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Telma Paiva Rovina Salgado
20-Mai-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.1-18)
O evangelista João, ao escrever este evangelho, tinha o propósito de criar uma atmosfera de reflexão
para conduzir o leitor à fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Apresenta Jesus como a Vida, a Luz e o
Amor. A palavra chave do evangelho é crer.
No original, o início do livro (Jo 1.1-18), chamado prólogo, tem um profundo conteúdo teológico em que
são estabelecidas a origem e a natureza tanto divina quanto humana do Messias. Exalta a encarnação da
Palavra de Deus, eterna criadora, na pessoa de Jesus, o Cristo.
Em relatos antigos, consta que os cristãos do século I se encontravam para cantar ou recitar em forma de
antífona este prólogo, exaltado a Cristo.
O livro foi escrito para que conheçamos Jesus como o Cristo e para que creiamos nele para que
tenhamos a vida eterna (Jo 20.31).
27-Mai-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.1-2)
A expressão “no princípio” refere-se a Gênesis 1.1, associando Jesus, o Verbo (ou Palavra) ao Deus da
criação. A encarnação (tornar-se carne = humano) de Jesus tem um significado inigualável não só para a
humanidade, mas também para todo o Universo.
O Verbo (Palavra) é Jesus Cristo, a expressão eterna, definitiva de Deus.
Em Gênesis, vemos a expressão de Deus a respeito de si mesmo, ordenando, dando nomes e criando.
Esse expressar, esse falar, essa Palavra é Deus. É uma declaração de que a Palavra estava com Deus e
a Palavra era Deus. E essa Palavra é Jesus, o próprio Messias (Jo 1.14 e Ap 19.13).
Jesus Cristo é a revelação pessoal de Deus.
03-Jun-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.1-2)
Jesus é a Palavra, que é mais do que expressão falada é Deus em ação criando (Gn 1.3), revelando-se
(Jo 10.30) e salvando (Sl 107.19-20 e 1Jo 1.1-2).
Jesus Cristo é eterno. Nunca houve tempo em toda a eternidade no qual o Filho de Deus não estivesse
presente. Ninguém o fez; Ele sempre existiu. A Today’s English Version parafraseia assim: “Desde o
princípio, quando Deus era, o Verbo também era; onde Deus estava, o Verbo estava com Ele; o que
Deus era, o Verbo era também”. Esta declaração afirma a eternidade, a proximidade e a identidade do
Verbo com Deus.
O verbo sempre foi uma realidade, antes mesmo que o tempo tivesse começado, ou seja: “O Cristo já
existia e estava com Deus, Ele sempre esteve vivo e Ele mesmo é Deus”.
10-Jun-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.3-4)
Jesus é o agente divino responsável por toda a criação: “Nada do que existe foi feito sem Ele, e o que foi
feito tinha vida nele”. Ele criou tudo o que há - não existe nada que Ele não tenha feito. Tudo o que foi
feito, no mundo visível e invisível, teve a participação de Cristo.
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Telma Paiva Rovina Salgado
No versículo 4, temos a expressão “e a vida era a luz”. As duas palavras referem-se à essência e à
missão do Verbo Encarnado, isto é, à ação reveladora e salvadora de Cristo. Nele está a vida eterna e
esta é a nossa vida traz luz a todas as pessoas. Jesus Cristo é a nossa vida. Ele nos deu a vida física e a
vida espiritual também. Não há vida fora dele. Ninguém senão Deus pode criar a vida. A vida é dom de
Deus.
17-Jun-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.5-8)
No versículo 5, temos: “As trevas não o compreenderam”. (Outra versão: “As trevas não o receberam”).
Isso significa que as trevas não conquistaram a luz; as trevas não são receptivas e não compreendem a
luz; e as trevas nunca serão capazes de eliminar a luz. As trevas existirão enquanto os seres humanos
preferirem o mal (Jo 3.14-21), mas elas nunca dominarão a luz. Esta luta já está ganha pela luz.
Quando Cristo se manifestou ao mundo, destruiu as trevas da ignorância implantadas no mundo por
Satanás (Is 60.19). As trevas são tudo aquilo que as mentes humanas, aniquiladas pelo pecado, geram
levando o ser humano a uma profunda inimizade com Deus. Mas Jesus se manifestou ao mundo para
que a sua luz esclarecesse a mente das pessoas e as libertasse (2Co 4.4).
24-Jun-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1.6-11)
Cristo veio ao mundo. Com a sua vinda, tornou-se a luz verdadeira para aqueles que creem, a luz que
ilumina a consciência do ser humano, tornando-o responsável e ciente da existência de Deus. Jesus é a
nossa luz. Ele é o nosso guia. Mostra-nos por onde e como andar, e guarda-nos de tropeçar. Através de
Jesus, o ser humano tem a possibilidade de seguir o caminho da verdade para escapar da escuridão do
pecado.
“O mundo não o conheceu”, isto é, muitas pessoas não o receberam, não creram nele. “Ele veio para a
sua terra natal, mas seu povo não o recebeu”. Como Jesus passou a sua vida entre as pessoas na terra
de Israel ou próximo a ela, pode-se concluir que o “seu” e “seus” referem-se ao povo judeu. A história de
Jesus Cristo, na terra, é uma história de rejeição. Ele se dirigiu a muitos, mas poucos se tornaram seus
seguidores, e ele ainda é rejeitado nos dias de hoje.
01-Jul-2012
O Evangelho segundo João (Leia João 1. 11 e 12)
“Mas a todos quanto o receberam”, os que depositaram confiança na pessoa e no poder dele. O conceito
de “nome”, no antigo Oriente Médio, incluía tudo que uma pessoa era. É a mesma coisa quando dizemos
que alguém fala “em nome” de uma pessoa. Significa: ela representa sua autoridade e expressa seu
ponto de vista.
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Telma Paiva Rovina Salgado
Mas crer não significa atribuir propriedades mágicas ao nome de Jesus em si mesmo. Crer é a resposta
do ser humano com a mente e o coração à ação salvadora de Deus por meio de Jesus Cristo. Quando
uma pessoa crê, recebe a vida eterna.
“Ele lhe deu o poder (direito) de se tornarem filhos de Deus” - Por um lado, todos somos filhos de Deus
porque fomos criados a sua imagem; por outro lado, ser filho de Deus significa ter um relacionamento
íntimo e pessoal com Ele, como vários personagens da Bíblia tiveram, de modo que Deus falava com
eles pessoalmente e estes falavam com Ele. Com a Nova Aliança, o crente pode estar em contato direto
com Deus, seu Pai, através de Jesus Cristo, seu filho.
08-Jul-2012
Leia João 1.13-14
Todos os que crêem em Jesus como Salvador nascem de novo. Não um novo nascimento físico,
resultado do desejo humano – mas da vontade de Deus. Cristo tornou-se um ser humano e morou aqui
na terra entre nós. Era cheio de perdão amoroso e da verdade. Alguns de pessoas viram a sua glória – a
glória do Filho único do Pai Celeste.
João ressaltou que o Verbo preexistente assumiu plenamente a existência humana, para se fazer igual
aos seres humanos e manifestar-lhes a glória de Deus. João reconheceu em Jesus Cristo o próprio Deus,
porque o Deus invisível se fez visível em Jesus Cristo (Cl 1.15). Quando João declarou que Jesus
“habitou” entre nós, o verbo usado no original é “tabernaculou”, ou seja, colocou sua tenda de
acampamento, referindo-se à presença de Deus no meio do seu povo, no tabernáculo ou santuário do
Antigo Testamento (Ex 40.34-38). Leia também Apocalipse 21.3.
22-Jul-2012
Leia João 1.15-18
“Graça” no v.16 significa Deus atendendo nossas necessidades na pessoa de Jesus Cristo, incluindo
todo o seu poder e provisão. “Graça”, no grego “charis”, é equivalente à palavra hebraica “chen” (graça,
favor) ou “chesed” (amor leal e bondade). No v.17 lemos que a graça e a verdade são atributos pessoais
de Deus que Jesus revelou de uma forma especial durante sua passagem pela terra, em sua eterna
capacidade como a Palavra de Deus, que vem demonstrando à humanidade desde o inicio da criação. A
graça, a verdade e a Lei (Torá) vêm de Deus, e são a elevada expressão de quem Ele é. No v.18 quando
lemos que “ninguém jamais viu Deus”, podemos entender que “a suprema glória e natureza de Deus
estão ocultas da humanidade pecadora”. Mas Cristo nos fez conhecer a Deus por meio da Palavra, da
vida, da luz e da graça. A Palavra é Deus expresso, vida é Deus transmitido, luz é Deus resplandecendo,
graça é Deus desfrutado.
29-Jul-2012
Leia João 1.19-31
João Batista não veio a terra falar de si mesmo. Tinha uma missão a cumprir. Seu privilégio era o de
preparar o caminho para o Messias. Toda a vida de João foi ocupada em apresentar Cristo aos judeus.
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Telma Paiva Rovina Salgado
Ele não era o profeta Elias, mas vinha no mesmo espírito. Sua mensagem era de arrependimento e
restauração. João veio preparar o caminho para o Senhor Jesus Cristo e ser sua testemunha.
No v.16, “no meio de vós”, ele fala dos líderes religiosos dizendo que eles estavam atrás do homem
errado. Ele não era o Cristo, mas o Cristo estava lá.
No v.29, João Batista descreve Cristo como o “Cordeiro de Deus”. Assim como no Antigo Testamento o
cordeiro derramava seu sangue nos sacrifícios para expiar os pecados, Jesus Cristo viu para morrer por
nós e expiar os nossos pecados, tirando a culpa de qualquer um que lhe peça perdão. O sangue de
Jesus, derramado no sacrifício da cruz do Calcário, é poderoso para aniquilar todo e qualquer pecado
cometido pelos seres humanos. O seu poder não é limitado pelo tempo, mas atinge todos os pecados
daqueles que creem no seu sacrifício expiatório. Este sangue remiu os pecados do passado, do presente
e do futuro.
05-Ago-2012
Leia João 1.32-34
Jesus foi apresentado aos líderes religiosos como um cordeiro (v.29), acompanhado de uma pomba
(v.32). O cordeiro tira o pecado do ser humano e a pomba traz Deus como vida ao ser humano. O
cordeiro visa à redenção, para redimir o ser humano caído para Deus, e a pomba visa dar a vida, para
ungir o ser humano com o que Deus é, a fim de introduzir Deus no ser humano. E unir os salvos em Deus.
Tanto o cordeiro como a pomba são necessários para o ser humano partilhar Deus.
O testemunho de João (v.33) era de confiança por ter vindo através de revelação divina. Como Cordeiro
de Deus, Jesus nos justifica e tira o nosso pecado; ao batizar com o Espírito Santo, Ele nos enche e nos
dota de um poder capacitador.
Jesus Cristo é o “Filho de Deus”. Foi para ensinar esta verdade que o evangelista escreveu este
evangelho e João Batista é a primeira pessoa neste livro que testificou que Jesus é Deus. O evangelista
creu em Jesus e queria que outros o conhecessem, também. Esta é a mensagem: o Filho de Deus veio
ao mundo para morrer, para que, o ser humano, vindo a Ele, possa viver.
12-Ago-2012
Leia João 1.35-50
O autor passa a mostrar como alguns, a partir do testemunho de João, encontram-se com Jesus e creem
nele. Jesus chama seus primeiros discípulos dentre aqueles que também seguiram João Batista. Como
somente André é nomeado um dos primeiros dois discípulos, o outro, provavelmente, era João, autor
deste Evangelho. Jesus irá aperfeiçoando a fé dos discípulos com atos e ensinamentos.
“Messias” é uma palavra hebraica, “Cristo” é a tradução grega. Ambas significam “o ungido”. Cristo é o
ungido de Deus, aquele que Deus designou para realizar o seu propósito, o seu plano eterno.
Quando Jesus faz uma menção tão precisa sobre Natanael (Jo 1.40), Ele mostra o conhecimento pessoal
e completo e dos seres humanos. A figueira é uma árvore frondosa que produz sobra abundante.
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Telma Paiva Rovina Salgado
Segundo relatos rabínicos, a sombra dela era um lugar ideal para a leitura das Escrituras. Mesmo através
da fachada de descrença de Natanael, Jesus discerniu sua transparência de espírito.
19-Ago-2012
Leia João 1.51
No v.51 temos a alusão ao sonho de Jacó (Gn 28.11-22). Cristo como Filho do Homem com sua
humanidade é a escada posta na terra cujo topo atinge o céu, que mantém o céu aberto para a terra e
une a terra ao céu, com vistas à casa de Deus, Betel. Jacó derramou o azeite (símbolo do Espírito Santo,
a expressão máxima do Deus Triúno alcançando o ser humano) sobre a pedra (símbolo do ser humano
transformado), para que essa fosse a casa de Deus. Temos o Espírito (v.32) e a pedra (v. 42 – Cefas
significa pedra) para a casa de Deus, juntamente com Cristo em sua humanidade. Onde há isso, há um
céu aberto. Os discípulos, ao presenciarem as obras, a morte e a ressurreição de Jesus,
compreenderam que Jesus é a verdadeira e definitiva casa de Deus entre os ser humanos.
Assim, o capítulo 1º apresenta Cristo tanto como o Filho de Deus (v. 34 e 49) como Filho do Homem (v.
51). Como Filho de Deus, possui a natureza divina e, como Filho do Homem, possui a natureza humana.
Para apresentar Deus aos seres humanos, Cristo é o Filho de Deus. Na terra, entre as pessoas, Ele é o
Filho do Homem.
26-Ago-2012
Leia João 2.1-4
Os casamentos eram celebrados publicamente com um banquete que chegava a durar até uma semana,
onde o vinho era servido livremente. O casamento representa a continuidade da vida humana, o prazer e
o desfruto que se pode obter dela.
A presença de Jesus na festa demonstra que Ele participa da vida social e que aprova o matrimônio,
reforçando o preceito da família como instituição divina.
O vinho, suco vital da uva, representa a vida. Portanto, o fato de o vinho ter-se acabado indica que a vida
humana acaba. Ao se levar em conta os deveres de hospitalidade da família judaica, a falta de vinho se
constituiria em um grande problema para o anfitrião e seus convidados.
Quando Jesus chama Maria de “mulher” (v. 4), esta expressão no original é de respeito e afeição.
Provavelmente Maria queria que Jesus usasse essa ocasião para se apresentar abertamente como o
Messias. Mas a resposta de Jesus foi: “Eu sei que você quer que eu me revele ao mundo. No entanto, a
minha obra não é realizar milagres e, sim, morrer. Mas ainda não chegou esta hora”.
02-Set-2012
Leia João 2.5-12
Jesus não obedeceu prontamente às palavras de sua mãe, deixando bem claro que Ele estava iniciando
seu ministério como Filho de Deus e não como filho de Maria. Não faria a vontade da mãe, mas iria
agradar a seu Pai nos céus. Maria mostra sabedoria ao aceitar humildemente a resposta de seu filho.
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Telma Paiva Rovina Salgado
Não fica desanimada e exerce sua fé, ordenando confiantemente aos servos que obedeçam a qualquer
ordem de Jesus. As seis talhas são um símbolo da incapacidade do judaísmo em aproximar o ser
humano de Deus. O rito de purificação dos judeus com água representa a tentativa da religião de tornar
as pessoas limpas por meio do cumprimento de certos ritos cerimoniais. A água pode representar a morte.
E transformar a água em vinho significa transformar a morte em vida. O primeiro milagre de Moisés foi
transformar água em sangue (Ex 7.14-24). O de Cristo, água em vinho. Assim, o vinho novo é símbolo
do sangue que está eternizado na celebração da ceia memorial (Mc 14.23-25 e 1Co 11.25,26), a qual
aponta para um vinho novo a ser compartilhado entre todos os salvos em Jesus Cristo. O vinho novo é
também o símbolo da alegria que só Jesus pode dar e ninguém poderá tirar.
09-Set-2012
Leia João 2.11-17
Jesus veio para transformar o que era insípido, inodoro e incolor, em algo de bom sabor, caro e que traz
alegria – a nossa nova vida em Cristo. Jesus mudou a tristeza em alegria naquela festa.
Esse primeiro sinal estabelece o princípio de todos os outros e, com ele, a divindade do Senhor se
manifestou. Neste livro, todos os milagres realizados pelo Senhor são chamados de sinais. Sinais
testemunhados por João que revelam a divindade de Cristo.
Jesus escolheu a vila calma de Caná, na província pouco importante da Galiléia para iniciar o seu
ministério público.
A dramática reação de Jesus (v.13) aconteceu durante a época mais solene do ano e o lugar era o
mais sagrado de Israel. Interpretado à luz da profecia messiânica do Salmo 69 (v. 17) o incidente
fortaleceu a convicção dos discípulos de que Jesus era realmente o Messias.
Os cambistas e outros mercadores faziam transações fraudulentas; com sua atitude, Jesus demonstra
sua autoridade messiânica em relação à fraude e comercialização do sistema de sacrifícios.
16-Set-2012
Leia João 2.16-22
Se os atos de Jesus foram surpreendentes (v.15), suas palavras também devem ter causado admiração
(v.16), quando se referia a Deus dizendo “Meu Pai”, porque os judeus não estavam acostumados a tanta
familiaridade com Deus.
O povo queria prova da autoridade de Jesus (v.18). A resposta que Ele deu foi outra surpresa (v. 19 e 20).
A única prova ou sinal que Jesus deu foi sua morte e ressurreição. Cada vez que pediram a Jesus que
provasse a sua autoridade, Ele deu o sinal de sua ressurreição (ler Mt 12.38-40). Sua ressurreição é o
sinal supremo de sua divindade.
Os judeus não entenderam as palavras do Senhor porque pensaram que Ele falava da “construção” (o
templo físico), pois não tiveram discernimento para perceberem que Ele falava do seu próprio corpo. “A
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Telma Paiva Rovina Salgado
presença de Deus entre os homens já não estará simbolizada por um lugar material, mas pela pessoa de
Jesus” (Jo 4.21-24 e Ap 21.22).
Os discípulos creram nas Escrituras (v.22), naquelas passagens bíblicas referentes à ressurreição do
Messias (Os 6.2; Is 53.7-12; Jo 1.17; Mt 16.4; Lc 11.29-32; Sl 16.8-11 e At 2.24-32).
23-Set-2012
Leia João 2.23-25 e 3.1-4
No versículo 23, “muitas pessoas” creram no nome dele ao ver os milagres que realizava, mas não nele
(v. 24 e 25). Seus milagres as empolgavam, mas elas não reconheciam seus pecados e nem se
arrependiam deles. O entendimento de Jesus sobre a natureza humana penetra a superficialidade da fé
nele devido aos seus milagres (Lc 16.15). Em contraste com aquelas pessoas, Nicodemos buscava a
Deus e, finalmente, alcançou a fé genuína.
João 3.1-4: Nicodemos era fariseu (tipo de religioso que priorizava a observação exata e literal da lei
judaica), um homem rico e membro do Sinédrio (corte suprema de justiça judaica). Pode ter ido até Jesus
à noite por temer por sua reputação e posição. Sua visita noturna também indicaria uma incerteza sobre
Jesus ser o próprio Messias. Jesus não o criticou por temer buscá-lo publicamente, mas lidou com a sua
necessidade que era nascer outra vez. No grego, a palavra traduzida por ‘de novo’ também pode ser
traduzida por ‘de cima’ e ‘do alto’.
30-Set-2012
Leia João 3.5-13
Água pode referir-se ao nascimento físico. Os judeus usavam termos como “água” e “gota” para
descrever o nascimento natural. Mas também pode ser uma referência à fé que é expressa na água do
batismo (relacionado com a purificação ritual do corpo (Mt 3.1-17; Jo 1.26-24) enquanto o Espírito Santo
nos dá poder para abandonar o pecado e viver uma vida santa (através da renovação e transformação),
ou seja, a regeneração. Essa regeneração se realiza no espírito humano pelo Espírito Santo de Deus,
quando o ser humano passa a ter a vida divina e eterna (além da vida humana natural).
A palavra grega para vento (v.8) é a mesma para espírito (Ec 11.15). Uma pessoa regenerada é como o
vento, que se pode reconhecer, mas não se pode entender. Mesmo assim, é um fato, uma realidade. O
uso do plural (nós dizemos, sabemos, testificamos, vimos) no v. 11 é que Jesus associa-se a outras
testemunhas: João Batista (Jo 1.7,32-34), Isaías (Jo 12.41), Abraão (Jo 8.56), Moisés (Jo 5.46) e outras
(Jo 5.39).
Jesus declara sua origem celestial no v.13. Em outras palavras, Ele diz: “Somente eu, o Messias, vim à
terra e voltarei ao céu outra vez”.
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Telma Paiva Rovina Salgado
07-Out-2012
Leia João 3.14-16
Assim como os israelitas foram salvos da praga da serpente quando contemplaram a serpente de bronze
levantada por Moisés (Nm 21.4-9), todas as pessoas são salvas da morte, da separação de Deus e do
tormento eterno ao contemplar, com seus olhos espirituais, a pessoa de Jesus levantado na cruz para
morrer (Jo 8.28 e 12.32).
O versículo 16 é talvez o mais famoso e mais mencionado do Novo Testamento que resume a verdade
de que Deus veio tanto para os judeus quanto para os gentios, na forma de Jesus, o Messias. Este
versículo nos ensina que: 1) Deus ama sua criação, o mundo (a humanidade); 2) amar é dar, amar muito
é dar muito, e Deus amou tanto o mundo que deu o que tinha de mais precioso; 3) Jesus estava
consciente, de maneira antecipada, de que morreria como um sacrifício para Deus; 4) Jesus sabia que
Ele era o único Filho de Deus; 5) o destino do ser humano, quando ele confia em si mesmo e não crê em
Jesus, é a destruição (perdição) total, não apenas uma interrupção da existência consciente, mas o
sofrimento eterno que é a consequência inevitável do pecado; e 6) o destino de um indivíduo que crê em
Jesus é a vida eterna, não apenas a sobrevivência além do túmulo, o que todos têm (Jo 5.28,29; Ap 20.4
e 5; 12 a 15), mas a vida positiva “em” Jesus (Jo 1.25,26).
14-Out-2012
Leia João 3.16-21
Crer em Jesus não é um mero reconhecimento intelectual, mas apegar-se, comprometer-se, confiar, ter
fé, apoiar-se no fato de que Jesus é completamente humano, ou seja, plenamente identificado conosco
e, ao mesmo tempo totalmente divino, inteiramente identificado com Deus.
O mundo (v.17) está sujeito à condenação e, no final, terá sua pecaminosidade condenada. No entanto, a
primeira vinda de Jesus não foi com esse propósito. No dia do juízo, Ele será o Juiz que condenará o
mundo (Jo 5.27). Aqueles que, após ouvirem as boas novas e compreendê-las, mas recusam-se a confiar,
já foram julgados e condenados (v. 18) (Is 59.2).
Uma paráfrase dos versículos 19 a 21 seria: “A Luz do céu veio ao mundo, porém eles amavam mais a
escuridão do que a Luz, porque as obras deles eram más. Eles odiaram a Luz celeste porque queriam
pecar na escuridão. Ficaram longe daquela Luz, com medo dos seus pecados serem revelados e eles
castigados. Mas aqueles que se comportam bem têm prazer em vir para a Luz, a fim de que todos vejam
que estão fazendo o que Deus quer”.
21-Out-2012
Leia João 3.16-21
Encerrando o capítulo 3, podemos destacar que nestes versículos Jesus Cristo nos dá a verdadeira
dimensão de sua missão. Duas verdades se destacam: 1) Deus, no seu infinito amor pela sua criatura (o
ser humano), não hesitou em enviar seu Filho ao mundo para sacrificar sua vida em favor do pecador;
pois pela sua morte e ressurreição fomos salvos para a vida eterna. 2) O ser humano continua sendo
“livre” para escolher o seu caminho. Deus nos criou com capacidade de escolha, o que nos torna
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Telma Paiva Rovina Salgado
“responsáveis por nós mesmos”. O texto é muito claro. Aquele que aceitar o sacrifício de Cristo estará
salvo, mas o que rejeitar já está condenado.
A morte de Jesus não foi o desfecho de um processo exigido pelo Pai ofendido, mas a concretização de
um misterioso ato de amor, no qual tanto o Pai como o Filho nos revelam sua misericórdia infinita. O
sacrifício de Cristo nos mostra: 1) a gravidade do nosso pecado; 2) o maravilhoso amor de Deus. Não
nos esqueçamos de que foi Deus quem veio ao encontro do ser humano e não o ser humano quem foi ao
encontro de Deus. O céu desceu até a terra e não a terra que subiu ao céu. A grandeza da remissão dos
nossos pecados, efetuada por Cristo, está muito mais na intensidade do amor com que Deus, em Cristo,
nos amou do que no tamanho da cruz ou pela quantidade de sangue derramado (Rm 5.6-10).
28-Out-2012
Leia João 4.1-6
Começam as críticas ao ministério de Jesus. Então, ele se retira da Judéia, dirigindo-se para a Galiléia.
Os judeus e os samaritanos não se entendiam desde os tempos de Oséias, o último rei de Israel (por
volta de 700 a.C.) (2Rs 17.3-6, 24-27; Es 4). Na Palestina, a província da Judéia ficava ao sul e, ao norte,
estava a Galiléia. Entre as duas, havia a pequena Samaria. Para evitar um encontro com os
samaritanos a quem desprezavam, os judeus preferiam contornar Samaria para ir de uma província a
outra.
A afirmação “Era-lhe necessário passar por Samaria” indica que o Espírito Santo fez com que a rota de
Jesus fosse mudada para que uma comunidade recebesse a sua mensagem.
