concedida "àquela que acreditou" tornar-se-á
manifesta com particular evidência. Acreditar quer dizer "abandonar-se" à
própria verdade da palavra de Deus vivo, sabendo e reconhecendo
humildemente "quanto são insondáveis os seus desígnios e imperscrutáueis
as suas vias" (Rom 11, 33). Maria, que pela eterna vontade do Altíssimo veio
a encontrar-se, por assim dizer, no próprio centro daquelas "imperscrutáveis
vias" e daqueles "insondáveis desígnios" de Deus, conforma-se a eles na
obscuridade da fé, aceitando plenamente e com o coração aberto tudo
aquilo que é disposição dos desígnios divinos.
57
Maria, Mãe do Puro Amor
Na Anunciação, quando Maria ouve falar do Filho de que deve tornar-se
genetriz e ao qual "porá o nome de Jesus" (= Salvador), fica também a
conhecer que "o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David", que ele
"reinará sobre a casa de Jacob eternamente e o seu reinado não terá fim"
(Lc 1, 32-33). Era neste sentido que se orientava toda a esperança de Israel.
O Messias prometido devia ser "grande"; e também o mensageiro celeste
anuncia que "será grande": grande, quer pelo nome de Filho do Altíssimo,
quer pelo fato de assumir a herança de David. Há-de, portanto, ser rei, há-de
reinar "sobre a casa de Jacob". Maria tinha crescido no meio desta
expectativa do seu povo: estaria ela em condições de captar, no momento
da Anunciação, qual o sentido essencial que podiam ter as palavras do Anjo,
e como devia ser entendido aquele "reino", que "não terá fim"?
Se bem que, mediante a fé, ela possa ter-se sentido naquele instante mãe
do "Messias-rei", contudo respondeu: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em
mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 38). Desde o primeiro momento, Maria
professou sobretudo "a obediência da fé", abandonando-se àquele sentido
que dava às palavras da Anunciação Aquele do qual elas provinham: o
próprio Deus.
Na mesma Encíclica Redemptoris Mater57 podemos selecionar um texto,
para entendermos a fé de Maria:
Mas na Igreja de então como na Igreja de sempre, Maria foi e é, sobretudo,
aquela que é "feliz porque acreditou": foi quem primeiro acreditou. Desde o
momento da Anunciação e da concepção e depois do nascimento na gruta
de Belém, Maria acompanhou passo a passo Jesus, na sua materna
peregrinação de fé. Acompanhou-o ao longo dos anos da sua vida oculta em
Nazaré; acompanhou-o também durante o período da separação externa,
quando ele começou a dedicar-se às "obras e ao ensino" (cf. Act 1, 1 ) no
seio de Israel; e acompanhou-o, sobretudo, na experiência trágica do
Gólgota. E agora, enquanto Maria se encontrava com os Apóstolos no
57
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jpii_enc_25031987_redemptoris-mater_po.html
58
Maria, Mãe do Puro Amor
Cenáculo de Jerusalém, nos albores da Igreja, recebia confirmação a sua fé,
nascida das palavras da Anunciação. O Anjo tinha-lhe dito então:
"Conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Ele
será grande ... e reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado
não terá fim" (Lc 1, 32-33). Os acontecimentos do Calvário, havia pouco
ainda, tinham envolvido em trevas esta promessa; e contudo, mesmo aos
pés da Cruz, não tinha desfalecido a fé de Maria. Ela, ainda ali, permanecia
aquela que, como Abraão, "acreditou, esperando contra toda a esperança"
(Rom 4, 18). E assim, depois da Ressurreição, a esperança tinha desvelado
o seu verdadeiro rosto e a promessa tinha começado a transformar-se em
realidade. Com efeito, Jesus, antes de voltar para o Pai, dissera aos
Apóstolos: "Ide e ensinai todas as gentes... Eis que eu estou convosco,
todos os dias, até ao fim do mundo" (cf. Mt 28, 19. 20). Dissera assim aquele
que, com a sua Ressurreição, se tinha revelado como o triunfador da morte,
como o detentor de um reinado "que não terá fim", conforme o Anjo tinha
anunciado.
O Catecismo nos ensina que:
66. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana,
Judite e Ester conservaram viva a esperança da salvação de Israel. Maria é
a imagem puríssima desta esperança.
A fé de Maria é tão profunda, cativante e Magnífica que Isabel ao recebê-la em
sua casa exprime com muito carinho, humildade e veneração: “Donde me vem
esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?” (Lc 1, 43) Isabel nos ensina
que a presença de Maria em nossa vida é uma honra que deve ser louvada a
Deus todos os nossos dias.
59
Maria, Mãe do Puro Amor
A Fé da Virgem Maria
A Fé da Virgem Maria na Anunciação do anjo Gabriel nos deu Jesus, a
Salvação.
A Fé da Virgem Maria nas bodas de Caná abriu caminho para Jesus realizar o
primeiro milagre.
A Fé da Virgem Maria no Momento da Cruz, consolou Jesus, e, abriu caminho
para que, pela crucificação, morte e ressurreição de Seu Amado Filho, fosse
salva toda a humanidade.
A Fé da Virgem Maria, no cenáculo, com os apóstolos, abriu caminho para a
vinda do Espírito Santo.
Por isso, entoamos juntamente com Isabel: “Feliz aquela que acreditou!”(Lc 1,
45).
Mãe da Pureza
Maria é Imaculada e pura desde a sua concepção e durante toda a sua vida,
assim permaneceu. A pureza de Maria é coroada por sua magnífica virgindade.
Maria é perfeita e isenta do pecado original. O Papa Paulo IV,58 nos ensina:
Maria é, enfim, a Virgem oferente. No episódio da apresentação de Jesus no
Templo (cf. Lc 2,22-35), a Igreja, guiada pelo Espírito Santo, descobriu, para
além do cumprimento das leis respeitantes a oblação do primogênito (cf. Ex
13,11-16) e à purificação da mãe (cf. Lv 12,68), um mistério "salvíflco"
relativo à história da Salvação, precisamente: e em tal mistério realçou a
continuidade da oferta fundamental que o Verbo encarnado fez ao Pai, ao
entrar no mundo (cf. Hb 10,5-7); viu nele proclamada a universalidade da
Salvação, porque Simeão, ao saudar no menino a luz para iluminar as
nações e a glória de Israel (cf. Lc 2,32), reconhecia n'Ele o Messias, o
Salvador de todos; entendeu aí uma referência profética à Paixão de Cristo:
58
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_p-vi_exh_19740202_marialis-
cultus_po.html
60
Maria, Mãe do Puro Amor
é que as palavras de Simeão, as quais uniam num único vaticínio o Filho,
"sinal de contradição" (Lc 2,34), e a Mãe, a quem a espada haveria de
trespassar a alma (cf. Lc 2,35), verificaram-se no Calvário. Mistério de
salvação, portanto, que nos seus vários aspectos, orienta o episódio da
apresentação no Templo para o acontecimento "salvífico" da Cruz.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que:
484-486 ―A Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por obra do
Espírito Santo e sem a colaboração de homem: «O Espírito Santo descerá
sobre ti» (Lc 1, 35), disse-lhe o Anjo na Anunciação.
Jesus disse: “Os puros de coração verão a Deus”. (Mt 5, 8). Para ver a Deus é
preciso ser puro. Imagine então, a pureza de Maria para ser escolhida a Mãe
de Deus. Maria é a Plenitude da pureza. Em Maria a pureza encontra toda a
perfeição. Maria é a obra-prima de Deus.
Santo Afonso de Ligório59 nos ensina que, ―O Filho de Deus, e ele tão somente,
pode escolher-se mãe a seu agrado. Por conseguinte, deve-se ter por certo
que a escolheu tal qual convinha a um Deus. Mas a um Deus puríssimo
convinha uma Mãe isenta de toda culpa. Fê-la, por isso, imaculada, escreve S.
Bernardino de Sena.‖
São Tomás de Aquino citado por Felipe Aquino 60 nos ensina que: ―Convinha
que aquele que é Filho único de Deus...fosse virginalmente concebido ao se
fazer carne; para que a natureza humana do Salvador fosse isenta do pecado
original, ficava bem que não fosse formado como de ordinário pela via seminal,
mas pela concepção virginal; nascendo segundo a carne de uma virgem, Cristo
mostrava que seus membros deviam nascer segundo o espírito dessa Virgem,
sua esposa espiritual, que é a Igreja. O nascimento virginal é de todo
conveniente, pois o Verbo que é eternamente concebido e procede do Pai sem
nenhuma corrupção deve, se ele se faz carne, nascer de uma mãe virgem,
59
60
Op.cit. Glórias de Maria, p.241.
A mulher do apocalipse. Op.cit.p.26.
61
Maria, Mãe do Puro Amor
conservando-lhe sua virgindade; Aquele que vem para retirar toda a corrupção
não deve, ao nascer, destruir a virgindade daquela que lhe deu à luz.‖
Felipe Aquino61 nos ensina que, ―Além de todas as razões acima apresentadas
que nos dão a certeza da Imaculada Conceição, a própria Virgem Maria, em
pessoa, quis confirmar este dogma. Foi quando em 25 de março de 1858, na
festa da Anunciação, revelou seu nome a Santa Bernadette, nas aparições de
Lourdes. Disse-lhe ela: ―Eu sou a Imaculada Conceição‖.
Santo Afonso de Ligório62 nos ensina que, ―Diz S. Alberto Magno: ―Quanto é
grande a pureza, é também grande o amor. Quanto mais um coração é puro e
vazio de si mesmo, tanto mais cheio é de caridade para com Deus. Assim
Maria, sendo sumamente humilde e vazia de si, foi cheia do divino amor e
nesse amor excedeu a todos os anjos e homens, como disse S. Bernardino de
Sena. Com razão, a chama S. Francisco de Sales de Rainha do amor.‖
Mãe da Mansidão
Maria é mansa e humilde de coração. Jesus, na infância, aprendeu muito com
o testemunho da sua Mãe Maria. O silêncio, a humildade e a mansidão, todas
virtudes de Jesus lembram Maria e todas as virtudes de Maria lembram Jesus.
A mansidão de Maria está representada perfeitamente na paixão de Cristo.
