REVISTA ÂMBITO JURÍDICO ® Resist?ia ao imperialismo A guerra

Propaganda
REVISTA ÂMBITO JURÍDICO
Resist?ia ao imperialismo
®
A guerra e a representatividade das instituições no mundo sempre foi objeto de reflexão pôr parte do homem. Para Norberto Bobbio, ela é o problema
fundamental de qualquer teoria das relações internacionais: “foi sempre como em última análise os Estados tendem a resolver seus conflitos”. Todo
competição tem inerente a existência de um conflito, ou seja a competição econômica induz a uma competição política que poderá muitas vezes
radicalizar-se, adentrando para o campo militar.
No período da guerra fria existia um equilíbrio em termos de poderio bélico, de produção tecnológica e de raio territorial de influência das duas super
– potências, Estados Unidos da América e União Soviética. Este equilíbrio era atingido pelo terror onde os dois pólos procuravam continuamente
superar o rival impossibilitando uma hipotética vitória do outro lado, a produção de armas era desenfreada. A Europa, neste contexto, era
coadjuvante.
“Em Washington, a Câmara dos Representantes, dividida e desafiando o Presidente Bill Clinton, negou seu apoio aos ataques aéreos da OTAN
contra a Iugoslávia... resolução aprovada que impede Clinton de usar forças terrestres em território Iugoslavo sem prévia consulta aos congressistas”.
Em reportagem de 29 de abril de 1999 no jornal O Estado de São Paulo – A23. Os Republicanos dos Estados Unidos da América durante a Guerra
do Iraque contra o kuwait defenderam uma construção jurídica da nova ordem mundial, nas palavras do ex - Presidente norte- americano George
Bush em 29 de janeiro de 1991 “ O que está em jogo é mais do que um pequeno país, é uma grande idéia, uma nova ordem mundial, em que
diferentes nações reúnem-se em torno de uma casa comum, a fim de realizar as aspirações universais do homem – a paz, a segurança, a liberdade e
a primazia do direito”. Prestigiou a Organização das Nações Unidas. O filho do ex – presidente tem a intenção de candidatar-se a presidência dos
Estados Unidos da América e caso siga os ensinamentos de seu pai estará demostrando que mesmo pertencendo a um partido mais conservador
pode ser mais democrático que o atual líder progressista máximo do país, que seguindo orientação da truculenta Madeleine Albright, sem uma
análise aprofundada da realidade, conduziu o país à Guerra ignorando a Organização das Nações Unidas e do direito internacional agindo como um
déspota mundial relegando a importância desta organização a segundo plano. As preocupações de Bill Clinton na época estavam voltadas ao seu
processo de IMPEACHEMENT. Resultado uma guerra por omissão. Em todo o mundo os partidos políticos e as organizações não governamentais
que discordam da solução armada na solução das controvérsias dos conflitos internacionais, devem organizar grandes manifestações populares
pacifistas visando a dissuadir os que estão provocando derramamento de sangue, além de resgatar o papel preponderante da Organizações das
Nações Unidas no novo cenário mundial pós guerra fria. A Iugoslávia apresentou queixa à Corte Internacional de Justiça em Haia contra dez países
da OTAN alegando que os ataques aéreos são uma violação ao direito Internacional, mas a França, a Alemanha e os Estados Unidos da América
disseram não reconhecer a competência jurisdicional da Corte. O que vigora hoje no mundo é o império da força frente a força do direito.
Uma das formas utilizadas por ditadores para consolidar o regime de força nos países totalitários é cerceando a imprensa; isto significa impedir
jornalistas de escreverem livremente, informando realisticamente o desenrolar dos fatos. Ao bombardear televisão e rádio da Sérvia matando
jornalistas e radialistas, a aliança ocidental objetiva evitar que a opinião pública tenha conhecimento da intensidade da matança causada pelos
bombardeios. Este ato insano merece o repúdio de todas as pessoas da imprensa do mundo todo, devem estes profissionais buscar escrever e
relatar os fatos como são, devem relutar e contestar a imposição hegemônica norte-americana na mídia mundial, adentrando a caminhos que visem
mostrar na ótica social a dimensão dos horrores da guerra, suas conseqüências econômicas e sociais.
