Modelação dos Consumos Energéticos no

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Modelação dos Consumos Energéticos no Pavilhão de
Civil do IST e Definição de Medidas de Racionalização
dos Consumos Energéticos
João Miguel de Almeida Nunes Patrício
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em
Engenharia Mecânica
Júri
Presidente: Prof. Mário Manuel Gonçalves da Costa
Orientador: Prof. Paulo Manuel Cadete Ferrão
Coorientador: Engenheiro Mário Miguel Franco Marques de Matos
Vogal: João Luís Toste de Azevedo
Maio de 2013
Índice
Resumo ..............................................................................................................................................9
Abstract ..............................................................................................................................................9
1. Introdução..................................................................................................................................... 10
1.1 Contexto e Motivação ............................................................................................................. 10
1.2 Legislação .............................................................................................................................. 12
2. Metodologia .................................................................................................................................. 15
2.1 Introdução .............................................................................................................................. 15
2.2 Recolha Prévia de Informação sobre o Edifício ....................................................................... 15
2.3 Levantamento de Espaços ...................................................................................................... 16
2.4 Levantamento Energético ....................................................................................................... 16
2.4.1 Introdução ....................................................................................................................... 16
2.4.2 Inquéritos......................................................................................................................... 16
2.4.3 Espaços Comuns............................................................................................................. 17
2.4.4 Salas de Aulas................................................................................................................. 17
2.4.5 Gabinetes, Secretariados e Salas de Bolseiros ................................................................ 17
2.4.6 Laboratórios .................................................................................................................... 18
2.4.7 Espaços do Centro de Congressos .................................................................................. 18
2.4.8 Medições Durante o Levantamento Energético ................................................................ 18
2.4.9 Climatização .................................................................................................................... 19
2.4.10 Gás Natural ................................................................................................................... 20
2.4.11 Desagregação dos Consumos de Energia com Base no Levantamento Energético........ 20
2.5 Medições nos Quadros Elétricos do Edifício ............................................................................ 20
2.5.1 Elaboração do Diagrama de Distribuição da Rede Elétrica no Edifício .............................. 20
2.5.2 Equipamentos Utilizados.................................................................................................. 21
2.5.3 Medições nos Quadros Elétricos não Associados à Climatização..................................... 23
2.5.4 Medições nos Quadros Elétricos e Equipamentos Associados à Climatização ................. 23
2.6 Construção do Modelo de Consumo Energético...................................................................... 25
2.6.1 Análise das Medições ...................................................................................................... 25
2
2.6.2 Desagregação dos Consumos Energéticos em cada Medição ......................................... 25
2.6.3 Extrapolação para o Modelo de Consumo Anual .............................................................. 26
2.7 Avaliação do Potencial de Economia ...................................................................................... 28
3. Descrição do Edifício .................................................................................................................... 29
3.1 Dados Gerais.......................................................................................................................... 29
3.2 Envolvente.............................................................................................................................. 30
3.3 Divisão dos Espaços ............................................................................................................... 31
3.4 Áreas Construídas .................................................................................................................. 33
3.5 Sistemas Energéticos ............................................................................................................. 33
3.5.1 Iluminação ....................................................................................................................... 33
3.5.2 Sistema de Climatização.................................................................................................. 34
3.6 Rede Elétrica .......................................................................................................................... 39
3.7 Rede de Distribuição de Água ................................................................................................. 40
3.8 Central de Ar Comprimido....................................................................................................... 41
3.9 Meios de Movimentação de Cargas ........................................................................................ 41
3.10 Equipamentos de Laboratório de Grande Porte..................................................................... 41
3.11 Elevadores............................................................................................................................ 41
4. Resultados da Auditoria Energética............................................................................................... 42
4.1 Consumo Anual de todas as Formas de Energia no Pavilhão de Civil do IST .......................... 42
4.2 Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade no Edifício ................................................. 43
4.3 Desagregação do Consumo Anual de Gás Natural no Edifício ................................................ 46
4.3 Custos e Emissões de CO2 associados ao Consumo de Energia no Edifício ........................... 46
4.4 Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade nos Regimes Considerados ...................... 47
4.4.1 Consumos Elétricos Não Associados à Climatização ou Concessões .............................. 47
4.4.2 Consumos Elétricos Associados à Climatização .............................................................. 47
4.5 Desagregação do Consumo de Eletricidade Associado à Climatização, por Tipo de
Equipamento ................................................................................................................................ 48
4.6 Consumo Específico de Energia ............................................................................................. 51
5. Potencial de Economia.................................................................................................................. 52
3
5.1 Introdução .............................................................................................................................. 52
5.2 Estratégias de Controlo para Redução dos Consumos de Energia .......................................... 52
5.2.1 Consumos Associados ao Sistema de Climatização ........................................................ 52
5.2.2 Consumos Associados aos Gabinetes, Secretariados e Salas de Bolseiros ..................... 56
5.2.3 Consumos Associados à Iluminação ................................................................................ 58
5.2.4 Redução de Custos e Consumo Específico de Energia .................................................... 60
5.3 Alterações Propostas para a Parcela de Iluminação ................................................................ 60
5.4 Alterações Propostas para o Sistema de Climatização Atual do Edifício .................................. 62
5.4.1 Introdução ....................................................................................................................... 62
5.4.2 Supressão do Circuito de Condensação .......................................................................... 62
5.4.3 Substituição das UTAs e Unidades Terminais de Expansão Direta .................................. 63
5.4.4 Substituição das Eletrobombas e Circuladores................................................................. 65
5.4.5 Redução de Custos e Consumo Específico...................................................................... 67
5.5 Substituição do Sistema de Climatização Atual por um Sistema Assistido por Energia Solar ... 68
5.5.1 Introdução ....................................................................................................................... 68
5.5.2 Descrição do Sistema Proposto ....................................................................................... 69
5.5.3 Investimento Requerido e Poupança Anual ...................................................................... 74
5.6 Síntese de Estudos Existentes Relativos à Envolvente do Edifício .......................................... 76
5.7 Análise Conjunta de todas as Medidas Propostas ................................................................... 77
5.8 Análise Financeira de Investimentos Economicamente Viáveis ............................................... 77
6. Recomendações ........................................................................................................................... 79
7. Gestão de Energia ........................................................................................................................ 80
8. Conclusões ................................................................................................................................... 82
9. Referências Bibliográficas ............................................................................................................. 84
Anexos ............................................................................................................................................. 86
Anexo 1 – Potências medidas com Analisadores de Tomada ............................................................ 87
Anexo 2 – Listagem de Medições...................................................................................................... 89
A.2.1 – Medições com Analisadores de Energia Não Associadas à Climatização .......................... 89
A.2.2 – Medições com Pinça Multimétrica Não Associadas à Climatização ................................... 92
4
A.2.3 – Medições com Analisadores de Energia Associadas à Climatização ................................. 93
A.2.4 – Medições com Pinça Multimétrica Associadas à Climatização........................................... 94
Anexo 3 – Consumos Diários de Referência ..................................................................................... 95
A.3.1 – Regimes Considerados..................................................................................................... 95
A.3.2 – Consumos Diários de Referência Não Associados à Climatização .................................... 97
A.3.3 – Consumos Diários de Referência Associados à Climatização ......................................... 102
Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Consumos Anuais do Pavilhão de Civil de 2008 a 2012 em kWh ..................................... 10
Gráfico 2 - Consumos Anuais do Pavilhão de Civil de 2008 a 2012 em tep........................................ 11
Gráfico 3 - Parcela do Consumo do Pavilhão de Civil Face a Outros Edifícios no Campus em 2012.. 11
Gráfico 4 - Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade por Tipo de Equipamento ................... 43
Gráfico 5 - Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade por Tipo de Espaço ............................ 43
Gráfico 6 - Desagregação do Consumo Elétrico Anual, Não Associado a Climatização ou
Concessões, nos Regimes Considerados ......................................................................................... 47
Gráfico 7 – Desagregação do Consumo Anual Associado à Climatização nos Regimes Considerados
......................................................................................................................................................... 47
Gráfico 8 - Desagregação do Consumo Anual do AVAC por Tipo de Equipamentos .......................... 48
Gráfico 9 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC em Regime de Arrefecimento .............. 49
Gráfico 10 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC em Regime de Aquecimento.............. 49
Gráfico 11 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC no Período Entre Estações ................ 50
Gráfico 12 - Potências Observadas na Medição do QGAC1 em Julho de 2012 ................................. 53
Gráfico 13 - Potências Observadas na Medição do QGAC2 em Novembro de 2012 .......................... 53
Gráfico 14 - Potências Observadas na Medição do QGAC1 em Janeiro de 2013 .............................. 54
Gráfico 15 - Potências Observadas na Medição da Climatização do LTI em Julho de 2012 ............... 54
Gráfico 16 - Potências Observadas na Medição da Climatização do LTI em Janeiro de 2013 ............ 55
Gráfico 17 - Potências Observadas na Medição do Q.D.3.2 em Maio de 2012 .................................. 57
Gráfico 18 - Potências Observadas na Medição do Q.D.3.2 em Janeiro de 2013............................... 57
5
Gráfico 19 - Variação da Capacidade de Refrigeração do Chiller de Adsorção com a Variação da
Temperatura de Entrada da Água Quente ......................................................................................... 70
Gráfico 20 - Curvas Características de Coletores Solares Térmicos .................................................. 72
Gráfico 21 - Investimento Associado a Valores de Poupança na Iluminação com PRS fixo................ 78
Gráfico 22 - Investimento Associado a Valores de Poupança no AVAC com PRS fixo ....................... 78
Índice de Tabelas
Tabela 1 - Evolução do consumo anual do Pavilháo de Civil face ao restante Campus do IST .......... 11
Tabela 2 - Dados da Envolvente do Edifício, Paredes e Cobertura .................................................... 30
Tabela 3 - Dados da Envolvente do Edifício, Vãos Envidraçados ...................................................... 30
Tabela 4 - Áreas de Pavimento Construídas ..................................................................................... 33
Tabela 5 - Consumo Anual de Todas as Formas de Energia Não Associados à Climatização ........... 42
Tabela 6 - Consumo Anual de Todas as Formas de Energia Associados à Climatização................... 42
Tabela 7 - Consumos Anuais de Eletricidade Indicados pelas Leituras dos Contadores em 2012 ...... 44
Tabela 8 – Parcelas Anuais do Consumo Elétrico Associadas à Climatização, Concessões e
Restantes, Contagens e Modelo ....................................................................................................... 44
Tabela 9 – Consumo Elétrico Associado à Climatização Primeiro Trimestre Contagens e Modelo ..... 45
Tabela 10 - Consumo Gás Natural no Bar e Restaurante em 2012.................................................... 46
Tabela 11 - Custos Associados ao Consumo Global de Energia do Pavilhão de Civil ........................ 46
Tabela 12 - Consumo Anual Associado à Climatização nos Regimes Considerados ......................... 48
Tabela 13 - Desagregação do Consumos Associado ao AVAC dentro de cada regime...................... 50
Tabela 14 - Valor de Referência para o Consumo Específico de Energia Elétrica no Edifício............. 51
Tabela 15 - Poupança Anual de Energia Expectável com Redução de Consumos Associados à
Climatização nos Regimes Noturno e de Fim-de-Semana ................................................................. 56
Tabela 16 - Poupança Anual de Energia Estimada nos Espaços de Gabinetes ................................. 58
Tabela 17 - Valores de Iluminação Medidos em Zonas Comuns do Edifício....................................... 59
Tabela 18 - Poupanças Anuais com Estratégias de Controlo ao Nível da Iluminação ........................ 59
Tabela 19 - Poupanças Anuais com a Implementação de Estratégias de Controlo em todas as
Parcelas Consideradas ..................................................................................................................... 60
6
Tabela 20 - Poupança Anual com Substituição das Lâmpadas T8 nos Corredores ............................ 61
Tabela 22 - Investimento e Poupança Anual Associada à Substituição das UTAs ............................. 63
Tabela 23 - Investimento e Poupança Anual Associada à Substituição das Bombas de Calor por
Ventiloconvetores ............................................................................................................................. 65
Tabela 24 - Classes de Eficiência das Eletrobombas e Circuladores Existentes e Poupança Anual
Expectável ........................................................................................................................................ 67
Tabela 25 - Investimento e Poupança Anual com Alteração do AVAC Existente ................................ 67
Tabela 26 - Dados Climáticos e Rendimento dos Coletores .............................................................. 72
Tabela 27 - Frações Solares nas Necessidades de Climatização com 400 coletores ......................... 73
Tabela 28 - Frações Solares nas Necessidades de Climatização com 670 coletores ......................... 74
Tabela 29 - Poupança Anual e Investimento Requerido pelo Sistema de Coletores Solares .............. 75
Tabela 30 - Investimento e Poupança Anual Total do Sistema AVAC Solar ....................................... 76
Tabela 31 - Poupança Anual Global com Implementação de Todas as Medidas Apresentadas ......... 77
Tabela 32 - Recomendações para a Promoção da Eficiência Energética no Edifício ......................... 79
Tabela 33 - Matriz de Gestão da Energia .......................................................................................... 81
Índice de Figuras
Figura 1 - Analisador de Tomada ―Energy Logger 4000‖ ................................................................... 19
Figura 3 – Circutor CIRe3 3 E-Flex 54 CM ........................................................................................ 21
Figura 2 - Esquema Geral de Distribuição da Rede Elétrica .............................................................. 21
Figura 5 - Pinça Multimétrica Modelo F205 da Chauvin Arnaux ......................................................... 22
Figura 4 - Analisador de Corrente Elétrica da Chauvin Arnaux ML-900.............................................. 22
Figura 6 - Medições de Quadros e Circuitos não Associados à Climatização..................................... 23
Figura 7 - Medições de Quadros e Circuitos Associados à Climatização ........................................... 24
Figura 8 - Modelo de Consumo Anual de Cada Parcela .................................................................... 27
Figura 9 - Fachada Sul do Pavilhão de Civil do IST ........................................................................... 29
Figura 10 - Fachada Nascente do Pavilhão de Civil do IST ............................................................... 29
Figura 11 - Átrio Interior do Pavilhão com Vista da Torre Central ....................................................... 31
Figura 12 - Sistema de Distribuição do AVAC em Regime de Aquecimento ....................................... 35
7
Figura 13 - Permutador de Placas Nº4 do Circuito de Água Quente .................................................. 36
Figura 14 - Sistema de Distribuição do AVAC em Regime de Arrefecimento ..................................... 37
Figura 15 - Eletrobombas na Central Térmica do Piso 03 .................................................................. 38
Figura 16 - Distribuição da Rede Elétrica no Pavilháo de Civil do IST ................................................ 39
Figura 17 - Configuração das Lâmpadas Retrofit T5 propostas [14] ................................................... 61
Figura 18 - Sistema de Distribuição AVAC com Supressão do Circuito de Condensação .................. 62
Figura 19 - Esquema do Ciclo de Adsorção....................................................................................... 68
Figura 20 – Esquema Geral do Sistema AVAC Assistido por Energia Solar Proposto ........................ 69
Listagem de Acrónimos
AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado
HVAC – Heating, Ventilating and Air Conditioning
PRE - Plano de Racionalização do Consumo de Energia
RSECE - Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios
RCCTE - Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios
IEE – Indicador de Eficiência Energética
IST – Instituto Superior Técnico
GOP – Gabinete Organização Pedagógica
LTI – Laboratório de Tecnologias de Informação
LERM – Laboratório de Estruturas e Resistência dos Materiais
UTA – Unidade de Tratamento de Ar
UTAN - Unidade de Tratamento de Ar Novo
VAC – Volume Ar Constante
VRV – Volume Refrigerante Variável
LOR – Light Output Ratio
8
Agradecimentos
Um agradecimento especial a todos os que de alguma forma contribuíram em todas as fases
deste projeto nomeadamente, Eng. Mário de Matos, Prof. Paulo Ferrão, Eng. Onésimo Silva, Tiago
Vilhena e Miguel Correia. Um abraço especial para todos os funcionários do edifício pela sua
disponibilidade sempre que necessária.
Resumo
O trabalho que se segue teve como principal objetivo a desagregação dos consumos
energéticos no Pavilhão de Civil do Instituto Superior Técnico no Campus da Alameda. Os resultados
foram obtidos através de medições da energia consumida nos quadros elétricos do edifício, utilizando
analisadores de energia elétrica apropriados para a tarefa. O consumo de gás natural foi determinado
com base nas leituras dos contadores existentes. A análise destes resultados permitiu desagregar o
consumo de energia do edifício nas suas diversas parcelas e estabelecer algumas medidas de
poupança com base apenas na eliminação de alguns consumos desnecessários, nomeadamente no
regime noturno. Foram igualmente propostas algumas alterações aos sistemas instalados,
principalmente na climatização, com base num estudo prévio que procurou determinar a poupança
anual no consumo de energia e uma estimativa para os investimentos necessários.
Palavras-Chave: Consumo Energético, Auditoria Energética, Desagregação, Potencial de Economia
Abstract
The main objective of the following paper was the disaggregation of the energy consumption
in Pavilhão de Civil from Instituto Superior Técnico in Alameda Campus. The results were obtained
through measurements of the energy consumed in the switchboards in the building, using power
analyzers appropriated for the task. The Natural Gas consumption was determined based on the
existing meter readings. The analysis of these results allowed the disaggregation of the building’s
energy consumption in its many plots and the setting of some saving measures based only in the
elimination of unnecessary consumption, mainly in night regime. Some changes in the installed
systems were also proposed, mainly in HVAC, based in a preliminary study that tried to determine the
annual energy saving and an estimate for the investments required.
Keywords: Energy Consumption, Energy Audit, Disaggregation, Savings Potential
9
1. Introdução
1.1 Contexto e Motivação
O conceito de eficiência energética está na ordem do dia. Os esforços para reduzir o
consumo de energia em todas as suas formas são hoje em dia transversais a todos os setores. As
estratégias para reduzir o consumo de energia têm como base uma auditoria energética, a qual
origina um documento onde são caracterizados detalhadamente todos os equipamentos
consumidores intensivos de energia, de forma a determinar um modelo anual do consumo de energia
e elaborar um Plano de Racionalização do Consumo de Energia (PRE).
Este trabalho surge associado ao Projeto Campus Sustentável do Instituto Superior Técnico,
o qual decorre no âmbito da Iniciativa em Energia, supervisionada pelo Engenheiro Mário de Matos,
coorientador deste trabalho. Um grupo de trabalho foi composto para promover a realização de
auditorias energéticas em todos os edifícios do Instituto Superior Técnico, com o objetivo de
implementar medidas que reduzam o consumo de energia em todas as instalações. O trabalho que
aqui se apresenta surge, naturalmente, como um contributo para a melhoria dos resultados desse
projeto.
O Pavilhão de Civil constitui uma parcela significativa do consumo total de energia do Instituto
Superior Técnico. Uma análise ao registo das leituras dos contadores dos edifícios do campus da
Alameda, permitiu concluir que o edifício possui o maior consumo de energia de todo o Campus. Nos
gráficos seguintes é quantificado o consumo de todas as formas de energia no edifício desde 2008 e
apresenta-se a primeira desagregação, a parcela do Pavilhão de Civil face ao restante campus e a
outros edifícios com consumos igualmente elevados. Os resultados são apresentados em kWh e tep
(tonelada equivalente petróleo).
kWh
3.000.000
2.500.000
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
0
2008
2009
2010
2011
2012
Gráfico 1 - Consumos Anuais do Pavilhão de Civil de 2008 a 2012 em kWh
10
tep
776
747
730
800
731
644
600
400
200
0
2008
2009
2010
2011
2012
Gráfico 2 - Consumos Anuais do Pavilhão de Civil de 2008 a 2012 em tep
Consumo de Energia no
Campus Alameda do IST
Consumo de Energia no Pavilhão de Civil
kWh
tep
kWh
tep
%
2008
14 082 497
4 084
2 517 468
730
18%
2009
13 985 056
4 056
2 574 402
747
18%
2010
14 088 667
4 086
2 676 499
776
19%
2011
13 439 821
3 898
2 521 763
731
19%
2012
12 496 985
3 624
2 221 349
644
18%
Tabela 1 - Evolução do consumo anual do Pavilháo de Civil face ao restante Campus do IST
Consumo IST - 2012
Civil
Central
Torre Norte
17%
45%
11%
6%
7%
14%
Torre Sul
Complexo Interdisciplinar
Restante IST
Gráfico 3 - Parcela do Consumo do Pavilhão de Civil Face a Outros Edifícios no Campus em 2012
11
O edifício possui algumas áreas onde é possível a implementação de medidas de
racionalização do consumo de energia. A envolvente do edifício não funciona eficientemente como
um sistema passivo de climatização, existe uma central de produção de frio e calor eficiente, mas a
maior
parte
das
unidades
terminais
possuem
ciclo
frigorífico
próprio,
aumentando
desnecessariamente o consumo de energia associado à climatização e a potência instalada em
equipamentos de iluminação é desajustada relativamente às necessidades do edifício.
Nos últimos anos existiram estudos relativamente à eficiência energética do edifício,
nomeadamente simulações dinâmicas para prever as necessidades térmicas e energéticas ao longo
do ano. No âmbito deste trabalho foram consultados alguns destes estudos de forma a perceber as
medidas de racionalização já abordadas e as metodologias utilizadas, nomeadamente, um estudo da
eficiência energética do edifício recorrendo a uma simulação dinâmica multizona utilizando o software
TRACE [1] e um estudo para a reabilitação do sistema AVAC com algumas propostas visando a
substituição das unidades terminais [2].
O que até à data nunca tinha sido realizado no edifício era a desagregação dos consumos
energéticos com base em medições de energia elétrica nos quadros elétricos, utilizando analisadores
apropriados para o efeito. Os resultados deste trabalho refletem o consumo real do edifício nas suas
diversas parcelas, podendo por exemplo ser utilizados para ajustar as simulações dinâmicas
existentes, de forma a prever com maior exatidão as necessidades energéticas do edifício.
Todos estes factos contribuíram para que, dada a oportunidade, se tivesse avançado para a
execução desta auditoria energética no Pavilhão de Civil, no âmbito da Dissertação de Mestrado para
a obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Mecânica.
1.2 Legislação
O edifício está sujeito ao regime previsto pelos Decretos-Leis nos 78/2006 (Sistema Nacional
de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE)), 79/2006 (Regulamento
dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE)) e 80/2006 (Regulamento das
Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE)) de 4 de Abril.
O Decreto-Lei nº 79/2006 (RSECE) [3] define limites para o consumo global específico de
edifícios com determinada tipologia e características, na forma do Indicador de Eficiência Energética
2
(IEE) medido em kgep/m .ano (kgep – quilograma petróleo equivalente). Todos os grandes edifícios
de serviços existentes com área útil superior a 1000 m 2 estão sujeitos a este regime. O valor limite
definido para todos os estabelecimentos de ensino é de 15 kgep/m 2.ano, com Aquecimento e
12
Arrefecimento, tanto para edifícios novos como existentes, mas existe um valor alternativo para
estabelecimentos de ensino superior, 1,5 kgep/aluno nos edifícios existentes.