Maria silenciou e não se desesperou com o mal que faziam ao seu amado
Filho. Antes, procurou consolá-lO, com seu olhar terno e amoroso de Mãe e
sua presença firme diante da dolorosa crucificação. Maria estava de pé diante
do sofrimento do Filho.(Jo 19, 25-27) A Mansidão de Maria diante da cruz foi
uma fonte de consolo para o seu Amado Filho Jesus. Jesus aprendeu com o
exemplo de Maria a ser manso e humilde de coração. Por isso Jesus disse:
“Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para vós.”(Mt 11,29)
61
62
A mulher do apocalipse. Op.cit.p.21.
Glórias de Maria, op.cit. p.416
62
Maria, Mãe do Puro Amor
Esta palavra de Jesus nos deixa uma belíssima conclusão: quando agimos
com mansidão e humildade passamos a ser descanso para todos com quem
convivemos.
O Catecismo nos ensina:
2673-2679 -2682. Em virtude da sua singular cooperação com a ação do
Espírito Santo, a Igreja gosta de orar a Maria e de orar com Maria, a Orante
perfeita, para com Ela engrandecer e invocar o Senhor. De fato, Maria,
«mostra-nos o caminho» que é o Seu Filho, o único Mediador.
1370. À oblação de Cristo unem-se não só os membros que estão ainda
neste mundo, mas também os que já estão na glória do céu: é em
comunhão com a santíssima Virgem Maria e fazendo memória d'Ela, assim
como de todos os santos e de todas as santas, que a Igreja oferece o
sacrifício eucarístico. Na Eucaristia, a Igreja, com Maria, está como que ao
pé da cruz, unida à oblação e à intercessão de Cristo.
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é a Mãe do Puro Amor. Jesus é o amor puro que entregou a própria
vida, no madeiro da Cruz, para nos salvar. O amor de Maria Santíssima por
Jesus é perfeito. Maria representa toda a humanidade ao dedicar sua vida para
amar a Jesus com todo o Seu Imaculado Coração. Jesus se doou para toda a
humanidade e Maria se doou para o amado Filho Jesus. O Papa Paulo VI, na
Exortação Apostólica Signum Magnum afirma:
É a imitação de Jesus Cristo, indubitavelmente, o régio caminho a percorrer
para chegar à santidade absoluta do Pai celeste. Mas, se a Igreja Católica
sempre proclamou esta verdade tão sacrossanta, também afirmou que a
imitação da Virgem Maria, longe de afastar as almas do fiel seguimento de
Cristo, o torna mais amável, mais fácil; na verdade, havendo Ela cumprido
sempre a vontade de Deus, mereceu em primeiro lugar o elogio que Jesus
Cristo dirige aos discípulos: «Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai
63
Maria, Mãe do Puro Amor
que está nos Céus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mt
12,50).
...É, também, válida para a imitação de Cristo a norma geral: «Per Mariam
ad Jesum». Não se perturbe, porém, a nossa fé, como se a intervenção de
uma criatura em tudo semelhante a nós, menos no pecado, ofendesse a
nossa dignidade pessoal e impedisse a nossa intimidade e a nossa relação
imediata de adoração e de amizade com o Filho de Deus. Reconheçamos
antes a «bondade de Deus nossos Salvador» (cfr. Tit 3,4), o qual,
condescendendo com a nossa miséria tão afastada da sua infinita santidade,
nos quis ajudar a imitá-la propondo-nos o modelo da pessoa humana de Sua
Mãe. Ela, na verdade, entre as criaturas humanas oferece o exemplo mais
brilhante e, ao mesmo tempo, mais perto de nós daquela perfeita obediência
com a qual nos conformamos amorosa e prontamente aos desejos do Pai
eterno; e o próprio Cristo, como bem sabemos, foi nesta plena adesão à
vontade do Pai que disse estar o ideal supremo da sua conduta humana, ao
declarar: «Eu faço sempre o que é do seu agrado» (Jo 8,29).
Santo Afonso de Ligório nos ensina sobre a Maternidade de Maria: ―uma santa
mulher tinha um único filho, o mais amável que se possa imaginar. Era,
inocente, virtuoso e belo. Ternamente retribuía o amor de sua mãe. Nunca lhe
havia dado o mínimo desgosto, mas sempre havia lhe testemunhado todo
respeito, toda obediência, todo afeto. Nele, por isso, a sua mãe tinha posto o
seu amor aqui na terra‖63.
Maria, cheia de ternura, teve a graça de contemplar o seu Filho Amado, recém
nascido, envolto em faixas, numa manjedoura. Vieram pastores e reis magos
para acolher o menino Jesus que nascia neste maravilhoso dia. Os reis magos
trouxeram seus tesouros e ―ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e
mirra.” (Mt 2, 11)
63 Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Ed. Santuário.2009.p.355-356.
64
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria, mãe terna e amorosa, que ao apresentar seu filho no templo, esteve na
presença de anciãos justos e piedosos que glorificaram a Deus porque
puderam ver no seu filho Jesus, o cumprimento da promessa dos profetas: a
salvação para todos os povos.
Maria, mãe paciente, compreensiva e humilde, que após ficar três dias, sem ter
o conhecimento de onde estava seu filho, continuou a procurar e o encontrou
entre os doutores da lei, ensinando. Maria, encontrou Jesus, porque conhecia o
Seu coração, e sabia que iria o melhor lugar para encontrá-lO, era perto dos
sábios, aqueles que amavam estudar a palavra de Deus.
Maria, mãe humilde e atenciosa que acompanhou a vida do filho, com muito
amor, vendo-O crescer em estatura, sabedoria e graça, diante de Deus e dos
homens.
Maria, mãe amada, que presenciou o primeiro milagre das bodas de Caná, e
viu seu filho, diante dos discípulos, antecipar o momento de fazer milagre, a
seu pedido de mãe fiel e amorosa. O gesto humilde de Maria, que disse: “Fazei
o que Ele vos disser” (Jo 2, 5), comoveu o coração de Jesus, e assim, realizouse o primeiro milagre das Bodas de Caná. Um lindo exemplo, do amor filial que
Jesus tem para com a Mãe, este gesto de bondade, ensinou aos discípulos a
importância de amar a Maria, e valorizar a sua intercessão amorosa.
O papa João Paulo II, na carta às famílias, nos diz que:
―A história do «belo amor» tem início com a Anunciação, naquelas palavras
admiráveis que o Anjo dirigiu a Maria, chamada a ser a Mãe do Filho de
Deus. Com o «sim» de Maria, Aquele que é «Deus de Deus, Luz da Luz»,
torna-se filho do homem; Maria é sua Mãe, sem deixar de ser a Virgem que
«não conhece homem» (cf. Lc 1, 34). Como Mãe-Virgem, Maria torna-se
Mãe do belo amor. Esta verdade está revelada já nas palavras do Arcanjo
Gabriel, mas o seu pleno significado será pouco a pouco confirmado e
aprofundado, à medida que Maria for seguindo o seu Filho na peregrinação
da fé.
65
Maria, Mãe do Puro Amor
A «Mãe do belo amor» foi recebida por aquele que, segundo o costume de
Israel, era já seu esposo terreno, José, da estirpe de David. Ele teria o direito
de pensar na consorte já desposada como sua mulher e mãe dos seus
filhos. Porém, nesta aliança esponsal, Deus intervém com uma iniciativa
própria: «José, filho de David, não temas receber Maria tua esposa, pois o
que ela concebeu é obra do Espírito Santo» (Mt 1, 20). José está ciente do
estado de Maria, constata com os próprios olhos que n'Ela foi concebida
uma nova vida que não provém dele, e, como homem justo, respeitador da
Lei antiga que, no seu caso, impunha a obrigação do divórcio, quer rescindir,
de forma caridosa, o seu matrimônio (cf. Mt 1, 19). O Anjo do Senhor faz-lhe
saber que isso não estaria de acordo com a sua vocação, antes, seria
contrário ao amor esponsal que o une a Maria. Este recíproco amor
esponsal, para ser plenamente o «belo amor», exige que ele acolha Maria e
o Filho d'Ela sob o teto da sua casa, em Nazaré. José obedece à mensagem
divina e atua segundo o que lhe fora mandado (cf. Mt 1, 24). É graças
também a José que o mistério da encarnação e, juntamente com ele, o
mistério da Sagrada Família, fica inscrito profundamente no amor esponsal
do homem e da mulher e indiretamente na genealogia de cada família
humana. Aquilo que S. Paulo designará por «grande mistério», encontra na
Sagrada Família a sua expressão mais alta. A família coloca-se assim
verdadeiramente no centro da Nova Aliança.‖64
São Jerônimo afirma: ―A morte veio por Eva, e a vida por Maria.‖ 65 Assim,
para termos a vida plena devemos nos espelhar em Maria para que
possamos ser verdadeiramente santos e conseguirmos vencer os vícios e
aumentar as virtudes.
64
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/letters/documents/hf_jpii_let_02021994_families_po.html
65
São Jerônimo- Epistola 22., 21. Constituição0 Lumen Gentium. Edições Pulinas. 1984.
66
Maria, Mãe do Puro Amor
Mãe de Deus
No olhar de Maria encontramos o amor
No silêncio de Maria encontramos a sabedoria
No sorriso de Maria encontramos a paz
No colo de Maria encontramos o descanso
Nas mãos de Maria encontramos todas as graças
No Coração de Maria encontramos Jesus, a Salvação.
Maria é a Mãe de Deus. Esta certeza nos é revelada pelo anjo São Gabriel que
nos alegra com a Boa-Nova de Deus revelada à Maria: ―Eis que conceberás e
darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus.‖(Lc 1, 31). Esta confirmação
encheu de alegria o coração de Maria que profundamente humilde dá o sim a
Deus que salvará a humanidade, dizendo: “Faça-se em mim segundo a tua
palavra.‖(Lc 1, 38). Maria é a esposa humilde de José, diz Santo Agostinho 66
que ―ela não quis antepor seu nome ao do marido, mas afirmou: ―Teu pai e eu,
aflitos, te buscávamos‖(Lc 2, 48).
