Do Théatron grego à caixa mágica barroca Sônia Siqueira Professora Titular de Artes das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila. 68 www.fatea.br/angulo RESUMO: A proposta deste texto é analisar dois grandes momentos do teatro ocidental enquanto arquitetura e cenografia. No primeiro, o grego, observaremos seu desprendimento do puramente religioso para constituir-se como instituição que englobou cenografia, texto, atores, cenografia e construção: o theatron – lugar de se ver. No segundo momento, séculos XVII e XVIII, transformou-se numa caixa mágica criada para entreter, deslumbrar os espectadores: o teatro barroco. PALAVRAS-CHAVE: teatro grego; teatro barroco; arquitetura teatral; cenografia. ABSTRACT: The purpose of this paper is to analyze two great moments while the western theater architecture and stage design. In the first, the Greek, observe his detachment from the purely religious to constitute itself as an institution which included set design, text, actors, set design and construction: the theatron - place to see. In the second, seventeenth and eighteenth centuries, became a magic box created to entertain, dazzle the spectators: the baroque theater. KEY WORDS: Greek theater; baroque theater, theater architecture, scenography Desde a Pré-História, o homem estabeleceu relação com o divino por meio do teatro. Nas várias cerimônias, os sacerdotes paramentados, com máscaras, falavam em nome do Deus ou buscavam manter a harmonia do universo. Sabemos que os egípcios, indianos, chineses, cretenses e mesmo gregos, entre outros, usaram o teatro como elemento religioso. Mas o teatro grego, nada tinha em comum com as cerimônias realizadas pelos demais povos da Antiguidade, a não ser no tocante à matéria-prima, ou seja, à religião. [...] colocando a religião como sua base, ergueu sobre ela um edifício voltado para os problemas do homem. [...] Um teatro que, sem deixar de ser uma liturgia, embriagou-se do belo para celebrar o homem. Não apenas o homem grego, mas o homem universal. (BRANDÃO, 1992, p.07) A proposta deste texto é analisar dois grandes momentos do teatro ocidental enquanto arquitetura e cenografia. No primeiro, o grego, observaremos seu desprendimento do puramente religioso para constituir-se como instituição que englobou cenografia, texto, atores, cenografia e construção: o theatron – lugar de se ver. Ainda que mantivesse função litúrgica, sempre esteve ligado às festividades em honra ao deus Dioniso, e tendência educativa, ganhou autonomia em termos de espaço, cenários, representação etc; “Embriagou-se do belo para celebrar o homem universal”. No segundo momento, séculos XVII e XVIII, transformou-se numa caixa mágica criada para entreter, deslumbrar os espectadores. O teatro barroco, marcado pelas formas opulentas e cheias de contrastes e pela tensão entre opostos irreconciliáveis, como arte e ciência, ceu e inferno, vida e morte, pode ser definido por dois aspectos característicos: a exaltação do movimento e o jogo das aparências. 1. ORIGEM DA PALAVRA A palavra teatro “THEATRON” deriva do grego “THEAOMAI” – olhar com atenção, perceber, contemplar. “Theaomai” não significa ver no sentido comum, mas sim ter uma experiência intensa, envolvente, meditativa, inquiridora, a fim de descobrir o significado mais profundo; uma cuidadosa e deliberada visão que interpreta seu objeto. 2. THEATRON: O TEATRO NA GRÉCIA O teatro surgiu na Grécia, por volta do século VI a.C., nos festivais religiosos em honra a Dioniso1. De acordo com a tradição, Dioníso morria a cada inverno 70 e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra com o reflorescer das plantas e a nova frutificação das árvores, personificava a promessa da ressurreição do deus. Para comemorar o renascimento os participantes da festa, como outrora os companheiros de Dioniso, se embriagavam cantando e dançando freneticamente à luz dos archotes e ao som dos címbalos, até cair desfalecidos. Durante estas celebrações, em meio as procissões e com o auxílio de fantasias e máscaras, eram entoados cantos líricos, os ditirambos, que mais tarde evoluíram para a forma de representação plenamente cênicas. Com o tempo, estes ritos foram adotando também algumas narrativas recitadas por poetas e representantes em ritos tumulares, baseadas em contos de ancestrais ou heróis locais, sendo essa evolução facilitada pela rápida ascensão da poesia grega. Estas narrativas associadas às danças ditirâmbicas tornaram-se cada vez mais elaboradas. Os versos cantados em uníssono ou divididos entre os coros não demoraram a assumir a forma de um diálogo individual. Segundo Brandão (1992) no princípio, tudo era cantado, mas de acordo com uma passagem de Aristóteles, o corista Téspis, com o rosto pintado de grés branco, colocou-se em pé sobre