Caso o consumo nominal específico do edifício ultrapasse o máximo imposto, o proprietário
do edifício deve submeter um plano de racionalização energética (PRE) no prazo de 3 meses após a
conclusão da auditoria energética. O PRE destina-se a reduzir o consumo energético do edifício para
valores conformes com os limites permitidos. São de execução obrigatória as medidas que
apresentem viabilidade económica aceitável, definida pelo Período de Retorno Simples (PRS). Todas
as medidas com um PRS igual ou inferior a 8 anos são de execução obrigatória, ficando o proprietário
do edifício sujeito a coima anual caso tal não se verifique. [3]
Relativamente a auditorias energéticas, o decreto estipula uma periodicidade de 6 anos entre
auditorias para determinar os consumos globais específicos do edifício. O decreto determina
igualmente requisitos para a qualidade do ar interior (QAI), caudais mínimos de ar novo de acordo
com a tipologia do edifício, limites para as potências nominais e térmicas de novos sistemas de
climatização a instalar e outras especialidades. A periodicidade das auditorias de QAI é de 2 anos
para todos os estabelecimentos de ensino. [3]
Foi consultado o Despacho nº 17449/2008 [4], o qual descreve pormenorizadamente as
tarefas a incluir numa auditoria energética. No caso do Pavilhão de Civil foram realizados os
seguintes pontos:

Quantificar os consumos energéticos (por instalação global e principais secções e ou
equipamentos)

Efetuar uma inspeção visual dos equipamentos e ou sistemas consumidores de
energia, complementada pelas medições necessárias;

Esclarecer como é transformada a energia e quais os seus custos;

Efetuar um levantamento e caracterização detalhados dos principais equipamentos
consumidores de energia, sobretudo com maior peso em termos de potência
instalada, quer elétrica, quer térmica;

Obter diagramas de carga (DDC) elétricos dos sistemas considerados grandes
consumidores de eletricidade;

Determinar consumos específicos de energia durante o período de realização da
auditoria, para posterior comparação com os valores médios mensais e anuais e
deteção de eventuais variações sazonais;
13

Identificar e quantificar as possíveis áreas onde as economias de energia são viáveis,
como resultado das situações encontradas/anomalias detetadas e medições
efetuadas;

Definir intervenções com viabilidade técnico-económica, conducentes ao aumento da
eficiência energética e ou à redução da fatura energética;

Definir as linhas orientadoras para a implementação ou melhoria de um esquema
operacional de Gestão de Energia [4].
14
2. Metodologia
2.1 Introdução
O trabalho foi conduzido de acordo com as boas práticas de uma auditoria energética. O
objetivo era obter uma modelação dos consumos energéticos do edifício ao longo do ano e, com base
nos resultados obtidos, propor medidas para reduzir o consumo de energia no edifício. Procurou-se
avaliar a poupança anual com base nos resultados da desagregação e ter uma noção dos valores
envolvidos nos investimentos necessários, para todas as medidas propostas. Relativamente a
medidas de racionalização, o objetivo das auditorias energéticas é maioritariamente encontrar
soluções que passem por uma alteração dos comportamentos dos utilizadores do edifício, medidas
que normalmente não acarretam custos. Propostas para a alteração ou substituição de sistemas
existentes são igualmente da competência do auditor energético, mas estas medidas servem
fundamentalmente para despertar o interesse num estudo técnico e detalhado da solução proposta.
De salientar a dificuldade na obtenção de informações relativas ao edifício. Não aparenta
existir uma gestão centralizada dos dados sobre o edifício. A informação está dispersa por vários
gabinetes e muitas vezes é incompleta. Normalmente não compete ao auditor energético a
elaboração de plantas e diagramas de especialidades sobre o edifício, mas neste caso foi necessária
a atualização de plantas do edifício e telas do sistema AVAC, assim como a elaboração integral do
diagrama de distribuição da rede elétrica no edifício.
2.2 Recolha Prévia de Informação sobre o Edifício
Numa primeira fase procurou-se obter informação sobre o historial de consumo de energia do
edifício, através dos registos das leituras nos contadores, disponibilizadas pelo Núcleo de
Manutenção do IST. O núcleo forneceu igualmente um documento relativo à divisão dos espaços no
edifício incluindo a respetiva área, plantas de todos os pisos e as telas do sistema AVAC do edifício.
A informação obtida, embora algo desatualizada, serviu como base para o início do trabalho de
levantamento.
Procurou-se posteriormente junto do Núcleo de Arquivo do IST, informação adicional
eventualmente existente sobre os diagramas e plantas das especialidades, mas todos os dados
encontrados revelaram estar incompletos ou desatualizados.
15
2.3 Levantamento de Espaços
Após a recolha de todos os dados possíveis de obter, partiu-se para a caracterização do
edifício, começando pelo levantamento dos espaços. A informação recolhida junto do Núcleo de
Manutenção serviu de base ao levantamento, mas alguma da informação revelou ser inconsistente
quando se iniciou o trabalho de inspeção no edifício. Foram consultadas algumas das plantas
originais do edifício para confirmar algumas áreas que suscitaram dúvidas, sendo que, em alguns
espaços específicos, foram levadas a cabo medições para apurar com maior rigor a área útil
correspondente. A divisão de alguns espaços no terceiro piso do edifício tinha sido alterada desde a
última atualização das plantas, assim como a designação de alguns dos compartimentos no piso, o
que motivou a atualização das plantas e desagregação dos espaços no edifício. As plantas
atualizadas e o documento produzido no âmbito deste trabalho com desagregação dos espaços
incluindo a indicação da área útil [5], foram colocadas à disposição de toda a equipa do Projeto
Campus Sustentável do IST, assim como todos os outros documentos produzidos no âmbito deste
trabalho.
2.4 Levantamento Energético
2.4.1 Introdução
O início do levantamento energético coincidiu com o início das inúmeras visitas ao edifício.
Procurou-se quantificar e caracterizar todos os equipamentos consumidores de energia existentes no
edifício, a sua utilização e os horários estabelecidos pela gestão do edifício no que diz respeito a
sistemas comuns.
Assim, no período entre o início de Fevereiro e o fim de Março de 2012, foram realizadas
visitas a todos os espaços individuais do edifício e inquiridos todos os utilizadores dos espaços (não
comuns), que se encontravam presentes na data das visitas (80% do número total de utilizadores
com ocupação permanente).
2.4.2 Inquéritos
Optou-se por um modelo de inquérito informal, oral aquando da visita aos espaços, com o
objetivo de quantificar e perceber a utilização dos diferentes tipos de equipamentos presentes nos
espaços. Os inquiridos foram questionados sobre o horário de permanência no espaço, incluindo fimde-semana, sobre a utilização da iluminação durante o dia, computadores, impressoras e outros
equipamentos de escritório assim como a utilização de aquecedores portáteis, existentes em grande
número nos pisos de gabinetes.
16
2.4.3 Espaços Comuns
O consumo nestes espaços é maioritariamente de iluminação. Os diferentes tipos de
lâmpadas e os equipamentos comuns tais como secadores de mãos ou bastidores foram
quantificados. Os funcionários do edifício, nomeadamente os contínuos, foram inquiridos sobre os
horários e utilização da iluminação presente em todos os corredores, patamares e átrios, já que estes
estão encarregues de ligar e desligar a iluminação nestes espaços, de acordo com o horário préestabelecido pela gestão do edifício, mas também, em algumas ocasiões, com base no seu senso
comum. Foi identificada uma parcela da iluminação comum que apenas é ligada ao final da tarde.
Para esta parcela foi considerado um horário desde as 16h até à hora de encerramento (parcial) do
edifício, no regime de Inverno, e a partir das 18h para os regimes de Verão e Entre Estações.
2.4.4 Salas de Aulas
Relativamente às salas de aulas, foram igualmente quantificados os diferentes tipos de
lâmpadas, projetores e retroprojetores. O calendário de aulas e exames de todas as salas foi obtido
através do site do Gabinete de Organização Pedagógica (GOP). Considerou-se a iluminação ligada
durante o horário de aulas e exames marcados para as salas que não possuem iluminação natural.
Para as salas com iluminação natural definiu-se a iluminação artificial ligada em 50% deste horário.
Foi igualmente estimado o consumo dos projetores presentes nestes espaços. Com base na
experiência como aluno, estimou-se a utilização dos projetores em 80% das aulas, com parcelas de
30 e 70% para projetores de teto e retroprojetores de mesa respetivamente, nas salas em que
existem os dois tipos de equipamentos.
2.4.5 Gabinetes, Secretariados e Salas de Bolseiros
O levantamento nestes espaços baseou-se na observação dos equipamentos presentes em
cada espaço e nas respostas ao inquérito realizado. Os diferentes tipos de computadores,
impressoras e outros equipamentos de escritório, assim como os equipamentos em alguns espaços
de utilização partilhada tais como frigoríficos, máquinas de café ou micro-ondas foram quantificados.
O número de utilizadores permanentes nestes espaços foi igualmente determinado. Foram tecidas
algumas considerações na estimativa inicial do consumo energético nestes espaços: Nos espaços
onde os inquiridos responderam que a iluminação é ligada apenas ao final da tarde, o horário
considerado para esta parcela foi desde as 16h até à hora de saída do utilizador, no regime Inverno,
e a partir das 18h nos restantes regimes. Para os espaços onde os utilizadores indicaram ter a
iluminação ligada sempre que presentes no espaço, considerou-se metade do horário de
17
permanência indicado para gabinetes de docentes e retirou-se uma hora (hora de almoço) ao horário
indicado em secretariados e salas de bolseiros. Os computadores foram considerados ligados
durante todo o horário de permanência.
2.4.6 Laboratórios
Foram igualmente inquiridos os funcionários permanentes dos laboratórios existentes no
edifício, com o objetivo de quantificar e determinar a utilização da iluminação e equipamentos
existentes nos espaços. Os equipamentos considerados de laboratório foram identificados, mas a
informação disponível sobre estes, nomeadamente no que diz respeito a potências nominais, era
bastante escassa. O seu consumo foi determinado posteriormente com as medições efetuadas. A
iluminação nestes espaços está normalmente ligada durante todo o dia.
2.4.7 Espaços do Centro de Congressos
Os diversos tipos de equipamentos foram quantificados nestes espaços. A estimativa inicial
do consumo de energia teve como base um documento elaborado pelos gabinetes de gestão do
centro de congressos, com indicação das taxas de ocupação médias de todos os espaços do centro
de congressos, durante todos os meses do ano.
2.4.8 Medições Durante o Levantamento Energético
Dada a quantidade de espaços individuais e equipamentos existentes no edifício, a tarefa de
os caracterizar individualmente relativamente ao consumo de energia pareceu sempre ser demasiado
e injustificadamente morosa. Assim optou-se por definir um conjunto de equipamentos padrão com
base no que se observou durante o levantamento energético. Para eliminar a total dependência de
potências nominais para os equipamentos encontradas em algumas fontes bibliográficas,
nomeadamente catálogos de equipamentos similares disponíveis online, optou-se pela utilização de
alguns analisadores de tomada para determinar o consumo diário de alguns equipamentos dentro do
conjunto padrão definido. Este estudo foi efetuado em equipamentos de escritório alimentados pelas
tomadas do edifício. A potência de funcionamento da grande maioria dos conjuntos lâmpada e
balastro existentes no edifício foi igualmente determinada utilizando estes equipamentos.
18
O analisador utilizado foi o ―Energy Logger 4000‖ da Voltcraft. O equipamento determina
diretamente a energia consumida no período da medição e apresenta no ecrã todos os valores
instantâneos da corrente elétrica, potência ou energia. O aparelho possui memória própria que
permite a gravação dos dados, que depois são descarregados utilizando um cartão de memória SD.
Figura 1 - Analisador de Tomada ―Energy Logger 4000‖
Todos os consumos ou potências de funcionamento dos equipamentos de escritório medidos
podem ser consultados no Anexo 1.
2.4.9 Climatização
Optou-se por apresentar um levantamento exclusivo dos equipamentos associados à
climatização, dada a quantidade de unidades terminais no edifício. Em primeiro lugar foi efetuada
uma listagem de todos os equipamentos associados à climatização. As características dos variados
equipamentos foram obtidas através dos manuais de instalação dos diversos sistemas instalados no
edifício, [6] e [7] e das placas de identificação presentes nos próprios equipamentos, aquando da
inspeção dos mesmos. De seguida procurou-se entender o funcionamento do sistema ao longo do
ano. Foram identificados os regimes em que as diferentes unidades estão em funcionamento, com
base em alguns inquéritos aos funcionários da central térmica no edifício e Núcleo de Manutenção e
nas informações disponíveis nas referências bibliográficas [1] e [2].
19
2.4.10 Gás Natural
O levantamento de todos os equipamentos que funcionam com gás natural foi obtido através
de um levantamento energético do edifício já existente [8].
2.4.11 Desagregação dos Consumos de Energia com Base no Levantamento Energético
Com base nas informações recolhidas durante o levantamento energético, foi determinada
uma estimativa inicial da desagregação do consumo diário do edifício, com base nas potências
instaladas e nos horários de funcionamento dos diversos equipamentos. Foi produzido um documento
com todos os resultados relativamente ao levantamento energético [9].
2.5 Medições nos Quadros Elétricos do Edifício
2.5.1 Elaboração do Diagrama de Distribuição da Rede Elétrica no Edifício
Como já foi referido anteriormente, não existia previamente nenhum diagrama de distribuição
da rede elétrica no edifício. Foram encontradas algumas plantas originais do edifício, no Núcleo de
Arquivo do IST, com informação relativa a esta área, mas só para o Bloco Poente do Edifício. Esta
informação encontrava-se desatualizada dado que a distribuição da rede elétrica sofreu diversas
alterações ao longo dos anos, incluindo mudanças ao nível da designação dos quadros. A entrada da
rede no edifício e o conceito geral de distribuição da mesma são conhecidos, mas a partir dos
quadros gerais de cada piso a informação sobre a distribuição da rede era praticamente inexistente. A
informação presente nos próprios quadros gerais é escassa e inclusivamente existem equipamentos
que ao longo dos anos foram sendo instalados e acoplados aos circuitos gerais e de emergência do
edifício, sem qualquer registo das operações efetuadas.
Foi então necessário produzir um diagrama da distribuição da rede elétrica no edifício [10],
com base nas informações recolhidas e na inspeção dos quadros. Muitas vezes foi necessário
desligar os diferentes circuitos dentro de um quadro para determinar a parcela do consumo
associada. Foram também elaboradas plantas com a localização dos quadros e respetiva
alimentação. Todos os documentos produzidos foram postos à disposição do Núcleo de Manutenção
do IST. De salientar que sem esta informação não seriam possíveis as medições na rede de
distribuição, pois não se saberia que parcelas estariam a ser medidas ficando a desagregação dos
consumos de todo comprometida. O esquema geral de distribuição dos principais circuitos elétricos
no edifício é apresentado na figura seguinte
20
Figura 2 - Esquema Geral de Distribuição da Rede Elétrica
2.5.2 Equipamentos Utilizados
Os equipamentos utilizados são propriedade do Instituto Superior Técnico. Inicialmente, em
finais de Maio de 2012, foi possível a utilização de dois analisadores de potência da marca
CIRCUTOR. O aparelho é acoplado ao quadro elétrico abraçando os 3 grampos existentes,
correspondentes a cada fase do circuito, aos 3 cabos de alimentação do quadro (se a alimentação for
trifásica). Existem ainda 4 jacarés que são fixos nos barramentos do quadro (três fases e neutro) que
servem de alimentação para o aparelho e medem a tensão nos terminais. O aparelho quantifica a
corrente e o fator de potência em cada fase em intervalos de tempo definidos pelo utilizador e calcula
diretamente a potência necessária e a energia consumida, gravando a informação num cartão de
memória SD inserido antes do início da medição.
Figura 3 – Circutor CIRe3 3 E-Flex 54 CM
21
Mais tarde, em Setembro de 2012, foram disponibilizados 3 aparelhos da marca Chauvin
Arnaux ML-900, recentemente adquiridos. Estes aparelhos quantificam apenas a corrente elétrica que
passa nos cabos dos quadros. Cada equipamento possui 4 grampos e memória interna onde grava
os dados recolhidos. A informação pode depois ser descarregada via Bluetooth.
Figura 4 - Analisador de Corrente Elétrica da Chauvin Arnaux ML-900
Nas medições efetuadas com este equipamento, foi necessário determinar o fator de potência
de cada fase nos quadros elétricos medidos, de forma a calcular posteriormente a energia
consumida. O fator de potência em cada fase foi medido através de uma pinça multimétrica da
mesma marca.
Figura 5 - Pinça Multimétrica Modelo F205 da Chauvin Arnaux
22
2.5.3 Medições nos Quadros Elétricos não Associados à Climatização
Foram efetuadas medições nos quadros elétricos não associados à climatização, onde o
consumo total e a desagregação nas diferentes parcelas se revelaram mais difíceis de prever. A
generalidade dos quadros de distribuição de piso foi alvo de medições, assim como os quadros
secundários associados ao laboratório de computadores LTI, ao bar e restaurante e aos laboratórios
do piso 02. Os quadros do circuito de emergência em todos os pisos alimentam sobretudo os
bastidores de servidores, e num ou outro caso uma pequena parcela da iluminação, tendo-se optado
por utilizar uma pinça multimétrica para medir os diferentes equipamentos alimentados por estes.
Todas as medições ocorreram num período mínimo de 24 horas e alguns dos quadros foram medidos
igualmente em dias de fim-de-semana.
A listagem de todas as medições efetuadas nos quadros elétricos pode ser consultada no
Anexo 2.
Figura 6 - Medições de Quadros e Circuitos não Associados à Climatização
2.5.4 Medições nos Quadros Elétricos e Equipamentos Associados à Climatização
Dada a sazonalidade dos consumos energéticos nas unidades produtoras de frio e calor, os
quadros gerais de climatização do edifício foram medidos em diferentes datas ao longo do ano. Os
quadros alimentados pelo circuito de emergência associados à climatização foram igualmente
medidos. Estes quadros alimentam equipamentos como ventiladores de extração e as unidades de
23
tratamento de ar novo (UTAN), com potências constantes e cujo consumo não possui variação
sazonal. A climatização do LTI possui um circuito próprio que foi medido individualmente em períodos
diferentes ao longo do ano.
Os equipamentos associados à climatização controlados pelos utilizadores, que são
alimentados pelos quadros de climatização dos pisos, possuem consumos ao longo do ano difíceis de
prever pois dependem da ocupação dos espaços e dos níveis de conforto dos utilizadores. Optou-se
então por quantificar o número de unidades terminais ligadas em alguns dos dias de Junho de 2012,
com o objetivo de observar um padrão de utilização das unidades terminais, através de uma simples
inspeção de todos os quadros de climatização de piso (os quadros possuem uma listagem das
unidades terminais associadas com uma indicação luminosa, por isso é fácil perceber que
equipamentos estão a funcionar). Posteriormente foi medido um dos quadros de climatização de piso
de forma a determinar o consumo unitário deste tipo de equipamentos.
Existem algumas unidades terminais instaladas recentemente que não são alimentadas pelos
circuitos de climatização do edifício. Alguns destes equipamentos foram alvo de medições de forma a
determinar um valor para o seu consumo médio. A sua utilização foi estimada com base nos
inquéritos aos utilizadores dos espaços associados.
Figura 7 - Medições de Quadros e Circuitos Associados à Climatização
24
2.6 Construção do Modelo de Consumo Energético
2.6.1 Análise das Medições
O tratamento de todos os dados obtidos durante as medições foi um processo longo, no qual
se revelou fundamental o conhecimento detalhado do edifício, adquirido durante o levantamento
energético.
Nas medições em que o aparelho da marca CIRCUTOR foi utilizado, a energia consumida foi
calculada a partir da potência observada no total das três fases do quadro ou equipamento medido
(ou em apenas uma fase caso a alimentação fosse monofásica), para cada registo efetuado pelo
aparelho. O cálculo consiste apenas na conversão da unidade de potência [W], na unidade de
energia normalmente utilizada na caracterização do consumo de energia [kWh], tendo em conta o
intervalo de tempo entre registos definido para a medição. Quando este equipamento foi utilizado, o
intervalo de tempo entre registos foi normalmente definido em 1 minuto.
Nas medições em que o aparelho da Chauvin Arnaux foi utilizado, foi necessário calcular a
potência no total das fases para cada registo. A relação entre corrente e potência utilizada é dada
por:
(1)
A corrente quantificada em cada fase, I em [A], foi multiplicada pela tensão simples U em [V]
e pelo fator de potência FP medidos na respetiva fase. O fator de potência, como indicado
anteriormente, foi medido em cada fase utilizando uma pinça multimétrica. O somatório deste cálculo
para todas as fases resulta na potência elétrica em cada registo. A energia foi depois calculada como
anteriormente referido.
2.6.2 Desagregação dos Consumos Energéticos em cada Medição
Com base nos diagramas de distribuição de rede elétrica no edifício produzidos, a fonte de
alimentação de toda a iluminação, tomadas e equipamentos nas instalações era conhecida antes do
início das medições. Os consumos totais determinados em cada medição foram comparados com os
consumos previstos no levantamento energético [9], para as parcelas associadas ao quadro medido.
Caso estes consumos não fossem semelhantes, os resultados da medição eram analisados de forma
a identificar horários de funcionamento e gamas de potência dos equipamentos que não estivessem
de acordo com o determinado no levantamento. Com este procedimento procurou-se determinar o
consumo de todas as parcelas associadas a todos os quadros elétricos medidos.
25
As medições dos espaços ou equipamentos cujo consumo foi difícil de prever durante o
levantamento energético, necessitaram de uma análise mais detalhada. Nestes casos, optou-se por
fixar os consumos de parcelas com potência de funcionamento aproximadamente constante e atribuir
o consumo restante a parcelas com utilização ou potência variável. Quando numa medição existia
mais do que uma parcela de consumo variável, a gama de potências ao longo da medição era
analisada e comparada aos dados existentes sobre os equipamentos em questão.
2.6.3 Extrapolação para o Modelo de Consumo Anual
A modelação dos consumos energéticos do edifício ao longo do ano teve como primeiro
passo a definição dos consumos diários de referência para todas as parcelas de consumo do edifício
[11], com base na desagregação e na data de realização de cada medição. Algumas das parcelas do
consumo de energia do edifício são variáveis ao longo do ano, o que significa que as medições em
quadros que incluam estas parcelas serão apenas representativas do regime em que foram
efetuadas. Nestes casos foi realizada mais do que uma medição para a mesma parcela.
. Genericamente para todos os pisos com um perfil de ocupação aproximadamente constante
ao longo do ano, nomeadamente os pisos de gabinetes, foram determinados os consumos diários de
todas as parcelas nos regimes de Inverno, Verão, Entre Estações e Férias Edifício Fechado, visto que
a variância nos consumos depende das estações climáticas. Nestes espaços, ao longo do ano,
variam os consumos associados à climatização e iluminação. Em cada um dos regimes indicados
foram determinados consumos típicos em dias de semana e em dias de fim-de-semana.
Nos pisos onde existem salas de aulas, laboratórios e salas de estudo a variação do consumo
de energia ao longo do ano depende do calendário escolar. Para estes espaços foram definidos os
regimes Aulas, Exames, Férias Edifício Aberto e Férias Edifício Fechado. Dentro de cada um destes
regimes foram determinados os consumos diários típicos em dias de semana, sábados e domingos. A
iluminação dos corredores nestes pisos está ligada ao sábado e existem igualmente marcações para
algumas das salas nestes dias, o que significa que o consumo de energia é diferente entre os dois
dias de fim-de-semana.
O consumo anual de todas as parcelas foi obtido multiplicando o consumo diário de referência
pelo número de dias do respetivo regime. Foram consideradas as datas do calendário escolar de
2011/2012.
