competências da disciplina

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ESCOLA ALEMÃ CORCOVADO – DEUTSCHE SCHULE
ASSOCIAÇÃO ESCOLAR E BENEFICENTE CORCOVADO
PLANEJAMENTO CURRICULAR – 2016
Área: Ciências Humanas Disciplina: Filosofia
Série ou Ciclo: 11o ano
COMPETÊNCIAS DA DISCIPLINA
Descrição das habilidades
O aluno deverá ser capaz
de...
-
Desenvolver
a
capacidade de leitura e
interpretação de textos
relativos à disciplina.
Concretização Didáticometodológica
Conteúdos
Durante todo ano, utilizaremos
as seguintes estratégias em
busca da concretização dos
objetivos desejados:
O objetivo central do trabalho com filosofia ao
longo deste ano gira em torno do tema “o
processo do filosofar: a crítica como atividade
fundamental do pensamento”. O foco principal
de nosso trabalho deve ser o de possibilitar aos
estudantes uma noção geral da história da
filosofia, e, principalmente, o de exercitar com
os alunos a atividade crítica e bem
fundamentada do pensamento sobre o
pensamento. Afinal, esta atividade é exatamente
no que consiste isso que chamamos de “fazer
filosofia”. É por esse motivo que o trabalho
com a história da filosofia é fundamental, na
medida em que compreender essa história é
compreender a genealogia da nossa mentalidade
e visão de mundo, e que a compreensão bem
fundamentada e crítica nos permite já colocar as
bases de um pensar diferente, de um ver e
sentir diferente. Desta maneira, o trabalho com
a história da filosofia nos permite compreender
que a filosofia não pode ser vista apenas como
matéria de erudição, de um conhecimento
acumulado ao longo do tempo, mas como a
ferramenta ela mesma com a qual podemos
-
Elaborar resumos,
fichamentos e sínteses
em forma de esquema.
Apresentações realizadas pelo
professor em sala de aula com
o uso de recursos auxiliares (em
especial o smartboard).
-
Desenvolver a
capacidade de pensar
de maneira conceitual,
utilizando rigor analítico
na construção de um
pensamento próprio.
Leitura e interpretação de
textos com nível de
complexidade
progressivamente maior, em
conjunto ou individualmente,
com orientação do professor.
-
Utilizar corretamente a
linguagem conceitual
fundamental que será
trabalhada ao longo do
ano.
Realização de resumos e
fichamentos acerca dos textos
indicados pelo professor.
Realização de atividades que
exijam interpretação por parte
Avaliação
Duas provas semestrais (60% da
nota).
NNC: A nota será constituída
através de trabalhos individuais
(como leituras, resumos e
atividades) a partir de textos
construídos pelo professor a partir
de clássicos da filosofia; trabalhos
em grupo como debates (tribunal) e
apresentações, além de produção
de material coletivamente (jornal
mural, ou outro método); testes;
atividades de casa; participação na
sala de aula; assiduidade; além da
Recuperação Paralela nos casos
necessários.
Recuperação paralela:
Realização de atividades específicas
pelos alunos que obtiverem notas
insuficientes nas avaliações formais.
Observações
-
Se expressar de maneira
clara e correta de
acordo com a linguagem
adotada.
-
Desenvolver a
capacidade de ler textos
conceituais e com um
nível de abstração
elevado.
-
Debater de maneira
clara, organizada e
respeitosa com os
colegas.
-
Desenvolver a
capacidade de pensar
criticamente sobre o
mundo contemporâneo
e de se colocar de
maneira bem articulada,
porém respeitosa,
diante daqueles que
pensam
diferentemente.
-
Ser capaz de criticar o
próprio pensamento e
buscar construir um
discurso marcado pela
tolerância e respeito à
diversidade.
-
Refletir criticamente
sobre a situação do país
e do mundo, buscando
contribuir
do aluno de textos com maior
complexidade teórica.
construir outras visões de mundo, “outras
maneiras de pensar”.
Exibição de trechos de filmes ou
vídeos sobre os diferentes
temas, com debate e atividade
posterior, visando aprofundar
os conteúdos trabalhados. Os
vídeos não necessitam tratar
dos filósofos ou diretamente
dos temas filosóficos
abordados, mas podem servir
como ilustrações gerais e
convites a uma reflexão mais
profunda.
Portanto, trabalharemos a partir de um eixo que
privilegiará a cronologia da História da
Filosofia (neste ano que será o primeiro deles
iremos do nascimento da filosofia até a
modernidade), que buscará tematizar questões
contemporâneas relevantes para o nosso mundo
em geral e para a atividade do pensamento em
especial.
Como indicado acima, portanto,
trabalharemos frequentemente
com material didático
preparado pelo professor e que
passamos a apresentar a seguir:
Neste primeiro bimestre
utilizaremos textos montados a
partir das obras de J.P. Vernant
(As Origens do Pensamento
Grego e Mito e Pensamento
entre os Gregos); Marcel
Detienne (Os Mestres da
Verdade na Grécia Arcaica);
John Burnet (A Aurora da
Filosofia Grega); François
Châtelet (História da Filosofia,
vol. 1) e Michel Foucault (O Uso
dos Prazeres).
Trabalharemos também com
textos sobre os limites da
1° Bimestre: Neste primeiro momento
buscaremos construir uma abordagem sintética
do processo de secularização da vida social
grega, e explicitar as razões históricas do
nascimento da filosofia e a caracterização do
ato filosófico em oposição ao pensamento
mítico-religioso.