O v.6 diz que Jesus estava “cansado do caminho”. O mesmo João que ressalta como nenhum outro a
divindade de Jesus (Jo 1.1) nesta declaração, acentua a humanidade de Jesus, que estaria esgotado
pela caminhada naquela hora do dia. Segundo fontes judaicas, o horário seria meio dia. Como ser
humano, Jesus experimentou a fadiga humana; como Filho de Deus, Ele trabalhava continuamente (Jo
5.17).
04-Nov-2012
Leia João 4.7-9
A aversão entre judeus e samaritanos pode ser vista em João 8.48 e em Lucas 9.51-53. Tudo começou
quando Jesus decidiu afastar-se da Judéia e retornar à Galiléia. Na viagem, encontra-se com uma mulher
samaritana e conversa com ela.
Segundo estudiosos do Novo Testamento, os rabinos (mestres de religião) daquela época eram
proibidos de falar em público com uma mulher. Tal atitude podia denegrir a reputação de um rabino ou
fariseu.
Jesus, porém, rompe com estes limites da religião judaica. Primeiramente porque foi Ele que iniciou a
conversa com o pedido: “Dá-me de beber”. E, em segundo lugar, porque, além de ser uma mulher, ela
também era samaritana.
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Telma Paiva Rovina Salgado
Com esta postura, Jesus deixa claro que o amor de Deus não faz distinção. Jesus está revelando a
universalidade do evangelho. Deus não se deixa prender pelos obstáculos que os seres humanos criam.
Seu amor derruba barreiras e quer alcançar o ser humano onde quer que ele esteja, independentemente
do que ele seja. Não importa raça, nacionalidade, cor, gênero, etc.
“Onde as pessoas constroem muros, Deus constrói pontes”.).
11-Nov-2012
Leia João 4.7-20
Podemos interpretar que pedir água àquela mulher fazia parte de uma estratégia evangelística de Jesus.
À medida que procura conquistar a confiança dela, ele orienta sabiamente a conversa, levando-a de um
simples comentário sobre beber água à revelação de que ele era o Messias. Aquele que pedia água
poderia oferecer água viva, a saber, a si mesmo. O espanto, a admiração e a curiosidade da samaritana
foram crescendo à medida que a conversa ia se estendendo. Aos poucos, ele foi mostrando para ela que
ele era o Cristo, o esperado, o ungido de Deus. E o faz declarando ser a fonte de águas vivas,
confirmando o que os profetas haviam previsto sobre a época messiânica (Is 35.7, Jr 17.13 e Is 49.10).
Ao afirmar possuir a água da vida capaz de matar para sempre a sede do ser humano, Jesus estava
declarando que, com ele, a era messiânica havia chegado. Em hebraico, água viva significa água
corrente de uma fonte ou de um córrego, em contraste com a água estocada numa cisterna ou poço. De
forma figurativa, com Jesus, ela significa vida espiritual (Jo 7.37-39).
Quando Jesus revela a vida pessoal da samaritana, ela reconhece que Jesus poderia ser um profeta,
mas, por sentir-se envergonhada e humilhada, apressou-se em mudar de assunto mencionando a antiga
divergência sobre o lugar de adoração.
18-Nov-2012
Leia João 4.21-24
A conversa de Jesus com a samaritana gira em trono da verdadeira adoração. Temas sobre o lugar e o
tempo da adoração, a busca dos adoradores, o verdadeiro adorador, a quem se deve adorar e o modo
correto de se adorar são abordados.
O essencial é saber que Deus é espírito; e o ser humano deve procurar se aproximar dele em espírito e
verdade. Em outras palavras, Deus só pode ser verdadeiramente adorado desde que seja
verdadeiramente conhecido. Tal adoração dá-se através do contato direto com Deus por intermédio do
Espírito Santo, operando através do espírito humano. Se Deus é espírito e a verdadeira adoração é algo
vinculada à alma, então é necessário aprender a cultivar e aperfeiçoar a adoração prestada pela alma. A
adoração deve ser prestada de conformidade com a verdade do Pai, que é revelada no Filho e que se
recebe mediante o Espírito. Uma adoração que valoriza a leitura da Palavra de Deus para se conhecer
mais profundamente a Deus e seu imenso amor pelo ser humano. A adoração legítima nunca fica à parte
das Escrituras Sagradas; antes é centralizada na vontade de Deus, não em modismos baseados no
misticismo e em emoções. Deus não aceita nenhuma proposta de um tipo de adoração que ignore a
verdade da Bíblia, que é o alicerce da verdadeira adoração.
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Telma Paiva Rovina Salgado
25-Nov-2012
Leia João 4.22-26
Jesus mudou o conceito de adoração. Contrariando tanto o pensamento judeu quanto o samaritano, ele
declara que uma nova era estava começando em que a adoração a Deus não estaria restrita a lugares,
nem a holocaustos. A verdadeira adoração seria prestada pela dedicação a Deus da vontade, dos
sentimentos, da fidelidade, da mente e do coração, ou seja, do espírito do ser humano. Aqueles que
dedicam a Deus a própria vida, seus sonhos e ideais é que são os verdadeiros adoradores. E podem
fazê-lo em qualquer lugar já que Deus é espírito e como tal não está limitado a lugares específicos.
Jesus diz: “Eu, a pessoa que fala com você, o sou” (Jo 4.26) A declaração “Eu o sou” lembra a própria
revelação de Deus: “Eu sou o que sou” (Ex 3.14). Jesus disse este “Eu o sou”, nove vezes no Evangelho
de João (4.26; 6.20; 8.24, 28 e 58; 13.19; 18.5, 6 e 8), implicando numa declaração até maior do que a de
ser o Messias. Não só afirma que é Messias, o Filho de Deus (Mt 3.16 e 17), mas dá a dica de que Ele
deve ser identificado como o próprio Deus, o Senhor.
02-Dez-2012
Leia João 4.26-42
Quando Jesus declara taxativamente ser o Messias, a samaritana é transformada numa adoradora. A
semente lançada por Jesus caiu em boa terra. Esta mulher voltou para a cidade, comunicou a outros o
que Jesus lhe havia dito e todos vieram ter com Jesus (v 28, 29, 30 e 39 a 42).
Quanto aos discípulos, estes ficaram surpresos ao verem Jesus conversando com uma mulher e, além
disso, Jesus lhes disse que não tinha mais fome. Ele explicou que fazer a vontade de Deus, satisfazer as
necessidades de pecadores como a mulher samaritana, representava mais para ele do que comida (v.
31-34). Jesus desafiou-os a que olhassem ao redor e vissem a necessidade do evangelho que o povo de
Samaria estava passando. A região de Sicar, onde estava o poço de Jacó, era uma região fértil e famosa
por suas plantações de trigo. Jesus indicava que os samaritanos estavam prontos para receberem o
evangelho. Eram como o grão maduro que espera a colheita. A época da colheita de vidas dispostas a
ouvir a mensagem do reino havia chegado. Era preciso que os outros discípulos estivessem alertas e
ingressassem nesta missão, sabendo que: 1) a ceifa (colheita) pode estar mais próxima do que se pensa;
2) há galardão por todo serviço fiel a Deus; 3) quem principia um trabalho nem sempre o terminará.
16-Dez-2012
Leia João 4.39-54
Evangelizar a samaritana era fazer a vontade de Deus. Essa tarefa proporciona tanta satisfação e
sustento quanto o alimento material. Devido ao testemunho da mulher, os samaritanos quiseram
aprender mais. Foram a Cristo, creram nele pelo que o ouviram dizer, dando-lhe o título de “Salvador do
mundo”.
Depois, Jesus curou o filho de oficial, provavelmente a serviço de Herodes. O texto não declara que o
oficial não era judeu, porém, levando-se em conta a conduta romana, teria sido excepcional que ele fosse
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Telma Paiva Rovina Salgado
judeu. Como seu filho estava doente, ele se empenhou para que seu filho recebesse a visita de Jesus a
fim de curá-lo. Este oficial demonstrou ter fé extraordinária ao crer que Jesus curaria seu filho mesmo
sem descer a Cafarnaum. Ao retornar para casa e conversar com seus servos, ele constatou que a
palavra de Jesus era verdadeira e, assim, graças a esse milagre, tanto o oficial como toda a sua família
creram em Jesus Cristo.
A cura deste rapaz não demonstra apenas o poder de cura de Jesus, mas também ressalta o princípio
de que Ele não encarava os sinais (milagres) como um fim em si mesmo, mas como um meio para que
aquele que fosse objeto do milagre passasse a ter fé.
23-Dez-2012
Leia João 5.1-9
João não identifica qual era a festa judaica, mas o foco aqui é que Jesus estava obedecendo ao
mandamento da Torá. A última frase do v. 3 e todo o v. 4 são omitidos em alguns manuscritos gregos
antigos de João. As declarações podem refletir uma tradição popular associada com o tanque de que o
borbulho das águas (v. 7) era causado sobrenaturalmente por um anjo. Mas alguns eruditos acreditam
que o borbulho fosse causado por uma fonte intermitente.
Enquanto o restante de Jerusalém estava aproveitando o dia festivo, uma “multidão de enfermos” estava
em Betesda (em hebraico: ‘lugar de Derramamento’, ‘Casa da Graça’ ou ainda ‘Casa de Misericórdia’).
Nesse cenário de dor, Jesus Cristo identifica a necessidade de cura de um paralítico que estava
abandonado à sua própria sorte há 38 anos, com uma possibilidade muito remota de cura. No entanto,
Jesus o cura. Jesus tinha poder de conceder saúde física e espiritual imediata, completa e permanente. A
cura do paralítico foi um ato deliberado de Jesus já que o homem não o procurara como fizera o nobre no
cap. 3º.
30-Dez-2012
Leia João 5.8-15
Jesus disse ao homem que fizesse três coisas (v.8) que ele, na realidade, não tinha capacidade de fazer.
Imediatamente, sem hesitação o homem obedeceu. Aqui se vê a fé em ação. O homem creu e suas
ações demonstram sua fé. O Senhor falou e ele obedeceu.
Jesus sempre se demonstrou solidário frente aos sofrimentos humanos. Na verdade, Ele veio
exatamente para trazer alívio, cura, salvação para a alma dos que o buscam (Mc 2,17), como o profeta
Isaías, cerca de 700 anos a.C., havia previsto a respeito do ministério de Cristo, o Messias (Is 57.15).
Esta cura deu-se num sábado e alguns judeus não notaram que um homem coxo estava andando, mas o
que eles viram foi uma de suas leis sendo quebrada (Jr 17. 21,22 e Ne 13.19), pois não era lícito que o
homem carregasse a esteira que lhe servia de cama. Assim, eles ignoraram a cura milagrosa e
concentraram-se somente na infração da sua versão da lei. Não conseguiram ver que o homem estava
curado, atestando a glória de Deus. Isto foi apenas o início do antagonismo dos judeus para com Jesus.
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Telma Paiva Rovina Salgado
06-Jan-2013
Leia João 5.16-18
Quando Jesus afirma: “Meu Pai (Deus) tem trabalhado até agora no sábado e eu também estou
trabalhando no sábado”, podemos ter uma compreensão alternativa interessante de que, numa visão
geral das coisas, há um sábado que ainda está por vir (Hb 4.9-11) e, assim, a presente era da história
pode ser pensada como os outros dias da semana.
Já que estamos numa época que é um dia da semana comum, é permitido que o Pai e o Filho trabalhem;
e eles continuarão trabalhando até que venha o dia em que seja completamente sábado.
O descanso de Deus, depois de criar todas as coisas, ocorreu diante do término de sua obra perfeita e
irrepreensível. Mas o pecado entrou na obra da criação, transtornando tudo. Agora, num mundo cheio de
pecado e sofrimento, o Pai e o Filho operam incessantemente.
A oposição a Jesus é imediatamente percebida ao dizer que Deus era seu próprio Pai. Ele alegava
igualdade com Deus.
Para alguns judeus, seria ideal classificar Jesus como um ser humano e não divino, já que era
considerado um grande mestre pelo povo. Mas a declaração de Jesus aqui torna tal opção impossível.
Como um mero grande mestre humano ensina que é igual a Deus?
13-Jan-2013
Leia João 5.19-22
No v.19, Jesus está ensinando algo sobre a natureza interior de Deus, sobre como o Filho e o Pai se
relacionam um com o outro dentro da eterna unidade de Adonai (Deus).Ele é tem sua própria vontade
(compare com Mt 26.39). Lendo Hebreus 5.7-9, vemos que o divino Filho “aprendeu a obedecer” e
tornou-se completamente submisso à vontade do Pai através do poder do Espírito Santo, que está sobre
Ele “sem medida” (Jo 3.24). Na encarnação, o Filho de Deus fez-se realmente dependente do Pai, como
toda criatura humana. Jesus não é inferior a seu Pai: submeter-se e obedecer perfeitamente demonstra a
perfeição de Deus; pois uma vontade que não é a vontade de Deus significa ser inferior a Deus. A visão
de Jesus, seja espiritual, assim como física, o capacita a perceber o que o seu Pai faz e deseja. Jesus
nos ensina que tem o poder divino. Assim, tem poder para ressuscitar os mortos (v.21) e autoridade para
trazer o juízo divino (v.22).
Jesus declara: “O Pai não julga ninguém; pelo contrário, ele deixa o julgamento com seu Filho” (v. 27).
Se o Pai confia o julgamento a seu Filho, então, o Pai tem um papel no juízo como aquele que delega e
o Filho está incluído no que significa ser “Deus”. Eis aí o misterioso paradoxo de Jesus ser
simultaneamente humano e divino (v.30 e Jo 12.48 -49).
20-Jan-2013
Leia João 5.23-47
O final do v.23 pode ser comparado com Mateus 22.33-46 e 1 João 2.23, onde é dito que não é possível
que alguém possa honrar, adorar e crer em Deus sem crer em Jesus, o Messias. No v.29, é ensinado
que há dois tipos de morte e ressurreição (Dn 12.2 e Rm 2.5-8). A primeira é para todos aqueles a quem
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Telma Paiva Rovina Salgado
Deus considera justos. São aqueles que confiam na execução de Jesus como expiação pelos seus
próprios pecados (Jo 6.28-29; Ef 2.8-10), a quem é concedido compartilhar da “primeira ressurreição (Ap
20.4-6). A outra é para os que não confiaram em Jesus; estes estão sujeitos à separação definitiva de
Deus.
No v.32, Jesus nomeia 5 testemunhas a seu favor: João Batista (v.32-35), as suas obras (v. 36), o Pai
(v.37-38), as Escrituras (v.39) e Moisés (v.45-47). A primeira parte do 37 pode ser comparada com
João 8.18. Entretanto, esses da Judéia não podiam receber o testemunho do Pai porque seus corações
endurecidos não criam em Deus. Uma pessoa que ama a Deus verdadeiramente recebe Jesus. O
principal aspecto do testemunho de Deus é a sua Palavra, as Escrituras; Jesus convida aqueles que não
têm a palavra permanente nele, a buscarem as Escrituras e, assim, a agirem como os cristãos de Beréia
(At 17.11).
27-Jan-2013
Leia João 5.40-47
Jesus reforça o que tinha dito até agora, argumentando que: 1) Os ouvintes não tinham o amor de Deus;
2) Pelo contrário, buscavam a honra humana e uns dos outros; 3) Se recusavam a ir a Jesus para ter a
vida porque preferiam a honra uns dos outros e queriam honrar a quem vinha em seu próprio nome, e
não no nome de Jesus.
Do v. 45 ao 47, Jesus traz o último argumento que seria o mais significativo para seus ouvintes: Moisés
escreveu a respeito de Jesus (Lc 16.31; 24.44 e Hb 11.26). O judaísmo tradicional nega isso, mas os
primeiros judeus cristãos frequentemente baseavam sua fé em Jesus como Messias nas passagens das
Escrituras, incluindo aquelas escritas por Moisés (Gn 49.10, Nm 24.17 e Dt 18.15-18), textos que, dentro
do judaísmo, são amplamente considerados como referências ao Messias. Portanto, disse Jesus: “Não
pensem que eu serei o acusador de vocês perante o Pai. Se vocês realmente cressem em Moisés,
creriam em mim, porque ele escreveu a respeito de mim. Mas se não creem no que ele escreveu como
poderão crer no que eu digo?” Os judeus eram submissos às Escrituras. Era a sua regra de vida. Mas a
grande tragédia foi que rejeitaram o Cristo das Escrituras. Não quiseram ir a Ele para ter vida. Mostraram
apego às particularidades dos preceitos religiosos, sem qualquer compreensão do espírito desses
preceitos, demonstrando insensibilidade espiritual. Acreditar não é apenas se achegar à cruz – é andar
com Cristo dia após dia.
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Telma Paiva Rovina Salgado
03-Fev-2013
Leia João 6.1-7
O milagre da multiplicação dos pães e peixes é relatado em todos os evangelhos. Este milagre é um
sinal que autentica que Jesus é realmente o Filho de Deus de modo a fortalecer a fé dos discípulos.
No v. 2, vemos que uma grande multidão estava seguindo o Senhor. Jesus estava num período de
grande popularidade. O povo se aglomerava ao seu redor (muitos por motivos interesseiros) e era difícil
para Jesus achar tempo para ficar a sós com seus discípulos. Os v. 4 e 5 podem estar extremamente
ligados, se concluirmos que talvez as pessoas tivessem começado a ter seu suprimento de pão
reduzido devido à proximidade da Páscoa, o que intensificaria o problema.
No v. 6, experimentar significa testar ou provar. Jesus estava dando a Filipe uma oportunidade para
confessar que Jesus poderia fazer qualquer coisa. A sua preocupação em alimentar o povo é mais uma
prova de que Jesus vê nossas necessidades antes mesmo de lhe pedirmos (Mt 6.8) e está sempre pronto
a fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos (Ef 3.20).
No v. 7, 200 denários era aproximadamente a metade do salário anual de um trabalhador do campo.
10-Fev-2013
Leia João 6.8-14
A impossibilidade dos recursos humanos é bem ilustrada pelos discípulos de Jesus (v. 9).Este milagre
mostra que é a mão de Deus que faz a natureza brotar e produzir o sustento do ser humano e não sua
capacidade. O ser humano contribui com seu esforço, mas Deus é quem dá o crescimento.
No v.10, Jesus orienta os discípulos (Mc 6.39) com instruções para que, de modo ordeiro, todos
pudessem receber o alimento de que precisavam. Estava ali o que havia ordenado o universo e realizado
toda a criação de Deus de forma harmoniosa e gloriosa (Jo 1.1-3). No v.11, Jesus ensina a importância e
a necessidade da gratidão. Sempre diante das multidões, Jesus deu “graças” quando ia operar algo para
glória de Deus (Lc 10.21).
No v.12, de acordo com as leis judaicas, havia regras proibindo a destruição de alimentos. Em outras
palavras, não se aceitava o ato do desperdício. Por isso, Jesus ordenou que ajuntassem os pedaços
que sobraram. Deus não quer desperdício. Fartura é diferente de desperdício. Por isso, muitas vezes não
recebemos o que pedimos (Tg 4.3). Há abundância nas bênçãos de Deus, mas não há lugar para
desperdício e estrago.
Quando o milagre se realizou, os discípulos aprenderam com Jesus que o pouco se transforma em muito,
quando Deus abençoa. Quando o Senhor age, há sempre muito mais que o necessário. E ninguém deve
confiar no muito sem a bênção de Deus (Pv 10.22).
17-Fev-2013
Leia João 6.13-15
Jesus quer multiplicar o pouco que temos para que Deus seja glorificado nele. Na Bíblia, há muitos
relatos em que pessoas, coisas e atos insignificantes, nas mãos de Deus, resultaram em gloriosos
milagres (2Rs 4.2-4).
15
Telma Paiva Rovina Salgado
Diante do milagre, o povo reconheceu que Jesus era um profeta (v. 14). Comparam-no a Moisés, que
conduzira os israelitas através do deserto. Lembraram-se do maná que os seus antepassados comeram.
Ter refeições gratuitas era muito agradável. Para os que viram o milagre, Jesus era o profeta (Dt 18.1518, At 3.22,23, Mt 21.11).
Uma versão do v.15 diz: “Eles estavam a ponto de agarrá-lo e fazer dele o rei”. A multidão queria a
libertação do domínio romano e paz para Israel, e pensava que Jesus era o homem da ocasião. Mas seu
próprio ponto de vista era diferente: “Meu reino não é deste mundo”. Se eles fossem bem sucedidos,
anulariam o plano de Deus de fazer de Jesus o Messias, o qual seria um servo sofredor, morrendo
pelos pecados da humanidade, sendo ressuscitado, subindo à direita de Deus e retornando em glória
futura para assumir o trono. A esperança então, como agora entre os judeus tradicionais, era por um
herói libertador que estabeleceria um paraíso terreno.
24-Fev-2013
Leia João 6.16-21
Esta passagem contrasta com o conceito que o povo tinha sobre Jesus, como um governante terreno
com poder limitado, mas, ao caminhar sobre as águas, Jesus se revela como tendo autoridade suprema
em todo o universo.
No v.19, vinte e cinco ou trinta estádios seriam cinco ou seis quilômetros. No v.21, há uma versão que
diz: “Então, de boa vontade deixaram Jesus entrar no barco, imediatamente estavam onde queriam
chegar”. Antes de saberem que era Jesus que caminhava sobre as águas, os discípulos ficaram
amedrontados e não queriam que aquele “vulto” ou “fantasma” (Mt 14.26) se aproximasse do barco,
mas, quando souberam que era Jesus, quiseram (fizeram questão) de recebê-lo. Na segunda parte do
versículo, é dito em outra versão que “o barco foi diretamente para terra” ou ainda “chegou de imediato
ao lugar desejado”, o que relata outro milagre que nem Mateus nem Marcos registraram.
Esta passagem pode ser vista simbolicamente: noite tenebrosa de grande tempestade, uma viagem
longa e perigosa (era madrugada) e, de repente, a vinda do Senhor traz a bonança (Mc 6.45-52). Assim
o encrespamento do mar (v.18) representa os problemas da vida humana. Quando Jesus veio
caminhando em direção ao barco, significa que o Senhor pode dominar todos os problemas da nossa
vida. Ele pode andar sobre todas as ondas problemáticas e todas elas estão sob os seus pés.
Precisamos receber o Senhor no nosso “barco” (a vida em todos os seus aspectos) e desfrutar de paz
com Ele na nossa jornada.
03-Mar-2013
Leia João 6.22-14
Versículos 22-25: Muitos dos que haviam sido alimentados por Jesus permaneceram no lugar onde
haviam comido, certamente na esperança de serem alimentados novamente. A notícia do milagre deve
ter se espalhado depressa já que alguns barquinhos chegaram a Tiberíades. As pessoas vieram de
longe, encheram os barcos e seguiram a Jesus até Cafarnaum.
Versículos 26 e 27: Mas Jesus sabia porque o tinham seguido. O povo falou ao Senhor Jesus como se
realmente quisesse fazer a vontade de Deus (v. 28). Contudo, Jesus conhecia o povo e sabia que
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Telma Paiva Rovina Salgado
realmente ele não cria nele. No v. 29, Jesus diz que aquele povo não poderia agradar a Deus, nem fazer
a sua obra até que aprendesse a crer em Cristo.
O povo, porém, não conseguia esquecer do alimento gratuito (v.30-31). Todos queriam outro milagre,
igual ao do dia anterior. Lembraram a Jesus que Moisés continuara a alimentar os israelitas no deserto.
Mas Jesus os adverte que Deus é quem dera o pão (v. 32-33). A multidão queria receber a refeição não
se importando com quem lhe desse, contanto que continuasse e tivesse a promessa de mais para o
futuro (v. 34).
E quanto a nós? Seguimos a Jesus pelo que achamos que podemos conseguir dele? Queremos fazer de
Cristo um rei para que ele nos dê uma vida fácil? Pensamos que a nossa vinda à igreja é para agradar a
Deus que, em troca, nos dará tudo o que lhe pedirmos?
10-Mar-2013
Leia João 6.33-35
No Antigo Oriente, o pão de cevada era o mais comumente usado. O grão era esmagado, a farinha
misturada com água, temperada com sal, acrescentando-se depois o fermento. A massa era assada no
fogo sobre pedras aquecidas, em formas ou em um forno. O Senhor Jesus usou este importante
alimento para explicar quem Ele era e o seu ministério. O pão é importante porque é um alimento de
todos os dias, do qual nunca enjoamos, que sustenta sem prejudicar o organismo, que combina com
outros alimentos.
No v.35, vemos o ensinamento de Jesus sobre a fome espiritual. O que precisamos fazer para satisfazer
esta fome? Devemos nos aproximar de Cristo, reconhecendo nossa fome e compreendendo que só ele
pode satisfazer as nossas necessidades, porque este pão da vida satisfaz.
Quando Jesus diz: “O que crê em mim não terá fome”, ele está falando de sustento. É o fato de comer o
pão diariamente que me sustenta cada dia. Em sentido espiritual, é através da leitura e estudo da Bíblia,
oração, cânticos de louvor e etc. Assim este pão sustenta.
No v.33 lemos que o pão de Deus dá vida ao mundo. Assim, o propósito de Jesus para nós é uma nova
espécie de vida. Não é para nos capacitar a viver a antiga vida de uma maneira melhor, mas para nos dar
força e poder para uma nova vida. Este pão nos fortalece e renova. Somente Jesus, o “pão da vida”,
pode nos capacitar a viver em uma nova dimensão (leia 2Co 5.17).
17-Mar-2013
Releia João 6.26-32
Segundo a ciência, o alimento que comemos viaja rapidamente através de nosso corpo pela corrente
sanguínea. Assim, o que comemos percorre todo o nosso corpo. Do mesmo modo, quando nos
alimentamos de Cristo, ele se infiltra em nossa mente, nossas emoções e nossa vontade.