26
Figura 8 - Modelo de Consumo Anual de Cada Parcela
A modelação do consumo energético do
sistema de climatização foi
realizada
separadamente. Definiram-se os consumos diários de referência com base nas medições e no
conhecimento do funcionamento do sistema, nos regimes Inverno, Verão, Entre Estações e Férias
Edifício Fechado. A análise das medições efetuadas em todo o edifício revelou desde cedo que a
fatia respeitante à climatização seria a maior parcela do consumo de energia. Optou-se então por
comparar os consumos diários de referência obtidos, com dados provenientes de contadores
recentemente instalados no posto de transformação de energia do edifício. Estes aparelhos foram
instalados no final de Julho de 2012, no âmbito do Projeto Campus Sustentável e monitorizam o
consumo de energia em tempo real, sendo possível aceder aos dados, mediante prévia autorização,
no site energist.ist.utl.pt [12]. Através desta ferramenta foram quantificados todos os consumos
padrão da parcela climatização, observados desde o final de Julho de 2012 até ao final de Março de
2013. Para completar o modelo anual, foram quantificados os consumos relativos à climatização nos
meses de Abril, Maio e Junho de 2012, através das leituras dos contadores do pessoal do Núcleo de
Manutenção do IST. Toda esta informação foi comparada com os consumos diários de referência
para os regimes inicialmente considerados, e o consumo total anual de todas as parcelas da
climatização foi ajustado.
O consumo de Gás Natural no edifício foi quantificado separadamente, com base nas leituras
dos respetivos contadores.
27
2.7 Avaliação do Potencial de Economia
Procuraram-se soluções para reduzir o consumo de energia das maiores parcelas
observadas. O estudo focou-se na eliminação de consumos no regime noturno e na redução da
parcela iluminação comum. Foram igualmente propostas algumas alterações ao sistema de
climatização e sintetizados estudos já existentes sobre a envolvente do edifício.
Nos estudos realizados procurou-se fundamentalmente avaliar a poupança e investimento
necessários para as medidas apresentadas. Foram contactados por email alguns fornecedores, mas
a maior parte dos valores apresentados foram determinados através de pesquisa em catálogos
disponíveis
.
28
3. Descrição do Edifício
3.1 Dados Gerais
O Pavilhão de Civil está localizado no Campus da Alameda do Instituto Superior Técnico, na
Avenida Rovisco Pais, em Lisboa. O fim da sua construção data de 1993. É um estabelecimento de
ensino e investigação com horário das 7 às 21h durante a semana e das 7 às 17h ao sábado. As
salas de estudo existentes no piso térreo fachada nascente estão abertas 24 horas por dia todo o
ano.
Figura 9 - Fachada Sul do Pavilhão de Civil do IST
Figura 10 - Fachada Nascente do Pavilhão de Civil do IST
29
3.2 Envolvente
Os dados construtivos do edifício foram retirados de [1] e são apresentados nas tabelas
seguintes.
2
Tipo de Envolvente
Descrição
Pisos
U (W/m .ºC)
Parede Exterior
Betão armado c/ 0,1 m
0,3
2,3
Parede Exterior
Betão armado pré-fabricado c/ 0,08 m + Caixa-de-ar
+ Tijolo furado de 7
1,2,01
1,8
Parede Exterior
Alvenaria de Tijolo furado de 20 (altura 0,5 m para
assentamento da caixilharia metálica na fachada)
0
1,9
Parede Exterior
Betão armado c/ 0,3 + Caixa-de-ar + Tijolo furado de
15
1
1,2
Parede Interior
Alvenaria de Tijolo furado de 15
3,2,1,0,01,02
1,8
Cobertura
Horizontal de laje de betão armado c/ 0,1 m e de
betão de argila expandida c/0,1 m
3,01
1,1
Tabela 2 - Dados da Envolvente do Edifício, Paredes e Cobertura
2
Tipo de Envolvente
Descrição
Pisos
U (W/m .ºC) Fator Sombreamento
Vãos Envidraçados
Vidro simples incolor de 6 mm, caixilharia metálica s/ corte
térmico, estore metálico exterior
1,2,3
5,4
0,35
Vãos Envidraçados
Vidro simples incolor de 6 mm, caixilharia metálica s/ corte
térmico, estore metálico interior
0
5,4
0.57
Vãos Envidraçados
Vidro simples incolor de 6 mm, caixilharia metálica s/ corte
térmico, estore metálico interior
0,1,2,3
3,99
NA
Tabela 3 - Dados da Envolvente do Edifício, Vãos Envidraçados
30
3.3 Divisão dos Espaços
O edifício possui 7 pisos, 3 inferiores (pisos 03, 02, 01) e 4 elevados (pisos 0, 1, 2, 3). Os
pisos elevados estão divididos em dois blocos, nascente e poente, separados por um átrio interior
que se estende em altura do piso 0 ao piso 2. O acesso aos pisos superiores (1, 2 e 3) é feito através
de 3 torres, sul, norte e central de onde partem os passadiços que permitem o acesso aos dois
blocos. As torres correspondem a 3 núcleos centrais do edifício que se estendem desde a garagem
até ao último piso. No piso 0 existe um terraço exterior ao qual não é permitido o acesso. No mesmo
piso existe uma esplanada para os utentes do bar, incluindo um pequeno anfiteatro exterior que é
pouco utilizado.
Figura 11 - Átrio Interior do Pavilhão com Vista da Torre Central
O piso 03 é ocupado maioritariamente pela garagem do edifício, existindo ainda algumas
arrecadações e instalações técnicas tais como a central térmica onde se encontram os quadros
gerais de climatização, as bombas de circulação do sistema, os depósitos de água e os permutadores
de calor. O posto de transformação e seccionamento da energia elétrica, a partir do qual todos os
quadros do edifício são alimentados, encontra-se igualmente neste piso.
No piso 02 encontram-se os grandes laboratórios do edifício e as instalações técnicas onde
se encontram a maioria das Unidades de Tratamento de Ar (UTA). Na zona sul do piso existe um
espaço destinado a gabinetes, associado ao Centro de Congressos e à editora universitária IST
PRESS. Existem ainda nesta zona algumas salas de reunião incluídas nos espaços do Centro de
31
Congressos. O acesso ao centro de congressos pode ser feito por uma porta existente no lado
poente perto da zona de gabinetes, mas esta é utilizada apenas quando ocorrem eventos.
No piso 01 existem 6 anfiteatros utilizados como salas de aulas. A zona norte é ocupada por
pequenos laboratórios e na zona sul existe a biblioteca do edifício. Nesta zona situa-se a entrada
principal do Centro de Congressos, por onde é feito o acesso ao grande auditório que se estende
entre os pisos 01 e 02. Existem ainda neste espaço uma sala de reuniões e uma sala de
videoconferências.
No piso 0 encontra-se a entrada principal do edifício, no bloco nascente. Nesta zona
encontram-se as salas de estudo 24h, a portaria e os espaços associados ao bar. O horário do bar é
das 7 às 20h30 durante a semana e das 7 às 17h ao sábado. No bloco poente existem 4 salas de
aulas, o museu e o restaurante do edifício. As instalações sanitárias em todos os pisos encontram-se
nas torres do edifício.
O piso 1 é ocupado por salas de aulas em ambos os blocos. Existem ainda dois gabinetes,
um em cada bloco. O canto nordeste do edifício é ocupado pelo laboratório de computadores, LTI.
Nos pisos 2 e 3 existem gabinetes, secretariados, salas de bolseiros e alguns laboratórios
com pouca utilização.
Nos pisos 0 a 3 existem, por piso, duas instalações técnicas, uma em cada bloco, onde se
encontram as Unidades de Tratamento de Ar Novo (UTAN) dos respetivos espaços.
32
3.4 Áreas Construídas
As áreas de pavimento de todos os espaços individuais foram determinadas durante o
levantamento de espaços. Os resultados totais são apresentados na tabela seguinte.
2
Áreas de Pavimento Construídas (m )
Torres e
Cobertura
Piso 3
Piso 2
Piso 1
Piso 0
Piso 01
Piso 02
Piso 03
Totais por
Espaço
Salas de Aulas
0,00
0,00
0,00
2102,03
463,92
731,43
0,00
0,00
3297,38
Salas de Estudo
0,00
0,00
0,00
0,00
672,39
0,00
0,00
0,00
672,39
Laboratórios
0,00
58,43
106,38
413,44
0,00
545,61
2429,08
311,54
3864,48
Gabinetes/Secret./
Bolseiros
0,00
2366,31
2247,48
36,34
0,00
0,00
247,07
0,00
4897,20
Espaços Comuns
0,00
1024,19
968,85
831,92
932,25
804,30
415,49
105,68
5082,68
Serviços
273,37
127,17
127,40
152,60
464,47
668,69
714,54
3269,71
5797,95
Concessões
0,00
0,00
0,00
0,00
848,51
0,00
0,00
47,90
896,41
Espaços Centro de
Congressos
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
381,15
615,72
0,00
996,87
Espaços Exteriores
2546,20
0,00
0,00
0,00
1370,28
0,00
0,00
0,00
3916,48
Totais por Piso
2819,57
3576,10
3450,11
3536,33
4751,82
3131,18
4421,90
3734,83
29421,84
2
Área Pavimento Interior (m )
25505,36
Tabela 4 - Áreas de Pavimento Construídas
Foram designados por Espaços Comuns todos os corredores, patamares, passadiços e átrios
interiores presentes no edifício. Todos os arrumos, arrecadações, instalações técnicas e instalações
sanitárias foram incluídos na parcela Serviços, assim como a Portaria, Museu, Biblioteca e Garagem.
Os espaços do bar e do restaurante (incluindo o armazém no piso 03) constituem a parcela
Concessões.
3.5 Sistemas Energéticos
3.5.1 Iluminação
A iluminação na generalidade dos espaços comuns, salas de aulas, laboratórios, gabinetes e
serviços é feita através de lâmpadas fluorescentes tubulares TL-D T8 de 58W com balastro
ferromagnético. Nas salas de aulas e salas de estudo dos pisos 0 e 1, as armaduras são suspensas
33
do teto (0,3 m) e instaladas em fiada contínua. Nos gabinetes dos pisos 2 e 3 as armaduras são
encastradas no teto falso. Na generalidade dos corredores (com exceção do piso 3) a iluminação é
instalada em sanca com armaduras encastradas no teto falso [1].
Nos corredores do piso 3 a iluminação é feita através de lâmpadas fluorescentes compactas
PL-Q Pro de 16W com balastro ferromagnético. Nestes espaços foi privilegiada a iluminação natural,
através da instalação de claraboias em vidro acrílico na cobertura dos espaços [1].
Existem lâmpadas fluorescentes compactas PL-C 2P de 10W em todos os corredores exceto
no piso 3, mas raramente são utilizadas.
No espaço do museu a iluminação é constituída por projetores com lâmpadas de halogéneo
de 50W e calhas trifásicas suspensas do teto, com projetores do tipo uplights equipados com
lâmpadas fluorescentes compactas de 18W [1].
No conjunto dos anfiteatros existem lâmpadas fluorescentes tubulares TL-D T8 de 58W,
instaladas em sanca, fluorescentes compactas PL-Q Pro de 16W instaladas em armaduras
encastradas no teto falso, lâmpadas de halogéneo de 50W e fluorescentes compactas PL-C 2P de
10W instaladas em projetores do tipo washlights [1].
Nos espaços do centro de congressos existem lâmpadas de halogéneo de 35 ou 50W no hall
de entrada e no Grande Auditório. Nas salas de reunião a iluminação é feita através de lâmpadas
fluorescentes tubulares TL-D T8 de 36 ou 58W.
No Laboratório de Estruturas e Resistência de Materiais - LERM, no piso 02, existem
lâmpadas de iodetos metálicos, com potência de 250W suspensas do teto.
3.5.2 Sistema de Climatização
A central de produção de frio e calor é constituída por dois chillers reversíveis, com
condensador arrefecido a ar, que se encontram no último piso das torres norte e central do edifício.
No último piso da torre sul existe também uma torre de arrefecimento evaporativo, do tipo aberta com
ventilador axial. A água quente e água fria produzidas são armazenadas em tanques na central
térmica do piso 03 e depois distribuídas através do sistema de tubagens do edifício até às unidades
terminais e Unidades de Tratamento de Ar ou Ar Novo (UTA e UTAN). As unidades terminais são do
tipo bomba de calor reversível de expansão direta ou termoventiladores com baterias de
aquecimento. As UTAs são unidades de expansão direta e as UTANs são unidades com baterias de
aquecimento e arrefecimento.
34
3.5.2.1 Regime de Aquecimento
A produção de calor é assegurada por um dos chillers. Estas unidades funcionam
alternadamente. Durante a auditoria, observou-se uma diferença máxima entre as temperaturas de
entrada e saída da água de aproximadamente 5 graus Celsius. A água aquecida é depois
armazenada em 4 depósitos de água quente de 7500 litros.
A utilização direta do calor armazenado é feita por transmissão de calor por convecção
forçada nas baterias de aquecimento dos termoventiladores instalados nas salas de aulas, unidades
de tratamento de ar (UTA) e unidades de tratamento de ar novo (UTAN). Existe instalado um
pavimento radiante no hall de entrada do edifício mas já não se encontra em funcionamento. [1]
O calor armazenado é igualmente utilizado para aquecer a água de um segundo circuito de
água, denominado circuito de condensação, através de dois permutadores de placas (P3 e P4). Este
circuito fornece calor às unidades terminais do tipo bomba de calor reversível, existentes na sua
grande maioria nos pisos 2 e 3 do edifício. Existem dois tanques de armazenamento para a água de
condensação, um com 100 000 litros de capacidade que alimenta o circuito de condensação do bloco
nascente e outro com 15 000 litros que fornece o circuito no bloco poente.
Figura 12 - Sistema de Distribuição do AVAC em Regime de Aquecimento
35
Figura 13 - Permutador de Placas Nº4 do Circuito de Água Quente
3.5.2.2 Regime de Arrefecimento
As necessidades de arrefecimento do edifício são asseguradas pelo funcionamento de um
dos chillers em conjunto com a torre de arrefecimento. Neste regime os chillers também funcionam
alternadamente.
A água refrigerada produzida pelo chiller é armazenada num depósito de água fria com 3500
litros de capacidade. O aproveitamento do frio armazenado é efetuado por transmissão de calor por
convecção forçada nas baterias de arrefecimento das unidades de tratamento de ar novo (UTAN) e
da unidade de tratamento de ar associada ao grande auditório do centro de congressos (UTA9) [1].
A Torre de Arrefecimento é utilizada para dissipar o calor nos depósitos do circuito de
condensação, através da troca de calor efetuada em dois permutadores tubulares (P1 e P2). O
circuito de condensação é utilizado para remover calor de todas as unidades terminais de expansão
direta neste regime e das unidades de tratamento de ar (UTAs 1 a 13 exceto UTA9) [1].
36
Figura 14 - Sistema de Distribuição do AVAC em Regime de Arrefecimento
3.5.2.3 Climatização dos Espaços
A climatização local dos espaços é efetuada através das bombas de calor ou
termoventiladores. Estas unidades estão instaladas nos tetos falsos e promovem a climatização
através da recirculação do ar local, que é misturado com ar novo fornecido pelas UTAN passando
pelo aquecedor antes de ser novamente insuflado através de difusores [1].
Nos pisos 0, 1 e 2 existe o pré-tratamento do ar novo insuflado através de 6 unidades de
tratamento de ar novo (UTAN), que possuem baterias de aquecimento e arrefecimento. O ar novo é
diretamente insuflado nos espaços. A extração nestes espaços é efetuada por grelhas nas portas
para os corredores e para o hall localizado entre o bloco poente e nascente. Existe extração
mecânica nos corredores destes pisos e nas instalações sanitárias em todo o edifício, através de um
sistema de condutas ligado a ventiladores centrífugos na cobertura do edifício [1].
No bar e no restaurante o ar novo é insuflado através de ventiladores com caixa de filtros e
existem ventiladores associados às hottes de extração nas respetivas cozinhas [1].
No piso 3 o ar novo insuflado não é tratado, sendo antes recolhido diretamente do exterior
para os tetos falsos, através de grelhas existentes na fachada do edifício. O ar insuflado nos espaços
é uma mistura de ar novo e ar de recirculação, promovida pelas bombas de calor existentes nestes
espaços [1].
37
A climatização dos anfiteatros existentes no piso 01, da biblioteca e da sala de
videoconferências no mesmo piso e das salas de reuniões associadas ao centro de congressos no
piso 02, é promovida por sistemas de volume de ar constante (VAC), com unidades de tratamento de
ar verticais com condensação por água e baterias de aquecimento (UTAs 1 a 13 exceto UTA9) [1].
A climatização do grande auditório e espaços adjacentes no centro de congressos, é efetuada
através de um sistema de volume de ar constante (VAC) com uma unidade de tratamento de ar com
baterias de aquecimento e arrefecimento. Uma mistura de ar novo e ar de recirculação é insuflado
diretamente no espaço através de difusores [1].
Existem ainda dois sistemas de volume de refrigerante variável (VRV), instalados no
laboratório de computadores LTI no piso 1 e na sala de estudo CGD (0.22) no espaço 24 h do piso 0,
assim como unidades de expansão direta do tipo bomba de calor com sistema split (unidade
evaporadora no interior do espaço a climatizar e unidade condensadora fora do espaço), instaladas
recentemente no museu e em alguns gabinetes interiores no piso 2 [1].
3.5.2.4 Eletrobombas e Circuladores
A distribuição de água refrigerada, água quente ou água do circuito de condensação é
efetuada através de eletrobombas gémeas do tipo centrífugo, com motores sincronizados trifásicos a
velocidade de rotação constante de 1500 r.p.m., ou circuladores do tipo centrífugo in-line com
velocidade de rotação constante [1].
Figura 15 - Eletrobombas na Central Térmica do Piso 03
38
3.6 Rede Elétrica
A rede elétrica do edifício inicia-se no posto de transformação e seccionamento de energia
elétrica (PT), localizado no bloco poente do piso 03, onde está localizada a alimentação de energia
elétrica do edifício. A corrente é seccionada e passa por 3 transformadores designados por TR1, TR2
e TR3, dando origem aos 3 circuitos principais do edifício.
Figura 16 - Distribuição da Rede Elétrica no Pavilháo de Civil do IST
A primeira subdivisão destes circuitos acontece ainda no PT, no quadro geral de baixa tensão
do edifício (QGBT), onde é possível o corte geral de todos os circuitos. A alimentação de alguns
equipamentos de laboratório consumidores intensivos de energia ou da climatização do LTI, para dar
alguns exemplos, é feita diretamente a partir do QGBT. Os três circuitos estão ligados a uma bateria
de condensadores para compensação do fator de potência, diminuindo o consumo de energia reativa
para evitar penalizações na faturação.
Genericamente, o circuito elétrico proveniente do TR1 alimenta todos os quadros gerais de
distribuição (Q.D.), localizados nas torres norte e sul e ainda o circuito de emergência do edifício. Os
quadros gerais de distribuição em cada piso alimentam os quadros secundários no bloco nascente do
edifício. O circuito de emergência alimenta todos os quadros de emergência (Q.EM.) do edifício, que
fornecem energia a alguns equipamentos comuns, como é o caso dos bastidores de servidores. O
39
circuito de emergência alimenta ainda dois quadros de emergência associados à climatização
(QEMAC1 e QEMAC2), localizados na central térmica do edifício no piso 03.
O circuito elétrico com origem no TR2 alimenta todos os quadros gerais de distribuição
localizados na torre central do edifício. Os quadros gerais de distribuição nos pisos alimentam todos
os quadros secundários no bloco poente do edifício.
O circuito elétrico com início no TR3 está associado ao sistema de climatização, abastecendo
os dois quadros gerais de climatização (QGAC1 e QGAC2) localizados na central térmica do edifício
e todo o sistema AVAC associado ao LTI. O quadro designado por QGAC1 (de 1ª Fase ou Bloco
Nascente), alimenta todos os quadros de climatização de piso (QP) localizados nas torres norte e sul,
que fornecem energia aos equipamentos localizados no bloco nascente do edifício. O QGAC2
(2ªFase ou Bloco Poente) alimenta todos os quadros de climatização de piso, localizados nas torres
norte e sul que alimentam todos os equipamentos associados ao AVAC no bloco poente. Não existem
quadros de climatização de piso em nenhuma das torres centrais do edifício.
3.7 Rede de Distribuição de Água
A água potável entra no edifício através do bloco poente, com ligação direta ao ramal de
fornecimento da EPAL, sendo dividida no piso 03 entre a rede de uso doméstico e um reservatório de
120 m3 onde se inicia a rede de incêndio [1].
A rede de uso doméstico abastece todas as instalações sanitárias, bar e restaurante e um
sistema de circulação existente no Laboratório de Hidráulica. Este sistema é constituído por 3
depósitos e por um circuito de alimentação e retorno, existindo uma estação de bombagem equipada
com dois grupos de hidropressoras, onde estão instalados motores elétricos com potência nominal de
750W [1].
A produção de águas quentes sanitárias (AQS) é exclusiva do bar e restaurante, utilizando
esquentadores alimentados pela rede de gás natural.
A rede de incêndio do edifício é constituída por bocas-de-incêndio no exterior, carretéis em
todos os pisos e por um sistema automático de extinção de incêndio na garagem do edifício, com a
pressurização da rede a ser efetuada por duas eletrobombas [1].
40
3.8 Central de Ar Comprimido
No edifício foi instalada uma central de ar comprimido que abastece uma rede de ar
comprimido para os laboratórios do piso 02. A central está equipada com um compressor do tipo
parafuso de arrefecimento a água, um secador de ar e controlo automático de arranque e paragem. O
arrefecimento do compressor é efetuado por um circuito de água, através de circulação forçada a
3
partir de um depósito de acumulação de água da rede com 100 m . A distribuição de ar comprimido é
efetuada por tubagem em aço galvanizado com acessórios roscados e com pontos de purga na
tubagem principal [1].
3.9 Meios de Movimentação de Cargas
No Laboratório de Estruturas LERM no piso 02, está instalada uma ponte rolante equipada
com dois guinchos com capacidades nominais de 20000 Kg e 5000 Kg, com uma altura de elevação
máxima de 6 m. O comando de todos os movimentos é efetuado por motores elétricos trifásicos [1].
No Laboratório de Construção também no piso 02, está instalado um sistema de carris aéreos
com um guincho cuja capacidade é de 1500 Kg, acionado por um motor elétrico trifásico [1].
3.10 Equipamentos de Laboratório de Grande Porte
No LERM existe um túnel de vento para ensaio de modelos de edificações, assim como um
forno elétrico com potência nominal de 56 kW. De acordo com os registos de leituras efetuados pelos
colaboradores do Núcleo de Manutenção do IST, nenhum dos equipamentos foi utilizado em 2012.
3.11 Elevadores
No edifício estão instalados 6 elevadores, dois em cada torre de acesso, acessíveis a partir
de todos os pisos (com exceção dos elevadores da torre sul que não são acessíveis a partir do piso
03). Os elevadores são de guias, com rodas de tração e de freio montadas no mesmo veio acionado
por um motor elétrico trifásico.
41
4. Resultados da Auditoria Energética
4.1 Consumo Anual de todas as Formas de Energia no Pavilhão de Civil do IST
O consumo anual de todas as parcelas foi determinado com base nos consumos diários de
referência obtidos através das medições, como foi referido no ponto 2.6.3. Todos os consumos
diários de referência determinados estão disponíveis no Anexo 3.
Espaços
Total por
Equip.
(kWh/ano)
Labs.
Gabinetes
/ Secret./
Bolseiros
Espaços
Comuns
e
Serviços
Bar e
Rest.