Diferença entre “experiência” e
“definição conceitual” e a
impossibilidade de definição da
filosofia sem o ato de filosofar.
A questão da percepção sensível e a
pluralidade de opiniões frente à
necessidade de definição conceitual
unitária e racional.
Definição etimológica do conceito de
“Filosofia” (PHILIA / SOPHOS) e
apresentação do nascimento da
filosofia como atividade crítica do
pensamento no contexto da passagem
da Civilização Micênica para a
Civilização Clássica grega.
O processo de “secularização” e
“laicização” da esfera pública e da
vida social grega no nascimento da
Grécia Clássica: a polis, a democracia
A produção do aluno nessas
atividades será avaliada e
computada em sua NC.
positivamente com o
seu pensamento na
realidade social e
política que o cerca.
percepção sensível e da razão,
além do documentário
“Truques da mente” que visa
mostrar como muitas vezes são
precárias nossas certezas e
determinações construídas a
partir de nossa percepção
sensível e experiência ordinária:
http://www.netflix.com/WiPlay
er?movieid=80029111&trkid=2
00254729&tctx=0%2C0%2C9d2
c930f-587c-4b2d-a02170ce5dfa5f71-36020813
No segundo bimestre o
material didático será montado
a partir dos fragmentos
filosóficos dos chamados présocráticos, em especial Tales,
Anaximandro, Heráclito e
Parmênides; de um do livro “A
filosofia na Idade Trágica dos
Gregos” de F. Nietzsche. de um
trecho da República da Platão
(conhecido como “Mito da
Caverna”). Além de um curtametragem sobre o Mito da
Caverna:
https://www.youtube.com/wat
ch?v=LUrJirK5TwI




e o pensamento racional laico.
O “espanto”, a criticidade e o caráter
propositivo como características da
filosofia desde o seu nascimento.
A contraposição entre “Mito” e
“Logos” como distinção entre discurso
religioso e reflexão racional (filosofia).
Distinção entre epistème e doxa no
contexto grego: conhecimento bem
fundamentado x opinião; liberdade x
escravidão; atividade x passividade.
Distinção entre epistème antiga e
Ciência Moderna: a importância
fundamental do aspecto ético e político
da filosofia como reflexão crítica no
seu nascimento e a atividade científica
contemporânea apartada da vida
cotidiana dos seres humanos.
2o Bimestre: Dando prosseguimento ao trabalho
do primeiro bimestre levamos agora o trabalho
para dentro da filosofia a partir da compreensão
central já colocada de que a filosofia em sua
origem exercia um papel fundamental na vida
individual e social do homem grego como
ferramenta ética de uma criação estética de si e
política de criação de uma sociedade de homens
livres. Começaremos nosso passeio pela
história da filosofia propriamente dita através
dos textos pré-socráticos (em especial Heráclito
e Parmênides) e, em seguida, da obra de Platão
.
 Os filósofos pré-socráticos: Tales de
Mileto, o primeiro filósofo: “Tudo é
água” – o problema da arché
(princípio) e da unidade do ser.
 mobilismo de Heráclito de Éfeso em
contraposição à teoria imobilista de
Parmênides de Éleia: Ser ou não ser,