Analisemos a atitude da multidão diante dos ensinamentos de Jesus: nos versículos 26 a 29,
destacamos que povo desejou obter proveito de Jesus, o que gerou o seu extenso discurso relatado do
versículo 7 ao 71. Os sinais miraculosos deveriam despertar a percepção das pessoas para a presença
de Deus. No entanto, elas estavam conscientes somente de suas próprias necessidades físicas (v.26).
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Telma Paiva Rovina Salgado
Elas não deveriam estar perguntando a respeito dos milagres, mas sobre como agradar a Deus.
Entretanto, a resposta de Jesus os surpreende (v. 28 e 29).
Versículos 30 ao 32: “Que milagre você fará para nós a fim de que possamos vê-lo e confiar em você?”
É uma pergunta estranha para pessoas que tinham acabado de vê-lo fazer um milagre (v. 10-14). Mas
eles pareciam diminuir sua importância ao se referirem a um milagre semelhante ou talvez, na opinião
deles, maior (v.31). Leia Êxodo 16.4, Números 11.8 e Salmo 105.40. Jesus corrige seus questionadores,
pois eles pensavam que estes textos eram referentes a Moisés. Todavia, Jesus esclarece que eles
falavam de seu Pai, Deus.
24-Mar-2013
Releia João 6.35-40
No v.15, Jesus disse ao povo: “Eu sou o pão da vida”, “Se quiserem receber o pão do céu, deverão vir a
mim”. O povo ouviu suas palavras, mas não creu nele (v. 36). Qualquer um que venha a Cristo será
recebido (v. 37). Jesus nunca dá as costas a quem realmente o busca.
No v.38, Jesus dá ênfase à vontade do Pai. Neste capítulo, três coisas são ditas sobre a vontade do Pai:
1) Ele traz (v. 44): destacamos a conjunção “se”, que indica condição; assim, não podemos vir a Cristo
conforme nosso desejo, mas vamos a ele apenas quando o Pai nos traz; 2) Ele nos livra. O Pai não só
nos leva a Cristo, mas nos livra do mundo e da servidão de pecado e de Satanás. Faz isto de duas
formas: no v. 37, o Pai nos dá a Cristo e, no v. 39, uma vez dado, estamos seguros.
“Que nenhum se perca” - está afirmação revela que nossa segurança não depende de nós, mas da
libertação do Pai.
No final dos versículos 39, 40 e 44 temos: “Eu o ressuscitarei no último dia”. Esta é a terceira coisa que
lemos sobre a vontade do Pai. Ele nos destina para o céu e a bênção eterna. É esta a vontade de Deus
para nós. Não se trata de nos esforçarmos para conquistarmos a salvação, pois nunca seremos dignos
de merecê-la. A salvação jamais poderá ser comprada por nós, porque é graça de Deus.
31-Mar-2013
Leia João 6.41-50
Por se recusarem a confiar (crer) em Jesus, mesmo tendo-o visto (v.36), o pecado daquelas pessoas era
ainda maior (compare com João 15.24 e João 20.29).
Ver e crer são verbos importantes em João. E algumas vezes aparecem juntos. Mas, em João 20.29,
Jesus diz a Tomé que seriam bem aventurados aqueles que não viram e creram. Muitos viram a Jesus
(Jo 1.11), mas não o receberam. Ver “fisicamente” a Jesus não leva consequentemente a crer. É
necessário ver o Filho ‘espiritualmente’ (“iluminados os olhos do vosso coração” - Ef 1.18). Isto é,
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Telma Paiva Rovina Salgado
reconhecer Jesus como Cristo (o Messias, Ungido) e recebê-lo como Salvador, passando a gozar o
direito de se tornar filho de Deus.
Os ‘incrédulos’ passam do questionamento à murmuração (v. 41-43). Nos v.44-47, Jesus instrui o povo
sobre quem ele é e o seu papel preponderante na vida do ser humano.
No v. 48, Jesus afirma que é pão da vida, reforçando o que já havia dito anteriormente, salientando que
ele é o “verdadeiro” pão celeste, o real poder de sustentação da vida e que qualquer outra coisa, não
importando o seu significado religioso no passado ou no presente, é um substituto totalmente inadequado.
07-Abr-2013
Leia João 6.51-66
Por causa do que Jesus disse nos v. 51 e 53, a murmuração (v. 42) rapidamente se transformou em
discussão e, após uma palavra dura que eles não suportariam ouvir (v.60), surgiu uma barreira
insuperável para muitos dos seus discípulos, que retrocederam e não mais andaram com ele (v. 66). Os
3 itens em que tropeçaram são os alicerces da nossa fé: 1) a encarnação (v. 41), 2) a expiação (v.51 e
52) e 3) a ressurreição (v.61e 62).
Comer a carne de Jesus e beber o seu sangue (v. 53) devem ser compreendidos espiritualmente. As
expressões apontam para a morte que ele sofreria e a necessidade dos crentes participarem dos
benefícios de sua morte, indo até ele e crendo nele (v. 35).
Comer o pão da vida significa crer em Jesus Cristo. Beber do seu sangue significa aceitar sua morte e
ressurreição pelos nossos pecados. Crer não é apenas reconhecer que algo é verdade; crer é agir de
acordo com o conhecimento desta verdade.
14-Abr-2013
Leia João 6.53-66
Embora os ouvintes particulares de Jesus pudessem também ficar chocados com o que ele disse,
buscaram uma desculpa e não obedeceram a seu chamado ao arrependimento e lealdade; nem toda a
audiência judaica teria reagido dessa forma.
A reação que provocam as palavras de Jesus (v. 60) não se deve unicamente à ideia de comer a sua
carne e beber o seu sangue (Lv 3.l7), mas sobretudo ao fato de que ele se declara como o único que
pode dar a verdadeira vida.
A compreensão judaica permite uma interpretação simbólica para comer e beber. “Comer e beber” a
comida da carne do Filho do Homem significa absorver sua forma de ser e viver. A palavra grega ‘carne’
é também usada para se referir à natureza humana em geral, nos aspectos físico, emocional, mental e
evolutivo da existência humana.
Jesus queria que as pessoas vivessem, sentissem, pensassem e reagissem como ele, pelo poder do
Espírito Santo que nos capacita a fazê-lo.
Da mesma forma, beber seu sangue significa absorver seu alto sacrifício como motivação de nossa vida
e, de fato, absorver sua própria vida, já que “ a vida da carne está no sangue” (Lv 17.11; Hb 9.22).
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Telma Paiva Rovina Salgado
21-Abr-2013
Leia João 6.63-71
Dos v. 60 ao 63, constatamos a pouca compreensão dos discípulos que acham o discurso ‘duro’, uns
porque tomam ao pé da letra se escandalizando com o que Jesus disse e outros porque ainda que não
conseguem aceitar o que é dito e crer nas palavras dele.
No v. 63: “A carne em nada ajuda” não significa uma degradação do corpo (como os gregos ensinavam).
Pelo contrário, é uma afirmação tipicamente judaica de que, sem o Espírito de Deus, as coisas físicas
não têm valor por si mesmas; comer de seu corpo material não lhes daria a vida espiritual.
Por instinto natural, ninguém recorre a Cristo para receber a vida, mas é o Pai que aponta a Cristo, pela
Palavra, pelo Espírito, pela sua providência (v. 65 e 66). Assim consegue que as pessoas dispostas a
recorrer a recursos e expedientes humanos venham a Cristo para receber vida espiritual dele. Jesus
prosseguiu em ‘peneirar’ aqueles que não eram sinceros ou que consideravam muito alto o custo de
comer sua carne e beber seu sangue (compare com Lc 25.43). Muitos não podem acompanhar ensinos
espirituais e voltam para trás.
A confissão de Pedro (v. 68) sobre sua fé em Jesus pode ser comparada com os textos de Mateus 16.16,
Marcos 8.29 e Lucas 9.20.
Os v. 70 e 71 referem-se ao nosso adversário, no grego ‘diabolos’, o qual originou o termo ‘diabo’.
28-Abr-2013
Leia João 7.1 e 2
Jesus não podia continuar a ensinar o povo da Judeia que queria matá-lo, porque acreditavam que Jesus
tivesse blasfemado contra Deus devido às suas palavras e atitudes (Jo 5.17,18; Jo 6.32,33 e 38). Para
eles, a atitude de querer matá-lo era a correta (Lv 24.16). João resume acontecimentos que ocorreram
durante um período de 6 meses, entre abril e outubro (Jo 7.1). Já Marcos fez um relato detalhado (Mc 7-9)
Para a Festa dos Tabernáculos, era imperativo que as pessoas fossem para Jerusalém. No Antigo
Testamento, há a descrição dos detalhes desta festa (Lv 23.33-43; Nm 29.12-39; Dt 16.13-16). Ela
começa no 15º dia de Tishri (mês do calendário hebraico), cinco dias após o Yom Kipur (Dia da Expiação)
e dura sete dias. O oitavo dia é do descanso. No nosso calendário, seria durante o final de setembro e o
início de outubro. As famílias construíam cabanas com folhas de palmeira, parcialmente abertas para o
céu, para relembrar a providência de Deus com Israel durante os 40 anos de peregrinação no deserto e
vivendo em tendas.
A festa também celebrava a colheita, que chega no final do verão e, assim, essas são ocasiões de ações
de graças. Para observar a festa, as pessoas levavam uma cidra, fruta cítrica representando o fruto da
terra prometida e balançavam folhas de palmeira, murta e salgueiro juntas. Hoje, o mesmo é feito nas
sinagogas.
05-Mai-2013
Leia João 7.3-6
Nos v. 3-5, pode-se inferir que Jesus não era apreciado nem pelos seus irmãos. Alguns até argumentam
que, se os próprios irmãos de Jesus não criam nele, por que deveriam crer? Mas os irmãos de Jesus se
tornaram seus seguidores após a ressurreição (At 1.14 e 12.17). Tiago não somente veio a crer nele, mas
20
Telma Paiva Rovina Salgado
tornou-se líder na comunidade cristã em Jerusalém (At 15.13, 21.18; 1Co 9.5, 12.17; Gl 1.19 e 2.9) e a
ele é geralmente creditada a autoria do livro de Tiago. Além disso, outro irmão, Judas, é tido como o
autor do livro do Novo Testamento que leva este nome.
Jesus não se deixou influenciar pelo desafio de seus irmãos, que não punham em dúvida as suas obras
poderosas. Mas eles não podiam compreender que um profeta autêntico ficasse perdendo seu tempo na
inculta província da Galileia. Eles tinham uma motivação racional, amistosa, mas inteiramente humana,
que era o desejo de ver seu irmão ter sucesso e tornar-se famoso, promovendo sua reputação na Judeia,
em Jerusalém, que era o local mais importante do país. Nenhum messias poderia ser autêntico, se não
se tornasse uma figura nacional em Israel. Mas Jesus tinha outra agenda.
“Meu tempo ainda não chegou” (v. 6), seja para ir à festa ou realizar milagres na Judeia. O tempo de
Jesus é diferente do tempo das pessoas; e sua missão principal, morrer pelos pecados da humanidade,
deveria acontecer exatamente no lugar e no momento certo de Deus, não podendo ser precipitado por
qualquer pressão humana. Ele precisava agir quando as coisas fossem favoráveis, dirigidas por Deus.
12-Mai-2013
Leia João 7.7-18
No v.7, Jesus fala sobre o antagonismo contra ele. Por causa do seu estado espiritual degradado, o
mundo se deixa atrair por indivíduos de sua própria qualidade e expressão (Jo 3.19-20; 15.18-21). Assim,
a perseguição a Jesus resultava do fato dele ser uma luz que brilhava nas trevas, mas estas desejavam
apagar aquela luz (Mc 13.13). Os indivíduos dispostos para o mal não apreciam a luz brilhante.
No v. 12, a opção de considerar Jesus meramente como um grande mestre não está em concordância
com o que ele ensinou. É inaceitável considerá-lo apenas um bom mestre, embora ele o fosse, pois
Jesus é muito mais do que isso.
No v. 15, “sem ter estudado”, isto é, sem ter frequentado nenhuma das escolas onde os rabinos
inculcavam as tradições a seus alunos sentados. Aquelas pessoas estavam surpresas com a
demonstração de que Jesus possuía vasto conhecimento, mas também a sabedoria de Deus, que
transcende as credenciais acadêmicas.
No v. 17, “Se alguém quer fazer a vontade dele...” refere-se não somente a sentimentos, atitudes ou
consentimento mental, mas à decisão de obedecer a Deus. Tal pessoa virá a conhecer se Jesus é o
Messias, o Filho de Deus, como ele mesmo ensina.
19-Mai-2013
Leia João 7.7-21
V. 17-18 - Quem se decide a obedecer ao Senhor alinhará sua vontade com a vontade dele e receberá a
compreensão da Palavra dele. Jesus diz ao povo que, se realmente queriam conhecer a vontade de
Deus, reconheceriam que ele falava as palavras de Deus. Quem quiser conhecer a vontade de Deus terá
que vir a Cristo e ouvir o que ele diz e crer nele.
V.19 - a) As pessoas não estavam obedecendo a Torá (leis do Pentateuco) que Moisés lhes dera,
embora pensassem que o faziam, pois, se eles realmente o fizessem, teriam recebido Jesus (Jo 5.45-47).
21
Telma Paiva Rovina Salgado
b) Jesus estava discernindo espiritualmente (Jo 2.25): ele falou daquilo que as pessoas sentiam em seus
corações (o desejo de matá-lo), mas não queriam admitir.
V.20 - Uma pessoa piedosa, após ter seu pecado exposto, reage admitindo o erro, sentindo-se infeliz
por ter feito algo errado e resolvendo mudar com o poder de Deus. Mas o que vemos aqui é a reação
normal das pessoas com o padrão do mundo, ao ter seu pecado exposto: acusar aquele que o expôs e
negar o pecado.
V.21 - “Fiz um milagre (Jo 5.9) e, por causa dele, todos vocês estão admirados, embora, ao mesmo
tempo, vocês queiram me matar porque fiz isso no Shabat (sábado)”.
26-Mai-2013
Leia João 7.22-23
“Moisés lhes deu a circuncisão” (Lv 12.3). Não que ela tenha vindo de Moisés, pois Deus deu o comando
da circuncisão a Abraão (Gn 17.1-27) e ele a realizou em Isaque (Gn 21.4), séculos antes de Moisés.
De acordo com a Torá (Pentateuco), o menino judeu deveria ser circuncidado no oitavo dia de sua vida
(Gn 17.2 e Lv 12.3), mas também esta era uma obra proibida no Shabat (Ex 20.9-10; 31.14-15 e Lv 23.3).
Portanto se o oitavo dia de vida caísse no Shabat, a circuncisão poderia ser adiada para o nono dia, ou
o Shabat seria quebrado ao realizar a obra de carregar instrumentos e cortar, que são necessárias para
a circuncisão. Entretanto, na época de Jesus, o povo da Judéia fazia a circuncisão no sábado.
O que Jesus diz em resumo é: “Se vocês permitem quebrar o sábado para observar o mandamento da
circuncisão, (já que havia um conflito entre a lei sobre trabalhar no sábado e o comando de que o
menino deve ser circundado no oitavo dia de vida), quanto mais importante é curar o corpo inteiro de
uma pessoa, e assim vocês deveriam permitir que o Shabat fosse quebrado por isso também.”
02-Jun-2013
Leia João 7.23-36
Jesus não se opôs à tradição dos fariseus em si mesma. Ele não era contra a legislação necessária para
aplicar a Torá (Pentateuco) em momentos e circunstâncias específicas, mas ele era contra atribuir a
essas legislações a inspiração divina (Mc 7.5-13).
v. 24 - “Julgue as coisas espirituais através de padrões espirituais, não por aparência”, é a advertência
que Jesus faz.
v. 27 - “Sabemos de onde este homem vem”, isto é, de Nazaré e de pais humanos comuns (Jo 6.42).
‘Quando o Messias vier ninguém saberá de onde ele vem’. Esta declaração demonstra que as pessoas
estavam confusas porque conheciam os fatos sobre o passado de Jesus (Jo 6.41, 42), uma vez que
supunham que a vinda do Messias deveria ser mantida em segredo. Esta concepção de que a origem do
Messias deveria ser envolta em mistérios contradiz Miqueias 5.1, que prediz o nascimento do Messias
22
Telma Paiva Rovina Salgado
em Belém (Mt 2.1-8). Havia até alguns que acreditavam que o Messias permaneceria oculto até que Elias
viesse e o desse a conhecer.
v. 35 - O povo da Judeia se perguntou se Jesus ensinaria os gentios. A palavra ‘grego’ é traduzida
frequentemente por ‘gentios’ nos escritos de Lucas e Paulo. Mas também aqui pode estar se referindo à
diáspora grega, que tem relação com os judeus gregos ou de fala grega.
09-Jun-2013
Leia João 7.33-36
Jesus disse ao povo que voltaria para Seu Pai (v.33). Ele sabia que o povo da Judéia estava procurando
matá-lo (v.30). Mas nada do que o povo pudesse fazer mudaria os planos de Deus. Jesus disse que
estaria no mundo por mais um pouco de tempo e nada poderia ser feito para evitar isso. E que somente
quando sua obra estivesse completa é que Ele voltaria ao Pai.
Nos v. 34 e 36, Jesus estava avisando as pessoas que não deveriam ignorá-lo e que elas precisavam
dele. Deveriam ouvi-lo porque, se depois resolvessem procurá-lo, poderia ser impossível encontrá-lo. Se
não o achassem, não poderiam ir até onde Ele estava. O único meio de chegar aos céus é por Cristo.
Recusá-lo significa não poder passar a eternidade com Deus.
V.37 - O último dia da festa era seu ápice. Durante os 7 dias da festa, um sacerdote especial carregava
água num cântaro de ouro do tanque de Siloé (remetendo à água fornecida pela pedra em Êxodo 17.5, 6),
para ser derramada numa bacia aos pés do altar pelo sumo sacerdote. Isto simbolizava uma oração por
chuva e também apontava para o derramar do Espírito Santo sobre o povo de Israel. Os rabinos
associavam esse costume com Isaías 12.3. Assim, no 7º dia, a água derramada era acompanhada por
sacerdotes tocando trombetas douradas, levitas cantando cânticos sacros e as pessoas comuns
balançando suas palmas (folhas de palmeira, murta e salgueiro) e recitando os Salmos 113 a 118.
16-Jun-2013
Leia João 7.37
Nos versículos finais (25 ao 29) do Salmo 118, que era entoado na Festa dos Tabernáculos, há a palavra
‘Salva’ que, em hebraico, é ‘Hosana’, cujo significado é ‘Salve agora’. Era mais um grito de aclamação,
um apelo de um povo oprimido pedindo libertação ao seu salvador. Esses versos tinham tons
messiânicos, tanto que Jesus foi saudado com o emprego deles quando fazia sua entrada triunfal em
Jerusalém (Mt 21.9) pelas pessoas que o reconheceram publicamente como o Messias. Mas com o
tempo a palavra ‘Hosana’ veio a ser grito padrão de louvor.
Segundo a tradição judaica, haveria o dia chamado de ‘Hosana Rabbat’, ‘Grande Hosana’, que era
compreendido como o dia da chance final para alguém receber perdão pelos pecados cometidos.
A Festa dos Tabernáculos era a mais importante e a mais popular do ano. A profecia de Zacarias 14.1619 associou esta festa com o ‘Dia do Senhor’, ocasião na qual se celebraria a esperança de que Deus
enviara um libertador para o povo oprimido. Deus derramaria sobre a família de Davi e sobre os vizinhos
de Jerusalém um espírito de arrependimento, fazendo abrir um manancial contra os seus pecados. “O
manancial de Jerusalém tinha que fluir até os mares e o Senhor seria o rei do mundo todo”. A Festa dos
Tabernáculos seria o ponto de encontro do povo para ter a sua esperança alimentada.
23
Telma Paiva Rovina Salgado
23-Jun-2013
Leia João 7.37 (continuação)
A cerimônia do derramar das águas durante a Festa dos Tabernáculos, acompanhada por danças,
cânticos e música, era considerada por muitos como uma demonstração da verdadeira alegria.
Era também a ocasião na qual os participantes buscavam a inspiração do próprio Espírito Santo, que
pode ser possuído por aqueles cujos corações estão cheios de alegria espiritual.
Foi no meio desse derramar de águas e tocar de trombetas, balançar das palmas, cânticos dos Salmos e
alegria extasiante dos participantes que buscavam perdão e na presença de todos os sacerdotes que
Jesus faz a declaração, colocando-se em pé e dramaticamente dizendo: “Se alguém tem sede, venha a
mim e beba”(Leia Is 44.3; 55.1; 58.11; Jo 4.6-11 e Ap 22.17).
Jesus viu o regozijo do povo. Sabia que aquelas pessoas ainda necessitavam de água espiritual. A rocha
que lhes dera água no deserto (Ex 17.6 e Nm 20.8) era a figura dele mesmo (1Co 10.4). Sabia que
precisavam dele e do Espírito Santo, que só Ele poderia dar.
Assim, Ele está , na verdade, declarando : “Eu sou a resposta para a suas orações” ; “Eu sou o
cumprimento de tudo o que esta cerimônia representa”.
30-Jun-2013
Leia João 7.37-39
O convite de Jesus é universal. ‘Alguém’ significa qualquer ser humano. O convite é dirigido a todos:
‘Venham a mim’. Para saciar a sede espiritual é preciso estar em comunhão pessoal completa com o
Cristo.
V.38: Aqueles que estavam ‘saciados’ com Jesus haveriam de se tornar canais de revigoramento
espiritual para os outros. A figura dos ‘rios’ contrasta com uma ‘fonte’ (Jo 4.14), ilustrando a diferença
entre o novo nascimento de uma pessoa e a experiência de alguém com a plenitude transbordante da
vida cheia do Espírito.
A fonte de onde flui a água do Espírito é o Jesus glorificado. Quando fala sobre a água viva fluindo do
interior dos crentes, Jesus está não apenas se referindo aos crentes que receberiam a bênção, como
também que estes crentes teriam de se transformar em bênçãos para outras pessoas.
A promessa de matar a sede é feita por Jesus no ‘último dia’ o dia mais importante da festa. O último dia
deve ser interpretado teologicamente com o v.39: “De fato, ainda não havia sido dado o Espírito porque
Jesus não tinha sido glorificado”. Ou seja, “a água que está sendo oferecida” (o Espírito Santo) está
relacionada com o ‘último dia’, o dia da glorificação do Senhor. Era preciso que Jesus fosse glorificado
para que se pudesse receber o “outro Consolador”, o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho.
24
Telma Paiva Rovina Salgado
07-Jul-2013
Leia João 7. 39 (continuação)
No v. 39, João interpreta as palavras de Jesus para referir-se ao derramamento do Espírito Santo que iria
acontecer. O Espírito Santo existe desde toda a eternidade, mas ainda não tinha sido enviado. Dentro em
breve, a plenitude do Espírito seria uma bênção para todo o povo de Deus (At 2.3,4 e 33).
No Antigo Testamento, o Espírito vinha sobre as pessoas para capacitá-las para alguma tarefa
específica, deixando-as em seguida (Ex 31.3; Nm 11.17; Jz 6.34; 11.29; 13.25; 15.14, etc.). No Dia de
Pentecostes (At 2.1-13), porém, Cristo derramou o Espírito Santo como dádiva permanente a ser
desfrutada (Jo 14.16).
A glorificação de Jesus, no Evangelho de João, significa a sua morte em obediência à vontade do Pai e a
sua ressurreição. Assim, crer em Jesus significa crer naquele que faz a vontade de Deus, e implica em
fazermos a vontade do Pai Celestial. Se queremos ser cheios do Espírito, devemos beber dessa fonte,
Jesus, única fonte capaz de saciar a sede das pessoas.
O Espírito não flui de dentro de nós; flui de Jesus. E quem quer ser cheio do Espírito deve crer em Jesus
(pois não há outra exigência nem condição). De Jesus flui o Espírito para todo aquele que crê e vive esta
fé em meio a todas as pessoas.
21-Jul-2013
Leia João 7. 40-53
No v. 40, ‘profeta’ refere-se à promessa de Deuteronômio 18.15 e 18. “Messias da semente de Davi” nos
v. 41 e 42 está relacionado com Jeremias 23.5 e 6; Miqueias 5.2 e Salmo 89.36-38; e de onde virá o
Messias refere-se a Mateus 2 e Lucas 2.1-7.
No v. 43 : “ o povo ficou dividido por causa dele”, Jesus, o Messias, sempre divide as pessoas em dois
campos: os que estão com ele e os que não estão. O campo neutro rapidamente desaparece.
No v. 47: Os fariseus pensavam que seus guardas estavam enganados, mas a resposta deles (v. 46)
sugere que eles estavam confusos.
No v. 48: Os questionadores supunham uma resposta negativa, mas Nicodemos poderia já estar crendo
em Jesus (v.50-52), pois em João 19.39 ele certamente já cria.
No v. 49: O povo da Judeia, bastante crítico, embora treinado na Torá, que ensina o amor, desprezou a
multidão porque a considerava sob maldição devido à sua falta de instrução (compare com João 7.15).
No v. 52: Eles disseram: ‘Estude as Escrituras e verá que nenhum profeta procede da Galileia’. Mas ao
lermos 2 Reis 14.25 saberemos que Jonas veio de Gat-Hefer na Galileia.
No v. 53: Aqui se refere ao retorno dos peregrinos no final da festa para suas casas em regiões e nações
distantes de Jerusalém.
25
Telma Paiva Rovina Salgado
28-Jul-2013
Leia João 8.1 a 6
Há uma discussão sobre o fato da passagem de João 8.1-11 fazer parte do texto original do Evangelho
de João. Entretanto, existem poucas dúvidas sobre se o incidente realmente aconteceu. O relato tem
todas as características de “veracidade histórica”. É uma peça de tradição oral que circulava em certas
partes da igreja no Oriente, que foi incorporada ao livro de João.
