Data ___/___/2015 Série: Turma: U Professor: Estudante: DNA - Sistema Hércules de Educação [email protected] Disciplina: Lista do Dia TEXTO 1 O romance Cidade de Deus, publicado em 1997, foi escrito por Paulo Lins, um ex-morador do bairro que tem o mesmo nome do livro. Resultado de uma pesquisa sobre crime e criminalidade no Rio de Janeiro, essa obra deu origem ao filme Cidade de Deus, que em meados de 2003 já tinha sido visto por mais de 3 milhões de pessoas. Abaixo segue um trecho, em que o enunciador descreve a favela. Cidade de Deus (fragmento) Cidade de Deus deu a sua voz para as assombrações dos casarões abandonados, escasseou a fauna e a flora, remapeou Portugal Pequeno e renomeou o charco: Lá em Cima, Lá na Frente, Lá Embaixo, Lá do Outro Lado do Rio e Os Apês. Ainda hoje, o céu azula e estrelece o mundo, as matas enverdecem a terra, as nuvens clareiam as vistas e o homem inova avermelhando o rio. Aqui agora uma favela, a neofavela de cimento, armada de becos-bocas, sinistros-silêncios, com gritos-desesperos no correr das vielas e na indecisão das encruzilhadas. Os novos moradores levaram lixo, latas, cães vira-latas, exus e pombagiras em guias intocáveis, dias para se ir à luta, soco antigo para ser descontado, restos de raiva de tiros, noites para velar cadáveres, resquícios de enchentes, biroscas, feiras de quartas-feiras e as de domingos, vermes velhos em barrigas infantis, revólveres, orixás enroscados em pescoços, frango de despacho, samba de enredo e sincopado, jogo do bicho, fome, traição, mortes, jesus cristos em cordões arrebentados, forró quente para ser dançado, lamparina de azeite para iluminar o santo, fogareiros, pobreza para querer enriquecer, olhos para nunca ver, nunca dizer, nunca, olhos e peito para encarar a vida, despistar a morte, rejuvenescer a raiva, ensangüentar destinos, fazer a guerra e para ser tatuado. Foram atiradeiras, revistas Sétimo Céu, panos de chão ultrapassados, ventres abertos, dentes cariados, catacumbas incrustadas nos cérebros, cemitérios clandestinos, peixeiros, padeiros, missa de sétimo dia, pau para matar a cobra e ser mostrado, a percepção do fato antes do ato, gonorréias mal curadas, as pernas para esperar ônibus, as mãos para o trabalho pesado, lápis para as escolas públicas, coragem para virar a esquina e a sorte para o jogo de azar. Levaram também as pipas, lombo para polícia bater, moedas para jogar porrinha e força para tentar viver. Transportaram também o amor para dignificar a morte e fazer calar as horas mudas. Por dia, durante uma semana, chegavam de trinta a cinqüenta mudanças, do pessoal que trazia no rosto e nos móveis as marcas das enchentes. Estiveram alojados no estádio de futebol Mario Filho e vinham em caminhões estaduais cantando: Cidade Maravilhosa Para quem faz DNA, a seleção é natural! cheia de encantos mil.. Em seguida, moradores de várias favelas e da Baixada Fluminense habitavam o novo bairro, formado por casinhas fileiradas brancas, rosas e azuis. Do outro lado do braço esquerdo do rio, construíram Os Apês, conjunto de prédios de apartamentos de um e dois quartos, alguns com vinte e outros com quarenta apartamentos, mas todos com cinco andares. Os tons vermelhos do barro batido viam novos pés no corre-corre da vida, na disparada de um destino a ser cumprido. O rio, a alegria da molecada, dava prazer, areia, rã e muçum, não estava de todo poluído. (LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.) Glossário: Exu- entidade iorubanda, considerada como orixá e como mensageiro dos orixás e descrita como de gênio irritadiço, vaidoso, pode trabalhar para o bem e para o mal. Pombagira- companheira de Exu. Orixá- personificação das forças da natureza ou ancestral divinizado, que em vida, obteve controle sobre essas forças, segundo a tradição do candomblé e da umbanda. Revista Sétimo Céu- revista de fotonovela popular. Estádio de futebol Mário Filho- Estádio do Maracanã. Muçum- tipo de peixe. 1. Aqui agora uma favela, a neofavela de cimento, armada de becos-bocas, sinistrossilêncios, com gritos-desesperos no correr das vielas e na indecisão das encruzilhadas. Relacionando o trecho de Cidade de Deus e o romance naturalista O Cortiço, explique como a neofavela também pode ser um neocortiço. 