Espaços
Centro de
Congressos
-
-
-
287 475
-
-
287 475
-
-
-
-
26 494
-
-
26 494
Iluminação Local
69 890
65 767
69 221
74 733
35 510
-
23 022
338 143
Equipamentos
Salas de
Aulas
Salas
de
Estudo
Iluminação Comum
-
Equipamentos Comuns *
Computadores
1 600
27 051
60 487
126 198
2 159
-
199
217 693
Outros Equipamentos
Escritório
7 763
1 896
17 535
47 548
6 138
-
4 573
85 454
Aquecedores Portáteis
-
-
2 943
40 934
1 070
-
-
44 948
Equipamentos de Laboratório
-
-
51 223
-
-
-
-
51 223
Central Ar Comprimido
-
-
-
-
39 663
-
-
39 663
Elevadores
-
-
-
-
34 065
-
-
34 065
Equipamentos de Cafetaria +
Iluminação Bar e Restaurante
-
-
-
-
-
137 500
-
137 500
Gás Natural
-
-
-
-
-
64 054
-
64 054
Total por Espaço
79 253
94 714
201 409
289 413
432 576
201 554
27 794
1 326 712
* Bastidores de Servidores, Portas de Acesso, Secadores de Mãos nas I.S., Máquinas de Vending
Tabela 5 - Consumo Anual de Todas as Formas de Energia Não Associados à Climatização
Quadros/Circuitos Elétricos
Equipamentos
Outros
Quadros
Total por
Equip.
(kWh/ano)
QGAC1
QGAC2
QEMAC1
QEMAC2
LTI
Climat.
Chillers e Torre de Arrefecimento
41 539
104 553
-
-
-
-
146 092
Unidades de Tratamento de Ar (UTA)
13 567
25 223
-
7 764
-
-
46 554
Unidades de Tratamento de Ar Novo
(UTAN)
-
-
7 798
14 211
-
-
22 009
Unidades Terminais
25 952
18 991
-
-
-
3 291
48 235
Eletrobombas e Circuladores
112 425
92 685
3 300
2 158
-
-
210 568
Ventiladores de Extração e Insuflação
10 060
15 766
39 799
30 622
-
-
96 246
Todo o Sistema Climatização LTI
-
-
-
-
101 602
-
101 602
Total
671 306
Tabela 6 - Consumo Anual de Todas as Formas de Energia Associados à Climatização
42
4.2 Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade no Edifício
Considerando os resultados obtidos, o consumo energético anual do edifício foi desagregado
com base no tipo de equipamentos utilizados e na tipologia dos espaços. As concessões bar e
restaurante podem ser consideradas frações autónomas do edifício, pois possuem contadores
próprios e estão encarregues dos encargos com a energia nos respetivos espaços, logo não foram
desagregados os seus consumos.
Iluminação Comum
Equipamentos Comuns
Iluminação Local
1,37%
14,86%
34,71%
17,48%
Computadores
Outros Equip. Escritório
Equipamentos de Laboratório
11,26%
2,32%
1,76%
Iluminação e Equipamentos
Bar e Restaurante
Central Ar Comprimido
Elevadores
2,65% 4,42%
Aquecedores Portáteis
2,05%
7,11%
Climatização
Gráfico 4 - Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade por Tipo de Equipamento
Salas de Aulas
4,10%
4,90%
Salas de Estudo
10,41%
Laboratórios
34,71%
14,96%
22,37%
Gabinetes/Secretariados/
Bolseiros
Espaços Comuns e Serviços*
Bar e Restaurante
1,44%
7,11%
Espaços Centro de
Congressos
Climatização
Gráfico 5 - Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade por Tipo de Espaço
43
Os registos das leituras nos contadores do edifício foram analisados de forma a determinar o
desvio do modelo construído relativamente aos consumos de energia do ano de 2012. Nestes
registos o consumo de energia no Pavilhão de Civil aparece desagregado entre os três circuitos
elétricos principais do edifício, denominados TR1, TR2 e TR3. O circuito TR3 engloba a maior parte
da climatização e o circuito do Túnel de Vento no LERM, como este não foi utilizado no ano de 2012
todos os consumos observados nas contagens relativas ao circuito TR3 são associados à
climatização. Os quadros de climatização alimentados pelo circuito de emergência estão incluídos na
parcela do TR1. O consumo nestes quadros é aproximadamente constante ao longo do ano, engloba
ventiladores e UTANs com potências de funcionamento constantes, logo é possível subtrair o total
anual destes quadros ao consumo anual no TR1 e atribuí-lo à parcela da climatização. Existem ainda
unidades terminais do sistema AVAC recentemente instaladas em alguns pisos, nomeadamente
bombas de calor do tipo split no piso 2, que também estão associadas a quadros gerais de piso
provenientes do TR1 e TR2. O consumo anual destas unidades foi estimado com base em medições
e subtraído aos valores anuais do TR1 e TR2 nos registos das leituras.
Parcelas
Proveniência
dos Resultados
Consumo Anual
(kWh/ano)
TR1
Contagens
1 073 196
TR2
Contagens
458 520
TR3
Contagens
498 795
Concessões
Contagens
120 700
Quadros Emergência Climatização
Medições
105 652
Unidades Terminais Climatização no TR1 e TR2
Medições
3 291
Tabela 7 - Consumos Anuais de Eletricidade Indicados pelas Leituras dos Contadores em 2012
kWh/ano
Consumo Anual TR1 + TR2 Excepto Parcelas Associadas à Climatização - Contagens
1 422 773
Consumo Anual de Todos os Equipamentos Não Associados à Climatização - Modelo
1 262 658
Consumo Anual TR3 + Parcelas TR1 e TR2 Associadas à Climatização - Contagens
607 738
Consumo Anual de Todos os Equipamentos de Climatização - Modelo
671 306
Consumo Anual Concessões - Contagens
120 700
Consumo Anual Concessões - Modelo
137 500
Tabela 8 – Parcelas Anuais do Consumo Elétrico Associadas à Climatização, Concessões e Restantes,
Contagens e Modelo
As diferenças entre os valores das leituras e os resultados do modelo são de 11,2% para
todos os equipamentos não associados à climatização, 9,5% para todos os equipamentos associados
à climatização e 12,2% para a parcela das concessões.
44
A diferença encontrada para todos os equipamentos não associados à climatização
considera-se aceitável. Existe alguma variabilidade associada à ocupação dos gabinetes nos pisos
superiores o que pode resultar em consumos de energia diferentes dos previstos, os equipamentos
instalados nos laboratórios são utilizados em períodos aleatórios e mesmo a parcela da iluminação
comum pode contribuir para este desvio, se os horários de funcionamento pré-estabelecidos não
forem cumpridos com exatidão.
A diferença relativa à parcela da climatização carece de alguma análise. O modelo foi
ajustado com base nos consumos totais do TR3, determinados através do contador em tempo real
instalado no circuito. Todos os consumos diários padrão observados foram quantificados com base
nesta ferramenta e o modelo de consumo foi ajustado com base nestes resultados. O contador está
instalado desde Julho de 2012 e os consumos do TR3 foram analisados entre esta data e o fim de
Março de 2013. Resolveu-se então comparar os consumos relativos à climatização no primeiro
trimestre de 2012, com base nos registos das leituras do TR3, com os consumos determinados pelo
modelo para o primeiro trimestre do ano, que tiveram como base as medições e análise dos
consumos registados no energist no primeiro trimestre de 2013. Os resultados são apresentados na
tabela seguinte.
kWh
Consumo TR3 + Parcelas TR1 e TR2 Associadas à Climatização no 1º Trimestre de 2012 - Contagens 123 230
Consumo de Todos os Equipamentos de Climatização no 1º Trimestre de 2013 - Modelo
180 112
Diferença Registada no Consumo Anual
63 567
Diferença Registada no Primeiro Trimestre
56 882
Tabela 9 – Consumo Elétrico Associado à Climatização Primeiro Trimestre Contagens e Modelo
Conclui-se que o consumo associado à climatização foi superior no primeiro trimestre de
2013, quando comparado com o mesmo período de 2012, explicando a maior parte da diferença
encontrada entre os valores das contagens e os resultados do modelo.
Relativamente ao consumo da parcela Concessões, admite-se que existam alguns desvios
relativamente ao consumo diário definido, nomeadamente na utilização de eletrodomésticos nas
cozinhas dos espaços, com base na variabilidade do número de clientes.
Quantificadas e analisadas as diferenças entre o modelo de consumo energético apresentado
e os valores das leituras dos contadores correspondentes ao ano de 2012, considera-se válida a
desagregação do consumo de eletricidade determinada pelo modelo.
45
4.3 Desagregação do Consumo Anual de Gás Natural no Edifício
O consumo de gás natural é exclusivo ao bar e restaurante do edifício, tendo sido
quantificado com base nas leituras dos contadores de gás, existentes para efeitos de controlo nas
concessões. As leituras são efetuadas em m3, é necessário converter os resultados para kWh. Os
3
3
valores em m são multiplicados pela massa volúmica do gás natural (0.8404 kg/m N) e pelo PCI
(45.1 MJ/kg) para obter os consumos em MJ. A conversão para kWh é feita dividindo este valor por
3.6 (1J = 1W.s). Os dados relativos ao gás natural foram obtidos através do Despacho nº 17313/2008
[13]. Os resultados das contagens de 2012 estão na tabela seguinte.
Consumo Gás Natural 2012
3
m
kWh
Bar
62
653
Restaurante
6 022
63 402
Total
6 084
64 054
Fracção Consumo Global
3%
Tabela 10 - Consumo Gás Natural no Bar e Restaurante em 2012
4.3 Custos e Emissões de CO2 associados ao Consumo de Energia no Edifício
Os custos anuais associados ao consumo de energia e as emissões equivalentes de CO2
estão indicados na tabela seguinte. Foi determinado um valor médio para o custo do kWh de
eletricidade de 0,1077€/kWh com base no tarifário do edifício. O consumo de energia em tep foi
calculado através das conversões definidas no Decreto-Lei nº 80/2006 (RCCTE) [14]. As emissões
foram determinadas com a metodologia indicada em [13].
kWh/ano
tep/ano
€/ano
Emissões CO2 (tonCO2e)
Iluminação Comum
287 845
83
31 001
135
Equipamentos Comuns
26 494
8
2 853
12
Iluminação Local
338 143
98
36 418
159
Computadores
217 693
63
23 446
102
Outros Equipamentos Escritório
85 454
25
9 203
40
Equipamentos de Laboratório
51 223
15
5 517
24
Concessões
137 500
40
14 809
65
Concessões Gás Natural
64 054
6
4 297
15
Central Ar Comprimido
39 663
12
4 272
19
Elevadores
34 065
10
3 669
16
Aquecedores Portáteis
44 948
13
4 841
21
Climatização
671 306
195
72 300
316
Total
1 998 388
566
212 625
924
Tabela 11 - Custos Associados ao Consumo Global de Energia do Pavilhão de Civil
46
4.4 Desagregação do Consumo Anual de Eletricidade nos Regimes Considerados
4.4.1 Consumos Elétricos Não Associados à Climatização ou Concessões
A desagregação do consumo elétrico anual do edifício, não associado à climatização ou
concessões, em todos os regimes considerados, é ilustrado no gráfico seguinte.
2,17%
17,55%
27,72%
Aulas
52,56%
Exames
Férias Edifício Aberto
Férias Edifício Fechado
Gráfico 6 - Desagregação do Consumo Elétrico Anual, Não Associado a Climatização ou Concessões, nos
Regimes Considerados
4.4.2 Consumos Elétricos Associados à Climatização
O consumo anual de eletricidade associado ao sistema de climatização, foi desagregado de
acordo com os regimes considerados para esta parcela. O resultado é ilustrado no gráfico seguinte.
22,17%
41,69%
Arrefecimento
36,14%
Aquecimento
Entre Estações
Gráfico 7 – Desagregação do Consumo Anual Associado à Climatização nos Regimes Considerados
47
kWh
Regime Arrefecimento: 1 Maio a 25 Setembro
279 854
Regime Aquecimento: 1 Novembro a 29 Fevereiro
242 625
Regime Entre Estações: 1 Março a 30 Abril e 26 Setembro a 31 Outubro
148 827
Total Anual
671 306
Tabela 12 - Consumo Anual Associado à Climatização nos Regimes Considerados
Os valores apresentados não correspondem às necessidades térmicas do edifício, mas sim
ao consumo total de energia elétrica dos aparelhos associados à climatização, nos regimes
considerados.
4.5 Desagregação do Consumo de Eletricidade Associado à Climatização, por Tipo de Equipamento
O sistema de climatização constitui a maior parcela do consumo energético do edifício, sendo
por isso importante desagregar o seu consumo com base nos diferentes equipamentos instalados. A
desagregação do consumo anual do AVAC, nos seus diversos componentes, é ilustrada no gráfico
seguinte.
Chillers e Torre de Arrefecimento
15,13%
14,34%
Unidades de Tratamento de Ar
(UTA)
21,76%
Unidades de Tratamento de Ar Novo
(UTAN)
6,93%
Unidades Terminais
7,19%
31,37%
3,28%
Electrobombas e Circuladores
Ventiladores de Extracção e
Insuflação
Climatização do LTI
Gráfico 8 - Desagregação do Consumo Anual do AVAC por Tipo de Equipamentos
48
A desagregação do consumo de energia elétrica dentro de cada regime considerado é
apresentada nos gráficos seguintes.
Arrefecimento
Chillers e Torre de
Arrefecimento
Unidades de Tratamento
de Ar (UTA)
13,68%
8,89%
17,84%
12,44%
Unidades de Tratamento
de Ar Novo (UTAN)
Unidades Terminais
2,83%
35,62%
8,71%
Eletrobombas e
Circuladores
Ventiladores de Extração
e Insuflação
Climatização do LTI
Gráfico 9 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC em Regime de Arrefecimento
Aquecimento
Chillers e Torre de
Arrefecimento
Unidades de Tratamento
de Ar (UTA)
12,53%
13,95%
Unidades de Tratamento
de Ar Novo (UTAN)
30,72%
Unidades Terminais
29,46%
3,41%
3,15%
6,77%
Eletrobombas e
Circuladores
Ventiladores de Extração
e Insuflação
Climatização do LTI
Gráfico 10 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC em Regime de Aquecimento
49
Entre Estações
Chillers e Torre de
Arrefecimento
14,53%
9,01%
22,11%
4,35%
18,54%
4,99%
26,47%
Unidades de Tratamento
de Ar (UTA)
Unidades de Tratamento
de Ar Novo (UTAN)
Unidades Terminais
Eletrobombas e
Circuladores
Ventiladores de Extração e
Insuflação
Climatização do LTI
Gráfico 11 - Desagregação do Consumo Associado ao AVAC no Período Entre Estações
Na tabela seguinte apresentam-se os valores determinados.
Arrefecimento Aquecimento Entre Estações
(kWh/Regime) (kWh/Regime) (kWh/Regime)
Anual
(kWh/ano)
Chillers e Torre de Arrefecimento
49 925
74 546
21 621
146 092
Unidades de Tratamento de Ar (UTA)
24 872
8 271
13 411
46 554
Unidades de Tratamento de Ar Novo (UTAN)
7 906
7 636
6 467
22 009
Unidades Terminais
24 370
16 437
7 427
48 235
Eletrobombas e Circuladores
99 689
71 477
39 402
210 568
Ventiladores de Extração e Insuflação
34 807
33 846
27 593
96 246
Climatização do LTI
38 285
30 412
32 905
101 602
Total
279 854
242 625
148 827
671 306
Tabela 13 - Desagregação do Consumos Associado ao AVAC dentro de cada regime
De acordo com [1], as necessidades de arrefecimento do edifício são superiores às
necessidades de aquecimento. No entanto este facto não se reflete tão evidentemente no consumo
de energia elétrica associado aos dois regimes. Na verdade o consumo associado à produção
centralizada de água quente, com um dos chillers em funcionamento, é superior ao consumo elétrico
associado à central de produção no regime de arrefecimento, onde um dos chillers produz água
refrigerada e a torre de arrefecimento garante a dissipação do calor no circuito de condensação. A
água refrigerada é utilizada apenas nas baterias de arrefecimento das UTANs e da UTA9, enquanto
que o circuito de condensação troca calor com todas as unidades terminais e as restantes UTAs, o
50
que constitui uma parcela superior das necessidades de arrefecimento do edifício. O consumo de
energia elétrica da torre de arrefecimento é inferior ao consumo de qualquer um dos chillers
instalados, o que significa que o consumo de energia elétrica associado à central de produção de frio
e calor é inferior em regime de arrefecimento.
.
A parcela anual associada ao regime de arrefecimento é ainda assim superior à parcela
associada ao regime de aquecimento, consequência do consumo de energia dos compressores nos
ciclos frigoríficos das UTAs, que acontece apenas em arrefecimento, assim como da maior utilização
das unidades terminais do tipo bomba de calor nos pisos 2 e 3 durante este regime.
As eletrobombas e circuladores constituem a maior parcela do consumo de energia anual
associado ao AVAC. Para este facto contribuem os consumos no regime noturno observados nas
medições, nomeadamente o consumo da eletrobomba B7, associada ao circuito primário do Chiller 2
na torre norte do edifício. Este equipamento funciona permanentemente durante 24 horas, apesar do
respetivo chiller estar desligado durante o regime noturno.
4.6 Consumo Específico de Energia
O consumo específico de energia foi calculado com base no valor anual do consumo de todas
as formas de energia determinado através das medições e na área construída de pavimento interior.
(2)
Foi consultado o guia F da CIBSE [15], de forma a obter valores de referência para boas
práticas no uso de energia elétrica.
Consumo Global de Eletricidade do Edifício
Modelo
(kWh/m2.ano)
Boa Prática
(kWh/m2.ano)
76
79
Tabela 14 - Valor de Referência para o Consumo Específico de Energia Elétrica no Edifício
O valor apresentado é utilizado como referência para edifícios com esta tipologia no Reino
Unido e Irlanda do Norte, onde as necessidades de aquecimento são superiores e as necessidades
de arrefecimento inferiores, de acordo com a localização geográfica destes países. De acordo com as
metas propostas pelo Projeto Campus Sustentável para todos os edifícios do campus, um valor
abaixo dos 100 kWh/m 2.ano para o consumo específico do edifício é considerado aceitável.
51
5. Potencial de Economia
5.1 Introdução
Foram procuradas soluções de poupança de implementação imediata e sem investimento
significativo associado. Assim a atenção foi focada na implementação de estratégias de controlo dos
consumos de energia, com o principal objetivo de reduzir os mesmos em regime noturno. Analisaramse ainda algumas opções para a alteração de alguns componentes do sistema de climatização atual e
alternativamente propôs-se a substituição integral do mesmo, por um sistema composto por um chiller
de adsorção assistido por coletores solares térmicos. Foram ainda analisados estudos existentes
sobre a envolvente do edifício e as medidas de poupança propostos por estes.
5.2 Estratégias de Controlo para Redução dos Consumos de Energia
5.2.1 Consumos Associados ao Sistema de Climatização
A grande maioria dos equipamentos constituintes do sistema AVAC do edifício está associada
a dois relógios, instalados com a função de desligar automaticamente todos os equipamentos no
horário pré-estabelecido. A exceção a esta regra, por indicação do Núcleo de Manutenção, é a
eletrobomba B7 do circuito primário do Chiller 2 na torre norte. Apesar desta indicação, os consumos
em regime noturno observados nas medições do QGAC1, que alimenta a eletrobomba em questão,
são bastante superiores ao expectável, quando comparados com os consumos residuais noturnos no
quadro, somados ao consumo desta eletrobomba em funcionamento. Este facto parece indicar que o
sistema de controlo por relógio poderá não estar devidamente configurado e que outros
equipamentos supostamente desligados durante a noite se encontram a funcionar durante este
período. Nos gráficos seguintes ilustram-se algumas das potências médias em regime noturno
observadas nas medições dos dois quadros gerais de climatização.
52
kW
Medição do QGAC1 – 12 de Julho de 2012
60
Restante nas
Medições
50
Previsto Nocturno +
Electrobomba B7
40
30
Neste período
27
20
Chiller 2 e B7 em
funcionamento
10
8
0
Hora
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Gráfico 12 - Potências Observadas na Medição do QGAC1 em Julho de 2012
Medição do QGAC2 – 6 de Novembro de 2012
kW
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Restante
Observado nas
Medições
Previsto Nocturno
9
5
Hora
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Gráfico 13 - Potências Observadas na Medição do QGAC2 em Novembro de 2012
Foi indicado pelo Núcleo de Manutenção que parte dos 27 kW não previstos em regime
noturno, associados ao QGAC1, teriam sido eliminados com a reconfiguração dos relógios
associados a estes equipamentos. Este procedimento ocorreu antes da 3ª medição deste quadro já
em Janeiro de 2013. Os resultados são ilustrados no gráfico seguinte.
53
Medição do QGAC1 – 19 e 20 Janeiro 2013 (Fim-de-Semana)
kW
Restante
Observado nas
Medições
30
Previsto
Nocturno e Fimde-Semana +
Electrobomba B7
25
20
18
19
18
17
15
Neste período
Chiller 2 e B7 em
10
funcionamento
5
8
8
8
8
Hora
0
0
2
4
6
8 10 12 14 16 18 20 22 0
2
4
6
8 10 12 14 16 18 20 22
Gráfico 14 - Potências Observadas na Medição do QGAC1 em Janeiro de 2013
Continua então, efetivamente a verificar-se um consumo não expectável em regime noturno,
o que significa que existem outros equipamentos ligados para além da eletrobomba B7 neste período.
E este é um dado muito importante: O desconhecimento dos equipamentos ligados aos circuitos de
alimentação provoca desperdícios de energia que podem ter um elevado custo financeiro.
Infelizmente esta é uma situação corrente no edifício auditado, a qual mais do que penalizar o Auditor
Energético na realização do seu trabalho de auditoria, prejudica ou impede mesmo a racionalização
dos consumos e do uso de energia nas instalações. A mesma análise foi efetuada para todas as
medições relativas aos quadros elétricos associados ao AVAC do edifício, assim como para o circuito
individual associado à climatização do LTI, cujos resultados são apresentados nos gráficos seguintes.
kW
25
Medição da Climatização LTI
6 a 7 de Julho de 2012 (7 Sábado)
20
15
11
10
11
10
11
12
10
5
0
Hora
17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Gráfico 15 - Potências Observadas na Medição da Climatização do LTI em Julho de 2012
54
kW
Medição da Climatização LTI 19 e 20 de Janeiro 2013
(Fim-de-Semana)
12
10
8
8
8
7
6
4
3
2
Hora
0
0
2
4
6
8 10 12 14 16 18 20 22 0
2
4
6
8 10 12 14 16 18 20 22
Gráfico 16 - Potências Observadas na Medição da Climatização do LTI em Janeiro de 2013
O sistema de climatização do LTI é independente dos quadros gerais de climatização do
edifício e, por indicação dos funcionários responsáveis pela manutenção dos equipamentos de AVAC
no edifício, não existe controlo centralizado do mesmo. Com base nos inquéritos efetuados a alguns
funcionários do LTI, também não parece existir controlo local destes aparelhos, o que significa que
estes estão ligados durante toda a noite durante todo o ano.
Excetuando a sala de dados onde se encontra a unidade UPS (V1.45) onde a temperatura
tem que ser mantida constante, a solução para o caso do LTI passa por uma indicação expressa aos
funcionários para desligarem o sistema localmente, no horário de encerramento do espaço, visto
existir um quadro elétrico local associado a estes equipamentos que permite este procedimento. Os
ganhos térmicos durante o regime noturno devido ao elevado número de computadores existente,
nomeadamente no Verão, podem ser eliminados durante as primeiras horas de funcionamento do
espaço, quando o número de alunos ainda é reduzido.
Relativamente ao sistema centralizado do edifício, os consumos em regime noturno resultam
do funcionamento de algumas eletrobombas, circuladores e ventiladores neste período. Os valores
previstos para o consumo noturno já incluem o consumo das unidades de controlo dos chillers, UTAs,
UTANs e restantes Unidades Terminais, que permanecem sempre ligadas, não tendo sido
observado, em nenhuma das medições efetuadas, nenhum destes equipamentos a funcionar
integralmente neste regime.
Propõe-se uma análise detalhada dos equipamentos que efetivamente estão associados aos
dois relógios instalados, assim como uma análise do funcionamento dos próprios relógios.