V. 5 - Leia Levítico 20.10 e Deuteronômio 22.22-24. Sob a lei romana, era ilegal a justiça judaica emitir
uma sentença de morte, mas nem sempre era possível impedir o apedrejamento (At 7.58, 59; Jo 8.59 e
10.31).
O intuito dos fariseus não era a paixão pela santidade, mas o desejo de colocar Jesus em um dilema, ou
seja, apanhar o Senhor em alguma falta. Ao perguntarem a Jesus, o que ele achava sobre a mulher ser
apedrejada, sabiam que a resposta suscitaria polêmica. Como não era permitido aos judeus matar
alguém, somente os romanos poderiam executar a sentença de morte. Caso Jesus respondesse: “Deve
morrer”, as autoridades romanas ficariam contra Ele. Por outro lado, se dissesse “Que seja livre”, estaria
quebrando a lei de Moisés. Jesus sabia muito bem o que responder e ignorando a presença destes
homens, encurvando-se, escrevia no chão.
04-Ago-2013
Leia João 8.7 a 11
Os fariseus formavam a mais importante escola do pensamento religioso de Israel, cujo surgimento data
de cerca de 150 a.C.. Eles se separavam os demais judeus a fim de alcançar a máxima santidade. No
entanto, estes que levaram a mulher adúltera à presença de Jesus não eram melhores do que ela. Seus
corações estavam carregados da maldade que jogaram sobre ela. Eles mesmos não eram puros e muito
menos se importavam com a Lei de Moisés.
Como eles continuavam a insistir com Jesus, ele disse: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado, seja
o primeiro que lhe atire a pedra”. Deste modo, Jesus reverteu a situação. Agora, o problema estava com
os fariseus. Quiseram colocar Jesus em cheque, mas, no final, eles foram desmascarados. Tinham
vindo condenar a mulher e saíram condenados. Jesus provocou, em cada um deles, um exame de
consciência. Enxergando os seus próprios pecados, deixaram de ver o pecado daquela mulher (Rm
3.23).
Jesus e a mulher ficaram a sós, pois todos que a acusavam se afastaram da cena. Mas, ao invés de
Cristo condená-la, ele a perdoa e mostra que há uma nova maneira de viver. Jesus Cristo era o único
sem pecado. Ele poderia tê-la condenado, mas a perdoou. Ele podia perdoar porque é o Filho de Deus.
Não fora a lei de Moisés que ela quebrara. Fora a lei de Deus. Somente Deus poderia perdoar. Desde
que Jesus é Deus, ele podia e queria perdoar os pecados. Diante do Messias, a mulher vê o seu pecado
condenado, mas encontra a graça que restaura a sua vida (Sl 32.1 e Is 55.7).
26
Telma Paiva Rovina Salgado
11-Ago-2013
Leia João 8.12
A resposta de Jesus no v.7 aos fariseus mostrou 4 coisas: 1) ele não era contra a Torá; 2) ele foi
misericordioso com relação à mulher; 3) ele se opôs ao seu pecado (Ex 20.13, 14); e 4) ele conseguiu
silenciar e envergonhar os acusadores (compare com Mt 22.46).
Jesus se dirigiu ao povo que se reunira. Ele estava falando no lugar do gazofilácio do templo (v. 20), que
era localizado no átrio das mulheres. Neste lugar, havia um enorme candelabro, colocado para a Festa
dos Tabernáculos. Era aceso todas as noites, no decorrer da festa, e a luz brilhava por toda a cidade.
Naquele momento, as luzes estavam apagadas (a Festa já havia se encerrado). Jesus olhou para as
luzes apagadas e proclamou: ‘Eu sou a luz do mundo’ (v.12). As luzes eram temporárias para lembrar
aos judeus o pilar de fogo e a nuvem que guiara seus antepassados no deserto. Nas Escrituras há
várias passagens que têm sido compreendidas como referentes a Jesus como a luz ou em conexão com
a luz (Is 9.2; Ml 4.2; Lc 1.78,79; Is 49.6, Jo 1.4,5 e 7 a 9; Jo 3.19-21; Jo 5.35, Jo 12.35,36, 46 e 1Jo 1.5-7).
Quando as águas de Siloé eram derramadas na Festa dos Tabernáculos, Jesus usou a ocasião para
convidar as pessoas para virem a Ele e beber. Agora, ele usa o fato de que a festa é acompanhada pelo
brilho da luz para anunciar que ele “é a luz do mundo”.
18-Ago-2013
Leia João 8.12
Podemos acrescentar ainda sobre o encontro de Jesus com a mulher adúltera que: 1) Só Jesus pode
perdoar os pecados; 2) Para julgar os outros é preciso estar sem pecado; 3) Jesus não pronunciou
palavra de julgamento, antes exortou a mulher para que não pecasse mais; 4) Jesus não trata o pecado
com leviandade, nem o desculpa, porque a justiça de Deus o condena.
Jesus é a luz do mundo, que elimina as características maléficas das trevas e é a testemunha da
revelação de Deus a todas as pessoas. A luz que revelou o pecado oculto dos acusadores da mulher
adúltera; a luz que manifesta o perdão divino; e a luz que ilumina o caminho da santidade. Ele nos
ilumina e nos leva a ter segurança na nossa vida terrena e esperança na vida eterna. Jesus é a perfeita e
completa revelação do Pai. No porvir, não vamos descobrir nenhuma característica divina que Jesus já
não tenha revelado.
Jesus declara que “do mesmo modo como eu era a Rocha, da qual veio a água, assim eu sou também a
origem de onde emana a luz”. A água que Jesus deu era “água viva”. A luz que Jesus dá é a “luz da
vida”.
A luz do mundo está à disposição de todos aqueles que seguem o Senhor Jesus Cristo. Ele disse: “Quem
me segue não andará nas trevas”. Quando realmente o seguimos – isto é, obedecemos seus
mandamentos – podemos ter certeza de que ele vai nos guiar passo a passo.
27
Telma Paiva Rovina Salgado
25-Ago-2013
Leia João 8.13-19
Para encerrar o tema Jesus, a luz do mundo, podemos dizer que: “A luz da vida (Jesus) resplandece
dentro do ser humano por meio da sensação interior de vida, a fim de livrá-lo do pecado”.
Mas o debate entre o povo da Judeia e Jesus Cristo continuou. Aqueles judeus queriam provar que Jesus
estava errado. Discordaram do testemunho que ele dava de si mesmo. Sugeriram que ele não tinha
direito de julgar. Novamente Jesus afirma que Deus era seu Pai. Desta vez, os judeus não discutiram,
mas ficaram sarcásticos (v.19): “Onde está teu Pai?” Na verdade, eles queriam dizer: “Mostre-nos Deus,
se puder”. Mas Jesus respondeu: “Se conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai”.
No v.15, quando Jesus diz: “Não julgo ninguém”, quer dizer que ele não julgava ninguém naquele
momento, durante sua vida humana, sua primeira vinda. No futuro, ele julgará a todos (Jo 5.22, 27 e 30).
Os fariseus opuseram-se à ideia de que o testemunho de Jesus fosse verdadeiro, porque ele falava por si
próprio, visto que, para os judeus, eram necessárias duas testemunhas (Dt 17.5 e 6 e 19.15). Jesus
relatou que o Pai adicionou seu testemunho tanto pela palavra escrita (os livros da lei, dos profetas, etc.)
como pelas obras que Jesus realizava.
01-Set-2013
Leia João 8.17-24
No v.17, na vossa lei” ou “mesmo na Torá de vocês”, o sentido é que desde que a Torá era deles, como
eles mesmos já tinham declarado (v.5), eles deveriam compreendê-la.
No v.18, Jesus não está usando os textos referidos no versículo anterior (Dt 7.5,6) no sentido literal para
provar, como se estivesse diante da corte de um tribunal, que ele tinha duas testemunhas aceitáveis.
Estava usando-os de forma alegórica, já que ele e seu Pai são “duas pessoas”.
No v.19, Jesus nunca falou de José como seu pai em qualquer um dos evangelhos; mas sempre se
refere a Deus como seu Pai.
No v.21, “morrerão em seus pecados”, há um novo ensinamento. Até este momento, Jesus não havia dito
que o ser humano deve crer nele ou então deveria estar preparado para morrer por causa de seus
pecados.
No v.24, “Eu sou”, Jesus está declarando aqui e no v.28 que ele deve ser identificado to com Deus (Jo
4,26). Eu sou é o significado do nome Javé (Ex 3.14) e Javé é um dos nomes de Deus, aquele que é,
que era e que há de vir, aquele que é auto-existente e existe para sempre (Ap 1.4; Ex 3.14-15). Esse
nome é usado quando se fala de Deus e seu relacionamento com o ser humano. Portanto, indica que o
Senhor é o Deus que sempre existe que se relaciona com o ser humano. Todo ser humano que não crê
que o Senhor é o próprio Deus morrerá em seus pecados.
28
Telma Paiva Rovina Salgado
08-Set-2013
Leia João 8.25-32
No v.28, “Quando levantarem o Filho do Homem”, Jesus está predizendo a sua morte e a forma como ela
ocorreria, o povo da Judeia o crucificaria (Jo 3.14 e 12.32).
No v.29, para Jesus, fazer a vontade do Pai não era uma escolha ocasional em momentos cruciais. Ao
invés disso, a presença constante do Pai em sua vida sinaliza que nunca houve um momento em que ele
não tenha feito a vontade de Deus.
No v.30, alguns creram nas palavras de Jesus. Mas o Senhor sabia que sua crença era muito superficial.
Jesus disse a eles: “Permanecei na minha palavra, permanecei na fé”. Mas há um tipo de verdade que é
insuficiente ao tentar se tornar realmente um discípulo de Jesus (Jo 2.23-25). O verdadeiro discípulo
obedece a Jesus, o que é mais do que reconhecer mentalmente quem ele é.
No v.32, Jesus diz: “Se vocês continuarem a aprender a verdade, a verdade os libertará”. Isto está
condicionado a obedecer ao que Jesus prega. Aqueles judeus não entenderam estas palavras. Eles não
reconheciam que não eram livres (v.33), e não eram mesmo, estavam escravizados ao pecado. Há um
único meio para alcançar a libertação do pecado – através de Cristo (v.36). Temos liberdade para viver –
em Cristo, recebemos a vida. A liberdade espiritual vem de Cristo. Esta liberdade não significa descaso
com a vontade de Deus. Temos liberdade de escolher a vontade dele para a nossa vida. Temos liberdade
para segui-lo e andar na “luz da vida”.
22-Set-2013
Leia João 8.44
Jesus argumenta que, se eles fossem realmente filhos de Deus, assemelhar-se-iam a Ele e o amariam.
Um filho, no sentido bíblico, é um ser que apresenta o aspecto de seu pai. Mas as obras deles revelam
uma paternidade maldita. São filhos do Diabo, homicida desde o princípio e que jamais se firmou na
verdade.
No v. 44, “Vós tendes por pai ao Diabo”, visto que o diabo é o pai dos pecadores, estes são seus filhos
(1Jo 3.10). O Diabo é a antiga serpente (Ap 12.9; 20.2) e os pecadores também são serpentes, a raça de
víboras (Mt 23.33; 3.7). Portanto, precisam que o Senhor seja levantado por eles na cruz (Jo 3.14; Nm
21.4-9), a fim de salvá-los não apenas do pecado, mas também da fonte do pecado(Hb 2.14).
No v. 44, “porque é mentiroso e pai da mentira”, as palavras do Senhor aqui revelam que no Diabo há
uma coisa maligna específica que o levou a tornar-se a fonte do pecado. Isto é algo que lhe é próprio,
sua característica particular, algo que outras criaturas não possuem. Visto que ele é o pai dos
mentirosos, ele é a fonte do pecado. O elemento divino de Deus, que opera como vida e luz dentro do
ser humano, liberta-o da escravidão do pecado. Mas o elemento maligno do Diabo, que trabalha como
pecado por meio da morte e das trevas dentro do ser humano, escraviza-o ao pecado. A natureza do
Diabo é a mentira e produz morte e trevas. Com as trevas, há a falsidade e o engano, que são contrários
à verdade.
29
Telma Paiva Rovina Salgado
29-Set-2013
Leia João 8.45-51
Podemos destacar que, desde o v. 25, vemos que Cristo está revelando a verdade a respeito: a) de si
mesmo (v. 25 28 e 29); b) do Pai (v. 26,27 e 29); c) do discipulado (v.31); d) do pecado (v.33); e) da
liberdade (v.36); f) dos filhos de Abraão (v.39); g) do Diabo (v.44).
No v.46, ‘Você é de Samaria’, certamente Jesus não era. No entanto, eles estavam tentando insultá-lo,
replicando que ele estava louco, que não era um judeu legítimo e, sim, samaritano (produto duma fé
corrompida e herege).
No v.49, Jesus observa que eles o desonram.
No v.50, Jesus declara que seus atos provêm do seu desejo de honrar a Deus, não de glorificar a si
mesmo. “Há quem a busque e julgue” - Jesus se refere a Deus que justifica o Filho.
No v.51, Jesus resume seu ensino nestas palavras: “Se alguém guardar a minha palavra não morrerá”.
Alguém pode morrer fisicamente e nunca “ver a morte” no sentido espiritual de ‘separação de Deus’. O
verdadeiro discípulo permanece na Palavra de Deus. Somente assim pode penetrar mais profundamente
nos ensinos de Jesus e receber o conhecimento da verdade que o libertará.
Releia os versículos 31 e 32.
06-Out-2013
Leia João 8.51 (Continuação)
Jesus fala da liberdade do espírito. Há muitas pessoas que pensam como aqueles judeus dos dias de
Cristo que acreditavam serem livres mesmo não conhecendo a Cristo. Elas têm medo de vir a Cristo,
pensando que, se o fizerem, estarão abrindo mão de sua liberdade se se entregarem a Ele.
Após a ressurreição e por meio dela, o Senhor Jesus, que se havia tornado carne (Jo 1.14), tornou-se o
Espírito, que dá vida (1Co 15.45). É como Espírito que dá vida que Ele pode ser vida e suprimento de
vida para nós. Quando o recebemos como o salvador crucificado e ressurreto, o Espírito dá vida entra
em nós para infundir-nos vida eterna. Recebemos o Senhor Jesus, obtendo, então, o Espírito que dá
vida. O Espírito é vivo e real, contudo é muito misterioso, intangível e de compreensão complexa; as
palavras, no entanto, são concretas e tangíveis. Primeiro, o Senhor indicou que, para dar vida, Ele se
tornaria o Espírito. A seguir, disse que as palavras que Ele fala são Espírito e Vida. Isso mostra que as
suas palavras faladas são a corporificação do Espírito da Vida. Ele é o Espírito que dá vida em
ressurreição, e o Espírito é corporificado nas suas palavras. Quando recebemos as suas palavras
exercitando o nosso espírito, obtemos o Espírito, que é Vida.
30
Telma Paiva Rovina Salgado
13-Out-2013
Leia João 8.51- 59
V.52 - É possível, ao faltar espiritualidade, atribuir a ensino sublime uma origem diabólica.
V.55 - Neste versículo, dois verbos gregos são usados no original para conhecer. O primeiro denota o
conhecimento exterior, objetivo; o segundo se refere à consciência interior, subjetiva. O Senhor Jesus
disse aos fariseus que eles não tinham conhecido a Deus Pai, nem mesmo com o conhecimento exterior
e objetivo, mas que ele conhecia o Pai com a consciência interior e subjetiva.
V.58 - “...antes que Abraão existisse...” indica que a vida de Abraão tinha um começo específico, o que
contrasta nitidamente com a reivindicação de Jesus: “Eu sou”. Ele é o Deus eterno, sempiterno. Ele era
antes de Abraão e maior do que ele. “Eu sou” é autodeclaração bem clara de Jesus a respeito de sua
divindade. Ficou bem claro para o povo da Judéia o que Jesus estava declarando, tanto que eles
imediatamente pegaram pedras para o apedrejar por blasfêmia (v. 59). Declarar ser Deus (como Ele tinha
acabado de fazer) merecia punição por morte (Lv 24.15-16). A reivindicação de Jesus quanto a ser
eterno era uma reivindicação quanto a ser divino. Estas e outras passagens relacionadas neste
evangelho como em João 4.26, são declarações explícitas e poderosas de Jesus ser o verdadeiro Deus
encarnado.
20-Out-2013
Releia João 8
Conclusão: Neste capítulo podemos destacar que, pelas suas palavras, Jesus está defendendo a sua
missão e autoridade. Ele nos apresenta a si mesmo como a Luz do Mundo (v. 12). Também apresenta
as consequências da incredulidade humana: 1) ser escravo do pecado; 2) ter morte física e espiritual; 3)
não conhecer nem o Pai e nem ao Filho; 4) ficar separado de Deus (para sempre); 5) ser filho do Diabo.
Mas ele mostra o outro lado, as consequências da fé no Salvador: 1) ter o perdão dos pecados (se
confessá-los a Deus); 2) ter apenas a morte física; 3) conhecer o Pai e reconhecer o Filho como Jesus
(Salvador) e Cristo (o Ungido, o Messias); 4) conhecer a verdade que liberta; 5) permanecer na palavra,
sendo discípulo de Jesus; 6) ser filho de Deus; 7) viver junto com Deus (para sempre).
Para refletirmos: 1) Jesus é o nosso Salvador? 2) Ele é o nosso Mestre? 3) Nós o adoramos como o
“Filho de Deus”? 4) Ele é o nosso Senhor? 5) Ele nos guia como a “Luz do Mundo”?
Em Romanos 12.1-2, Paulo declara que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. Por
que não experimentar esta verdade bíblica? Vivamos seguindo a Cristo, libertos da escravidão do pecado,
recebendo dele a vida, escolhendo e aceitando a vontade de Deus para a nossa vida. Sigamos a Luz do
Mundo, que brilha e é como um farol a nos iluminar e orientar a cada dia o nosso navegar pelo mar que é
o nosso viver aqui na Terra e não andemos nas trevas por mares tenebrosos.
31
Telma Paiva Rovina Salgado
27-Out-2013
Leia João 8.58 (conclusão)
Neste versículo Jesus diz aos judeus: Antes que Abraão existisse, eu sou”. A fim de entender como são
importantes estas palavras devemos voltar ao Antigo Testamento e descobrir o que significa “Eu sou”.
Em Êxodo 3.1-14, lemos sobre Moisés e a sarça ardente. Quando Deus disse a Moisés que ele deveria
tirar o povo de Israel do Egito, Moisés hesitou em aceitar uma tarefa tão grande e perguntou ao Senhor:
“Quem direi que me mandou?” Deus disse a Moisés: “Eu sou me enviou a vós outros. Assim dirás aos
filhos de Israel: Eu sou me enviou a vós outros” (Êx 3.14). O nome “Eu sou” era, portanto, o nome que
Deus deu a si mesmo. Os judeus o consideravam tão sagrado que não o pronunciavam em voz alta,
quando liam o Antigo Testamento. Empregavam no lugar outro dos nomes de Deus. O nome “Eu sou”
dito por Jesus significa que Ele era, que é, e que há de vir (Ap 1.8). Jesus disse: “Eu sou eterno, sou
auto existente, a vida está em mim, sou Deus”. Aqui está um dos maiores testemunhos da divindade de
Jesus Cristo, no evangelho de João.
O nome “Eu sou” tem sentido para nós hoje. Quando Jesus faz esta declaração, está dizendo que Ele é a
fonte da vida. Nossa vida depende de outra pessoa. Recebemos nossa vida física de nossos pais.
Recebemos nossa vida espiritual de nosso Pai Celeste. Mas Jesus Cristo é diferente. Ele não recebe vida;
Ele é a Vida (Jo 14.6). Nele está a Vida (Jo 1.4).
03-Nov-2013
Leia João 8.58 (Conclusão)
A propósito do livro de João é mostrar a divindade de Cristo pelo uso de uma série de nomes ou títulos
após a expressão “Eu sou” que Jesus aplica nos seus discursos sobre si mesmo. Tais afirmações seriam
vãs se fossem proferidas por outro que não fosse Deus. Somente ele pode usar estes títulos.
Em João 3.13-14, ele usa a expressão “Filho do Homem”, que mostra a humildade do Senhor e o fato de
Ele se ter humilhado para tornar-se nosso salvador.
Em João 6.35, ele diz ser o “Pão da Vida”. Somente Deus pode fazer uma afirmação desta. Como não
podemos viver sem alimento, do mesmo modo, não podemos viver espiritualmente sem Ele. “Satisfarei
sua fome espiritual”, dizia Jesus (Jo 6.41,48 e 51).
Em João 8.12, Jesus afirma ser “a Luz do Mundo”. Não podemos viver sem luz. Não podemos andar sem
luz. Jesus diz: “Eu lhe mostrarei o caminho onde andar. Se você me seguir, nunca andará nas trevas’ (Jo
9.5).
Em João 8.58, ele declara que é eterno. Cristo é o nosso Deus. Em João 10.7 e 9, ele é a porta, a
entrada para a salvação. Ele é o Único que pode nos salvar.
Em João 10.11 e 14, ele diz: “Eu sou o Bom Pastor”, aquele que nos protege do mal e é provisão para as
nossas necessidades. Ele diz: “Eu vou na sua frente. Eu sou a entrada do curral. Eu cuido das minhas
ovelhas. Elas nada tem a temer’.
32
Telma Paiva Rovina Salgado
10-Nov-2013
Leia João 8.58 (Final)
O que Jesus declara ser, após o emprego da afirmação “Eu sou” em João 8.58:
Em João 11.25, Jesus afirma: ‘Eu sou a Ressurreição e a Vida’. Sem Cristo, nunca poderíamos encarar o
futuro com segurança. Estaríamos sempre preocupados com o que poderia acontecer algum dia. Ele diz:
“Eu levarei vocês para que estejam comigo. Não tem nada a temer”. “Porque eu vivo, vós também
vivereis” (Jo 14.19).
Em João 14.6, lemos: ‘Eu sou o caminho, e a verdade e a vida’. Quem pode andar se não houver um
caminho? Quem pode ter segurança fora da verdade? Quem pode se contentar em apenas existir, sem a
vida eterna? Cristo declara: ‘Eu sou a resposta a todas essas necessidades. Confiem em mim!’
Em João 15.1, lemos: ‘Eu sou a videira verdadeira’. Quem pode viver sem o poder e a força de Jesus
Cristo? O Senhor conhece as nossas necessidades e nos garante: ‘Eu sou a videira, vós os ramos’ (v.5).
Jesus Cristo está nos dizendo, através de todas estas afirmações: ‘Eu sou tudo de vocês’. Fora de mim
nada podem fazer. Dependem de mim cada momento, para todas as suas necessidades e para fazer sua
vida cheia e abundante’.
Em Filipenses 2.9-11 lemos que Deus lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome
de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai. Este é o maior de todos os seus nomes. Em Atos 4.12
constatamos que a humanidade está perdida sem Cristo e que nenhuma outra autoridade, personalidade,
outro sistema ou filosofia pode afetar ou alterar o resgaste da alma humana já que o único caminho para
a salvação é Jesus Cristo.
17-Nov-2013
Leia João 9.1-5
V.1: “Caminhando Jesus, viu um homem cego” - Jesus não perdeu tempo. Notou que ali havia um
homem que precisava de ajuda. Os discípulos se preocuparam apenas sobre o motivo da cegueira do
homem, mas Jesus não estava ocupado demais para notar alguém que precisava dele e atender sua
necessidade e aproveitar a oportunidade para mostrar o poder de Deus.
V.2: Os discípulos de Jesus não foram os primeiros a atribuírem todos os infortúnios e inabilidade
humana a um pecado detectável. Todo o livro de Jó é devotado a combater essa má compreensão de
como o pecado tem afetado o mundo presente. (Aprende-se muito sobre este assunto com a leitura do
livro de Jó). Jesus observa que, além da tragédia humanas (que, de maneira geral, são resultado da
queda do ser humano e da consequente chegada do pecado, doenças, aflição e morte no mundo), a
graça misericordiosa e soberana de Deus está disponível. Não podemos julgar os pecados de ninguém.
Nosso dever é trazer vida a Cristo. Ele deixou isto bem claro aos discípulos. Ele também destacou que
nem toda doença era resultado de pecado. Mas, o mais importante, é que, mesmo quando a doença se
manifesta, podemos esperar que a ação de Deus é soberana na nossa vida.
Este caso do cego é uma prova de que a religião da lei não podia proporcionar nenhuma ajuda ao cego.
Mas o Senhor Jesus, como a luz do mundo, concedeu-lhe a visão (Jo 10.10).
33
Telma Paiva Rovina Salgado
24-Nov-2013
Leia João 9.1-7
Na Bíblia aparece expressa, de um lado, a ideia de responsabilidade coletiva no bem e no mal (Êx 20.5-6;
34.6-7; Nm 14.18; Dt 5.9-10; Rm 5.20-21) e, por outro lado, a reponsabilidade pessoal (Dt 24.16 e Ez
18.2-20). Os judeus criam que, se um homem era rico e próspero, isto era uma bênção de Deus. Portanto,
a pessoa rica e próspera seria boa e merecedora do benefício. Da mesma forma, se alguém sofresse
uma enfermidade ou qualquer outro problema grave, isto era sinal do juízo de Deus; portanto, a pessoa
teria pecado. Por isso fizeram a pergunta (v.2). A resposta de Jesus (v.3) é importante para entendermos
o problema da dor e do sofrimento. Notemos a surpreendente resposta de Cristo. Aquele homem nascera
cego para que as obras de Deus fossem manifestadas nele. Deus usa pessoas que sofrem a fim de que,
na medida em que são curadas, outras reconheçam a atuação divina. E, mesmo quando a cura não se
efetua, o Senhor é glorificado através do triunfo do crente sobre a dor e no seu fortalecimento em meio a
provações.