um tablado e dirigiu-se ao líder do coro, dizendo ser o deus Dioniso. O tablado que, provavelmente, servia de altar para o sacrifício animal tornou-se, assim, o primeiro esboço de um palco. Ainda consoante Brandão, “[...] Ésquilo introduziu o segundo, diminuindo a importância do coro, intensificando o diálogo; Sófocles introduziu o terceiro. [...]” (1992,p.53) Em 535 a.C. Pisístrato2 promove um concurso de peças teatrais, que trouxe para a cidade de Atenas um rústico festival dionisíaco. Dioniso torna-se o patrono do teatro sendo honrado em procissões elaboradas que aconteciam na abertura das Dionísias Urbanas3. Nessa procissão se transportava a estátua do deus do teatro, de seu templo, no sopé da Acrópole, até um templo arcaico de Baco, perto da Academia. De lá passando pelo templo de Dioniso Eleutereu, o ícone era colocado na orquestra do teatro (Fig. 01) que até hoje tem o nome do deus, e que fica ao lado do templo, de onde a estátua fora retirada. O teatro exerceu várias funções na civilização grega como a cultural, de formação cívica e religiosa dos espectadores, levando-os a refletir sobre o sentido da existência humana, seu destino, o poder dos deuses e sua vingança para quem os desafiasse. Ele também ensinava virtudes (ética, moderação, humanismo, pacifismo, sabedoria, coragem); refletir sobre os vícios do homem (adultério, ambição, maldade). www.fatea.br/angulo Foto: Doorneweerd (2011) O teatro grego nasceu da religião e, mesmo após todas as transformações por que passou, do século VI ao III a.C. não perdeu de vista as suas origens. Da tentativa de conciliar a Moira com a Dike, em Ésquilo, ao sorriso indulgente e epicurista de Pã no Dyscolos, de Menandro, tragédia e comédia contraíram núpcias indissolúveis com Dioniso. (BRANDÃO, 1992, p.92) 3. ORCHESTRA, SKENÉ E THÉATRON – O TEATRO MATERIALMENTE CONSTITUÍDO “O teatro grego é um edifício ao ar livre, tendo por teto o céu azul da Hélade”. (BRANDÃO, 1992, p.98) As representações, portanto, só eram possíveis durante o dia e quando o tempo permitia. O edifício, assim como a tragédia, como já dissemos, nasceu do ditirambo. A multidão formava um círculo em torno dos coreutas, surgindo daí a forma circular da orchestra, elemento essencial, ao qual os demais vieram, pouco a pouco, se juntando. As primeiras apresentações teatrais se davam na “ágora”4, em instalações provisórias de madeira. Posteriormente, entre os séculos V e IV a.C., surgiram Ângulo 135, out./dez., 2013. p. 068 - 079 as primeiras edificações em pedra, as quais poderiam ter capacidade para 5.500 pessoas (em Delfos) ou 14 mil pessoas (Teatro de Epidauro, Argolis), praticamente toda a população da cidade, demonstrando assim sua popularidade e integração nos hábitos sociais e políticos gregos. A construção do teatro grego geralmente se integrava ao complexo de edificações onde se situavam os templos e estádios esportivos, aproveitando a encosta da colina (Fig. 02,03). Seu elemento primeiro, situado no centro da construção, era a orchestra, espaço circular, de terra batida, em cujo centro se erguia o altar de Dioniso – thymele. Neste espaço evoluía o coro. Em quase todos os teatros a orchestra era cercada por um canal concêntrico, que servia para escoamento das águas pluviais e de passagem para o acesso do público. Este espaço sempre foi domínio do coro, e atrás dele, os atores começaram a evolucionar sobre um estrado. Théatron, como já vimos, significa visão e, por extensão, lugar no qual os espectadores ficavam. Consistia num semicírculo composto por diversos bancos que, a princípio, eram de madeira, mas evoluíram para um sistema de largos corredores a 71 Finalmente, entre o “théatron” e a “skené” abremse paralelamente de cada lado passagens laterais, párodoi, por onde o coro entrava na orchestra. Estas passagens serviam, também, para os espectadores atingirem as arquibancadas. Resumindo, podemos afirmar que, materialmente falando, o teatro surgiu no século VI a.C., passando por algumas mudanças no quinto século a.C., consolidando-se, definitivamente, em sua forma arquitetônica clássica, em Atenas no século IV a.C. (Fig. 04) 4. ESPAÇO CÊNICO GREGO separar assentos de pedra mais estreitos, evitando que as pessoas incomodassem umas as outras com idas e vindas. Possuía como foco visual a orchestra. Skené, em grego tenda, era uma espécie de construção posicionada em frente ao “Théatron” e designou, primitivamente, uma barraca de tábuas, coberta de pano, onde os atores e coreutas trocavam de máscara e indumentárias entre as cenas. Posteriormente, surgiu uma parede que representava a fachada exterior da habitação, onde transcorria a ação (cenário). Ao longo da “skené”, estende-se uma passarela denominada “proskenion” (proscênio), com três a quatro metros de altura, onde atuavam