Filosofia para aprender a pensar

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Filosofia para aprender a pensar
Escrito por Administrator
Seg, 17 de Agosto de 2009 22:16
Ciência não é vista, hoje, como
atividade para gente grande, mas como
de ensino da educação básica. Carlos Oliveira (para
www.jornaldacomunidade.com.br)
matéria
Filosofia não é só para gente grande e nem ciência antiquada. É sempre atual e, em algumas
escolas, ela é ensinada desde as primeiras séries da educação básica. É o que garantem os
criadores de uma nova metodologia desenvolvida para o ensino da “mãe de todas as ciências”:
o Programa Filosófico-pedagógico Educar para o Pensar: Filosofia com crianças, adolescentes
e jovens, que foi criado em 1989, pelo doutor em Filosofia da Educação, professor Silvio
Wonsovicz.
O programa é controlado por um Centro de Filosofia, que fica em
Florianópolis, Santa Catarina. Assim, desde pequenos, os alunos são educados para refletir, de
forma divertida e instigante, sobre fatos elementares e complexos da vida em sociedade. Para
ficar bem próximo das inúmeras escolas que adotam o programa em todo o Brasil, são feitas
parcerias com educadores, que organizam, nas suas respectivas cidades, um Núcleo de
Filosofia Educação para o Pensar (Nufep). Em Brasília já existe um núcleo há cinco anos e
quase 50 escolas da capital federal utilizam o programa. “São desenvolvidas dinâmicas
específicas para cada série e, dessa forma, todos falam e são ouvidos. O pensamento de cada
um é valorizado, de maneira que crianças de 3 anos até os alunos do Ensino Médio são
educados para pensar”, conta a professora Lia Bazzo, coordenadora do Nufep do Distrito
Federal. A nova maneira de aprender Filosofia tem ampliado a capacidade de reflexão de
milhares de alunos por todo País. Os estudantes têm aprendido a questionar mais e a discutir
os porquês, mesmo que cada um tenha uma resposta diferente, relata a professora. “Alguns
pais já chegaram a me dizer que não agüentam a quantidade de perguntas formuladas pelos
seus filhos, desde quando começaram a estudar para pensar”, relata. De acordo com a
professora, o programa Educar para o Pensar é conduzido com base em um fio condutor. “Por
exemplo, uma determinada turma tem questões de ética como base para as discussões. A
partir desse tema, vários acontecimentos do dia-a-dia são analisados” explica. Então, a partir
dessa nova proposta, estudar Sócrates, Platão, Santo Agostinho e os demais clássicos da
Filosofia já não é tão chato, como era há alguns anos, destaca Lia Bazzo. Para manter um alto
nível de educação, ressalta a coordenadora do Nufep-DF, as escolas precisam aplicar o
programa da Educação Infantil (0 a 6 anos) até a última série da educação básica (da primeira
série do Ensino Fundamental ao último ano do Ensino Médio). “Se não tiverem uma seqüência,
o esforço inicial pode se perder”, adverte. Pequenos seres pensantes É uma graça só observar
os alunos da quarta série do Ensino Fundamental do Colégio JK da Asa Norte. Meninos como
Henrique Oliveira, de 10 anos, retrata a jovem intelectualidade de um garoto que estuda com o
objetivo de pensar. “Na aula de Filosofia, nós estamos discutindo a história do livro Os 422
soldadinhos do senhor general, de Rudi Böhm (Editora Sophos). Aí, com base na narrativa
dele, nós conversamos sobre violência, paz e respeito entre as pessoas. Cada um tem uma
idéia, que completa uma opinião geral”, filosofa o pequeno pensador. Além do Henrique, os
outros alunos da mesma turma fazem, ao ar livre, no pátio da escola, um inteligente debate
sobre o referido livro. Beatriz Pereira Alves, também de 10 anos, revela a sua alegria em
participar da aula. “É muito legal estar aqui no pátio, debatendo temas tão importantes para a
nossa vida. A gente observa os acontecimentos da historinha e relacionamos com a nossa
sociedade”, comenta. Outra pequena-grande menina é a Júlia Prado Garcia que, com os
mesmos 10 anos dos companheiros de debate, comemora a realização de mais uma aula de
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Filosofia para aprender a pensar
Escrito por Administrator
Seg, 17 de Agosto de 2009 22:16
Filosofia. “Eu gosto muito porque a gente aprende um monte de coisas legais”, diz. A
professora dos meninos e meninas da quarta série do JK, Michelle Rodrigues Alves, enfatiza a
capacidade de refletir e opinar que os alunos adquirem a partir das aulas. “Eles elaboram
inúmeras questões sobre o mundo, a política e outras coias do cotidiano. Adoram dizer: como?
Por quê? Pra quê? E assim por diante”, conta. No Colégio Marista Paulo II, Asa Norte, a galera
da sétima série está no máximo da produção e surpreende pelo apurado gosto pela política. A
preferência pelos temas políticos é quase unanimidade na classe. O filósofo e professor de
Filosofia do colégio, Tadeu Cruz, diz que a tendência pelas questões políticas é fruto dos vários
assuntos que instigam os alunos a refletirem. “Isso é muito bom, pois desse modo os jovens
também terão condições de entender a grave crise por que o Brasil vem passando”,
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