Felipe Aquino67 nos ensina que, ―reunida no Concílio de Éfeso, no ano de 431,
a Igreja proclamou solenemente uma das verdades mais queridas ao povo
cristão: ―Maria é verdadeiramente Mãe de Cristo, que é verdadeiro Filho de
Deus. Assim, estava debelada para sempre a perigosa heresia que queria ver
em Jesus duas pessoas, uma divina e outra humana, sendo Maria apenas Mãe
desta última. Não, disse o Concílio de Éfeso. Maria é ―Theótókos‖(Theo=Deus,
Tokos=Mãe)!Mãe de Deus.‖
66
67
Op.cit.p.74
A Mulher do Apocalipse. Op. Cit. P.35.
67
Maria, Mãe do Puro Amor
A Constituição Dogmática ―Lumen Gentium‖68 do Papa Paulo VI, nos ensina
que:
―Efetivamente, a Virgem Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo
no coração e no seio, e deu ao mundo a Vida, é reconhecida e honrada como
verdadeira Mãe de Deus Redentor. Remida dum modo mais sublime, em
atenção aos méritos de seu Filho, e unida a Ele por um vínculo estreito e
indissolúvel, foi enriquecida com a excelsa missão e dignidade de Mãe de
Deus Filho; é, por isso, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo, e, por
este insigne dom da graça, leva vantagem á todas as demais criaturas do céu
e da terra. Está, porém, associada, na descendência de Adão, a todos os
homens necessitados de salvação; melhor, «é verdadeiramente Mãe dos
membros (de Cristo)..., porque cooperou com o seu amor para que na Igreja
nascessem os fiéis, membros daquela cabeça» (173). É, por esta razão,
saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e
exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja católica, ensinada pelo
Espírito Santo, consagra-lhe, como a mãe amantíssima, filial afeto de
piedade.‖
Maria é a esposa de São José
Maria é esposa do Castíssimo São José. Partilhando com José a missão de
cuidar de Jesus e amá-lO, Maria, deixou que José fosse pai de Jesus em todos
os momentos. Jesus é o Filho de Deus encarnado no ventre de Maria por obra
do Espírito Santo. Por isto José o amável pai adotivo de Jesus. É José que
ensina Jesus a profissão de Carpinteiro. É José que ensina Jesus a vigiar e
orar, pois quando Jesus ainda era bebê, foi José que, acordou de noite para
fugir com a sagrada família para o Egito.
A Virgem Maria foi escolhida para ser a Mãe de Jesus, pois, encontrou graça
diante de Deus. Uma das graças que Maria recebeu de Deus, foi ter José como
seu castíssimo esposo. O dom da castidade e pureza foi concedido, de forma
68
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_pvi_exh_19670513_signum-magnum_po.html
68
Maria, Mãe do Puro Amor
esplêndida a José. Se Deus, exige pureza de coração para vê-lO (Mateus 5, 8),
imagine a pureza concedida a José para ser Pai de Jesus e esposo de Maria.
Pureza perfeita! Sublime castidade!José teve a graça de ter muitas revelações
divinas do plano de Deus, através de sonhos. José era tão puro e casto que até
quando repousava, comungava com Deus. Os pensamentos de José sempre
foram voltados para Deus. Por isso, mesmo quando dormia elevava o
pensamento a Deus, e até mesmo seus sonhos estavam repletos da presença
de Deus.
Com José, Jesus aprendeu a importância de vigiar e orar, pois, na infância em
três ocasiões José acordou a noite para fazer cumprir a vontade de Deus. Foi
um servo fiel e protetor da sagrada família. No colo de Maria, Jesus encontrava
repouso e nos braços de José, encontrava segurança. São José é exemplo de
um pai amável e vigilante, que, sempre protegeu, Maria e Jesus de todas as
adversidades. Esta proteção se realizou com o auxílio da Providência Divina.
São José também:
-é descendente de Abraão, da casa de Davi; descendência da qual nasceu o
Salvador; (Mateus 1, 1-17)
- é carpinteiro. (Mateus 13, 55)
-foi escolhido para ser esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus. (Lucas
1, 26-27)
-é paciente e sábio, por isso, se retira, para refletir como havia se dado a
gravidez milagrosa de Maria. Mas, avisado em sonho pelo anjo, é muito dócil
em acolher Maria, e assim, todo o plano de salvação. (Mateus 1, 18-25)
-é pratico e tem o coração humilde e simples, pois não tendo pousada para
ficar resolve fazer uma manjedoura para receber o menino Jesus.(Lucas 2, 1-7)
-estava presente na primeira adoração; (Mateus 2, 1-12)
-é homem simples que acolhe os pastores, para que louvem o nascimento de
Jesus. (Lucas 2, 16-20)
-é obediente, pois cumpre fielmente a ordem dada pelo anjo nos
sonhos.(Mateus 2, 13-15).
69
Maria, Mãe do Puro Amor
São José, cumpriu fielmente a lei, e apresentou Jesus no templo. (Lucas 2, 2124)
-Permitia que as pessoas louvassem a Jesus; Ficava a escutar admirado pela
Bondade do Pai do Céu, que lhe concedeu a honra de cuidar do menino Jesus.
Permitiu que Simeão tomasse o menino Jesus nos braços e louvasse ao Pai do
Céu, com grande alegria. Também permitiu que Ana se alegrasse com o
cumprimento da promessa, a chegada de Jesus ao mundo, o nosso Salvador.
(Lucas 2, 25-38)
-Levou Jesus, com parentes e conhecidos, para a festa da Páscoa. Acabado os
dias de festa, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem que percebesse.
Mesmo assim, foi manso e humilde, estando a mais de 1 dia de viagem, teve o
amor e compreensão de primeiro ir ver entre os parentes e conhecidos, se
encontrava-o. E não acontecendo isso, teve a disponibilidade de fazer a
viagem de volta, para buscar Jesus. O coração de José é muito generoso!
Mesmo estando aflito, pelo fato da perda de Jesus, ao encontrá-lo entre os
doutores da lei, ensinando com sabedoria, esperou o momento certo para falar.
Esperou que Jesus terminasse de ensinar os doutores da lei. Também,
sabendo das virtudes naturais da Virgem Maria(Imaculada desde o
nascimento), esperou que ela falasse primeiro. José sabia que a Virgem Maria
era escolhida entre todas as mulheres e por isso, esperou que ela tomasse a
atitude de interceder a Jesus. José foi sábio para deixar que Maria falasse por
ele, neste momento de aflição. Maria intercedeu a Jesus, dizendo: ―Meu filho,
que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de
aflição.‖ Eis que Jesus responde: ―Por que me procuráveis? Não sabíeis que
devo ocupar-me das coisas de meu Pai?‖ Mesmo sem compreender, José e
Maria tiveram a humildade de acolher os ensinamentos de Jesus. Um lindo
gesto de mansidão, docilidade e amor a Jesus. (Lucas 2, 41-52)
O Papa João Paulo II nos ensina na Exortação Apostólica Redemptoris
Custos que:
70
Maria, Mãe do Puro Amor
Os Evangelistas, embora afirmem claramente que Jesus foi concebido por
obra do Espírito Santo e que naquele matrimônio a virgindade foi preservada
(cf. Mt 1, 18-25; Lc 1, 26-38), chamam a José esposo de Maria e a Maria
esposa de José (cf. Mt 1, 16. 18-20; Lc 1, 27; 2, 5).Com a autoridade paterna
sobre Jesus, Deus terá comunicado também a José o amor correspondente,
aquele amor que tem a sua fonte no Pai «do qual toda a paternidade, nos
céus e na terra, toma o nome» (Ef 3, 15).
O crescimento de Jesus «em sabedoria, em estatura e em graça» (Lc 2, 52),
deu-se no âmbito da Sagrada Família, sob o olhar de São José, que tinha a
alta função de o «criar»; ou seja, de alimentar, vestir e instruir Jesus na Lei e
num ofício, em conformidade com os deveres estabelecidos para o pai. No
Sacrifício eucarístico a Igreja venera «a memória da gloriosa sempre Virgem
Maria ... e também a de São José», (29) porque foi quem «sustentou Aquele
que os fiéis deviam comer como Pão de vida eterna». (30)
Por sua parte, Jesus «era-lhes submisso» (Lc 2, 51), correspondendo com o
respeito às atenções dos seus «pais». Dessa forma quis santificar os
deveres da família e do trabalho, que ele próprio executava ao lado de José.
José, pai adotivo de Jesus
Jesus é o filho amado de São José. José é o pai adotivo de Jesus. José ama
Jesus com todo o coração. Jesus lembra de José a todo o instante e
reconhece-O como parte integrante fundamental da sagrada família. Em dois
momentos distintos Jesus responde que a família Dele é ―daqueles que fazem
a vontade de Deus.‖
Quando foi anunciado ao mesmo Jesus que a sua "mãe e os seus irmãos
estavam lá fora e desejavam vê-lo", ele respondeu: "Minha mãe e meus irmãos
são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (cf. Lc 8, 2021).
71
Maria, Mãe do Puro Amor
Quando uma mulher no povo disse a Jesus: ―Bem-aventurado o ventre que te
trouxe, e os peitos que te amamentaram!‖ e Jesus respondeu: ―Antes bemaventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!‖(Lc 11, 2728)
As duas semelhantes respostas de Jesus devem ser entendidas pelo aspecto
da importância de ouvir a palavra de Deus e colocar em prática, assim como
fazia a sua Mãe Maria. Jesus nos lembra de exaltarmos Maria pela sua
Magnífica Maternidade, mas também, sem esquecer de todas as suas virtudes
e do perfeito cumprimento da palavra de Deus.
O Papa João Paulo II, nos ensina que: ―Ele quer desviar a atenção da
maternidade entendida só como um vínculo do sangue, para a orientar no
sentido daqueles vínculos misteriosos do espírito, que se formam com o prestar
ouvidos e com a observância da palavra de Deus. Ter-se-á afastado, por causa
disto, daquela que foi sua mãe, a sua genetriz segundo a carne? Desejará,
porventura, deixá-la na sombra do escondimento, que ela própria escolheu?
