Jorge Pescara

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INSTRUMENTOS
O baixista BPM
As viagens pelo
exterior guardam
algumas surpresas
para todos nós. A
grande maioria
agradável, como a de
encontrar um bom
companheiro de
profissão, também em
tour, divulgando seus
projetos países afora.
Foi o que ocorreu
recentemente ao
reencontrar um antigo
parceiro de cordas
graves que fala de sua
carreira no exterior.
Jorge Pescara é artista-solo exclusivo da Jazz
Station Records e contrabaixista com Ithamara
Koorax. É autor do livro Dicionário Brasileiro de
Contrabaixo Elétrico
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G
eisan Varne começou a estudar
música aos cinco anos de idade
com o incentivo de seu pai, um
compositor, arranjador e multiinstrumentista local. Aos 13 anos de idade foi para
Salvador estudar no colégio Dois de Julho, com a finalidade de se preparar para
ingressar na faculdade de medicina,
como era desejo de sua família. No entanto, a herança musical falou mais alto
e, aos 15, ingressou na Academia de
Música Atual (AMA), dirigida por Sérgio Souto, Aderbal Duarte, Thomas e
Moises Gabrielli. Foi lá que teve a oportunidade de elevar o seu conhecimento em
solfejo, arranjo e improvisação.
Um ano depois, se profissionalizou e
partiu em turnê com Laurinha, Tiete
Vips, Sarajane e Saul Barbosa e, em seguida, começou a cursar música na
EMAC (Escola de Música e Artes Cênicas da
Universidade Federal da Bahia), onde
estudou por seis anos contrabaixo
acústico e o básico
de música erudita,
tendo aulas com Peter Jacobs
e Pinno Onnis. Em 1991, seguiu para
New York, na turnê da cantora e atriz
Tânia Alves, após trabalhar dois anos
com Carlinhos Brown no projeto “Vai
Quem Vem”. Matriculado no New School
of Music, uma extensão do Mannes College
of Music, para o curso superior em Jazz,
Geisan morou durante três anos em
Manhattan quando trabalhou em pubs e
clubes de jazz, além de realizar a tour de
Vinícius Cantuária pelos EUA.
Lançou dois discos solo, “Guizarros” e
“Gantóis”, de fusion pela gravadora Inglesa Seven Gates, conquistando cinco
estrelas no projeto Guizarros. Logo após,
partiu para Los Angeles ingressando no
Bass Institute of Technology (Musicians
Institute of Technology), aperfeiçoando seus
conhecimentos técnicos de baixo elétrico.
Cursou o “encore program” tendo livre
acesso aos melhores músicos
dos EUA e aulas
com baixistas conceituados como
Jeff Berlin, Gary
Willis e Alexis Sclarevsky. Após dez
anos, retornou ao
Brasil e ingressou
na Universidade
Estácio de Sá, no
Rio de Janeiro,
para o curso Su-
INSTRUMENTOS
perior de Produção Fonográfica e Tecnologia de Gravação. Em sua carreira como
músico instrumentista, Varne recebeu o
prêmio de melhor composição Instrumental, em 1991, do Festival Dorival
Caymmi, com o tema “As Escadas São de
Algodão”. Já no ano de 2007, recebeu o
prêmio do Festival do IRDEB/Educadora, como melhor compositor instrumental. Como baixista, atua com músicos e
bandas conceituados nacional e internacionalmente, como Carlinhos Brown, Sarajane, Jimmi Cliff, BPM, Midnigth Drums,
Saul Barbosa, Dan Diaz, Orlando de Moraes, Roberto Menescal, Paula Lima, Naná
Vasconcelos, Marcelo D2 , Tony Garrido,
além de outros artistas.
Hoje, como instrumentista, compositor,
arranjador e produtor fonográfico, ele apresenta o show “Música Vadia Instrumental”.
Como convidados, participam do show o
guitarrista e compositor Sandro Albert, radi-
cado no EUA/Los Angeles, o percussionista
Marcos Suzano, o guitarrista e violonista
Gersom Silva, diretor da escola AMBAH
(www.ambah.com.br), Ricardo Leão, pia-
“Meus CDs não vendem
aqui, recebo muito
pouco pelas vendas.
Não sei exatamente
o que acontece.
Ficamos em quinto
lugar em vendas na
Fnac, em São Paulo”
nista, compositor e produtor musical de artistas como Simone, Martinho da Vila e
Orlando de Moraes, Toinho batera, que
acompanha atualmente Ivete Sangalo em
turnê pelo mundo, e César Michilles, flautista, saxofonista e arranjador formado pelo
Manhattan School of Music de New York.
Como está sua carreira no exterior?
GV: Lancei o BPM Volumes I, II e III,
Next Brazilian Vibe, Urban Bossa Volume II e Dim Dom Dom, pelos selos Iris
Music-Paris, MRP-Canadá, Virgin Japão,
EMI e Spray Music, além de compilações
dos meus temas em coletâneas, em Portugal, Inglaterra, Japão e Rússia.
Quando e como surgiram as idéias
desses projetos todos? Por que são voltados ao exterior?
GV: Porque meus CDs não vendem
aqui, recebo muito pouco pelas vendas. Não
sei exatamente o que acontece. Ficamos
em quinto lugar em vendas na Fnac, em
São Paulo, tivemos um espaço somente nosso e, no final, a arrecadação ficou pequena.