Aquele homem foi maravilhosamente abençoado. Do ponto de vista divino, o homem nascera abençoado.
Todo potencial de uma bênção maravilhosa futura achava-se em sua vida; ao render-se a Deus, lhe foi
permitido ter o seu mundo alargado, a sua capacidade de viver enriquecida e, por fim, a salvação da sua
alma (v.38).
08-Dez-2013
Leia João 9.6-7
O barro (v.6) como o barro em Romanos 9.21 pode simbolicamente representar a natureza humana. A
saliva aqui, como algo procedente da boca do Senhor (Mt 4.4), pode representar as suas palavras, que
são Espírito e são Vida (Jo 6.23). O ato de fazer barro com saliva pode simbolizar o mesclar da natureza
humana com a palavra viva do Senhor, que é o Espírito. O termo ungiu prova isso, pois o Espírito do
Senhor é o Espírito que unge (Lc 4.18, 2Co 1.21,22 e 1Jo 2.27). Aqui o Senhor ungiu os olhos cegos com
o barro feito com a sua saliva, para que a visão pudesse ser recuperada, isto é, pela unção da mescla
da palavra do Senhor (que é o seu Espírito) com a nossa humanidade, nossos olhos, que foram cegados
por Satanás, podem recuperar a visão.
No v.7, ‘lavar’ é limpar-se do barro. Isso representa o lavar da nossa velha humanidade, que se
experimenta no batismo (Rm 6.3,4 e 6). O fato de ele ir e lavar-se indica que obedeceu à palavra
vivificante do Senhor, recuperando assim a visão. Se não tivesse ido lavar-se do barro após ter sido
ungido com ele, o barro o teria cegado ainda mais. Nossa obediência à unção do Senhor nos purifica e
dá visão.
Para que o cego fosse curado era necessário: a) a presença, o interesse, o contato e o poder do
Salvador; b) a submissão e obediência do cego; c) a lavagem com água do tanque de Siloé; d) a boa
vontade do Pai.
34
Telma Paiva Rovina Salgado
15-Dez-2013
Leia João 9.8-27
O homem que sempre andara tateando, voltou do tanque, andando com passo firme, vendo o caminho
que pisava. A mudança foi tão radical que os seus vizinhos olharam com desconfiança e duvidaram que
ele fosse aquele cego que mendigava a pouco tempo atrás (Jo 9.8-10).
Ao ser indagado, ele relata toda a maravilha que lhe acontecera (Jo 9.11-15). Os fariseus se
interessaram pelo acontecimento, analisando-o de acordo com as leis do Shabat. E acusaram Jesus de
não guardar o Shabat (Jo 9.16), causando uma divisão entre eles. Não podendo negar a ocorrência do
milagre, eles tentaram minimizá-lo (Jo 9.17-29). Mas o homem curado, com prontidão e coragem, contou
o que Jesus disse, o que ele próprio fizera e que obtivera a cura.
A discussão dos fariseus colocou-os em um dilema cuja única escapatória era invalidar o milagre que
havia ocorrido. Eles argumentaram que não poderia ter acontecido nenhum milagre, pois era sábado, e
Deus jamais violaria a lei do descanso curando uma pessoa. Entretanto, o fato de um homem cego
agora ter uma visão perfeita contradizia a teoria deles. Assim, ou eles deveriam negar os fatos ou
confessar a natureza divina de Jesus. A lógica do homem curado era simples e incontestável (Jo 9.3031).
A fim de desvalorizar a história do homem, os seus pais foram inquiridos. Com medo do que poderia
acontecer a eles e sendo excessivamente prudentes, eles não se pronunciaram a respeito da maravilha
que havia sido realizada.
22-Dez-2013
Leia João 9.22-34
“Seria expulso da sinagoga” (Jo 9.22): o judaísmo possui três formas de expulsão ou excomunhão,
embora nenhuma seja comum hoje. A mais leve, repreensão, podia ser declarada por uma pessoa e
normalmente durava 7dias. A seguinte, disciplina ou rejeição, geralmente requeria três pessoas para a
declararem, durava 30 dias e exigia-se que os demais permanecessem cerca de 2 metros da pessoa em
questão. A mais severa era uma expulsão de duração indefinida e a pessoa expulsa era tratada como se
tivesse morrido. Para uma família tão pobre a ponto de permitir que o seu filho mendigasse (pedir
esmolas deveria ser evitado tanto quanto praticar caridade deveria ser algo frequente), ser expulso da
sinagoga seria um desastre mortal.
Embora não conhecesse a Jesus, não lhe houvesse visto e só lhe soubesse o nome, o homem curado
testemunhou quanto ao poder de Jesus (Jo 9.25-27). Mesmo com a ameaça de ser expulso, ele foi firme,
reconhecendo que havia sido curado por Jesus, que era profeta e homem de Deus (Jo 9.30-33). Ele teve
ousadia de enfrentar os líderes judeus, não se importando com as consequências, que seriam não poder
assistir a nenhum serviço religioso e nem poder participar das cerimônias religiosas do povo, entre outras.
E incapazes de negar o testemunho do homem, as autoridades religiosas escolheram a alternativa
covarde e o excomungaram (Jo 9.34).
35
Telma Paiva Rovina Salgado
29-Dez-2013
Leia João 9.34-40
Jo. 9.34 - O testemunho do homem curado resultou na sua expulsão. Os fariseus o atacaram
verbalmente empregando uma palavra que se refere ao filho de um casamento proibido (Lv 18) que
significa “bastardo” quando lhe responderam: “Tu és nascido todo em pecado”. Usaram termo forte e
violento na intenção de insultá-lo com precisão. Ele perdera os direitos espirituais como judeu e também
os direitos sociais. Entretanto, as consequências da sua cura lhe dera: nova visão, nova alegria, novo
serviço, novo testemunho e novo sofrimento.
Jo 9.35-38 - Jesus encontra o recém expulso curado, que tinha trocado a exclusão de não enxergar pela
exclusão na sociedade. Jesus não se esquecera dele e o levou à fé em si como o Messias. Claramente o
homem estava pronto a crer. Ele aceitou que Jesus tinha vindo ao mundo para que “os que não veem,
vejam”, como a sua cura atestava. Todavia, mais importante do que abrir os olhos do homem era o fato
de Jesus ter aberto o seu coração para que ele reconhecesse que Jesus era o Filho de Deus e cresse
nele. Este homem, que era cego e não sabia quem era Jesus, agora está curado e, além disso, adora a
Jesus como seu Senhor.
Jo 9. 39-40 - A cegueira assim como o pecado é uma questão de morte. Um morto certamente é cego: “O
deus desta era cegou os pensamentos dos incrédulos” (2Co 4.4). Assim, estes precisam que lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo para lhes abrir os olhos, para fazê-los voltar-se das
trevas para a luz e da autoridade de Satanás para Deus (At 26.18).
05-Jan-2014
Leia João 9.34-41
João 9.39: “E os que veem se tornem cegos” - Aqueles que, como os fariseus, se dizem espirituais, mas
não veem a Cristo, a luz do mundo, são cegos espirituais, que não veem o caminho e podem levar outros
cegos ao abismo. Estão condenados por sua própria cegueira e orgulho. Somente por Cristo alguém
pode ganhar a “luz”, para ver a vontade de Deus e obedecer a esta vontade.
Com a leitura deste capítulo podemos destacar as atitudes do cego que foram: a) obedeceu prontamente
para levar os olhos no tanque; b) admitiu seu estado de cegueira; c) testificou do seu Salvador (Jo 9.11 e
17); d) confessou o que não sabia (Jo 9.12 e 25) e o que sabia (Jo 9.25, 31 e 33); e) descreveu o milagre
(Jo 9.15); f) fez a pergunta certa (Jo 9.36); g) sofreu perseguição (Jo 9.34); h) creu e adorou (Jo 9.38).
As atitudes de Jesus foram: a) viu o cego e compadeceu-se dele; b) sabia a origem e a razão do seu mal;
c) resolveu não perder a oportunidade; d) empregou um meio estranho de curar; e) ensinou o cego a
fazer algo para sua cura; f) procurou o homem e o instruiu; g) admoestou aos fariseus.
O Senhor, que não veio ao mundo para julgá-lo, mas para salvar, contudo, pelo fato da sua presença
nele, trouxe o juízo. O resultado espiritual é que os conscientemente cegos – os que por isso procuram a
luz – chegam a ver, enquanto os que alegam que veem – as pessoas que possuem a sabedoria deste
mundo – ficam cegos (Jo 9.39-41). O juízo que Jesus faz em sua primeira vinda consiste em tornar claro
às pessoas como e onde elas realmente se encontravam com respeito a Deus, como o restante do v.39
explica. Somente na segunda vinda Ele julgará o mundo (Jo 5.22, 27-30).
36
Telma Paiva Rovina Salgado
12-Jan-2014
Leia João 10.1-2
O discurso de Jesus neste capítulo deve ser lido no contexto de João 9.35-41, no qual Jesus levou a
discussão da cegueira física para a cegueira espiritual, ensinando que crer nele significa ver
espiritualmente, ao passo que aquele que não crê nele continua cego. O Senhor Jesus declara aos
fariseus que eles não podiam guiar o povo porque não tinham vindo a Ele, a luz do mundo. Ele continua o
seu discurso mostrando como eles eram realmente cegos.
O emprego de imagens pastoris neste capítulo pode ter sido influenciado pela prática de usar textos do
Antigo Testamento em torno do tema ‘ovelhas e pastores’, como leituras sinagogais no primeiro sábado
anterior à Festa da Dedicação (Hanukkah). A principal passagem profética era em Ezequiel 34.
Jesus faz uma alegoria (expressão de uma ideia sob forma figurada – representação de um objeto para
ideia de outro) sobre si mesmo e aquele que nele crê; e sobre os fariseus que são os falsos guias do
povo.
A posição e o trabalho de um pastor de ovelhas tem uma importância mínima nos dias atuais. Por isso,
nós não damos a significação devida a esse título, quando Jesus chama a si mesmo de Bom Pastor. No
entanto, para os judeus do tempo de Jesus, era muito diferente. Os dois maiores nomes de sua história
eram Moisés e o rei Davi. A simples menção desses nomes fazia despertar atenção de todo judeu - e
esses dois homens foram pastores.
19-Jan-2014
Leia João 10.1-10
Moisés viveu como um rei no Egito durante 40 anos, mas outros 40 anos ele viveu como pastor no
deserto. As experiências de Moisés e Davi, cuidando de suas ovelhas, desenvolveram neles sentimentos
de paciência e resignação muito necessários para liderar um povo errante e indócil. Do mesmo modo, o
Senhor Jesus tem uma capacidade infinita de paciência e resignação em relação a nós (Is 53.6).
Jesus usa a figura de um aprisco (curral) oriental. Uma área cercada por um muro de pedras de
aproximadamente 1,50 m de altura e com uma porta. O pastor sentava-se na porta, encostava-se num
lado da porta e colocava os pés no outro lado. Assim ele era a porta das ovelhas. As ovelhas entravam
no aprisco pela porta ao anoitecer. Ao lado da porta ficava o porteiro, que só abria a mesma para
pessoas devidamente autorizadas. O porteiro ficava de vigia, durante a noite, do lado de dentro do
aprisco, e, ao raiar da manhã, abria a porta ao pastor, quando este chegava. Um ladrão tentaria pular
numa parte longe da entrada. A maneira de entrar no curral revelava quem era o verdadeiro pastor.
Os salteadores, nesta alegoria, seriam os fariseus, os falsos profetas do Antigo Testamento e os falsos
messias das épocas mais recentes. Entrar no aprisco através de Jesus é uma ação salvadora, e fornece
vida e provisões abundantes às ovelhas. Há somente uma entrada para o Reino de Deus. É através de
Jesus Cristo. Somente as verdadeiras ovelhas e os verdadeiros pastores entram por esta porta.
37
Telma Paiva Rovina Salgado
26-Jan-2014
Leia João 10.1-12
Para os judeus, o trabalho de pastor era uma profissão antiga e honrada. A responsabilidade do pastor
era grande (Gn 31.39), tão grande que o próprio Deus era frequentemente chamado de Pastor de Israel
(Sl 80.1, Is 40.11, Jr 23.3 e 31-10).
Para tornar-se um bom pastor, era necessário ter muita perseverança no dever. O pastor tinha de
encontrar alimento e água para o rebanho em uma terra estéril (Sl 23.2). Devia proteger as ovelhas dos
animais selvagens (1Sm 17.34-36) e procurar as que se perdessem (Ez 34.8 e Mt 18.12). Mas a grande
prova descrita por Cristo é a do Bom Pastor que daria a própria vida pelas ovelhas.
Normalmente, o que o pastor faz por suas ovelhas? Ele as guia e a dirige. Nunca vai atrás delas. Os
pastores orientais seguiam à frente de seu rebanho, nunca enxotando o rebanho por detrás.
Às vezes, mais de um pastor usava um mesmo aprisco. De manhã, cada pastor chegava à porta e
chamava suas ovelhas pelo nome. As ovelhas atendiam o chamado do seu pastor, mas não davam
atenção ao chamado de outros pastores.
Jesus identificou-se como a porta das ovelhas. Ele é a porta tanto da entrada como de saída. Isto não
significa que uma pessoa possa vacilar em relação a estar em Cristo, num certo momento, e fora dele, no
outro. Na verdade, significa que, em Cristo, temos proteção e segurança como a porta para as entradas e
saídas diárias das ovelhas. Ou seja, por Jesus entramos à presença do Pai e por Ele saímos para uma
vida de liberdade e serviço.
02-Fev-2014
Releia João 10.1-12
a) “As ovelhas ouvem a sua voz” (v. 3) - Essas palavras de Jesus subentendem que reina familiaridade
especial entre o pastor e as ovelhas, que estão tão acostumadas com a intimidade do pastor que o
reconhecem pela voz, distinguindo-a da de todos os outros, incluindo os falsos pastores. Ora,
conhecendo ao verdadeiro pastor tão bem, elas o seguem e o obedecem.
b) “Ele as chama pelos nomes” (v. 3) - As palavras ‘próprias ovelhas’ são usadas aqui porque mais de um
rebanho podia compartilhar do mesmo aprisco. Era necessária a separação entre os rebanhos. Em
alguns casos, podia acontecer de as ovelhas pastarem com bodes ou outros animais. Assim sendo, o
pastor chamava as suas próprias ovelhas pelo seu nome. Elas reconheciam a voz do pastor, que as
protegia, enfrentando ladrões e animais ferozes. Entre o pastor e suas ovelhas havia simpatia e apego
profundo.
c) “Ele as conduz para fora” (v. 3) - Assim como o pastor de ovelhas, Cristo nos orienta. Quando da
nossa conversão, Ele nos liberta do mundo. Em seguida, Ele nos conduz a uma vida espiritual mais
abundante (v. 10). Por fim, ele nos leva até à completa vida eterna, o destino apropriado dos remidos (v.
28). Cristo nos conduz à plenitude de sua graça e à presença do Pai. Ele nos leva aos pastos
verdejantes de sua palavra e às aguas tranquilas de seu amor e de sua graça (Sl 23).
38
Telma Paiva Rovina Salgado
09-Fev-2014
Leia João 10.9-15
“Eu sou a porta das ovelhas...” (v. 9). Há três bênçãos que decorrem do ato de passar pela porta para
desfrutar da viva comunhão com Cristo (Jo 10.9): 1) Segurança – “Salvar-se-á”, que significa estar seguro
ou protegido por Cristo (2Tm 4.18); 2); Liberdade – “Entrará e sairá”; aquele que entra em comunhão com
Deus desfruta da familiaridade dessa comunhão; 3) Sustento – “Achará pastagens”. A ideia de
‘pastagens’ pode ser aplicada também aos “meios de graça”, a oração, a Palavra, a comunhão com o
povo de Deus.
De acordo com o v. 11, o Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas para que tenham uma vida abundante.
O nosso Bom Pastor deu sua vida por nós e Ele morreu pelas suas ovelhas. Sua morte foi sacrificial. Ele
não morreu por si mesmo, antes morreu pelo ser humano. Ele morreu por todos, mas somente aqueles
que o recebem como Salvador lucrarão com sua morte, tendo os pecados perdoados e recebendo vida
abundante.
O Bom Pastor tem legítima preocupação com suas ovelhas (v. 11-14), o que contrasta com a conduta de
um mercenário, cujo único interesse é a auto conservação.
A familiaridade íntima e profunda entre o Pai e o Filho (v. 15) proporciona o modelo para o
relacionamento entre o Pastor e suas ovelhas.
16-Fev-2014
Leia João 10.7-15
Quando Jesus se chama a porta por quem as ovelhas podem entrar, podemos entender que elas
entrarão em um lugar: a) de salvação; b) de liberdade (entrará e sairá); e c) fartura (porque não é para
um curral). Jesus Cristo é a única porta. Ele não é apenas um dentre muitos caminhos para Deus. Ele é
o único. Não se pode escolher outro caminho para se chegar a Deus. Jesus disse: “Eu sou a porta”, e
não: “Eu sou uma porta”.
As ovelhas são usadas como emblemas da mansidão, simplicidade, paciência, utilidade, inocência, em
contraste com outros animais, como os bodes, que são considerados destrutivos e repulsivos. Por essas
razões tanto no Antigo como no Novo Testamento, a ovelha é usada como símbolo do verdadeiro
discípulo.
A palavra “pastor” é derivada de uma raiz cujo sentido é ‘protetor’. Assim, pastor é aquele que protege as
ovelhas do mal. Jesus como Bom Pastor vai à frente, liderando as ovelhas. Ele está sempre à frente,
para resolver qualquer problema ou perigo que possa surgir. Ao segui-lo, vamos por um caminho seguro.
Ele não nos impele, mas nos conduz (Is 40.11).
Normalmente nenhum pastor prontifica-se para morrer por seu rebanho como Jesus o fez. Ao proteger o
rebanho do perigo, a preocupação básica de um pastor era evitar que as ovelhas fossem mortas. Jesus
não leva suas ovelhas a uma boa pastagem, para engordá-las para o abate, mas para que possam ter
vida, e vida em abundância.
Um pastor cristão deve proteger os crentes da violência espiritual, preservando-os do erro, guiando-os
aos lugares seguros e protegendo-os durante a jornada para a vida celeste (Ef 4.11; Jo 21.6; 1Pe 5.2 e At
20.28).
39
Telma Paiva Rovina Salgado
23-Fev-2014
Leia João 10.16-18
As outras ovelhas são os gentios que compartilharão os benefícios do seu sacrifício (Jo 10.16)
“Dou a minha vida para tornar a tomá-la” (Jo 10.17) - O Bom Pastor morreu por nós, mas não está morto
agora. Morreu mas ressuscitou no terceiro dia.
João 10.18 - Jesus morreu porque quis e quando quis. Ninguém podia tirar-lhe a vida. Ele disse: “O meu
tempo ainda não chegou” (Jo 7.6). Também afirmou: “O meu tempo está próximo” (Mt 26.18). Várias
vezes, em capítulos anteriores, lemos que o povo quis apedrejá-lo para matá-lo, mas fracassou. Ele foi o
único homem que poderia ter escolhido ‘não morrer’; os demais não têm escolha. Ele tinha domínio
completo sobre a sua vida. Ele não era uma vítima, mas o cumpridor do plano eterno de Deus que é a
Palavra eterna (Jo 1.1-2), humilhando-se ao tomar a forma humana, morrendo pelos pecados da
humanidade (Jo 1.14 e Fp 2.6-11). As várias predições de Jesus sobre sua morte iminente para este
propósito indicam que o Messias morreria e ressuscitaria.
“E poder para tomá-la” (Jo 10.18) - Foi o Pai que ressuscitou Jesus (Rm 8.11). Assim, podemos concluir
que a sua morte: a) foi voluntária (“Eu de mim mesmo a dou”); b) realizou-se em obediência ao Pai (“Esse
mandamento recebi de meu Pai”); c) era agradável a Deus (“Por isso o Pai me ama, porque dou a minha
vida”).
02-Mar-2014
Leia João 10.1-9 e Gálatas 3.23-25 e 4.3-5
Jo 10.1: O ‘aprisco’ representa a lei ou o judaísmo como a religião da lei, na qual o povo escolhido de
Deus foi mantido e guardado sob custódia até que Cristo viesse.
Jo 10.8: Os ‘ladrões e salteadores’ podem representar os que entraram no judaísmo e não aceitaram a
Cristo. O cego que recebera a visão no capítulo anterior era a tal ‘ovelha’ do versículo 3. Ele foi
conduzido pelo Senhor para fora do aprisco do judaísmo.
Jo 10.9 e os textos de Gálatas: Cristo é a porta não somente para os eleitos de Deus do Antigo
Testamento, tais como Moisés, Davi, Isaías e Jeremias e outros, entrarem na custódia da lei antes de
Cristo ter vindo, mas também para o seus escolhidos, como Pedro, João, Tiago e Paulo, entre outros,
saírem do aprisco da lei, agora que Cristo já veio. Assim, o Senhor sinaliza aqui que Ele é a porta não
somente por meio da qual os eleitos de Deus podem entrar, mas também por meio do qual os seus
escolhidos podem sair.
Jo 10.9: A ‘pastagem’ aqui representa Cristo como o lugar onde as ovelhas se alimentam. Quando a
pastagem não está disponível (por exemplo, no inverno ou à noite), as ovelhas devem ser guardadas no
aprisco. Mas, uma vez disponível, já não há necessidade de as ovelhas ficarem no aprisco. Ser mantido
no aprisco é algo transitório e temporário. Estar nas pastagens para desfrutar as suas riquezas é algo
definitivo e permanente. Antes de Cristo ter vindo, a lei servia de custódia, e estar sob ela era transitório.
Agora que Cristo já veio, todos os escolhidos de Deus devem sair da lei e entrar nele para desfrutá-lo
como a pastagem.
40
Telma Paiva Rovina Salgado
09-Mar-2014
Releia João 10.9-18 e leia Efésios 2.14-16 e 3.6
Desfrutar Jesus como a pastagem deve ser definitivo e permanente.
Visto não terem tal revelação, os maiorais do judaísmo consideravam a lei, na qual o judaísmo era
baseado, como algo permanente. Em consequência disso, deixaram de ganhar a Cristo e não puderam
partilhar dele como pastagem.
João 10.10: “Vida”, no grego “zoe”, é usada no Novo Testamento para referir-se à vida eterna e divina.
João 10.11: “Vida”, no grego “psiquê”, ‘alma’, isto é, vida da alma. Como ser humano, o Senhor Jesus
possuiu a vida ‘psiquê’, a vida humana e, como Deus, Ele possui a vida ‘zoe’, a vida divina. Ele deu a sua
vida (‘psiquê’), a sua vida humana, para efetuar a redenção por suas ovelhas (v.15, 17 e 18), a fim de
elas poderem partilhar da sua vida (“zoe”), sua vida divina (v.10) a vida eterna (Jo 28), pela qual elas
podem formar um só rebanho sob os cuidados dele como o único pastor. Como o Bom Pastor, Ele
alimenta dessa maneira as suas ovelhas com a vida divina, visando esse fim.
João 10.16 e Efésios: O único rebanho representa a única igreja, o Corpo de Cristo produzido pela vida
eterna e divina do Senhor, a qual Ele infundiu nos membros mediante a sua morte (v. 10, 17 e 19). O
aprisco é o judaísmo, composto de letras e preceitos, e o rebanho é a igreja, constituída de vida e espírito
(Efésios 2.11-22 e 4.4-6, 12, 15 e 16).
16-Mar-2014
Leia João 10.1-21 e Salmo 23
Jesus nos mostra as credenciais do verdadeiro pastor que: 1) entra no curral, isto é, a nação judaica; 2)
entra pela porta – por submissão à lei ou circuncisão; 3) a porta é aberta para Ele pelo porteiro, o Espírito
Santo; 4) Ele chama as ovelhas pelo nome porque em Israel haveria aqueles que ouviriam a sua voz; 5)
Ele as tira para fora do curral do judaísmo.
O curral ou aprisco é um cercado para que as ovelhas não fujam, ao passo que o rebanho é composto
por um grupo de ovelhas que não querem fugir, porque têm como guia o Bom Pastor.
As características do Bom Pastor são: 1) não é mercenário; 2) é o salvador das ovelhas; 3) dá a sua vida
por elas. O Bom Pastor protege as ovelhas mesmo que tenha de perder sua própria vida. Davi sabia
disto quando escreveu o Salmo 23. Ele relata a mesma verdade que Jesus ensinou ao povo. Davi sabia
que o Bom Pastor nunca o deixaria. Ele escreveu: ‘Tu estás comigo’ (Sl 23.4). Esta era uma verdade para
Davi e para nós também. Davi sabia que podia confiar no Senhor, tal como as suas ovelhas confiavam
nele.
Assim como as ovelhas, nós também precisamos de alimentação, proteção, orientação e amor por parte
do nosso Pastor. Como Bom Pastor, Ele nos ama e cuida de nós, protegendo-nos do mal e nos
guardando para que não nos afastemos dele. Nosso Pastor sempre nos guiará pelas veredas certas (Jo
10.3-4).
41
Telma Paiva Rovina Salgado
23-Mar-2014
Releia João 10.1-21 e Salmo 23
Lendo o Salmo 23, podemos aprender que, como “O Senhor é nosso Pastor nada nos faltará”, isto é, não
nos faltará: 1) descanso (v.2); 2) bebida (v.2); 3) perdão (v.3); 4) orientação (v.3); 5) companheirismo
(v.4); 6) consolo (v.4); 7) alimento (v.5); 8) generosidade e hospitalidade (v.5); 9) alegria (v.5); 10)
bondade e misericórdia nesta vida (v.6); 11) morada na Casa do Senhor na vida futura (v.6).