Embora assim possa parecer, se nos ativermos só ao som material daquelas
palavras, devemos observar, no entanto, que a maternidade nova e diversa, de
que Jesus fala aos seus discípulos, refere-se precisamente a Maria e de modo
especialíssimo. Não é, acaso, Maria a primeira dentre "aqueles que ouvem a
palavra de Deus e a põem em prática"? E portanto, não se referirão sobretudo
a ela aquelas palavras abençoantes pronunciadas por Jesus, em resposta às
palavras da mulher anônima? Maria é digna, sem dúvida alguma, de tais
palavras de bênção, pelo fato de se ter tornado Mãe de Jesus segundo a carne
("Ditoso o ventre que te trouxe e os seios a que foste amamentado"); mas é
digna delas também e sobretudo porque, logo desde o momento da
Anunciação, acolheu a palavra de Deus e porque nela acreditou e sempre foi
obediente a Deus; ela, com efeito, ‗guardava‘ a palavra, meditava-a ‗no seu
coração‘ (cf. Lc 1, 38-45; 2, 19. 51) e cumpria-a com toda a sua vida.‖
Jesus quer valorizar a perfeição de Maria Santíssima no cumprimento dos
desígnios de Deus e a perfeição de São José no cumprimento pleno da palavra
de Deus. Nas duas palavras em que é exaltada a maternidade carnal, (Lc 8,
72
Maria, Mãe do Puro Amor
20-21;Lc 11, 27-28) Jesus nos dá o seguinte ensinamento: Mais importante do
que o parentesco de sangue é o parentesco espiritual que se desenvolve pela
aplicação da palavra de Deus em nossa vida. Jesus quis, também, valorizar
seu pai adotivo José, mostrando a importância da filiação espiritual. Nos revela
que a paternidade de José é tão verdadeira quanto a maternidade de Maria. Só
que, enquanto a maternidade de Maria na carne e no Espírito, a paternidade de
José é unicamente pelo Espírito. Jesus em nenhum momento amou a Maria de
forma diferenciada em relação a José, muito pelo contrário, amou aos dois pais
de forma infinita. Maria e José aplicaram de forma perfeita a palavra de Deus e
exerceram a paternidade espiritual que tanto Jesus pregou ao povo. Os pais de
Jesus são pais segundo o Espírito e fiéis cumpridores da palavra de Deus.
Santo Agostinho69 nos ensina que, ―Enquanto o Senhor suscitava a admiração
do povo por causa de seus milagres e prodígios, manifestando o que ocultava
em sua carne, alguém exclamou com admiração: ―Felizes as entranhas que te
trouxeram e os seios que te amamentaram!‖ Ele, porém, respondeu: ―Felizes,
antes, os que ouvem a palavra de Deus e a observam‖(Lc 11, 27-28). Isso
significa: Minha mãe, ela mesma, a quem chamais de feliz, é feliz porque
guarda a palavra de Deus. Não é feliz somente porque nela a Palavra ―se fez
carne e habitou entre nós‖(Jo 1, 14). É feliz, porque guardou essa mesma
Palavra de Deus, por quem foi feita e que nela se fez carne. Logo, que as
pessoas não se alegrem por sua posteridade temporal, mas sim, exultem, pelo
espírito com que estão unidas a Deus.‖
Santo Agostinho70 nos traça a explicação da genealogia de Jesus: ―Lucas,
querendo também dar a genealogia do Senhor segundo a carne, mas na linha
sacerdotal, narra os graus de origem de seus antepassados (Lc 3, 23-38).
Todavia não menciona os mesmos nomes de Mateus. Isso porque a linhagem
sacerdotal não era a mesma que a linhagem de sangue real. Essa teve como
origem Davi. Ora, um de seus filhos(José), conforme o costume de então,
desposara uma mulher de tribo sacerdotal. O que fazia Maria pertencer a uma
e outra tribo, isto é, à tribo real e à sacerdotal. Assim, quando José e Maria
69
70
A Virgem Maria. Op.cit. p.147.
A Virgem Maria. Op.cit.p30.
73
Maria, Mãe do Puro Amor
foram recenceados, está escrito serem eles da casa, isto é, da estirpe de
Davi(Lc 2, 4). Mas ocorre ainda que Isabel, de quem está dito ser parenta de
Maria, pertencia à tribo sacerdotal(Lc 1, 5.36).
O Papa João Paulo II, na Encíclica Redemptoris Mater71 nos ensina:
―Portanto, é feliz porque ―acreditou‖; e acredita dia a dia, no meio de todas
as provações e contrariedades do período da infância de Jesus e, depois,
durante os anos da sua vida oculta em Nazaré, quando ele ―lhes era
submisso‖(Lc 2, 51): submisso a Maria e também a José, porque José,
diante dos homens, fazia para ele as vezes de pai; e era por isso que o Filho
de Maria era tido pela gente do lugar como ‗o filho do carpinteiro‘‖.(Mt 13,
55).
...A mesma transferência, na esfera dos valores espirituais, delineia-se ainda
mais claramente numa outra resposta de Jesus, relatada por todos os
Sinópticos. Quando foi anunciado ao mesmo Jesus que a sua "mãe e os
seus irmãos estavam lá fora e desejavam vê-lo", ele respondeu: "Minha mãe
e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em
prática" (cf. Lc 8, 20-21). Disse isto "percorrendo com o olhar os que
estavam sentados à volta dele", como lemos em São Marcos (3, 34) ou,
segundo São Mateus (12, 49), "indicando com a mão os seus discípulos".
Estas expressões parecem situar-se na linha daquilo que Jesus - então
menino de doze anos - respondeu a Maria e José, quando foi reencontrado,
depois de três dias, no templo de Jerusalém....
Agora, uma vez que Jesus já tinha saído de Nazaré para dar início à sua
vida pública por toda a Palestina, estava doravante completa e
exclusivamente "ocupado nas coisas do Pai" (cf. Lc 2, 49). Ocupava-se em
anunciar o Reino: o "Reino de Deus" e as "coisas do Pai", que dão também
uma dimensão nova e um sentido novo a tudo aquilo que é humano; e, por
conseguinte, a todos os laços humanos, em relação com os fins e as
71
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/encyclicals/documents/hf_jpii_enc_25031987_redemptoris-mater_po.html
74
Maria, Mãe do Puro Amor
funções estabelecidos para cada um dos homens. Com esta nova dimensão,
também um laço, como o da "fraternidade" significa algo de diverso da
"fraternidade segundo a carne", que provém da origem comum dos mesmos
pais. E até mesmo a "maternidade", vista na dimensão do Reino de Deus, na
irradiação da paternidade do próprio Deus, alcança um outro sentido. Com
as palavras referidas por São Lucas, Jesus ensina precisamente este novo
sentido da maternidade.
...Podemos, portanto, afirmar que as palavras de bem-aventurança
pronunciadas por Jesus não se contrapõem, apesar das aparências, àquelas
outras que foram proferidas pela mulher desconhecida; mas antes, que com
elas se coadunam na pessoa desta Mãe-Virgem, que a si mesma se
designou simplesmente como "serva do Senhor" (Lc 1, 38). Se é verdade
que "todas as gerações a chamarão bem-aventurada" (cf. Lc 1, 48), pode
dizer-se que aquela mulher anônima foi a primeira a confirmar, sem disso ter
consciência, aquele versículo profético do Magnificat de Maria e a dar início
ao Magnificat dos séculos.
Se Maria, mediante a fé, se tornou a genetriz do Filho que lhe foi dado pelo
Pai com o poder do Espírito Santo, conservando íntegra a sua virgindade,
com a mesma fé ela descobriu e acolheu a outra dimensão da maternidade,
revelada por Jesus no decorrer da sua missão messiânica. Pode dizer-se
que esta dimensão da maternidade era possuída por Maria desde o início,
isto é, desde o momento da concepção e do nascimento do Filho. Desde
então ela foi "aquela que acreditou". Mas, à medida que se ia esclarecendo
aos seus olhos e no seu espírito a missão do Filho, ela própria, como Mãe,
se ia abrindo cada vez mais para aquela "novidade" da maternidade, que
devia constituir a sua "parte" ao lado do Filho. Não declarara ela, desde o
princípio: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra"?
(Lc 1, 38). Maria continuava, pois, mediante a fé, a ouvir e a meditar aquela
palavra, na qual se tornava cada vez mais transparente, de um modo "que
excede todo conhecimento" (Ef 3, 19), a autorevelação de Deus vivo. E
assim, Maria Mãe tornava-se, em certo sentido, a primeira "discípula" do seu
75
Maria, Mãe do Puro Amor
Filho, a primeira a quem ele parecia dizer: "Segue-me", mesmo antes de
dirigir este chamamento aos Apóstolos ou a quaisquer outros (cf. Jo 1, 43).
Maria é Mãe da Oração
A vida de Maria foi um exemplo de oração. Maria guardava as palavras de
Deus no coração e, por isso, rezava sempre em todos os momentos. Dava
exemplo ao seu Filho Jesus. Por isto Jesus, seguindo o bom exemplo de sua
amada Mãe, sempre deu valor à oração. Jesus, segundo São Lucas, propunha
parábolas para mostrar que é necessário orar sempre sem jamais deixar de
fazê-lo. (Lc 18, 1) Jesus se retirava para rezar em momentos importantes: na
transfiguração (Lucas 9, 28), antes de andar sobre as águas (Mc 6, 46), para
escolher os discípulos (Lucas 6, 12-13), na agonia (Lc 22, 39-46).
Na palavra de Deus muitas são as recomendações para orar sem cessar:
E agora, orai ao Deus de todas as coisas, que fez grandes coisas pela terra
toda, que multiplicou nossos dias desde o seio materno, e usou de
misericórdia para conosco.”(Eclesiástico 50, 24)
Coragem, meus filhos! E vós também orai a Deus, a fim de que vos salve da
mão poderosa de vossos inimigos!(Baruc 4, 21)
Não havia terminado essa prece, quando se aproximou de mim, num relance
(era a hora da oblação da noite), Gabriel, o ser que eu havia visto antes em
visão.(Daniel 9, 21).
Maria guardou todas elas no coração e seguiu a praticar a oração em toda a
sua vida. Maria amou Jesus em plenitude guardando todas as suas palavras no
coração, inclusive a oração que seu próprio Filho ensinou:
―PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós
o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O
pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim
76
Maria, Mãe do Puro Amor
como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em
tentação, mas livrai-nos do mal.‖(Mt 6, 9-13).