A situação na região dos Bálcãs é precária. A Iugoslávia está sendo destruída, a Organização do Tratado do Atlântico Norte põe a população do
ditador Slobodan Milosevic de joelhos implorando pelo fim dos bombardeios que matam crianças por erros previsíveis “A OTAN volta a errar, e míssil
mata 11 crianças” Folha de São Paulo, Capa de 29 de abril, o ditador iugoslavo por sua vez faz o mesmo com os kosovares, eliminando-os,
sumariamente. A matança de seres humanos que, em sua maioria nem sequer consegue entender os motivos de tantas atrocidades, é justificada
através de falas fúteis e inconsistentes de ambos os lados. Manifestações populares eclodem em todo o mundo. Na Macêdonia manifestantes
queimam bandeira dos Estados Unidos da América foto pg. 85 da revista ISTO É de 31 de março de 1999. “Jovens italianos protestam contra a
guerra, em Milão; milhares de estudantes saíram às ruas também em Gênova e Nápoles” Folha de São Paulo de 25 de abril.
Uma visão dos direitos humanos
O respeito aos Direitos Humanos não faz parte da vida política dos líderes que pelo regime de força tentam impor sua vontade. O fim da Guerra um
dia ocorrerá talvez com destruição do globo ( os russos estão reativando seu arsenal nuclear) ou se de forma mais sensata redefinindo as fronteiras
da região: a província de Kosovo não poderá ficar sob o jugo do ditador sérvio e então deverá constituir-se num país soberano com a volta dos
albaneses à região (os títulos das propriedade e as carteiras de identidades estão sendo destruídas; as terras, as casas não são mais de ninguém o
povo perdeu sua identidade). De outro modo, kosovo poderá fundir-se com a Albânia que tem a mesma etnia dos kosovares. São as duas soluções
mais sensatas para a região mas contraria interesses hegemônicos escusos. “Hoje nos Bálcãs, forças dos EUA, do Reino Unido e de nossos aliados
da OTAN se posicionam com firmeza contra a “limpeza étnica”, lutando para pôr fim às atrocidades, salvar vidas e devolver a esperança a Kosovo”
Bill Clinton, em editorial na Folha de São Paulo 25 de abril de 1999. Entretanto, como os fatos demonstram os refugiados são negligenciados pelas
grandes potências, o apoio humanitário é insuficiente e além disso não cumpriram realisticamente a promessa de receber refugiados em seus
territórios ou o fizeram de forma insignificante se comparado à dimensão da diáspora causados também por elas ao atacar país soberano,
prestigiando e encorajando o ditador a ampliar o genocídio e a migração. A capa da revista The Economist de 03 e de 10 de abril mostram a tragédia
a que foi conduzida esta etnia minoritária. Situação de refugiados ainda vais piorar e OTAN não ajuda, diz ONU em entrevista da diretora do Alto
Comissariado da ONU para Refugiados “Temo que vai piora. Precisamos de campos suplementares. Nossa única escolha é tentar mobilizar grande
quantidade de recursos. O mais urgente é deter a “limpeza étnica””, Folha 25 de abril de 1999 caderno mundo. Clinton, Blair, Schroeder não agem
mais como na juventude quando pacifistas da guerra fria, hoje ao contrário comandam os ataques e a matança.
