ATIVIDADE EXTRA- CIÊNCIAS – 6º ANO – 04/03/2015 O sopro da morte de um buraco negro POR SALVADOR NOGUEIRA 25/02/15 05:59 No coração da maioria das galáxias, reside um buraco negro gigantesco, com massa equivalente à de milhões de sóis. E agora um trabalho publicado na revista “Science” confirmou uma antiga suspeita dos astrônomos — quando esses objetos são suficientemente ativos, os ventos poderosíssimos emitidos a partir do centro galáctico são mesmo capazes de, com o tempo, dissipar todo o gás circundante. Isso, por sua vez, interrompe a produção de novas estrelas. Em outras palavras, a galáxia envelhece e, no fim das contas, morre. Galáxias são como Hollywood: basicamente cidades habitadas por estrelas. Nós vivemos em uma que, além de abrigar o Sol e seus planetas (dentre eles a pequenina Terra), também serve de lar para outros 200 bilhões de estrelas distribuídos por seu bojo e seus longos braços espirais. Nós a chamamos de Via Láctea e a vemos no céu como uma faixa mais densa, uma vez que estamos observando-a do lado de dentro. Na direção da constelação de Sagitário, a cerca de 26 mil anos-luz de distância, fica o centro da galáxia, e lá reside um buraco negro imenso, com massa aproximada de 4 milhões de sóis. Buracos negros são objetos previstos pela relatividade geral, e a ideia por trás deles é simples: qualquer massa comprimida num espaço suficientemente pequeno acabará por gerar um campo gravitacional tão intenso que nem a luz conseguiria escapar de sua superfície. De início, quando o físico alemão Karl Schwarzschild usou a teoria de Einstein para calcular o quanto era preciso esmagar a matéria para chegar a esse extremo, em 1915, as contas não passavam de uma curiosidade — ninguém imaginava que algum mecanismo existente na natureza fosse capaz de produzir tamanha compressão. Mas acontece que ele existe: quando uma estrela de alta massa esgota seu combustível e explode violentamente, seu núcleo é esmagado por seu próprio peso, e nada parece conter o colapso até as últimas consequências. Ao que tudo indica, o que resta do astro se torna um buraco negro. Mas os objetos criados assim têm a massa comparável a de estrelas grandes, não de milhões de estrelas combinadas. Então, como nascem os buracos negros gigantescos, no centro das galáxias? Ninguém sabe ao certo. É possível que eles comecem como um buraco negro comum e vão engolindo mais matéria ao longo do tempo, até se tornarem gigantes. Alternativamente, eles podem ter nascido antes mesmo que as primeiras estrelas se formassem e, com isso, serviram como uma “âncora gravitacional” para as galáxias surgidas em torno deles. Há astrônomos que favorecem cada uma das hipóteses, e essa controvérsia ainda não está resolvida. Em compensação, todos concordam que todos os buracos negros supermassivos acabam crescendo com o tempo, e isso influencia seu comportamento. Contudo, ao observarem as profundezas do espaço, os astrônomos encontraram algumas galáxias cujo buraco negro central emite doses brutais de radiação — são os quasares. O nome é esquisito, mas não se assuste: um quasar não passa de um buraco negro gigante que está ativo e visível. Só isso. Sua luminosidade é enorme, o que facilita sua descoberta, mesmo a distâncias de bilhões de anos-luz. E, ao que parece, esses núcleos ativos galácticos foram mais comuns no passado cósmico que no presente. Você pode se perguntar como um buraco negro — objeto que, por definição, não permite que nada escape dele — emite copiosas doses de radiação e se torna luminoso. Afinal, ele não é negro? Sim, ele é. Mas seu entorno, quando cheio de matéria prestes a ser engolida, não é. Um buraco negro supermassivo é um que está no meio de uma suntuosa refeição. Essa matéria no entorno do buraco negro, prestes a cair, conforme é acelerada, emite luz, nas mais variadas frequências. E é essa luz que confere luminosidade ao objeto. Também é essa radiação que literalmente sopra o gás circundante da galáxia que abriga o buraco negro, cortando efetivamente a produção de novas estrelas. É uma política radical, draconiana, implacável, de controle populacional de uma cidade galáctica — observada agora sendo implementada num quasar chamado PDS 456, a cerca de 2 bilhões de anos-luz de distância. Ao que parece, conforme o buraco negro vai crescendo, e engolindo matéria, ele influencia a evolução da galáxia circundante, reduzindo sua produção de novas estrelas. Assim, o objeto central basicamente regula o destino das galáxias. (...) É o começo do fim para aquela galáxia. Quanto à nossa, folgue em saber que a morte dela ainda está muito distante. Nosso buraco negro supermassivo ainda é relativamente modesto e não parece estar com fome. Os astrônomos suspeitam que em alguns bilhões de anos, quando a Via Láctea se chocar com a galáxia de Andrômeda, a eventual colisão do superburaco negro de lá com o de cá pode criar um quasar capaz de impor a Lactômeda (a galáxia resultante dessa gloriosa fusão) o temido controle populacional. O resultado será uma cidade cósmica onde só vivem estrelas velhas. É como se Hollywood se transformasse em Orlando. Mas, àquela altura, nem o Sol, nem a Terra deverão estar por aqui para contar a história. (fonte: http://mensageirosideral.blogfolha.uol.com.br/2015/02/25/o-sopro-damorte-de-um-buraco-negro/) Acesse o link acima para ter acesso às imagens. Em relação ao texto, responda: a) b) c) d) e) f) O que a constelação de sagitário abriga dentro dela? Como se forma um buraco negro? O que são quasares? Explique, por que um buraco negro é assim chamado? O que causa a redução na confecção de novas estrelas? Em uma situação hipotética, se a Via Láctea se chocar com a galáxia de Andrômeda, como seria o cenário atual da cidade proveniente dessa colisão?