os atores. Proskenion, passarela situada em frente a “skéne”, com uma altura média de 3 a 4 metros, onde, cogita-se, atuavam os atores. Thymele – pequeno altar consagrado a Dioníso erguido no centro da “orchestra”. O espaço cênico era constituído originalmente, como já observamos, pela “orchestra”, “théatron” e a “skené”. O uso da “skéne” como suporte pictórico era evidente por ser o ponto focal da cena. Até o século V. a.C., os teatros ainda eram construídos em madeira. “As unidades de ação, lugar e tempo da tragédia grega (...), simplificavam muito o problema da cenografia, que se bastava com fachadas de palácio, templos e tendas de campanha. (MAGALDI, apud AURSSI, 2006, p.21.) Gradativamente, a “skéne” se transformou da provisória tenda pintada em arquitetura construída em pedra. Surgiu o “proskenion”, que ligava a “orchestra” à “skené”; o “episkenion”, pavimentos superiores da “skené”, espécie de locutório elevado para os deuses. O edifício teatral grego evoluiu pela “skené” Licurguiana encontrada no Teatro de Dioniso em Atenas, reconstruído por volta de 330 a.C pelo governador ateniense. Apresentava duas edificações laterais, os “parakenions”, que auxiliavam e emolduravam à performance dos atores em frente às portas da “skené”. A “skené” helenística, construída por volta do século II a. C., tinha o “theologeion” coberto por telhas cerâmicas. Os “parakenions” foram reduzidos à sua metade. Possivelmente eram colocados paineis pintados como cenários entre as colunas. 4.1. CENÁRIOS Nos primórdios da tragédia, o cenário parece ter consistido num objeto único de grandes proporções que figurava na “orchestra”, quando esta ainda não possuía um fundo fixo: altar, túmulo, torre, tenda e paisagem rústica ou marinha. A partir de 465 a. C., observamos grande progresso com a invenção dos cenários pintados, atribuídos por Aristóteles a Sófocles. O trágico grego, 72 www.fatea.br/angulo segundo se crê, introduziu os chassis encostados à parede dos fundos e os prismas de madeira (periactos), colocados em cada uma das extremidades da cena, em cujas três faces estavam pintados os diferentes elementos do cenário, o que permitia uma espécie de mutação à vista. O cenário da tragédia representava essencialmente a fachada de um palácio, o da comédia uma praça em frente a uma casa e o do drama satírico, à beira-mar ou um bosque. Conhecemos alguns nomes de técnicos de cenários do final do século V como Apolodoro de Atenas e Clístenes de Erétria. Existiam então alçapões para as aparições, uma espécie de guindaste para as personagens voadoras, maquinaria primitiva que permitia a introdução em cena de uma magia simples de cores e linhas. O edifício torna-se um corpo arquitetônico único, fechado e erigido em solo plano. A escolha do local não mais depende da topografia ou da posição solar. A cávea, adotando geralmente a ordenação de arcadas, tomou um aspecto exterior de importância compositiva. A “orchestra”, cedeu uma parte de seu espaço para os convidados ilustres, o que ocasionou uma reestruturação do espaço do anfiteatro através de circulações radiais e anulares, seguindo uma hierarquia precisa, onde o lugar mais alto é menos privilegiado. A “skené” é mais profunda e mais baixa que a do teatro grego. O cenário do palco (Fig. 06) era, muitas vezes, emoldurado por uma parede ricamente decorada 5. A CAIXA MÁGICA 5.1. ENTREATO UM Enquanto o teatro grego exercia função religiosa, pedagógica, pretendendo, na tragédia, por meio da catarse, levar o indivíduo a aprender com o sofrimento da personagem trágico; e, na comédia, educar pela observação dos erros do outro. O teatro romano tinha a função de divertir: “[...] O teatro romano fundamentouse pelo mote político ‘panem et circenses’ – pão e circo – e herdou as principais características espaciais do teatro grego. “ (URSSI, 2006, p.24-5) Ele manteve, a princípio, algumas características básicas do teatro grego, porém com o advento dos arcos (que permitiam grandes vãos livres) e, dada a especificidade das apresentações romanas (que buscavam privilegiar a visibilidade à interação), a arquitetura e a estrutura do teatro foram modificadas significativamente (Fig. 05). Ângulo 135, out./dez., 2013. p. 068 - 079 73 com colunas de mármore, estátuas e mosaicos. Era composta por três portas de onde saíam e entravam os atores que se apresentavam no palco, na frente dele ou na “orchestra”. O público tinha acesso através dos vários andares da cávea , pelos vomitórios ( vomitoria ), o que foi possível graças à estrutura da cávea , que ao invés de se apoiar em uma colina, se erguia do chão através de colunatas e arcadas. O palco era frequentemente coberto e um toldo poderia ser esticado através da cávea para proteger os espectadores (velarium). 