2. Além da neofavela/neocortiço, cite uma característica do Naturalismo presente no trecho de Cidade de Deus. 3. Cidade de Deus deu a sua voz para as assombrações dos casarões abandonados, escasseou a fauna e a flora, remapeou Portugal Pequeno e renomeou o charco: Lá em Cima, Lá na Frente, Lá Embaixo, Lá do Outro Lado do Rio e Os Apês. a) Observe que o sujeito que inicia a narrativa selecionada é Cidade de Deus. Na verdade as ações praticadas e expressas pelos verbos deu, escasseou, remapeou e renomeou, foram expressas pela população da favela, mas no trecho, o local (Cidade de Deus) está empregado em lugar de seus habitantes. Cite a figura de linguagem que foi utilizada. b) Que efeito de sentido se produz no texto a utilização da figura de linguagem citada na questão a. c) Relacione a explicação da questão b com o Naturalismo. 4. Transcreva do texto 1 (fragmento de Cidade de Deus) uma expressão que demonstre: a) opressão do poder público Para quem faz DNA, a seleção é natural! b) religiosidade c) precariedade da saúde 5- A transcrição dos versos cantados pelos moradores que chegavam à Cidade de Deus produz, no texto, um efeito de: a) ênfase b) ironia c) reiteração d) fragmentação 6. A desconcentração industrial verificada no Brasil, na última década, decorre entre outros fatores, da: a) a ação do Estado, por meio de políticas de desenvolvimento regional, a exemplo da Zona Franca de Manaus. b) elevação da escolaridade dos trabalhadores, o que torna o território nacional atraente para novos investimentos industrias. c) presença de sindicatos fortes nos estados das regiões Sul e Sudeste, o que impede novos investimentos nessas regiões. d) isenção fiscal oferecida por vários estados, o que impede novos investimentos nessas regiões. e) globalização da economia que, por meio das privatizações, induz o desenvolvimento da atividade industrial em todo o território. 7. Examine as seguintes informações: I – O Brasil já revela um processo de dispersão industrial, embora o predomínio de São Paulo continue. II – Os pólos industriais mais novos de S. Paulo são os de Cubatão e do Vale do Paraíba, que se desenvolveram na década de 1980. III – A industrialização da região Sul foi apoiada em fatores regionais, furto do empresariado das áreas coloniais. Assinale: a) se todas estão corretas. b) se apenas II e a III estão corretas. c) se todas estão incorretas. d) se apenas I e a III estão corretas. e) se apenas I está correta. 8. A região de Campinas tem apresentado um intenso crescimento industrial que se destaca no contexto nacional pelo: a) desenvolvimento da indústria de ponta, estimulado pelos tecnopolos criados a partir de uma integração entre a comunidade acadêmica e o empresariado. b) desenvolvimento da agroindústria açucareira decorrente da grande produção local dos canaviais. c) desenvolvimento de indústrias tradicionais que utilizam muita mão-de-obra e predominantemente associadas ao beneficiamento de matéria-prima local. d) grande domínio de capitais nacionais, sendo uma das poucas áreas do país onde as empresas transnacionais não atuam. e) predomínio de indústria de calçados, responsável pela maior parte da oferta de empregos na região. 9. Analise as seguintes afirmações sobre a relação entre o Estado brasileiro e a economia do país. I – Planejamento econômico pelo governo federal mais centralizado a partir do Plano de Metas de Juscelino Kubistcheck. Para quem faz DNA, a seleção é natural! II – Planejamento regional através de órgãos como, por exemplo, a Suframa, Sudam, Sudene, Sudesul e Sudeco, todos atuantes na atualidade. III – Privatização, em 1993, da Companhia Siderúrgica Nacional, criada no governo de Getúlio Vargas. IV – Privatização da Petrobrás, em 1995, empresa criada pelo regime militar na década de 60. Estão corretas as afirmações: a) I e II. b) II e IV. c) I e III. d) III e IV. e) II, III e IV. 10. No período compreendido entre os anos de JK e o final do governo Geisel, o Brasil apresentou, entre outras características econômicas: a) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e a redução das disparidades regionais. b) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e maior intervenção do Estado na economia. c) grande expansão das empresas industriais de capitais nacionais, privados e estatais, e declínio da dívida externa. d) o predomínio da substituição de importações de bens de consumo e menor intervenção do Estado na economia. e) grande desenvolvimento industrial dependente de tecnologia e capitais estrangeiros e a redução de disparidades regionais. 