Estudo do impacto que a forma de carregamento pode causar no tempo de vida útil de baterias de chumbo ácido Lucas Chagas Rodrigues1, Kimon Stylianos Pediatidakis2, Michele Rodrigues Hempel Lima2 1,2 Centro Universitário FEI [email protected]; [email protected] Resumo: Este trabalho estudou o impacto que o sinal 200 contínuo de carregamento de baterias de chumbo ácido pode acarretar na sua vida útil. Através das análises químicas, tentou-se levantar um perfil para mudanças no eletrólito, assim como uma análise dos eletrodos pela massa e por microscopia. 180 2. Metodologia Célula D Célula C Célula E Célula F 160 Massa [g] 140 1. Introdução A bateria de chumbo ácido possui esta designação pois é composta basicamente por anodos de chumbo se alternando com catados de PbO2, todos imersos em ácido sulfúrico. E apesar dos avanços de engenharia trazerem melhorias para sua vida útil, sua química essencial continua a mesma, sendo as reações de descarga do anodo e catodo apresentadas abaixo, respectivamente. [1]. Célula B Célula A 120 100 Eletrodo Anodo 80 Bateria nova Bateria ciclada 60 0 5 10 15 20 25 30 Número do eletrodo Figura 3 – Massa dos eletrodos. Os eletrodos também passaram por uma análise de microscopia, onde utilizou-se um microscópio eletrônico de varredura (MEV) (Figura 4). Pode-se notar que a superfície da grade metálica da bateria ciclada não é tão porosa quanto da nova, que por sua vez apresenta substâncias aderidas à superfície do eletrodo. A bateria foi carregada (Figura 1) e descarregada, onde periodicamente era analisado o eletrólito de cada uma das células, através da titulação e densimetria. Figura 4 - Imagem do MEV das grades. Figura 1 – Formato de onda utilizada na recarga. 4. Conclusões 3. Resultados experimentais Levantou-se para cada célula da bateria um gráfico de sua densidade e concentração em função do número de ciclos (Figura 2). Pesou-se os eletrodos de cada célula para a bateria ciclada e para a nova (Figura 3). Pode-se perceber que os eletrodos da bateria ciclada tendem a ser mais pesados que os da bateria nova, em especial os eletrodos da Célula D. 10 1.6 1.2 A B C D E F 6 4 0.8 0.4 Densidade [g/mL] Concentração [mol/L] Densidade 8 A análise do eletrólito indica um maior desgaste na célula D, que teve uma diminuição drástica de sua densidade e em sua concentração de ácido sulfúrico. Em relação aos eletrodos, percebe-se que na célula D tem-se uma maior massa, devido a queda na quantidade de ácido no eletrólito, o sulfato do ácido converteu-se em PbSO4, que pode ter ficado retido dentro dos separadores, sem que fosse regenerado em ácido. Na análise por microscopia, observou-se que a grade do eletrodo da bateria ciclada está recoberta por uma camada de óxido de chumbo, o que pode ter prejudicado a deposição do PbSO4, impossibilitando a eletrólise para sua regeneração em ácido sulfúrico e ficando retido dentro dos separadores. 5. Referências [1] L. S. Brown, T. A. Holmes, Química Geral Aplicada à Engenharia; Cengage Learning. Agradecimentos 2 Concentração 0 0.0 -50 0 50 100 150 200 250 300 350 Número de ciclos Figura 2 – Densidade e concentração do eletrólito. A empresa SMS/Legrand. A professora Dra. Daniella C. dos Santos da Engenharia de Materiais pelo suporte com a análise de microscopia e ao professor Dr. Luiz Novazzi pelo suporte à pesquisa. 1 Aluno de IC do Centro Universitário FEI bolsista CNPQ.