0 PREFÁCIO

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Prefácio
Este livro foi escrito, primariamente, visando aos alunos de graduação em medicina. Ao
mesmo tempo, tivemos em mente os alunos inscritos em outros cursos, na área das
ciências da saúde, onde é necessário um conhecimento básico do sistema nervoso e
de seus principais distúrbios, e ainda os estudantes da neurociência básica, que
invariavelmente ficam curiosos e se sentem prestigiados com a discussão dos
distúrbios que afetam o sistema nervoso humano.
Este livro foi elaborado durante um amplo debate sobre o conteúdo, a forma e a
evolução da educação médica. Diversas forças propulsoras estão agindo em favor da
mudança; uma delas é o reconhecimento de que exigências, pouco racionais e
desnecessárias, têm sido muitas vezes feitas aos estudantes, no imenso volume de
informações que devem ser assimiladas. Isso levou estudantes, educadores e
profissionais de saúde a questionarem ao mesmo tempo em todo o currículo a
profundidade do conhecimento necessário ao doutor recém-formado e os meios pelos
quais esse conhecimento pode ser adquirido. O Conselho Médico Geral (General
Medical Council) recomendou a preparação de um currículo mínimo, baseado em
sistemas, enfatizando a importância crucial da integração entre a ciência básica e a
medicina clínica. Essas propostas foram muito bem recebidas e ampliadas ao ensino da
neurologia pela Associação dos Neurologistas Britânicos (Association of British
Neurologists).
Nenhuma área da ciência médica está mais adequada a um enfoque integrado, com
base em sistemas, que a neurociência — e essa foi a filosofia que guiou a preparação
deste livro. A neurociência, com todas as suas subespecialidades, tanto básicas como
clínicas, é um campo enorme onde o conhecimento através da pesquisa tem crescido
exponencialmente. Isso gera desafio para o educador médico, quando seleciona o que
deve constar do currículo mínimo. Também significa lidar com um potencial para
avanços futuros no diagnóstico, prevenção e tratamento da doença neurológica, na
década de 1990, reconhecida como a ‘Década do Cérebro’.
A neuroanatomia é a pedra fundamental sobre a qual é construído o conhecimento do
sistema nervoso e seus distúrbios. O objetivo deste livro é, portanto, o de fornecer uma
descrição clara e concisa da anatomia do sistema nervoso humano, com detalhes
suficientes que permitam a compreensão de seu funcionamento e dos distúrbios que o
afetam mais comumente. Uma característica importante deste livro é a integração da
neuroanatomia com o material clínico ilustrativo. Isso foi feito a fim de mostrar como o
conhecimento da neuroanatomia pode ajudar a compreensão dos sintomas clínicos e,
também, revelar as áreas da neuroanatomia cruciais para a doença neurológica
humana. Introduzimos conceitos clínicos de forma elementar, para fornecer uma ampla
visão da etiologia da doença nervosa e servir como ponte para os métodos clínicos de
diagnóstico. O material clínico foi integrado, o mais intimamente possível, com a
relevante neuroanatomia. Além disso, o texto clínico é apresentado em boxes de modo
a ser de fácil identificação, podendo ser rapidamente selecionado para uma revisão ou
dispensada sua leitura. Cada capftulo contém ainda resumos também em forma de
boxes, O objetivo de todos esses detalhes é o de ajudar o leitor na identificação dos
pontos importantes e no momento de uma revisão ou reforço.
Tanto a neuroanatomia como a medicina clínica são novidades para o estudante ao
ingressar em uma Escola de Medicina. Através do estudo do capftulo introdutório e dos
resumos dos capítulos seguintes, mais detalhados, o estudante obterá uma visão geral
do campo e da extensão do tema da neuroanatomia e será iniciado nos conceitos
básicos, subjacentes ao diagnóstico clínico da doença. neurológica. Para aqueles
pouco familiarizados com a terminologia clínica, existe um glossário, para explicar o
significado das expressões mais comumente usadas, no final do livro. Conforme é
adquirido um conhecimento mais específico da neuroanatomia, tal aprendizagem é
reforçada e ilustrada pela referência do material clínico selecionado, que exemplifica a
relevância da neuroanatomia para a neurologia clínica. Mais adiante, quando os
estudantes iniciarem seu treinamento neurológico, eles precisarão voltar aos princípios
básicos da neuroanatomia e relacioná-los aos métodos de diagnóstico clínico. Nesse
momento, o estudo sistemático dos pacientes, com doenças neurológicas distintas,
poderá ser reforçado pelo retorno à anatomia detalhada das estruturas lesadas.
A. R. Crossman
D. Neary
Manchester
1995
Agradecimentos
Desejamos agradecer aos numerosos colegas que nos ajudaram, de tantas maneiras, a
conduzir este livro até a sua publicação. Na Escola de Ciências Biológicas da
Universidade de Manchester, nossos agradecimentos são, em primeiro lugar, para
Raymond Evans e Denise Smith, da Unidade de Arte em Medicina, pelo trabalho
paciente, imaginativo e habilidoso em transformar nossos esquemas elementares e
descrições verbais nos muitos desenhos que ilustram este livro. Também somos gratos
ao Diretor dessa Unidade, Richard Neave, pelo contínuo interesse nesse projeto e por
estar sempre pronto na ajuda e aconselhamento.
Este livro contém muitas fotografias de cortes anatômicos e de preparações
histológicas, cuja elaboração dependeu da habilidade técnica de várias pessoas.
Somos gratos aos técnicos de dissecção, John Davies e Mike Fish, pela ajuda na
escolha das peças anatômicas mais adequadas e a John Hargreaves e Tony Bentley
por sua meticulosa fotografia. Somos agradecidos ainda a Frank Barnett e David
Peggs, pela colaboração na preparação dos cortes corados do sistema nervoso e pela
cuidadosa preparação do material histológico. Embora grande parte do original
manuscrito tenha sido datilografado pela técnica dos dois dedos, agradecemos a Ann
Drozdowski por sua intuitiva e precisa transcrição de muitas de suas páginas.
Também somos agradecidos ao Professor David Brooks, Consultor em Neurologia, da
Unidade do Cyclotron do MRC (Medical Research Council), do Hospital Hammersmith,
de Londres, pelas imagens do PET, ao Dr. Alan Jackson, Consultor em Radiologia do
Departamento de Radiologia, da Enfermaria Real de Manchester (Manchester Royal
Infirmary), pelas imagens de MRI, e ao Dr. Paul Griffiths, Consultor em Radiologia, do
Departamento de Radiologia do Hospital Geral de Newcastle, em Newcastle-uponTyne, pelos angiogramas cerebrais.
Dos colegas na Churchill Livingstone, somos particularmente gratos ao gerente de
publicação Timothy Horne e ao editor de projetos senhor Jim Killgore por seu
estimulante interesse e sábia paciência, bem como pela orientação tão profissional ao
longo dos múltiplos estágios da produção de um livro. Desejamos agradecer também
ao diretor de arte Ian Dick, por sua experiente orientação no preparo das ilustrações e
do material fotográfico.
Manchester
1995
A.R.C.
D. N.
V
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