Instrumentos de dominação
Os Estados Unidos da América têm hoje sob seu controle dois instrumentos de dominação mundial: a Organização do Tratado do Atlântico Norte que
é a aliança militar do Atlântico Norte que visa alargar seu raio de ação englobando os países da antiga área de influência da ex - União Soviética para
chegar na fronteira com a Rússia para evitar a futura expansão deste país, hoje domesticado pelo Fundo Monetário Internacional(FMI) e que
constitui-se no segundo instrumento de dominação. É a versão econômica de empobrecimento alheio e conseqüente perpetuação da dominação que
os brasileiros conhecem bem. Os países ditos devedores já pagaram suas dívidas inúmeras vezes; o problema é que os juros duplicam, triplicam...
transformando estas dívidas em montantes “impagáveis”. Os países devedores de forma multilateral deveriam declarar extinta a dívida. é uma
questão de vontade política conjunta para livrar nossos países deste poço: diplomacia pela união para contestação conjunta nos moldes das
negociações multilaterais como a rodada do Uruguai do GATT, onde vários países após pré - negociações reúnem-se em torno de mesa para
finalizar um acordo conjunto. Geralmente ocorrem para análise de questões comerciais mas podemos ampliar e inovar, abrangendo o campo
financeiro. Os devedores unidos ficam fortalecidos. Os países embargados economicamente devem iniciar também um intercâmbio entre si e todos
devemos contestar estes embargos que violam os direitos humanos por conduzir populações civis à miséria. Artigo XXIII da Declaração Universal dos
Direitos do Homem “Todo homem, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação
internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e
ao livre desenvolvimento de sua personalidade”. Embargos violam os Direitos Humanos é legítima sua contestação.
Segurança regional e mundial
A guerra da Iugoslávia da forma como foi efetivada está levando a uma reflexão mundial em diversos conflitos regionais sob a ótica da segurança. O
Japão exerce influência econômica regional na região da Ásia mas segundo o artigo nono de sua constituição só pode desenvolver armamentos
convencionais para defesa de seu território, foi uma imposição dos Estados Unidos da América após a Segunda Guerra Mundial. Os países da
região estão dependentes dos norte-americanos para defenderem-se de eventuais agressões externas. Rússia e China tem armas nucleares além da
tecnologia de pesquisa nuclear de ponta que de forma foi transferida por cinquenta anos à China através de espionagem “ É uma revelação
atordoante ” Matthew McKinzie do grupo que monitora armas nucleares. Segundo o tratado de não proliferação de armas nucleares apresentada
pelos Estados Unidos da América e União Soviética à comunidade de Desarmamento, em 11 de março de 1968 em seu artigo primeiro prescreve
“Cada uma das potências nucleares concorda em não transferir a terceiros armas nucleares ...” Os Estados Unidos da América violaram este tratado
ao serem negligentes, não evitando a transferência desta tecnologia a terceiros países comprovando a fragilidade na violabilidade de seus segredos
militares e devem ser punidos severamente pela comunidade internacional, pelos danos causados à segurança mundial. A polícia do mundo deve ser
a Organização das Nações Unidas e a Corte Internacional de Justiça com forças militares internacionalizadas não os EUA, a OTAN e o FMI; com isto
concorda o Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso em entrevista registrada no jornal O Estado de São Paulo “Este país (EUA) tem tudo
para exercer um predomínio no mundo, mas é preciso compartilhar. Tem de haver regras, mesmo para os mais fortes. Quando o mais forte toma
decisões sem ouvir, tudo fica um pouco mais difícil. Nesta guerra européia, a decisão foi da OTAN, mas qual a instância legitimadora? É o problema
central.” E não é uma opinião isolada. Em editorial da Folha de São Paulo de 25 de abril de 1999 Noam Chomsky lingüista e ativista político norte
americano concorda “EUA ignoram as ‘regras da ordem mundial’”. O secretário geral da OTAN o Espanhol Javier Solana também em entrevista na
Folha em 02 de maio “ Pergunta – A OTAN se converterá em uma “polícia do mundo”? Solana – A única organização universal é a ONU. As demais
são geograficamente limitadas. Não acho nossas responsabilidades devam ir além da zona compreendida entre Canadá e Cazaquistão. Pergunta – E
sobre a legitimidade dos operações? Solana – Estamos e estaremos dentro da Carta da Nações Unidas. Houve uma tentativa de condenar os
ataques no Conselho de Segurança. Dos 15 membros, apenas 3 votaram pela condenação. Há poucos dias, a Comissão de Direitos Humanos da
ONU condenou a “limpeza étnica” de Milosevic com apenas um voto contra.” Neste novo contexto é essencial que o Japão proceda à revisão
constitucional revendo o artigo nono de sua constituição para auxiliar os países que tem relacionamento econômico preponderante e produzir a
tecnologia nuclear como garantia de, através do terror, garantir a paz e o equilíbrio na região asiática. Com a guerra da Iugoslávia um acordo ChinaRússia- Índia está sendo construído o que poderá redundar num maior desequilíbrio na região e não nos esqueçamos que em 1997 a China ocupou
a ilha Spratly montando bases militares no mar da China Meridional, região rica em petróleo e pesca, onde existe uma disputa com outros países
como a fortemente armada TAIWAN, alinhada com os EUA.