Alternativamente, os equipamentos podem ser desligados manualmente, já que existem controlos
manuais nos quadros elétricos associados à climatização que o permitem, para além dos disjuntores
55
de cada circuito. Poderá ser elaborada uma listagem dos circuitos a desligar e atribuir essa função
aos funcionários da Central Térmica no Piso 03, onde estão localizados estes quadros.
Estas medidas não necessitam de qualquer investimento. Para determinar a poupança anual
expectável, quantificaram-se os consumos noturnos previstos, de equipamentos que funcionam 24
horas e comparou-se o resultado obtido com o consumo anual em regime noturno e de fim-desemana determinado pelo modelo de consumo energético. Os resultados são apresentados na tabela
seguinte.
Equipamentos Ligados 24 Horas/Consumos Residuais por Quadro
Consumo em
Potência
Regime Noturno
Tipo
Designação
Funcionamento
Dia de Semana
(kW)
21h30-06h30
(kWh/dia)
Ventilador de Extração
VE8
0,4
3,6
Controlo do Chiller 1 (TC)
Consumo em
Regime de Fimde-Semana 24h
(kWh/dia)
9,6
-
0,66
5,94
15,84
Ventilador de Extração
VE9
0,5
4,5
12
Ventilador de Extração
VE19
0,5
4,5
12
Controlo do Chiller 2 (TC)
-
0,57
5,13
13,68
Ventilador de Extração
VE7
3,52
31,68
84,48
Ventilador de Insuflação
VI5
0,53
4,77
12,72
Residual QGAC1
-
0,98
8,82
23,52
Residual QGAC2
-
3,65
32,85
87,6
Residual QEMAC1
-
0,17
1,53
4,08
Residual QEMAC2
-
0,44
3,96
10,56
Unidade Evaporadora V1.45
UE5/1 + UC1/1
0,25
2,25
6
Total Anual Consumos Previstos (kWh/ano)
28 587
30 668
Total Anual com Base nas Medições Efetuadas (kWh/ano)
71 203
77 014
Poupança Anual Expectável (kWh/ano)
42 615
46 346
Tabela 15 - Poupança Anual de Energia Expectável com Redução de Consumos Associados à Climatização nos
Regimes Noturno e de Fim-de-Semana
5.2.2 Consumos Associados aos Gabinetes, Secretariados e Salas de Bolseiros
As medições efetuadas nos quadros gerais dos pisos 2 e 3, relativamente a consumos
energéticos não associados à climatização, permitiram concluir que a grande maioria dos
computadores e outros equipamentos de escritório existentes nos espaços não são desligados
durante a noite. Estes equipamentos, individualmente, considerando consumos residuais típicos de
equipamentos em stand-by, não são grandes consumidores de energia elétrica, mas o elevado
número destes aparelhos presentes em ambos os pisos torna relevante a análise dos consumos em
regime noturno e de fim-de-semana associados às parcelas Computadores e Outros Equipamentos
de Escritório. Apresentam-se alguns exemplos dos resultados obtidos nos gráficos seguintes.
56
kW
Medição do Q.D.2.3 (Piso 2 Torre Central) – 31 Maio a
1 Junho 2012
25
20
15
8
10
6
5
0
5
5
18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Hora
Gráfico 17 - Potências Observadas na Medição do Q.D.3.2 em Maio de 2012
Nesta medição observa-se ainda um incremento de 3 kW a partir das 4 da manhã, o que
indica com certeza que a iluminação dos corredores no bloco poente do piso 2, alimentada por este
quadro, foi ligada a partir desta hora, provavelmente para uma vistoria do espaço por parte do
contínuo de serviço e já não foi desligada no restante período noturno. Estes desvios relativamente
ao horário habitual da parcela Iluminação Comum não foram tidos em conta na construção do modelo
de consumo energético do edifício, por serem impossíveis de prever. No entanto, refletem-se sempre
em aumentos desnecessários do consumo de energia. Este facto ajudará a explicar a diferença
obtida entre o consumo global do edifício determinado através das leituras dos contadores e o
consumo determinado pelo modelo.
kW
25
Medição do Q.D.2.3 (Piso 2 Torre Central)
16 a 17 Janeiro 2013
20
15
10
5
7
4
4
0
Hora
13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Gráfico 18 - Potências Observadas na Medição do Q.D.3.2 em Janeiro de 2013
Esta análise foi efetuada para todas as medições dos quadros gerais dos pisos 2 e 3.
57
Propõe-se iniciar um processo de consciencialização para o consumo de energia elétrica
associado a estes espaços. Hoje em dia existem softwares gratuitos que permitem fazer
automaticamente o shutdown dos equipamentos ao fim de um período determinado pelo
administrador do equipamento. O potencial de economia no consumo de energia associado a estes
espaços é indicado na tabela seguinte.
Equipamentos
Piso 3
Piso 2
Computadores
Outros Equipamentos de Escritório
Computadores
Outros Equipamentos de Escritório
Consumo Anual com Base nas
Medições/Potencial de Economia
Consumo em Regime
Noturno Dia de Semana
21h30-06h30 (kWh)
Consumo em Regime de
Fim-de-Semana 24h
(kWh)
51,70
11,75
45,52
15,61
137,87
31,35
121,39
41,62
32 516
34 883
Tabela 16 - Poupança Anual de Energia Estimada nos Espaços de Gabinetes
.
5.2.3 Consumos Associados à Iluminação
Com base no levantamento energético, consideraram-se algumas opções relativamente ao
funcionamento dos equipamentos associados à iluminação. Inicialmente determinaram-se valores de
referência para a iluminação requerida em alguns dos espaços do edifício, com base na Norma
Europeia EN 12464-1 [16]. De seguida, respeitando os valores encontrados, foram avaliadas algumas
medidas com base em medições dos níveis de iluminação utilizando um luxímetro. As medições
foram efetuadas entre as 11h e as 12h num dia em que o céu se encontrava limpo. Os valores
medidos são indicados na tabela seguinte.
Espaço
Instalação
Sanitária Piso 1
TC
Corredor Interior
Espaço 24 h Piso
0
Valor Referência
(Lumens)
Configuração
Valor Medido
(Lumens)
200 (Chão)
Iluminação Ligada
145
Iluminação TLD 58W Ligada
300
Iluminação FC 10W Ligada
8
Iluminação TLD 58W Ligada
223
Iluminação FC 10W Ligada
20
Iluminação Ligada
205
Iluminação TLD 58W Ligada
355
100 (Chão)
Corredor Interior
Piso 1 BP
100 (Chão)
Corredor Interior
Piso 1 BN
100 (Chão)
Corredor Interior
Piso 2 BN
100 (Chão)
Átrio Sul Piso 01
100 (Chão)
Observações
Iluminação FC 10W Ligada
32
Iluminação Ligada
190
A meio do Átrio
Iluminação Desligada
35
A meio do Átrio
Iluminação Parcialmente
Desligada (10 Lâmpadas)
178
Perto da Janela
58
Corredor Interior
Central Piso 01
100 (Chão)
Hall Entrada
Poente Piso 02
100 (Chão)
LTI V1.20.2
300 (Plano de
Trabalho)
Sala de Estudo
0.22 CGD
Sala de Estudo
V0.04
300 (Plano de
Trabalho)
300 (Plano de
Trabalho)
Iluminação Ligada
280
Iluminação Ligada
Iluminação Desligada (9
Lâmpadas)
Iluminação Ligada
345
A meio do Átrio
315
A meio do Átrio
700
Perto da Janela
Iluminação Ligada
395
A meio da sala
Iluminação Desligada
300
Perto da Janela
Iluminação Desligada
100
A meio da sala
Iluminação Ligada
920
A meio da sala
Iluminação Desligada
335
A meio da sala
Iluminação Desligada
Iluminação Parcialmente
Ligada (8 Lâmpadas a meio
da sala)
Iluminação Ligada
880
Perto da Janela
580
A meio da sala
900
A meio da sala
Iluminação Desligada
345
A meio da sala
Tabela 17 - Valores de Iluminação Medidos em Zonas Comuns do Edifício
Com base nestes valores determinaram-se algumas medidas de poupança sem qualquer
investimento associado. Os conjuntos de lâmpadas indicados na tabela seguinte possuem circuito
próprio o que significa que a única acção necessária é desligar os circuitos correspondentes.
Espaço
Configuração
Atual*
Consumo Diário
Ref. Atual (kWh)
Ações Propostas
Poupança Diária
(kWh)
Poupança
Anual (kWh)
Átrio Sul Piso
01
Iluminação Ligada
7-21h
59,47 (Semana);
42,48 (Sábado)
10 Lâmpadas TLD
58W Desligadas
10,08 (Semana);
7,20 (Sábado)
2 890
Hall Entrada
Poente Piso
02
Iluminação Ligada
7-21h
9,07 (Semana);
6,48 (Sábado)
Iluminação Desligada
9,07 (Semana);
6,48 (Sábado)
2 601
Sala de
Estudo 0.22
CGD
Iluminação Ligada
24h
133,78 (Semana
e Fim-deSemana)
8 Lâmpadas Ligadas
em dias com Boa
Luminosidade
(Estimam-se 60%)
128,60 (Semana
e Fim de
Semana)
27 006
Salas de
Estudo V0.01
a V0.04
Iluminação Ligada
15-04h
63,65 (Semana e
Fim de Semana)
Iluminação Ligada a
partir das 16 ou 18h
consoante o regime
4,90 (Inverno);
14,70 (Resto do
Ano)
3 959
* Com base no levantamento energético
Tabela 18 - Poupanças Anuais com Estratégias de Controlo ao Nível da Iluminação
59
5.2.4 Redução de Custos e Consumo Específico de Energia
A tabela seguinte resume as poupanças expetáveis com a implementação das medidas
propostas.
Parcelas
Medidas
Poupança Anual
(kWh)
Poupança Anual
(Euros)
Climatização
Eliminação dos Consumos em
Regime Noturno e de Fim-deSemana
88 961
9 581
Gabinetes,
Secretariados e Salas de
Bolseiros
Eliminação dos Consumos em
Regime Noturno e de Fim-deSemana
67 399
7 259
Iluminação
Alteração dos Padrões de
Funcionamento dos Equipamentos
36 456
3 926
192 816
20 766
Total
Poupança Relativa ao Consumo Global do Edifício (%)
2
Consumo Específico Energia Elétrica (kWh/m .ano)
9,65%
68
Tabela 19 - Poupanças Anuais com a Implementação de Estratégias de Controlo em todas as Parcelas
Consideradas
5.3 Alterações Propostas para a Parcela de Iluminação
Com base nas medições relativas à iluminação nos espaços consideraram-se algumas
alternativas à iluminação nas zonas comuns, nomeadamente nos corredores interiores. Propõe-se a
substituição das lâmpadas TL-D T8 de 58W por lâmpadas Retrofit T5 de 32W. O guia das lâmpadas
T5 da empresa EcoTreeCity, Eficiência Energética, Lda. [17], estabelece uma correlação entre as
potências nominais das lâmpadas T8 existentes no mercado e as potências nominais das lâmpadas
T5 que a empresa propõe para a substituição destes equipamentos. De acordo com a mesma fonte
os conjuntos T5 emitem 2750 lm enquanto que as lâmpadas T8 do mesmo comprimento emitem
entre 3700 e 5000 lm. Contudo os equipamentos T8 possuem um LOR (Light Output Ratio) de 70% o
que significa que apenas 70% do fluxo gerado na lâmpada chega ao plano a iluminar (entre 2590 e
3500 lm). O conjunto T5 possui um refletor integrado que direciona e concentra o fluxo luminoso no
plano a iluminar. Conclui-se que apesar de haver uma redução no nível de iluminação esta não será
significativa. Recomendam-se medições para averiguar a redução efetiva do nível de iluminação após
instalação de um destes conjuntos T5.
Os conjuntos Retrofit T5 consistem em lâmpadas T5 montadas em tubos T8 externos,
podendo por isso ser instalados nas luminárias T8 existentes, permitindo uma substituição rápida dos
equipamentos atualmente instalados. Este processo inclui a remoção do arrancador e o shunt aos
balastros magnéticos, visto que as lâmpadas propostas incluem balastros eletrónicos, o que permitiria
eliminar o consumo de energia adicional associado aos balastros magnéticos. No cálculo do payback
não estão incluídos os custos de instalação.
60
Figura 17 - Configuração das Lâmpadas Retrofit T5 propostas [14]
Configuração Atual
Espaços
Lâmpadas e
Balastro
Equipamentos Propostos
Pot.
Pot.
Poupança Poupança
Consumo Diário (kWh)
Unitária
Lâmpadas Unitária
Quant.
Anual
Anual
Conjunto
e Balastro Conjunto
(kWh)
(Euros)
(W)
(W)
Semana Sábado Domingo
Corredores TL-D T8 58W
Interiores
Balastro
BN Piso 2 Ferromagnético
84
72
84.67
0
0
Corredores TL-D T8 58W
Interiores
Balastro
BP Piso 2 Ferromagnético
38
72
38.30
0
0
Corredores TL-D T8 58W
Interiores
Balastro
BN Piso 1 Ferromagnético
51
72
51.41
36.72
0
Corredores TL-D T8 58W
Interiores
Balastro
BP Piso 1 Ferromagnético
32
72
32.26
23.04
0
Corredor
Interior
Espaço
24h Piso 0
TL-D T8 58W
Balastro
Ferromagnético
35
72
60.48
60.48
60.48
Átrio Sul
Piso 01
TL-D T8 58W
Balastro
Ferromagnético
59
72
59.47
42.48
0
Corredores TL-D T8 58W
Interiores
Balastro
Piso 01
Ferromagnético
82
72
82.66
59.04
0
TL-D T8 58W
Balastro
Ferromagnético
26
72
26.21
18.72
0
Átrio Sul
Piso 02
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Retrofit T5
32W
Balastro
Eletrónico
Poupança Anual
32
9 446
1 017
32
4 273
460
32
6 551
706
32
4 110
443
32
9408
1 013
32
7 578
816
32
10 533
1 134
32
3 340
360
55 239
5 949
Poupança Relativa ao Consumo Global do Edifício (%)
2
2,8%
Consumo Específico de Energia Elétrica (kWh/m .ano)
74
PRS com base na análise de investimento [17] (Anos)
1
Investimento Total (Euros)
6128
Tabela 20 - Poupança Anual com Substituição das Lâmpadas T8 nos Corredores
61
5.4 Alterações Propostas para o Sistema de Climatização Atual do Edifício
5.4.1 Introdução
Genericamente pensou-se em eliminar o circuito de condensação, privilegiando o
aproveitamento direto de todo o calor e frio produzidos. O objetivo seria o de aumentar a eficiência do
sistema, suprimindo as trocas de calor entre os circuitos de água quente e fria e o circuito de
condensação através dos permutadores existentes, responsáveis pelas perdas na energia útil
produzida. Esta medida significaria a substituição de todas as unidades terminais de expansão direta,
por unidades terminais com baterias de água quente e água fria, com poupanças de energia
apreciáveis. A substituição das eletrobombas e circuladores por equipamentos com níveis de
eficiência superiores foi igualmente considerada.
5.4.2 Supressão do Circuito de Condensação
No sistema proposto, o circuito de condensação seria substituído por um sistema de água
quente e água fria a 2 tubos, aproveitando as tubagens do circuito existente. Os tanques de
armazenamento da água do circuito de condensação poderiam ser utilizados para armazenar água
fria, visto que atualmente existe apenas um tanque com capacidade de 3500 litros para o
armazenamento de água refrigerada. O sistema de distribuição para todos os pisos partiria
diretamente dos tanques de armazenamento, evitando as perdas nas trocas de calor que acontecem
nos permutadores atualmente instalados. Em regime de arrefecimento todas as necessidades de
climatização seriam garantidas pela produção de água fria através de um dos chillers atualmente
instalados. O calor e frio produzidos seriam aproveitados diretamente nas baterias de aquecimento e
arrefecimento das novas unidades terminais a instalar.
Figura 18 - Sistema de Distribuição AVAC com Supressão do Circuito de Condensação
62
Com esta alteração do sistema, deixaria de ser possível existir aquecimento e arrefecimento
ao mesmo tempo. Os responsáveis pela manutenção do sistema AVAC no edifício definiriam os
períodos de aquecimento e arrefecimento ao longo do ano. Recomenda-se também um estudo
relativamente aos ganhos de calor no tanque de 100 000 litros para averiguar a viabilidade de utilizar
este tanque para armazenar água fria.
5.4.3 Substituição das UTAs e Unidades Terminais de Expansão Direta
A grande vantagem desta alteração ao sistema seria a redução do consumo de energia
elétrica associado aos compressores das unidades terminais de expansão direta. Para determinar a
poupança anual possível com as unidades de tratamento de ar (UTA), determinou-se o consumo das
mesmas quando funcionam apenas com a bateria de água quente, em regime de aquecimento. O
único consumo associado a estas unidades neste regime é relativo aos ventiladores que utilizam para
introduzir e extrair o ar dos espaços a climatizar. O investimento foi determinado com base num
gerador de preços online [18].
Propõe-se a substituição das UTAs existentes por unidades com bateria de arrefecimento e
das unidades terminais do tipo bomba de calor reversível por equipamentos do tipo ventiloconvetor,
mantendo os perfis de utilização e as potências térmicas dos equipamentos atuais.
Substituição das UTAS de Expansão Direta por UTAs com Bateria de Arrefecimento
Consumo Anual Total Associado às UTAs*
46554
kWh/ano
Consumo Anual UTAs com Bateria de Arrefecimento*
24789
kWh/ano
Poupança Anual
21765
kWh/ano
Poupança Anual
2344
Euros
Pot. Térmica (kW) [6], [7]
Equipamento
Espaço Associado
Aquecimento
Arrefecimento
Investimento
(Euros) [18]
UTA1
Biblioteca
14,92**
2800
UTA2
VA1
9,5**
2100
UTA3
VA2
9,5**
2100
UTA5
VA4
26,25
47
2850
UTA6
VA3
28,35
46,25
2850
UTA7
VA5
17,25
27,95
2100
UTA8
VA6
19,25
30,5
2850
UTA10
Espaços C.C.
2,5
16,5
2000
UTA11
Espaços C.C.
6,6
11,7
2000
UTA12
Espaços C.C.
5,6
9
2000
UTA13
Espaços C.C.
5,6
8,4
2000
Investimento Total (Inclui Custos de Instalação)
25 650 €
* Com base nos resultados das medições
** Potências Nominais dos Compressores
Tabela 21 - Investimento e Poupança Anual Associada à Substituição das UTAs
63
O investimento associado à substituição das bombas de calor foi determinado com base no
catálogo de ventiloconvetores da LUXMAGNA [19] e DECFLEX [20]. De acordo com [15], a
capacidade de arrefecimento de unidades terminais instalada em gabinetes deve estar limitada a 90
W/m2, de forma a ser considerada uma boa prática no uso de energia elétrica. Este valor, como
referido anteriormente, serve como referência para edifícios localizados no Reino Unido e Irlanda do
Norte, onde as necessidades de aquecimento são superiores às necessidades de arrefecimento. De
acordo com o Projeto Campus Sustentável, uma boa prática para um consumo de energia eficiente é
2
limitar este valor entre 100 e 120 W/m . Para a escolha dos novos ventiloconvetores, a capacidade de
2
arrefecimento foi definida em 100 W/m .
Consumo Anual Total Associado às Unidades Terminais Bomba de Calor
48235
kWh/ano
Potência Média de Funcionamento Unidades Terminais Bomba de Calor
740
W
Piso
Piso 3
Piso 2
Nº Unidades
Áreas de
Referência (m2)
Potência Térmica
Arrefecimento
(kW)
Investimento
Unitário (Euros)
[17] e [18]
Investimento
Total (Euros)
Pot. Nominal
Novos VC (W)
12
21.92
2.19
292
3504
50
4
28.26
2.83
344
1376
80
20
47.72
4.77
487
9740
90
20
58.04
5.80
563
11260
170
1
65.07
6.51
528
528
180
6
13.25
1.33
260
1560
37
12
26.5
2.65
343
4116
80
6
27.05
2.71
343
2058
80
1
36.93
3.69
437
437
80
1
39.06
3.91
437
437
80
1
41.6
4.16
380
380
90
2
45.79
4.58
487
974
90
3
53.47
5.35
524
1572
145
1
54.77
5.48
524
524
145
2
54.9
5.49
524
1048
145
1
87.58
8.76
981
981
277
1
20.29
2.03
292
292
50
1
63
6.30
564
564
170
1
68.68
6.87
866
866
213
1
76.61
7.66
866
866
213
2
26.88
2.69
343
686
60
6
34.03
3.40
367
2202
80
2
55.12
5.51
524
1048
145
1
70.65
7.07
866
866
213
3
100.63
10.06
981
2943
277
Piso 1
Piso 0
64
Piso 01
3
26.48
2.65
340
1020
79
6
13.81
1.38
295
1770
37
2
16.49
1.65
292
584
50
3
23.74
2.37
334
1002
50
1
30.78
3.08
398
398
80
Piso 02
Investimento Total (Euros)
55 602 €
Potência Média de Funcionamento Ventiloconvetores (W)
102
Consumo Anual Total após Substituição dos Equipamentos (kWh/ano)
6678
Poupança Anual (kWh)
41557
Poupança Anual (Euros)
4 476 €
Tabela 22 - Investimento e Poupança Anual Associada à Substituição das Bombas de Calor por
Ventiloconvetores
Existe ainda uma outra vantagem na substituição das UTAs atualmente instaladas. O ciclo
frigorífico destes equipamentos utiliza o refrigerante R22, um hidroclorofluorocarboneto cuja
utilização, de acordo com o Regulamento nº 1005/2009 do Parlamento Europeu [21], será proibida a
partir de 1 de Janeiro de 2015. Com base nesta informação, pelo menos a substituição do fluido
refrigerante e a reconversão das máquinas será obrigatória a partir desta data.
5.4.4 Substituição das Eletrobombas e Circuladores
No sistema de climatização atual, a parcela relativa às eletrobombas e circuladores do
sistema de distribuição de fluidos é a maior consumidora de energia elétrica. Os equipamentos
instalados são os originalmente escolhidos durante a conceção do sistema. Sugere-se a substituição
dos mesmos por aparelhos com nível de eficiência superior, tendo em conta a Diretiva nº 640/2009 da
União Europeia [22], com base na norma IEC 60034-30 [23], que estabelece requisitos para o
funcionamento de motores elétricos. Foram determinadas as classes de eficiência dos equipamentos
instalados e o impacto da sua substituição por aparelhos com um nível de eficiência superior, no que
ao consumo energético diz respeito. O investimento necessário foi estimado com base em [18]. Os
custos unitários foram aumentados em 20% para incluir despesas com acessórios. Os resultados são
apresentados na tabela seguinte.