O Senhor Jesus sabe o que vai nos acontecer no futuro. Ele conhece os perigos que estão diante de
nós. Sabe as tentações que teremos de enfrentar. Ele não espera que andemos adiante dele. Ele quer
que O sigamos dia a dia.
Não precisamos jamais temer que Jesus, o nosso Pastor, nos guie a qualquer lugar perigoso. Nenhum
vale escuro deve nos assustar. Na tentação e na tristeza, na perseguição ou mesmo na morte, não
devemos temer mal algum, pois Jesus passou por tudo isso e está agora conosco.
Nosso Bom Pastor prometeu nos proteger de nossos inimigos. E o nosso maior inimigo é Satanás (1Pe
5.8). Ele procura nos fazer pecar e desobedecer a Deus. Tenta nos impedir de confiar em Jesus. Mas
temos o Bom Pastor que é capaz de cuidar de nós e de nos livrar das armadilhas de Satanás (Jo
10.9,10). E o seu amor é eterno, isto é, dura para sempre.
É essencial que haja o cuidado diário, isto é, um trabalho constante. Cristo quer nos dar orientação e
alimento espiritual por meio de sua palavra, cada dia de nossa vida.
30-Mar-2014
Leia: João 10.22
A “Festa da Dedicação” (Hanukkah) era comemorada pelos judeus para celebrarem a vitória dos
Macabeus sobre o rei Antíoco Epifânio, da Síria.
De 170 a.C. a 168 a.C., Antíoco atacou a Judéia, matando homens, mulheres e crianças, e invadindo o
templo. Ali, removeu o altar de ouro, os candelabros e os vasos e, para mostrar desprezo pelo Deus de
Israel, sacrificou ali um porco a Zeus. Ele proibiu a circuncisão, a observação do sábado, a alimentação
kosher e ordenou que somente porcos fossem sacrificados no templo. Ele mesmo chegou a cozinhar um
porco no templo e derramou seu sangue nos santos rolos da Torá e sobre o altar.
Oficiais sírios foram encarregados de cumprir esses decretos cruéis e blasfemos. Um dia, quando o
comandante sírio ordenou a Mateus e Matatias, o Macabeu, cabeças de uma família de sacerdotes, que
sacrificassem um porco, ele e seus 5 filhos se recusaram. Depois, mataram o oficial e seus soldados.
Esse foi o começo de uma rebelião.
Após a morte de Matatias, seu filho Judas Macabeus reuniu judeus corajosos e levou-os a vitória contra
os sírios. Por fim, eles purificaram e restauraram o templo. Foi então estabelecida a festa sagrada de
Hanukkah que deveria ser celebrada por 8 dias consecutivos, de regozijo para celebrar a rededicação do
templo e a consagração do altar.
42
Telma Paiva Rovina Salgado
06-Abr-2014
Leia: João 10.22 e 23 (continuação)
1) O templo durante a Hannukah: A Hannukak (Festa da Dedicação) não era uma festividade de
peregrinação necessária, mas os 8 dias de celebração das luzes no templo eram um momento de grande
beleza. Muitos judeus afluíam a Jerusalém. Era a festa que sucedia à Festa dos Tabernáculos. A parte
externa do templo tinha pórticos em todos os 4 lados. O Pórtico Real, no sul, tinha 4 fileiras de colunas. O
Pórtico de Salomão ficava no lado oriental do templo, com duas fileiras de colunas. O Pórtico do Sul
levava o nome de Salomão porque o povo achava que continha restos do antigo templo de Salomão. Os
edifícios públicos gregos geralmente dispunham de tais pórticos, que eram utilizados como locais
públicos para a realização de debates e preleções. Fazia frio em Jerusalém no inverno, de maneira que
as pessoas estariam especialmente inclinadas a caminhar sob as colunatas.
2) Relação entre a Hannukah e o Natal: Da mesma forma que o Natal, a Hannukah se tornou uma
espécie de refúgio e defesa dos judeus atuais contra a absorção e assimilação pela maioria gentia: “Não
celebramos o Natal. Celebramos Hannukah. Somos judeus”. A troca de presentes na Hannukah (um
presente a cada noite, de um total de 8) é uma tradição judaica relativamente moderna, desenvolvida em
resposta à antiga tradição de presentes de Natal. Já os judeus cristãos ou messiânicos honram a
Hannukah como uma ocasião para se rededicar a Deus e a seu Messias.
13-Abr-2014
Leia: João 10.22 (continuação)
1) A celebração de Hanukkah - É comemorada usando-se um candelabro de Hanukkah especial com 9
luzes. Alguém usa um fósforo para acender a shammash (luz serva) e essa é utilizada para acender uma
luz na primeira noite; e assim por diante até que, na oitava noite, todas as 8 luzes e a shammash
estejam queimando brilhantemente. Para os judeus cristãos a imagem é rica de significado: 1) Jesus é a
luz do mundo (Jo 8.12); 2) Ele veio: como servo (Mc 10.45); para dar luz a todos (Jo 1.4,5) ; e para que
possamos ser luz para os outros (Mt 5.11).
2) Mais história sobre Hanukkah - Segundo relatos históricos, foi em 25/12/168 a.C. que Antíoco
sacrificou uma porca no altar e erigiu uma imagem dentro do templo judeu, profanando-o. Três anos mais
tarde, com a vitória dos judeus sobre o exército de Antioco, Judas Macabeu estabeleceu o dia 25 de
dezembro como o início do Hanukkah.
3) A ligação entre Hanukkah e Natal - A Bíblia não declara quando Jesus nasceu. Mas os primeiros
crentes no Messias viam uma ligação entre a Hanukkah e o nascimento do Messias. Aquele evento diz
respeito à edificação do templo terreno e o outro estava relacionado com o templo vivo de Deus que veio
do céu, pois o próprio Jesus fez tal comparação (Jo 2.19).
43
Telma Paiva Rovina Salgado
20-Abr-2014
Leia: João 10.22 (final)
Devido à Hanukkah, desde o século III, o dia 25 de dezembro, a data do calendário romano,
correspondente a 25 de Kislev, tem sido geralmente aceita como o Natal nas igrejas do Ocidente (a Igreja
Ortodoxa Grega observa 6 de janeiro e os armênios, 19 de janeiro).
Pode-se salientar que o Natal em si mesmo não é um feriado bíblico. No entanto, ele deveria ser
observado muito mais que o feriado judaico (Hanukkah), pois o que pode ser mais digno de celebração
voluntária do que a vinda do Messias judaico ao mundo, através de quem todos têm a luz da vida?
Pode-se tristemente constatar que, no ocidente secular, tanto o Natal quanto a Hanukkah foram
distorcidos. O Natal se tornou uma extravagância comercial, expressando a “religião civil americana” de
trivialidades piedosas e costumes sem significado, tais como: árvores, Papai Noel, e trocas obrigatórias
de cartões e presentes. Um aspecto positivo é que se torna um tempo para reunião de familiares e
parentes, mas, infelizmente, nesta ocasião muito pouco se pensa em Deus ou Jesus.
Esta influência mundana sorrateiramente atingiu nossos lares, quando acabamos procedendo de acordo
com tradições que nem sempre são cristãs e nem tem embasamento bíblico. Não podemos nos
esquecer de que nem sempre o que é tradição ou costume é uma coisa benéfica e justa perante os
ensinamentos bíblicos.
27-Abr-2014
Cristo está vivo (Mateus 28.1-10)
Celebrar a Páscoa é entender a vida de maneira diferente. É intuir com alegria que o Ressuscitado está
conosco, sustentando sempre tudo o que é bom, belo e puro.
Ele está em nossas lágrimas e penas, como consolo permanente e misterioso.
Ele está em nossos fracassos e impotência, como força segura que nos defende.
Ele está em nossas depressões, acompanhando em silêncio nossa solidão e nossa tristeza.
Ele está em nossos pecados, com misericórdia que nos suporta com paciência infinita, e nos compreende
e nos acolhe até o fim.
Ele está inclusive em nossa morte, como vida que triunfa quando parece extinguir-se.
Nenhum ser humano está só. Ninguém vive esquecido. Nenhuma queixa cai no vazio. Nenhum grito
deixa de ser ouvido.
O Ressuscitado está conosco e em nós para sempre.
Por isso, a Páscoa é a festa dos que se sentem sós e perdidos. A Páscoa é a festa dos que se
envergonham de sua mesquinhez e de seu pecado. A Páscoa é a festa dos que se sentem mortos por
dentro. A Páscoa é a festa dos que gemem oprimidos pelo peso da vida e pela mediocridade de seu
coração. A Páscoa é a festa de todos nós que sabemos que somos mortais, mas descobrimos em Cristo
ressuscitado a esperança de uma vida eterna.
Felizes os que acolhem em seu coração as palavras de Jesus: “Tente paz em mim. No mundo tereis
tribulações, mas tende coragem. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).
44
Telma Paiva Rovina Salgado
04-Mai-2014
Leia João 10.24
Compare João 10.24 com Mateus 8.4 onde Jesus diz: “Não conte isso a ninguém”. No início do seu
ministério, Jesus não fez publicidade do fato de que ele era o Messias porque os judeus tinham a
expectativa de um Messias que iria libertar Israel de Roma e governar em glória. Se ele fosse
identificado publicamente, desde o princípio, como o Messias, as pessoas tentariam fazer dele rei (Jo
6.15). Se a tentativa fosse bem sucedida com Jesus governando em glória, ele não seria um Messias
que sofreria e morreria.
A atitude de Jesus pode ser denominada de ‘segredo messiânico’, quando ele oculta sua identidade
messiânica do povo tanto quanto possível. As tentativas de Jesus em assegurar privacidade e ir-se
revelando no momento certo, assemelha-se à de alguns profetas proeminentes do Antigo Testamento
que muitas vezes trabalhavam discretamente, não buscando sua própria glória, mas tão somente o
cumprimento de sua missão (1Rs 11.29, 2Rs 9.1-10)
Mas, em João 10.25, Jesus declara definitivamente que Ele é o Messias, mas também afirma que o
pecado impede a fé (v.26). “As obras do meu Pai”, os milagres de beneficência, eram obras do Pai por
serem feitas em dependência do poder do alto, por expressarem o desejo do Pai em fazer o bem às
pessoas, para provarem que o Filho era a revelação do caráter e coração do Pai.
11-Mai-2014
Leia João 10.25-30
“As obras que eu faço, testemunham a meu favor” (v. 25). O mesmo argumento está em João 5.36.
No Antigo Testamento, Israel ouve a “voz de Deus” quando obedece à lei e, através dos profetas, acata a
mensagem do Senhor. As suas ovelhas conheciam-no. Deus chamava aqueles que lhe eram especiais,
seus servos mais chegados “pelo nome” (Jo 10. 26, 27 – Conferir com Jo 10.3, 4; Ex 33.12, 13 e Is 43.1).
“As ovelhas de Cristo” (Jo 10.28, 29): a) ouvem a sua voz; b) Cristo conhece-as (Sl 139); c) elas o
seguem; d) elas gozam da vida abençoada e eterna. A segurança das ovelhas reside no poder do Pastor
e em seu relacionamento com o Pai. O pastor que realmente quer proteger suas ovelhas de qualquer
ladrão ou predador tem de estar pronto a pagar um grande preço (Jo 10.12-15), o preço da fidelidade (Jr
23.4). “E dou-lhes a vida eterna”, Jesus falou verdadeiramente, pois ele de fato tem autoridade para
conceder vida eterna (Mc 1.22).
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30) significa uma substância com o Pai. “Ninguém os arrebatará da minha
mão ou das mãos do Pai” (Jo 10. 28, 29): Nada poderá nos separar do amor de Deus, que está em Jesus
(Rm 8.31-39). A declaração de Jesus acerca de sua unidade com o Pai é explícita, retomando a
confissão básica do judaísmo de que Deus é um só. Jesus é um com o Pai (embora distinto dele) e é
Deus também.
45
Telma Paiva Rovina Salgado
18-Mai-2014
Leia João 10.26-28
Jesus é o Bom Pastor que “dá a vida” pelas ovelhas, “conhece todas pelo nome”, alimenta-as com o “pão
da vida”, sacia a sua sede com a “água da vida” e guia-as a pastos verdejantes.
E quanto a você? É Jesus Cristo o seu Pastor? Você é sua ovelha?
Se Jesus é seu Pastor, você: a) procura ouvir sua voz, não ouvindo a voz dos falsos mestres do mundo e
prestando atenção unicamente à direção do Pastor? b) está disposto a segui-lo aonde quer que Ele
queira levá-lo? c) sabe que Ele vai à sua frente e deixa-o ser seu guia? d) está determinado a usar a
Bíblia para aprender o caminho por onde Ele quer levá-lo? e) confia que Ele o salvará e protegerá? f)
permite que Ele te guarde e obedece a Ele para ter vida em abundância?
Jesus, o bom Pastor, está conosco desejoso e disposto a nos guiar às águas tranquilas e a nos fortalecer
em tempos de vales tortuosos. Entregue-se sempre ao pastoreio de Jesus! Você poderá dizer que “a
bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do
Senhor para todo o sempre” (Sl 23.6).
Leia também Isaías 40.8-11:O Bom Pastor é forte e tem poder (v.10) e a Palavra de Deus (a Bíblia) é a
nossa fonte de alimento. Ela fica para sempre (v.8).
Em que pastagens você está se alimentando?
25-Mai-2014
Leia João 10.31-42
Jo 10.31-33: Como em João 8.59, a auto identificação de Jesus como Deus foi compreendida pelos
moradores de Judá como blasfêmia. Por isso, queriam apedrejá-lo.
Jo 10.34-36: “Lei”, ou seja, o Antigo Testamento. “Sois deuses”- Jesus refere-se aqui ao Salmo 82. Jesus
utiliza um jogo de palavras que implica num estilo rabínico de argumentação: “Se humanos que fazem
obras más como eles e julgam injustamente” são chamados deuses, quanto mais Jesus, que faz boas
obras (Jo 10.25, 32, 33, 37, 38), é Deus. “Se todos vocês são filhos do Altíssimo”, muito mais a descrição
“Filho de Deus” aplica-se a Jesus.
Jo 10.36: “Santificou”- Jesus foi santificado, separado para a sua missão (Jo 17.17), o que pode ser
relacionado com o contexto da Festa de Hannukah (consagração, rededicação ou separação) do templo
de Jerusalém.
Jo 10.37: A tradição judaica enfatizava os motivos adequados, mas permitia que a obediência a um
mandamento a partir de motivos inadequados era melhor que a não obediência pura e simples.
Jo 10.38: “ O Pai está unido a mim, e eu estou unido ao Pai” - Isso explica o v. 30; confira em Jo 17.2123.
Jo 10.39-42: “Atravessou novamente o Jordão”, presumivelmente, significa que a Bereia, no tempo de
Jesus era governada, assim como a Galileia, por Herodes Antipas – e bem fora da jurisdição das
lideranças de Jerusalém.
Jo 10.42: “E ali muitas pessoas depositaram sua confiança em Jesus”. Como em Jo 2.23; 7.31; 8.30;
11.45 e 12.11.
46
Telma Paiva Rovina Salgado
01-Jun-2014
Leia João 11.1-5
O milagre relatado neste capítulo não foi registrado em nenhum outro evangelho.
João 11.1: Betânia é mencionada em Marcos 11.11-12 como o local onde Jesus e seus discípulos
permaneceram após ele ter tido sua entrada ‘triunfal’ em Jerusalém.
João 11.2: Esta Maria, irmã de Lázaro, é a que derramou perfume sobre o Senhor (Jo 12.3-8; Mt 26.6-13
e Mc 14.3-9). Jesus amava (v.3 e 5) Maria, Marta e Lázaro. Ele é a demonstração do grande amor de
Deus à humanidade. Em seu ministério terreno, sempre atendeu famílias necessitadas de seu socorro
divino e abençoou lares com sua maravilhosa graça. O lar de Lázaro tinha experimentado uma profunda
e intensa transformação espiritual. Jesus havia entrado neste lar e o abençoara com sua Palavra (Lc
10.38). Ao receber Jesus, aquela família experimentara a graça de Deus e passara a ser amiga íntima de
Jesus.
Quando tudo parecia correr normalmente, Lázaro foi acometido por uma enfermidade (v.1). Mesmo
sendo amiga de Jesus, aquela família não estava imune à doença ou ao sofrimento. A doença não avisa
quando vem. E, para aumentar ainda mais o sofrimento, Jesus não estava perto quando seu amigo
adoeceu (Jo 10.40).
Diante da realidade da doença, as irmãs de Lázaro pediram que avisassem a Jesus (v.3). Jesus estava
além do rio Jordão, a 2 dias de viagem de Betânia, quando recebeu a notícia. Marta e Maria acreditavam
que Jesus viria rapidamente por causa do amor que ele tinha por eles.
08-Jun-2014
Leia João 11. 4-7
João 11.4: Jesus esclarece aos discípulos que a doença não era para a morte. De fato, Lázaro tinha
morrido (v.14), mas Jesus o ressuscitou e, portanto, essa enfermidade não ‘terminou’ em morte. Jesus
não agiu de acordo com o tempo previsto pelas irmãs, mas conforme o seu querer e propósito (Is 55.8,9).
Atendendo ao apelo imediatamente, Lázaro seria curado. No entanto, era através da ressurreição do seu
amigo que Jesus exaltaria muito mais o poder de Deus naquele lugar.
Visitar os enfermos e orar por eles era um ato de dever e piedade para o judaísmo, mas a reputação de
Jesus como “aquele que operava milagres” e curava é, sem dúvida, a razão principal das irmãs o
haverem informado acerca da enfermidade de Lázaro. Informá-lo, no caso, seria uma forma polida de
fazer chegar a ele o pedido pela cura do irmão.
Quando Jesus diz ‘esta enfermidade não é para morte’, temos outro exemplo da soberania divina, em
meio ao sofrimento humano. Jesus através de suas palavras demonstra os objetivos e graça divinos.
Deus nunca chega atrasado. Ele está sempre presente no momento certo para manifestar seu poder e
receber a glória que é devida ao seu nome (Sl 46.1). O atraso foi apenas segundo a aparência humana,
pois, conforme o horário determinado por Deus, Jesus chegou na hora certa.
João 11.6: O ‘ atraso’ de 2 dias de Jesus assinala o que ele tinha ensinado constantemente; que suas
ordens de ir embora vieram exclusivamente de seu Pai. Nem a necessidade de seus amigos, nem a fúria
dos seus inimigos (v. 8 e 9) determinavam suas ações.
47
Telma Paiva Rovina Salgado
15-Jun-2014
Leia João 11.8-15
Jo 11.8: Jesus havia saído da Judéia por causa de perseguição. Os discípulos entendiam que, se
voltasse para lá, correria o risco de ser morto, pois muitos procuravam prendê-lo (Jo 10.39,40). Porém
Jesus estava disposto a pagar o preço, que seria a sua morte no Calvário.
Jo 11.9: Caminhar nas trevas é uma metáfora natural de tropeço (Is 59.10 e Jr 13.16), de desvio do
caminho reto (Jr 18; Ml 2.8) ou de ser destruído (Sl 27.2; Jr 20.11).
Os discípulos de Jesus não compreenderam sua volta à Judéia nem quando disse: “Lázaro, nosso amigo,
dorme, mas vou despertá-lo do sono” (v.11). Então Jesus disse-lhes claramente: ‘Lázaro está morto’
(v.14).
Para os discípulos, a morte representava o fim; para Jesus, apenas uma razão para glorificar o nome de
Deus. A morte para o salvo não é o fim da vida, mas um novo começo, uma transição para a vida plena,
livre das aflições deste mundo.
Jo 11.14: O Senhor não apenas cura os enfermos, mas também vivifica os mortos. O Senhor não reforma
as pessoas, ele as regenera e as ressuscita da morte. Os outros milagres que Jesus havia operado foram
casos de regeneração, mas agora ele iria ressuscitar um homem morto há 4 dias. Isto revela que todos
os aspectos de Cristo como vida para nós incluem o princípio da regeneração e da ressurreição.
22-Jun-2014
Leia João 11.16-19
Mesmo que os discípulos não tenham entendido (v.13) que a morte de Jesus é o preço da vida devido à
ressurreição de Lázaro, eles estavam realmente preparados para morrer com ele (v.16)? Este Tomé é o
mesmo incrédulo de João 20.24-26.
“Descobriu que Lázaro estava no sepulcro havia 4 dias. E já começara a deteriorar” (v.39). Jesus
ressuscitou outros da morte: 1) a filha de Jairo (Lc 8.41,42; 49 a 56); 2) o filho da viúva de Naim (Lc 7.1117). O Antigo Testamento relata que Elias e Eliseu ressuscitaram pessoas da morte (1Rs 17.17-24 e 2Rs
4.17-37).
E, de fato, os médicos hoje podem trazer à vida pessoas que estiveram ‘clinicamente mortas’ por
minutos, talvez horas. Mas, em nenhum outro lugar da Bíblia ou na história secular, há um exemplo de
alguém morto há 4 dias, a ponto de ‘cheirar mal’, sendo fisicamente ressuscitado dos mortos.
Vs.17-19: Visitar enlutados, levando-lhes consolo nos dias que se seguiam à perda do parente próximo
era um dever essencial imposto pela devoção judaica. Os vizinhos eram incumbidos de fornecer a
primeira refeição à família enlutada, após o funeral. Lázaro teria sido enterrado no dia de sua morte.
As cerimônias fúnebres no Novo Testamento eram muito semelhantes às do Antigo Testamento. Quando
a família tinha recursos, possuía um túmulo particular longe da zona residencial. Aqui, no caso, trata-se
de uma gruta, em cuja entrada tinham posto uma pedra (v. 38). Sempre que possível, o morto era
sepultado no mesmo dia de sua morte.
48
Telma Paiva Rovina Salgado
29-Jun-2014
Leia João 11.20-24
João 11.20: A primeira semana após o enterro do ente querido era de profundo pesar. O enlutado deveria
ficar em casa, de luto, sentado no chão ou num assento baixo, lamentando a morte e recebendo a visita
de amigos para o confortarem e também orar com ele. Esse costume chamado shivah (designando
período de ‘sete dias’), ainda é praticado hoje entre os adeptos do judaísmo, porque acreditam que seja
útil para aliviar o sofrimento causado pela perda.
Quando está escrito, no v.20, que “Maria ficou assentada”, pode-se concluir que provavelmente ela
estava observando esta prática; estava assentada, pranteando a morte de seu irmão.
O enlutado abstinha-se de todo o trabalho diário, diversões e até mesmo das orações na sinagoga. Não
podia usar nenhum tipo de adorno ou enfeite nas 3 semanas que se seguiam ao falecimento e dos
prazeres comuns durante 1 ano.
João 11.24: Marta sabia sobre a ressurreição pelo ensino de Daniel 12.2, que era uma doutrina padrão
entre os fariseus, mas não entre os saduceus (Mt 3.7 e 22.23). A crença comum do judaísmo neste
período era a de que, no final, os mortos seriam levantados do túmulo corporalmente.
João 11.23: O Senhor disse a Marta: ‘Teu irmão ressuscitará’. Isso queria dizer que o Senhor o
ressuscitaria imediatamente, mas Marta interpretou as palavras do Senhor adiando a ressurreição que
ocorreria naquela hora para o último dia.
06-Jul-2014
Leia João 11.25-32
“Eu sou a ressurreição e a vida!” (Jo. 11.25). João relata outras 7 declarações:“Eu sou”: ‘o pão que é vida’
(6.35); ‘a luz do mundo’(8.12; 9.5); ‘a porta’ (10.7); ‘o bom pastor’(10.11); ‘a ressurreição e a vida’; ‘o
caminho, a verdade e a vida’ (14.6) e a ‘videira verdadeira’ (15.1). No Apocalipse, Jesus declara a
respeito de si mesmo: “Eu sou o Alfa e o Ômega (Ap 1.8), o “Princípio e o Fim”.
Jesus, diante de Marta, declara que é ‘a ressurreição e a vida’. Jesus usou aqui 2 metáforas para provar
que ele é a nossa garantia diante de Deus (Hb 6.18-20). Primeiro, no momento em que o pecador o
aceita como Salvador passa da morte para a vida. Segundo, quem o aceita passa a ter vida com
abundância (Jo 10.1).
Existem 3 tipos de morte: 1) Morte física, que se dá por falência e um ou mais órgãos vitais; 2) Morte
espiritual, quando o ser humano não possui comunhão com Deus; 3) Morte eterna ou segunda morte, ou
seja, todo aquele que morrer em delitos e pecados estará completamente afastado de Deus na
eternidade (Ap 2.11).
49
Telma Paiva Rovina Salgado
13-Jul-2014
Leia João 11.32-39
O Evangelho de João retrata um Deus divino, Filho de Deus, revelando sua natureza divina, poderosa,
operando grandes milagres por toda parte. Todavia no v. 35, Jesus demonstra o lado humano de sua
natureza. Suas lágrimas revelam compaixão pelas nossas aflições e a comoção revela indignação contra
o pecado, que causa todas as desgraças na vida humana. O Senhor ficou muito perturbado com a
tristeza daqueles a quem amava, o que deve ser um grande consolo para nós (Hb 4.15,16). Sabemos
que o Jesus é o Senhor da vida e da morte, mas ele também pode chorar com os que choram. Por isso,
podemos nos habilitar a confortar os que choram (Rm 12:5).
Naquela época, os mortos eram geralmente enterrados em cavernas (v. 38). Blocos de pedra eram
rolados até a entrada do túmulo, onde eram encaixados de modo a protegê-los de animais, do mau
tempo e, ocasionalmente, de ladrões.
O corpo era envolto em pano e depositado no chão da antecâmara do túmulo (v. 39). Após 4 dias (v. 17),
o processo de decomposição estava bem avançado, sobretudo porque não era mais inverno (v. 55).
Qualquer substância aromática para retardar o mau cheiro já não teria efeito algum.