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que,
2617. A oração de Maria é-nos revelada na aurora da plenitude dos tempos.
Antes da encarnação do Filho de Deus e da efusão do Espírito Santo, a sua
oração coopera de um modo único com o desígnio benevolente do Pai,
quando da Anunciação para a concepção de Cristo (87) e quando do
Pentecostes para a formação da Igreja, corpo de Cristo (88). Na fé da sua
humilde serva, o Dom de Deus encontra o acolhimento que Ele esperava
desde o princípio dos tempos. Aquela que o Todo-Poderoso fez «cheia de
graça» responde pelo oferecimento de todo o seu ser: «Eis a serva do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». «Faça-se» é a oração
cristã: ser todo para Ele, já que Ele é todo para nós.
2618. O Evangelho revela-nos como é que Maria ora e intercede na fé: em
Caná (89), a Mãe de Jesus roga a seu Filho pelas necessidades dum
banquete de bodas, sinal dum outro banquete, o das bodas do Cordeiro que
dá o seu corpo e o seu sangue a pedido da Igreja, sua esposa . E é na hora
da Nova Aliança, ao pé da cruz (90), que Maria é atendida como a Mulher, a
nova Eva, a verdadeira «mãe dos vivos».
2619. É por isso que o cântico de Maria (91) o Magnificat latino, o
Megalynárion bizantino – é, ao mesmo tempo, o cântico da Mãe de Deus e o
da Igreja, cântico da Filha de Sião e do novo povo de Deus, cântico de ação
de graças pela plenitude de graças derramadas na economia da salvação,
cântico dos «pobres», cuja esperança se vê satisfeita pelo cumprimento das
promessas feitas aos nossos pais, «em favor de Abraão e da sua
descendência, para sempre».‖
77
Maria, Mãe do Puro Amor
O Papa Paulo VI na exortação apostólica Marialis Cultus72 nos ensina que:
―Maria é, além disso, a Virgem dada à oração. Assim nos aparece ela, de
fato, na visita à mãe do Precursor, quando o seu espírito se efunde em
expressões de glorificação a Deus, de humildade, de fé e de esperança: tal é
o "Magnificat" (cf. Lc 1,46-55), a oração por excelência de Maria, o cântico
dos tempos messiânicos no qual confluem a exultação do antigo e do novo
Israel, pois, conforme parece querer sugerir Santo Ireneu, no cântico de
Maria convergiu o júbilo de Abraão, que pressentia o Messias (cf: Jo 8,56)
(36) e ressoou, profeticamente antecipada, a voz da Igreja: "exultante, Maria
clamava, em lugar da Igreja, profetizando: a minha alma glorifica o
Senhor...".(37)
Este
cântico
da
Virgem
Santíssima,
na
verdade,
prolongando-se, tornou-se oração da Igreja inteira, em todos os tempos.
Virgem em oração aparece Maria, também, em Caná, onde, ao manifestar
ao Filho, com imploração delicada, uma necessidade temporal, obteve
também um efeito de graça: que Jesus, ao realizar o primeiro dos seus
"sinais", confirmasse os discípulos na fé n'Ele (cf. Jo 2,1 12). Por fim, ainda a
última passagem biográfica relativa a Maria no-la descreve orante: os
Apóstolos "perseveravam unânimes na oração, com algumas mulheres,
entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele" (At 1,14).
Presença orante de Maria na Igreja nascente, pois, e na Igreja de todos os
tempos; porque ela, assumida ao céu, não depôs a sua missão de
intercessão e de salvação (LG 62).
Virgem dada à oração e também a Igreja, a qual todos os dias apresenta ao
Pai as necessidade dos seus filhos, e "louva o Senhor sem cessar e
intercede pela salvação de todo o mundo" (SC 83).
72
http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/apost_exhortations/documents/hf_p-
vi_exh_19740202_marialis-cultus_po.html
78
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é Mãe da humanidade
Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua
mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: “Eis aí tua mãe. E
dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa.‖(João 19, 26-27).
Toda dor da despedida que Maria sofreu foi amplamente dolorosa. A dor da
separação lembrou o momento da perda e reencontro de Jesus no templo.
Deus já havia preparado Maria para o momento de aflição que passaria na
morte de Jesus, mas Jesus vendo a dor e a saudade que a Mãe iria ficar do
amado Filho, resolve recomendar o discípulo que mais se assemelhou a Jesus
no amor, João. Por João ter ficado presente no momento da cruz recebeu o
presente de receber Maria como Mãe. Nos dias de hoje, torna-se clara a
necessidade de enfrentarmos nossa cruz com fidelidade, pois assim, teremos a
certeza de recebermos o apoio maternal da Bem-Aventurada sempre Virgem
Maria que, é nossa Mãe e nos auxilia com Sua poderosa Intercessão para
vencermos todas as tentações e adquirirmos todas as virtudes que
necessitamos para ser santo.
João sempre diz no evangelho que é o discípulo amado, mais esta certeza
dele, não estava pautada na diferenciação do amor de Jesus em relação aos
discípulos. Esta certeza de ser amado foi concretizada na perfeita escolha de
João para cuidar de Maria, como sua Mãe e na entrega de João à Maria para
que ela cuidasse dele como seu amado Filho. João tinha um coração puro de
criança e seria o consolador de Maria após a Sua morte. Jesus quis nos
ensinar que para sermos filhos amados de Maria devemos ser como João,
dócil, humilde, fiel e não fugir da cruz. Mas, antes, ajudar a consolar aquele que
sofre e ser sensível a dor alheia. João não teve medo de morrer por estar
presente na crucificação de Jesus, por isso teve a graça de ter uma vida longa.
(João 21, 18-23).
São Marcelino Champagnat disse: ―Foi ao discípulo amado que Cristo confiou
sua Mãe, para nos ensinar que concede amor especial à Virgem Santíssima
79
Maria, Mãe do Puro Amor
somente às almas privilegiadas, sobre as quais tem planos especiais de
misericórdia‖.
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina: ―Como o discípulo amado, nós
acolhemos em nossa casa a Mãe de Jesus que se tornou Mãe de todos os
viventes. Podemos orar com Ela e orar-Lhe a Ela. A oração da Igreja é como
que sustentada pela oração de Maria. Está-lhe unida na esperança .‖ (CIC –
2679)
Meditação – Décima Segunda Estação73
Em redor da cruz, gritos de ódio,
ao pé da cruz, presenças de amor.
Está ali, firme, a mãe de Jesus.
Com ela, outras mulheres,
unidas no amor pelo moribundo.
Junto dela, o discípulo amado, não outros.
Só o amor soube superar todos os obstáculos,
só o amor perseverou até ao fim,
só o amor gera outro amor.
E ali, aos pés da cruz, nasce uma nova comunidade,
ali, no lugar da morte, surge um novo espaço de vida:
Maria acolhe o discípulo como filho,
o discípulo amado acolhe Maria como mãe.
"Acolheu-a
como
um
dos seus bens mais queridos"
(Jo
19,
27),
tesouro inalienável do qual se fez guardião.Só o amor pode guardar o amor,
só o amor é mais forte do que a morte (Ct 8, 6).
73
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/2004/via_crucis/po/station_12.html
80
Maria, Mãe do Puro Amor
Mãe da Igreja
Maria é Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Maria esteve presente nos principais
momentos da iniciação da Igreja Católica: nascimento de Jesus, apresentação
do menino Jesus no templo, primeiro milagre de Jesus em Caná, Crucificação
de Jesus e o momento após a ressurreição em que, juntamente com os
discípulos, recebeu o Espírito Santo.
São Luís Maria Grignion de Montfort74 ensina: ―Maria era cheia de graça
quando o arcanjo Gabriel a saudou(Lc 1, 28) e a graça superabundou quando o
Espírito Santo a cobriu com sua sombra inefável(Lc 1, 35).
O Catecismo nos ensina que,
411. A Tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do «novo Adão»
(306) que, pela sua «obediência até à morte de cruz» (Fl 2, 8), repara
super-abundantemente a desobediência de Adão (307). Por outro lado,
muitos santos Padres e Doutores da Igreja vêem na mulher, anunciada no
proto-Evangelho, a Mãe de Cristo, Maria, como «nova Eva». Ela foi a
primeira a beneficiar, dum modo único, da vitória sobre o pecado alcançada
por Cristo: foi preservada de toda a mancha do pecado original (308) e,
durante toda a sua vida terrena, por uma graça especial de Deus, não
cometeu qualquer espécie de pecado.
1655. Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e de
Maria. A Igreja outra coisa não é senão a «família de Deus». Desde as suas
origens, o núcleo aglutinante da Igreja era, muitas vezes, constituído por
aqueles que, «com toda a sua casa», se tinham tornado crentes» (179).
Quando se convertiam, desejavam que também «toda a sua casa» fosse
salva (180). Estas famílias, que passaram a ser crentes, eram pequenas
ilhas de vida cristã no meio dum mundo descrente.
74
Op.cit. 46.
81
Maria, Mãe do Puro Amor
1656. Nos nossos dias, num mundo muitas vezes estranho e até hostil à fé,
as famílias crentes são de primordial importância, como focos de fé viva e
irradiante. É por isso que o II Concílio do Vaticano chama à família, segundo
uma antiga expressão, «Ecclesia domestica – Igreja doméstica» (181). É no
seio da família que os pais são, «pela palavra e pelo exemplo [...], os
primeiros arautos da fé para os seus filhos, ao serviço da vocação própria de
cada um e muito especialmente da vocação consagrada» (182).
1474. O cristão que procura purificar-se do seu pecado e santificar-se com a
ajuda da graça de Deus, não se encontra só. «A vida de cada um dos filhos
de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de
todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do corpo Místico de
Cristo, como que numa pessoa mística» (84).
1475. Na comunhão dos santos, «existe, portanto, entre os fiéis – os que já
estão na pátria celeste, os que foram admitidos à expiação do Purgatório, e
os que vivem ainda peregrinos na terra – um constante laço de amor e uma
abundante permuta de todos os bens» (85). Nesta admirável permuta, a
santidade de um aproveita aos demais, muito para além do dano que o
pecado de um tenha podido causar aos outros. Assim, o recurso à
comunhão dos santos permite ao pecador contrito ser purificado mais
depressa e mais eficazmente das penas do pecado.