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INSTRUMENTOS
Quais são as diferenças mais marcantes de mercado musical (brasileiro x exterior) na hora de negociar esses projetos?
GV: Capa, definitivamente tem que ter
uma boa capa, uma excelente masterização, gravar com bons músicos e ter uma
relação de amizade com os donos de selos.
nesse país que nos abrem portas, como o
Festival Instrumental da Bahia, organizado
por Zeca Freitas e Fernando, o Festival de
Goiânia, o Sesc, o Governo, que incentiva
bastante, tem também o IRDEB/Educadora. Você precisa ir costurando, tentando
encontrar as oportunidades.
Tem planos para o Brasil?
GV: Sim, projetos que foram gravados,
como Inoxidável com Ricardo Leão para a
Visom Digital, queremos fazer tour com
esse CD;(ponto e vírgula) um outro chamado Crazy Samurai na Índia, em DVD e
áudio, incentivado pelo governo brasileiro. Também ganhei o prêmio de melhor
compositor instrumental do Festival
IRDEB/Educadora, esse ano, e quero
gravar o CD ao vivo, agora no Festival de
música instrumental do TCA, organizado
por Zeca Freitas. Teremos as participações
de Marcos Suzano, Gerson Silva, Jurandir
Santana, Zito Moura, Marcelo Brasil,
Rowney Scott e Joatan Nascimento.
Conte-nos sobre seus projetos futuros.
GV: Estou finalizando o projeto “Urban
Jungle Bossa”, em parceria com o cantor e
guitarrista norte-americano Dan Diaz, diretor do Musicians Institute (www.mi.edu),
com participações especiais do Scott
Henderson e Keith Wyatt. Em julho, sigo
para Índia a fim de dar continuidade ao
Projeto Crazy Samurai, para DVD, sobre a
música de rua indiana, brasileira e norteamericana, em parceria com Gersom Silva,
diretor do AMBAH, e Dan Diaz. Em maio,
finalizo o projeto com o mestre de capoeira
Boneco, em Hollywood (Los Angeles). Estou em estúdio gravando o projeto Instrumental Música Vadia, seguindo a linha do
Caldeirão de Arruda, ganhador do prêmio
Instrumental do IRDEB. Tenho algumas
músicas compiladas em diversos países. Recentemente recebi excelentes críticas ao
lançar a faixa “Urubu” numa compilação
européia chamada Nu Brazil 2. Portais
como National Geographic, Yottamusic,
Fnac, Rhapsody e iMusica já estão vendendo meus projetos na internet. Recentemente, finalizei após três anos de pesquisa,
juntamente com engenheiro de som Andrinho U, o pedal “Bahia Spray on Bass”, um
pedal valvulado que cabe na palma da mão,
vendido somente por encomenda. Quem
está cansado de chegar num som P.A. e encontrar um amplificador todo surrado, essa é
a solução. Leva o “Spray on Bass” como pedal e esquenta seu som. Com válvula russa
que dura a vida inteira.
Paz Profunda!
Como encara a atual fase dos baixistas brasileiros?
GV: Estou por fora da onda, flutuando.
Ainda acho o Nico Assumpção e o Dentinho, um cara do interior da Bahia que
toca com um baixo feito de caixote com
cordas de freio de bicicleta, os melhores.
Fale um pouco sobre sua sonoridade
pessoal, influências, e onde seus instrumentos se encaixam nisto.
GV: Minha sonoridade tem o lance do
fretless sem ser fretless. Procuro aplicar a
técnica que aprendi na escola erudita na
Bahia. Depois que viajei para estudar nos
EUA, conheci um cara chamado Neuser e
ele me apresentou uma ponte chamada
NFS. Daí, então, joguei todas as pontes
fora e fiquei com essas. Uso um Ken Smith,
um Music Man e um Gibson de 50 anos
atrás que era do meu pai. Agora acabei de
fazer três baixos com um luthier chamado
Luciano, do Rio Grande do Sul, excelente,
e também com o Elifas. Esses são os melhores luthiers ultimamente, fazem rápido o
instrumento, te dão atenção e cobram barato, de acordo com as suas condições.
Como um cara que presta serviço à comunidade, entende? Fazer música no Brasil
e, depois, vender esse material é sofrimento, mas você percebe que tem uns caras
Geisan Varne
BPM Vol III - DIM DOM DOM
(SPRAY MUSIC)
BOSSA com música eletrônica
Participações de Tony Garrido, voz,
Roberto Menescal, voz e violão, Marcelo
D, voz, Marcos Suzano, percussão.
PROJETO BATICUMLELE
Com o DJ Franco/Londres de DRUMS
BASS e Trip Hop
Participação especial Eraldo Mello,
guitarra.
SETUP 2007 de Geisan Varne
AMPLIFICADORES:
David Eeden Navigator Wt100
Bahia Spray on Bass Pré-amplificadores
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BAIXOS:
Ken Smith Bass BMT 6 cordas e 4 cordas
Elifas bass 4 cordas
Osny Bass 5 cordas
Gibsom SG decada de 60 4 cordas
Mario Laghus basses 5 e 4
Music Man 5 cordas
Luchi/Luchiano Bass
HARDWARE:
Pontes: NFS Neuser basses que simula o
som de fretless
Captadores: Seymour Duncan, EMG e
Ken Smith
Quem quiser assistir Geisan Varne em
ação, visite o Yotube.
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