Antes de ressuscitar a Lázaro, Jesus disse: “Tirai a pedra”. Ele não dependia daquela pedra para
ressuscitar a Lázaro, mas, sim, da sua Palavra poderosa. Entretanto, a parte que cabe ao ser humano
fazer, não pode ser suprida por ele. A pedra era o último empecilho humano para que a glória de Deus se
manifestasse.
20-Jul-2014
Leia João 11.40-44
Jo 11.41 e 42: Diante do sepulcro, Jesus olhou para o alto e orou. Ele orou com seus olhos abertos
como o povo judeu de hoje. Os cristãos usualmente oram de olhos fechados para evitar distrações
visuais e concentra-se em Deus. Ele disse: “Pai, graças te dou, por me haveres ouvido”, mostrando
diante de todos que suas obras tiveram sua origem no Pai. O grande propósito de Jesus era levar aquele
povo a crer no grande amor de Deus.
Jo 11.43 e 44: A ressurreição de Lázaro aconteceu de forma extraordinária para que todos percebessem
o seu significado e toda a sua relevância. Jesus tinha trazido fisicamente de volta à vida um cadáver frio,
em deterioração, morto havia 4 dias, e esse milagre coroou o ministério de Jesus antes de sua morte e
ressurreição, produzindo uma profunda reação entre a população e as autoridades religiosas judaicas.
Segundo os costumes judaicos, o morto era envolto em longas tiras de pano. Era embrulhado (enfaixado)
completamente de modo que os seus membros eram atados para mantê-los em linha reta e até as maçãs
do rosto, de modo a manter a boca fechada. O véu com que era coberta a face talvez tivesse quase 1
metro quadrado. A rigidez desse embrulho teria tronado bastante difícil para uma pessoa viva o
deslocamento das pernas – isso sem falar no fato de que se tratava de uma pessoa morta a caminhar
para fora do túmulo. Essa dificuldade salienta ainda mais a natureza miraculosa desse acontecimento
50
Telma Paiva Rovina Salgado
27-Jul-2014
Leia João 11.39-46
A ressurreição do corpo é uma doutrina fundamental das Escrituras. A ressurreição de Lázaro tem um
simbolismo glorioso com o que acontecerá na ressurreição dos salvos (Jo 5.28-29). Jesus chamou
Lázaro pelo nome, com a autoridade que o Pai lhe conferiu. Tão logo Jesus falou, Lázaro surgiu à porta
do sepulcro.
O fato de Lázaro se levantar não foi uma ressurreição à qual seguiu-se uma vida física sem fim. Cabia
ao Pai iniciar a ressurreição do seu próprio Filho, inaugurando uma nova ordem de vida à qual todos os
seguidores estão aguardando esperançosos. Jesus restaurou Lázaro à vida física, que terminaria com
sua morte subsequente.
Como com todos os outros que haviam morrido em Cristo, Lázaro aguarda a ressurreição corporal
prometida a todos aqueles que fazem parte do povo de Cristo.
No tempo de Jesus, os fariseus não tinham autoridade para deter ninguém, embora os principais
sacerdotes tivessem. Havia os oficiais, que era a guarda levítica do templo. A principal oposição
enfrentada pelos cristãos nas décadas que se seguiram veio dos fariseus.
Mas quem eram os fariseus? Eram de um movimento que abrigava milhares de varões judeus piedosos
que procuravam interpretar a Lei de Moisés zelosamente, de acordo com as tradições das gerações
piedosas anteriores. Não tinham poder político na época de Jesus, mas eram muito respeitados,
exercendo influência sobre a população mais ampla. Enfatizavam sua própria versão das regras de
pureza e aguardavam a ressurreição dos mortos.
03-Ago-2014
Leia João 11.47-54
João 11.47, 48 - Os fariseus e os principais sacerdotes literalmente convocam um ‘Sinédrio’ (reunião do
conselho governante dos judeus) porque estavam preocupados com a possibilidade de que Jesus, com
suas palavras e ações, fosse interpretado como um messias político que ameaçaria o poder da classe e a
estabilidade da Judeia, atraindo contra ela a intervenção romana. Os romanos aceitavam apenas um rei
- César. Ou seja, a religião estabelecida tinha um relacionamento com Roma, embora esse fosse um
poder estrangeiro opressivo. Os religiosos judeus temiam que esse relacionamento pudesse ser
interrompido caso Roma considerasse que alguém estava tentando liderar uma revolta para estabelecer
um governo independente.
O Sinédrio era composto pelo sumo sacerdote, que o presidia, por outros homens importantes de famílias
sacerdotais, por um grupo de homens notáveis de famílias não sacerdotais (os anciãos) e por um grupo
de mestres da Lei, até completar o número 71. Tinha autoridade em questões internas dos judeus,
especialmente religiosas.
João 11.48 - “Todos confiarão nele”, ou seja, o verão como o tão esperado rei messiânico que restauraria
a glória nacional de Israel. Caifás conservou seu posto como Sumo Sacerdote (que presidia o Sinédrio)
dos anos de 18 a.C. a 36 d.C.; por mais tempo que qualquer outro, porque soube manter a paz para os
romanos. Quando Caifás diz no v. 50: “Morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação”, ele
queria dizer: é melhor que Jesus morra do que milhares do nosso povo nas mãos dos romanos ao
sufocarem uma rebelião. Sacrificar poucos em favor de muitos pode ser bom politicamente falando, mas,
como ato religioso, é de mau efeito.
51
Telma Paiva Rovina Salgado
10-Ago-2014
Leia João 11.49-57
As palavras de Caifás tinham um significado mais profundo, implicando no cumprimento de Isaías 53.6
por Jesus. Ele pagou com a morte a penalidade pelo pecado a favor do povo de todos nós (Jo 11.52 e Jo
10.16).
V. 51-52 - Embora ele fosse um homem mau, foi usado por Deus para profetizar; suas palavras
carregavam um sentido mais profundo do que o próprio Caifás podia perceber.
V. 54 - Efraim: situado, provavelmente, a nordeste de Jerusalém.
V. 55 - João menciona três Páscoas durante a atividade de Jesus (2.23, 6.4 e esta). Os outros
evangelhos somente mencionam esta última, o que fundamenta a ideia de que o ministério de Jesus
durou cerca de três anos.
V. 55 - Purificação cerimonial antes da Páscoa; aqueles que se tornaram impuros ritualmente por terem
tocado num corpo morto tinham que se purificar por imersão (Nm 9.10-13). Os tribunais do templo
dispunham de inúmeros tanques destinados ao ritual da purificação.
V. 56 - Não podiam acreditar que um mestre dotado de tamanha devoção religiosa como Jesus não
comparecesse a um dos grandes festivais de peregrinação que a própria lei determinava. Em outras
palavras, já que ele sabe que as autoridades buscam sua morte, desobedecerá o Torá e para salvar a
sua pele, não aparecerá?
V. 53 e 57 - É triste verificar que até mesmo a mais maravilhosa das bênçãos de Deus pode ser
pervertida pela mente de pessoas vis. Apesar de Jesus ter provado ser o Senhor da vida e da morte,
houve alguns naquele dia que se recusaram a aceitar o fato evidente e ansiavam por prendê-lo para o
matarem. (v.53).
52
Telma Paiva Rovina Salgado
17-Ago-2014
Releia João 11
Que lições podemos tirar deste capítulo?
A) Uma oração não respondida prontamente não indica indiferença; 1) a demora não implica em falta de
compaixão; 2) o que nós chamamos de calamidade, às vezes é para a glória de Deus; o bem pode
resultar de um mal, quando houver fé verdadeira; 3) a fé é fortalecida por seu exercício nos dias
sombrios; 4) a vida e a ressurreição são intimamente identificadas com a pessoa do Salvador.
B) Ações de Jesus: 1) Comoção (v.33) na presença da morte; 2) Compaixão (v.35) chorando com os que
choram; 3) Pede que tirem a pedra (v.39), porque ele não faz milagrosamente aquilo que compete ao ser
humano fazer; 4) Jesus ora e dá graças (vs. 41, 42), na certeza de que o Pai o ouvia; 5) Manda que
Lázaro saia do sepulcro (v. 43); 6) Instrui aos amigos para libertarem o ressuscitado.
C) A consequência do milagre foi de grande alcance: 1) a família foi restaurada; 2) os discípulos foram
abençoados (v.15); 3) muitos judeus creram (v.46); 4) os fariseus tomaram uma terrível decisão (v.43).
D) O Senhor atendeu às necessidades de cada membro da família. Ele desafiou Marta a crer, deu a
Maria o conforto das suas lágrimas, e a Lázaro ele trouxe de volta à vida.
E) O efeito produzido pelo milagre foi profundo e foi a causa da entusiástica recepção que Jesus teve em
Jerusalém (Jo 1.12,13).
F) A ressurreição pode ser considerada o acontecimento mais significativo da história. Toda verdade
fundamental do Cristianismo está envolvida na ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo é o
penhor de nossa ressurreição futura: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé” (1Co 15.14). A
ressurreição de Lázaro aponta para a ressurreição final (Leia 1Coríntios 15).
24-Ago-2014
Leia João 12. 1- 4
vs.1 e 2: Às refeições normais, o convidado “sentava-se”. “Às refeições sociais, tipo festa ou banquete, o
convidado ‘reclinava-se’ em divãs. Jesus era convidado a inúmeros banquetes – até então,
provavelmente em homenagem a Ele. Os primeiros mestres itinerantes eram frequentemente convidados
a proferir palestras em almoço ou jantares, em troca de refeições e acomodações gratuitas.
v. 3: A “litra” era a medida de capacidade talvez equivalente a um terço de litro. Um frasco normalmente
não conteria mais que isso, de modo que Maria parece aqui incrivelmente extravagante. Era costume
ungir a cabeça de convidados, mas para os pés do anfitrião certamente providenciaria apenas água.
Além disso, os religiosos judeus ressentiam-se das mulheres casadas que deixavam descoberta a
cabeça e expunham seus cabelos aos olhos dos homens. Por serem mencionados o irmão e a irmã de
Maria, sem nenhuma referência a marido, é possível que ela não fosse casada (seria solteira, viúva ou
divorciada). Mas agindo dessa maneira diante de um rabino famoso (Jesus) podia ainda provocar olhares
recriminatórios.
“Nardo puro” era um valioso e perfumado unguento derivado das raízes secas da planta que leva o seu
nome. Por volta do séc. I d.C., ela já estava sendo importada da Índia, em caixas de alabastro. Devido ao
custo elevado, o nardo era usado somente em ocasiões muito especiais. Poderíamos dar a estes
primeiros versículos um subtítulo de ‘A gratidão de Maria’.
v. 4: Somente aqueles cuja virtude inspirava mais confiança teriam autorização para cuidar das finanças
de um grupo (leia Jo 13.29). Isso tornava, pois, a traição de Judas ainda mais escandalosa.
53
Telma Paiva Rovina Salgado
31-Ago-2014
Leia João 12. 5-8
(v. 5) - A preocupação aparente de Judas com os pobres, era apenas fingimento. Os discípulos deveriam
servir aqueles que estavam em desvantagem, mas, nesse caso, Maria estava ‘servindo’ a Jesus
enquanto ele ainda estava com eles.
(v. 6 e 7) - No tocante à unção dos cadáveres, o costume era que os corpos fossem ungidos
normalmente com óleo (depois lavados com água) antes do sepultamento. As especiarias não eram
usadas para todos, mas eram para os corpos das pessoas especiais. Elas reduziam o imediato mau
cheiro da decomposição.
(v. 8) - A resposta de Jesus contém uma alusão a Deuteronômio 15.11, que ensina que se trate com
generosidade aos pobres, os quais sempre estarão na Terra. Jesus não menospreza o dar aos pobres,
mas exalta sua morte iminente. Ele deve ser o primeiro compromisso de seus seguidores. A atitude de
amor de Maria com relação ao Messias é avaliada por Deus precisamente por falta de egoísmo. Além
disso, a importância dos recursos aqui tirados do pobre é desprezível se comparada com suas
necessidades e com tantas oportunidades disponíveis para doadores em potencial.
Muitas pessoas nos dias de hoje concordariam com o que Judas disse. Aquele perfume era valioso. Um
‘denário’ era o salário de um dia de trabalho; portanto, trezentos ‘denários’ era o salário de um ano –
usado num momento apenas! Que contraste entre a atitude de Judas e Maria!
O que estamos prontos a dar e fazer por Jesus? Maria não apenas gastou seu dinheiro; ela também
demonstrou a adoração de um coração agradecido, dando toda a glória a Jesus.
07-Set-2014
Leia João 12. 9-13
v.10 - Os sacerdotes eram a principal oposição a Jesus, e eles buscavam não somente matá-lo, mas
também eliminar todos os sinais de sua obra.
v. 11 - ‘por causa dele’, isto é, ao ver Lázaro, que tinha sido ressuscitado dos mortos por Jesus. Muitos
judeus estavam deixando seus líderes e depositando sua confiança em Jesus.
O efeito produzido pela ressurreição de Lázaro foi profundo o que levou: 1) a entusiástica recepção que
Jesus teve em Jerusalém (vs.12,13); 2) muitos passaram a crer em Jesus. Isto irritou os sacerdotes que
tomaram a deliberação de matar a Lázaro também. No entanto, a conspiração contra a vida de Lázaro
parece que não foi levada a efeito.
O sinédrio reuniu-se e decretou a morte de Jesus porque o povo o saudava como rei; se realmente ele
fosse aceito como tal, também as suas doutrinas acerca de um reino espiritual seriam acolhidas e todas
as esperanças de resistências ao poder dos romanos se perderiam e seriam anuladas todas as tentativas
de restaurar o governo teocrático terreno.
v.9 a 11- A ironia de João: os que recebem a vida através da morte de Jesus devem morrer por causa
dela. Testemunhas são martirizadas. Que os líderes religiosos conspirassem contra a vida de Lázaro, eis
outra ironia. A ironia, de fato, era um recurso literário muito comum na Antiguidade.
54
Telma Paiva Rovina Salgado
14-Set-2014
Leia João 12. 12-19
Embora mestres judeus posteriores tenham entendido ‘o rei montado num jumentinho’ (Zc 9.9)
messianicamente, não está claro que toda a multidão entendeu messianidade de Jesus. Se membros da
guarnição romana percebessem as implicações do que estava acontecendo na realidade, eles teriam
prendido Jesus. Que Jesus tenha escolhido um jumentinho novo reforça a imagem de humildade,
refletindo a primeira vinda de Jesus para morrer pelos nossos pecados como um criminoso. Em sua
segunda vinda, ele virá sobre um cavalo (Ap 19.11), como é digno de um rei. Era previsível que heróis
militares fossem vistos a cavalgar em carros de guerra. Mas Jesus chegou como um humilde homem de
paz.
Os súditos de um rei lhe prestavam homenagem, preparando-lhe um carpete de ramos e até de vestes
para caminhar. Os que já estavam presentes em Jerusalém receberam os peregrino espalhando ramos
em seu caminho. Ramos de palmeiras eram usados na Festa dos Tabernáculos. Esses ramos eram um
dos símbolos nacionalistas da Judéia, sendo usados para celebrar vitórias militares. É provável que nem
toda a multidão reconhecesse a importância daquela entrada de Jesus.
‘Hosana’ significa “Salve agora”. Era mais um grito de aclamação. Essencialmente era um apelo de um
povo oprimido, pedindo libertação ao seu Salvador. Mais tarde, veio a ser um grito padrão de louvor. As
saudações feitas no v.13 vêm do Salmo 118.25. Os Salmos 113 a 118, chamados de Hallel, eram
regularmente cantados na época da Páscoa. Esperanças de restauração do reino davídico também se
elevavam nesta época do ano.
21-Set-2014
Leia João 12. 12-18
Os peregrinos que tinham ido à Jerusalém para a Páscoa tinham ouvido sobre a ressurreição de Lázaro,
realizada por Jesus. Então, muitos estavam convencidos de que Jesus realmente era o Messias. Eles o
acompanharam à cidade, gritando louvores a Deus e cantando Salmos. A euforia era porque desejavam
que suas esperanças messiânicas fossem cumpridas junto com os acontecimentos nacionalistas.
Comparando o relato desta entrada de Jesus em Jerusalém com Mateus 22.1-11 e Marcos 11.1-11,
lemos, no v.9 de Mateus e v.10 de Marcos, referência à vinda do Reino quando Davi ou seus
descendentes tornariam a reinar, ou seja, aqui está a esperança associada àquele que vem em nome do
Senhor. A Páscoa comemorava a libertação dada por Deus a Israel da escravidão no Egito.
Consequentemente, as esperanças judaicas de uma futura libertação de seus atuais problemas
aumentavam durante essa época e Roma tinha tropas prontas em Jerusalém no caso de haver
necessidade de controlar levantes. Ao tratar Jesus como objeto de qualquer uma dessas esperanças, as
multidões estavam vendo nesse Mestre uma possível ‘figura messiânica’ que poderia liderá-las contra os
romanos.
Podemos destacar sobre esta passagem, os seguintes pontos: 1) a manifestação popular pode ser
superficial; 2) é mais fácil dar a Jesus o título de Rei do que submeter o coração ao seu senhorio; 3)
Jesus não reprova uma homenagem, embora saiba do seu pouco valor; 4) até mesmo discípulos deixam
de perceber o cumprimento de uma profecia; 5) um fariseu perverso pode ficar aborrecido ao ver as
pessoas irem após Cristo.
55
Telma Paiva Rovina Salgado
28-Set-2014
Leia João 12.20-25
V.20, 21: ‘alguns judeus de língua grega’ - eram judeus que viviam no oriente helênico cuja etnia era
provavelmente grega. Eram pessoas temerosas a Deus, que vinham adorar em Jerusalém (Jo 7; 35).
Filipe é um dos únicos discípulos de Jesus com nome grego. Sendo originário de Betsaida é provável
que mantivesse contatos comerciais com os gentios e que provavelmente falasse grego.
‘...queremos ver Jesus...’ - a resposta de Jesus (v.23 e seguintes) sugere que o propósito desses gregos
era oferecer a Ele novas oportunidades para ministrar naquela parte do mundo. Jesus diz que o tempo
para a expansão das suas atividades no mundo tinha acabado, mas que seu efeito no mundo, entretanto,
seria ainda maior.
“Glorificado” assim como “levantado” (v.32) remete a Isaías 52.13, à morte do servo sofredor que os
cristãos primitivos reconheciam como sendo Jesus.
V.24: Compare com 1 Coríntios 15.35,36. Um princípio vida-morte já está operando na criação. Uma
semente deve passar pelo processo de morte para que uma nova vida se manifeste na forma de fruto ou
grão.
V.25: Aqui, neste contexto, Jesus aplica essa mensagem a si mesmo já que ele é o autor e consumador
da nossa fé (Hb 12.1). Neste versículo, três palavras gregas são traduzidas por “vida”: psuche (vida
animal); bios (vida material, bens, etc.) e zoe (geralmente vida abundante, espiritual). “Quem ama a sua
psuche perde-lá-a, e quem neste mundo aborrece a sua psuche guarda-lá-a, para a zoe eterna”.
05-Out-2014
Leia João 12.26-28
v.26: Compare com Mt 20.28 e Mc 10.45. Jesus é o modelo de serviço que ele espera dos seus
discípulos. O amor tem o espírito de servo. A mente do mundo nunca compreenderá ou aceitará esse
chamado. Um servo é alguém que aceita e reconhece um lugar abaixo daquele a quem ele serve, alguém
disposto a abrir mão dos sistemas do status social na nossa escala humana de valores. Os servos são
vistos como pessoas que fazem tarefas indignas e consideradas inferiores àquelas de quem servem. Mas
Jesus diz que aqueles que atuam como servos dele – servindo o mundo em nome dele – serão honrados
pelo Pai celeste. Todo verdadeiro servo será honrado, por Aquele a quem serve e que lhe prometeu
honra por esse serviço.
v.27: Compare com a oração de Jesus no Getsêmani (Mt 26.38-39; Mc 14.34-36; Lc 22.41-43). A agonia
que Jesus sofreu não foi causada por medo ou morte física, mas pela associação de sua morte com o
pecado (2Co 5.21); pois Deus não imputa nossos pecados a nós. Ao invés disso, ele os imputou a Cristo,
que não tinha pecados de qualquer espécie (Hb 4.15, 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Ele suportou nossos pecados
na cruz e sofreu a penalidade que merecíamos, para que, nela, fôssemos feitos justiça de Deus.
v.28: ‘Voz do céu’, o fenômeno é bem conhecido na literatura judaica, a qual usa o termo para falar de
uma voz ou mensagem de Deus. No Antigo Testamento, Deus se revelou no Monte Sinai, falou com
Abraão, Isaque, Jacó e Moisés, e ainda com muitos profetas e com outras pessoas séculos depois do
Sinai. No Novo Testamento, ouviu-se uma ‘voz vindo do céu’ no batismo de Jesus (Mt 3.17), no monte da
transfiguração (Mt 17.5) e aqui, no v.28, em resposta ao pedido de Jesus para que Deus glorificasse seu
nome nele.
56
Telma Paiva Rovina Salgado
12-Out-2014
Leia João 12.29-40
v.29: Nas histórias antigas do judaísmo, Deus sempre respondia orações enviando anjos, o que pode ter
parecido menos dramático a alguns dos seus ouvintes do que uma voz do céu.
v.31: ... ‘governante deste mundo, o adversário, Satanás’. Deus é o soberano do mundo em quase todos
os textos judaicos, mas esses textos também falam de anjos caídos a governar boa parte do mundo sob
o decreto dele e reconhecem que o príncipe dos anjos maus governava a maior parte do mundo, exceto
Israel. João concordaria que Deus sempre foi o soberano de tudo. Mas aqui ele fala da dominação
satânica nos negócios humanos e da presente derrota das forças espirituais demoníacas, que o judaísmo
só esperava no tempo do “Reino”.
Jesus redefiniu sua morte iminente. Os sofrimentos de Jesus e, especialmente sua morte, eram a causa
mais profunda do Pai para glorificá-lo. Segundo a perspectiva de João, Jesus não foi glorificado apenas
em sua ressurreição e ascensão, mas sua glorificação já ocorrera em sua morte e em seu sacrifício na
cruz. No v.32 e no seu comentário no v.33, observamos que a cruz está no centro da missão e
mensagem da igreja, que atrai todas as pessoas a Jesus.
v. 32: “Quando eu for levantado da terra”, Leia Números 21.6-9; João 3.14 e João 8.28.
v.38,39,40: No judaísmo, a citação de um texto das Escrituras implica em todo o contexto, não apenas
nas palavras citadas. Deste modo, aqui a referência fala de todo o texto de Isaías 53.1-12 aplicado a
Jesus.
19-Out-2014
Leia João 12.23-39
v. 23: Quando lemos: ‘É chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado’ – a
preocupação de Jesus não é tanto com o fato e o processo da sua morte, mas com a consumação final
(Jo 19.30).
Em relação à glorificação de Jesus, podemos entender que: 1) esta glorificação somente podia ser
mediante a morte (v.24); 2) somente assim podia o celeiro de Deus ficar cheio de muito fruto (v.24); 3)
somente assim podia a honra de Deus ser reivindicada, e o pecado expiado (reparado, pago); 4) somente
assim ele podia ensinar às pessoas o verdadeiro segredo da vida (vs. 25 e 26); 5) somente assim podia
ser rompido o poder de Satanás (v.31); 6) somente assim podia Cristo atrair todos a si (v.32); 7) somente
assim podia haver para o ser humano a luz da vida (v.35).
v. 39: A razão pela qual não podiam crer: Deus oferece a todos a oportunidade de crer e confiar nele. O
grego “pistis “e o equivalente hebraico “emunah” podem ser traduzidos ou por “crer” ou “confiar”. “Pistis”
é principalmente um assentimento mental a doutrinas e fatos, enquanto a “Emunah” é uma atitude do
coração de confiança que se expressa em atos de justiça.
Entretanto, é fato que somente esta última representa o tipo de confiança que Deus honra tanto no Antigo
Testamento quanto no Novo. A natureza da fé verdadeira no cristianismo, significa reconhecer quem
Deus é e tudo aquilo que Ele fez para se aproximar do ser humano, crer em suas promessas, depender
dele para obter a capacidade de viver uma vida santa.
57
Telma Paiva Rovina Salgado
26-Out-2014
Leia João 12.39-43
V.39 – “Não podiam crer” porque não queriam crer. Podemos também incluir o sentido de que, quando o
coração não deseja a verdade de Deus, a inteligência não consegue percebê-la. Certamente não se
ensina aqui que Deus proíbe alguns de serem crentes, pois Ele quer que todas as pessoas se salvem e
venham ao conhecimento da verdade (1Tm 2.4). Quando as pessoas rejeitam a oportunidade de
acreditar nele, Deus pode tornar sua fé impossível: Ele endurece corações (Rm 9.18). Nos versículos 40
e 41, Deus os cegou, assim como endureceu o coração de Faraó (Ex 9.12 e 11.10) após o próprio Faraó
endurecer seu coração (Ex 8.32).
V.41 – Isaías disse estas coisas porque viu a glória de Deus e Jesus e falou sobre ela. Sobre essa glória),
João refere-se à glória de Jesus, e não à do Pai. Contudo, a alusão é a Isaías 6.1-3. Aparentemente, o
evangelista diz que na visão celestial, Isaías teve o relance da glória futura manifesta.
V.42 e 43 – Verdadeiros crentes em Jesus não ocultam a sua fé, mas a confessam abertamente. O que
aquelas pessoas tinham era um assentimento intelectual sem poder, que não podia salvá-los (Rm 10.8,9).
V.43 – A palavra grega traduzida como ‘aprovação’ ou ‘glória’ também pode traduzir-se como ‘reputação’
ou ‘honra’.