5.2. ENTREATO DOIS Na Idade Média, as peças eram representadas em palcos sucessivos sobre carros, cada qual com cenários diferentes. No século XII apareceu a cena simultânea5, que consistia numa série de cenários colocados lado a lado nas praças públicas e, separados do público por uma barreira. As personagens deslocavam-se de um lugar para outro acompanhadas pelos espectadores. 5.3. ENTREATO TRÊS No medievo, como pudemos observar, era a Igreja quem ditava as regras e era responsável pelo conhecimento e ensino, mas no Renascimento a Europa presenciou as criações artísticas, literárias e científicas se inspirarem na Antiguidade Clássica greco-romana. Seguindo este princípio, o teatro renascentista imitava os modelos arquitetônicos greco-romanos e misturava tradições medievais. A linguagem das apresentações era muito acadêmica e solene, com temática pouco original, baseada em mitos e lendas da Antiguidade. Em termos arquitetônicos, duas correntes dominaram o século XVI italiano. A primeira, 74 determinada pelas teorias de Barbano d’Aquileja interpretando Vitrúvio. O melhor exemplo desta corrente é o Teatro da Academia Olímpica em Vicenza6(1580-1584), projetado por Andrea Palladio e concluída por Vincenzo Scamozzi. A disposição dos assentos em arquibancadas semicirculares é a mesma dos antigos teatros gregos e romanos (Fig. 07). O conjunto é todo coberto e sobre a cena foram construídos cenários permanentes com falsas perspectivas (Fig. 08). A plateia que tinha forma de elipse, diferia do modelo romano devido à conformação retangular do terreno e também porque envolvia a “orchestra”, que, como nos tempos romanos, era disposta em um nível mais baixo do que o palco. Para o forro da cobertura do teatro foi proposta uma pintura em azul ceu, que representa uma referência do arquiteto ao teatro romano, que era geralmente descoberto. O teatro de Palladio inspirou por muitos séculos os teatros construídos em quase todo o mundo. A segunda corrente, suscitada pelas ideias de Bramante e do seu aluno Peruzzi, foram retomadas por Serlio na sua obra sobre arquitetura. Ele compreendeu melhor do que ninguém as necessidades específicas da cena e o papel da arquitetura teatral; por isso preconizou, em seu Tratado de Arquitetura, três cenas arquétipos: a cena trágica (Fig.9), a cena cômica (Fig.10) e a cena satírica (Fig.11). No século XVII, o Teatro Farnese (Fig. 12), construído por João Bautista Aleotti entre 16181619, em Parma, apresentava aspecto diferente. Era um espaço retangular, bem mais longo, com mais da metade do comprimento ocupado pelo palco e aparatos cênicos. Os telões permitiam mudanças de cenário. O proscênio recebeu um ornato – o arco do proscênio7 – enfeitado, sugerindo uma moldura para o quadro cênico, mas que, na verdade, servia para ocultar as máquinas utilizadas no espetáculo. Apesar de o palco e plateia estarem separados, a sala parecia disposta como uma arquibancada em forma de ferradura. www.fatea.br/angulo 5.4. A ARQUITETURA TEATRAL BARROCA O barroco iniciou-se por volta de 1600, em Roma, e espalhou-se por toda a Europa. Diferentemente do estilo renascentista, que adotava formas despojadas e harmônicas, é marcado pelas formas opulentas e repletas de contrastes e pela tensão entre opostos irreconciliáveis, como arte e ciência, ceu e inferno, vida e morte. Podemos defini-lo por meio de dois aspectos característicos: a exaltação do movimento e o jogo das aparências. Na arquitetura, apresenta muitos efeitos decorativos e visuais, curvas, contracurvas, colunas retorcidas, esculturas, violentos contrastes de luz e sombra e pinturas com efeitos ilusionistas. O Barroco foi o período por excelência da ópera, espetáculo total, que reuniu teatro, dança e música, cenário, canto etc. A ópera, fortemente desenvolvida e apresentada na Itália como edifício simbiótico, teatral e cênico, ultrapassou todas as fronteiras do espetáculo e tornouse o testemunho da inspiração dupla e contraditória, que influenciou o teatro e as artes posteriores. A síntese do novo modelo surgiu em 1636, na Ângulo 135, out./dez., 2013. p. cidade de Bolonha. Desapareceram as arquibancadas, substituídas por planos superpostos, formados por camarotes segundo os raios de um círculo, cujo centro ficava exatamente no meio da linha da ribalta. Está assim constituído o chamado ‘teatro italiano’ dividido em três partes: a social, com entradas, foyers, circulação; a sala com camarotes para os mais nobres (eventualmente transformada em galerias) para a burguesia e o povo em geral; e o setor do palco que, com seus equipamentos técnicos, ocupará sempre mais da metade do edifício. (MENDONÇA, 1982, p.79) Aos pouco ampliou-se a distância entre o palco e a plateia, separação necessária para aumentar a ilusão, uma vez que a proximidade realçava o ator e não a personagem. Ela ficou