11. Observe o esquema a seguir, representando um blastocisto e responda: a) Quais os nomes das estruturas indicadas, respectivamente, pelos números 1 e 2? b) Qual o destino do conjunto de células indicado pelo número 1? c) Descreva, de forma resumida, os eventos que antecedem esta fase na embriogênese. 12. Observe o esquema a seguir: Observando o corte de um embrião anteriormente esquematizado podemos afirmar que: I. trata-se do embrião de um Chordata. II. o número 1 representa o arquêntero. III. o número 2 indica o celoma. IV. o número 3 representa o tubo neural. Para responder a esta questão, utilize o seguinte código: Para quem faz DNA, a seleção é natural! a) Se apenas I, II e III forem corretas. b) Se apenas I e II forem corretas. c) Se apenas II e IV forem corretas. d) Se apenas a IV for correta. e) Se todas forem corretas. 13. No desenvolvimento embrionário dos animais, existem etapas características, nas quais ocorrem processos mais ou menos semelhantes. Observe que há uma sequência cronológica igual para todos os grupos zoológicos, traduzindo a “origem comum” dos metazoários. Os principais “momentos” pelos quais passam os embriões de diferentes grupos são: 1. segmentação; 2. mórula; 3. blástula; 4. gástrula; 5. nêurula. Para você visualizar o que ocorre em cada uma dessas fases, basta relacioná-las corretamente com os eventos abaixo. ( ) A. Formação de tubo neural. ( ) B. Proliferação do ovo originando os blastômeros. ( ) C. Blastômeros que envolvem pequena cavidade central. ( ) D. Intensas modificações dos blastômeros, originando três folhetos embrionários. ( ) E. Formação de uma estrutura esférica e maciça. 14. O esquema a seguir representa o estágio embrionário conhecido por gástrula. Nomeie as estruturas numeradas: 15. Os tecidos nervoso e muscular originam-se, respectivamente, do: a) mesoderma e endoderma. b) ectoderma e mesoderma. c) endoderma e ectoderma. d) endoderma e mesoderma. e) mesoderma e ectoderma. 16. A Folha de S. Paulo, em 04 de setembro de 1997, publicou a seguinte manchete: “Renúncia fiscal sobe a R$ 17 milhões em 1998”. Significa que os subsídios, isenções e benefícios fiscais vão provocar nos cofres públicos perda de arrecadação. Essa renúncia é usada pelo governo federal como instrumento de desenvolvimento regional e de estímulo a alguns setores em especial, buscando atrair investimentos externos. Considerando a dinâmica da expansão geográfica das atividades econômicas no território brasileiro, assinale a alternativa correta. a) embora haja alguma iniciativa do Estado brasileiro para atrair investimentos externos, trata-se de uma ação sem efeitos significativos nessa fase de aumento da força do mercado. Para quem faz DNA, a seleção é natural! b) a política da renúncia fiscal é um bom exemplo brasileiro de estratégia adaptativa frente à realidade da economia global. Esta última exige mudanças nas condições preexistentes para se instalar nos países. c) no caso brasileiro, somente o nível federal do Estado usa a renúncia fiscal para atrair novos investimentos externos. O nível estadual (regional) não atem atuado nessa direção. d) os fatos recentes demonstram o insucesso dessas iniciativas para a atração de empresas transnacionais. O território brasileiro não está nas prioridades das ações da economia global. e) a renúncia fiscal trouxe poucas alterações no quadro regional do país. No Nordeste, por exemplo, ainda predomina uma economia tradicional e não há sinais de interesse da economia global em se instalar naquela região. 