XII Congresso Brasileiro de Ecotoxicologia 25 a 28 de setembro de 2012 Porto de Galinhas – PE DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO, SISTEMA CATECOLAMINÉRGICO, GLIAL E SÍTIOS MITÓTICOS EM ESTÁGIO LARVAL ZOEA I DO CARANGUEJO ESTUARINO Neohelice granulata (DECAPODA – BRACHIURA) Luciano M. Silva1; Silvana Allodi2; Pablo Elías Martinez1 1 [email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul) [email protected] (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro) 1 [email protected] (Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Rio Grande do Sul) 2 O sistema nervoso de caranguejos adultos tem sido amplamente estudado, entretanto poucos estudos foram realizados sobre o desenvolvimento do sistema nervoso em estágios larvais, e pouco se sabe sobre o sistema nervoso de larvas do caranguejo estuarino N. granulata. Referencialmente, o sistema nervoso de larvas de Carcinus maenas, um caranguejo também da ordem BRACHIURA apresenta muitas semelhanças morfológicas com o sistema nervoso do caranguejo adulto (Harsh, 1993) e possivelmente também do caranguejo estuarino N. granulata, embora a função fisiológica de muitas estruturas do sistema nervoso de larvas de Brachyura ainda estejam sendo estudadas. No presente trabalho, utilizamos a técnica de whole mout, imunocitoquímica e coloração citológica de Kluwer-Barrera, observadas por microscopia ótica de campo claro e confocal para determinação de corpos celulares neuronais e bainha de mielina, assim como os anticorpos marcadores do sistema nervoso, anti-SYN, da presença de células catecolaminérgicas, anti-TH, gliais, anti-GFAP e divisão celular, anti-H3P, marcados por anticorpos secundários Alexa 546 e Alexa 488, permitindo assim a observação da fluorescência destas estruturas na perspectiva das projeções no campo Z, com o objetivo de consolidar o modelo animal para o melhor conhecimento do desenvolvimento do sistema nervoso, permitindo o entendimento dos processos ontogenéticos e filogenéticos, estudos toxicológicos e de saúde humana, nos processos neurogênicos de células catecolaminérgicas, danos às células gliais, bainha de mielina e gliogênese. A literatura sobre a presença de neurônios dopaminérgicos em lagostas Homarus americanus, identificam entorno de 100 neurônios dopaminérgicos (Cournil et al., 1995), entretanto, no caranguejo estuarino N. granulata, encontramos uma quantidade grande de catecolaminas presentes em todo animal (possivelmente dopamina), dispersa nas estruturas do gânglio cerebróide, gânglio comissural, comissuras trito e deutocerebrais, receptores extraretinulares, cordão nervoso ventral e papila caudal, embora não tenha ficado claro o número de neurônios produtores desta substância em todas estruturas. Ainda identificamos regiões immunoreativas à TH e à GFAP, revelando estruturalmente o sistema nervoso catecolaminérgico do crustáceo e seu respectivo sistema glial de proteção/nutrição. Além de identificarmos sítios neurogênicos pela marcação com o anticorpo anti-H3P colocalizado à sinapsina, as técnicas utilizadas no presente trabalho nos permitiu concluir o processo de multiplicação de células catecolaminérgicas, muito provavelmente dopaminérgicas e gliais, distribuídos por todo sistema nervoso do animal, assim como a elaboração de um modelo representativo das estruturas nervosas desta espécie. Palavras-chave: neurônios dopaminérgicos, glia, neurogênese, crustáceo Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (SBE) Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 819