2010 - Aquecimento global e notícias inquietantes (parte 1)

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2010 - Aquecimento global e notícias inquietantes (parte 1)
Escrito por Carlos Manuel Serra
Sexta, 27 Agosto 2010 09:03
Destaques de entrevista com citações do entrevistado
O ano de 2010 está a ser, para largas centenas de milhões de habitantes do planeta Terra,
uma verdadeira odisseia repleta de luta, desespero e sobrevivência. Os cientistas, por seu
turno, não tem mãos a medir para colher, sistematizar e analisar todos os dados que chegam
dos mais diversos cantos do mundo, demonstrando que algo de muito sério está a acontecer,
sem que, contudo, a Humanidade enverede por uma forma diferente de pensar e de estar,
pondo termo à escalada de agressão ambiental sem precedentes na história.
A Agência Nacional Atmosférica e Oceanográfica (NOAA), dos Estados Unidos de América,
confirmou as recentes projecções da Organização Meteorológica Mundial (OMM) apresentadas
na Cimeira de Copenhaga: assim, a última década foi “a mais quente da História, com
temperaturas superiores em 0,54 graus à média das do século XX”. Segundo a NOAA, o mês
de Julho de 2010 foi o segundo mais quente desde que, em 1880, se começaram a realizar
medições de temperatura em termos sistemáticos, logo a seguir ao mês de Julho de 1998, o
ano mais quente de sempre, tendo presente a média das temperaturas terrestres e oceânicas.
A vaga de calor faz-se sentir com enorme impacto em diversos países do hemisfério Norte,
havendo, até o momento, o registo de 17 países que conheceram picos históricos. A Rússia,
por exemplo, acaba de ser severamente fustigada pelo pior ciclo de incêndios florestais de que
há memória, na sequência da subida de temperaturas e da mais grave seca dos últimos 130
anos. No dia 11 de Julho, a Rússia conheceu o seu pico máximo de temperatura - 44,5°! O
impacto nas áreas cultivadas foi enorme, havendo a registar, só até ao final de Julho, a
destruição de 10 milhões de hectares, tanto quanto a superfície de vários países. No balanço
preliminar, sabe-se, para já, que mais de 2000 pessoas perderam a vida devido ao calor, seca
e fogo, milhares de casas foram destruídas e vastas extensões de campos agrícolas
perderam-se. Os impactos na economia russa foram colossais.
No Paquistão, há a registar o pior ciclo de inundações dos últimos 80 anos, cobrindo com água
mais de ¼ da superfície nacional, tendo causado a morte de um número aproximado de 1500
pessoas, desalojado 6 milhões de pessoas e afectado seriamente outras 20 milhões. Note-se
que este país registou, no dia 26 de Maio, a temperatura mais alta da sua história – 53,5° C!
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Escrito por Carlos Manuel Serra
Sexta, 27 Agosto 2010 09:03
Os danos na economia foram avultadíssimos num país bastante debilitado e com uma larga
percentagem de população a viver na pobreza extrema. A ajuda internacional está ainda longe
das reais necessidades.
Na China, chegaram-nos notícias de um deslizamento de terras, na província de Ganzu, que
soterrou centenas de habitações, vitimando acima de 1400 pessoas e o desaparecimento de
aproximadamente outras 350, na sequência de um ciclo de fortes chuvadas e inundações. A
China enfrentou igualmente uma vaga de calor sem precedentes, com temperaturas acima dos
38. ° C em várias regiões, tendo a cidade capital, Pequim, registado o máximo histórico dos
últimos 50 anos – 43,2.° C! A vaga de calor levou o Governo chinês a duplicar o valor de
subsídio para trabalhos executados ao Sol sob temperaturas superiores a 33. ° C, com efeitos
a partir do primeiro dia de Agosto.
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