1476. A estes bens espirituais da comunhão dos santos, também lhes
chamamos o tesouro da Igreja, «que não é um somatório de bens, como
quando se trata das riquezas materiais acumuladas no decurso dos séculos,
mas sim o preço infinito e inesgotável que têm junto de Deus as expiações e
méritos de Cristo, nosso Senhor, oferecidos para que a humanidade seja
liberta do pecado e chegue à comunhão com o Pai. É em Cristo, nosso
Redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos da
sua redenção (86)».
1477. «Pertencem igualmente a este tesouro o preço verdadeiramente
imenso, incomensurável e sempre novo que têm junto de Deus as orações e
82
Maria, Mãe do Puro Amor
boas obras da bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos, que se
santificaram pela graça de Cristo, seguindo as suas pegadas, e que
realizaram uma obra agradável ao Pai; de modo que, trabalhando pela sua
própria salvação, igualmente cooperaram na salvação dos seus irmãos na
unidade do corpo Místico» (87).
O Papa João Paulo II, na Carta Apostólica, Mulieris Dignitatem,75 nos ensina
que:
No momento da Anunciação, respondendo com o seu « fiat », Maria
concebeu um homem que era Filho de Deus, consubstancial ao Pai.
Portanto, é verdadeiramente a Mãe de Deus, uma vez que a maternidade diz
respeito à pessoa inteira, e não apenas ao corpo, nem tampouco apenas à «
natureza » humana. Deste modo o nome « Theotókos » — Mãe de Deus —
tornou-se o nome próprio da união com Deus, concedida à Virgem Maria.
Ao mesmo tempo, porém, mediante a resposta de fé, Maria exprime a sua
livre vontade e, portanto, a plena participação do « eu » pessoal e feminino
no evento da Encarnação. Com o seu «fiat », Maria torna-se o sujeito
autêntico da união com Deus que se realizou no mistério da Encarnação do
Verbo consubstancial ao Pai.
Maria é Mãe da Unidade
Maria é a escolhida entre todas as mulheres. Maria é bendita, pois recebeu a
plenitude da graça em seu ventre: Jesus Cristo, Nosso Senhor. Maria é Mãe da
Unidade, pois fez unidade com a Trindade. Maria se uniu a Deus-Pai ao doar o
Filho Jesus para morrer na cruz e nos dar a salvação. Maria se uniu a Jesus
sendo Mãe e fiel no cumprimento da palavra de Deus. Em Maria a palavra de
Deus encontra o cumprimento perfeito. Jesus está no ventre de Maria na
gravidez e permanece no seu coração para sempre. Quem ama o Filho Jesus
75
http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/apost_letters/documents/hf_jp-ii_apl_15081988_mulieris-
dignitatem_po.html
83
Maria, Mãe do Puro Amor
ama a Mãe Maria. E quem ama a Mãe Maria deve amar o Filho Jesus e seguir
os seus ensinamentos na prática. Maria está unida ao Espírito Santo, pois a
partir da obra do Espírito Santo em Maria aconteceu a maravilhosa encarnação
de Jesus no ventre de Maria. Tão unida está Maria ao Espírito Santo que,
apenas ouvindo a saudação doce de Maria, eis que, João Batista estremeceu
de alegria no ventre de Isabel. A doce intercessão de Maria nos traz a alegria
de estarmos protegidos no seu amável colo de Mãe.
Reflitamos a palavra de Deus:
―Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma
cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, apenas
Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e
Isabel ficou cheia do Espírito Santo. E exclamou em alta voz: Bendita és tu
entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem esta
honra de vir a mim a mãe de meu Senhor? Pois assim que a voz de tua
saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no
meu seio. Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as
coisas que da parte do Senhor te foram ditas!‖(Lc 1, 40-45).
84
Maria, Mãe do Puro Amor
Rogai por nós, pecadores
Maria ama infinitamente a Jesus. Por isso, é a melhor intercessora que temos
junto a Ele. Maria conhece plenamente o coração de Jesus, pois, sempre
guardou todas as palavras de Jesus no coração, para que nenhuma se
perdesse. (Lc 2, 51)
Maria é nossa mãe, e temos que pedir a intercessão dEla para que estejamos
mais próximos de Jesus. Temos que nos tornar como crianças, para amar cada
dia mais nossa mãe Maria. Santo Afonso de Ligório ensina que: ―As crianças
tem sempre na boca o nome da mãe. Em qualquer perigo que se vejam, ou
medo que tenham, logo se lhes ouve gritar: mamãe, mamãe!‖. Assim, também
nas alegrias precisamos contar tudo a Maria, que é nossa mãe e esta sempre
disposta a nos ajudar e nos consolar. Jesus disse que para entrar no Reino de
Deus precisamos de uma mentalidade de criança (Mc 10, 15), e toda criança
ama muito a mãe, e a quer muito bem. Então, vamos amar a Maria, com todo o
coração, para que nos tornemos mansos, puros e humildes e assim, possamos
ser iguais as crianças, que amam verdadeiramente as pessoas.
Jesus disse: “Nunca lestes estas palavras: Da boca dos meninos e das
crianças de peito tirastes o vosso louvor (Sl 8,3)?” Assim, as crianças são
prediletas no Reino de Deus, e todos que se parecem com as crianças,
agradam muito a Nosso Senhor Jesus. Para que tenhamos um coração de
criança, precisamos da intercessão de Maria, que tem em suas mãos todas
graças necessárias para a conversão do nosso coração.
Nicodemos perguntou a Jesus: “Como pode um homem renascer, sendo
velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela
segunda vez?” (Jo 3, 4)
A mudança de vida acontece pela intercessão de Maria, que é a Mãe onde
todo ser humano tem que nascer pela segunda vez. Por obra do Espírito Santo,
85
Maria, Mãe do Puro Amor
é nos concedida a graça de nascer de novo, no ventre de nossa mãe Maria.
Sempre que recorrermos à intercessão de Maria, poderemos viver uma nova
vida. Os filhos de Maria são nascidos por obra do Espírito Santo que nos move
a largar a vida na carne e viver a vida no espírito. Jesus disse: “O que nasceu
da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito.” (Jo 3, 6)
São Paulo nos ensina que: “O fruto do Espírito é caridade, alegria, paz,
paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. Contra
estas coisas não há lei.” (Gálatas 5, 22-23)
Precisamos agir como filhos de Maria, que nasceram do Espírito Santo e estão
cada dia mais produzindo bons frutos de conversão. Precisamos honrar nossa
mãe Maria, e agir com caridade, alegria, paz, paciência, bondade e todas
virtudes que o Espírito Santo deseja frutificar em nossos corações. Seremos
filhos que honram a Maria, sempre que imitarmos suas virtudes.
Santo Afonso de Ligório76 disse: ―Pela segunda vez Maria nos gerou para a
graça, quando no Calvário ofereceu ao Eterno Pai, por entre muitos
sofrimentos, a vida de seu amado Filho pela nossa salvação. Porque ela então
cooperou com o seu amor para que os fiéis nascessem para a vida da graça.‖
Jesus é nosso intercessor diante de Deus Pai e Maria é nossa intercessora
diante de Jesus. Contamos com Maria, para conhecer melhor o coração de
Jesus, e saber como pedir a Ele a graça que tanto esperamos. Maria é mãe
fiel, e nos toma pela mão sempre que confiamos nossa vida a ela.
Se Deus confiou a vida de Jesus, seu único Filho, à Maria Santíssima, porque
nós não confiamos nossa vida nas mãos de Maria? Hoje é o dia do nosso sim
para Maria. Hoje é o dia de nos entregarmos inteiramente à Nossa Senhora.
Podemos dizer: Sim Maria, eu me consagro inteiramente ao Vosso Imaculado
Coração e confio toda a minha vida em tuas mãos.
76
Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Ed. Santuário.2009.p.46.
86
Maria, Mãe do Puro Amor
São Bernardo citado por Felipe Aquino77 nos ensina que: ―Se tu não mereces a
graça solicitada a Deus, bem a merece Maria que ela se empenhará‖.
O Papa Leao XIII
78
diz na encíclica ―Magnae Dei Matris‖, de 8 de dezembro de
1892:
―Maria, muito melhor que qualquer outra mãe, conhece e vê os socorros de
que necessitamos para viver, os perigos públicos e particulares que nos
ameaçam, as angústias e males que nos oprimem, e, sobretudo, a luta
encarniçada que havemos de sustentar com os inimigos da salvação.
Maria é a escolhida para ser a mãe de Jesus. Jane Amábile79 faz uma bonita
reflexão sobre a escolha de Maria: ―Desde toda a eternidade, o Pai das
Misericórdias já vem preparando a missão de Maria como cooperadora no
seu plano de salvação. No Antigo Testamento, algumas santas e corajosas
mulheres tiveram também uma participação importante na vida do povo de
Deus: Judite, Ester, Rute, Débora, Ana. Mas é Maria a escolhida do Pai para
ser a mãe do seu Filho Jesus Cristo, o Redentor da humanidade.‖
Os motivos do amor de Maria para conosco por Santo Afonso de
Ligório:80
Maria não pode deixar de amar-nos.
...A primeira razão do seu grande amor para com os homens é o seu grande
amor para com Deus. O amor a Deus e o amor ao próximo, como disse S.João,
se contêm debaixo do mesmo preceito.
―E nós temos de Deus este mandamento, que o que ama a Deus, ame também
a seu irmão‖(I Jo 4, 21). De sorte que quanto cresce um,tanto o outro aumenta.
77
Aquino, Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. Canção Nova. Edições Loyola. 1995.p.93.
Aquino, Felipe. A mulher do Apocalipse. 2. Ed. Canção Nova. Edições Loyola. 1995.p.95.
79
http://ideeanunciai.wordpress.com/2010/05/17/maria-santissima/
80
Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Ed. Santuário.2009.p.52-58.
78
87
Maria, Mãe do Puro Amor
Não foi porque muito amaram a Deus, que tanto fizeram os santos por amor do
próximo? Chegaram ao ponto de expor e perder a liberdade e até a própria
vida pela sua salvação.
...Além disso, nossa Mãe ama-nos muito, porque lhe fomos entregues por filhos
pelo seu amado Jesus. Isto aconteceu quando, antes de expirar, lhe disse:
―Mulher, eis o teu filho‖, indicando-lhe na pessoa de São João a todos os
homens, como já dissemos. Foram estas últimas instruções, porém, deixadas
por entes queridos na hora da morte, muito se estimam, e jamais se riscam da
memória.