mais evidente devido à ribalta8 que dotou a cena de luz própria. Entretanto, não foi, ainda, a separação definitiva, pois, “[...] em muitos momentos da época barroca o palco se une à plateia e é quase cercado por ela.” (ROSENFELD, 75 1965, p.45) Um costume que permaneceu por muito tempo foi o de certas pessoas privilegiadas ocuparem ambos os lados do proscênio, com acesso por escadas laterais e tomarem parte nas danças ou dialogarem com as personagens. Na antiga Comédia Francesa, por exemplo, construída em 1687 por Francisco Dorbay, o espaço livre para a atuação dos comediantes era de aproximadamente cinco metros. [...] O costume ao longo do século, de admitir a presença de pessoas distintas (príncipes e nobres) sobre o palco, [...] não podia facilitar nem a representação, nem, e sobretudo, as entradas e saídas dos atores. Desta forma, a sala chamada das máquinas, construída nas Tulherias em 1671 e equipada por Vigarini, terá 43m. de fundo ao passo que a parte reservada ao público não ultrapassará 31m. Em 1686 havia ainda 203 pessoas que ocupavam lugar no palco da Sala Guéneraud. [...] (MOUSSINAC, 1957, p.200) 5.5. CENOGRAFIA: A CAIXA MÁGICA Para acentuar o efeito sobre o espectador – a aura mítica, a ideia de sonho – o teatro utilizou uma série de recursos cenográficos como máquinas para produzir ondas, baixar nuvens, fazer cavalos mecânicos voarem, enfim para todos os efeitos concebíveis (Fig.13). Por volta de 1540, em Vicenza, no pátio do palácio, Sebastião Serlio construiu um teatro de madeira; cuja planta foi conservada: arquibancada para os espectadores; diante delas, um degrau acima, um piso inclinado em que se fixavam os cenários em perspectiva, pintados em parte sobre um telão de fundo e em parte sobre paineis laterais (bastidores), representando uma rua, por cujas aberturas os atores entravam e saíam. Estes representavam sobre uma plataforma colocada num nível inferior. O cenário, de madeira ou gesso pintado, adquiriu então seu duplo papel: situava a ação e dissimulava os atores que não estavam em cena. Em 1638, Nicola Sabaltini publicou um livro Pratica di fabricar scene e machine nei teatri, onde relacionou truques cênicos possíveis: ”[...] vidros com água colorida ou vinho colocados na frente de velas, cujo brilho é aumentado por uma bacia de barbeiro bem polida colocada por trás delas [...]” (MENDONÇA, 1989, p.79). Seu sistema cênico apoiava-se na ilusão propiciada pelas técnicas de desenho de perspectiva para telas pintadas – trompe l’oeil – e a tecnologia empregada na mecanização cênica, bastidores e objetos presos em roldanas e polias deslizando em trilhos sobre o palco e encaixados em outros trilhos no piso, todos articulados em contrapesos fora de cena. Uma nova forma de cenografia que se acredita ter sido inventada por Aleotti, espalhou-se por 76 toda a Europa e consistia numa série de molduras laterais, como os nossos bastidores, revestidos por telas pintadas que deslizavam sobre roldana e trilhos. O espetáculo teatral, daquele momento em diante, solicitou textos cheios de imaginação para o uso abundante de recursos cênicos. No decorrer do século XVII a cenografia tornouse cada vez mais requintada. Os cenógrafos já eram então numerosos. O florentino Bernardo Buontalenti (1536-1608), arquiteto e artífice, organizador de festas, construiu um teatro no interior do Palácio dos Ofícios e sugeriu o emprego de um prisma que girava sobre a própria base, permitindo a mudança de cenários à vista do público. Porém, foi em Parma que surgiu a mais famosa dinastia cenográfica italiana: os Galli da Bibbiena (Fig. 14). Um deles, Ferdinando Galli da Bibbiena (1657-1743), concebeu o cenário em perspectiva diagonal, que além de ampliar a sensação de profundidade dos ambientes fechados, permitiu o uso mais dramaticamente eficaz das duas linhas divergentes da perspectiva para ambientar conflitos mais profundos entre personagens. Ele introduziu, também, o corte das colunas, no alto da cena, aumentando a sensação de altura do cenário. A influência da cenografia italiana foi grande na França, uma vez que, na Espanha e Inglaterra, permaneceu por longo tempo a tradição do teatro a ceu aberto. Com cenografia monumental ou não, o que ficou patente, no teatro Barroco, foi o desejo de iludir – mostrar que palácios, vilas eram de madeira, ilusórios -, transpor o espectador para um mundo no qual não fosse possível reconhecer onde terminava a realidade e se iniciava o sonho; onde terminava a representação e começava a vida real. “[...] O teatro do Barroco, mais que o espetáculo teatral em si, era o lugar dos acontecimentos sociais mais significativos e hierárquicos.” (AUSSI, 2006, p.41) www.fatea.br/angulo 5.6. ENCENAÇÃO (FIG. 15) A participação dos atores foi vital na consecução do objetivo de