65
Equipamento
Tipo
Potência
Nominal
(kW)
Valor
Eficiência
(%)
Classe de
Eficiência**
Nível de
Eficiência
Proposto
Novo Valor
Eficiência
(%)
Poupança
Energética
(%)
Investimento
(Euros)
B1A
Eletrobomba
7.5
86*
< IE1
IE3
90.4
4.87%
4111
B1B
Eletrobomba
7.5
86*
< IE1
IE3
90.4
4.87%
4111
B1R
Eletrobomba
7.5
86*
< IE1
IE3
90.4
4.87%
4111
B2
Eletrobomba
1.1
B3
Eletrobomba
7.5
91
IE3
-
-
0.00%
-
B4
Eletrobomba
11
87
IE1
IE3
91.4
4.81%
4860
B5
Eletrobomba
1.1
75*
< IE1
IE3
84.1
10.82%
2312
B7
Eletrobomba
7.5
89
IE2
IE3
90.4
1.55%
4111
B7R
Eletrobomba
7.5
89
IE2
IE3
90.4
1.55%
4111
B9
Eletrobomba
2.2
82
IE1
IE3
86.7
5.42%
2735
B10
Eletrobomba
2.2
82
IE1
IE3
86.7
5.42%
2735
B11
Eletrobomba
0.55
B13
Eletrobomba
1.1
75*
< IE1
IE3
84.1
10.82%
2312
B14
Eletrobomba
1.1
82
IE2
IE3
84.1
2.50%
2312
B16
Eletrobomba
1.1
82
IE2
IE3
84.1
2.50%
2312
B17
Eletrobomba
3
81,5*
< IE1
IE3
87.7
7.07%
2912
B18
Eletrobomba
3
81
< IE1
IE3
87.7
7.64%
2912
B19
Eletrobomba
7.5
81
< IE1
IE3
90.4
10.40%
4111
B19R
Eletrobomba
7.5
81
< IE1
IE3
90.4
10.40%
4111
B20
Eletrobomba
3
80
< IE1
IE3
87.7
8.78%
2912
B20R
Eletrobomba
3
80
< IE1
IE3
87.7
8.78%
2912
B21
Eletrobomba
3
80
< IE1
IE3
87.7
8.78%
2912
B21R
Eletrobomba
3
80
< IE1
IE3
87.7
8.78%
2912
C1
Circulador
0.5
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C2
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C3
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C4
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C5
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C6
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C7
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C8
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C9
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C9R
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C10
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C11
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C12
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C13
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C14
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C15
Circulador
0.5
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C16
Circulador
0.2
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
Não está em funcionamento
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
66
C17
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C18
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C19
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C20
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C21
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C22
Circulador
0.1
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C23
Circulador
0.55
Fora da gama de potências abrangida pela Diretiva 640/2009
C24
Circulador
1.5
77,2*
< IE1
IE3
85.3
9.50%
Investimento Total Sem Custos de Instalação (Euros)
2521
68 348
Poupança Total Ponderada com Potências Nominais dos Equipamentos (%)
5,62%
Consumo Anual Associado às Eletrobombas e Circuladores (kWh)
210 568
Poupança Anual Estimada (kWh)
11 844
Poupança Anual Estimada (Euros)
1 276
Tabela 23 - Classes de Eficiência das Eletrobombas e Circuladores Existentes e Poupança Anual Expectável
Desde Junho de 2011 que os novos motores elétricos a instalar com potências nominais entre
os 7,5 kW e os 375 kW não podem apresentar níveis de eficiência inferiores a IE2. A partir de Janeiro
de 2015 todos os motores nesta gama de potências devem possuir classe de eficiência IE3 ou IE2 se
equipados com um inversor de frequência. A partir de Janeiro de 2017 esta diretiva será aplicada a
todos os motores com potência nominal entre 0,75 kW e 375 kW [20], [21].
5.4.5 Redução de Custos e Consumo Específico
O resumo de todas as propostas de alteração ao AVAC e o cálculo do novo consumo
específico de energia apresentam-se na tabela seguinte.
Medida
Investimento
(Euros)
Poupança Anual
(kWh)
Poupança Anual
(Euros)
PRS
Substituição das UTAs
25650
21765
2344
10 anos e 11 meses
Substituição das Bombas de Calor
55602
41557
4476
12 anos e 5 meses
Substituição das Electrobombas e
Circuladores
68348
11844
1276
53 anos e 6 meses
Total
149600
75167
8095
18 anos e 5 meses
Poupança Anual Relativamente à Parcela Climatização (%)
11,20%
Poupança Anual Relativamente ao Consumo Global (%)
3,76%
2
Consumo Específico (kWh/m .ano)
73
Tabela 24 - Investimento e Poupança Anual com Alteração do AVAC Existente
67
5.5 Substituição do Sistema de Climatização Atual por um Sistema Assistido por Energia Solar
5.5.1 Introdução
A proposta passa pela implementação de um sistema com produção centralizada de água
refrigerada através de um Chiller de Adsorção, assistido por coletores solares térmicos. A tecnologia
de adsorção é relativamente recente e a oferta é ainda reduzida, existem talvez 5 ou 6 empresas a
nível mundial especializadas na conceção deste tipo de equipamentos. O princípio de funcionamento
destas unidades é ilustrado na figura seguinte.
Figura 19 - Esquema do Ciclo de Adsorção
Fonte: http://energia.dashofer.pt/artigo_climasol.pdf [24]
O conceito de adsorção significa a adesão de um fluido (adsorvido) a uma superfície sólida
(adsorvente). O refrigerante (água) previamente adsorvido, evapora por regeneração do adsorvente
(gel de sílica) devido à ação da água quente, deixando o compartimento 1 e entrando no
condensador. Neste espaço o refrigerante condensa sendo o calor resultante removido pela água de
arrefecimento. O refrigerante no estado líquido é enviado para o evaporador, através de uma válvula
de expansão, evaporando a baixa pressão: é neste processo que se obtém o efeito frigorífico. Segue
depois para o compartimento 2 onde é novamente adsorvido, sendo o calor resultante removido por
outro circuito de água. Quando o compartimento 2 está saturado com o refrigerante e o
compartimento 1 completamente regenerado, as duas câmaras trocam de funções. Existe uma
68
válvula que permite alguma recuperação de calor entre os dois espaços, visto que o compartimento
quente tem agora que ser arrefecido e vice-versa.
A opção por este tipo de sistema tem inúmeras vantagens. Em primeiro lugar este é
considerado um sistema ―verde‖, não utiliza refrigerantes prejudiciais para o ambiente, o adsorvido e
o adsorvente são respetivamente a água e o gel de sílica. O sistema pode ser total ou parcialmente
alimentado por uma fonte de energia totalmente renovável, reduzindo o consumo de energia elétrica
global normalmente associado aos chillers de compressão até 99%. Estes equipamentos não
necessitam de bombas e compressores internos e o facto de não utilizarem refrigerantes em altas
pressões reduz significativamente os seus custos de operação e manutenção. Um projeto com esta
dimensão tornaria o edifício numa referência, porventura internacional, relativamente à inovação dos
seus sistemas e utilização de energias renováveis.
Como já foi referido, esta tecnologia é bastante recente, o que significa que estes
equipamentos acarretam um investimento inicial superior, quando comparados com os chillers
elétricos ou chillers de absorção.
5.5.2 Descrição do Sistema Proposto
Figura 20 – Esquema Geral do Sistema AVAC Assistido por Energia Solar Proposto
Fonte: ―Solar-Assisted Air-Conditioning in Buildings – A Handbook for Planners‖ [25]
69
O sistema proposto é constituído por um chiller de adsorção, assistido por coletores solares
térmicos para a produção da água quente necessária para o ciclo de adsorção. A proposta inclui
igualmente um tanque de armazenamento e um sistema de apoio, a utilizar quando a energia solar é
insuficiente.
Relativamente ao chiller foi contactada a empresa ECO-MAX Adsorption Chillers [26] sediada
no estado da Geórgia, Estados Unidos, a fim de recolher alguma informação sobre estes
equipamentos. A empresa fabrica estas unidades com capacidades térmicas até 330 TR (Tonelada
de Refrigeração), com o investimento a rondar 1500 dólares por cada tonelada de refrigeração,
excluindo custos de instalação. Uma tonelada de refrigeração corresponde a 3,52 kW. Para
determinar a potência térmica requerida para o novo equipamento, consultou-se um estudo de
eficiência energética do Pavilhão de Civil [1], que utilizou o software TRACE para determinar as
cargas térmicas no edifício. A carga térmica máxima determinada, com o fator de simultaneidade
considerado, foi de 531 kW (151 TR) em arrefecimento. A empresa referida fabrica um modelo com
capacidade de 152 TR. As características técnicas do chiller foram obtidas no site da empresa [27].
De acordo com o catálogo do chiller seleccionado, o equipamento opera numa gama de
temperaturas, relativamente á entrada de água quente, entre 52 e 93ºC. A capacidade de refrigeração
do chiller é afetada por este parâmetro. A empresa fornece um diagrama que indica a perda de
capacidade com a diminuição da temperatura de entrada da água quente, para temperaturas de
entrada e saída da água a refrigerar definidas [28]. Considerando a gama de temperatutas atualmente
praticadas no edifício, arrefecimento de 12 para 7ºC, foi determinado um gráfico que indica a variação da
capacidade nominal do chiller com base na temperatura de entrada da água quente
Temperaturas Saída/Entrada água a refrigerar:
7-12ºC
160
140
120
100
80
60
40
20
0
160; 96
130; 15
0
50
100
150
200
250
Gráfico 19 - Variação da Capacidade de Refrigeração do Chiller de Adsorção com a Variação da Temperatura de
Entrada da Água Quente
70
Quanto maior for a temperatura de entrada da água quente no chiller menor será a eficiência
conseguida nos coletores solares, podendo este parâmetro atingir valores que tornem esta solução
pouco interessante. Por outro lado, se a temperatura de entrada da água quente fosse definida em
50ºC, um valor muito interessante para a implementação deste tipo de sistemas, a capacidade de
refrigeração do chiller seria apenas de 15% do valor nominal, o que é claramente insuficiente para as
necessidades do edifício.
Optou-se por estudar a implementação do chiller de adsorção com capacidade de
refrigeração de 152 TR (535 kW), com temperatura de entrada da água quente de 160ºF ou 71ºC
(96% da capacidade). Foi consultado um estudo de eficiência relativo a chillers de adsorção de outra
empresa [29], de forma a determinar um valor para o COP do chiller, com base na temperatura de
entrada da água quente. Para uma temperatura de entrada de 70ºC, o valor do COP é de 0,52, para
as temperaturas da água a refrigerar selecionadas e para temperaturas de entrada e saída da água
de arrefecimento de 28 e 33ºC. O COP aumenta quando a temperatura de entrada da água quente no
chiller de adsorção é superior. Para os dados disponíveis no catálogo do chiller selecionado [27], com
uma temperatura de entrada da água quente a rondar os 90ºC, o valor do COP é tambem de 0,52, o
que parece indicar que a eficiência dos chillers da empresa selecionada é inferior. Ainda assim
escolhe-se um valor de 0,5 para o COP do chiller selecionado.
O sistema de coletores térmicos foi inicialmente dimensionado no programa SOLTERM [30],
com base na carga térmica máxima definida. Com base neste valor escolheu-se um sistema
composto por 400 coletores planos com área útil unitária de 1,9 m2 e rendimento ótico de 0,79,
incluindo um tanque de armazenamento com 6300 litros de capacidade. O caudal do circuito de água
3
quente solar é de 45,83 m /h. O objetivo deste software é o dimensionamento de sistemas de
coletores para a produção de águas quentes sanitárias (AQS), com base em consumos típicos
dependendo da tipologia dos edifícios. Este não é o âmbito do sistema de coletores proposto.
Procurou-se então definir as potências térmicas efetivamente disponíveis nos coletores, com base
nos dados climáticos fornecidos em [30] e na curva característica de rendimento associado a este tipo
de equipamentos. Estes valores foram comparados com as cargas térmicas do edifício.
71
Gráfico 20 - Curvas Características de Coletores Solares Térmicos
Fonte: www.lusosol.com [31]
O valor no eixo das abcissas é dado pela expressão
(3)
Em que Tm corresponde a temperatura média do fluido nos coletores e Tamb é a temperatura
ambiente. O parâmetro G indica o valor da irradiação solar no plano do coletor. De acordo com o
observado durante a auditoria energética, a temperatura máxima à saída do chiller, em regime de
aquecimento ronda os 46ºC. A temperatura de entrada selecionada para a água quente do chiller de
adsorção é de 71ºC. Estes são os valores de referência para a temperatura dos fluidos nos coletores.
Foi consultado o site www.tutiempo.net [32] para informações adicionais sobre o clima em 2012.
Temperatura Média nos Colectores (Aquecimento/Arrefecimento) ºC
Mês
Regime
Predominante
Radição Solar Diária
no Plano Inclinado
do Colector
2
(kWh/m ) [30]
45/71
Nº Diário
Horas Sol
(horas)
[30]
Temperatura
Ambiente
Média (°C) [32]
T* (°C.m /W )
Rendimento
Estimado
Colector
2
Janeiro
Aquecimento
3,26
9,75
10,60
0,103
0,30
Fevereiro
Aquecimento
3,90
10,75
11,50
0,092
0,38
Março
Aquecimento
4,65
12,00
12,80
0,083
0,41
Abril
Arrefecimento
5,57
13,00
14,60
0,132
0,15
Maio
Arrefecimento
6,23
14,00
17,30
0,121
0,20
Junho
Arrefecimento
6,47
15,00
20,10
0,118
0,20
Julho
Arrefecimento
7,00
14,50
22,30
0,101
0,30
Agosto
Arrefecimento
7,00
13,50
22,60
0,093
0,35
Setembro
Arrefecimento
5,80
12,50
21,30
0,107
0,32
Outubro
Arrefecimento
4,65
11,25
17,80
0,129
0,15
Novembro
Aquecimento
3,80
10,00
13,60
0,083
0,41
Dezembro
Aquecimento
3,19
9,50
11,00
0,101
0,30
Tabela 25 - Dados Climáticos e Rendimento dos Coletores
72
400 Coletores Planos com Área Útil Total de 760 m2
COP Chiller Adsorção
Mês
Potência
Térmica
Disponível com
COP do Chiller
(kW)
Potência
Térmica nos
Coletores (kW)
0.5
Cargas Térmicas Máximas (kW) [1]
Fração Solar (%)
Aquecimento
Arrefecimento
Aquecimento
Arrefecimento
-
315
-
24%
-
Janeiro
76.19
Fevereiro
104.68
-
191
-
55%
-
Março
120.62
60.31
145
99.7
83%
60%
Abril
48.82
24.41
107
123.7
46%
20%
Maio
67.59
33.80
-
176.2
-
19%
Junho
65.53
32.76
-
400.6
-
8%
Julho
110.07
55.03
-
531.6
-
10%
Agosto
137.93
68.96
-
491.5
-
14%
Setembro
112.84
56.42
-
497.9
-
11%
Outubro
47.07
23.54
66
238.6
71%
10%
Novembro
118.41
59.20
130
122.1
46%
48%
Dezembro
76.65
-
294
-
26%
-
Tabela 26 - Frações Solares nas Necessidades de Climatização com 400 coletores
Foi estimado o número máximo de coletores possível de instalar na cobertura do edifício. A
área total deste espaço ronda os 2546 m2. Para coletores com aproximadamente 2 metros de altura e
1 metro de largura, como é o caso dos coletores selecionados, a distância entre fileiras de coletores
deverá ser de 3,8 metros, de acordo com o guia de instalações de coletores solares térmicos
consultado [33]. O que significa que a área horizontal necessária para cada painel é de
2
aproximadamente 3,8 m . Com base neste valor estima-se um número máximo de 670 coletores
solares. Obstáculos existentes na cobertura deverão ser considerados na eventualidade de um
projeto que vise a instalação de coletores solares térmicos neste espaço. Para a quantidade máxima
de coletores estimada as frações solares são apresentadas na tabela seguinte.
73
670 Coletores Planos com Área Útil Total de 1273 m
2
COP Chiller Adsorção
Potência
Térmica nos
Coletores (kW)
Mês
Potência Térmica
Disponível com
COP do Chiller (kW)
0,5
Cargas Térmicas Máximas (kW)
[1]
Fração Solar (%)
Aquecimento
Arrefecimento
Aquecimento
Arrefecimento
Janeiro
127.62
-
315
-
41%
-
Fevereiro
175.34
-
191
-
92%
-
Março
202.04
101.02
145
99.7
100%
100%
Abril
81.77
40.88
107
123.7
76%
33%
Maio
113.22
56.61
-
176.2
-
32%
Junho
109.76
54.88
-
400.6
-
14%
Julho
184.37
92.18
-
531.6
-
17%
Agosto
231.03
115.51
-
491.5
-
24%
Setembro
189.02
94.51
-
497.9
-
19%
Outubro
78.84
39.42
66
238.6
100%
17%
Novembro
198.33
99.17
130
122.1
100%
81%
Dezembro
128.38
-
294
-
44%
-
Tabela 27 - Frações Solares nas Necessidades de Climatização com 670 coletores
A potência térmica disponível nos coletores poderia ser bastante superior caso se optasse por
outro tipo de coletores com eficiência superior, como por exemplo coletores de tubo de vácuo, como
se pode observar no gráfico 20. Esta opção aumentaria o valor do investimento necessário.
O sistema de apoio passaria pela manutenção de um dos chillers de compressão existentes
atualmente. Os chillers de adsorção ou mesmo absorção não são utilizados em regime de
aquecimento. Um dos chillers existentes atualmente seria mantido para a produção de água quente,
para suprir as necessidades de climatização do edifício em regime de aquecimento e para garantir o
caudal de água quente do chiller de adsorção, quando os coletores se revelassem insuficientes. Os
coletores seriam igualmente utilizados para garantir parte das necessidades de água quente em
regime de aquecimento.
5.5.3 Investimento Requerido e Poupança Anual
O investimento associado aos coletores solares térmicos foi determinado com base em [30].
A poupança anual relativa ao consumo energético dos chillers e torre de arrefecimento existentes
atualmente, foi determinada com base nos valores máximos das cargas térmicas observados, por
74
comparação com a potência térmica disponível nos coletores solares térmicos. Os resultados são
apresentados na tabela seguinte.
Mês
Consumo
Associado aos
Chillers (kWh)
Poupança com 400
Coletores* (kWh)
Poupança com
670 Coletores*
(kWh)
Janeiro
22 178
5 364
8 985
Fevereiro
16 671
9 137
15 304
Março
16 395
13 638
16 395
Abril
884
173
289
Maio
4 004
760
1 274
Junho
14 653
1 186
1 987
Julho
11 187
1 147
1 920
Agosto
2 576
358
599
Setembro
18 088
2 029
3 399
Outubro
3 006
294
492
Novembro
20 954
9 543
20 954
Dezembro
14 574
3 799
6 364
Poupança Total (kWh)
47 428
77 963
Poupança Total (Euros)
5 108
8 397
Poupança Relativa ao Consumo
Atual da Central de Produção (%)
32%
53%
Poupança Relativa ao Consumo
Atual da Parcela Climatização (%)
7%
12%
Investimento Incluindo Chiller de
Adsorção (Euros)
517 248
747 243
PRS (anos)
101
89
* Já inclui o consumo eléctrico do Chiller de Adsorção
Tabela 28 - Poupança Anual e Investimento Requerido pelo Sistema de Coletores Solares
Observa-se desde já que do ponto de vista puramente económico esta solução não será
rentável, como aliás ainda é norma nos grandes sistemas de aproveitamento de energia solar.
O sistema proposto poderia funcionar com os circuitos de distribuição atuais, fornecendo
água quente ou água refrigerada diretamente às unidades com baterias de aquecimento e
arrefecimento, mas também fornecendo ou dissipando o calor do circuito de condensação. Seria
necessário adquirir um ou mais tanques para a água refrigerada, já que a capacidade de
armazenamento desta é atualmente bastante limitada. Mas de forma a eliminar as perdas nas trocas
de calor nos permutadores, maximizando a poupança energética, propõe-se a implementação deste
75
sistema em conjunto com as medidas propostas para o AVAC atual. Os resultados encontram-se na
tabela seguinte.
Investimento
(Euros)
Poupança
Anual (kWh)
Poupança
Anual (Euros)
77 963
8 397
Chiller de Adsorção (Exclui custos de instalação)
174 648 €
670 Coletores Solares Térmicos (Exclui custos de instalação)
572 595 €
Unidades Tratamento de Ar (UTA)
25 650 €
21 765
2 344
Ventiloconvetores (Exclui Custos de Instalação e Acessórios)
49 607 €
41 557
4 476
Eletrobombas e Circuladores (Exclui custos de instalação)
68 348 €
11 844
1 276
Total
890 848 €
153 130
16 492 €
Poupança Relativa ao Consumo
Atual da Central de Produção
(%)
53%
Poupança Relativa ao Consumo
Atual da Parcela Climatização
(%)
23%
Tabela 29 - Investimento e Poupança Anual Total do Sistema AVAC Solar
5.6 Síntese de Estudos Existentes Relativos à Envolvente do Edifício
Ao longo dos anos, algumas medidas relativas à envolvente do edifício têm sido identificadas
e estudadas. Todos os envidraçados no edifício são compostos por vidros simples, sendo que a área
total destes corresponde a 60% da área total de fachada, de acordo com informações recolhidas
durante o levantamento energético. A substituição destes vidros por vidros duplos permitiria reduzir
as perdas em regime de aquecimento e os ganhos térmicos em regime de arrefecimento. O mesmo
resultado poderia ser obtido para a envolvente opaca, com a instalação de algum tipo de isolamento
térmico, que o edifício não possui atualmente.
De acordo com [1], é possível obter uma poupança anual no consumo associado à
climatização de 14000 kWh, com a substituição dos vidros simples por vidros duplos com caixa de ar.
Os envidraçados horizontais existentes nas áreas de circulação do piso 3 foram igualmente
alvo de análise. Esta instalação não possui proteção solar, o que significa que a temperatura nestes
espaços durante o verão é demasiado elevada. O escoamento das correntes de convecção natural
do átrio interior é igualmente feito para estes espaços, agravando a situação. A instalação de algum
tipo de proteção solar nestes envidraçados poderia aumentar o nível de conforto dos ocupantes [1].
76
5.7 Análise Conjunta de todas as Medidas Propostas
Na tabela seguinte apresentam-se os resultados do impacto das medidas apresentadas no
consumo de energia do edifício.
Medidas
Poupança
Anual (kWh)
Poupança
Anual (Euros)
Investimento
(Euros)
Redução Emissões
CO2 (tonCO2e)
Implementação de estratégias de
controlo do consumo de energia
192816
20766
0
91
Susbstituição das Lâmpadas T8 por
Lâmpadas T5 com Balastros
Electrónicos nos Corredores Interiores
55 239
5 949
6 128
26
Alterações aos componentes do
sistema de climatização actual
75 167
8 095
149 600
35
Implementação de um sistema de
climatização com chiller de adsorção
assistido por colectores solares
térmicos
77 963
8 397
890 848
37
Total
401 185
43 208
1 046 576
189
Poupança Anual Global (%)
20,08%
PRS
24 anos e 2 meses
Consumo Específico de Energia
2
Elétrica (kWh/m .ano)
60
Tabela 30 - Poupança Anual Global com Implementação de Todas as Medidas Apresentadas
5.8 Análise Financeira de Investimentos Economicamente Viáveis
A substituição integral do sistema AVAC de qualquer edifício é uma medida dispendiosa, que
normalmente apresenta períodos de retorno de capital elevados, tornando o investimento pouco
atrativo em termos económicos. De acordo com [4], todas as medidas com PRS abaixo de 8 anos são
de implementação obrigatória após a auditoria energética, mas hoje em dia procuram-se períodos de
retorno a rondar os 2 ou 3 anos, de acordo com o projeto Campus Sustentável. Procurou-se então
realizar uma análise financeira dos investimentos possíveis para valores de poupança e períodos de
retorno típicos, com base nos consumos anuais de energia determinados através das medições
efetuadas. Os resultados relativamente às duas maiores parcelas de consumo de energia do edifício,
a iluminação e o AVAC, são ilustrados de seguida.