Cada região deve encontrar os mecanismos institucionais próprios para implementar os sistemas coletivos de segurança regional repelindo a
influência das grandes potências hegemônicas. A América do Sul deveria formar uma comunidade com todos os países da região extinguindo o
MERCOSUL e o Pacto Andino, “MERCOSUL não vale nada” diz ministro da Argentina”” Jornal de Brasília 24 de abril. A integração deve ser
econômica mas a segurança coletiva deve entrar para a pauta de negociações. No Jornal MUNDO Geografia e Política Internacional“Washington
Financia “Guerra suja”” “Segundo a Anistia Internacional, cerca de um milhão de camponeses já foram expulsos de sua propriedades. Essa política
genocida conta com o apoio quase irrestrito dos EUA. Apesar da desastrosa ficha da Colômbia em matéria de direitos humanos o país recebe
centenas de milhares de dólares em ajuda militar.” A floresta amazônica deve ser devidamente policiada com o aumento do contingente militar. Para
reflexão: 1-Criação de um Tribunal sul-americano coercitivo 2- Criação de uma aliança militar regional ou do Atlântico Sul com a participação da
África do Sul, 3- Criação de uma moeda comum evitando usar a norte-americana (oposição argentina deve fortalecer a resistência à idéia submissa
de Menem de usar o dólar como moeda nacional!!!) 4-Acordos bilaterais e multilaterais Brasil - Chile devem ser intensificados. 5-Aproximação
comercial do bloco com Cuba, pró Direitos - Humanos. 6- Alinhamento estratégico com a União Européia; Bloco Asiático (ASEAN) e com a China;
Comunidade dos Países Independentes. 7- Com a extinção da dívida externa a ser decretada de forma multilateral, o montante destinado
prioritariamente ao pagamento de juros da dívida poderia ser revertido à área social: educação, saúde, segurança, reforma agrária, mecanismos que
evitem a concentração de renda e para a Constituição de estratégias militares defensivas principalmente da Amazônia e a formação da aliança
militar do sul. Em conversa que mantive com o Deputado Inglês Tom Brake do partido Liberal Inglês em 18 de abril no Hotel Deville-SP quando da
passagem da comitiva inglesa pelo Brasil que tratava de acordos multilaterais na área ambiental tive a oportunidade de entregar ao Professor José
Goldemberg o manifesto por mim redigido “ Pela Paz Mundial Já”. Voltando ao ponto educação citado acima, não posso deixar de mencionar trecho
da entrevista por ele concedida à revista ISTO É onde ao ser indagado “Qual é o problema do ensino primário?” Goldemberg- “O grande problema é
que 95% dos jovens e crianças em idade escolar vão à escola, mas não ficam nela. Depois de dois ou três anos, eles saem por razões sociais. Nas
zonas rurais eles são mão–de-obra para ajudar na colheita e nas urbanas acabam trabalhando também para ajudar os pais. Um dos principais
progressos nesse campo foi criado por Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal, que premiava as famílias que mantinham seus filhos
na escola.” 8- Repensar a questão nuclear como única forma de garantirmos nossa soberania (a arma nuclear tem uma função político- estratégica,
aniquila a intenção ofensiva do adversário, a dissuasão substitui a decisão pela guerra).