animar a caixa mágica do teatro barroco. Não só os bastidores criavam um mundo fantasmagórico, em que nunca se sabia onde começava a realidade e terminava a aparência: também as personagens entregavam-se ao disfarce e ao equívoco. O que na comédia era simplesmente uma encenação lúdica sem maiores consequências, tornava-se no drama exemplo da falsidade do mundo e da arbitrariedade da fortuna. A vida, a realidade, o cotidiano nada mais eram do que sonho e engano. O teatro, na sua totalidade, transformou-se em símbolo do mundo. Tudo era máscara, fantasia, dissimulação. O mundo do teatro ensinava que o mundo irreal, no Seiscentos, era tão irreal quanto ele próprio, que era engano não produção com fins educativos. Entretanto, este possuía a honestidade de se confessar teatro e de saber que era engano. Por isso, a cortina subia cedo demais enquanto no palco ainda se montavam cenários e se experimentavam máquinas; a peça se iniciava antes da peça, no seu próprio ensaio; os atores brigavam, a plateia vaiava. A personagem cômica saía do papel, torcia pelo público e contra os colegas. A princípio, a participação do público era discreta. Como os espetáculos eram patrocinados, os atores, a Companhia estavam obrigados a agradar ao mecenas. Normalmente, seu camarote ocupava posição privilegiada, no centro da plateia e durante a representação seus gestos, olhares eram constantemente observados. Qualquer sinal de desagrado, descontentamento, obrigava os artistas a alterarem o texto ou a representação. Entretanto, no decorrer do século aumentou a participação do auditório na exibição, “[...] a abertura e Ângulo 135, out./dez., 2013. p. 068 - 079 a espontaneidade da reação da plateia baseavam-se na percepção segundo a qual ator e espectador estavam no mesmo mundo, que era a vida real, algo muito próximo à plateia, que estava acontecendo ali. [...]” (SENNETT, 1988, p.101) Desde então, ela passou a aplaudir as boas atuações; deixar a sala de espetáculos quando não lhe agradava a cena; retornar nos trechos favoritos, conhecidos por todos, e ansiosamente esperados, quando o ator vinha para o centro do palco e dizia suas falas diretamente voltado para o público, que respondia com assobios, lágrimas, pedidos de bis etc.. A situação se invertia quando o ator esquecia suas falas e era vaiado furiosamente. Como ainda subsistia a presença de alguns espectadores privilegiados no palco, muitas vezes eram confundidos com os artistas, dialogavam com eles, interferiam no texto, desfilavam desembaraçadamente pelo palco, inclusive, acenando para amigos nos camarotes, mas sobretudo, limitavam o espaço, deixando uma área ínfima para a representação. O que importava era reviver-se na ilusão do drama, integrar-se na angústia da personagem. A ribalta ajudava a acentuar o caráter teatral da cena desenrolada no palco. O público, que antes comungava da mesma luz da cena (quer do sol, quer das velas e lâmpadas), pouco a pouco é envolto em penumbra, o palco, luminosa lanterna mágica, desenvolve para a plateia em trevas a sua força hipnótica. (ROSENFELD, 1995, p.45) 77 CONCLUSÃO O teatro grego tinha um forte componente religioso, como todas as manifestações antigas. Sua origem explica este aspecto. Ele nasceu dos hinos celebrados em honra do deus Dioniso. Estes hinos celebravam as aventuras tristes ou alegres do deus. Os membros do coro, os coreutas, tomavam parte de sua alegria ou dor. Ao coro se uniu, posteriormente, um ator, depois outro e enfim um terceiro. Pouco a pouco o canto foi substituído pelo diálogo. A partir desta origem religiosa, o teatro conservou cenas rituais: luto, sacrifício e suplicações bem como cantos religiosos. A cenografia nos teatros era simplificada pelas unidades de ação, lugar e tempo da tragédia grega e os cenários se constituíam em fachadas de palácios, templos e tendas de campanha. Como vimos, tinha caráter eminentemente pedagógico e didático. Era um lugar concebido para se ver – theatrum – e aprender com o sofrimento da personagem. A elevação, a seriedade e a poesia da tragédia são definidas, bem como sua forma e estilo apropriado (tipo de diálogo) mas acima de tudo em poucas palavras ele define o que considera a função fundamental da tragédia, ou seja, a catharsis. [...]Podemos aceitar pura e simplesmente a ideia de que a tragédia, por sua própria natureza, envolveu o espectador e depurou-o de sentimentos como o terror, a piedade e outros semelhantes. Ele requer, portanto, uma reação emocional especifica. (HELIODORA, p.17) Já o teatro barroco foi o meio mais perfeito para a integração de todas as artes – grande objetivo do período. Nele concentraram-se os desejos de ostentação suntuosa, de transfiguração da realidade em ilusão, de construção de um mundo artístico fora do mundo natural para o que foram