17. A industrialização brasileira tem como marco a década de 1930, com o processo d implantação de setores de base. Isso não quer dizer que, antes daquela década, não houvesse indústrias no país. Elas existiram, só que compuseram um setor de pouca monta e, ainda: a) se caracterizaram pela forte dependência a uma política de investimentos governamentais. b) se basearam em capitais provenientes da exportação da borracha amazônica. c) tiveram, na redução de tarifas de importação de manufaturados, seu principal fator de competitividade. d) estiveram ligadas à formação de um mercado consumidor representado pelo afluxo de imigrantes europeus assalariados. e) apresentaram forte concentração de investimentos nos setores de energia e transportes. 18. O processo de industrialização brasileira encontrou, no centro-sul do país, principalmente em S. Paulo, os elementos indispensáveis ao seu desenvolvimento: mão-de-obra assalariada, mercado consumidor, eletricidade, sistema de transportes e excelente sistema bancário. Sobre esse processo, é incorreto afirmar que: a) a concentração da produção industrial brasileira ocorre, desde os seus primórdios, em São Paulo. b) a elevada concentração industrial em São Paulo gerou uma deseconomia de escala, responsável pela desconcentração espacial das indústrias, a partir de 1970. c) o processo de desconcentração espacial das indústrias paulistas gerou um surto de industrialização no Nordeste e no Sul, equilibrando, assim a produção industrial por regiões. d) o crescimento industrial nas diversas regiões do país passa, a partir dos anos 1970, a ser promovido pelos governos estaduais e federal, através de incentivos. e) as atividades industriais cocncentram-se, atualmente, em São Paulo, tendo as outras regiões do país como mercados consumidores, de acordo com a lógica da acumulação capitalista. 19. A partir da década de 1970, dois fatos importantes ocorreram simultaneamente: início da diminuição da concentração industrial no Sudeste e o processo de desconcentração industrial no Brasil. Dentre os motivos que podem explicar esses fatos citam-se: a) o esgotamento dos recursos minerais no Sudeste e o aumento das necessidades de exportação geradas pela entrada do Brasil na Aladi. b) a forte atuação do Estado criando incentivos fiscais para que indústria do Sudeste se instalassem em outras regiões e o desenvolvimento em âmbito nacional de infra-estrutura de transportes e comunicações. c) o aumento das necessidades de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo, inexistentes ao Sudeste, e a formação do Mercosul, que representa maiores exportações para o país. d) o declínio acentuado dos fluxos migratórios em direção ao Sudeste e a descoberta de importantes recursos minerais em vários pontos do país, como o caso de Carajás. Para quem faz DNA, a seleção é natural! e) a limitação do espaço do Sudeste para a instalação de novos parques industriais e a elevação generalizada dos padrões de renda e consumo da população brasileira. 20. Entre 1955 e 1960 houve um salto no processo de industrialização brasileira através da fase conhecida como Plano de Metas, em que o crescimento econômico esteve apoiado em um conjunto de investimentos e profundas modificações na estrutura industrial do país. O conjunto de investimentos e modificações a que se refere o texto consistia, entre outros: a) na grande aplicação das centrais de energia termelétricas, na instalação e modernização de terminais marítimos e no crescimento de indústrias de bens de consumo duráveis, como a alimentícia e a eletroeletrônica. b) na recuperação de áreas urbanas junto às metrópoles, na criação de corredores de exportação e no sensível crescimento de setores de indústria de base, como a de aço, cimento e química pesada. c) na crescente diversificação da pauta de exportações de produtos primários e na nacionalização de indústrias nacionalmente ligadas ao capital internacional, como a química leve a e a farmacêutica. d) na ampliação significativa da capacidade instalada de energia elétrica, no aumento do número e na modernização das rodovias e no crescimento do setor de bens de produção e da indústria automobilística. e) na criação e instalação de portos fluviais, na expansão da agroindústria, na descentralização da atividade industrial e no fortalecimento dos mecanismos de distribuição equilibrada de renda. Para quem faz DNA, a seleção é natural!