ASTRONOMIA E LITERATURA

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ASTRONOMIA E LITERATURA
“Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.
William Shakespeare
Aluna: Djulia Amaral¹
Professora orientadora: Bruna Schaskos²
RESUMO
Esse artigo aborda a junção da Literatura com a Astronomia. E através desse tema é
possível conhecer mais sobre os estudos relacionados ao céu e desvendar alguns
mistérios do universo que trazem tantas indagações. Teorias sobre o criacionismo e
o evolucionismo trazem uma perspectiva sobre como se deu a origem do planeta
Terra. A literatura e a poesia vem para ajudar uma reflexão do universo e para a
humanizar os seres humanos, utilizando a leitura, o conhecimento, a cultura, a
imaginação; a fantasia para a contribuição da formação de indivíduos conhecedores
dessa temática tão complexa, mas ao mesmo tempo fascinante.
PALAVRA-CHAVE: Astronomia; Literatura; Universo; Asteroide; Poesia; Galáxias;
Criacionismo; Evolucionismo.
INTRODUÇÃO
Quando pensamos em astronomia, pensamos em astros e estrelas, e tudo que
há no universo, porém não encontramos esse tema só em livros científicos, mas
também na literatura em forma de música, pinturas, esculturas, fotografia e etc. Na
literatura, por exemplo, há várias coisas sobre astronomia implícitas em livros e
poemas.
É por esse motivo que vamos nos aprofundar nos estudos deste tema, fazendo
a relação da literatura e a astronomia, pois através da literatura temos um conjunto
de experiências vividas pelo homem, assim podemos imaginar, fantasiar e
compreender mais sobre nós mesmos, a arte e o universo em que vivemos.
DESENVOLVIMENTO
COSMOLOGIA: A ORIGEM DO UNIVERSO
A origem do universo para alguns pode ser um pouco embaraçosa. Para os
cristãos acredita-se que foi Deus quem fez a terra e o mar. Já para outros, falam que
foi o Big Bang que o universo começou a existir.
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¹ 9° ano do Ensino Fundamental 2 – E-mail: [email protected]
² Letras (português/inglês) – E-mail: [email protected]
Para os que acreditam que foi Deus quem criou o universo, a Bíblia pode comprovar
o fato:
“No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e
havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa
a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia;
e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse
Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas
e águas. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam
debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi”
(Bíblia,1969, Gênesis 1:1 ao 7).
Segundo a informação acima é possível obter a interpretação que a natureza,
a vida e os animais é a prova que há um Deus criador. Já os que acreditam no Big
Bang, foi uma grande explosão no universo e acabou criando a matéria e assim os
astros, estrelas e até mesmo o Planeta Terra e todos que nele habitam.
Acredita-se que quem apoia esta teoria é o físico Albert Einstein (1879-1955)
e nos estudos dos astros Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972),
e quem apresentou esta ideia foi George Gamow (1904-1968) e o padre e astrônomo
Georges Lemaître (1894-1966).
HISTÓRIA DA REDENÇÃO
A teoria do cristianismo é abordada no livro “História da Redenção” de Ellen
White, que fala sobre diversos assuntos, desde o anjo caído até a vinda e Jesus a
terra. Segundo o livro a criação do mundo foi planejada por um ser superior:
“Pai e Filho empenharam-Se na grandiosa, poderosa obra que tinham
planejado - a criação do mundo. A Terra saiu das mãos de seu Criador
extraordinariamente bela. Havia montanhas, colinas e planícies, entrecortadas
por rios e lagos” (White, 2008, p. 20).
Na visão dos criacionistas, Deus fez o céu e a terra em seis dias, e no sétimo
descansou. Uma das coisas que podemos destacar, é que quando a bíblia começou
a ser escrita a muitos séculos atrás, não havia nada que comprovasse a existência
do universo, porém, Deus tinha revelado tudo para Moisés e em perfeita ordem dos
acontecimentos. Se for parar para pensar, tudo que está escrito na Bíblia e tudo que
Ellen White escreveu, de acordo com os fatos acontecidos, Deus pode ter feito o
Universo.
BIG BANG
O livro “Big Bang” de Simon Singh, explica sobre a teoria do Big Bang e como
ele é considerada a melhor explicação para a origem do universo, com uma narrativa
bem-humorada e bem explicada. Essa teoria ilustra que uma grande explosão que
formou o universo inteiro. Neste livro, conta está história com mais detalhes, e aborda
que os primeiros teóricos sobre essa teoria foram os filósofos gregos antigos.
“Os gregos adoravam uma boa discussão, e por isso uma comunidade de
filósofos examinava teorias, questionava a argumentação em que se baseiam
e em última análise escolhia a mais convincente. Ao invés, em muitas outras
culturas as pessoas não se atreviam a questionar a sua mitologia. Cada
mitologia era, na sua própria sociedade, um artigo de fé” (Singh, 2006, p. 7).
