Universidade de Évora – ICAAM Laboratório de Microbiologia do Solo Ana Neves José Neto Responsável: Solange Oliveira Investigadoras: Marta Laranjo Ana Alexandre 18/07/2011-22/07/2011 Rizóbios são bactérias que apresentam uma relação de simbiose com plantas leguminosas. Na relação simbiótica, as bactérias promotoras da fixação do azoto atmosférico fornecem compostos azotados às plantas e estas fornecem energia e matéria sintetizada necessária ao desenvolvimento das bactérias. A existência deste tipo de bactérias nas raízes das plantas (formando nódulos) diminui a necessidade de utilização de fertilizantes na agricultura para além de incrementar o desenvolvimento da planta. Essa diminuição vai promover uma diminuição da eutrofização que se verifica ao nível de cursos de água. O estudo deste tipo de bactérias tornase portanto essencial para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável. Procedeu-se à recolha no campo de leguminosas noduladas. Numa câmara de fluxo laminar horizontal, as raízes foram desinfectadas de modo a eliminar microrganismos indesejados. Para a desinfecção as raízes foram mergulhadas 30 seg em álcool (C2H6), 2 min em peróxido de hidrogénio (H2O2) e por fim lavadas em água (H2O). Leguminosa nodulada Preparou-se um meio de cultura propício ao desenvolvimento de colónias de rizóbio, MLA (contendo cloreto de sódio, hidrogenofosfato dipotássico, sulfato de magnésio, manitol, extracto de levedura, água e apresentando um valor de pH de cerca de 7.1) a que se adicionou Vermelho do Congo, um corante que permite a identificação de colónias de rizóbio, visto que estas apresentam uma cor esbranquiçada já que não incorporam o corante. Preparação do meio de cultura De seguida colocou-se MLA+VC em caixas de petri que foram devidamente identificadas. Após o arrefecimento do meio de cultura picaram-se os nódulos existentes nas raízes de modo a inocular em placa. Por fim, colocaram-se na estufa a 28ºC, temperatura ideal ao desenvolvimento das colónias. Colocação de placas na estufa Quando já se observavam colónias formadas no meio de cultura sólido (MLA+VC) procedeu-se ao isolamento das mesmas. Após o isolamento, uma colónia de bactérias é colocada em meio líquido, ficando em meio líquido de um dia para o outro. Isolamento de colónias Extracção de DNA Centrifugaram-se as células e adicionou-se lisozima para destruir as paredes celulares de modo a permitir a libertação do material genético para a sua extracção. Com o apoio de um kit comercial, E.Z.N.A. Bacterial DNA Kit, procedeu-se à extracção do DNA total em coluna. A coluna de extracção apresenta uma membrana onde o DNA fica retido. O DNA retido na membrana, é retirado da mesma por adição de tampão TE, sendo posteriormente transferido para microtubos. Tendo o DNA bacteriano extraído (DNA total) realiza-se uma electroforese. O DNA apresenta carga eléctrica negativa e como tal vai-se deslocar do pólo negativo para o positivo da tina. As partículas de maiores dimensões vão deslocar-se menos ao longo do gel (constituído por agarose e tampão TBE 0.5X) enquanto que as partículas de menores dimensões se vão deslocar mais. Colocação das substâncias na tina para electroforese Coloca-se um marcador no gel que serve de controlo de modo que seja possível determinar a dimensão das partículas de DNA por meio de comparação. Como se fala de DNA total, este apresenta grandes dimensões não sendo possível determinar o seu tamanho. Procedeu-se a uma diluição da amostra. Sujeitaram-se as amostras a um PCR (Polymerase Chain Reaction) com o intuito de amplificar um gene característico deste tipo de bactérias, o gene RNA ribossomal 16S. Para isso foram adicionadas às amostras primers (sequências de nucleótidos conhecidas que se vão ligar por complementaridade a uma cadeia de nucleótidos de DNA dizendo onde começa e onde acaba o gene que se pretende amplificar). PCR Sendo as moléculas de DNA constituídas por duas cadeias polinucleotídicas, durante o PCR, a temperatura aumenta até aos 92ºC de modo a separar as duas cadeias para que os primers se liguem por complementaridade. Adicionaram-se nucleótidos às amostras e uma enzima, DNA polimerase responsável pela polimerização. No fim do PCR, teremos uma grande quantidade de moléculas de RNA ribossomal 16S. Fez-se uma nova electroforese, colocou-se o gel em brometo de etídeo (substância que confere fluorescência ao DNA quando sujeito a radiações UV). Por último, sujeitou-se o gel a radiações UV e comparando com o marcador confirmou-se que o produto obtido correspondia ao gene 16S (cerca de 1400 bp). Verificou-se a existência de bandas secundárias, provavelmente contaminantes ou resultantes da ligação dos primers em locais onde a complementaridade era reduzida. Gel após 2ª electroforese quando sujeito a UV