Significado, Inferência e Pragmatismo

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Significado, Inferência e Pragmatismo
V Mostra de
Pesquisa da PósGraduação
Juliano S. do Carmo, Prof. Dr. Roberto H. Pich (orientador)
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Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, PUCRS, 2 Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Resumo
É bastante trivial o fato de que a tarefa da investigação filosófica consista em analisar
e determinar conceitos muitas vezes originados da compreensão de trabalhos de outros
autores. É bastante notável, contudo, a tentativa de oferecer teorias convergentes, que tenham
como tarefa sintetizar os mais variados conceitos da tradição filosófica sob uma teoria
comum, ou seja, uma teoria que dê conta coerentemente das diversas perspectivas associadas
aos conceitos. A filosofia da linguagem, em especial a teoria do significado como uso, tem
presenciado uma destas louváveis tentativas, trata-se do trabalho de Robert Brandom.
Making it Explicit (1994), obra fundamental de Brandom, mostra-se bastante
promissora em realizar esta tarefa. Tendo como pano de fundo uma enorme e complexa rede
de conceitos, desde a semântica inferencial até as questões da normatividade lingüística,
Brandom oferece um novo aporte a teoria do significado como uso: o significado de uma
expressão está associado à rede de direitos e compromissos assumidos ao realizar uma
asserção. Além de desenvolver teses bastante inovadoras a este respeito, o trabalho de
Brandom permite oferecer respostas a algumas objeções sérias que a teoria do significado
como uso tem recebido. Contudo, a idéia de que existe uma dimensão ética no discurso, ou
seja, de que temos direitos e compromissos enraizados na prática lingüística é, sem dúvidas, o
ingrediente mais chamativo de seu pensamento. Esta posição nos permite não apenas entender
melhor o modo como funciona a significação lingüística, mas, também, entender a
normatividade essencial de toda comunicação.
Este trabalho visa apresentar de modo esquemático os principais autores que orbitam
as teses de Brandom sobre sua filosofia da linguagem e ao mesmo tempo apontar algumas
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dificuldades a respeito da restrição à inferência material correta como determinadora do
conteúdo conceitual e proposicional. Como pretendo demonstrar, existem alguns casos de
substituição em que o conteúdo conceitual parece ser determinado por outros meios.
Introdução
O interesse pela investigação filosófica a respeito dos fenômenos reais da linguagem
surge da necessidade de determinação de critérios específicos para a significação lingüística.
Não é de hoje que percebemos o crescente debate a este respeito. O pragmatismo
contemporâneo tem sido igualado ao “Iluminismo Europeu”, uma vez que busca dar conta das
diversas perspectivas com as quais a linguagem natural, complexa e constituída
essencialmente por conceitos “dinâmicos” ou “online”, se depara. É tarefa de nossa
investigação analisar os pontos de ligação entre uma semântica inferencial e uma pragmática
normativa, pois, assim, poderíamos esclarecer a normatividade essencial de toda a
comunicação.
Metodologia
A metodologia adotada é a análise de textos em literatura especializa.
Resultados (ou Resultados e Discussão)
Até o presente momento, temos avançado na análise das inferências materiais,
buscando compatibilizá-las com algumas dimensões práticas da linguagem. Ao que parece o
conteúdo conceitual não pode ser corretamente atribuído se depender apenas de inferências
dedutivas. Há casos em que um conteúdo conceitual parece ser atribuído por meio de
inferências não-dedutivas, como no caso das metáforas, por exemplo. Nosso objetivo é ao
menos expandir a teoria de R. Brandom no sentido de oferecer uma teoria convergente com os
fenômenos reais da linguagem.
Referências
BRANDOM, R., Making it Explicit. Harvard, Mass.: Harvard University Press, 1998.
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