No terceiro bimestre
trabalharemos ainda a partir do
diálogo Fedro de Platão, bem
como de material próprio acerca
da questão do conhecimento
para o filósofo. Trabalharemos
também com trechos da
Metafísica de Aristóteles e de
material adaptado sobre
eis a questão? Os primeiros conceitos
fundamentais da filosofia: SER e
DEVIR.
Sócrates, a Maiêutica e o papel central
do diálogo: a crítica radical do filósofo
e seu papel social: O que é virtude? O
que é coragem? Como se governa um
Estado? De que modo podemos ser
felizes?
O combate de Sócrates e Platão contra
os sofistas e a sua compreensão da
palavra como instrumento de poder:
Górgias e Protágoras de Abdera e o
“homem como medida de todas as
coisas”.
O papel central da dúvida e da crítica
na filosofia a partir da afirmação
socrática “só sei que nada sei” e o
Mito da Caverna como alegoria para o
mundo onde a ignorância é
apresentada como servidão e prisão e a
filosofia como ferramenta para a
liberdade do indivíduo e da sociedade.
A alegoria também será trabalhada em
seu aspecto propositivo, ou seja,
enquanto tradução da oposição entre
“mundo sensível (a caverna)” e
“mundo inteligível (o mundo exterior à
caverna, onde o conhecimento da
verdade é possível)”.
3o Bimestre: Neste terceiro bimestre
abordaremos as principais respostas da Grécia
Clássica para o problema do conhecimento:
afinal, o que existe? O que significa conhecer a
verdade em um mundo multiplo e cambiante?
Este debate, que já terá sido apresentado no
bimestre anterior a partir das oposições entre as
filosofias pré-socráticas e as interrogações
socrático-platônicas, será agora retomado em
Aristóteles e Platão do livro de
Danilo Marcondes: Iniciação à
História da Filosofia.
seu aspecto positivo, de produção conceitual, e
não apenas no aspecto crítico necessário a todo
fazer filosófico. Iremos, para isso, abordar os
dois mais célebres filósofos da antiguidade e
suas epistemologias (suas teorias acerca do
conhecimento): Platão e Aristóteles.
Trabalharemos aquilo que ficou conhecido
como “Teoria das Ideias” de Platão e a
“Metafísica” aristotélica e sua teoria das
substâncias e doutrina das quatro causas.

Trabalharemos, portanto, a resposta
platônica ao velho problema do ser e
do devir (a oposição entre Heráclito e
Parmênides que sustenta a oposição
entre os filósofos e os sofistas): o
predomínio do ser sobre o devir. A
predominância do mundo inteligível
(mundo das realidades verdadeiras)
sobre o mundo sensível (mundo das
cópias imperfeitas). Nasce a busca
pelo conhecimento da verdade eterna
como algo separado do mundo que
marcará o ramo principal da filosofia
durante séculos.

A filosofia aristotélica: a metafísica
como concepção de realidade.
Trabalharemos o método aristotélico
(método indutivo) para o
conhecimento da verdade e sua crítica
ao dualismo platônico. Através da
distinção entre matéria e forma
veremos como Aristóteles argumenta e
defende a possibilidade de
conhecimento verdadeiro das coisas
neste mundo mesmo e defende que o
conhecimento é oriundo da
observação da natureza, sendo tal
observação necessariamente
subsumida à reflexão racional.