Violência & paz
Violência gera Violência!!! Os Estados que hoje lideram a escalada da violência no mundo Estados Unidos da América e Grã-Bretanha internamente
já estão sentido os efeitos dos atos belicosos: no dia 20 de abril de 1999, em Littleton, um subúrbio de classe média de Denver no estado
norte-americano do Colorado, dois rapazes de 17 e 18 anos fortemente armados provocaram uma tempestade disparos e explosões durante cinco
horas, comemoravam o 110º aniversário de nascimento do nazista Adolf Hitler. Bill Clinton após a tragédia reuniu-se com os alunos sobreviventes,
mostrou-se sensível com a morte de crianças norte-americanas (CNN); não nos esqueçamos todavia que crianças também estão sendo
bombardeadas na Iugoslávia e abandonadas nos campos de refugiados nos países fronteiriços a Kosovo. Criança é criança em todo mundo e
mesmo as não norte-americanas também merecem a sensibilidade do Presidente dos Estados Unidos da América. Os ideais do imperialismo
alemão de conquistar o mundo territorialmente pela força difere dos ideais imperialistas norte-americanos que utilizam-se da força bélica apenas para
defender interesses econômicos estratégicos. É uma nova forma sofisticada, camuflada por ideais democráticos e falas humanitárias demagógicas e
inverídicas; no fundo visam a dominação econômica mundial através da domesticação das outras nações. “Uivando de Ódio Neonazistas detonam
duas bombas em Londres e reacendem a paranóia dos ataques terroristas” Revista ISTO É pag 112 de 05 de maio de 1999, a reportagem fala
também do ódio racial contra negros e judeus. Bill Clinton e Tony Blair imprimem uma política externa neonazista com reflexos diretos internamente
em seus países e em todo mundo reacendendo aspirações degradantes e despertando em jovens adolescentes distorções mentais violentas.
Enquanto isto a Escola Municipal da Capital de São Paulo Francisco Campos realiza passeata com lema PAZ. QUEM AMA FAZ também na ISTO
É.
A declaração dos Direitos do Homem em seu artigo XXI prescreve: “A vontade do povo será a base da autoridade do governo” É o caráter
democrático que deve imperar em todos os países do globo como forma de se atingir a maior plenitude possível em relação aos direitos do homem.
Isto é verdadeiro tanto internamente nos países soberanos como, partindo-se para uma análise interpretativa extensiva, deve ser assim também
mundialmente e aí novamente nos deparamos com o arbítrio norte-americano que em ultima análise é o país que mais tem violado os direitos
humanos como um todo.
Acordar a Paz é fundamental à segurança mundial. Temos que nos atentar para a gravidade do momento, do movimento que está se operando em
todos os países na defesa de seus interesses particulares; estamos caminhando novamente para uma corrida armamentista, o sentimento de
aversão ao americanismo está crescendo das mais variadas formas e em diferentes localidades o que redundará em prejuízos incalculáveis a este
país, talvez até maiores que as supostas vantagens obtidas com a dita “vitória na guerra”. Ceder não é sinal de fraqueza é muitas vezes
demonstração de grandeza. As concessões devem ocorrer de ambas as partes para uma conciliação; as renúncias devem ser recíprocas apesar de
estarem em jogo posições pessoais, opções políticas e orientações ideológicas. Estabelecer um TRATADO DE PAZ é racionalmente o único
caminho após tanta insanidade. A Organização do Tratado do Atlântico Norte liderada pelos Estados Unidos da América objetiva estabelecer um
tratado quando destruírem totalmente a Iugoslávia para ocupá-la territorialmente impondo assim suas condições e concretizando seus objetivos
econômicos, utilizando o Fundo Monetário Internacional, e políticos estratégicos na região. Uma outra forma de atingirmos o fim da guerra é através
de um ato unilateral de uma das partes, o que parece ser até o presente momento, inconcebível. Até o século XIX uma outra forma pela qual a
guerra findava dava-se pelo término das hostilidades simplesmente, o método da “desistência”. Em 1956, o Japão e a União Soviética fizeram uma
declaração em comum, pondo fim ao estado de guerra sem concluir até hoje o tratado de PAZ. Sob o ponto de vista do ser humano envolvido é que
devem ser traçadas as linhas mestras deste acordo de Paz da atual guerra e não, sob a ótica dos déspotas e dos interesses de Estados.