De mais a mais somos muito queridos de Maria, porque lhe custamos muitas
dores. Em geral as mães têm mais predileções pelos filhos, cuja vida mais
trabalhos e dores lhe custou. Somos nós como estes filhos de dores...Somoslhe por conseguinte filhos muito queridos, porque lhe custamos muitas dores.
Daí resulta um outro motivo do amor da Virgem para conosco. É que ela sabe
que somos o preço da morte de Jesus Cristo...Bem sabe Maria que o Filho não
veio à terra senão para salvar-nos,... Pois o Filho do Homem veio procurar e
salvar o que estava perdido. (Lc 19, 10)
...E porque todos os homens foram remidos com o sangue de Jesus, por isso
Maria a todos ama e favorece. Viu-a São João vestida de sol: ―Apareceu em
seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol.‖ (Ap 12, 1) Pois
assim como não há na terra quem se possa esconder do calor do sol, assim
também nela não há vivente que seja privado do amor de Maria, escreve o
abade de Celes. ―Não há quem se esconda de seu calor‖ (Sl 18,7), isto é, da
chama de seu amor.
88
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é Rainha dos Anjos e dos Santos
Santo Afonso de Ligório81 ensina: ―Tendo sido a Santíssima Virgem elevada à
dignidade de Mãe de Deus, com justa razão a Santa Igreja a honra, e quer que
de todos seja honrada com o título glorioso de Rainha.
...
Maria é, pois, Rainha. Mas saibamos todos, para consolação nossa, que é uma
Rainha cheia de doçura e de clemência, sempre inclinada a favorecer e fazer
bem a nós pobres pecadores. Quer por isso a Igreja a saudemos nesta oração
com o nome de Rainha de Misericórdia.‖
São Luís Maria Grignion de Montfort82 nos ensina: ―Maria é a Rainha de céu e
da terra, pela graça, como Jesus é o Rei por natureza e conquista. Ora, como o
reino de Jesus Cristo compreende principalmente o coração ou o interior do
homem, conforme a palavra: ―O reino de Deus está no meio de vós‖. (Lc 17,
21), o reino da Santíssima Virgem está principalmente no interior do homem,
isto é, em sua alma, e é principalmente nas almas que ela é mais glorificada
com seu Filho, do que em todas as criaturas visíveis, e podemos chamá-la com
os santos a Rainha dos corações‖.
A Instituição da Festa de Maria Rainha pelo Papa Pio XII, na carta encíclica AD
CAELI REGINAM:
...Assim, baseando-se nas palavras do arcanjo Gabriel, que predisse o reino
eterno do Filho de Maria, e nas de Isabel, que se inclinou diante dela e a
saudou como "Mãe do meu Senhor", compreende-se que já os antigos
escritores eclesiásticos chamassem a Maria "mãe do Rei" e "Mãe do
Senhor", dando claramente a entender que da realeza do Filho derivara para
a Mãe certa elevação e preeminência.
...Como acima apontamos, veneráveis irmãos, segundo a tradição e a
sagrada liturgia, o principal argumento em que se funda a dignidade régia de
81
82
Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Ed. Santuário.2009.p.35-36.
Tratado da verdadeira devoção à Santíssima Virgem. Editora Vozes. 38.ed. 2009.p.42.
89
Maria, Mãe do Puro Amor
Maria é sem dúvida a maternidade divina. Na verdade, do Filho que será
dado à luz pela Virgem, afirma-se na Sagrada Escritura: "chamar-se-á Filho
do Altíssimo e o Senhor Deus dar-lhe-á o trono de Davi, seu pai; reinará na
casa de Jacó eternamente, e o seu reino não terá fim"; ao mesmo tempo
que Maria é proclamada "a Mãe do Senhor". Daqui se segue logicamente
que Maria é rainha, por ter dado a vida a um Filho, que no próprio instante
da sua concepção, mesmo como homem, era rei e senhor de todas as
coisas, pela união hipostática da natureza humana com o Verbo. Por isso
muito bem escreveu s. João Damasceno: "Tornou-se verdadeiramente
senhora de toda a criação, no momento em que se tornou Mãe do Criador".
E assim o arcanjo Gabriel pode ser chamado o primeiro arauto da dignidade
real de Maria.
...Dessas premissas se pode argumentar: Se Maria, na obra da salvação
espiritual, foi associada por vontade de Deus a Jesus Cristo, princípio de
salvação, e o foi quase como Eva foi associada a Adão, princípio de morte,
podendo-se afirmar que a nossa redenção se realizou segundo uma certa
"recapitulação", pela qual o gênero humano, sujeito à morte por causa duma
virgem, salva-se também por meio duma virgem; se, além disso, pode-se
dizer igualmente que esta gloriosíssima Senhora foi escolhida para Mãe de
Cristo "para lhe ser associada na redenção do gênero humano", e se
realmente "foi ela que - isenta de qualquer culpa pessoal ou hereditária, e
sempre estreitamente unida a seu Filho - o ofereceu no Gólgota ao eterno
Pai, sacrificando juntamente, qual nova Eva, os direitos e o amor de mãe em
benefício de toda a posteridade de Adão, manchada pela sua desventurada
queda"(51) poder-se-á legitimamente concluir que, assim como Cristo, o
novo Adão, deve-se chamar rei não só porque é Filho de Deus mas também
porque é nosso redentor, assim, segundo certa analogia, pode-se afirmar
também que a bem-aventurada virgem Maria é rainha, não só porque é Mãe
de Deus mas ainda porque, como nova Eva, foi associada ao novo Adão.
...Depois de atentas e ponderadas reflexões, tendo chegado à convicção de
que seriam grandes as vantagens para a Igreja, se essa verdade
solidamente demonstrada resplandecesse com maior evidência diante de
90
Maria, Mãe do Puro Amor
todos como luz que brilha mais, quando posta no candelabro, - com a nossa
autoridade apostólica decretamos e instituímos a festa de Maria rainha, para
ser celebrada cada ano em todo o mundo no dia 31 de maio. Ordenamos
igualmente que no mesmo dia se renove a consagração do gênero humano
ao seu coração imaculado. Tudo isso nos incute grande esperança de que
há de surgir nova era, iluminada pela paz cristã e pelo triunfo da religião.
...Procurem pois todos, e agora com mais confiança, aproximar-se do trono
da misericórdia e da graça, para pedir à nossa Rainha e Mãe socorro na
adversidade, luz nas trevas, conforto na dor e no pranto; e, o que é mais,
esforcem-se por se libertar da escravidão do pecado, e prestem ao cetro
régio de tão poderosa Mãe a homenagem duradoura da devoção dial.
Freqüentem as multidões de fiéis os seus templos e celebrem-lhe as festas;
ande nas mãos de todos a piedosa coroa do terço; e reúna a recitação dele nas igrejas, nas casas, nos hospitais e nas prisões - ora pequenos grupos,
ora grandes assembléias, para cantarem as glórias de Maria. Honra-se o
mais possível o seu nome, mais doce do que o néctar e mais valioso que
toda a pedra preciosa; ninguém ouse o que seria prova de alma vil pronunciar ímpias blasfêmias contra este nome santíssimo, ornado de tanta
majestade e venerável pelo carinho próprio de mãe; nem se atreva ninguém
a dizer nada que seja irreverente.
...Com vivo e diligente cuidado todos se esforcem por copiar nos
sentimentos e nos atos, segundo a própria condição, as altas virtudes da
Rainha do céu e nossa Mãe amantíssima. Donde resultará que os féis,
venerando e imitando tão grande Rainha e Mãe, virão se sentir verdadeiros
irmãos entre si, desprezarão a inveja e a cobiça das riquezas, e hão de
promover a caridade social, respeitar os direitos dos fracos e fomentar a paz.
Nem presuma alguém ser filho de Maria, digno de se acolher à sua
poderosíssima proteção, se à exemplo dela não é justo, manso e casto, e
não mostra verdadeira fraternidade, evitando ferir e prejudicar, e procurando
socorrer e dar ânimo.
91
Maria, Mãe do Puro Amor
Salve Rainha
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, Salve! A
vós bradamos, os degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e
chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos
olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
bendito fruto do vosso ventre. ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria,
Rogai por nós Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas
de Cristo. Amém.
ATO DE CONFIANÇA E CONSAGRAÇÃO83
DOS SACERDOTES AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
ORAÇÃO DO PAPA BENTO XVI
Igreja da Santíssima Trindade – Fátima
Quarta-feira, 12 de Maio de 2010
Mãe Imaculada, neste lugar de graça, convocados pelo amor do vosso Filho
Jesus, Sumo e Eterno Sacerdote, nós, filhos no Filho e seus sacerdotes,
consagramo-nos ao vosso Coração materno, para cumprirmos fielmente a
Vontade do Pai. Estamos cientes de que, sem Jesus, nada de bom podemos
fazer (cf. Jo 15, 5) e de que, só por Ele, com Ele e n‘Ele, seremos para o
mundo instrumentos de salvação. Esposa do Espírito Santo, alcançai-nos o
dom inestimável da transformação em Cristo.
Com a mesma força do Espírito que, estendendo sobre Vós a sua sombra, Vos
tornou Mãe do Salvador, ajudai-nos para que Cristo, vosso Filho, nasça em nós
também. E assim possa a Igreja ser renovada por santos sacerdotes,
transfigurados pela graça d'Aquele que faz novas todas as coisas. Mãe de
Misericórdia, foi o vosso Filho Jesus que nos chamou para nos tornarmos como
Ele: luz do mundo e sal da terra (cf. Mt 5, 13-14).
83
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/prayers/documents/hf_benxvi_20100512_affidamento-fatima_po.html
92
Maria, Mãe do Puro Amor
Ajudai-nos, com a vossa poderosa intercessão, a não esmorecer nesta sublime
vocação, nem ceder aos nossos egoísmos, às lisonjas do mundo e às
sugestões do Maligno. Preservai-nos com a vossa pureza, resguardai-nos com
a vossa humildade e envolvei-nos com o vosso amor materno, que se reflete
em tantas almas que Vos são consagradas e se tornaram para nós verdadeiras
mães espirituais. Mãe da Igreja, nós, sacerdotes, queremos ser pastores que
não se apascentam a si mesmos, mas se oferecem a Deus pelos irmãos, nisto
mesmo encontrando a sua felicidade.