O ser humano vive em constantes questionamentos sobre da sua existência e
a origem do universo. Como: da onde viemos? Para onde vamos? Como o universo
surgiu? Big Bang? Como é possível saber se este acontecimento realmente existiu,
se foi uma grande explosão? O grande pensador Aristóteles disse: “Os homens
começam e sempre começaram a filosofar movidos pela admiração”. (Aristóteles,
1973, p. 213).
A seguir um poema de Mário Franco, abordando a origem do universo e a teoria do
Bing Bang:
O universo
À luz que se fez do nada aparente,
Por uma singular explosão cósmica,
Anunciando o advento do universo,
Era senão o princípio e causa de tudo.
Assim, num impulso indescritível,
Vindo das profundezas do infinito,
O universo se projeta para sempre
No âmbito das dimensões divinas.
Ainda ecoam imperceptíveis
Resquícios do ruído primordial,
Em tênues vibrações sonoras,
Repercutindo no espaço sideral.
Do turbilhão de ondas e partículas,
Nas reentrâncias do espaço-tempo,
As estrelas que ali se formavam
Inundaram de magia as nebulosas.
E, por um movimento sincronizado
De expansão contínua das galáxias,
Os contornos do universo se definem
Nas fronteiras de uma superfície curva.
Um grande dilema ainda persiste,
Quanto à questão do destino final:
- Seria a implosão do universo,
Ou agonia da dispersão total?
Mas, se à gravitação a tudo preside,
Quando alternativa se pode entrever,
Quando a expansão das galáxias
Em órbita circundantes se converter.
( FRANCO, Márcio; 2011 )
PEQUENO PRÍNCIPE
Na obra “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, fala sobre um
menino que viaja pelo universo e conhece vários planetas, com muitas aventuras e
conhecendo vários amigos, tais como a rosa, a raposa, o rei, conforme a figura 1. No
livro, o narrador fala que o Pequeno Príncipe veio de um planeta chamado B612, ele
também fala que um astrônomo turco viu este asteroide em 1909 por um telescópio
e que ninguém acreditou nele por causa da roupa.
“Tenho sérias razões para supor que o planeta de onde viera o príncipe era o
asteroide B612. Este asteroide só foi visto uma vez ao telescópio, em 1909,
por um astrônomo turco. Ele fizera, na época, uma grande demonstração de
sua descoberta, num congresso internacional de astronomia. Mas ninguém lhe
dera créditos, por causa das roupas típicas que usava” (Sant-Exupéry, 1943,
p. 18 e 19).
Mas este asteroide pode existir? Não existe um B612 e sim 612, cujo o nome
é Verônika, conforme na figura 2, ele se encontra no Cinturão de Asteroide,
aproximadamente entre a órbita de Marte e Júpiter. Ele foi descoberto em 1906 e
quem o descobriu foi August Kopff. Há também uma parte do livro que o Pequeno
Príncipe encontra um homem de negócios que está contando estrelas, e este homem
diz que há quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e dois mil, setecentos e trinta
e uma estrelas.
“ – Três e dois são cinco. Cinco e sete, doze. Doze e três, quinze. Bom dia.
Quinze e sete, vinte e dois. Vinte e dois e seis, vinte e oito. Não tenho tempo
para acendê-lo de novo. Vinte e seis e cinco, trinta e um. Ufa! São quinhentos
e um milhões, seiscentos e vinte dois mil, setecentos e trinta e um” (SaintExupéry, 1943, p. 45).
Mas realmente podemos contar as estrelas? Sabemos que existe milhões de
galáxias no universo, e que cada galáxia existe milhões de estrelas, mas podemos
mesmo contar as estrelas?
Figura 1 -
(Fonte:http://www.mundodastribos.com/exposicao-pequeno-principe-iguatemi-rs.html)
Figura 2 –
(Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/612_Veronika#/media/File:433eros.jpg)
O ser humano consegue contar aqueles corpos celeste que podemos ver, ou
seja, aquelas que sua luz chega até a terra. Então isso inclui mais de 100 bilhões de
galáxias, tais como a Via Láctea. "Essas galáxias podem conter de alguns milhões de
estrelas, no caso das menores, a centenas de bilhões, no caso das mais luminosas",
diz o astrônomo Laerte Sodré Jr., da USP. Em média existe mais de 100 bilhões de
estrelas por galáxia e isso pode alcançar mais de dez sextilhões de astros. Então, o
homem de negócios podia ver todas essas estrelas do seu pequeno planeta?
GEORGE E A CAÇA AO TESOURO CÓSMICO
Já em outro livro, chamado “George e a Caça ao Tesouro Cósmico” de Lucy &
Stephen Hawking, fala sobre um garoto e sua amiga que adora a ciência astronômica,
o pai de sua amiga tem um supercomputador chamado Cosmos, que os levou para
uma viagem no espaço sideral. Há uma parte que fala sobre um sistema estelar
chamado Câncer 55. Este é um sistema binário, ou seja, há duas estrelas orbitando
uma a outra, a Câncer 55 A e a Câncer 55 B.