02-Nov-2014
Leia João 12.37-50
v.37: Um sinal nem sempre produz fé;
v.38: “o braço do Senhor” é o próprio Senhor Jesus.
v.40: Essas duas coisas, a cegueira e a dureza do coração, estão relacionadas; são um castigo para os
incrédulos. No versículo 41 confirma-se que o Senhor Jesus é o próprio Deus, cuja glória foi vista por
Isaías (Is 6.3). Essa glória foi vista e apreciada por Isaías, mas não foi amada pelos fracos no Senhor (v
42 e 43), naquela época já havia os “crentes medrosos”.
v.44: Essa foi a declaração do Senhor aos fanáticos religiosos incrédulos. Isso implicava que: 1) Ele era
Deus manifestado ao ser humano (v. 44,45); 2) Ele veio como luz para o mundo, para que quem cresse
nele, não permanecesse nas trevas (v. 46, 36); e 3) Ele veio ao ser humano com as palavras vivas; todo
aquele que recebe as suas palavras tem a vida eterna, agora e para sempre; e todo aquele que as rejeita
será por elas julgado no último dia (v. 47-50).
v.46: Jesus era a perfeita revelação do Pai; problemas espirituais se esclarecem na presença de Cristo.
No v.46, ‘trevas’ é equivalente a escuridão, lugar sombrio, mal, pecado, obscuridade, noite, ignorância,
depravação mental. O Novo Testamento usa especialmente a palavra em sentido metafórico de
ignorância da verdade divina, da natureza pecaminosa do ser humano, da total ausência de luz e de uma
falta de percepção espiritual. A “luz” equipara-se à felicidade; as “trevas”, à infelicidade. Trevas como
escuridão espiritual descreve basicamente tudo que é terreno, demoníaco e que está em inimizade com
Deus.
v.47: O judaísmo acreditava que a Lei de Deus era o padrão através do qual Ele julgaria seu povo no final
dos tempos. Assim é que Jesus apresenta suas palavras como equivalentes às palavras de Deus.
v.48,49: Um agente ou embaixador deveria ser recebido com as honras devido àquele que o enviou.
Esperava-se também que este agente ou embaixador representasse com exatidão aquele que o enviara.
58
Telma Paiva Rovina Salgado
09-Nov-2014
Leia João 12.1-24
Todas as pessoas que estavam ao redor de Jesus acabavam passando por uma prova das suas
qualidades quando interagiam com Ele. Os principais sacerdotes e fariseus conspiravam para matá-lo;
Simão, o leproso, preparou sua casa para Ele; Marta o servia; Lázaro testificava acerca dele; Maria o
amou; Judas estava prestes a traí-lo; e muitos creram nele. O Senhor é o centro gerador das ações das
pessoas que se encontravam com Ele. Assim qualquer um que tenha contato com Ele inevitavelmente
será posto à prova e poderá até ser desmascarado.
A glorificação de Jesus (v.24) como Filho do Homem seria a sua ressurreição, isto é, a liberação do seu
elemento divino, a sua vida divina, de dentro da casca da sua humanidade, para produzir muitos crentes
em ressurreição (1Pe 1.3), assim como o ‘grão de trigo’ libera o seu elemento vital quando cai na terra e
brota dele para dar muito fruto, ou seja, produzir muitos grãos.
Segundo o ponto de vista do mundo (v.24), Jesus estava nessa hora, no seu momento áureo. Grande
multidão de judeus o tinha em alta conta e o havia acolhido calorosamente por causa da ressurreição de
Lázaro (v. 17-18) e até mesmo os gregos o buscavam (v. 20-22). Mas Ele preferiu cair na terra tal qual
grão de trigo e morrer, para produzir muitos grãos com vistas à igreja.
Esse ‘muito fruto’ (v.24) tornou-se o aumento de Cristo em ressurreição. Esse aumento é a glória na qual
Cristo entrou por meio da morte e ressurreição (Lc 24.26). O trecho a partir do v.23 deste capítulo até o
final do capítulo 17 é um discurso sobre o mistério dessa glória. Cristo tinha a glória junto de Deus (17.5).
A sua encarnação fez com que a sua glória divina ficasse oculta na sua carne. Mediante a sua morte e
ressurreição, a sua glória foi liberada, produzindo muitos grãos, que se tornam o seu aumento como
expressão de sua glória (Jo 12.23,28; Jo 13.31,32; Jo 14.13; Jo 15.8; Jo 16.14 e Jo 17.1,4,5,10,22 e 24).
16-Nov-2014
Releia João 12.25-32 (Conclusão – 2ª. Parte)
A mesma palavra grega para vida (v. 25) encontra-se em João 10.11,15 e 17. O Senhor, como grão de
trigo que caiu na terra, perdeu sua vida ‘humana’ na morte, para liberar a vida eterna em ressurreição
para os muitos grãos. Como os grãos, nós devemos também perder a nossa vida, da ‘carne’, a fim de
desfrutarmos a vida eterna em ressurreição. Isto é, segui-lo, a fim de servi-lo e andar com Ele (v. 26).
Glorificar o nome do Pai é fazer com que o elemento divino do Pai seja expresso. O elemento divino do
Pai, que é a vida eterna, estava no Filho encarnado. A casca da encarnação do Filho tinha de ser
rompida por meio da morte, para que o elemento divino do Pai - a vida eterna - fosse liberado e expresso
em ressurreição, assim como o elemento vital do grão de trigo é liberado quando rompe sua casca, e é
expresso quando floresce. Essa é a glorificação de Deus Pai no Filho.
No v. 31: Agora é o “juízo”. A palavra grega aqui quer dizer “arranjo”. O mundo é um sistema maligno
arranjado sistematicamente por Satanás. Todas as coisas da terra, especialmente as que se relacionam
com a humanidade, e todas as coisas dos ares, têm sido sistematizadas por Satanás, em seu reino de
trevas para ocupar as pessoas, impedindo-as de cumprir o propósito de Deus, e distraí-las do desfrute de
Deus. Esse sistema maligno, o reino das trevas, foi julgado quando o seu príncipe, Satanás, foi expulso
em consequência da crucificação do Senhor. Na cruz (v. 32), o Senhor, como Filho do Homem (v. 23), foi
levantado tal qual a serpente (Jo 3.14), isto é, em semelhança da carne do pecado (Rm 8.3). Satanás, a
antiga serpente (Ap 12.9 e 20.2), o príncipe deste mundo, havia injetado a si mesmo na carne humana.
Mas, por meio da morte na cruz, em semelhança da carne do pecado, o Senhor destruiu Satanás, que
59
Telma Paiva Rovina Salgado
está na carne humana (Hb 2.14), Dessa maneira, o Senhor também julgou o mundo, que está pendurado
em Satanás. Portanto o fato de o Senhor ter sido levantado fez com que o mundo fosse julgado e o seu
príncipe, Satanás, expulso.
23-Nov-2014
Releia João 12.25-32 (Conclusão – Parte final)
Se, por um lado, a morte do Senhor equivale a Ele cair na terra, como revela o v.24, por outro, equivale a
Ele ser levantado no madeiro (1Pe 2.24). Ele caiu na terra para produzir muitos grãos e, ao mesmo
tempo, Ele foi levantado no madeiro para atrair todos a si mesmo. Os muito grãos produzidos pelo fato de
Ele ter caído na terra são os ‘todos’ que foram atraídos a Ele pelo fato de ter sido levantado no madeiro.
Neste capítulo de João, a morte de Jesus é revelada não como a morte redentora, mas como a morte
que produz e gera. Por essa morte, a casca de sua humanidade foi rompida, possibilitando-lhe realizar
seu propósito triplo: (1) produzir os muitos grãos e atrair todos a si mesmo (v.24 e 32); (2) liberar o
elemento divino, a vida eterna (v.25 e 28); (3) julgar o mundo e expulsar o seu príncipe (v.31). Temos de
experimentar a morte do Senhor para podermos participar do propósito triplo que Ele realizou.
Os rabinos costumavam explicar que guardar os mandamentos de Deus, mesmo os menores, garantiam
a vida eterna (isto é, a vida no mundo por vir), ao passo que a desobediência mesmo aos menores
mandamentos poria a perder essa vida. Jesus (v.50) descreve sua comissão pessoal, conferida por
Deus, nos mesmos termos.
Fora a provação de Jesus, estas foram as últimas palavras do mestre direcionadas a um público maior do
que o seu círculo de discípulos. Há um sentido de término ecoando dessas palavras - como se fosse um
último apelo (v. 37 a 50).
A verdadeira “vida” é conhecida no caminho da obediência. Jesus Cristo estava ocupado em
pensamentos, palavras e obras – mas tudo em obediência ao Pai, dando um exemplo de humildade
absoluta (Jo 5.30; Jo 7.16; Jo 8.28; Jo 14.10 e Jo 17.4).
A mensagem que Jesus deu deve nos encorajar a não sermos crentes tímidos e, sim, nos tornarmos
testemunhas públicas que não têm medo de proclamar sua confiança em Deus e em sua verdade,
através não apenas das palavras, mas das ações. Rejeitar a Jesus é rejeitar a Deus, pois sua
mensagem permanecerá para julgar toda a humanidade.
30-Nov-2014
Leia João 13.1-5
Até o capítulo 12, o evangelista vem mostrando que o Senhor veio por meio de sua encarnação para
introduzir Deus na vida humana a fim de ser a vida deste e a geração da igreja. A vida veio e produziu a
igreja, composta dos que foram regenerados.
Em seu espírito, estes que foram regenerados, estão em Deus e nos lugares celestiais, mas, em seu
corpo físico, ainda vivem na carne e andam na terra. Em seu contato com as coisas terrenas, eles se
sujam com frequência. Isso atrapalha a sua comunhão com o Senhor e uns com os outros.
Por isso, é preciso lavar-se com o Espírito Santo (a água: Tt 3.5), a palavra (Ef 5.26 e 1Jo 15.3) e a vida
(Jo 19.34). Esse é o lavar que remove a sujeira para que se mantenha a comunhão com o Senhor e uns
com os outros. Não se trata do lavar em que se removem os pecados, que é por meio do sangue (1Jo
60
Telma Paiva Rovina Salgado
1.9). Visto que este evangelho é um livro de sinais, o que é registrado neste capítulo deve ser
considerado um sinal com significado espiritual. A prática da lavagem dos pés não deve ser tomada
apenas no sentido físico e, sim, no sentido espiritual.
v. 1 - Jesus sabia que a sua hora era chegada. Tal hora tinha sida estabelecida desde antes da fundação
do mundo. Ela achava-se nos planos de Deus antes da criação do mundo. A contagem regressiva do
Calvário entrava nos momentos mais dramáticos. E Jesus tinha conhecimento antecipado disto.
v.3 - O Pai tudo depositara, nas mãos do Filho. Que enorme responsabilidade! Cabia agora a Jesus
tratar da situação (1Pe 2,24). Jesus viera de Deus, puro e imaculado e deveria voltar da mesma forma,
mas entre a vinda e a volta achava-se o Calvário e a culpa de um mundo pecador. E Jesus sabia qual era
a sua missão.
07-Dez-2014
Leia João 13.1-5
Jesus introduz o lava-pés com presságios da traição e da cruz. As refeições (v.2) eram ambiente
propício para a ministração do ensino. Os judeus calçavam sandálias e, como as suas estradas eram
poeirentas, seus pés se sujavam facilmente. Era costume reclinarem-se à mesa dos banquetes com os
pés estendidos. Se os mesmos estivessem sujos, certamente atrapalhariam a comunhão por causa da
sujeira e odor. O Senhor lavou os pés dos discípulos para mostrar-lhes que Ele os amava ao extremo (v.1)
e ordenou-lhes fazer o mesmo uns aos outros em amor (v. 14 e 34).
Havendo os peregrinos percorrido uma longa distância, ficava o anfitrião incumbido de fornecer água
para lavagem dos pés como sinal de hospitalidade (Gn 18.4). Contudo, desatar as sandálias e
pessoalmente lavar os pés de outra pessoa era considerado servil, tarefa de criado ou de esposas e
filhos mais submissos.
v.4: Como não havia nenhum servo e nenhuma pessoa assumira a função de lavar os pés dos
convidados, Jesus usou a ocasião para instruir sobre humildade e altruísmo. O ato de Jesus remover
suas vestes externas para servi-los também representava um sinal de grande humildade diante deles.
v.4: Em algumas versões, temos “as vestes de cima”, que podem representar as virtudes e atributos do
Senhor em sua expressão. Por isso, tirar as vestes de cima significaria despir-se do que Ele é em sua
expressão. “Toalha” palavra derivada do latim, denota uma toalha de linho. “Cingir-se” significaria ser
amarrado e restrito pela humildade (1Pe 5.5).
vs. 4 e 5: O ato de tirar as vestes mostra que Jesus estava pronto para trabalhar como um servo comum
ou escravo – um trabalho bem humilde. No momento em que os discípulos se reuniram, o lava-pés
deveria ter sido feito por um deles, mas eles não estavam preparados para tirarem as vestes e se
humilharem.
14-Dez-2014
Leia João 13.4-11
Observando a sequência dos movimentos orquestrados por Jesus (v. 4 e 5): “tendo despido as vestes
externas (de cima), Jesus colocou uma toalha em seu lugar, derramou água, lavou os pés e os enxugou”,
tem-se um ato prático, simbólico e exemplar. Notamos que, primeiro, Ele agiu; depois, Ele explicou;
iniciou com a prática e, então, mencionou a teoria. Foram várias as ações e, enquanto as praticava nada
61
Telma Paiva Rovina Salgado
fora dito até ser interpelado por Pedro (v.7), quando revela o ensino que queria transmitir aos discípulos
naquele local.
Frequentemente comete-se o erro de pensar que ser humilde é permitir-se ser “pisoteado”. No entanto,
não há nada de negativo na atitude de Jesus: era um ato determinado que cumpria um propósito definido
e ensinava uma lição prática.
Assim servindo, Jesus prefigura sua morte como servo sofredor de Isaías 53 em nome de muitos. Ao
contrário da sociedade greco-romana, o judaísmo valorizava a humildade, mas, mesmo assim, havia
algumas restrições com relação à posição que as pessoas ocupavam na sociedade ou em algum grupo.
No entanto, Jesus subverte até mesmo posições de ‘status’ social. Jesus vai além disso.
v.8 - O ato de Jesus viola tão completamente a fronteira do status cultural que Pedro acha inconcebível.
v. 9 e 10) Aqui o “banho”, presumivelmente, alude à cerimônia de purificação a que Jesus e os discípulos
haviam se submetido antes da festa (Jo 11.55), mas Jesus aplica em sentido espiritual, ou seja, o lavar
da regeneração (Tt 3.5 e Jo 3.5).
21-Dez-2014
Leia João 13.6-11
Pedro fica embaraçado e confuso. Lavar os pés era um ato que deveria ter sido realizado, mas ninguém
se apresentara voluntariamente. Notamos que a toalha, a bacia e a água já estavam preparadas. A
objeção de Pedro não estava relacionada ao ato do lava-pés, mas ao fato de Jesus realizá-lo. Ele sabia
que Jesus jamais deveria fazer tal coisa. No v.6, Pedro fica surpreso; no v.8, recusa ter seus pés lavados
por Jesus com justa indignação. Mas, quando Jesus lhe disse que a purificação por Cristo era essencial à
comunhão, Pedro então clamou por uma experiência mais completa de purificação (v.9).
No v.10, Jesus explicou que a pessoa que já se banhou estava limpa, apenas precisando lavar os pés da
sujeira do caminho, ou seja, Jesus estava dizendo a Pedro que ele estava limpo.
Podemos concluir que nós cristãos ficamos limpos do pecado quando nos aproximamos da cruz pela
primeira vez; mas necessitamos ser sempre limpos da sujeira do caminho. Os pecados do passado foram
perdoados; não precisamos que sejam perdoados novamente. No entanto há uma contínua necessidade
de arrependimento dos novos pecados cometidos, de fazer a reparação por eles e buscar perdão. Em 1
João 1.5 a 2.2, há ensino mais explícito a respeito disso.
Jesus de joelhos, vestido como um escravo, lavou os pés de Judas, que logo o trairia. Exemplo perfeito
de como “amar aos inimigos”. Jesus estava tirando a sujeira e o cansaço dos pés de quem Ele sabia que,
em breve, iria até o sumo sacerdote, para fazer um acordo e trair a Jesus. “Nem todos estais limpos’
(v.10 e 11): os pés de Judas podem ter ficado limpos, mas o seu coração e a sua mente estavam cheios
de pecado.
28-Dez-2014
Leia João 13.1-17
v.12: Os discípulos não sabiam porque Jesus lhes lavara os seus pés.
v.13: Ele era o Mestre. Todos os discípulos deviam aprender sobretudo pela imitação dos atos dos seus
mestres.
62
Telma Paiva Rovina Salgado
v.15: Jesus afirma: “Como eu vos fiz, façais vós também”. A primeira coisa a ser feita antes de lavar os
pés é tirar as vestes de cima. Todas as diferenças de posição social devem ser afastadas juntamente
com as roupas. Deve-se lavar os pés dos inimigos assim como os dos amigos. Pedro aprendeu uma
grande lição e jamais a esqueceu. Tanto que em sua carta ele fala: “Cingi-vos todos de humildade” (1Pe
5.5). A palavra “cingir” aqui significa “vestir um avental” – amarrar uma toalha na cintura e mostrar-se
humilde.Jesus não estivava procurando instituir uma prática literal para ser observada sempre na igreja.
Mas Ele demonstra uma grande preocupação para que o verdadeiro significado de “servir” seja bem
compreendido, que ninguém julgue abaixo de sua dignidade realizar as mais baixas tarefas para os
outros. Por fim, ‘servir’ é uma disposição do coração e do espírito que se expressa através de ações
concretas.
v. 16 e 17: Qualquer que fosse a autoridade exercida por escravos derivava de seus senhores a quem
eles eram subordinados; um agente era sempre subordinado àquele que enviara. Sua autoridade era
limitada à extensão da autoridade que lhe fora delegada.
v.17: “Se, como é o caso, vocês sabem estas coisas, serão abençoados se as praticarem”. Em outras
palavras: “Vocês encontrarão a felicidade ao se comportarem em conformidade com isso”.
04-Jan-2015
Leia João 13.12-17
v.12: Os discípulos não sabiam porque Jesus lavara os seus pés.
v.13: Ele era o Mestre; todos os discípulos deviam aprender sobretudo pela imitação dos atos dos seus
mestres. Jesus afirma: “Como eu vos fiz, façais vós também” (v. 15). A primeira coisa a ser feita antes de
lavar os pés é tirar as vestes de cima. Todas as diferenças de posição social devem ser afastadas
juntamente com as roupas. Deve-se lavar os pés dos inimigos assim como os dos amigos. Pedro
aprendeu uma grande lição naquela ocasião e jamais a esqueceu. Tanto que em sua primeira carta, ele
escreveu: “Cingi-vos todos de humildade” (1Pe 5.5), ou seja, sobre a necessidade de humildade e
submissão. A palavra “cingir” aqui significa “vestir um avental” – amarrar uma toalha na cintura e mostrarse humilde.
Jesus não estava instituindo uma prática literal para ser observada continuamente na igreja. Mas Ele
demonstrava uma grande preocupação para que o verdadeiro significado de “servir” fosse bem
compreendido, para que ninguém julgasse abaixo de sua dignidade realizar as mais baixas tarefas para
os outros. Servir é uma disposição do coração e do espírito que se expressa através de ações concretas.
v. 16 e 17: Qualquer que fosse a autoridade exercida por escravos derivada de seus senhores, um
agente era sempre subordinado àquele que enviara. Sua autoridade era limitada à extensão da
autoridade que lhe fora delegada.
v.17: “Se, como é o caso, vocês sabem estas coisas; serão abençoados se as praticarem”. Em outras
palavras: “Vocês encontrarão a felicidade e alegria ao se comportarem em conformidade com isso”.
11-Jan-2015
Leia João 13.18 a 20 e releia do 1 ao 20
v.18 - Aqui Jesus cita o Salmo 41.9, de um justo sofredor. Um estudioso chamou a atenção para o fato de
que se erguer na ponta dos pés é um ato de desdém em culturas semelhantes ao antigo judaísmo. A
63
Telma Paiva Rovina Salgado
confraternização à mesa era considerada vínculo de intimidade, e a traição que se seguisse a ela era
particularmente perversa.
v.19 - Confira com Isaías 41.26, 44.7, 11 e 48.3-7. Aqui há outra declaração “Eu sou”. Deus prevê o
futuro, de modo que, quando chegar, seu povo finalmente reconhecerá que Ele, ao contrário dos deuses
das nações, é verdadeiro.
v.20 - Nas culturas antigas, reagia-se aos agentes, embaixadores e outros representantes de acordo
com o sentimento da pessoa em relação a quem os credenciou. Compare com Lucas 10.16 e Mateus
10.40.
Relendo estes 20 versículos, aprendemos também que Jesus lavou os pés dos discípulos: 1) porque em
breve ocorreria sua partida para o Pai; 2) como prova do seu amor: 3) no pleno reconhecimento de todo o
seu poder divino; 4) no cumprimento da sua missão. Na verdade, o ato se reveste de significação que é
muito mais profunda do que um singelo exemplo de humildade. A chave está no v.8: nas palavras de
Jesus – ‘parte comigo’. Durante os 3 anos do seu ministério, Jesus tinha tido parte com seus discípulos
em todas as circunstâncias humildes da sua vida diária: comer, viajar, dormir, etc. Agora a cena vai
mudar. Ele vai se retirar para a casa do Pai. Para os discípulos terem comunhão com Ele no palácio
celestial é necessário “outro asseio”, espiritualmente falando e, mais particularmente falando, purificação
da contaminação inevitável que resulta da passagem pelo mundo. A figura é uma contaminação
incidental: não do pecado – que é purificado com sangue e não com água; leia 1 João 1.7.
18-Jan-2015
Leia João 13.21 a 30
Reunido com seus discípulos para a celebração da Páscoa, Jesus sabia que estava chegando a hora do
seu sofrimento e da sua morte. O pior é que ele seria entregue às autoridades por um de seus próprios
discípulos, que iria trai-lo. Angustiado, disse isso claramente a seus discípulos.
A partir daí houve uma grande agitação no grupo dos discípulos. Era natural que eles desejassem saber
quem seria o traidor. João estava perto de Jesus e Simão Pedro fez-lhe um sinal para que descobrisse o
nome do traidor. Nesse momento, Jesus respondeu que o traidor seria aquele a quem ele iria entregar
um pedaço de mão molhado.
Da palavra Jesus partiu para a ação: entregou um pedaço de mão molhado para Judas Iscariotes. Nesse
momento, o discípulo foi tomado por Satanás.
Jesus, então, o orientou dizendo: “O que pretendes fazer, faze-o depressa!”
Como Judas era o que carregava a bolsa com os recursos dos discípulos, pensaram que ele recebera a
ordem para sair a fim de adquirir mais pão.
Na verdade, estavam todos equivocados. Judas saiu para trair o seu mestre. Judas saiu para entregá-lo
às autoridades a fim de que fosse preso e morto.
E o texto termina dizendo que Judas saiu logo. E era noite.
Havia urgência em fazer o mal. E havia necessidade de se aproveitar as trevas da noite para se praticar a
mais hedionda tradição.
É assim que o mal acontece muitas vezes em nosso mundo. As pessoas sentem urgência em praticá-lo.
Somos lentos na prática do bem, mas somos ágeis na prática do mal. E, quando praticamos o mal,
preferimos que as trevas nos escondam.
Como verdadeiros discípulos de Jesus, devemos buscar sempre a luz para a prática do bem.
64
Telma Paiva Rovina Salgado
25-Jan-2015
Leia João 13.21 a 26
Da cerimônia do lava-pés podemos também levantar os seguintes pontos: 1) o objetivo proposto: os
discípulos já conheciam Jesus como Emanuel: “Deus conosco”, mas Ele queria que aprendessem uma
verdade preciosa: “Nós com Deus” na intimidade da comunhão celestial. 2) O serviço necessário era de
purificação e não de expiação. Necessário porque Jesus iria para outra esfera e queria que os “seus”
fossem preparados para estar naquele mesmo ambiente. 3) O espírito adequado para semelhante
serviço, era a humildade que nasce do amor, que tem prazer em servir, que não poupa esforço, que
persiste até conseguir.
(v. 21) - Embora os filósofos gregos valorizassem o permanecer com espírito tranquilo e imperturbável,
nem todos na Antiguidade compartilhavam desse valor. João sempre destaca a divindade de Jesus na
sua narração deste livro; no entanto, aqui neste versículo vemos também destacada a sua humanidade.
(v. 23)- Nas festas, os homens se reclinavam em divãs (as mulheres não faziam refeições na mesma sala
com um grupo de homens fora de sua família). Cada um reclinava-se ligeiramente atrás da pessoa à sua
direita. Assim é que João podia deixar pender para trás a cabeça. nivelando-a com o tórax de Jesus.
(Eles se reclinavam sobre o cotovelo esquerdo, deixando livre o braço direito, não podendo, por
conseguinte, cortar a carne. Ela já viria pré-fatiada no banquete). Esse discípulo amado era
presumivelmente João que parece ocupar uma das posições de prestígio naquela refeição especial.
(v. 26) “um pedaço de pão”, um pedaço de matzá não era levedado. “Molhado no charôsset (molho
servido na Ceia da Páscoa e\ou maror (ervas amargas). “Ervas amargas” porque na refeição de Páscoa,
relembravam a amargura da escravidão de Israel no Egito, e eram apropriadas também para essa
ocasião. O anfitrião mergulhar um pedaço de pão e passá-lo a outra pessoa normalmente era um sinal
de honra para quem recebesse o pão molhado. O contexto implica um diálogo particular entre João e
Jesus, que os outros não ouviram. Jesus aqui exerce pleno controle da situação.
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