Os textos trabalhados neste
bimestre serão construídos a
partir da obra de René Descartes
(O Discurso do Método e as
suas Meditações sobre a
Filosofia Primeira); do livro de
Alexandre Koyrè (Estudos
Galilaicos); dos Ensaios de
Michel de Montaigne. Além de
material adaptado de Danilo
Marcondes: Iniciação à
História da Filosofia e de
material próprio
contextualizando as mudanças
sofridas pela Europa Moderna e
a profunda revolução intelectual
que isso acarretou. Além de
vídeo sobre a Revolução
Científica do século XVII e a
substituição do modelo
heliocêntrico pelo geocêntrico.
Trabalharemos também a distinção na
filosofia aristotélica entre as noções de
Essência e Acidente; Necessidade e
Contingência; Ato e Potência.
Buscaremos conhecer também a
doutrina das quatro causas
aristotélica (material, formal, eficiente
e final), fundamental para explicar a
possibilidade de conhecimento no
nosso mundo.
4o Bimestre: Neste último bimestre teremos
como centro de nossas investigações a
“caracterização do pensamento filosófico a
partir da modernidade”; o foco principal deve
ser o de possibilitar aos estudantes entenderem
a constituição gradual do conhecimento
científico a partir da elaboração de diversas
escolas filosóficas que se contrapunham e se
complementavam tendo como pano de fundo o
quadro histórico. Ou seja, a partir de uma breve
incursão sobre o pensamento medieval,
deveremos apresentar a radical ruptura que o
pensamento moderno desempenhará em relação
à maneira antiga e medieval de conceber a
reflexão. Deveremos aqui, nesta introdução à
filosofia moderna enquanto ruptura em relação
ao pensamento cristão medieval, contextualizar
historicamente esta grande novidade na forma
de enxergar o mundo (e de pensa-lo) face às
grandes novidades desse momento, como a
crise da teologia medieval, às descobertas
oriundas da expansão marítima e comercial, à
Renascença artística, e, é claro, a Revolução
Científica que alcançará seu pleno desabrochar
no século XVII. Deveremos abordar todos esses
processos como aspectos do triunfo do
antropocentrismo enquanto modelo do
pensamento ocidental.




Abordagem acerca do predomínio
teológico em detrimento da filosofia e
o esforço racional de comprovação da
existência de Deus (Santo Agostinho e
São Tomás de Aquino), bem como das
oposições entre fé e razão no período
medieval.
Deveremos também abordar o
nascimento da modernidade sobre a
perspectiva histórica buscando
conceituar com precisão as suas
particularidades. Para tal, deveremos
realizar uma síntese do contexto
histórico do século XV ao XVII do
ponto de vista da História das Ideias
do período, realizando uma exposição
do Renascimento Cultural e a sua
valorização da cultura greco-romana
além de seu retorno para o problema
do homem como central para a
reflexão artística, científica e filosófica
(o antropocentrismo); bem como
abordar temas como a Expansão
Marítima e Comercial e a reforma
Protestante e as suas consequências
para o pensamento moderno. Ainda
dessa maneira, apresentaremos a
Revolução Científica do século XVII e
suas profundas consequencias para a
visão de mundo e compreensão da
realidade do homem europeu moderno.
O advento da modernidade e o
Renascimento Cultural: valorização da
cultura greco-romana; o
antropocentrismo; Leonardo da Vinci e
Michelangelo.
A Revolução Científica:
Heliocentrismo (Nicolau Copérnico);
Universo infinito (Galileu);

Matematização do universo
(Descartes).
O ceticismo moderno de Montaigne e
a busca pela construção da filosofia
racionalista de Descartes: a
substituição de um modelo fechado do
universo, onde a verdade poderia se
dar de maneira completa em Deus, por
um infinito aberto onde nunca teremos
a verdade total, mas cujo princípio que
permite ao homem conhecer uma
parcela finita cada vez maior desta
verdade será dado no homem e não em
Deus.
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