Queremos, não só por palavras mas com a própria vida, repetir humildemente,
dia após dia, o nosso « eis-me aqui». Guiados por Vós, queremos ser
Apóstolos da Misericórdia Divina, felizes por celebrar cada dia o Santo
Sacrifício do Altar e oferecer a quantos no-lo peçam o sacramento da
Reconciliação. Advogada e Medianeira da graça, Vós que estais totalmente
imersa na única mediação universal de Cristo, solicitai a Deus, para nós, um
coração completamente renovado, que ame a Deus com todas as suas forças
e sirva a humanidade como o fizestes Vós.
Repeti ao Senhor aquela vossa palavra eficaz: « não têm vinho » (Jo 2, 3), para
que o Pai e o Filho derramem sobre nós, como que numa nova efusão, o
Espírito Santo. Cheio de enlevo e gratidão pela vossa contínua presença no
meio de nós, em nome de todos os sacerdotes quero, também eu, exclamar: «
Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43).
Mãe nossa desde sempre, não Vos canseis de nos visitar, consolar, amparar.
Vinde em nosso socorro e livrai-nos de todo o perigo que grava sobre nós.
Com este ato de entrega e consagração, queremos acolher-Vos de modo mais
profundo e radical, para sempre e totalmente, na nossa vida humana e
sacerdotal. Que a vossa presença faça reflorescer o deserto das nossas
solidões e brilhar o sol sobre as nossas trevas, faça voltar a calma depois da
tempestade, para que todo o homem veja a salvação do Senhor, que tem o
nome e o rosto de Jesus, refletida nos nossos corações, para sempre unidos
ao vosso! Assim seja!
93
Maria, Mãe do Puro Amor
Agora e na hora de nossa morte.Amém
Maria é o repouso seguro para todo aquele que crê em seu Filho Jesus! Jesus
encontrou um repouso seguro no colo de Maria. Assim, como filhos de Maria
podemos descansar de todas as tribulações em seu amável colo de Mãe.
Confiemos em Sua magnífica intercessão materna. Santo Afonso de Ligório84
disse: ―O verdadeiro devoto de Maria não se perde. É impossível que se perca
um devoto de Maria que fielmente a serve e a ela se encomenda‖.
São Rafael Kalinowki85 nos ensina que, ―Um dos motivos de devoção e do
amor à Ssma. Virgem Maria é que nos planos da Divina Providência a
Encarnação foi necessária para a nossa redenção. Sem as virtudes de Maria
não seria vaso de eleição. Deus não teria tido onde vir. Ó Maria! Que seria de
nós sem as tuas virtudes? Por que te conhecemos e amamos tão pouco?‖
Devemos passar nossa vida a amar e venerar Nossa Senhora para que, no
momento de nossa morte, possamos ser levados nos braços de nossa Mãe
Querida ao Reino que Jesus preparaste para todo aquele que nEle crê. Quem
ama Jesus ama Maria. Quem ama Maria ama Jesus. Quem ama o Filho ama a
Mãe.
São Vicente Pallotti86 nos ensina: ―A devoção a Nossa Senhora consiste antes
de tudo em imitar seu filho e dele aprender a imitá-lo. Promoverei com todos os
meios a devoção a Maria, minha mais que enamoradíssima mãe.‖
São Vicente Pallotti87 disse: ―Nossa padroeira, Maria, poderia vos falar, mais
ou menos, o seguinte: Recordai-vos de que o meu Divino Filho vos
recompensará no seu reino de glória, por cada pensamento, cada palavra,
84
85
86
Glórias de Maria. Op.cit.p.182.
Frei Patrício Sciadini. A Liberdade não morre: Grito de Justiça. Edições Loyola.1991.
São Vicente Pallotti – A Caridade de Cristo nos impulsiona – Frei Patrício Sciadini, Ocd – Edições
Loyola. Coleção Os fundadores, 1995.p.83.
87
São Vicente Pallotti – A Caridade de Cristo nos impulsiona – Frei Patrício Sciadini, Ocd – Edições
Loyola. Coleção Os fundadores, 1995.p.89.
94
Maria, Mãe do Puro Amor
cada ação e cada pequena coisa com que tiverdes contribuído para a difusão
da Santa Fé. Sim, Ele irá até vos coroar por toda a eternidade com a coroa
gloriosa de seu apostolado, se, para este fim, fizerdes tudo quanto vos for
possível. Decidi-vos a fazer o máximo possível para aumentar os meios
adequados para a difusão da Santa Fé, sobretudo, por meio de jejuns e da
oração humilde, confiante e perseverante. Estejai atentos para não esmorecer
na decisão. Meus filhos, se Deus vos fez poderosos sobre esta terra, utilizai,
então, este poder para a difusão, a conservação e o reavivamento da Santa Fé.
Sois instruídos? Contribuí, então, o mais possível com o vosso conhecimento,
a fim de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, os mistérios da redenção e a lei
do Evangelho se tornem conhecidos. Sois ricos em bens terrenos? Utilizai-os,
então, tanto quanto puderes, para aumentar os meios para a difusão da fé.
Aproveitai sem cessar, com todas as forças, até a vossa morte, tudo quanto
vos recomendei e vossa recompensa será grande no reino da glória. Sim, Deus
mesmo será vossa recompensa por toda eternidade‖.
Santo Afonso de Ligório88 nos ensina que: ―Maria consola as pobres almas do
purgatório. Muito felizes são os devotos desta piedosíssima Mãe. Pois ela não
só os socorre neste mundo, mas também no purgatório são assistidos e
consolados com a sua proteção. Por terem essas almas maior precisão de
socorro, emprenha-se a Mãe de Misericórdia com zelo ainda mais intenso em
as auxiliar. Elas muito padecem e nada podem fazer por si mesmas.‖
A confiança na intercessão de Maria leva-nos naturalmente a uma experiência
do amor de Deus e um aprofundamento na Bondade e Amor de Deus. Deus
quer a nossa salvação! Deus é misericordioso e quer nos levar para o céu para
vivermos com Ele a infinita felicidade que está preparada para todo aquele que
praticar os ensinamentos de Jesus. São Rafael Kalinowki disse:89 ―Deus é o Pai
amoroso que leva o filhinho pela mão; o mestre sempre junto ao discípulo para
ajudá-lo a superar os perigos da inexperiência: e não só nos acompanha o
Senhor e nosso Deus, como nos vai conduzindo para fora de nós mesmos sob
o vínculo de nossas leis.‖
88
89
Santo Afonso de Ligório. Glórias de Maria. Ed. Santuário.2009.p.190-191.
Frei Patrício Sciadini. A Liberdade não morre: Grito de Justiça. Edições Loyola.1991.
95
Maria, Mãe do Puro Amor
Raniero Cantalamessa90 nos ensina:
―Vamos agora resumir toda a participação de Maria no Mistério Pascal
aplicando a ela, com as devidas diferenças, as palavras com as quais S.Paulo
resumiu o Mistério Pascal de Cristo: Maria, que era a Mãe de Deus, não
reivindicou o privilégio da sua proximidade com Deus; mas despojou-se a si
mesma tomando a condição de serva, tornando-se a si mesma tomando a
condição de serva, tornando-se semelhante a qualquer outra mulher. Viveu na
humildade e no escondimento, obedecendo a Deus, até a morte do Filho, morte
na cruz. Por isso, é que Deus exaltou e lhe deu um nome que, depois daquele
de Jesus, está acima de todo o nome, para que ao nome de Maria todas as
cabeças se inclinem, nos céus, na terra e nos infernos, e toda língua confesse
que Maria é Mãe do Senhor, para glória de Deus Pai. Amém.‖
O Catecismo nos ensina que:
2619 Para além da intercessão de Maria em Caná da Galileia, o Evangelho
apresenta-nos o Magnificat (Lc 1,46-55), cântico da Mãe de Deus e da Igreja,
jubilosa ação de graças que se eleva do coração dos pobres porque a sua
esperança foi realizada pelo cumprimento das promessas divinas.
A Oração do Magnificat
A minha alma glorifica ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu
Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em
diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso
fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende
de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do
seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos
e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de
mãos vazias. Acolheu Israel seu servo, lembrado da sua misericórdia, como
tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre.
90
Maria, um espelho para a Igreja. Op.cit.p.126.
96
Maria, Mãe do Puro Amor
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e
sempre. Amém.
Ladainha de Nossa Senhora
Senhor, tende pidedade de nós
Cristo, tende pidedade de nós
Senhor, tende pidedade de nós
Cristo, ouvi-nos
Cristo, atendei-nos
Deus Pai do céu, tende piedade de nós
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós
Santa Maria, rogai por nós. Santa Mãe de Deus, Santa Virgem das virgens,
Mãe de Cristo, Mãe da Igreja, Mãe da divina graça, Mãe puríssima, Mãe
castíssima, Mãe sempre virgem, Mãe imaculada, Mãe digna de amor, Mãe
admirável, Mãe do bom conselho, Mãe do Criador, Mãe do Salvador, Virgem
prudentíssima,Virgem venerável,Virgem louvável, Virgem poderosa, Virgem
clemente, Virgem fiel,Espelho de perfeição, Sede da Sabedoria, Fonte de
nossa
alegria, Vaso
espiritual, Tabernáculo
da
eterna
glória,
Moradia
consagrada a Deus, Rosa mística, Torre de Davi, Torre de marfim, Casa de
ouro, Arca da aliança, Porta do céu, Estrela da manhã, Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores, Consoladora dos aflitos, Auxílio dos cristãos, Rainha
dos Anjos, Rainha dos Patriarcas, Rainha dos Profetas, Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires, Rainha dos confessores da fé, Rainha das Virgens,
Rainha de todos os Santos, Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu, Rainha do santo Rosário, Rainha da paz.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
97
Maria, Mãe do Puro Amor
Rogai por nós, santa Mãe de Deus. Para que sejamos dignos das promessas
de Cristo.
Senhor Deus, nós Vos suplicamos que concedais aos vossos servos perpétua
saúde de alma e de corpo; e que, pela gloriosa intercessão da bem-aventurada
sempre Virgem Maria, sejamos livres da presente tristeza e gozemos da eterna
alegria. Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.
98
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