A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS PARA O BEM-ESTAR HUMANO: um debate teórico TEMA A degradação ambiental, ocasionada tanto pela ação antrópica quanto pelas mudanças climáticas, exigiram uma nova postura na relação economia, sociedade e meio ambiente. Atualmente faz-se necessário compreender como a natureza funciona e proporciona à sociedade bens insubstituíveis através de seus serviços ambientais. Surge, a partir deste debate, a Economia dos Ecossistemas “[...] cujo objetivo principal é a gestão eficiente e sustentável do capital natural, considerando este como um portfólio de ativos que rendem benefícios cruciais às atividades humanas” (ANDRADE; ROMEIRO, 2009, p. 03). Serviço ambiental ou capital natural é definido como “[...] a totalidade dos recursos oferecidos pelo ecossistema terrestre que suporta o sistema econômico, os quais contribuem direta e indiretamente para o bem-estar humano” (ANDRADE; ROMEIRO, 2009, p. 03). Para Costanza (2009, p. 93), “o capital natural é o solo e a estrutura atmosférica, além da biomassa vegetal e animal, que, somados, formam a base de todos os ecossistemas”. Em relação à Daly (1997, p.253 apud AVALIAÇÃO ECOSSISTÊMICA DO MILÊNIO, 2005, p.104) “os serviços dos ecossistemas são as condições e processos por meio dos quais os ecossistemas naturais e as espécies que os compõem sustentam e completam a vida humana”. Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (2005), os serviços ambientais são divididos em quatro categorias: serviços de abastecimento, de regulação, culturais e de apoio. Os serviços de abastecimento têm relação com os estoques de matéria-prima utilizados pelo homem. Os seus produtos são consumidos tanto in natura como passam por processos de transformação nas indústrias. Os serviços de regulação trazem benefícios que dificilmente podem ser reproduzidos pela humanidade e quando o são possuem um custo altíssimo, não podendo assim ser compartilhado plenamente pela sociedade. Os serviços culturais trazem benefícios que promovem o lazer, a espiritualidade/religiosidade e a educação. E por fim, os serviços de apoio são a base para a existência dos demais. Diante de tantos produtos e benefícios oferecidos, é notório que “o capital natural, portanto, desperta interesses econômico, social e ambiental, uma vez que disponibiliza bens e serviços ecossistêmicos indispensáveis para a sobrevivência das espécies humana e não-humanas” (DENARDIN; SULZBACH, 2002, p. 03). Segundo Costanza (2009, p.89), “os sistemas econômicos atuais não possuem métodos integrados preocupados com a sustentabilidade do nosso sistema ecológico e não levam em conta o valor que esse sistema tem na contribuição para o nosso bem-estar”. Portanto, é necessário que haja políticas de preservação destes serviços, pois a sua ausência “[...] representa um significativo prejuízo à humanidade, a partir do momento em que a mesma passa a despender esforços técnicos e financeiros para gerar os serviços que outrora eram gratuitos” (SCHMID; ACEVEDO, 2009, p.2). Para Nicodemo et al ( 2008, p.52) “a maioria dos bens ambientais é pública e por isso seu acesso é livre; então, eles são considerados gratuitos. Assim, dar valor aos recursos natural significa dar importância ao bem-estar da sociedade”. OBJETIVOS O presente trabalho tem como objetivo geral abordar a importância dos serviços ambientais para o bem-estar humano através de uma pesquisa bibliográfica e exploratória. Tem como objetivos específicos conceituar o que seria o bem-estar humano; conceituar serviços ambientais e suas categorias e por fim mostrar quais os benefícios que os serviços ambientais proporcionam para a sociedade. METODOLOGIA E INFORMAÇÕES UTILIZADAS Estudos ambientais requerem uma visão sistêmica, pois “[...] o meio ambiente apresenta características de um sistema aberto, que recebe e exporta energia, e tem como subsistemas a economia, a ecologia e os demais entes correlacionados (MOTA, 2001, p. 13). Dessa forma, o método adotado foi o sistêmico, pois se agregou ao tema as variáveis sociais, ambientais e econômicas que constituem o pilar do desenvolvimento sustentável. Para a complementação do trabalho utilizouse uma pesquisa bibliográfica de caráter exploratório que segundo Gil (2002, p.45) tem com principal vantagem o fato de “[...] permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. PARTE DOS RESULTADOS Há uma crescente demanda por estudos relacionados à Economia dos Ecossistemas e Serviços Ambientais com a finalidade de poder comprovar-se a real importância dos serviços ecossistêmicos para a sociedade e com isso promover melhoramentos em relação as metodologias de conservação da biodiversidade. No Brasil, este assunto vem sendo abordado aos poucos, mas em países da Europa tem-se mostrado um importante componente das pautas de políticas públicas. CONCLUSÕES Diante da realidade da degradação dos recursos naturais, o conhecimento sobre os serviços ambientais de um ecossistema torna-se uma importante ferramenta para a criação de políticas públicas que possam contribuir para a preservação e a garantia do bem-estar humano em um modelo de desenvolvimento sustentável. PRINCIPAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, Daniel .; ROMEIRO, Ademar. Capital natural, serviços ecossistêmicos, e sistemas econômicos: rumo a uma economia dos ecossistemas. Texto para discussão: I/E Unicamp, Campinas, n. 159, maio 2009. Disponível em: http://www.anpec.org.br/...on/.../000ba8e809727ffdd88ec84852a8cd209fb.pdf Acesso em 31 dez. 2009 AVALIAÇÃO ECOSSITÊMICA DO MILÊNIO. Ecossistemas e bem–estar humano: estrutura para uma avaliação. São Paulo:Editora Senac São Paulo, 2005. COSTANZA, Robert. A floresta é muito mais do que suas árvores. Exame CEO, São Paulo, outubro, 2009. p. 85-94. DENARDIN, Valdir ; SULZBACH, Mayra. Capital natural na perspectiva da economia. 2002. Disponível em: http://www.unisc.br/universidade/estrutura.../nucleos/.../capital_natural.pdf Acesso em: 31 dez. 2009 MOTA, José Aroudo. O Valor da Natureza. Rio de Janeiro: Garamond, 2001.