77
Investimento
Iluminação
300.000 €
250.000 €
PRS 3 anos
200.000 €
PRS 5 anos
150.000 €
PRS 8 anos
100.000 €
50.000 €
Poupança
(Euros)
0€
0%
20%
40%
60%
Gráfico 21 - Investimento Associado a Valores de Poupança na Iluminação com PRS fixo
Investimento
AVAC
350.000 €
300.000 €
250.000 €
PRS 3 anos
200.000 €
PRS 5 anos
PRS 8 anos
150.000 €
100.000 €
50.000 €
Poupança
(Euros)
0€
0%
20%
40%
60%
Gráfico 22 - Investimento Associado a Valores de Poupança no AVAC com PRS fixo
78
6. Recomendações
O potencial de economia no consumo de energia no edifício não se limita às medidas
apresentadas. Na tabela seguinte indicam-se medidas e estudos com o intuito de promover a
eficiência energética no edifício.
Parcela do Consumo
Recomendação
Iluminação
Estudo dos níveis de iluminação nos espaços de gabinetes, salas de aulas, salas de estudo e
restantes espaços onde a iluminação é feita através de lâmpadas fluorescentes TL-D T8, para
avaliar a substituição destes equipamentos por lâmpadas Retrofit T5 de 32 W com Balastro
Electrónico
Iluminação
Considerar a sectorização da iluminação nos corredores interiores, de forma a reduzir o número de
equipamentos ligados durante o dia, mantendo níveis de iluminação acima dos indicados por [13]
Iluminação
Bloquear o acesso dos utilizadores das salas de estudo aos quadros eléctricos dos espaços de
forma a possibilitar a implementação de horários pré-estabelecidos para a iluminação nestas
salas.
Iluminação
Elaborar um panfleto com indicação do consumo de energia e poupança possível associada às
salas de estudo, no sentido de justificar a implementação de medidas ao nível da iluminação
AVAC - Distribuição
Estudos relativos aos caudais e temperaturas nos permutadores de calor existentes, de forma a
determinar a eficiência da permuta e possíveis medidas no sentido de aumentar a eficiência global
do sistema de climatização
AVAC - Eletrobombas e
Circuladores
Estudos detalhados dos caudais e cargas térmicas em cada circuito de distribuição, de forma a
averiguar a possibilidade de reduzir a potência instalada em electrobombas e circuladores
AVAC - Eletrobombas e
Circuladores
Na sequência da recomendação anterior, averiguar a possibilidade de introduzir variadores
electrónicos de velocidade (VEV), nas electrobombas e circuladores,de forma a adaptar a
velocidade dos motores às cargas térmicas do sistema
AVAC - Ventiladores de
Extração/Insuflação
Averiguar as classes de eficiência dos ventiladores de extracção e insuflação em todo o edifício,
de forma a determinar se é possível a sua substituição por equipamentos com níveis de eficiência
superiores
Envolvente
Estudos relativamente ao impacto do conserto de todos os estores avariados ao longo do edifício,
de forma a determinar se o incremento da protecção solar nestes espaços se traduz numa
redução dos consumos de energia associados à climatização
Tabela 31 - Recomendações para a Promoção da Eficiência Energética no Edifício
79
7. Gestão de Energia
A implementação de um sistema de gestão de energia é uma medida fundamental para o
controlo e monitorização dos consumos energéticos do edifício, permitindo a rápida resolução dos
problemas detetados e a identificação de medidas simples que promovam a eficiência energética. Os
contadores digitais instalados desde Julho de 2012 no Campus da Alameda e no âmbito do projeto
Campus Sustentável do IST, assim como o histórico das leituras dos contadores promovidas pelo
Núcleo de Manutenção do IST, permitem uma análise rápida dos padrões de consumo não só do
Pavilhão de Civil mas da maioria dos edifícios no IST atualmente. Algumas medidas simples, sem
custos associados e de rápida execução têm vindo a ser implementadas.
A manutenção dos equipamentos é outro fator importante para o bom desempenho
energético de qualquer edifício. No Pavilhão de Civil existe uma equipa em permanência encarregada
da manutenção de todos os equipamentos associados à climatização. Os equipamentos de maior
consumo como os chillers ou a torre de arrefecimento são alvos de inspeções periódicas para garantir
o seu bom funcionamento, enquanto que as unidades terminais espalhadas pelos pisos são
normalmente apenas alvo de manutenção quando algum problema que afete a funcionalidade dos
equipamentos é comunicado. Relativamente à iluminação ou qualquer outra instalação elétrica no
edifício, existe apenas a substituição dos equipamentos quando estes deixam de funcionar. A
responsabilidade destas tarefas cabe normalmente ao eletricista permanente do edifício.
Aos responsáveis pela gestão de energia no Pavilhão de Civil cabe a responsabilidade de
sensibilizar todos os utilizadores do edifício para a utilização eficiente de todos os equipamentos
consumidores de energia, estabelecer metas para o consumo energético, promover medições do
consumo de energia, com especial atenção aos equipamentos de maior consumo, de forma a detetar
qualquer anomalia ou desvios inesperados e otimizar o plano de manutenção dos equipamentos.
Propõe-se a seguinte matriz de gestão de energia.
80
Tabela 32 - Matriz de Gestão da Energia
Fonte: ―Auditoria Energética à Escola EB1 + JI de São Julião do Tojal, Loures‖ [34]
81
8. Conclusões
A desagregação integral dos consumos energéticos do Pavilhão de Civil, através de
medições de energia elétrica nos quadros do edifício nunca tinha sido realizada até à data.
Estimativas desta desagregação baseavam-se em informações obtidas através de simulações
dinâmicas, com base nas necessidades térmicas e nas características dos equipamentos instalados
no edifício. O trabalho apresentado procurou avaliar o desempenho energético do edifício com base
nos seus consumos reais, com a construção de um modelo de consumo anual baseado nos
resultados das medições efetuadas.
Como era esperado a parcela relativa à climatização revelou ser a de maior consumo no
edifício. Foram observados consumos de energia significativos em regime noturno e de fim-desemana, que contribuem para este facto. Existe a hipótese de desligar manualmente todos os
equipamentos associados ao AVAC, enquanto os dois relógios que controlam o funcionamento do
sistema não forem analisados e reconfigurados, de forma a permitir o shutdown automático de todos
os equipamentos. Foi proposta a reestruturação do sistema de distribuição atual e a substituição da
central de produção de frio e calor por uma central associada a um sistema de coletores solares
térmicos. Estas propostas não são rentáveis do ponto de vista puramente económico, mas permitem
uma poupança significativa no consumo de energia anual do edifício. Os investimentos foram
determinados com base em preços de tabela, obtidos em catálogos disponíveis online ou outras
fontes, por isso existe a hipótese dos valores envolvidos nestes investimentos serem negociados
diretamente com as respetivas empresas, de forma a reduzir o investimento inicial e tornar o projeto
mais atrativo do ponto de vista económico.
A opção por um sistema de climatização ―verde‖, utilizando fontes de energia renováveis e
equipamentos que não utilizam refrigerantes nocivos para o ambiente, traz inúmeras vantagens que
podem ter algum peso face a investimentos que hoje em dia ainda não são rentáveis. A tecnologia de
adsorção proposta assenta neste pressuposto. Os chillers de adsorção apresentam um consumo de
energia elétrica muito reduzido, utilizam apenas materiais não nocivos para o ambiente, não
necessitam de grandes operações de manutenção e podem ser utilizados em conjunto com fontes de
energia renováveis. A tecnologia é ainda bastante recente, o que significa que a implementação deste
sistema tornaria o edifício uma referência no âmbito da eficiência energética.
As lâmpadas e respetivos balastros utilizados pela maioria dos espaços no edifício: lâmpadas
fluorescentes TL-D T8 com balastro ferromagnético, poderiam ser facilmente substituídas por
lâmpadas T5 com balastro eletrónico com uma redução significativa do consumo de energia elétrica.
Já existem lâmpadas T5 equipadas em tubos T8 que permitem a substituição rápida dos
equipamentos sem necessidade de trocar as luminárias. Foram igualmente identificados alguns
espaços, com boa iluminação natural, onde a iluminação poderia permanecer desligada durante o
dia.
82
Nos gabinetes, secretariados e salas de bolseiros, nomeadamente nos pisos 2 e 3, a
utilização dos equipamentos consumidores de energia poderia ser mais eficiente. As medições
efetuadas permitiram concluir que a grande maioria dos computadores e outros equipamentos de
escritório ligados nas tomadas não são desligados durante a noite. Por vezes as medidas que
aparentam maior simplicidade são as mais difíceis de implementar, porque dependem da colaboração
de todos os utilizadores do edifício, mas um programa de sensibilização contundente poderá permitir
reduzir eficazmente o consumo de energia associado a estes espaços.
Existe também algum potencial de economia com a implementação de medidas relacionadas
com a envolvente do edifício. Sugere-se um estudo focado exclusivamente nesta área, de forma a
quantificar as possíveis poupanças.
Um dos objetivos deste trabalho passava pela criação de um documento com informação
completa e detalhada sobre o edifício e equipamentos consumidores de energia instalados, que
pudesse servir de base para estudos futuros sobre a eficiência energética do edifício. Existiu um
esforço no sentido de recolher e agrupar toda a informação existente sobre o edifício. Todos os
documentos produzidos, alterados ou apenas recolhidos foram postos à disposição do projeto
Campus Sustentável e do Núcleo de Manutenção do IST.
83
9. Referências Bibliográficas
[1] Onésimo Silva (2009), ―Eficiência Energética do Pavilhão de Civil do Instituto Superior Técnico‖,
Relatório de Estágio para Admissão na Ordem dos Engenheiros
[2] Onésimo Silva (2010), ―Estudo Prévio para Reabilitação da Instalação de AVAC do Pavilhão de
Civil do Instituto Superior Técnico‖, Relatório Interno Núcleo de Manutenção do IST
[3] Decreto-Lei nº 79/2006 de 4 de Abril (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em
Edifícios - RSECE), Diário da República — I Série-A N.º 67— 4 de Abril de 2006
[4] Despacho nº 17449/2008 (Auditorias Energéticas), Diário da República, 2.ª série — N.º 123 — 27
de Junho de 2008
[5] Levantamento_de_Espaços_Pav.Civil_IST_2012.xls, Documento produzido no âmbito da tese de
mestrado
[6] Instituto Superior Técnico 1ª Fase, ―Instalação de Aquecimento, Ventilação e Condicionamento de
Ar – Manual da Instalação‖, Documento do Núcleo de Manutenção do IST
[7] ―Construção do Pavilhão de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico – Acabamentos da 2ª
Fase: 3ª Parte – Instalações e Equipamentos Mecânicos‖, Documento do Núcleo de Manutenção do
IST
[8] Tiago Vilhena (2011), Levantamento Energético do Pavilhão de Civil do IST, Documento produzido
no âmbito da tese de mestrado do aluno Tiago Vilhena do IST
[9] Levantamento_Energetico_Pav.Civil_IST_2012.xls, Documento produzido no âmbito da tese de
mestrado
[10] Rede_Eletrica_Pav.Civil_IST_2012.xls, Documento produzido no âmbito da tese de mestrado
[11] Consumos_Diarios_Referencia_Pav.Civil_IST_2012.xls, Documento produzido no âmbito da tese
de mestrado
[12] http://energist.ist.utl.pt
[13] Despacho nº 17313/2008 (Emissões), Diário da República, 2.ª série — N.º 122 — 26 de Junho de
2008
[14] Decreto-Lei nº 80/2006 de 4 de Abril (Regulamento das Características de Comportamento
Térmico dos Edifícios - RCCTE), Diário da República — I Série-A N.º 67— 4 de Abril de 2006
[15] CIBSE (2004), ―Guide F – Energy efficiency in buildings‖, 2nd Edition, The Chartered Institution of
Building Services Engineers London
[16] Norma Europeia EN 12464-1, ―Light and lighting – Lighting of work places‖
[17] ecotreecity, Eficiência Energética, Lda, Lâmpada Retrofit T5
[18] www.geradordeprecos.info
84
[19] LuxMagna, Catálogo Ventiloconvectores
[20] decflex, Equipamento de Ventilação, Lda, Catálogo Ventiloconvectores
[21] Regulamento nº 1005/2009 do Parlamento Europeu de 16 Setembror 2009 relativo a substâncias
que empobrecem a camada de ozono, Official Journal of the European Union, L 286/1, 31.10.2009
[22] Diretiva Europeia (EC) nº 640/2009 de 22 Julho, Requisitos para o ecodesign de motores
elétricos, Official Journal of the European Union, L 191/26, 23.7.2009
[23] Norma Europeia IEC 60034-30, Classes de eficiência para motores elétricos
[24] http://energia.dashofer.pt/artigo_climasol.pdf
[25] Hans-Martin Henning (2004), ―Solar-Assisted Air-Conditioning in Buildings – A Handbook for
Planners‖, SpringerWienNewYork
[26] www.ppiway.com/brands-solutions/eco-max
[27] www.ppiway.com/sites/default/files/download/submittal_ad3-e.pdf
[28] www.ppiway.com/sites/default/files/download/chilled_water_45.pdf
[29] www.gbunet.de/outgoing/nak-prospect.pdf
[30] INETI, ―SOLTERM 5‖, Programa para Análise de Desempenho de Sistemas Solares Térmicos e
Fotovoltaicos
[31] www.lusosol.com
[32] www.tutiempo.net
[33] www.aguaquentesolar.com/publicacoes/27/14-guia%20pr%20instaladores.pdf
[34] José Lourenço (2010), ―Auditoria Energética à Escola EB1 + JI de São Julião do Tojal, Loures‖,
Instituto de Soldadura e Qualidade
85
Anexos
86
Anexo 1 – Potências medidas com Analisadores de Tomada
Descrição do Equipamento
Computador com Monitor LCD
Computador com Monitor CRT
Potência Média (W)
100 (70+30)
150
Consumo Diário (kWh)
-
Computador Portátil
Computador Portátil com Monitor LCD
15
45
-
Impressora Laser Gabinete Docente
Impressora Tinta Gabinete Docente
Impressora Laser Gabinete Secretariado
-
0,135
0,14
0,24
Faxe
Scanner
Impressora Laser Multifunções em Rede (Comum)
-
0,25
0,17
1,12
Fotocopiadora em Rede (Comum)
Plotter em Rede (Comum)
-
0,55
0,6
Candeeiro de Mesa
Ventoinha de Mesa
Frigorífico
20
110
0,03
-
Micro-ondas
Aquecedores Portáteis
Televisão
1100
1500
60
-
Máquina de Café
Projetor de Teto
220
2,04
-
Retroprojetor de Mesa
Sistema de Videoconferência
Televisão LCD
310
215*
120*
-
Chaleira Elétrica
Sistema Microfones
Sistema de Colunas
900
40*
60*
-
*Estimativas com base em pesquisa de catálogos online.
Iluminação
Fluorescente Tubular TL-D T8
Potência Nominal (W)
58
Potência Lâmpada + Balastro (W)
72
Fluorescente Tubular TL-D T8
Fluorescente Tubular TL-D T5
Fluorescente Tubular TL-D T5 (Balastro Eletrónico)
36
18
14
57
27
14
Fluorescente PL-Q Pro
Fluorescente Compacta PL-C 2P
16
10
21,5
15,5
Halogéneo
Halogéneo
Iodetos Metálicos
50
35
250
62
44
418
88
Anexo 2 – Listagem de Medições
A.2.1 – Medições com Analisadores de Energia Não Associadas à Climatização
Quadro
Período
Dia de Semana
Sábado
Domingo
Objetivo
Q.E.1
Q.E.2
Q.E.3
11-07-2012 a 12-07-2012
11-07-2012 a 12-07-2012
22-01-2013 a 23-01-2013
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não
Não
Não
Q.D.3.1
03-07-2012 a 04-07-2012
Sim
Não
Não
Q.D.3.2
03-07-2012 a 04-07-2012
Sim
Não
Não
Q.D.3.3
04-07-2012 a 05-07-2012
Sim
Não
Não
Q.D.3.1
28-09-2012 a 01-10-2012
Não
Sim
Sim
Q.D.3.2
28-09-2012 a 01-10-2012
Não
Sim
Sim
Q.D.3.1
15-01-2013 a 16-01-2013
Sim
Não
Não
Q.D.3.2
15-01-2013 a 16-01-2013
Sim
Não
Não
Q.D.3.3
15-01-2013 a 16-01-2013
Sim
Não
Não
Q.D.2.1
11-06-2012 a 12-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.2.2
04-06-2012 a 05-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.2.3
31-05-2012 a 01-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.2.1
16-01-2013 a 17-01-2013
Sim
Não
Não
Q.D.2.2
16-01-2013 a 17-01-2013
Sim
Não
Não
Q.D.2.3
16-01-2013 a 17-01-2013
Sim
Não
Não
Q.EM.2.1
25-06-2012 a 26-06-2012
Sim
Não
Não
Q.EM.2.2
05-06-2012 a 06-06-2012
Sim
Não
Não
Q.EM.2.3
31-05-2012 a 01-06-2012
Sim
Não
Não
Consumo Elevadores Torre Sul
Consumo Elevadores Torre Norte
Consumo Elevadores Torre Central
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Sul
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Norte
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Poente
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Sul Fim-de-semana
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Norte Fim-de-semana
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 3
Bloco Nascente Sul
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 3
Bloco Nascente Norte
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 3
Bloco Poente
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Sul
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Nascente Norte
Consumo Iluminação/Equipamentos Piso 3 Bloco
Poente
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 2
Bloco Nascente Sul
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 2
Bloco Nascente Norte
Avaliar Consumo Aquecedores Portáteis Piso 2
Bloco Poente
Avaliar Consumo de Equipamentos e Iluminação
Comum Piso 2 BN Sul
Avaliar Consumo de Equipamentos e Iluminação
Comum Piso 2 BN Norte
Avaliar Consumo de Equipamentos e Iluminação
Comum Piso 2 BP
Valor Total Medido
(kWh)
65.75
25.01
19.42
61.55
72.07
163.99
59.49
147,87
276,54
250,97
149,76
156,15
285,04
166,39
260,83
281,5
8,41
4,35
1,96
89
Q.D.2.3 Secadores
27-07-2012 a 30-07-2012
Sim
Sim
Sim
Avaliar Consumo Secadores Mãos Valor de
Referencia para Pisos 2 e 3
0,92 (2 Secadores)
Q.D.2.3 UE 4.24/4.25
26-07-2012 a 27-07-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Unidade Evaporadora, Valor de
Referência Todas as Unidades Piso
6,1
Q.D.1.1
23-07-2012 a 24-07-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Iluminação Comum Piso 1 e
Gabinete FUNDEC
62,05
Q.LTI1
31-01-2013 a 01-02-2013
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo LTI Receção e Servidores
55,83
Q.LTI2
31-01-2013 a 01-02-2013
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo LTI Iluminação
69,21
Q.D.1.2
31-01-2013 a 01-02-2013
Sim
Não
Não
Avaliar Alimentação dos Quadros do LTI
156,12
Q.UPS
31-01-2013 a 01-02-2013
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo LTI Computadores
213,94
30-07-2012 a 31-07-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Ar Condicionado Independente
V1.47
0,98 (2 horas)
24-09-2012 a 25-09-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Iluminação Hall Entrada
29,69
25-09-2012 a 26-09-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Candeeiros Fachada Exterior
20,61
Q.D.0.1.1
28-06-2012 a 29-06-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Máquinas de Vending no Exterior
105,74
Q.D.0.2.1
20-06-2012 a 21-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.0.2.1.10
20-06-2012 a 21-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.0.3.1
18-06-2012 a 21-06-2012
Sim
Não
Não
Q.D.0.3.2 Secadores
30-07-2012 a 31-07-2012
Sim
Não
Não
Q.D.0.1.2
25-09-2012 a 26-09-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Iluminação e Equipamentos Bar
273,11
237,68
Q.D.1.3 Disjuntor AC
V1.47
Q.D.0.1.2 Ilum. Hall
Entrada
Q.D.0.1.2 Candeeiros
Fachada
Avaliar Consumo Iluminação e Portáteis dos Alunos
Salas de Estudo
Avaliar Consumo Iluminação e Portáteis dos Alunos
Sala 0.22
Avaliar Consumo das Salas V0.14, V0.15, 0.19 e
Receção
Avaliar Consumo Secadores de Mãos WC Torre
Central
500,8
131,07
88,44
0,42
Q.D.0.3.3
18-07-2012 a 19-07-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Iluminação e Equipamentos
Restaurante
QP0S
28-06-2012 a 29-06-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Bombas de Calor do Bar
13,85
QP0N
23-07-2012 a 24-07-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Climatização Zona 24h
1,44
Q.D.0.2.2
25-06-2012 a 26-06-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Iluminação Patamares e WC's
Torre Norte Pisos 01 a 3
85,3
Q.D.01.2.1
06-07-2012 a 09-07-2012
Sim
Sim
Sim
Avaliar Consumo Iluminação Comum Norte e
Laboratórios Fim de Semana
49,08
90
Avaliar Consumo Iluminação Comum Norte, VA5 e
VA6 Regime Aulas
Avaliar Consumo Iluminação Comum Sul, VA1 e
VA2 Regime Aulas
Avaliar Consumo Espaços Centro de Congressos
Piso 01
Q.D.01.2.1
27-09-2012 a 28-09-2012
Sim
Não
Não
Q.D.01.1.1
26-09-2012 a 27-09-2012
Sim
Não
Não
Q.D.01.1.2
09-07-2012 a 10-07-2012
Sim
Não
Não
Q.D.01.2.1
Laboratórios
27-09-2012 a 28-09-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Laboratórios
9,82
Q.D.01.1.1 Biblioteca
26-09-2012 a 27-09-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Biblioteca
79,87
Q.D.02.1
09-07-2012 a 10-07-2012
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Central Ar Comprimido
115,69 (Só 24 h)
Avaliar Consumo Iluminação Comum Piso 02 e
Gabinetes Piso 02
Avaliar Consumo Câmaras Frigoríficas Laboratórios
02
152,62
195,92
62,93
94,89
TR2 QGBT Central Ar
Comprimido
01-10-2012 a 03-10-2012 (Dia
3 Incompleto)
01-10-2012 a 03-10-2012 (Dia
3 Incompleto)
Q.D.02.3.3
03-10-2012 a 04-10-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Equipamentos Secundários
Associados à Central Ar Comprimido
48,25
Q.D.02.2.3*
02-03-2012 a 05-03-2012
Sim
Sim
Sim
Avaliar Consumo Laboratório de Construção
71,79
Q.D.02.3.4*
30-01-2012 a 02-02-2012 (Dia
2 Incompleto)
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Laboratório Hidráulica
477,12 (Só 48 h)
Q.D.02.2.1*
01-03-2012 a 02-03-2012
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Oficina e Gabinetes LERM
14,09
Q.D.02.2.2*
07-02-2012 a 09-02-2012 (Dia
9 Incompleto)
Sim
Não
Não
Avaliar Consumo Laboratórios Geotecnia
48,42 (Só 24 h)
Não