A nova Ordem mundial deve ser pacífica num mundo cada vez mais interdependente, deve também ser cada vez mais democrático “A vontade do
povo será a base de autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto
ou processo equivalente que assegure a liberdade do povo” artigo XXI-3 da Declaração dos Direito do Homem, onde a garantia de paz repouse na
segurança coletiva, na força do direito apoiada num sistema de instituições multilaterais de resoluções de conflitos com força coercitiva garantida por
forças bélicas internacionalizadas. “O problema fundamental em relação aos direitos do homem, hoje, não é tanto de justificá-los, mas o de
protegê-los. Trata-se de um problema não filosófico, mas político”. (Norberto Bobbio). Reconhecer os Direitos do Homem é fundamental para o
aperfeiçoamento da pessoa humana com reflexos diretos no desenvolvimento da civilização.
Do Mundo para o Brasil: “Que os homens do poder não tentem tirar nossos rios, levar nossas hidroelétricas, porque, aí sim, teremos o confronto”
Itamar Franco durante as comemorações de Tiradentes em que transformou em ato de protesto contra o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Lula, Leonel Brizola e Olívio Dutra governador do Rio Grande do Sul, além de lideranças do Movimento dos trabalhadores sem terras (MST) foram
condecorados. “Com o aumento do poderio do Poder Central no período de 1994 a 1998, o presidente tem de conversar e negociar
governadores nas questões mais importantes decididas no nível Federal, e a importância da conversa entre estes dois atores, por muitas vezes
acima dos partidos e do Congresso Nacional, não encontra paralelo em qualquer país federativo”, em Os Barões da Federação livro de Fernando
Luiz Abrucio, professor da PUC-SP. O Governador de Minas Gerais, Itamar Franco decretou meses atrás a moratória do Estado pela impossibilidade
de pagar a dita dívida externa; foi de forma impatriótica denunciado a organismos internacionais pelo governo federal. O Pacto sobre os direitos
econômicos, sociais e culturais e o Pacto sobre os direitos políticos adotados pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 16 de dezembro de 1966
prescreveu: “ Todos os povos têm o direito à autodeterminação e em virtude desse direito, eles decidem livremente sobre seu estatuto político e
perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural”. A OTAN liderada pelos EUA ao não prestigiar a ONU em termos
estratégicos - militares relega esta organização a segundo plano. É forma de credenciar os norte-americanos a desrespeitarem as normas
programáticas de caráter econômico, social e cultural; valorizam o FMI que em ultima análise é o órgão maior de dominação e domesticação pelo
empobrecimento que gera, por impor receitas de políticas econômicas suicidas. Nós aqui estamos de joelhos implorando a Fernando Henrique
Cardoso a erguer-se frente ao FMI, da mesma forma que os sérvios estão de joelhos implorando à OTAN que cesse os bombardeios. Os países
que só recentemente caíram nas garras do FMI não devem ter ilusão; serão conduzidos à miséria social sem precedentes. A Rússia, o Brasil e a
Austrália devem liderar os entendimentos para a decretar a extinção da dívida externa de todos os povos de forma multilateral.