de importância capital as transformações ocorridas na cenografia e representação dos atores. Foi a escola cenográfica barroca, cujo grande exemplo foi a dinastia dos Bibbiana, que criou o universo eminentemente emocional e sensorial da ópera. E serviu, também, para, em sua caixa de mágicas, trazer vivo o conflito entre realidade e aparência, entre o gozo e a transitoriedade da vida, entre a mentira e a verdade do ator, que ao fazer seu papel e depois desaparecer lembra à nobre e distinta plateia de que toda ela era composta de atores do “gran teatro del mundo”, NOTAS Do amor de Zeus e Perséfone nasce o primeiro Dioniso, preferido 78 do pai e destinado a sucedê-lo no governo do mundo. Para protegê-lo dos ciúmes de Hera, sua esposa, Zeus designa Apolo seu guardião e pede que o esconda. Hera, enciumada e raivosa, descobre o paradeiro do jovem Dioniso e encomenda sua morte aos Titãs. Estes esquartejam Dioniso, cozinham seus pedaços e comem. Zeus, enraivecido, fulmina os Titãs e de suas cinzas nascem os homens. Este fato explica o bem e o mal existente nos seres humanos: como surgimos das cinzas dos Titãs, herdamos, também, seu mal, mas como os Titãs haviam comido os pedaços de Dioniso, herdamos, também, o lado bom. Deuses são imortais, e Dioniso era um deus, não morreu; renasce transformado. Aconteceu, que outra amante de Zeus, Sêmele, filha mortal do rei de Tebas, consegue subtrair dos Titãs o coração de Dioniso que ainda palpitava e engole-o, tornando-se, então, grávida do Dioniso transformado. Hera, no entanto, continua vigilante, e ao ter conhecimento das relações amorosas de Sêmele com Zeus resolve eliminála. Transforma-se em ama de Sêmele e a persuadiu a pedir a Zeus que se mostre em todo o esplendor de sua majestade. Este, atendendo ao pedido, mostra-se com seus raios e trovões. Sêmele morre carbonizada, fulminada pelos raios emitidos por Zeus. O feto, Dioniso, é salvo por Zeus que o retira do ventre da amante e enxerta-o em sua própria coxa até que se complete a gestação normal. Após o nascimento, temendo nova vingança de Hera, Zeus transforma o filho em bode e ele é levado para o monte Nisa, onde fica aos cuidados das ninfas e dos sátiros. No monte Nisa havia uma vasta vegetação de videiras. Quando Dioniso, já adolescente, espreme as frutinhas da uva e bebe seu suco em companhia dos sátiros (metade homem, metade animal) e das ninfas (princípio feminino) é criado o vinho. Embriagados começam a dançar e cantar. Antes de subir ao Olímpio, Dioniso, desceu aos infernos para buscar a mãe e a levou consigo. 2 . Pisístrato, governador e tirano grego de Atenas (561-556 a. C./546-527 a. C.). As desordens e a instabilidade política resultantes das reformas de Sólon levaram à sua tirania (561-527 a.C.), que impôs e ampliou as reformas de Sólon, realizando uma reforma agrária em benefício dos pequenos camponeses da Ática. Como protetor das artes, convidou o apoiou os poetas gregos em Atenas, onde fixou diretrizes culturais, instituindo uma sensação de unidade nacional e ampliando as atividades religiosas e os festivais teatrais. 3 . Havia na Grécia Antiga três grandes festivais em homenagem a Dionisio: as Dionísias Rurais, que se celebrava a meio do inverno e que se destinavam a solicitar os favores de Dionisio à fertilidade das terras; o Festival de Lenaea, que decorria em janeiro, devotado aos casamentos; e o principal festival para o qual as peças gregas que chegaram aos nossos dias foram escritas: a Grande Dionísia ou Dionisíaca Urbana, celebrada em Atenas. A Dionisíaca Urbana era um dos pontos culminantes e festivo da vida religiosa, intelectual e artística da cidade-estado de Atenas. Eram festividades que duravam 6 dias e que contavam com um grande concurso teatral em que cada poeta selecionado apresentava uma tetralogia - três tragédias e um drama satírico. Depois de algum tempo, as comédias também foram incorporadas. 4. Assembleia, lugar de reunião, era a praça principal na constituição da pólis, a cidade-Estado da Grécia Clássica. 5.Na Idade Média os autores deixaram de concentrar a peça num momento privilegiado da vida do heroi – característica do teatro grego -, levando os Milagres e Mistérios a uma duração infinita. Isto porque, para o Cristianismo, todos os atos do homem são significativos, tudo é fundamental na existência do cristão. Daí a necessidade de os Autos se estenderem em peripécias inumeráveis, e o problema quase intransponível de se construir uma unidade literária. A solução medieval para esta questão foi a criação da encenação simultânea. 