Avaliar Consumo Iluminação e Equipamentos
LERM Zona A
49,76
Q Cam Frigoríficas
Q.D.02.3.2
03-10-2012 a 04-10-2012
Sim
Não
30,78 (Só 24 h)
91
A.2.2 – Medições com Pinça Multimétrica Não Associadas à Climatização
Equipamento
Piso
Potência Medida (W)
Bastidor P
-2
25
Bastidor Q
-2
150
Câmeras Vídeo
-1
15
Bastidor N
-1
50
Bastidor O
-1
85
Câmeras Vídeo
0
Total 332 W
Bastidor M
0
100
Bastidor J
1
7
Bastidor I (1.45)
1
35
Bastidor I (LTI Servidores)
1
305
Sistema Portas Acesso
2,3
5
Bastidor F
2
88
Bastidor E
2
65
Bastidor G
2
50
Bastidor H
2
72
Bastidor B
3
50
Bastidor A
3
50
Bastidor ISTAR
3
7
Bastidor C
3
47
Bastidor D
3
58
92
A.2.3 – Medições com Analisadores de Energia Associadas à Climatização
Quadro/
Equipamento
Período
Dia de
Semana
Sábado
Domingo
Objetivo
Valor Total
Medido (kWh)
QGAC1
12-07-12 a 13-07-12
Sim
Não
Não
Consumo Total Climatização BN Verão
957,85
QGAC2
12-07-12 a 13-07-12
Sim
Não
Não
Consumo Total Climatização BP Verão
1240,06
QGAC1
31-10-12 a 03-11-12
Sim
Sim
Não
QGAC2
06-11-12 a 07-11-12
Sim
Não
Não
QEMAC1
30-10-12 a 31-10-12
Sim
Não
Não
QEMAC2
30-10-12 a 31-10-12
Sim
Não
Não
QGAC1
18-01-13 a 21-01-13
Sim
Sim
Sim
Consumo Total Climatização BN Inverno
1997,80
QGAC2
17-01-13 a 18-01-13
Sim
Não
Não
Consumo Total Climatização BP Inverno
1390,46
Chiller 2
30-10-12 a 31-10-12
Sim
Não
Não
Consumo do Chiller em Stand-By
75,39
Chiller 2
17-01-13 a 18-01-13
Sim
Não
Não
Consumo do Chiller Regime Aquecimento
1005,72
Chiller 2
28-02-13 a 07-03-13
Sim
Sim
Sim
Comparação com valores de Janeiro
4633,34
Chiller 1
08-03-13 a 15-03-13
Sim
Sim
Sim
Comparação entre o consumo dos dois
chillers
3231,79
Climatização LTI
06-07-12 a 09-07-12
Sim
Sim
Sim
Consumo Climatização LTI Verão
785,79
Climatização LTI
31-10-12 a 05-11-12
Sim
Sim
Sim
Consumo Climatização LTI Entre
Estações
1508,71
Climatização LTI
18-01-13 a 22-01-13
Sim
Sim
Sim
Consumo Climatização LTI Inverno
679,35
UTA5
30/10/2012
Sim
Não
Não
Consumo Padrão UTAs
Constante 579 W
UTA9
06-11-12 a 07-11-12
Sim
Não
Não
Consumo Padrão UTAs
64,50
UTA10
29-10-12 a 30-10-12
Sim
Não
Não
Consumo Padrão UTAs
129,82
UTAN1
29-10-12 a 30-10-12
Sim
Não
Não
Consumo Padrão UTANs
3,21
UTAN6
07-11-12 a 08-11-12
Sim
Não
Não
Consumo Padrão UTANs
12,20
Consumo Total Climatização BN Entre
Estações
Consumo Total Climatização BP Entre
Estações
Consumo Climatização Associado ao
Circuito de Emergência
Consumo Climatização Associado ao
Circuito de Emergência
964,93
639,16
174,54
208,45
93
A.2.4 – Medições com Pinça Multimétrica Associadas à Climatização
Equipamento
Tipo
Potência Medida (W)
Equipamento
Tipo
Potência Medida (W)
UTA1
UTA2
UTA3
UTA7
UTA8
UTA10
UTA11
UTA12
UTA13
B7
B3
B4
B1A
B5
B17
B19
B20
C11
C12
C15
C16
C17
C3
C9
C24
C23
C19
C20
C21
C4
C5
C6
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Ventilador da UTA
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Eletrobomba
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
Circulador
618
345
257
850
1431
927
481
486
420
6075
4250
7620
7280
751
2375
6075
3140
374
319
523
264
65
92
325
1427
495
160
285
432
171
75
73
VE7
VE8
VE9
VI5
VE23
VE30
VE32
VE33
VE34
VE20
VE14
VE3
VE6
VE13
VE17
VI3
VE1
VE2
VE4
VE5
VE18
VE21
VE25
VE28
VE22
VE24
VE27
VE26
VE42
VE43
VE15
VE16
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Insuflação
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Insuflação
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
Ventilador Extração
3515
400
503
534
4230
35
122
157
268
296
205
56
70
227
65
534
80
128
1250
950
410
357
640
183
202
58
136
33
61
100
257
159
94
Anexo 3 – Consumos Diários de Referência
A.3.1 – Regimes Considerados
95
96
A.3.2 – Consumos Diários de Referência Não Associados à Climatização
Consumos Diários de Referência (kWh) [32]
Regimes (Datas Relativas ao Ano Letivo 2011/2012)
Torres e
Cobertura
Torre Norte
Regime Inverno
Regime Verão
Serviços (Instalações Técnicas)
Elevadores
Regime Férias
Edifício Fechado
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
114,06
34,56
114,06
34,56
114,06
34,56
34,56
34,56
Regime Inverno
Regime Verão
Gabinetes/ Secretariados/ Bolseiros
Piso 3
Regime Entre
Estações
Regime Entre
Estações
Regime Férias
Edifício Fechado
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Iluminação Local
109,44
16,53
76,37
12,56
76,37
12,56
0,00
0,00
Computadores
172,93
141,72
155,07
129,02
176,26
144,08
138,27
138,27
Outros Equipamentos de Escritório
54,72
44,12
49,96
40,49
55,61
44,80
43,14
43,14
Equipamentos.de Climatização Portáteis
1,22
0,00
1,22
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Aquecedores Portáteis
297,05
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
2,59
0,00
2,59
0,00
2,59
0,00
0,00
0,00
Computadores
3,00
0,00
3,00
0,00
3,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
0,33
0,00
0,33
0,00
0,33
0,00
0,00
0,00
Iluminação Comum (Corredores)
82.54
51.09
69.57
50.66
69.57
50.66
47,85
47,85
Equipamentos Comuns
8.21
5.45
8.21
5.45
8.21
5.45
5,45
5.45
Iluminação Local
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
0,03
0,00
0,03
0,00
0,03
0,00
0,00
0,00
Laboratórios
Serviços
97
Regime Inverno
Regime Entre
Estações
Regime Verão
Gabinetes/Secretariados/Bolseiros
Piso 2
Regime Férias
Edifício Fechado
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Iluminação Local
187,44
23,17
146,75
17,38
146,75
17,38
0,00
0,00
Computadores
182,99
121,39
182,99
121,39
182,99
121,39
121,39
121,39
Outros Equipamentos de Escritório
52,80
41,62
52,80
41,62
52,80
41,62
41,62
41,62
Equipamentos.de Climatização Portáteis
3,00
0,00
15,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Aquecedores Portáteis
173,46
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
0,92
0,00
0,92
0,00
0,92
0,00
0,00
0,00
Computadores
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Equipamentos de Laboratório
1,44
1,44
1,44
1,44
1,44
1,44
1,44
1,44
Iluminação Comum (Corredores)
209,60
50,42
194,69
49,99
194,69
49,99
79,74
46,25
Equipamentos Comuns
9,72
6,96
9,72
6,96
9,72
6,96
6,96
6,96
Iluminação Local
3,89
0,00
3,89
0,00
3,89
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
2,64
2,64
2,64
2,64
2,64
2,64
2,64
2,64
Laboratórios
Serviços
Regime Aulas
Regime Exames
Regime Férias Edifício Aberto
Salas de Aulas
Piso 1
Regime Férias Edifício
Fechado
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana Sábado
Domingo
Iluminação Local
164,89
15,28
0,00
116,57
27,19
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
37,54
0,00
0,00
1,27
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
87,43
49,18
6,22
70,72
49,18
6,22
38,47
6,22
6,22
6,22
6,22
6,22
Computadores
177,15
140,83
128,55
150,51
137,69
128,55
135,35
128,55
128,55
128,55
128,55
128,55
Outros Equipamentos de Escritório
51,18
45,98
43,18
47,45
45,98
43,18
45,05
43,18
43,18
43,18
43,18
43,18
3,73
0,00
0,00
3,73
0,00
0,00
3,73
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
LTI - Laboratórios
Gabinetes
Iluminação Local
98
Computadores
3,18
0,00
0,00
3,18
0,00
0,00
3,18
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
5,63
0,00
0,00
5,63
0,00
0,00
5,63
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Equipamentos.de Climatização Portáteis
1,94
0,00
0,00
4,67
0,00
0,00
3,22
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Comum (Corredores)
160,05
109,88
50,12
164,57
110,01
50,25
157,40
109,84
50,07
66,61
33,12
33,12
Equipamentos Comuns
11,09
8,33
8,33
9,25
8,33
8,33
9,25
8,33
8,33
8,33
8,33
8,33
Iluminação Local
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Serviços
Regime Aulas
Regime Exames
Regime Férias Edifício Aberto
Salas de Estudo (Zona 24 h)
Regime Férias Edifício
Fechado
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana Sábado
Domingo
Iluminação Local
207,76
83,10
41,55
272,39
272,39
272,39
159,29
63,72
31,86
0,00
0,00
0,00
Computadores
81,78
32,43
16,75
134,04
131,72
131,72
40,89
16,21
8,37
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
3,05
3,05
3,05
3,05
3,05
3,05
3,05
3,05
3,05
2,64
2,64
2,64
Equipamentos.de Climatização Portáteis
3,76
0,00
0,00
4,25
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
51,85
14,73
0,00
61,10
14,73
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Computadores
8,00
0,00
0,00
8,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
6,14
0,00
0,00
2,31
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Comum Interior
158,15
152,67
152,67
160,57
154,22
154,30
156,73
152,21
152,12
115,81
82,32
82,32
Iluminação Comum Exterior
27,11
27,07
27,07
27,63
27,48
27,63
22,91
23,55
23,37
21,59
21,59
21,59
Equipamentos Comuns
15,59
14,75
14,75
15,59
14,75
14,75
15,59
14,75
14,75
12,89
12,89
12,89
Máquinas de Vending
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
21,02
Iluminação Local
18,17
6,73
6,73
18,17
6,73
6,73
18,17
6,73
6,73
6,73
6,73
6,73
Computadores
3,00
2,40
2,40
3,00
2,40
2,40
3,00
2,40
2,40
2,40
2,40
2,40
Outros Equipamentos de Escritório
1,86
1,68
1,68
1,86
1,68
1,68
1,86
1,68
1,68
1,68
1,68
1,68
Salas de Aulas
Piso 0
Serviços
Bar
99
Iluminação Local e Todos Equipamentos
222,81
176,14
56,06
222,81
176,14
56,06
177,64
164,13
56,06
56,06
56,06
56,06
237,68
143,12
143,12
225,35
143,12
143,12
143,12
143,12
143,12
143,12
143,12
143,12
Restaurante
Iluminação Local e Todos Equipamentos
Regime Aulas
Regime Exames
Regime Férias Edifício Aberto
Salas de Aulas
Regime Férias Edifício
Fechado
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana Sábado
Domingo
Iluminação Local
195,37
0,00
0,00
18,21
0,00
0,00
2,77
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
11,11
0,00
0,00
1,82
0,00
0,00
0,29
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
15,84
0,00
0,00
15,84
0,00
0,00
6,77
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Computadores
3,30
0,00
0,00
6,60
0,00
0,00
0,71
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Equipamentos de Laboratório
2,18
0,00
0,00
2,18
0,00
0,00
2,34
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Aquecedores Portáteis
10,31
0,00
0,00
20,31
0,00
0,00
4,44
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
61,92
0,00
0,00
32,05
0,00
0,00
72,58
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Computadores
0,95
0,00
0,00
0,47
0,00
0,00
0,77
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
12,53
7,50
7,50
9,63
7,50
7,50
11,36
7,50
7,50
7,50
7,50
7,50
Iluminação Comum (Corredores)
143,71
102,65
20,53
143,71
102,65
20,53
143,71
20,53
20,53
146,23
112,75
112,75
Equipamentos Comuns
4,80
4,38
3,96
4,80
4,38
3,96
4,80
4,38
3,96
3,24
3,24
3,24
Iluminação Local
83,81
2,88
0,00
83,04
2,88
0,00
74,14
2,88
0,00
0,00
0,00
0,00
Computadores
4,49
0,24
0,24
4,49
0,24
0,24
3,95
0,24
0,24
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
4,19
2,88
2,88
4,19
2,88
2,88
4,04
2,88
2,88
2,64
2,64
2,64
Aquecedores Portáteis
3,75
0,00
0,00
7,38
0,00
0,00
1,62
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Laboratórios
Centro de Congressos
Piso 01
Serviços (Inclui Biblioteca)
100
Regime Aulas
Regime Exames
Regime Férias Edifício Aberto
Laboratórios
Regime Férias Edifício
Fechado
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana Sábado
Domingo
Iluminação Local
170,51
8,28
8,28
170,51
8,28
8,28
170,51
8,28
8,28
0,00
0,00
0,00
Computadores
11,21
0,00
0,00
11,21
0,00
0,00
11,21
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
0,14
0,00
0,00
0,14
0,00
0,00
0,14
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Equipamentos de Laboratório (Inclui Câmaras Frig.)
178,91
43,11
43,11
178,91
43,11
43,11
178,91
43,11
43,11
43,11
43,11
43,11
Iluminação Local
21,56
0,00
0,00
21,56
0,00
0,00
21,56
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Computadores
8,74
0,00
0,00
8,74
0,00
0,00
8,74
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
15,94
12,53
12,53
15,94
12,53
12,53
15,94
12,53
12,53
12,53
12,53
12,53
Iluminação Local
34,43
0,00
0,00
21,14
0,00
0,00
53,50
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
3,17
0,00
0,00
1,68
0,00
0,00
5,10
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Iluminação Comum (Corredores)
83,63
23,93
2,02
83,63
23,93
2,02
83,63
23,93
2,02
53,01
19,52
19,52
Equipamentos Comuns
5,12
4,20
4,20
5,12
4,20
4,20
5,12
4,20
4,20
4,20
4,20
4,20
Iluminação Local
19,00
0,00
0,00
19,00
0,00
0,00
19,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Outros Equipamentos de Escritório
8,87
6,75
6,75
8,87
6,75
6,75
8,87
6,75
6,75
6,75
6,75
6,75
Central de Ar Comprimido
126,04
79,81
79,81
126,04
79,81
79,81
126,04
79,81
79,81
0,00
0,00
0,00
Gabinetes
Centro de Congressos
Piso 02
Serviços
Regime Aulas
Regime Exames
Serviços
Regime Férias
Edifício Aberto
Regime Férias
Edifício Fechado
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Semana
Fim Sem.
Iluminação Comum (Garagem)
81,65
1,34
81,65
1,34
81,65
1,34
20,30
20,30
Iluminação Local
14,44
0,00
14,44
0,00
14,44
0,00
0,00
0,00
Piso 03
101
Outros Equipamentos de Escritório
0,28
0,00
0,28
0,00
0,28
0,00
0,00
0,00
Iluminação Local
0,63
0,00
0,63
0,00
0,63
0,00
0,00
0,00
Equipamentos de Laboratório
0,28
0,00
0,28
0,00
0,28
0,00
0,00
0,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
2,00
Laboratórios
Bar
Equipamentos Bar
A.3.3 – Consumos Diários de Referência Associados à Climatização
Consumos Diários de Referência Associados à Climatização (kWh)
Nº Dias
21
4
5
23
Abr-12
QGAC1
QGAC2
4
4
21
Mai-12
5
4
Jun-12
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Chillers
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
Unidades Terminais
49,49
0,00
0,00
143,80
0,00
0,00
191,33
0,00
0,00
UTAs
25,83
0,00
0,00
50,66
0,00
0,00
123,44
0,00
0,00
Ventilação
35,42
13,11
13,11
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
Bombagem
213,01
19,89
19,89
213,01
213,01
213,01
550,96
550,96
550,96
Chillers + T.A.
13,64
13,64
13,64
148,00
13,64
13,64
669,29
13,64
13,64
Unidades Terminais
17,76
0,00
0,00
77,43
0,00
0,00
117,62
0,00
0,00
UTAs
105,83
0,00
0,00
194,69
0,00
0,00
44,10
0,00
0,00
102
Ventilação
62,58
26,95
26,95
54,64
37,28
37,28
54,64
37,28
37,28
Bombagem
171,94
16,73
16,73
438,09
107,11
107,11
438,09
107,11
107,11
339,08
318,33
308,57
346,20
249,75
249,75
346,20
249,75
249,75
UTANs
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
Ventilação
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
Bombagem
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
UTANs
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
UTAs
40,85
0,00
0,00
36,76
0,00
0,00
36,76
0,00
0,00
Ventilação
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
Bombagem
0,00
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
Nº Dias
22
4
5
10
3
3
5
1
1
LTI Climatização
QEMAC1
QEMAC2
Jul-12
QGAC1
QGAC2
Ago-12 3ª Semana
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Chillers
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
Unidades Terminais
137,87
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
UTAs
180,44
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ventilação
32,78
32,78
32,78
1,27
1,27
1,27
1,27
1,27
1,27
Bombagem
550,96
550,96
550,96
7,18
7,18
7,18
7,18
7,18
7,18
Chillers + T.A.
480,58
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
Unidades Terminais
107,97
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
UTAs
169,04
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ventilação
54,64
37,28
37,28
1,27
1,27
1,27
1,27
1,27
1,27
Bombagem
438,09
107,11
107,11
7,18
7,18
7,18
7,18
7,18
7,18
312,09
256,03
256,03
0,00
0,00
0,00
242,44
198,89
198,89
UTANs
31,57
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ventilação
130,22
88,66
88,66
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Bombagem
12,75
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
LTI Climatização
QEMAC1
Ago-12 Férias Edifício Fechado
103
UTANs
58,40
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
UTAs
36,76
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Ventilação
118,79
23,45
23,45
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Bombagem
11,27
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
Nº Dias
5
0
0
10
3
3
5
1
1
QEMAC2
Ago-12 Última Semana
QGAC1
QGAC2
Set-12 3ª Semana
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Chillers
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
Unidades Terminais
68,03
0,00
0,00
191,33
0,00
0,00
191,33
0,00
0,00
UTAs
0,00
0,00
0,00
123,44
0,00
0,00
208,48
0,00
0,00
Ventilação
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
32,78
Bombagem
550,96
550,96
550,96
550,96
550,96
550,96
550,96
550,96
550,96
Chillers + T.A.
363,70
13,64
13,64
1116,67
13,64
13,64
1139,21
13,64
13,64
Unidades Terminais
67,93
0,00
0,00
117,62
0,00
0,00
117,62
0,00
0,00
UTAs
0,00
0,00
0,00
74,20
0,00
0,00
354,38
0,00
0,00
Ventilação
54,64
37,28
37,28
54,64
37,28
37,28
54,64
37,28
37,28
Bombagem
438,09
107,11
107,11
438,09
107,11
107,11
438,09
107,11
107,11
242,44
198,89
198,89
312,09
256,03
256,03
312,09
256,03
256,03
LTI Climatização
QEMAC1
Set-12 1ª Quinzena
UTANs
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
Ventilação
41,56
0,00
0,00
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
Bombagem
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
UTANs
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
UTAs
0,00
0,00
0,00
36,76
0,00
0,00
36,76
0,00
0,00
Ventilação
64,01
0,00
0,00
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
Bombagem
11,27
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
QEMAC2
104
Nº Dias
28
5
5
22
Set-12 Última Semana e Out-12
QGAC1
QGAC2
4
Nov-12
15
4
4
Dez-12 Primeiras 3 semanas
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Chillers
15,84
15,84
15,84
928,10
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
Unidades Terminais
49,49
0,00
0,00
97,21
0,00
0,00
90,44
0,00
0,00
UTAs
41,10
0,00
0,00
18,31
0,00
0,00
18,31
0,00
0,00
Ventilação
30,35
13,11
13,11
42,77
13,11
13,11
34,04
13,11
13,11
Bombagem
221,08
19,89
19,89
223,30
19,89
19,89
322,78
212,81
212,81
Chillers + T.A.
122,65
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
772,53
13,64
13,64
Unidades Terminais
17,76
0,00
0,00
91,51
0,00
0,00
85,14
0,00
0,00
UTAs
157,96
0,00
0,00
75,01
0,00
0,00
40,30
0,00
0,00
Ventilação
44,60
26,95
26,95
56,92
26,95
26,95
52,00
26,95
26,95
Bombagem
418,01
16,73
16,73
412,76
16,73
16,73
291,53
16,73
16,73
339,08
318,33
308,57
307,16
288,36
279,52
307,16
288,36
279,52
UTANs
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
Ventilação
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
Bombagem
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
UTANs
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
UTAs
40,85
0,00
0,00
20,16
0,00
0,00
20,16
0,00
0,00
Ventilação
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
Bombagem
0,00
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
Nº Dias
6
1
1
25
5
5
6
1
1
LTI Climatização
QEMAC1
4
QEMAC2
Dez-12 Última Semana
Semana
Sábado
Domingo
Jan-13
Semana
Sábado
Fev-13 Férias Edifício Aberto
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
105
QGAC1
QGAC2
Chillers
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
15,84
Unidades Terminais
45,22
0,00
0,00
97,21
0,00
0,00
17,42
0,00
0,00
UTAs
9,16
0,00
0,00
9,27
0,00
0,00
8,03
0,00
0,00
Ventilação
23,57
13,11
13,11
32,78
32,78
32,78
20,88
13,11
13,11
Bombagem
267,80
212,81
212,81
575,05
575,05
575,05
342,67
212,81
212,81
Chillers + T.A.
393,08
13,64
13,64
859,49
13,64
13,64
798,83
13,64
13,64
Unidades Terminais
42,57
0,00
0,00
91,51
0,00
0,00
16,40
0,00
0,00
UTAs
20,15
0,00
0,00
66,51
0,00
0,00
29,08
0,00
0,00
Ventilação
39,48
26,95
26,95
54,64
37,28
37,28
38,89
26,95
26,95
Bombagem
154,13
16,73
16,73
318,30
74,44
74,44
246,87
16,73
16,73
295,55
288,36
279,52
159,64
180,03
180,03
180,64
190,77
190,77
LTI Climatização
QEMAC1
UTANs
15,78
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
Ventilação
109,44
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
Bombagem
6,37
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
UTANs
29,20
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
UTAs
10,08
0,00
0,00
20,16
0,00
0,00
20,16
0,00
0,00
Ventilação
55,45
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
Bombagem
5,64
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
11,27
0,00
0,00
Nº Dias
12
2
2
21
5
5
QEMAC2
Fev-13 Aulas
QGAC1
Mar-13
Semana
Sábado
Domingo
Semana
Sábado
Domingo
Chillers
15,84
15,84
15,84
753,05
15,84
15,84
Unidades Terminais
113,57
0,00
0,00
97,21
0,00
0,00
UTAs
18,31
0,00
0,00
18,31
0,00
0,00
Ventilação
20,88
13,11
13,11
20,88
13,11
13,11
Bombagem
342,67
212,81
212,81
186,08
19,89
19,89
106
QGAC2
Chillers + T.A.
951,33
13,64
13,64
13,64
13,64
13,64
Unidades Terminais
106,93
0,00
0,00
91,51
0,00
0,00
UTAs
75,01
0,00
0,00
75,01
0,00
0,00
Ventilação
38,89
26,95
26,95
38,89
26,95
26,95
Bombagem
246,87
16,73
16,73
343,96
16,73
16,73
307,16
288,36
279,52
339,08
318,33
308,57
UTANs
31,57
0,00
0,00
31,57
0,00
0,00
Ventilação
130,22
88,66
88,66
130,22
88,66
88,66
Bombagem
12,75
0,00
0,00
12,75
0,00
0,00
UTANs
58,40
0,00
0,00
58,40
0,00
0,00
UTAs
20,16
0,00
0,00
40,85
0,00
0,00
Ventilação
118,79
23,45
23,45
118,79
23,45
23,45
Bombagem
11,27
0,00
0,00
0,00
0,00
0,00
LTI Climatização
QEMAC1
QEMAC2
Equipamentos de Climatização Fora da Rede
Verão
Inverno
20,34
14,30
107
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