“Em 2007 descobriram um quinto planeta orbitando Câncer A. Isso representou
uma quebra de recorde, pois torna essa estrela, além do nosso sol, a única a ter cinco
planetas na sua orbita!” (Hawking, 2009, p. 260). Este sistema também pode ser
chamado de 55 Cancri, Rho Cancri e Copérnico, ela é considerada o primeiro sistema
estelar a ter cinco planetas orbitando. Mas não é só isso, a Câncer 55 foi considerado
o exoplaneta mais análogo de Júpiter até hoje, isto é, um planeta que vive fora do
sistema solar.
No livro, há também um outro sistema estelar chamado Alfa Centauro, assim
como a Câncer 55, Alfa Centauro é um sistema binário e existem duas estrelas, Alfa
Centauro A e Alfa Centauro B, existe outra estrela, porém mais apagada chamada
Próxima Centauro, ela orbita entre as duas outras e é a mais próxima da Terra. “Alfa
A e Alfa B são estrelas binárias. Isso quer dizer que um observador que esteja em
algum planeta orbitando uma das duas, em determinadas ocasiões, vera dois sois no
céu!” (Hawking, 2009, p. 253).
GUERRA SEM FIM
“Guerra sem Fim”de Joe Haldeman, conta a história de um homem chamado
William Mandela, um estudante de física que é integrante de uma força da elite da
Força Exploratória das Nações Unidas, que foi criada para combater uma espécie de
alienígenas. Os soldados são treinados em um planeta chamado Charon, que fica na
orbita de Plutão...
Plutão tem um satélite natural chamado Caronte, que vem da mitologia grega,
o nome dado a este satélite, é de um barqueiro que navegava a balsa pelo Rio Styx
para o reino de Plutão. Caronte pode também ser chamado de Charon. Charon e
Plutão formam juntos um sistema de astros duplos, uma curiosidade é que as dois
possuem massas tão parecidas, que não tem uma dominância gravitacional de Plutão
sobre Charon. Ele puxa Plutão com muita força, que o eixo de rotação não se encontra
dentro da superfície de Plutão, este é um caso único no Sistema Solar. Então, no
caso, as tropas foram enviadas para a Lua de Plutão, para serem treinadas?
ENCONTRO COM RAMA
Já no livro “Encontro com Rama” de Arthur C. Clarke, um corpo com seu
formato cilíndrico e colossal estava indo em direção ao Sol. Na trama, cinquenta anos
antes deste corpo aparecer, havia caído um meteoro no continente europeu, por
causa disso a humanidade decidiu criar um complexo sistema de observação de
corpos celeste para que não ocorresse novamente a colisão de um meteoro e a Terra.
Quando mais tarde viram este corpo celeste indo em direção ao sol, resolveram
investigar. Pode mesmo existir este corpo cilíndrico e colossal? Ou é só uma história
fictícia?
Não existe um corpo cilíndrico e colossal como diz Arthur C. Clarke, mas a
história se passa primeiramente no ano de 2077, quando descobrem este corpo foi
em 2130. Ainda estamos no ano de 2016, temos ainda 61 anos até lá, vai que possa
existir este corpo cilíndrico, vai que possamos ter um encontro com rama. O mundo
está em constante avanço na área tecnológica, é possível que daqui 61 anos,
tenhamos novas tecnologias que o ser humano ainda não consegue imaginar. Há
possibilidade de uma tecnologia incrível para detectar meteoros e corpos cilíndricos
vindas do espaço futuramente.
CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados nesse artigo, conclui-se que, a
linguagem poética da astronomia é de extrema importância, pois mexe com o
sentimento, a sensibilidade do ser humano, que é curioso em saber mais sobre a as
teorias da criação do universo em que vive. O incentivo da leitura e da curiosidade
sobre o universo desde a primeira infância traz ao ser humano um ambiente
carregado de magia, onde se é possível obter a relação entre o pensar e o sentir, um
jogo fascinante de palavras, pois esse mundo é sedutor e imprevisível.
A partir dos livros abordados pode-se entender também que há muitos
mistérios, coisas para serem analisadas; estudadas e refletidas a fundo, mas a
princípio uma coisa é certa: há coisas nesse mundo que ultrapassa a inteligência que
o homem tem com relação ao vasto mundo em que ele vive. Por isso a importância
entre a Astronomia e a Literatura, que faz o homem sonhar com o que está implícito
em livros, poemas, imagens e principalmente comtemplar as maravilhas do universo.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA, Português. A Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução de João
Ferreira de Almeida. Edição rev. e atualizada no Brasil. Brasília: Sociedade Bíblia do
Brasil, 1969.
CLARKE, Arthur. Encontro com rama. 0. São Paulo: Aleph, 2010.
HALDEMAN, Joe. Guerra sem fim. 0. Editora Landscape, 2009.
HAWKING, Stephen; HAWKING, Lucy. George e a caça ao tesouro cósmico. 0. Rio
de Janeiro: Ediouro, 2009.
SAINT-EXUPÉRY, Antoine. O Pequeno Príncipe. 0. 49 eds. Rio de Janeiro: Agir,
1943.
WHITE, Ellen. História da redenção. 0. Editora CPB, 2008.
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