O líder nato dos trabalhadores brasileiros Luís Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT, conclamou no Anhangabaú os trabalhadores à
mobilizem-se contra o desemprego, com o apoio dos partidos da
oposição unidos em torno deste ideal comum. Sempre presente
preponderantemente na liderança dos trabalhadores LULA é considerado hoje um referencial na guerra que cada trabalhador trava na busca de
sobreviver com dignidade num país onde o desemprego chega a 20% em muitas regiões metropolitanas. “Em um clima de pobreza, de aumento de
sofrimento, não há líder que segure uma massa enraivecida” João Pedro Stédile, líder nacional do movimento dos Sem - Terras (MST) no Estado em
22de abril de 1999.
Parte final
Para os cidadãos da humanidade as atrocidades hoje na sérvia são encaradas de formas diferente por cada um dependendo do país em que se vive,
do partido político que faz parte, dos meios comunicação através dos quais se recebe as informações, do grau de importância que as cada cabeças
pensantes consideram o assuntos coletivos frente os individuais. Temos hoje no globo uma quantidade minoritária de cidadãos se considerar-mos
como tal as pessoas que vivem em condições materiais e intelectuais mínimas de sobrevivência. Na ótica dos preteridos de acesso em relação a
guerra da sérvia eles nem ouviram falar, vivem a sua guerra diária na busca de tentar propiciar aos seus condições mínimas de um dia tornarem-se
cidadãos. Os excluídos de alimentos vivem uma guerra contra a fome e estão comprometidos a ficar na miséria pois lhe falta educação, saúde... e o
pior correspondem a maioria dos seres humanos.
Na ótica dos cidadãos brasileiros a guerra da sérvia está distante, o que presenciam é uma guerra de imoralidades nas instituições públicas, são as
CPIs da Câmara Municipal de São Paulo, dos bancos, do judiciário são barganhas e manobras políticas de todo tipo cada parte buscando
beneficiar-se mais das diversas vantagens obtidas, outros tentando desviar atenções para não serem atingidos, palanques políticos fora de época
erguem-se irresponsavelmente no seio do poder, enquanto isto as reformas ficam paralisadas. De joelhos o povo brasileiro vê aumentar
assustadoramente a quantidade de pessoas que deixam de ser cidadãos e adentram ao mundo dos miseráveis. “enquanto a sociedade não
incorporar, como intrínseco à sua dignidade, padrões básicos de cidadania, dificilmente um enunciado trará mudanças e direitos efetivos à
população”, Professora da PUC-SP Aldaíza Sposati no livro Desafios da Globalização, Ladislau Dowbor, Octavio Ianni e Paulo - Edgar A.
Resende(Orgs).
Na ótica das crianças kosovares a guerra é o sofrimento da mãe que amamenta e perde o leite com o susto da explosão da bomba, as caminhadas
impostas pela concretização da “limpeza étnica”, são as más condições dos campos de refugiados que elas ainda não tem condições de racionalizar
apenas sentir e adquirir marcas profundas irrecuperáveis. Na ótica de parte cada vez maior das criança brasileira a guerra são os carros passando
sem deixar moedas, é o frio do inverno na cama de asfalto, a dor do tiro em mais uma chacina.
As crianças brasileiras e kosovares não sensibilizam autoridades. Os indivíduos preteridos de acesso compõe uma massa domesticada
inconscientemente incapaz de contribuir para alterar as condições desumanas. Os cidadãos na grande maioria priorizam o individual frente o
coletivo minimizando sua contribuição para uma melhora na condições globais. Jornalistas que por profissão politizam a todo tempo são calados por
censuras entre sombras em países democráticos, massacrados em países totalitários e bombardeados em guerra desnecessária.
E você qual sua visão e posição sobre os diversos pontos deixados em abertos para reflexão neste segundo manifesto em tempos de guerra e pelo
teor de seu conteúdo também censurado neste mundo neoliberal e globalizado. Como reflexão final conclamo você que teve paciência de gastar um
pouco de seu precioso tempo a pensar como a humanidade pode acabar com as guerras que todos estamos envolvidos no sentido de concretizar da
melhor forma possível um TRATADO DE PAZ.
Download