6. Projetado por Palladio e Saamozzi apresentou características que uniram o modelo tardo-romano ao ar livre ao pensamento de Vitrúvio. A sala central é subdividida em três espaços: 1) www.fatea.br/angulo Cavea – degraus em madeira destinados à plateia – contornada pela galeria e uma colunata de ordem coríntia com estátuas; 2) proscênio – área destinada ao desenvolvimento da ação cênica; 3) o scaenae frons – o cenário fixo construído em madeira e estuque com as três portas clássicas – em seu interior permanece a cenografia fixa, destinada ao espetáculo de inauguração do teatro, representando as ruas de Tebas para Édipo Rei. 7. O Teatro Farnese foi o primeiro a apresentar o arco do proscênio. 8. A iluminação dos teatros se fez, até 1720, com velas de sebo. As gambiarras se compunham de uma série de lamparinas postas em caixas de folha-de-flandres o que, muitas vezes, causava incêndios. LISTA DE FIGURAS FIg. 01- Teatro de Dioniso na Acrópole Ateniense http://laricadiz. files.wordpress.com/2013/07dioniso-atenas-sec-v-2.jpg Fig. 02. Santuário de Delfos. upload.wikimedia.org/wikipedia/ commons/a/a3/Santuario_de_Apolo_Pitio.gif Fig. 03 Esquema do teatro grego Fig. 04. Teatro de Delfos http://salaseteartes.files.wordpress.com/2010/05/clesio-rs-5.jpg Fig. 05 - Estrutura arquitetônica do teatro grego e romano. - arm5. static.flickr.com/4030/4353018567_b5b2498ffc.jpg Fig. 06. Teatro romano de Merida http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/58/Teatro_ Romano_de_M%C3%A9rida_(Badajoz,_Espa%C3%B1a)_02.jpg teatro dioniso = atenas Fig. 07 - Planta do Teatro Olímpico http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons Fig. 08 - Teatro Olimpico http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e3/Teatro_ olimpico.jpg Fig. 09 - Cena trágica http://us.123rf.com/400wm/400/400/claudiodivizia/ claudiodivizia1002/claudiodivizia100200200/6485877-sebastianoserlio-tragic-theatreFig. 10 e 11. Cena Cômica e Satírica http://library.calvin.edu/hda/sites/default/files/cas439h.jpg Fig. 12. Teatro Farnese http://www.michellakim.com/wp-content/gallery/art03/parmateatro-farnese-031.jpg Fig. 13. Ópera Barroca http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/3c/Interior_ de_uma_%C3%B3pera_barroca.jpg Fig.14. Cenário de Ferdinando Galli da Bibbiena http://www.unav.es/ha/007-TEAT/escenografias-barrocas/ bibiena-decor-013.jpg Fig. 15 - Pietro Domenico Oliviero – Real Teatro em Turim http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1f/Pietro_ Domenico_Oliviero_-_The_Royal_Theater_in_Turin.jpg Ângulo 135, out./dez., 2013. p. 068 - 079 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Anderson Diego da Silva. Do edifício teatral a arquitetura de interiores: o espaço habitado sob o olhar da cenografia. Disponível em: http://semanaacademica.org.br/system/files/ artigos/ocenografoeodesignerdeinteriores.pdf. Acesso em 23 out. 2013 ALMEIDA, J. E. L. O Teatro, a pólis: Dioniso e seu espaço norteador da identidade políade. São Paulo: Labeca – MAE/ USP, 2010. Disponível em: http://labeca.mae.usp.br/media/pdf/almeida_o_ teatro_a_polis.pdf. Acesso em: 16 out. 2012 BRANDÃO, Junito. Teatro grego: origem e evolução. São Paulo: Ars Poetica, 1992. HELIODORA, Barbara. O teatro barroco. Disponível em: http://www.barbaraheliodora.com/frames.htm Acesso em 16 set. 2013 _______. Teatro grego. Disponível em: http://www.barbaraheliodora.com/frames.htm. Acesso em 16 set. 2013 ILIO, Daniela Tunes. A evolução da caixa cênica transformações sociais e tecnológicas no desenvolvimento da dramaturgia e da arquitetura teatral. São Paulo, Pós: revista do programa de pósgraduação em arquitetura e urbanismo da FAUUSP v. 17, n. 2. P.154-173. http://www.fau.usp.br/public/pos/27/revista_pos_27.pdf. Acesso em 18.out. 2013 LIMA, Evelyn Furquim Werneck. Arquitetura teatral no século XVII: o processo de italianização do modelo francês dos jeaux de pomme. A cenografia do período e as transformações de arquitetura. Rio de Janeiro, O Percevejo, 4(01), jan.-jul. 2012. P. MANTOVANI, Anna. Cenografia. São Paulo: Ática, 1989. MENDONÇA, Barbara H. C. de. O teatro barroco. In: A era do barroco. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1982. P.75-88. MOUSSINAC, Léon. História do teatro: das origens aos nossos dias. Amadora: Bertrand, 1957. ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1965. SENNETT, Richard. O declínio do homem público: as tiranias da intimidade. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. SOUZA, Sara Nunes de. A relação forma e função em edifícios teatrais em um ambiente virtual de aprendizagem. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2006. (Dissertação de Mestrado) URSSI, Nelson José. A linguagem cenográfica. 2006, 121 p. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas). Escola de Comunicação e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/C%EAnica/ Pesquisa/a_linguagem_cenografica.pdf Acesso em 22 set. 2013 VITRUVIO. Tratado de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2007. 79